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INTRODUÇÃO
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ÁREA DE ESTUDO
O estudo se refere ao trecho do igarapé do Quarenta, canal principal da
Mbh de Educandos delimitado entre as coordenadas geográficas 03o 06’ 54” S -
03o 07’ 30” S e 59o 58’ 14” W e 59o 59’ 13”W. A seção fluvial segue de montante a
jusante desse a SEDUC e última casa da Avenida Manaus 2000 até a confluência
desta com a Avenida General Rodrigo Otávio Jordão na altura que segue a frontei-
ra do Shopping Studio 5 (Figura 01).
Figura 1: Mosaico de Fotos e Carta Imagem de localização da área de estudo – seção
inferior do Igarapé do Quarenta: a) Registro do canal principal ao lado do Supermer-
cado; b) e c) igarapé nas proximidades da SEDUC; d) Igarapé margeando um sho-
pping; e) Lançamento de efluentes no leito do igarapé, no trecho da Av. Manaus 2000;
f) Monofauna com habitat em vegetação secundária.
Fonte: Monica C. Pinto - org. (2020), com dados de: Imagem CNES/Astrium, ArcGis.
Mapa elaborado no Sistema de Coordenadas Geográficas. Datum WGS - 1984.
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ESTRATÉGIA METODOLÓGICA
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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(Figura 3a); elaboração da declividade, cujos parâmetros foram os de Valeriano; e
elaboração do Modelo Digital de Elevação (Figura 3b);
Fonte: Monica Cortez - org. 2020. Curvas de nível de 10 m geradas a partir dos dados
SRTM – programa ArcGis;
Fonte: Org. Monica Cortez - org. 2020. Programa SPRING geradas a partir das cotas
altimétricas e declividade.
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2) As imagens do satélite Landsat 8 sensor OLI (Operational Terra Imager)
foram processadas no SPRING (Sistema para Processamento de Informações Ge-
orreferenciadas), onde foi realizada a composição colorida das bandas 5,6 e 7.
Após, a aplicação das técnicas de realce e contraste para melhor interpretação
visual (Figura 4a); 4) Criação do contexto para elaboração da segmentação (Figura
4b), que auxiliou a etapa do treinamento e realização da coleta das amostras dos
atributos geoespaciais, os quais foram divididos em quatro classes: floresta, área
urbana, água e a presença de nuvens (Figura 5). Em seguida foi utilizado o classifi-
cador Bhattacharya onde o desempenho médio de análise das amostras e o índice
de Kappa foi de 100%.
Figura 4: 4a. Composição das bandas 5, 6 e 7 do satélite Landsat 8 OLI, programa QGIS;
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Figura 5: 5a. Análise das amostras após o treinamento, fase no processamento de
classificação que se refere a coleta de amostras dos itens geoespaciais que serão indi-
vidualizados e agrupados conforme suas características;
Figura 5: 5b. Classificação das bandas 5, 6 e 7 do satélite Landsat 8 OLI onde foram
identificadas as classes de floresta, área urbana, água, nuvens, e sombra, conforme a
interpretação visual e após a aplicação das técnicas de realce e contraste na imagem.
A última etapa buscou elencar uma série de medidas mitigadoras que per-
mitiu viabilizar a segurança da qualidade ambiental da seção inferior do sistema
hídrico e, demais componentes físico-biológicos, inclusive oriundo das ações an-
trópicas. Essa proposição de medidas foi realizada enquanto monitora voluntária
da disciplina Gestão de Bacias Hidrográficas e no decorrer das pesquisas de 2018-
2020 realizadas na Microbacia hidrográfica do Educandos (Mbh).
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
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tria, cujos resultados mostram que, nas porções mais elevadas do terreno os des-
níveis ocorrem de forma abrupta com a presença de perfis de encosta íngremes
para cidade de Manaus entre 20% a 45%. No nível intermediário formam-se as
vertentes de declividade que compreendem valores entre 3% a 8%. Esta é a classe
de declividade que mais se sobressai correspondendo a 42,54% da área da bacia
de Educandos onde tem o gradiente do igarapé do Quarenta. Nas porções mais
baixas e próximas ao nível da água a declividade não ultrapassa valores de 3%. Na
área de estudo (Mapas 1a e 1b).
