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São Paulo
27/02/2024 14h00
São Paulo, 27 - O Fórum Econômico Mundial lançou nesta terça-feira, 27, um relatório que mostra como um novo modelo de crescimento no
Cerrado poderia gerar US$ 72 bilhões por ano para a economia do Brasil até 2030, equilibrando as medidas de proteção ambiental e, ao
mesmo tempo, impulsionando a produção sustentável de alimentos, proporcionando mais empregos e turismo e explorando as indústrias
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verdes.O estudo Cerrado: Production and Protection foi realizado pela Tropical Forest Alliance, uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial,
baseado nas análises dosEntre
dados do Plano
Assine de Transformação Ecológica do Brasil, elaborado pela empresa Systemiq, parceira na elaboração
UOL
do relatório. Por meio de pesquisas abrangentes e entrevistas com especialistas brasileiros, o documento propõe várias soluções, incluindo a
agrossilvicultura e a agricultura regenerativa, que criarão condições para a produção de alimentos de forma mais sustentável, aumentando a
produtividade e gerando mais empregos.Celeiro globalConforme a pesquisa, o Cerrado é um celeiro global, responsável por 60% da
produção agrícola do Brasil e 22% das exportações globais de soja, mas recebe muito menos atenção e proteção legal do que a floresta
amazônica, o que resultou em um aumento de 43% no desmatamento no ano passado no bioma, em comparação com uma queda de 50%
na Amazônia, de acordo com dados do governo. "O desmatamento para a produção agrícola já eliminou metade da vegetação nativa do
Cerrado e, se as tendências atuais continuarem, os ecossistemas dos quais dependem os negócios de soja, gado, cana-de-açúcar e milho
no Brasil sofrerão, causando escassez de alimentos em todo o mundo e grandes prejuízos econômicos."Segundo relatório, além de ser uma
potência na produção de alimentos, o Cerrado também tem um enorme potencial para a bioenergia - energia derivada de plantas e outros
recursos naturais - e já abriga um terço das instalações de biogás do Brasil. Com a bioenergia destinada a desempenhar um papel
fundamental no futuro sistema energético global, o relatório descreve como essa indústria pode ser ampliada de forma sustentável no
Cerrado, o que poderia abrir oportunidades para o Brasil em mercados em crescimento, como o de combustível de aviação sustentável e
hidrogênio verde.Risco de desmatamentoNo entanto, pondera o estudo, há o risco de que isso possa abrir a porta para mais desmatamento
e conversão e, portanto, os investimentos devem ser acompanhados de medidas voltadas para a proteção do Cerrado. Segundo o relatório,
o novo modelo exigirá maior colaboração entre os setores público e privado e ações de todo o setor de alimentos e de outros setores,
incluindo formuladores de políticas, empresas, instituições financeiras e empresas de tecnologia.Jack Hurd, Diretor-Executivo da Tropical
Forest Alliance, afirma na nota: "O Cerrado é a maior e mais biodiversa savana do mundo e, por isso, um dos ecossistemas mais importantes
do planeta. No entanto, recebe pouca atenção e menos proteção legal do que precisa. Isso resultou em significativa degradação e uso não
sustentável da terra, o que representa uma grande ameaça à segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o mundo.""Este relatório
tem como objetivo iniciar uma discussão muito necessária entre os formuladores de políticas públicas do Brasil, o agronegócio e outros
tomadores de decisão sobre como podemos implementar um novo modelo agrícola na região - um que simultaneamente aumente a
produção, melhore a biodiversidade e os ecossistemas e proteja as comunidades indígenas e tradicionais do Cerrado", disse Hurd.Com os
olhos do mundo voltados para o Brasil, que se prepara para a COP30, o estudo mostra que o País está bem posicionado para se tornar um
líder climático, adotando uma nova abordagem equilibrada que apoie o setor agrícola, fundamental para o país e, ao mesmo tempo, proteja o
Cerrado.Segundo Patricia Ellen da Silva, sócia e chefe do escritório da Systemiq no Brasil, "com a presidência do G20 e a COP30 se
aproximando, o país tem uma oportunidade única de se posicionar como líder em ações climáticas, revolucionando a forma como a terra é
usada no Cerrado - um dos biomas mais importantes do mundo. Segundo ela, "este é um aspecto central do plano de Transformação
Ecológica do Brasil, que estabelece uma nova visão para o Cerrado - colocando-o no centro da descarbonização de algumas das maiores
indústrias do Brasil, incluindo alimentos, materiais e energia."
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