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MAPA AURICULAR

MAPA AURICULAR
A IMPORTÂNCIA DOS PONTOS SHU
Os cinco pontos de transporte (Shu Antigos) possuem ação energética mais dinâmica do que
os demais, são facilmente influenciados pelo clima e os fatores patogênicos exteriores e o Qi
do canal nessas regiões é mais instável, o que facilita seu uso na prática clínica.
Os cinco órgãos têm cada um Cinco Pontos Antigos: Poço (Ting), Manancial (Ying), Riacho
(Shu), Rio (Jing) e Mar (He), em cada um de seus canais. Os pontos Nascente são utilizados
para tratar “plenitude sob o coração”, os pontos Manancial, para tratar “sensação de calor do
corpo”, os pontos Riacho para tratar “sensação de peso e dor nas articulações”, os pontos
Rio para tratar “tosse e sensações de frio e calor” e os pontos Mar para tratar “rebelião do Qi
e diarréia”.
Técnica convencional do uso dos pontos shu antigos
A técnica aplicada atualmente usa os Cinco Pontos de Transporte (Shu Antigos) de acordo
com os Cinco Elementos (Nan Jing). Cada um dos cinco Pontos de Transporte, que
coincidem com pontos dos Elementos, possui localização específica.
O ponto Nascente nos Canais Yin correspondem ao elemento Madeira e os pontos Nascente
nos Canais Yang pertencem ao elemento Metal. Assim, teremos que, nos canais Yin, os
pontos Nascente são: F1, C9, CS9, BP1, P11 e R1; os pontos Manancial são: F2, C8, CS8,
BP2, P10 e R2; os pontos Riacho são: F3, C7, CS7, BP3, P9 e R3; os pontos Rio são: F4,
C4, CS5, BP5, P8 e R7; e os pontos Mar são: F8, C3, CS3, BP9, P5 e R10.
Nos Canais Yang, os pontos Nascente são: VB44, ID1, TA1, E45, IG1 e B67; os pontos
Manancial são: VB43, ID2, TA2, E44, IG2 e B66; os pontos Riacho são: VB41, ID3, TA3,
E43, IG3 e B65; os pontos Rio são: VB38, ID5, TA6, E41, IG5 e B60; e os pontos Mar são:
VB34, ID8, TA10, E36, IG11 e B40.
Seguindo o princípio dos Cinco Elementos, no Ciclo de Geração, no caso de Deficiência do
Canal, escolhe-se o ponto correspondente ao Elemento “Mãe” para tonificá-lo. No caso de
Excesso, escolhe-se o ponto correspondente ao Elemento “Filho” para sedá-lo. Como
exemplo, podemos citar uma Deficiência no Canal do Fígado, que pertence ao Elemento
Madeira, deve-se tonificar o ponto correspondente a esse Elemento na Água (que é a mãe
de Madeira), ou seja, o ponto F8. No caso de Excesso desse mesmo canal, escolhe-se o
ponto correspondente a esse Elemento no Fogo (que é Filho de Madeira), ou seja, seda-se o
ponto F2.
Teoria clássica na utilização dos cinco pontos shu antigos
Na Teoria Clássica para utilização dos pontos Shu Antigos, os pontos são selecionados
conforme localização das doenças, sintomas, causas e os 5 Movimentos.
Os chineses antigos comparavam os canais dos pontos Shu Antigos entre os dedos das
mãos e dos pés e cotovelos e joelhos a um rio. Essa seqüência de pontos se inicia nos
dedos dos pés e das mãos, tornando-se maiores e mais profundos em direção aos cotovelos
e joelhos. Com isso os pontos nos dedos das mãos e dos pés são mais estreitos e
superficiais, enquanto nos cotovelos e joelhos os pontos são mais largos e profundos.
Ponto Ting (Poço): Os pontos Ting localizam-se nos ângulos ungueais dos dedos e dos
artelhos (com exceção de R1 e CS9, que se situam na sola dos pés e ponta do dedo médio
das mãos, respectivamente). São pontos de partida ou chegada do Qi, ou seja, local onde o
Qi descende e ascende. Nos canais Yin correspondem ao Movimento Madeira e nos canais
Yang ao Movimento Metal. Nesses pontos o Qi penetra no canal. São eles: F1, C9, CS9,
BP1, P11, R1, VB44, ID1, TA1, E45, IG1, B67.
São indicados para regularização do Qi em situações de: plenitude ou distensão na região
infra-cardíaca, neuropatias (doença do espírito e da vontade), transbordamento do Qi,
distúrbios dos canais tendino-musculares, ponto auxiliar na reanimação de emergência,
parestesias e paralisias e afecções de vento-frio.
