Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação:
É ele o rei da justiça, é ele o senhor do trovão, com ele vou subir na pedreira e na
fé da sua oração, fazer rolar todas as pedras dos inimigos ao chão, é dele o
caminho do poder, é o Deus do fogo, não teme o desafio faz acontecer, um
adorador da vida e do bem querer, mas retém o mistério de se comunicar com a
morte e de controlar as almas com isso superou o seu trauma; no sincretismo é São
Jerônimo, São Pedro e São João batista.
Kawó kabiesilé meu pai, me de licença para contar um pouco da sua história e
falar da sua linda trajetória de lutas e glorias que hoje são ricas lembranças em
nossas memórias.
Sinopse:
Sabe-se que esse grande personagem de origem Yorubá, teria sido um rei da
cidade de Oyo, trouxe diante se si uma personalidade forte e a essência do poder.
Identificado no jogo do Merindilogun pelo odun obará, ejilaxebora e representado
materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado
denominado igba xango.
Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shangô ou Xangô, como
todos os outros imolè (orixás e eborá) pode ser descrito sob dois aspectos: histórico
e divino.
Shangô no Aspecto histórico: Teria sido o terceiro Aláàfin Oyo, “Rei de Oyo”, filho
de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos Tapás, aquele que havia firmado
uma aliança com Oranian.
Shangô no Aspecto divino: Permanece filho Oranian, dinvizado, porém, tendo
Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Shangô orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e
atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Por
esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma
casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. Xangô é o
orixá do poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum. No sincretismo
é São Jerônimo, São Pedro e São João batista.
A fogueira de Xangô
A fogueira: Faz parte da festa em celebração a este orixá. São duas as fases em
que esta cerimônia é realizada. A primeira, onde é acesa a fogueira na parte
externa do barracão, onde são entoados os cânticos a este orixá, invocando-o.
A segunda fase ocorre no barracão, onde acontece o Xirê aos orixás. O Alabê
entoa os cânticos que estabelecerão a relação entre os homens e as divindades.
O ápice dessa cerimônia acontece na hora de entoar os cânticos ao deus do
fogo. O alujá, ritmo preferido de Xangô, impera.
Nas rezas, que são cantadas por todos, é saudado, no mínimo, doze qualidades
de Xangô, tais como: Airanã (personificação do fogo), Aganju, Alafin, Ajaká,
Ayrá Igbonan (dono da fogueira), Barú, Agodô, Obá Lubê, Oraniã (pai de Xangô),
Obá Alufan, Obá Oranfé, Obain (jovem), dentre outros.
A cerimônia da fogueira de Xangô só acontece no Brasil, no mês de junho, que é
dedicado a Xangô. Os sacerdotes trazidos da África, aqui escravizados,
realizavam esta cerimônia em louvor a Xangô, pedindo-lhe justiça e proteção.
Nos dias atuais, são poucos os terreiros que realizam esta cerimônia, por falta
de fundamento por parte dos sacerdotes, ou por desinteresse.
Ajerê
Ajerê: É uma panela de barro, geralmente composta de diversos furos, que
contém o Acará (mechas de algodão embebidas no dendê), que em chamas
lembram o fogo de Xangô. Esta panela é utilizada no decorrer das celebrações
de Xangô. Onde o iniciado em Xangô, quando virado no orixá (incorporado),
carrega o Ajerê na cabeça e engole o Acará (fogo).
Segundo diz o trecho de um Itã (história) foi ele quem criou o culto de Egungun,
sendo ele o único Orixá que exerce o poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da
morte, por este motivo não deve faltar nos Egbós de Ikú e Egun, o vermelho que
lhe pertence.
Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar a sua vestimenta uma espécie de
saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Terceiro setor: A diferença entre Xangô e Ayrá através de seu Itan (história), as
qualidades de Xangô, as qualidades de Ayrá e a ligação de Xangô com Oxumarê o
encarregado de levar águas do mar para o palácio de Xangô
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades, vale salientar, que muitos
seguem cegamente as ditas qualidades de xangô da Bahia, e não é bem assim, por
exemplo, Ayrá é outro orixá que não se da com Xangô, reza a lenda que Ayrá era
muito próximo de Xangô e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xangô, foi
erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso.
Uma vez Xangô percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o
limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã
e que lhe fosse feita uma festa em sua homenagem, festa essa que até hoje é
cultuada entre o povo do candomblé, que é a festa das águas de Oxalá, porém
Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e
agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção teria sido afetada, fazendo
com que Oxalufã andasse curvado e vagarosamente. Xangô então mandou que
Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Ayrá percebendo ali a sua
grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a
Oxalufã que Xangô sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança
de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas não é um
fumfum. Xangô que detesta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando
relações com ele, desde então os dois jamais devem ser cultuados juntos ou
mantidos na mesma casa.
Ayrá - Pouco se sabe sobre ele, alguns antigos costumam lhe classificar como um
caminho de Xangô, mas ele também se classifica como uma forte qualidade de
xangô, os Ayrás são mais velhos, fazem parte da família real da dinastia Ifé/Oyó,
suas contas são brancas rajadas de vermelho ou marrom, seu culto é separado.
Pois foi o Xangô que se revoltou contra Oxalá, que após essa revolta, passou a usar
o branco por de baixo, a roupa normal, de xangô por cima, seus filhos são
independentes, objetivos em suas decisões, gostam de liderar e são muito astutos,
mas, por outro lado não suportam serem contrariados e são muito explosivos;
As qualidades de Ayrá São as seguintes: Ayrá Intilè: Veste-se de branco/azul claro,
é aquele que carrega Oxalufan nas costas.
Ayrá Ibonã ou Igbonam: É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos
terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Ayrá, rito em que
Ibonã dança sempre acompanhado de Iansã, cantando e dançando sobre as brasas
escaldantes da fogueira.
Ayrá Modé: É o eterno companheiro de Oxaguiã, só veste branco e não come
dendê (só um pingo) sua conta leva segui.
Ayrá Osi ou adjaosí: Velho guerreiro, só veste de branco, é ligado diretamente a
Yemanjá.
As principais qualidades de Xangô são essas:
*Alufan: É idêntico a um Ayrá muito confundido com Oxalufan, pois se veste de
branco e suas ferramentas são prateadas.
Obá Kossó- Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de kosso nos arredores de
Oió, tornando-se seu rei. Titulo dado também a Aganju, irmão gêmeo de Xangõ
quando de sua chegada a Oió foi aclamado como rei, não se Enforcou Obá kô sô.
Obá Lubê- Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode
ser traduzido como Senhor Abastado.
Obá Irù ou Barù- Titulo dado a xangô logo após chegar ao apogeu do Império,
quando cria o culto a Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus
primordial Jacutá sobre a terra, senhor dos raios, tempestades, do sol e do fogo em
todas as suas formas. Ele acaba por destruir a capital do Reino numa crise de
cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando a terra.
Obá Ogodô- Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô
é o verbo bocejar. Então, quando esta trovejando, o que se diz é que Xangô esta
bocejando. Dai Ogodô é apenas um título de Xangô.
Olookê- Orixá dono das montanhas, em algumas lendas é um dos filhos de Oraniã,
foi casado com Yemanjá.
Organograma de desfile