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1.1.

A 1ª GUERRA MUNDIAL- A RUTURA NO


PANORAMA POLÍTICO EUROPEU E MUNDIAL
1.1.1. As causas e intervenientes no conflito
Potências europeias mais industrializadas nas ú ltimas décadas do sec. XIX- Reino
Unido, França e Alemanha que rivalizavam entre si para expandir a sua presença na
Á frica e na Á sia.
A exaltaçã o nacionalista estava presente nas reivindicaçõ es das principais
potências europeias nas vésperas da I Guerra Mundial:
 a França pretendia recuperar a Alsá cia-Lorena, perdida para a Alemanha;
 a Alemanha (unificada em 1871) ansiava a uma maior influência na Europa
(pangermanismo), enfraquecendo a França e a Rú ssia; apoiava a Á ustria-
Hungria contra a Sérvia.
 A Itália reclamava os territó rios da Ístria e da Dalmá cia, que nã o tinham
sido integrados aquando a unificaçã o italiana, empreendida no século XIX, e
continuavam sob domínio austro-hú ngaro.
 a Áustria-Hungria integrava, no seu império, territó rios da península
Balcâ nica (balcã s), com diversos povos e nacionalidades, domínio reforçado
em 1908, com a anexaçã o da Bó snia-Herzegovina, o que agravou a
rivalidade com o reino da Sérvia, que reivindicava o domínio dessa regiã o
dos Balcã s, identificada com o nacionalismo eslavo (pan-eslavismo).
 a Sérvia pretendia constituir nos Balcã s um grande Estado que englobasse
os povos eslavos do sul. Esta regiã o tornou-se um “barril de pó lvora”,
disputado pela Sérvia, Á ustria e Rú ssia.
 a Rússia, derrotada, em 1905, pelo Japã o na sua intervençã o expansionista
para o Extremo Oriente, voltava-se para os Balcã s, onde pretendia afirmar a
sua influência, face ao império Austro-hú ngaro e ao Império Otomano.
As rivalidades geopolíticas conduziram o continente europeu a um sistema de alianças
militares:
Tríplice Aliança Tríplice Entente
 Constituída pelo Império Alemã o, Império Austro-  Uniu a França, Rú ssia e Reino
Hú ngaro e Reino da Itá lia. Unido, numa aliança de forças que
 No decurso do conflito, assistiu-se ao afastamento da integrou outros países, incluindo
Itá lia e ao alinhamento do Império Otomano e da os Estados Unidos da América.
Bulgá ria. Ficou associado aos “Impérios Centrais” durante Ficou associado aos “Aliados” no
a guerra. decurso do conflito.
Estas alianças originaram uma nova realidade geopolítica, que colocou em
confronto dois campos militares.
Foi no contexto das tensõ es político-militares que, a 28 de junho de 1914, o
herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Fernando, foi assassinado em
Sarajevo, capital da Bó snia-Herzegovina, por um estudante nacionalista sérvio.
Este acontecimento pôs em marcha o sistema de alianças e deu origem à
Primeira Guerra Mundial.
A I Guerra Mundial constituiu, pelas suas características singulares, uma rutura
na histó ria dos conflitos europeus e mundiais, em três aspetos fundamentais:
1.DURAÇÃ O 2.EXTENSÃ O GEOGRÁ FICA 3.MEIOS ENVOLVIDOS
√Mais de √Quatro frentes na Europa √Mobilização massiva de combatentes
quatro anos √Combates em África, no Mediterrâneo, √Utilização de armas com maior capacidade
ininterruptos Atlântico e Pacífico destrutiva (metralhadoras, gás, carros de
de guerra √Envolvimento de países como a China e o combate e aviões)
Brasil, para além dos Estados Unidos √Combates em terra, no mar e no ar.

1.2. AS MUDANÇAS GEOPOLÍTICAS RESULTANTES


DA GUERRA
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) terminou com a vitória dos Aliados
e a derrota das Potências Centrais. O armistício assinado entre a França e a
Alemanha, a 11 de novembro de 1918, pô s fim as hostilidades.
As negociaçõ es das condiçõ es do armistício e da paz contaram com a mediaçã o do
presidente americano Woodrow Wilson. Em janeiro de 1919 iniciou-se a Conferência
de Paz, em Paris, com a presença dos Quatro Grandes, com os seguintes objetivos:
 REGULAMENTAR A PAZ: através de diversos tratados com os países vencidos
 REORGANIZAR O NOVO MAPA POLÍTICO: os Impérios Centrais foram
derrotados e da sua recomposiçã o resultaram países independentes, pelo que
era necessá rio definir novas fronteiras.
 DEFINIR AS INDEMNIZAÇÕES DE GUERRA: as perdas materiais e humanas
foram incalculáveis, pelo que a questã o das indemnizaçõ es se tornou central:
(Quem pagaria? Como reconstruir?)

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