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RECURSOS

no 39º EXAME

TUDO O QUE VOCÊ


PRECISA SABER
RECURSOS
no 39º EXAME

Olá querido aluno (a)!

Se você está buscando explicações sobre o Recurso


contra as questões da 1ª fase do Exame 39 da OAB é
pelo fato de não ter atingido pelas suas contas os 40
pontos necessários para fazer a 2ª fase do Exame.
Profº. Marco Antonio
Nós entendemos que é um momento delicado, de muita @profmarcoantonio
ansiedade e dúvidas, portanto, estamos aqui para te
auxiliar neste pequeno obstáculo, para juntos
passarmos por ele. Não desanime, pode ser que você Profº. Darlan Barroso
@darlanbarroso
ainda tenha chances de aprovação.

Antes de qualquer coisa, caso você ainda não nos conheça, somos os Professores Marco Antonio e
Darlan Barroso e trabalhamos com Exame de Ordem há mais de 20 anos. Sempre buscamos de
forma ética e transparente auxiliar pessoas a passar pela jornada em busca de aprovação no
Exame de Ordem.

Se você ainda não nos acompanha nas redes sociais, basta clicar em nossas fotos acima que você
será remetido ao nosso Instagram.

Sem enrolação, vamos para as principais dúvidas sobre recursos:

1)A OAB/FGV pode anular de ofício as questões? Quando isso ocorre?


Sim, a própria banca poderá fazer a anulação de ofício. Não existe prazo para isso. Normalmente,
costuma ocorrer logo após a prova de primeira fase e antes do resultado preliminar.

2) Quais os efeitos da anulação de questão na 1ª fase OAB?


Anulada uma questão, a pontuação é atribuída a todos os
candidatos. Evidentemente, quem havia acertado a questão e já
incluído o ponto na contagem não terá a atribuição em dobro.

A anulação não prejudica candidatos, apenas beneficia com a


atribuição da pontuação a todos que erraram a referida questão.

E-book Recursos - 1ª fase 39 EOAB MeuCurso | 39º OAB


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3)A OAB/FGV poderá alterar o gabarito?


Sim. O Edital prevê no item 5.2.2. que, até a publicação do resultado preliminar (o que ocorrerá em
05/12/2023), o gabarito pode sofrer alteração (nesse caso, poderá haver prejuízo para quem tiver
contabilizado eventual acerto).

5.2.2. O gabarito preliminar da prova objetiva poderá sofrer alteração até a divulgação do resultado
preliminar, em face de erro material em alternativa apontada como a correta para quaisquer das
questões integrantes da prova. Ocorrendo esta hipótese, por se tratar de mero erro material, a
correção das provas se dará com base no gabarito republicado, o qual deve ser considerado pelos
examinandos para todos os efeitos de aferição de seus resultados, não sendo hipótese de atribuição
de ponto ou anulação de questão.

4) qual o prazo para interposição de recursos?


O prazo para interposição de recursos contra o GABARITO PRELIMINAR terá início no dia
20/11/2023 e terminará no dia 24/11/2023, conforme item 5.3. do edital:

5.3. O examinando que desejar interpor recurso contra o gabarito preliminar da prova objetiva poderá
fazê-lo, das 12h do dia 20 de novembro de 2023 às 12h do dia 24 de novembro de 2023, observado o
horário oficial de Brasília/DF.

5) quando será publicado o resultado dos recursos contra o gabarito


preliminar?
A divulgação do gabarito definitivo da 1ª fase e resposta aos recursos ocorrerá no dia 05 de
dezembro de 2023, após essa publicação, no dia 08 de dezembro de 2023, inicia o prazo de
recurso contra o resultado preliminar diante de erro material, conforme item 5.3.1. do edital:

5.3.1. O examinando que desejar interpor recurso contra o resultado preliminar da prova objetiva, em
caso de erro material no somatório final da nota, poderá fazê-lo das 12h do dia 08 de dezembro de
2023 às 12h do dia 10 de dezembro de 2023, observado o horário oficial de Brasília/DF.

6) A banca costuma anular questÕes?

A banca possui um histórico interessante de questões anuladas, algumas vezes com anulações de
ofício, outras após os recursos, e também já tivemos exames que não anularam nenhuma.