Fonte: Monica C. Pinto - org. (2020) com dados de: SEMMAS (2009); IBGE(2015).
Elaborado no Sistema de Coordenadas Geográficas. Datum WGS 1984.
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Mapa 1: 1b- Mapa Hipsométrico da área da Microbacia Hidrográfica do Educandos
Fonte: Monica C. Pinto - org. (2020) com dados de: SEMMAS, 2009; IBGE, 2015. Ela-
borado no Sistema de Coordenadas Geográficas. Datum WGS 1984.
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Mapa 2: Identifica a ocupação de Manaus, majoritariamente urbana com fragmentos
de vegetação, entre esses o Campus Universitário, UFAM e nas suas proximidades
vegetação ao longo curso do igarapé do Quarenta entre o bairro Coroado e Japiim.
Fonte: Monica C. Pinto - org. (2020) com os dados do SIG composto por: imagem
LandSat 8 OLI, composição 5,6 e 7 e o sombreamento dos Dados SRTM; Sistema de
Coordenadas Geográficas. Datum WGS 1984; dados da SEMMAS (2009); e IBGE, 2015.
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sobre os padrões de potabilidade e a destinação de resíduos líquidos em fontes
de água, a referida autora classificou as águas do igarapé do Quarenta na classe 4.
Essa categorização corresponde à última posição, implicando na baixíssima quali-
dade da água.
No inventariamento realizado para este estudo registrou-se a implantação
de grandes obras governamentais e privadas, as quais contribuem na alteração
do canal fluvial. Nas proximidades e na área de estudo houve uma grande obra
de engenharia, o Complexo do Sistema Viário do Quarenta e as obras do PRO-
SAMIM, onde o igarapé do Quarenta foi retificado cujo talvegue foi compactado
com cimento, bem como o canal fluvial do curso inferior recebeu barramento de
concreto, técnica que substituiu as telas de barramentos usadas anteriormente.
Na faixa justafluvial direita (FJD) da Av. Manaus 2000 (Japiim II) há predomi-
nância de casas e diversos comércios (Figura 6a). Os que estão alocados na referi-
da área do igarapé são construídos com madeiras, e semelhantes aos quiosques de
feiras, até porque seus produtos são de origem primária como frutas regionais e
peixe. Os estabelecimentos comerciais alocados na faixa justafluvial esquerda em
locais destinados às moradias populares são de alvenaria e seus produtos são ge-
ralmente mais industrializados (Figura 6b). Esse tipo de configuração de apropria-
ção do espaço se modifica a priori, devido as frequentes enchentes que ocorrem
após intensos episódios de precipitação.
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fluvial maior. Também são presentes banheiros sem qualquer tipo de saneamen-
to, pontes de madeiras que ligam as casas à avenida principal, e um emaranhado
de redes de fios elétricos.
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Além dos sistemas de esgoto sem tratamento foi registrada a presença de
resíduos sólidos urbanos em alguns pontos da borda fluvial e dentro do leito flu-
vial: garrafas pet, embalagens, pneus de carros, restos de construção civil, eletro-
domésticos; e móveis (Figuras: 7a e b; 9a e b).
A água possui a coloração distinta da cor natural (Figuras:8a e b; 9a; 10a e
b), devido a presença de cargas difusas em suspensão. Também apresenta, a retili-
nização do canal e a consequente impossibilidade de equilíbrio da dinâmica fluvial
e controle de vazão.
Esses fatores e a quantidade de resíduos urbanos nas faixas justafluviais e
dentro do leito fluvial (Figura 9a) promovem o transbordamento do leito excep-
cional pelas referidas enchentes pluviais. Quando o canal fluvial, sem a sua capaci-
dade e competência de absorver as águas pluviais transborda sobre as bordas do
leito ocasionando entre outras, uma série de problemas à infraestrutura urbana,
aos moradores e os demais sistemas naturais parte do ecossistema que possuem
resistência limitada. Nos estudos anteriores da década de 1990, 2000 e neste não
foi encontrada nenhuma lixeira pública, ao longo do igarapé do Quarenta.
