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Café literário

Ao dia do juízo
O alegre do dia entristecido,
O silêncio da noite perturbado
O resplendor do sol todo eclipsado,
E o luzente da lua desmentido!

Rompa todo o criado em um gemido,


Que é de ti mundo? onde tens parado?
Se tudo neste instante está acabado,
Tanto importa o não ser, como haver sido.

Soa a trombeta da maior altura,


A que a vivos, e mortos traz o aviso
Da desventura de uns, d’outros ventura.
Acabe o mundo, porque é já preciso,
Erga-se o morto, deixe a sepultura,
Porque é chegado o dia do juízo
Analise
Nesse poema “Ao dia do juízo”, a morte é ligada a ideia religiosa de juízo
final. O Barroco sofreu influência da contrarreforma, e por isso é possível
ver temas que nos mostram o conflito entre Fé e Razão, Céu e a Terra,
Vida e a Morte (Antítese). Além disso, a poesia barroca tem por
característica o cultismo que se define pela presença de expressões
extravagantes, jogos de palavras, hipérboles, contrastes, paradoxos e esta
é a forma como o tema da morte é abordado no poema. A ideia de fim do
mundo é explicitada numa menção ao Apocalipse. A presença da morte no
poema refere-se a um julgamento aos que foram desobedientes a Deus, e
que por isso mesmo já estão mortos. Gregório de Matos Guerra nasceu
em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE) e é um dos principais nomes da
poesia barroca.
Poema em inglês
To the day of judgment
The joy of the saddned day,
The silence of the night disturbed
The radiance of the sun all eclipsed,
And the glowing of moon belied!

Break the all servant in a moan,


What is of you, world? where have stopped?
If everything is over right now,
The non-being is as important as having been.

Sounds the highest trumpet,


The one that the living, and the dead brings the warning
Of the misfortune of some, of the other venture.
End the world, because it's already needed,
Rise the dead, leave the grave,
because the day of judgment has arrived
Poema em latim
Dies iudicium
Hilari diei contristatus
Silentium nocte quem ad turbine
Clāritātis solis totus ērādit,
Et lūceō luna refēceris!

Frange totum mundus in gemitu,


Quid est mundus? ubi cessasti?
Si omnes temporis absolvēbāre
Tam citantur haud sum, quid agis es.

Sonos tubae maximum summus


Vivos et mortuos, adducere monuerit
Cāsūs ūnī, fortūnārum aliī.

Finīs mundus, quoniam nunc est āctus


Surrexit mortuus, absistam sepulchrum
Quia pervenit dies irae

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