Preparamos uma tabela com a indicação de número de questões anuladas:

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EXAME 38 3 questões EXAME XXXI sem anulações

EXAME 37 2 questões EXAME XXX 3 questões (ofício)

EXAME 36 2 questões EXAME XXIX 2 questões (ofício)

EXAME 35 2 questões EXAME XXVIII 1 questão

EXAME XXXIV 1 questão (ofício) EXAME XXVII 1 questão

EXAME XXXIII 1 questão (ofício) EXAME XXVI sem anulações

EXAME XXXII 5 questões (ofício) EXAME XXV sem anulações

Fizemos um apanhado das últimas 14 provas para analisarmos o comportamento da banca


recentemente.

Podemos perceber que há sim uma tendência de termos questões anuladas, com uma média de 2
questões por exame.

7) quais questões são passíveis de recurso contra o gabarito preliminar do


exame 39?

O nosso time de professores analisou a prova com muito cuidado e preparou a indicação das
questões que você pode recorrer, caso você tenha errado, com uma explicação técnica que poderá
servir de base para os seus argumentos. Não se esqueça de que você deve formular o seu próprio
texto a partir das sugestões de argumento. Não faça o famoso "ctrl+c/ctrl+v", que não é permitido
pelo edital.

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39º EXAME

4
questões
passíveis
de recursos
Outras questões em análise.

PROVAS TIPO:

1 2 3 4 PEDIDO

CONSTITUCIONAL 13 14 15 16 ANULAÇÃO

HUMANOS 18 17 18 17 ANULAÇÃO

ECA 44 43 43 44 ANULAÇÃO

PROCESSO PENAL 63 64 65 66 ANULAÇÃO

8) Devo começar a me preparar para a 2ª fase?

40 pontos ou mais – início imediato! Não vislumbramos hipóteses de questões que sofram
alteração de gabarito. Logo, quem fez 40 ou mais está apto a se preparar para a 2ª fase. Comece já
para não perder tempo. Conheça nossos cursos de 2ª fase do MEU CURSO:
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38/39 acertos – sugerimos iniciar a 2ª fase, pois existem questões para anulação. Acreditamos
que pelo menos duas questões podem ser anuladas nessa prova. Se você esperar o resultado
preliminar que sairá somente 05/12, ou ainda, o resultado final que será no dia 20/12, terá pouco
tempo para se preparar para a prova de 2ª fase, que será dia 21/01/24.

37/36/35 ou menos acertos – são difíceis (mas não impossíveis) as chances de anulação de 3 ou
mais questões nesse Exame. Sugerimos que foque sua preparação na 1ª fase do 39º Exame.
Começar agora vai fazer toda a diferença. Você terá mais tempo para se preparar e aplicar a
METODOLOGIA MEU CURSO (SABER + PRATICAR + REVISAR + APROFUNDAR), que tem ajudado
milhares de candidatos (inclusive alguns que já tinham prestado exame mais de 15 vezes) a serem
APROVADOS no Exame da OAB. Conheça nossos cursos:
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direito CONSTITUCIONAL
1 2 3 4 correspondências para
cada tipo de prova
13 14 15 16

enunciado
À luz de um caso concreto, que envolvia um cliente do escritório, dois advogados iniciaram um
debate sobre a relevância do instituto da Súmula Vinculante como instrumento de interpretação.
O primeiro advogado ressaltou que a importância destas súmulas é justificada por vincularem
todas as estruturas estatais de poder, com exceção do Supremo Tribunal Federal (STF), criando,
assim, uma estabilidade jurídica dos significados da Constituição. O segundo advogado disse que
achava que o colega estava equivocado, pois o STF também estaria vinculado ao seu
entendimento. Sobre o impasse surgido, de acordo com o sistema jurídicoconstitucional
brasileiro, assinale a afirmativa correta.
A) Os dois advogados estão equivocados, pois as súmulas vinculantes não vinculam o STF, que
as edita e revê, nem tampouco o Poder Legislativo, que possui plena autonomia para legislar,
mesmo em sentido contrário ao das súmulas vinculantes.
B) Os dois advogados estão equivocados, pois as súmulas vinculantes não vinculam o STF, que
as edita e revê, nem tampouco o Superior Tribunal de Justiça, por ser o intérprete da legislação
federal.
C) O primeiro advogado está certo e o segundo errado, pois as súmulas vinculantes, de acordo
com a Constituição, vinculam todas as estruturas estatais de poder, com exceção apenas do STF,
que zela pela adaptabilidade da Constituição à realidade.
D) O segundo advogado está certo e o primeiro equivocado, pois as súmulas vinculantes, de
acordo com a Constituição, vinculam todas as estruturas estatais de poder, sem exceção, em
razão da rigidez constitucional.

