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NO PAÍS DOS RATINHOS

Chamava-se Basílio Queijoprato Rato.

Era o cozinheiro da corte Ratal, que era a nação soberana, o território régio, a monarquia áurea,
o reino...dos ratos.

Bem, claro que esse reino estava dentro de um outro reino, imensamente maior e gigantesco —
gigantesco mesmo! — que era o feudo dos homens.

Homens e ratos não se dão bem, mas, naquele feudo havia muito espaço; os ratos evitam
perambular pelas casas dos humanos — a não ser algum aventureiro, em busca de perigos como
tentar domar gatos pelos bigodes, descobrir novos sabores de restos de banquetes, ou mesmo
conferir se a lua era mesmo um grande queijo Roquefort, em cuja face algum corajoso chegara e
deixara desenhada a imagem de São Jorge! Mas, de maneira geral, aqueles ratos evitavam os
humanos, e estes deixavam os ratos em paz.

Na verdade, se querem saber, esses ratos eram diferentes. Ordeiros, organizados, com uma
dose de educação até mesmo filosófica, vejam vocês (Saibam que entre eles eram famosas as
obras filosóficas de Ratistóteles e Ratlão. Tinham até um santo filósofo: São Ratomás de
Aqueijo!

Eram também mais limpinhos que os demais (alguns até demais). Vocês duvidam? Pois vejam
esta:

Certo dia, Alfredo Cheiroverde Rato — que era dono da floricultura do reino — entrou em uma
briga feia com Rivaldo Pedigrão Rato sobre a quantidade mínima de banhos diários que um rato
deveria tomar por dia. O velho Alfredo não havia se impacientado com o rude Rivaldo nem com
a opinião contrária — de que só era necessário um banho a cada dois dias — nem quando este o
chamou de exagerado. Mas quando o folgado (e desavisado) Rivaldo, diante da força dos
argumentos de Alfredo, não tendo mais como rebater, disse que este, além de exagerado,
apesar de tantos perfumes de flores, cheirava como um camundongo!!!!!!! — aahh!!!! Ai o
Alfredo perdeu a compostura! Fedorento era ruim demais, mas dava pra aceitar, mas...
camundongo!!! Pra encurtar a estória, se Nuno Nozmoscada Rato, João Bolotavelã Rato e Tomas
Alfava Rato não tivessem se metido entre os dois, a coisa teria sido bem feia! Mas, ao fim das
contas, em parte por causa do temperamento de Alfredo

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