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Recurso no Exame de Ordem

Principais dúvidas
Questões recorríveis
Fundamentos

Prof. Darlan Barroso


@darlanbarroso

OAB 1ª FASE
Prof. Marco Antonio
@profmarcoantonio

1ª fase do 35º Exame OAB


Recurso – Exame de Ordem

Principais dúvidas 1ª Fase - OAB


1) A OAB/FGV pode anular de ofício as questões? Quando isso ocorre?
Sim, pode ocorrer anulação de ofício. A partir dessa prova, em razão da nova dinâmica do
prazo recursal, as chances de anulação de ofício são reduzidas, já que o prazo recursal
iniciou no primeiro dia após a aplicação da prova.
2) Quais os efeitos da anulação de questão na 1ª fase OAB?
Anulada uma questão, a pontuação é atribuída a todos os candidatos. Evidentemente, quem
havia acertado a questão e já incluído o ponto contagem, não terá a atribuição em dobro.
A anulação não prejudica candidatos, apenas beneficia com a atribuição da pontuação a
todos que erraram a referida questão.

3) A OAB/FGV poderá alterar o gabarito?


Sim. O Edital prevê que, até a publicação do gabarito definitivo/resultado preliminar (o que
ocorrerá em 18/07), o gabarito pode sofrer alteração (nesse caso, teoricamente, pode haver
prejuízo para quem tiver contabilizado eventual acerto).
No entanto, para o 35º Exame, não vislumbramos questão com erro de gabarito.
Portanto, não acreditamos nessa hipótese.
Recurso – Exame de Ordem
1ª Fase - OAB
Principais dúvidas

4) O recurso é interposto pelo candidato ou pelos professores?


Pela regra do Edital, apenas os candidatos é que possuem legitimidade recursal.
Você poderá obter os argumentos dos recursos, adequar para sua realidade de prova e lançar
no sistema.
Não se identifique no texto do recurso (não coloque nome).

5) Como funcionam os recursos?


O prazo recursal será de 04/07 – 12h à 07/07 – 12h ( horário de Brasília).
Será interposto na forma eletrônica (não é uma petição, mas um mero formulário) na página
da OAB/FGV.
Tem espaço de caracteres limitado.
Não deixe para a última hora.
Recurso – Exame de Ordem

Principais dúvidas 1ª Fase - OAB

6) Quem se beneficia com o provimento dos recursos?


Na primeira fase, provido o recurso para anulação de questão, todos os candidatos são
beneficiados (mesmo quem não interpôs recurso).
Lembre-se que se você já havia acertado a questão que foi anulada, ela já estava computada
para você.
Só vai computar quem errou a questão que foi anulada.

7) Pode haver falha na leitora do cartão de resposta?


Sim, poderá haver falha na leitura do cartão e eventual supressão de pontuação.
Existe recurso para isso. É o recurso contra “erro material” (que não tem relação com mérito
da questão).
O prazo vai de 19/07 a 21/07.
Nesse caso, o candidato não irá impugnar a questão e gabarito, mas, apenas, demandar a
recontagem dos pontos. O recurso contra erro material, caso provido, terá efeito apenas para
o candidato recorrente.
Recurso – Exame de Ordem

Principais dúvidas 1ª Fase - OAB


8) A OAB/FGV costuma anular questões?
Sim. No 33º Exame, foi anulada 1 questão de ofício.
No 34º Exame, também foi anulada 1 questão.

9) Devo ou não iniciar a preparação para a 2ª fase?


40 pontos ou mais – início imediato da preparação para a 2ª fase.
39/38 – sugerimos iniciar a 2ª fase, pois existem questões para anulação. 37 ou
menos – sugestão de início da preparação para a primeira fase do 36º.

10) Caso não ocorra anulação, posso pedir o crédito do valor do curso (de 2ª fase)?
Sim. No MeuCurso, com a publicação do gabarito definitivo (18/07), os candidatos não aprovados na
1ª fase poderão requerer (em até 3 dias), a geração do crédito integral do valor pago, sem aplicação de
multa, ou seja, o candidato não terá prejuízo.
O crédito poderá ser utilizado em qualquer outro curso do MeuCurso.
Para solicitar o crédito é necessário passar email para contato@meucurso.com.br.
35º Exame – OAB
1ª Fase - OAB
QUESTÕES PASSÍVEIS DE RECURSO

1 2 3 4
Disciplina Branca Verde Amarela Azul
Internacional 20 21 20 21
Thomas, inglês, e Marta, brasileira...