Pontos de tratamento contra fatores externos (etiopatogenia).
Ponto Ying (Manancial): Os pontos Ying localizam-se próximo aos dedos e artelhos.
Local onde o Qi se concentra antes de passar ao ponto seguinte. Nos canais Yin
correspondem ao Elemento Fogo e nos canais Yang correspondem ao Elemento Água. São
eles: F2, C8, CS8, BP2, P10, R2, VB23, ID2, TA2, E44, IG2, B66.
São indicados para: doenças febris, enfermidades que repercutem na cor da pele, ativar a
circulação de Qi no canal, tratar enfermidades de frio ou calor (a estimulação nos canais Yin
provoca calor e a estimulação nos canais Yang provoca frio), vento-frio e afecções locais
(mãos ou pés).
Pontos de tratamento para síndromes de deficiência de Yin (calor).
Ponto Shu (Riacho): Os pontos Shu estão localizados nas falanges metacarpianas e
metatarsianas.
É o local onde a energia nociva (Xie Qi) penetra no canal para alcançar outras regiões do
corpo. Nos canais Yin correspondem ao Elemento Terra e nos canais Yang correspondem ao
Elemento Madeira. São eles: F3, C7, CS7, BP3, P9, R3, VB41, ID3, TA3, E43, IG3, B65.
São indicados para: estimular os pontos Shu dos canais Ying a fim de evitar a entrada de
energias nocivas, atrair energia de defesa (Wei Qi), nas sensações de corpo pesado e
articulações dolorosas, nos ataques às camadas superficiais ou aos vasos colaterais (usa-se
os pontos Shu ou Fonte em combinação com o ponto Lo do mesmo canal afetado), nas
afecções que atingem músculos e ossos (estimula-se os pontos Shu e Jing dos respectivos
canais) e ataques de frio.
Pontos de tratamento para disfunções de movimento/móveis (Yang).
Ponto Jing (Rio): Os pontos Jing localizam-se nas pernas e nos antebraços.
Nos canais Yin a energia Wei Qi (defesa) encontra-se debilitada, por isso quando ocorre
alguma enfermidade a energia perversa (Wei Qi) pode desviar para regiões próximas
provocando doenças em ossos e músculos ou seguir em direção aos órgãos. Correspondem
no canal Yin ao Elemento Metal e no canal Yang ao Elemento Fogo. São eles: F4, C4, CS5,
BP5, P8, R7, VB38, ID5, TA6, E41, IG5, B60.
Dentre as indicações pode-se citar: possuem caráter profilático, ou seja, o Wei Qi (energia de
defesa) é ativado para combater o Xie Qi (energia perversa); usados para dispersar vento,
frio e umidade, se o canal afetado for Yin; nas afecções que afetam a voz; para tratar
afecções de calor-secura ou vento-secura que atingem músculos e ossos (combinar-se Jing
e Shu); dispnéias com calafrio e febre.
Pontos para tratar meridiano (situações de dor).
Ponto He (Mar): Os pontos He estão localizados nos joelhos e cotovelos.
É o local de convergência do Qi do Canal, onde este torna-se profundo ou vice-versa,
dependendo do sentido do trajeto.
Nos canais Yang a energia Wei Qi (de defesa) encontra-se concentrada, por isso na
presença de enfermidades o Xie Qi desvia-se para regiões próximas causando distúrbios em
ossos e músculos ou pode alcançar as vísceras. Correspondem nos canais Yin ao Elemento
Água e nos canais Yang ao Elemento Terra. São eles: F8, C3, CS3, BP9, P5, R10, VB34,
ID8, TA10, E36, IG11, B40.
Os pontos He são indicados principalmente para: doenças das vísceras (Fu), diarréia,
dispersar energia nociva nos canais Yang e nas afecções reumáticas provocadas por vento-
frio-umidade, em joelhos e cotovelos.
Pontos para tratar órgãos e vísceras (Yin).
PONTOS FONTE (YUAN)
A utilização dos pontos Fonte (Yuan) está descrita no Eixo Espiritual (Ling Shu) e
no Clássico das Dificuldades (Nan Jing).
Seu uso está relacionado principalmente aos órgãos Yin, para diagnóstico e tratamento, ou
seja, quando os órgãos Yin estiverem afetados aparecerão reações anormais nos
pontos Fonte. (MACIOCIA).
Os pontos Fonte são P9, IG4, E42, BP3, C7, ID4, B64, R3, CS7, TA4, VB40 e F3. Eles são
usados principalmente para tonificar os órgãos Yin, pois o Qi dos pontos Fonte origina-
se do Qi original (ancestral), que está relacionado aos órgãos Yin e Rins. (MACIOCIA).