Por outro lado, registrou-se algumas iniciativas dos moradores com placas
de aviso (Figura 9b) para evitar o descarte de material para o canal fluvial. Uma
das iniciativas, o morador estabeleceu nas bordas do igarapé um sistema de cole-
ta seletiva (Figura 9c). Em uma conversa informal, este afirmou que o intuito era
evitar o descarte incorreto de materiais que poderão ser reutilizados. Logo que
os cestos estão cheios são levados até as fábricas de reciclagem ou entregues aos
catadores de resíduos.
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lado esquerdo, final da Av. Manaus 2000 os moradores do programa de habita-
ção estadual os moradores fizeram um pequeno reflorestamento nas bordas, com
fruteiras e plantas paisagísticas. Seguindo daí em ambas faixas justafluviais estão
cobertas por vegetação secundária (Figura 10a). A área aparenta aspectos naturais
com poucas alterações antrópicas, em relação aos observados em outros trechos.
As intervenções mais visíveis foram a utilização de grades/telas de contenção para
evitar erosão das margens (Figura 10b).
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e prevenção dos processos erosivos decorrentes do solo exposto;
f) Melhorias nas obras de infraestrutura urbanística com a inclusão de ciclo-
vias, iluminação e sinalização, faixas de pedestre, policiamento e placas de aviso
de leis ambientais.
As três últimas propostas foram indicadas há mais de duas décadas por Pa-
chêco(1999;2003). Sendo estas:
i) Implantação pelo poder público de centrais de tratamento, no próprio
igarapé. Na impossibilidade de instalar esse tipo de estação, dever-se-ia ter um
plano de monitoramento e fiscalização das indústrias para que não lançassem seus
efluentes para o igarapé.
ii) Proposição de parcerias junto às instituições de pesquisas a fim de obter
técnicas para o controle do excesso de matéria orgânica presente na água;
iii)Introdução de um programa educativo sobre resíduos sólidos e líquidos,
envolvendo a reutilização e a reciclagem, como gerador econômico familiar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo de apenas uma parte do igarapé do Quarenta enquanto recorte
de análise se mostra importante, uma vez que esse pequeno espaço geográfico
mostra os elementos integrados que se (re) organizam dentro de uma ordem e de-
sordem no espaço-tempo a passar por intervenções modificadores da paisagem.
A fisionomia que se estabelece hoje nas faixas justafluviais do igarapé do
Quarenta ainda que pareça impactante ao sistema fluvial, o devir das incertezas,
incompletudes e as imperfeições é que poderão conceber a natureza do conhe-
cimento da mesma a darem as novas formas de produzir e reproduzir o espaço
geográfico com perdurabilidade ambiental.
REFERÊNCIAS
BATISTA, S. P. O adensamento urbano consolidado em igarapés, como proposta
para o desenvolvimento local: o caso do PROSAMIM em Manaus. GEOUSP - Espaço
e Tempo, São Paulo, n. 31 Especial, p. 33- 43, 2012.
CHRISTOFOLLETI A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1980, 2a. ed. 188 p.
DELGADO, Monica B. de C. As trilhas do espaço-tempo na Bacia Hidrográfica dos
Educandos: a paisagem do curso fluvial inferior-médio do igarapé do Quarenta.
Dissertação (Mestrado). Pós-Graduação em Geografia (PPG-GEOG), Departamento
de Geografia, Instituto de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do
Amazonas, Manaus, Amazonas, 2021.
MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. 6. ed. Lisboa-(Portugal):
Instituto Piaget, 2017.
MORIN, Edgar. Método 1. A Natureza da Natureza. Porto Alegre (RS): Sulina, 2003.
FROTA FILHO, A. B. Alterações na geomorfologia original da bacia do Educandos,
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