ALTERNATIVA CONSIDERADA CORRETA PELA BANCA

Alternativa correta pelo gabarito preliminar: A - “Os dois advogados estão equivocados, pois as
súmulas vinculantes não vinculam o STF, que as edita e revê, nem tampouco o Poder Legislativo,
que possui plena autonomia para legislar, mesmo em sentido contrário ao das súmulas
vinculantes”.

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razões de recurso
A questão aborda sobre os efeitos do enunciado de súmula vinculante. Segundo a Constituição
Federal, art. 103-A, caput, e a Lei 11.417/2011, art. 2º, a súmula vinculante editada pelo Supremo
Tribunal Federal vincula os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública.

A partir dessa premissa, todas as alternativas apresentadas na questão estão incorretas, a incluir a
alternativa apresentada como adequada pelo gabarito preliminar.

A alternativa do gabarito aponta que o Poder o Legislativo não está restrito ao enunciado de súmula
vinculante, mas na verdade apenas uma parte do Poder Legislativo possui autonomia.

O Poder Legislativo possui, entre outras, 3 atividades de destaque: legislativa, fiscalizadora e


administrativa. Apenas a atividade legislativa não fica limitada aos enunciados de súmula
vinculante.

A atividade fiscalizadora (contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial) e a atividade


administrativa (licitações, contratos, concursos públicos, gestão de pessoal, processo
administrativo disciplinar de servidores, etc.) do Poder Legislativo submetem-se ao regime de
súmulas vinculantes. Por exemplo, vedação ao Congresso Nacional de:

a)nomear parentes para seus cargos em comissão (súmula vinculante 13);


b)transposição de servidores para diferentes carreiras sem realizar concurso público específico
(súmula vinculante 43);
c)realizar exame psicotécnico em seus concursos públicos sem previsão em lei (súmula vinculante
44).

Assim, várias atividades exercidas pelo Poder Legislativo se submetem aos enunciados das
súmulas vinculantes.

Não há nenhuma alternativa correta para a questão, razão pela qual a questão merece ser
anulada.

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direitoS HUMANOS
1 2 3 4 correspondências para
cada tipo de prova
18 17 18 17

enunciado
Você atua, como advogado(a), em um caso em que seu cliente é um estrangeiro indocumentado
que vive no Brasil. Isso ocorreu porque ele teve de fugir às pressas do país de origem, porque
estava sendo perseguido por motivos religiosos. Ele gostaria de permanecer no Brasil e trazer a
esposa. Assim, com base no que dispõe a Lei nº 9.474/97 que trata da implementação do
Estatuto dos Refugiados no Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) A perseguição por motivos religiosos não faz parte dos tipos de perseguição abrangidos no
conceito de refugiado e, assim, ele deve regularizar sua documentação de estrangeiro ou deixar o
país.
B) A perseguição por motivos religiosos se enquadra no conceito de refugiado e ele pode pedir
refúgio no Brasil, mas o refúgio é ato personalíssimo e não se estende à sua esposa.
C) A situação condiz com a possibilidade de reconhecimento da condição de refugiado e os
efeitos dessa condição são extensivos à esposa.
D) A perseguição religiosa é motivo para que o governo brasileiro o declare refugiado e a
extensão dessa condição à esposa depende de decisão judicial e não administrativa.