COMPARAÇÃO ENTRE A TÉCNICA CONVENCIONAL E TÉCNICA CLÁSSICA NA


UTILIZAÇÃO DOS PONTOS SHU ANTIGOS
Para comparar a Técnica Convencional na utilização dos pontos Shu Antigos (5 Pontos de
Transporte) com a Técnica Clássica, pode-se citar alguns transtornos energéticos, e seus
respectivos tratamentos usando-se as duas técnicas. Também pode-se citar o uso dos
pontos Fonte (Yuan) a fim de analisar as incoerências que podem ocorrer para tratamento de
determinados desequilíbrios energéticos.
A tabela a seguir mostra alguns exemplos de disfunções energéticas, tratamento segundo a
Técnica Convencional, a qual utiliza método de tonificação e sedação de acordo com os 5
Elementos (“mãe-filho” e “avô-neto”), os pontos escolhidos conforme Técnica Convencional e
pontos escolhidos com uso dos pontos Fonte.
Analisando a tabela acima, pode-se observar que existem algumas incompatibilidades
relacionadas ao uso de alguns pontos da Técnica Convencional com os pontos Fonte de
escolha. No caso de deficiência de Yin do Rim e deficiência de Yang do Rim, podemos
observar que na Técnica Convencional, usa-se sedação de R3 e BP3, que são pontos Fonte
(os quais deveriam ser tonificados). Já na Técnica Clássica não se observa essa incoerência,
além de fazer uso de menos pontos com maior especificidade e simplicidade.
Essa incompatibilidade também ocorre em excesso de Yang do Coração. Da mesma
maneira, na Técnica Convencional devem-se sedar os pontos C7 e BP3, que por serem
pontos Fonte deveriam ser tonificados.
Com tudo isso, observa-se que a Técnica Convencional se apresenta muito complexa em
termos de teoria, com pouca especificidade em relação à tonificação e sedação e em termos
de Yin e Yang e incompatibilidade em relação aos pontos Fonte e pouco prática. Já a
Técnica Clássica faz uso de menor número de pontos, com melhor especificidade e de teoria
mais simples.

CONCLUSÃO
Pode-se concluir com esse trabalho que o uso dos pontos Shu Antigos escolhidos pela
Técnica Convencional apresentou incompatibilidades se comparado às funções de alguns
pontos Fonte, como R3 e BP3, por exemplo, os quais na Técnica Convencional são sedados,
nos casos de deficiência de Rim, mas como pontos Fonte devem ser tonificados, pois se
utilizam de energia ancestral.
Além disso, a Técnica Clássica apresenta-se simples na sua utilização, ou seja, a escolha
dos pontos se faz de maneira prática, com maior especificidade se comparada à Técnica
Convencional. Não ocorrem incompatibilidades na escolha dos pontos para sedação e
tonificação e o número de pontos utilizados pode ser menor.
A intenção desse trabalho foi divulgar essa técnica através de levantamentos bibliográficos e
analisar as duas formas de utilização dos Cinco Pontos de Transporte, Técnica Clássica e
Convencional, relacionando-as com o uso dos pontos Fonte na escolha dos pontos.
MEDICINA CHINESA E AS ESTAÇÕES DO ANO
Entenda como as emoções estão associadas às mudanças de estação e saiba como
equilibrar o corpo energeticamente com as dicas da Medicina Chinesa

Por Eric Flor


Atualizado em 23/09/2022
Estamos realmente no verão? E se eu falar que algumas pessoas entraram no inverno, você
acreditaria? Pois bem, energeticamente algumas pessoas estão começando a
“invernar” agora. Entenda como isso funciona a partir do olhar da Medicina Chinesa.
Sabemos que as mudanças climáticas marcadas pela primavera, verão, outono e inverno –
cientificamente reconhecidas pela incidência dos raios solares em maior ou menor grau
– influenciam nosso hábitos diários.
Algumas pessoas percebem as estações do ano mais especificamente, seja pela alteração
de temperatura (afinal, somos reflexos da natureza) ou pela disposição (mais ativas ou
preguiçosas). Há ainda quem sinta mudança nos hábitos alimentares, sentindo mais ou
menos fome.
Estamos sempre interagindo de alguma forma com as mudanças climáticas, sejam elas por
refração, equilíbrio ou contra fluxo.

