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O segredo do cerrado
É no Centro-Oeste brasileiro que está surgindo um dos polos de pesquisa em Inteligência Artificial
(IA) mais avançados do mundo
O Ceia, vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), é fruto de um esforço hercúleo dos
professores Telma e Anderson Soares, precursores da pesquisa em IA no Brasil. Eles organizaram
redes de projetos de pesquisa público-privados, apoiados pela UFG e pela Embrapii (Empresa
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), e criaram um cenário próximo do ideal: bolsas
atrativas a pesquisadores de graduação, mestrado e doutorado, acesso a grandes volumes de
dados, que alimentam pesquisas de ponta com relevância acadêmica global, e o mais importante:
soluções inovadoras para problemas reais.
Essa receita de sucesso atraiu pesquisadores de todo o Brasil, sobretudo de fora do eixo Rio-São
Paulo. Eles podem trabalhar a partir das suas universidades de origem, apoiados pela estrutura do
Ceia. Carros autônomos, detecção de pólipos, identificação de espécie de mosquitos da dengue,
distribuição inteligente de energia elétrica, segurança pública: esses e outros problemas estão
sendo abordados não com uma IA “importada” e “tropicalizada”, mas com tecnologia nacional.
O projeto deu tão certo que na UFG nasceu a primeira graduação em inteligência artificial do país,
a chamada BIA (“Bacharelado em IA”). Uma graduação pública, que, embora tão jovem, já se
tornou o curso com a segunda menor evasão escolar da universidade, algo atípico para a área de
exatas. É sinal do interesse e engajamento que a BIA tem despertado nos futuros pesquisadores.
Alguns dos frutos desse trabalho foram exibidos no último encontro anual do Ceia. Quase 500
pesquisadores, da graduação ao pós-doutorado, empolgadíssimos com o futuro do Brasil e da
tecnologia. Jovens cientistas, representantes do melhor da nossa intelectualidade, falando da
possibilidade de um ChatGPT brasileiro, um Stable Diffusion brasileiro (modelo de IA que converte
instruções de texto em imagem), treinados no Brasil em hardware no estado da arte do mundo, e
em integração desse conhecimento com universidades não só de todo o país, como de todo o
mundo.
O Brasil precisa aprender mais com sua própria história. O Centro-Oeste, ao menos, parece estar
aprendendo. Na década de 1970, o governo federal criou a Embrapa, a qual permitiu ao Brasil se
tornar uma grande potência agrícola. A Embrapa viabilizou o cultivo de soja no Centro-Oeste, a
mesma soja que hoje faz a riqueza da região.
A trajetória do Ceia tem se mostrado mais um exemplo bem-sucedido dessa fórmula. Se o futuro é
a inteligência artificial, quem sabe o trabalho de excelência daqueles alunos e pesquisadores
goianos não dará ao Brasil mais uma indústria para chamar de sua?
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