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2021
ii
Dedico este trabalho aos meus pais e aos meus amigos, que sempre
acreditaram em mim.
iii
o júri
Presidente Professora Doutora Ana Maria Martins Pinhão Ramalheira
Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro
Arguente Principal Professora Doutora Helena Maria Pereira Pinto Dourado e Alvelos
Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro
iv
agradecimentos Agradeço aos meus pais, que sempre me incentivaram a seguir os meus
objetivos, e aos meus amigos, que sempre acreditaram que eu era capaz de
concluir, com sucesso, qualquer coisa a que me propusesse.
v
palavras-chave Estágio Curricular, comunicação, internacionalização, negócios internacionais,
marketing, línguas e culturas, consultoria
vi
keywords Curricular internship, communication, internationalisation, international
business, marketing, languages and cultures, consultancy
abstract This report reflects the set of activities carried out in Market Access in the context
of the curricular internship as part of the Master's Degree in Languages and
Business Relations of the University of Aveiro, as well as a Literature Review
focused on the importance of languages and cultures in the internationalisation
processes of companies/organisations.
This work focuses on three distinct chapters, namely the characterisation of the
company, the description of the activities developed during the internship, and
the literature review.
vii
Índice
Introdução .............................................................................................................................. 5
1. Contextualização Teórica...................................................................................... 25
Anexos ................................................................................................................................. 51
1
Anexo III – Modelo para preenchimento de Ficha da Empresa ....................................... 54
Anexo VI – Exemplo de email enviado no Projeto 005 para o setor Alimentar e Bebidas.
.......................................................................................................................................... 57
Anexo VII – Modelo utilizado para controlar a agenda de reuniões do Projeto 005. ...... 58
2
Índice de tabelas
Tabela 4 - Exemplo de uma chamada telefónica realizada para o Reino Unido. ................ 19
Índice de figuras
3
4
Introdução
5
desenvolvido, sendo o mesmo uma revisão de literatura acerca da relevância das línguas e
culturas nos processos de internacionalização das empresas.
Por questões de confidencialidade, os nomes das empresas com quem a Market
Access trabalha, bem como os respetivos projetos, não podem ser revelados, sendo que os
mesmos foram alterados para denominações genéricas (ex.: Empresa 1, Projeto 001, etc).
6
Capítulo I – Caracterização da empresa
1. A Market Access
7
Tabela 1 - Solução Integrada de Internacionalização da Market Access. Elaboração própria.
2. Serviços prestados
8
• Teste de produto nos mercados
internacionais;
• Estudos de Tendências de consumo;
• Identificação e caracterização de canais
de distribuição e venda nos mercados;
• Planos de Marketing Internacional;
• Planos estratégicos e de inovação;
• Identificação de modos de entrada nos
mercados;
• Índice de atratividade de mercado;
• Plano estratégico de entrada num
mercado;
• Estudos de viabilidade e atratividade de
mercado.
• Prospeção e captação de clientes em
mercados internacionais;
• Identificação de entidades para
concretização de parcerias;
• Desenvolvimento comercial de
mercado;
• Mapeamento e qualificação de leads;
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• Implementação de projetos de ativação
de marca em mercados externos;
• Apoio à negociação e suporte em
processos associados à exportação.
• Planeamento e organização de missões
comerciais/virtuais (individuais ou de
grupo) a mercados prioritários;
• Matchmaking entre produtores e
compradores e agendamento de reuniões
B2B;
• Apoio à Participação em Feiras
Missões empresariais e virtuais aos
mercados Internacionais;
• Organização de International Business
Meetings;
• Capacitação das empresas participantes
nas missões para o desenvolvimento do
discurso de venda (sales pitch) durante as
missões virtuais.
• Sessões de aconselhamento estratégico
em internacionalização;
• Workshops sobre mercados, as suas
características, oportunidades e desafios;
• Capacitação para o desenvolvimento do
discurso de venda (sales pitch) durante as
Formação e consultoria em
internacionalização reuniões B2B;
• Formação em internacionalização:
- Modos de entrada em mercados
- Logística e termos de comércio
- Técnicas comerciais nos mercados
internacionais
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- Instrumentos de apoio ao comércio
internacional na cobertura de risco
- Procurement internacional.
3. Gestão da Empresa
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4. Acolhimento aos estagiários
• Organização e planeamento;
• Trabalho em equipa:
• Compromisso e disciplina.
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Capítulo II – Atividades realizadas no decorrer do estágio
Antes de iniciar o estágio, foi-me designada a “Business Unit (BU) Public” como
foco central das minhas atividades. Esta BU engloba todas as entidades públicas
(organizações comerciais, universidades, etc.), pelo que a maioria das atividades
concretizadas se prenderam com este tipo de organizações. Dentro desta BU tive a
oportunidade de trabalhar em diversos projetos com, não só a gestora da mesma, mas
também com vários colegas e consultores, bem como com algumas colegas estagiárias.
Foi-me, também, questionado se tinha alguma área em específico onde quisesse
trabalhar, ao que respondi que me interessava a área de Marketing. Deste modo, de acordo
com as necessidades da Market Access e com as minhas preferências pessoais, tive, também
a oportunidade de realizar tarefas ligadas a outros departamentos da empresa, como o de
“Marketing & Communication”.
Para além destes departamentos, desenvolvi, também, pequenas atividades para a
“Business Unit Private” e para o departamento de “Quality & Information Systems”.
