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O método dos dois wattímetros se baseia na medição das potências ativa e reativa em

um sistema trifásico. Para provar matematicamente, começamos com as fórmulas de


potência ativa (P) e reativa (Q) em uma fase:

P=VIcos⁡(ϕ)P=VIcos(ϕ)

Q=VIsin⁡(ϕ)Q=VIsin(ϕ)

onde:

• PP é a potência ativa,

• QQ é a potência reativa,

• VV é a tensão da fase,

• II é a corrente da fase,

• ϕϕ é o ângulo de defasagem entre tensão e corrente.

No sistema trifásico, usamos três fases, e a potência total (S) é a soma vetorial das
potências em cada fase:

S=P+jQS=P+jQ

onde:

• SS é a potência total,

• jj é a unidade imaginária.

Agora, podemos expressar PP e QQ em termos de tensões e correntes de fase:

S=∑i=13VIcos⁡(ϕ)+jVIsin⁡(ϕ)S=∑i=13VIcos(ϕ)+jVIsin(ϕ)

Usando a relação trigonométrica cos⁡(ϕ)+jsin⁡(ϕ)=ejϕcos(ϕ)+jsin(ϕ)=ejϕ ,


podemos reescrever a equação como:

S=∑i=13VIejϕS=∑i=13VIejϕ

Agora, aplicamos a Lei de Kirchhoff das Tensões para as fases:

∑i=13Viejϕi=0∑i=13Viejϕi=0
onde:

• ViVi é a tensão da fase ii,

• ϕiϕi é o ângulo de defasagem da fase ii.

Substituindo esta relação na equação da potência total, obtemos:

S=∑i=13IiejϕiViejϕiS=∑i=13IiejϕiViejϕi

Aqui, os termos IiejϕiIiejϕi representam as correntes de fase. Agora, introduzimos os


wattímetros (W1W1 e W2W2), que medem a potência ativa nas fases a−b−ca−b−c
e b−c−ab−c−a , respectivamente:

W1=VaIacos⁡(ϕa)+VbIbcos⁡(ϕb)+VcIccos⁡(ϕc)W1=VaIacos(ϕa)+Vb
Ibcos(ϕb)+VcIccos(ϕc)

W2=VbIbcos⁡(ϕb)+VcIccos⁡(ϕc)+VaIacos⁡(ϕa)W2=VbIbcos(ϕb)+Vc
Iccos(ϕc)+VaIacos(ϕa)

A soma das potências ativas medidas pelos dois wattímetros (W1+W2W1+W2)


elimina as potências reativas, resultando em:

W1+W2=∑i=13VIcos⁡(ϕ)W1+W2=∑i=13VIcos(ϕ)

Isso mostra que a soma das leituras dos dois wattímetros fornece a potência ativa total
sem a contribuição das potências reativas. Essa é a base matemática do método dos dois
wattímetros.

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