ALTERNATIVA CONSIDERADA CORRETA PELA BANCA


Alternativa correta pelo gabarito preliminar: C - “A situação condiz com a possibilidade de
reconhecimento da condição de refugiado e os efeitos dessa condição são extensivos à esposa.”.

razões de recurso
A questão n. 18 da Prova 1 (BRANCA) apresenta o caso de um estrangeiro que é perseguido por
questões religiosas em seu país de origem e teve de fugir às pressas para o Brasil.

E ele quer permanecer dentro do território brasileiro e trazer a esposa.

(...)
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(...)

Se o estrangeiro, então refugiado, deseja trazer a esposa, significa que ela não se encontra em
território nacional.

Questiona-se a alternativa correta, de acordo com o Estatuto do Refugiado (Lei n. 9.474/1997).

A alternativa "C" é dada como correta pela banca FGV e traz a seguinte redação: "A situação
condiz com a possibilidade de reconhecimento da condição de refugiado e os efeitos dessa
condição são extensivos à esposa.

A alternativa "C" está ERRADA, pois o art. 2° do Estatuto do Refugiado (Lei n. 9.474/1997)
coloca a limitação da presença em território nacional do cônjuge para que os efeitos da
condição de refugiado se estenda a ele.

Senão veja: Art. 2º, Lei n. 9.474/1997: Os efeitos da condição dos refugiados serão extensivos
ao cônjuge, aos ascendentes e descendentes, assim como aos demais membros do grupo
familiar que do refugiado dependerem economicamente, desde que se encontrem em território
nacional.

Assim sendo, a alternativa CORRETA que mais se aproxima do caso concreto é a "B", pois
diante o fato apontado, a condição de refugiado será personalíssima, pois o estrangeiro se
encontra sozinho em território brasileiro.

Requer-se, portanto, a ANULAÇÃO DA QUESTÃO e não apenas a mudança do gabarito para


evitar prejuízo aos candidatos.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E
1 2 3 4
ADOLESCENTE
correspondências para
44 43 43 44 cada tipo de prova

enunciado
Eduardo adotou Bernardo, criança de dois anos, regularmente e de forma unilateral, tornando-se
seu pai. Quando Bernardo completou três anos, Eduardo, infelizmente, faleceu vítima de um
infarto. Eduardo não deixou parentes conhecidos. Maria, a mãe biológica de Bernardo, sempre se
arrependeu de têlo enviado à adoção. Sabendo do ocorrido e ciente de que não há o
restabelecimento do vínculo de poder familiar, pelo fato de ter ocorrido a morte do adotante,
Maria o procura, como advogado(a), para buscar uma solução que permita que Bernardo volte a
ser seu filho. Assinale a opção que apresenta a solução proposta.
A) A mãe biológica, infelizmente, não tem ao seu alcance qualquer medida para restabelecer o
vínculo de parentalidade com Bernardo.
B) A mãe biológica deverá se candidatar à adoção de Bernardo, da mesma forma e pelos mesmos
procedimentos que qualquer outro candidato.
C) A mãe biológica não poderá se candidatar à readoção de seu filho biológico, pois a dissolução
do vínculo familiar é perene.
D) A inexistência de parentes do adotante falecido causa a excepcional restauração do vínculo
familiar com a mãe biológica, fugindo à regra geral.

ALTERNATIVA CONSIDERADA CORRETA PELA BANCA


Alternativa correta pelo gabarito preliminar: B - "A mãe biológica deverá se candidatar à adoção
de Bernardo, da mesma forma e pelos mesmos procedimentos que qualquer outro candidato. "

razões de recurso
O art. 49 do Estatuto da Criança e Adolescente expressamente prevê que “a morte dos
adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais”, assim, considerando os dados
do enunciado, a morte de Eduardo (adotante) não restabelece o poder familiar da mãe biológica
Maria, sendo, portanto, correta também a alternativa A.

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A alternativa B indicada como correta no gabarito preliminar não tem previsão expressa no
Estatuto da Criança e Adolescente, portanto, seria interpretada com base no princípio do melhor
interesse para criança e adolescente.

Em sendo assim, a questão possui duas alternativas corretas A e B e, portanto, deve ser
anulada. Considerando a existência de 02 alternativas corretas, A e B, requer a anulação da
questão 44 (Tipo 1) / 43 (Tipo 2) / 43 (Tipo 4) / 44 (Tipo 4).

