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Relatório revela que 70% do

desmatamento na Amazônia
ocorre para criação de gado
Documento da Sociedade Vegetariana
Brasileira aponta que seria possível dobrar a
oferta de alimentos sem animais

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05/06/2020 | 12h07

3 min de leitura

Parque Estadual Serra Ricardo Franco, no Mato Grosso,


sofre com desmatamento e falta de regularização
fundiária Foto: Ednilson Aguiar / Greenpeace

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sustentabilidade

Sem a necessidade de criar animais, seria


possível dobrar a quantidade de alimento
disponível para consumo. É o que revela o
relatório ‘Comendo o Planeta’, divulgado pela
Sociedade Vegetariana Brasileira. Segundo o
documento, o aumento da oferta calória seria o
suficiente para alimentar mais de 3,5 bilhões de
pessoas. E isso em terras já existentes. O
conteúdo informa, também, que quase 70% da
área desmatada na Amazônia é usada como
pasto atualmente.

Boa parte dos 30% restantes é ocupada pela


produção de ração. Para obter o conteúdo
completo do relatório, basta se cadastrar no link.
“Alteramos florestas, savanas, solos, rios,
oceanos e até a atmosfera do planeta. A cada
minuto, perdemos mais de 200 mil metros
quadrados de floresta. Nossos oceanos estão
cada vez mais ácidos. A exploração da vida
marinha ultrapassou os limites da
sustentabilidade”, observa Cynthia Schuck,
coordenadora do Departamento de Meio
Ambiente da SVB. Doutora em Biologia
Evolutiva, Economia Experimental e Etologia
Cognitiva pela Universidade de Oxford, no Reino
Unido, ela é uma das maiores especialistas do
mundo em epidemiologia, saúde pública,
cognição, ecologia, etologia, evolução e
modelagem matemática aplicada a problemas
biológicos.

Veganismo: entenda mais sobre esse estilo de


vida Em escala mundial, a produção de carnes
traz um impacto significativo sobre as terras do
planeta. Atualmente, quase 30% das áreas
terrestres são usadas como pastagem – o
equivalente ao continente africano inteiro. Além
disso, cerca de um terço dos três bilhões de
hectares de todas as terras aráveis, uma área
maior do que a Austrália, são destinados ao
cultivo de grãos para alimentar animais criados
intensivamente ou mesmo em época de engorda
para abate. Em outras palavras, usamos quase
metade das terras não cobertas por gelo no
planeta (75% das áreas agrícolas) para pastagem
ou produção de ração. O setor agropecuário é
responsável por 90% do consumo mundial de
água – e pelo menos um terço é destinado à
criação de animais. O tamanho do impacto fica
mais evidente ao considerar o uso de água em
cada processo produtivo por meio do cálculo da
pegada hídrica, que considera o volume gasto
para cada quilo de alimento produzido. Os dados
compilados mostram que até mesmo as culturas
como a laranja (1.850 litros) e o trigo (1.300
litros), que usam grandes volumes de água por
quilo produzido, utilizam apenas cerca de 10%
do volume aplicado na produção da carne bovina
- que absorve 15,4 mil litros ao longo da
produção. O tomate (210 litros), a batata (290
litros) e a banana (800 litros) são as culturas que
menos utilizam água, por cada quilo produzido.
“Ao substituir estes itens de origem animal pelas
inúmeras alternativas vegetais de valor
nutricional equivalente, você reduz o
desperdício de água e proteínas vegetais, o
desmatamento, a desertificação, a extinção de
espécies, a destruição de habitats, a emissão de
gases de efeito estufa e a poluição das águas e do
solo. Ao mesmo tempo, poupa dezenas de
animais de uma vida de sofrimento crônico”,
acrescenta a Cynthia Schuck.VEJA TAMBÉM:
Conheça personalidades que se tornaram
veganas

Conheça personalidades que se


tornaram veganas
+10

Como substituir alimentos de origem


animal?

Para que essa alternativa seja viável para a


maioria da população, a substituição de
alimentos de origem animal por alternativas
vegetais precisa ser acessível, conveniente,
atrativa e ter ampla distribuição. Consumidores,
governos e indústria podem, juntos, viabilizar
essa mudança. No Brasil, a Sociedade
Vegetariana Brasileira promove o Programa
Segunda Sem Carne, que é atualmente o maior
evento do mundo na promoção do veganismo,
distribuindo mais de 80 milhões de refeições à
base de vegetais em 2019 - um crescimento de
20% em relação ao ano anterior.

Origem da Sociedade Vegetariana


Brasileira

Fundada em 2003, a Sociedade Vegetariana


Brasileira (SVB) é uma organização sem fins
lucrativos que promove a alimentação
vegetariana como uma escolha ética, saudável,
sustentável e socialmente justa. Por meio de
campanhas, programas, convênios, eventos,
pesquisa e ativismo, a entidade realiza
conscientização sobre os benefícios do
vegetarianismo e trabalha para aumentar o
acesso da população a produtos e serviços
vegetarianos. Para mais informações, acesse o
site ou o perfil da sociedade no Instagram,
Facebook e Youtube.

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