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Maduro comemora referendo; Guiana diz que


está vigilante
Presidente da Venezuela não diz qual será próximo passo; no domingo, vitória do
governo com números questionados

Por Marcos de Moura e Souza — De São Paulo


05/12/2023 05h01 · Atualizado há 10 horas
Um dia depois do controverso referendo na Venezuela sobre uma grande região
disputada com a Guiana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, deixou
novamente em aberto qual caminho pretende seguir. Se planeja uma ação de
guerra para anexar a região de Essequibo ou se seguirá fazendo barulho para
mostrar força em torno de um tema que mexe com os brios de boa parte da
população - uma pauta que pode render votos nas eleições presidenciais de 2024.

Na Guiana, o vice-presidente Bharrat Jagdeo disse que seu país tem de estar vigilante
e preparado para quaisquer eventualidades e que está coordenando suas defesas
com países aliados. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, esteve na
Guiana em meados do ano e em novembro militares americanos e guianenses
discutiram futuros exercícios e medidas para fortalecer as capacidades de ambos de
responder a “ameaças de segurança”, segundo nota da embaixada dos EUA em
Georgetown.

Leia também:

Vice-presidente da Guiana diz que país deve se


preparar “para o pior”

O julgamento de Kissinger

O resultado do referendo de domingo foi festejado pelo governo, mas questionado


pelos críticos. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), 10,5 milhões de
eleitores, um número visto como excessivamente alto num país de 28 milhões de
habitantes. Cinco perguntas foram levadas à consulta sobre se os venezuelanos
querem que a região que ocupa toda a faixa leste da Guiana seja transformada em
território venezuelano. Em todas, mais de 95% dos votos foi “sim”.
A Guiana foi palco de grandes descobertas de petróleo offshore a partir de 2015.
Desde então, a pressão da Venezuela sobre Essequibo se intensificou. Mas a história
dessa disputa é muito mais antiga, remontando a 1824, quando a primeira divisão
foi traçada.

Ontem, em um discurso no CNE, Maduro afirmou que a votação é vinculante (que


tem de ser cumprida). “Esse referendo é vinculante. Acata o mandato do povo”, disse
ele, lendo em seguida três artigos da Constituição para tentar comprovar o que dizia.
“Esse é o rumo que, como chefe de Estado, tomarei em todas as minhas ações e em
todas as nossas ações daqui para frente.” E prosseguiu, afirmando que o resultado
“fixou o início de uma nova etapa na luta por nossa Guayana Essequiba.”

Maduro não deu detalhes no que consiste a nova etapa. Mas momentos depois, no
mesmo discurso, pareceu suavizar o tom. “Agora sim vamos reivindicar com a força
de todos. Temos que seguir por essa linha, buscando consensos.”

O debate sobre a fronteira está na Corte Internacional de Haia. Ainda não há


previsão sobre quando haverá um veredito no tribunal, o que pode levar anos. A
Guiana afirma que uma arbitragem de 1899 lhe dá o direito à região de Essequibo e
a Venezuela se fia em um acordo de 1966 e não reconhece Haia como fórum
competente para a disputa.

Ontem, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que apoia uma solução pacífica
e que o tema não pode ser resolvido por um referendo. No domingo, o presidente
Lula Silva pediu que Venezuela e Guiana agissem com “bom senso”. E que o que a
América do Sul “não precisa agora é de confusão”.
Professor e analista e venezuelano, Luis Vicente Leon, da empresa de pesquisas de
opinião Datanalisis, afirma não ver risco real de que a Venezuela se meta em uma
guerra. E que esse não é um cenário que esteja preocupando empresários. Ontem,
ao Valor, reforçou esse ponto: “Iniciar uma ação militar só quando se tem uma forte
convicção de que se vai ganhar. E nesse sentido, o problema para a Venezuela
seriam os países que estariam aliados à Guiana: Reino Unido, EUA, Europa e até
mesmo o Brasil. O temor não é o conflito bélico, mas o impacto desse referendo na
política interna.”

Uma das preocupações é o quanto uma disputa histórica será explorada como arma
eleitoral ou se, sob o argumento de que as pressões estrangeiras contra a Venezuela
crescem, um estado de emergência venha a ser invocado, provocando um
adiamento das eleições do ano que vem.

A Exxon Mobil, a grande petroleira operando na Guiana, alertou ontem para o nível
de tensão que se instalou entre os dois países. “Não sei se a imprensa captou a real
intensidade da situação lá, mas nós estamos atentos”, disse da COP28, em Dubai, o
CEO da companhia, Darren Woods. (Com agências internacionais)

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