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processo penal
1 2 3 4 correspondências para
cada tipo de prova
63 64 65 66

enunciado
Adamastor, Juiz Federal em exercício na Seção Judiciária do Rio de Janeiro, vinculada ao
Tribunal Regional Federal da Segunda Região, ajuizou queixa-crime contra o advogado Bráulio,
que foi distribuída à 20ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. Nessa
queixa-crime, Adamastor imputou a prática do crime de calúnia a Bráulio, pois este teria dito em
uma entrevista, dada na cidade de Porto Alegre/RS, que Adamastor recebeu vantagem econômica
indevida para beneficiar determinada parte em sentença que prolatou. Após a citação pessoal de
Bráulio, este ofereceu resposta à acusação opondo exceção da verdade. Assinale a opção que
indica o órgão jurisdicional competente para o qual deve ser direcionado essa exceção
processual.
A) 20ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.
B) Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre/RS.
C) Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com sede no Rio de Janeiro/RJ.
D) Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

ALTERNATIVA CONSIDERADA CORRETA PELA BANCA


Alternativa correta pelo gabarito preliminar: C - "C) Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com
sede no Rio de Janeiro/RJ."

razões de recurso
A alternativa “C” dada como correta, trata-se de expressa previsão legal trazida no art. 85 do
Código de Processo Penal: “os processos por crime contra a honra, em que forem querelantes
as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da
verdade”.

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(...)

No entanto, o STJ sedimentou entendimento sobre o tema com a edição n. 130 do


Jurisprudências em Teses, no seguinte sentido: “DOS CRIMES CONTRA A HONRA (...)

5) O juízo de admissibilidade, o processamento e a instrução da exceção da verdade oposta em


face de autoridades públicas com prerrogativa de foro devem ser feitos pelo próprio juízo da ação
penal originária que, após a instrução dos autos, admitida a exceptio veritatis, deve remetê-los à
instância decorrente da prerrogativa de função para julgamento do mérito.”

Assim, conforme a lei e a jurisprudência do STJ corroborada pelo STF, quando a exceção da
verdade for oposta em face de uma autoridade pública com foro por prerrogativa de função,
somente o julgamento é afeto ao foro especial, ficando a instrução a cargo da 1ª instância.

“EMENTA: EXCEÇÃO DA VERDADE OPOSTA A DEPUTADA FEDERAL. CRIME DE CALÚNIA.


DISCIPLINA RITUAL DA “EXCEPTIO VERITATIS” NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROCESSO
PREMATURAMENTE ENCAMINHADO AO STF. DEVOLUÇÃO AO JUÍZO DE ORIGEM. EXCEÇÃO
DA VERDADE NÃO CONHECIDA. – A exceção da verdade, quando deduzida nos crimes contra a
honra que autorizam a sua oposição, deve ser admitida, processada e julgada, ordinariamente,
pelo juízo competente para apreciar a ação penal condenatória. – Tratando-se, no entanto, de
“exceptio veritatis” deduzida contra pessoa que dispõe, “ratione muneris”, de prerrogativa de
foro perante o Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, “b” e “c”), a atribuição da Suprema Corte
restringir-se-á, unicamente, ao julgamento de referida exceção, não assistindo a este Tribunal
competência para admiti-la, para processá-la ou, mesmo, para instruí-la, razão pela qual os atos
de dilação probatória pertinentes a esse procedimento incidental deverão ser promovidos na
instância ordinária competente para apreciar a causa principal (ação penal condenatória),
valendo enfatizar, por processualmente relevante, que a “fides veri” somente deverá ser
encaminhada a esta Suprema Corte quando encerrada, integral e definitivamente, perante o
órgão judiciário de inferior jurisdição, a respectiva instrução probatória. Precedentes. Doutrina.
(STF, Pet nº 7.448/RS, Relator Ministro CELSO DE MELLO, DJe 23/04/2018)” (grifo nosso)

Como o comando da questão não especifica para qual finalidade (instrução ou julgamento) a
exceção da verdade será direcionada ao órgão jurisdicional, não há alternativa correta, devendo
a questão ser anulada por ausência de informações no enunciado.

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