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BACHAREL EM JORNALISMO
CUIABÁ
2023
CAMILLY DA SILVA SOUZA
CUIABÁ
2023
Este presente trabalho possui como finalidade escrever uma resenha do artigo
“A mensagem fotográfica”, de Roland Barthes, 1961, juntamente com uma
análise fotográfica de escolha pessoal.
O artigo “A mensagem fotográfica”, escrito por Roland Barthes, publicado
no ano de 1961, constrói uma dissertação reflexiva do papel da fotografia como
mensagem denotativa e conotativa, explorando, em sua análise pessoal, não só o
valor da essência fotográfica, mas também as diversas interpretações individuais da
mesma.
O ensaio inicia seus argumentos definindo que os retratos de imprensa são
informações repletas de compreensões únicas, ou seja, eles são discutidos, refletidos
e difundidos por fontes emissoras, canais de transmissão e meios receptores.
Ademais, é ressaltado a importância de não interpretar a estrutura fotográfica isolada,
pois mesmo sendo configurações de mensagens paralelas e heterogêneas, a imagem
comunica-se com o corpo do texto. Sendo assim, a linguagem verbal e não verbal
mantém um diálogo próprio, uma vez que ambas possuem o objetivo de informar,
apesar de serem assimiladas de modos divergentes.
Além disso, Roland Barthes desenvolve a noção do senso comum em
conceituar a fotografia como uma representação literal da cena ou objeto, sem a
necessidade de um código verbal para transmitir a informação. Outrossim, ela é
revelada para o público mediante a duas mensagens, sendo essas o sentido
denotativo e o conotativo. A primeira descreve o próprio concretismo, real e objetivo,
da realidade, sem interferência de interpretações adicionais, a segunda, porém,
refere-se ao significado aditivo à imagem.
No entanto, há uma suposição de que uma fotografia, mesmo jornalística e
enviada para a imprensa, pode conter informações implícitas porque é feita,
selecionada e enquadrada de acordo com normas profissionais, estéticas ou
ideológicas. O paradoxo fotográfico reside na coexistência destes dois tipos de
informação, uma sem código e outra com código. Essa contradição estrutural também
levanta questões éticas, pois a fotografia pode ser considerada objetiva e, ao mesmo
tempo, possibilitar o estudo de valores culturais.
Ao longo de todo o trabalho observa-se a simbologia da fotografia a partir
de várias técnicas profissionais, como quando se articula a diferentes níveis da
produção fotográfica e como se processa antes da divulgação. A esses métodos,
acrescenta-se, ainda, o elemento verbal, este desenvolve função complexa quando
atribuída a uma imagem, pois pode parasitar o elemento visual, atribuindo a ele
significados secundários.
Em síntese, "A mensagem fotográfica" busca refletir sobre a leitura dos
retratos, sobretudo sobre suas interpretações conotativas e de como essa
descodificação é histórica e depende do conhecimento do leitor. Os códigos
conotativos são mais históricos do que significados, pois permitem entender como a
sociedade usa a fotografia para se apaziguar e demonstram as funções profundas
dessa empreitada.
O hasteamento da bandeira soviética no prédio de Reichstag em Berlim,
maio de 1945