Consumidor 44 44 45 45
José havia comprado um notebook...

Empresarial 50 47 49 50
Pimenta Bueno Lojas de Conveniência Ltda...

Trabalho 70 71 71 75
Sheila e Irene foram admitidas...

Trabalho 74 75 73 73
Paulo Sampaio foi chamado para uma entrevista...
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
Internacional 1ª Fase - OAB

Questão 20 (Prova Branca)


A questão está de acordo com o art. 961, § 5º, CPC. No entanto, tem Provimento do CNJ que
diz que somente o divórcio simples não precisa de homologação. No caso da questão, tinha
partilha de bens. De acordo com o Provimento do CNJ, tem que homologar.

É o seguinte:

Provimento 53/2016: art. 1º, § 3º. A averbação da sentença estrangeira de divórcio


consensual, que, além da dissolução do matrimônio, envolva disposição sobre guarda de
filhos, alimentos e/ou partilha de bens – aqui denominado divórcio consensual qualificado –
dependerá de prévia homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
Consumidor 1ª Fase - OAB

Questão 44 (Prova Branca)


O problema retrata uma narrativa que envolve vício do produto (art. 18 do CDC) e o prazo
decadencial para o exercício do direito potestativo (art. 26 do CDC), em razão do notebook
que foi adquirido por Margarida, do comprador originário José, que vendeu o produto na
caixa lacrada, acompanhado da nota fiscal e do contrato de compra e venda. O enunciado
afirma que, após dez meses, o produto apresentou problemas no funcionamento e
Margarida, ao receber o bem da assistência técnica que havia sido procurada imediatamente,
foi informada do conserto referente à “placa-mãe”. Na semana seguinte, houve nova
ocorrência de mau funcionamento da máquina. Assim, Margarida ajuizou ação em face da
fabricante, buscando a devolução do produto e a restituição do valor desembolsado para a
compra, além de reparação por danos extrapatrimoniais. Em sua defesa, a ré alegou
ilegitimidade passiva, a prescrição e, subsidiariamente, a decadência. A respeito disso, o
enunciado solicitou que o candidato assinalasse a afirmativa correta.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
Consumidor 1ª Fase - OAB

Questão 44 (Prova Branca)