Para Medicina Chinesa, temos cinco estações do ano


Além das quatro estações que já conhecemos, a Medicina Chinesa destaca uma quinta, a
canícula, que é o período que antecede o verão e o inverno, ou seja, uma meia estação que
acontece alguns dias antes.
Essas estações são baseadas na teoria dos cinco elementos (Terra, Fogo, Água, Metal e
Madeira). Logo cada estação está relacionada a um elemento básico, e por sua vez, com
algum grupo de órgãos e vísceras (baço – estomago, coração-intestino delgado, rim-bexiga,
pulmão-intestino grosso).
A cada estação ficamos mais suscetíveis aos seus excessos e suas deficiências. Ouvimos
falar, por exemplo, que devemos comer alimentos leves e frescos no verão e mais quentes
no inverno.

Como equilibrar as emoções no olhar da Medicina Chinesa


A Medicina Chinesa tem como visão básica os equilíbrios, inclusive das emoções que
também são ativadas ou inibidas nas mudanças de estação (um bom exemplo é o hibernar e
a melancolia do inverno, e a euforia e alegria do verão).
Para entender melhor o fluxo das emoções e estações, vamos observar o que aconteceu no
início da pandemia. De repente fomos obrigados a adiantar a hibernação, típica do inverno,
para o mês de março, ou seja, em pleno outono.
Os dias foram passando e o inverno chegou com um novo olhar. Já estávamos em casa,
restritos, ou seja, a fase de hibernar já havia passado. Estávamos mais ativos, com
infindáveis aquisições de rotinas de trabalho entrelaçadas com a rotina do lar e pessoal.
Pronto! Um caos energético começava a se instalar.
Conheço algumas pessoas que cortaram e pintaram o próprio cabelo, aprenderam coisas
novas, fizeram cursos online e foram gastando energia acumulada. Mas será que essa
energia estava mesmo acumulada? Se estávamos no inverno, fazer a reserva era função da
estação, e não o contrário.
Devíamos estar mais introspectivos, melancólicos, trabalhando apegos e desapegos. Se
você conseguiu isso, parabéns! Você invernou! Caso contrário, bem-vindo ao colapso
energético.
O isolamento social nos afastou da otina e criou uma nova realidade. Em muitas casas, as
demandas aumentaram. Ou seja, gastamos infinitamente mais energia num momento em
que devíamos fazer uma reserva.
Em seguida, a primavera! A maioria de nós chegou à estação das flores envolvida em falsas
verdades de energia para transpor frustações, raivas, insatisfações em meio a tantas mortes
por causa de um vírus.
Como florescer em meio ao caos e ainda enclausurados? Algumas pessoas nem
perceberam a presença da primavera. Alguns foram reativos à flexibilização, outros
mergulharam no afrouxamento da reclusão. Além de mais agitadas, as pessoas estavam
incoerentes e desconexas. Pois bem, a segunda fase do colapso energético! Como florescer
sem reserva?
Você se preparou para o verão?
Em meio a tantas inadequações, com que energia enfrentaremos a estação mais quente do
ano?
Em vivente canícula, quem já percebeu que estamos mais cansados nos nossos afazeres?
Alguns com menos paciência, com mais sensação de calor, com mais reatividade, mais
inconsequentes… num borbulhar de alegria vulcânica.
A realidade é que estamos nos preparando para os colapsos encalorados. Para alguns, o
verão está sendo mais desafiador do que nunca, sem reserva e com muita energia de
florescer.
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Conecte-se com dicas da Medicina Chinesa
A Medicina Chinesa olha cada indivíduo buscando o equilíbrio, seja no olhar do yin e yang,
seja no olhar dos cinco elementos. Quando percebemos que haverá muitas deficiências de
energia básica e, justamente por isso, mais excessos, temos mais consciência do caos.
Para vivenciar o verão com mais facilidade, buscando equilíbrio emocional e energético, siga
as orientações:
Faça alguma prática de equilíbrio energético como Acupuntura, Qi Gong, Fitoterapia entre
outros;
Faça reserva de yin no rim comendo sementes como gergelim preto, caroço de abóbora
entre outros;
Pratique exercícios físicos sem muita intensidade (que tal Yoga?)
Evite exageros na atividade sexual;
Refresque seu corpo com sucos como abacaxi com hortelã e melancia com gengibre;
Beba chás como hortelã, gengibre, goji berry e gergelim preto. Consuma morno, mesmo no
calor, pois ajuda no equilíbrio energético;
Reduza o consumo de água gelada (se puder evitar, melhor ainda), pois causa efeito
refrescante na hora, mas aumento efeito de calor por rebote. Dê preferência à água fresca.
Toda abordagem terapêutica é mais eficaz com avaliação individual de um profissional
especializado. Portanto, invista em seu equilíbrio buscando técnicas ou instrumento
terapêutico.

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