I) No caso concreto, equivocadamente o enunciado cumulou as alternativas previstas nos
incisos do art. 18, §1º do CDC, onde possibilita, alternativamente, à escolha do consumidor:
I) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; e II
– a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos. Conforme se denota, o enunciado cumulou a devolução do
produto e a restituição do valor, o contrário do que prevê a norma. II) Ainda, na alterativa D),
menciona apenas que deve ser afastada a decadência, uma vez que o prazo correspondente
se iniciou quando se evidenciou o defeito e, posteriormente, a partir do prazo decadencial de
garantia pelo serviço da assistência técnica e não na data da compra do produto. A
nomenclatura “defeito” é inserida de forma equivocada, pois o caso refere-se a vício do
produto e não defeito – traria interpretação a fato do produto (art. 12 do CDC) e a discussão
seria em relação ao prazo prescricional (art. 27 do CDC). III) Quanto às demais alternativas,
nenhuma se aplica às narrativas do enunciado em conformidade com o art. 18, §1º, incisos I
e II e art. 26, ambos do Código de Defesa do Consumidor.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
1ª Fase - OAB
Empresarial
Questão 50 (Prova Branca)
Enunciado: Pimenta Bueno Lojas de Conveniência Ltda está realizando ampla divulgação do seu sistema
de franquia empresarial para amealhar novas franqueadas e expandir seus negócios fora do Estado de
sua sede.
Nesse sentido, você é consultado(a), como advogado(a), sobre o contrato de franquia empresarial e os
direitos do franqueado.
Assinale a opção que apresenta, corretamente, sua resposta.
A) O franqueado tem direito a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre
associados ao direito de produção ou de distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços.
Argumento: tal alternativa está correta, porque contempla, em parte, o dispostos na Lei 13.966/2019
“Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por
meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre
associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e
também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem
caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus
empregados, ainda que durante o período de treinamento”.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
1ª Fase - OAB
Empresarial
Questão 50 (Prova Branca)
Porém, posteriormente vamos observar o seguinte:
C) O franqueado tem o direito de informação sobre as regras de concorrência territorial entre as
unidades do franqueador e as suas, sendo a divulgação destas regras essencial no sistema de
franquia.
Argumento: tal alternativa também estaria correta, pois a Lei 13.966/2019 assim dispõe: “Art.
2º Para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao interessado Circular de
Oferta de Franquia, escrita em língua portuguesa, de forma objetiva e acessível, contendo
obrigatoriamente: (...) XI – informações relativas à política de atuação territorial, devendo ser
especificado: (...) c) se há e quais são as regras de concorrência territorial entre unidades
próprias e franqueadas”.
Conclusão: Assim sendo, claro está que as duas alternativas anteriormente citadas dispõem de
informações que contemplam a previsão legal, ainda que em parte (mesmo critério adotado nas
duas alternativas), estando as duas corretas, o que implica na necessidade de anulação da
referida questão.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
1ª Fase - OAB
Trabalho
Questão 70 (Prova Branca)
A questão trata da estabilidade da gestante em contrato de experiência. Contudo, o tema tem
suscitado divergência jurisprudencial no TST a partir de 2020 e, assim, não poderia ter sido objeto
de recurso em prova de 1ª fase.
A Súmula 244, III, do TST estabelece que existe a estabilidade no contrato a termo. No Incidente de
Assunção de Competência n. 2, o TST adotou a tese de que é inaplicável ao regime de trabalho
temporário, disciplinado pela Lei n.º 6.019/74, a garantia de estabilidade provisória à empregada
gestante.
Ocorre que, no Tema 497 de Repercussão Geral, o STF adotou a tese de que a incidência da
estabilidade prevista no art. 10, inc. II, do ADCT, somente exige a anterioridade da gravidez e a
dispensa sem justa causa.
Com base nisso, a 4ª Turma do TST passou a reconhecer que, em decisão vinculante, o STF
entende ser obrigatória a existência de dispensa sem justa causa, o que não existe no contrato a
termo.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
1ª Fase - OAB
Trabalho
Questão 70 (Prova Branca)
Nesse sentido é o acórdão paradigma RR 1001175-75.2016.5.02.0032 (4ª Turma, rel. Min.
Alexandre Luiz Ramos, j. 04/08/2020). No item IV da ementa, consta expressamente que: Assim,
na hipótese de admissão mediante contrato por prazo determinado, não há direito à garantia
provisória de emprego prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do ADCT. Superação do item III da
Súmula 244 do TST pelo advento da tese do Tema 497 da repercussão geral do Supremo Tribunal
/Federal, em julgamento realizado no RE 629.053, na Sessão Plenária de 10/10/2018.
Por se tratar de questão que, a partir de 2020, passou a ter novos contornos na jurisprudência do
TST, não poderia ter sido objeto de questão na prova de múltipla escolha.
Dessa forma, a questão deve ser anulada.
Razões de Recurso – 35º Exame – OAB
1ª Fase - OAB
Trabalho
Questão 74 (Prova Branca)
A questão trata de invenção do empregado no contrato de trabalho e aponta expressamente que o
candidato teria que respondê-la “de acordo com a redação da CLT em vigor”. O gabarito é a letra B, que
remete ao art. 454 da CLT.
Contudo, Maurício Godinho Delgado ensina que o art. 454 da CLT (que tem redação de 1943) foi revogado
pela Lei n. 5.772/71 (Código de Propriedade Industrial) e, atualmente, pela Lei n. 9.279/96.
O art. 91 da Lei n. 9.279/96 trata da mesma hipótese que é regulada pelo art. 454 da CLT (propriedade de
invenção ou modelo de utilidade quando existir contribuição do empregado e recursos do empregador),
porém teve alteração em sua parte final. Com isso, não resta dúvida de que o art. 454 da CLT encontra-se
revogado.
De qualquer forma, a questão narra expressamente que o objeto do contrato de trabalho seria o
desenvolvimento de projetos de aplicativos para smartphones, dentre outras invenções. Isso significa que a
invenção é parte do contrato de trabalho do empregado, o que faz incidir o art. 88 da Lei n. 9.279/96, que
prevê que: “A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando
decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a
atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado”.

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