As atividades desenvolvidas no decorrer do estágio curricular obedeceram ao plano
de estágio previamente desenvolvido e aprovado por ambas as partes (Anexo I). Na Tabela
3 é possível verificar a descrição das tarefas realizadas, de acordo com a área de atuação
onde as mesmas se inseriram.
De notar que, de modo a facilitar a minha integração na empresa, bem como as
tarefas a desempenhar, foi-me criada e facultada uma conta de email institucional da MA
(Anexo II).
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• Pesquisa de webinars/formações online;
• Desenvolvimento de imagens para plataforma online;
• Criação de apresentação de mercado (Suíça).
“Business Unit Private” • Envio de newsletters por email.
• Desenvolvimento de artigos de opinião, notícias e
estudos de caso para o website da MA;
• Tradução para inglês de artigos/notícias;
• Publicação de artigos/notícias no website da MA;
“Marketing & • Manutenção do website da MA;
Communication” • Desenvolvimento de conteúdos informativos para as
redes sociais da MA;
• Publicação de conteúdos nas redes sociais da MA;
• Download e organização de CV’s de candidatos a
estágio curricular.
“Quality & Information • Apoio na realização do Projeto 007;
Systems” • Envio de newsletters.
1
Plataforma online que permite a criação e publicação de questionários/formulários
(https://www.jotform.com/).
14
No que diz respeito à elaboração de perfis das empresas, os mesmos consistem, também,
num modelo de Excel estabelecido pela MA, onde são preenchidos os campos (nome da
empresa, morada, website, email geral, número de telefone, nome da pessoa de contacto,
email da pessoa de contacto, cargo da pessoa de contacto, logótipo da empresa, atividade
principal da empresa, entre outros) de acordo com a informação facultada pelos gestores de
projeto (Anexo III).
A elaboração e/ou expansão de uma base de dados consiste num documento Excel
(modelo previamente elaborado pela MA) onde se adicionam dados sobre empresas de
possível interesse – nome da empresa, tipologia da empresa, morada, número de telefone,
email geral, website (Anexo IV). Posteriormente, e após validação por parte do gestor de
projeto, adicionam-se, também, contactos diretos de pessoas responsáveis pela empresa (ex.:
nome, email direto e/ou número de telefone/telemóvel direto do CEO). Para concretizar esta
pesquisa, utilizam-se websites específicos para o efeito (no caso, a MA recorre com
frequência ao Kompass2 e ao Apollo3), para além dos websites das próprias empresas, que
muitas vezes facultam a informação necessária.
Apesar de não possuir conhecimentos de francês e alemão, procedi à elaboração dos
formulários com recurso a dicionários online (Linguee e DeepL), sendo que os mesmos
foram posteriormente retificados por colegas fluentes nas respetivas línguas. Estes
formulários visaram facilitar a inscrição de empresas num evento a realizar.
As atividades ligadas ao Projeto 001 envolveram a procura de novas leads no Canadá,
para uma empresa portuguesa do setor de moldes. Para isto, foi necessária uma extensa
pesquisa na internet, nomeadamente com recurso a websites especializados na área, como o
Kompass e o Apollo. Adicionalmente, foi, ainda, necessário procurar contactos diretos de
responsáveis das respetivas empresas (como gerentes, gestores de projeto, etc.), o que
decorreu, também, com recurso aos websites previamente mencionados.
No que concerne o Projeto 002, estive envolvida com três empresas distintas: a
Empresa 1, a Empresa 2 e a Empresa 3. Aquilo que fiz para estas empresas foram
levantamentos de mercado, que permitissem apurar novas oportunidades no mercado-alvo,
neste caso, na Suíça. Tendo em conta que a Empresa 1 opera na área de informática e
2
Base de dados online que permite encontrar empresas por setor e/ou localização geográfica
(https://pt.kompass.com/).
3
Plataforma online que permite encontrar empresas por setor e/ou localização geográfica, bem como contactos
diretos (email, número de telefone e perfil de LinkedIn dos funcionários das empresas (https://www.apollo.io/).
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software, enquanto as Empresa 2 e 3 se enquadram na indústria dos moldes, os
levantamentos de mercado foram adaptados aos setores de atuação e necessidades das
empresas. Estes levantamentos incluíram diversos aspetos de interesse a observar, como as
tendências de cada setor na Suíça, os principais concorrentes, e as estatísticas relevantes (ex.:
número de empregados por setor/número de empresas por setor, etc.). Para isto, utilizei a
internet, mais propriamente websites institucionais suíços (ex.: Office Fédéral de la
Statistique) e alguns blogs dedicados a cada setor. Adicionalmente, para a Empresa 1
também realizei uma atividade ligada à expansão da carteira de clientes da empresa,
nomeadamente através da prospeção de leads, com recurso aos métodos supramencionados.
O Projeto 004 compreendeu um evento B2B online, realizado de 31 de maio a 4 de
junho de 2021, que permitiu às empresas portuguesas do setor de mobiliário interagir e reunir
com empresas estrangeiras da mesma indústria. Para este Projeto, criei imagens no Canva4
para incluir na plataforma online do evento (separadores para as várias páginas da plataforma
– Meetings, Participants, Chats, etc.), e desenvolvi bases de dados (de acordo com o modelo
da MA, previamente explícito) de importadores internacionais do setor de mobiliário que
pudessem ter interesse em participar no evento. Assim, as bases de dados desenvolvidas
aportaram quatro países: Finlândia, Noruega, Suécia e Polónia. Para isto, foi necessária, mais
uma vez, uma extensa pesquisa na internet, através, não só das plataformas Kompass e
Apollo, mas também do motor de pesquisa do Google. De maneira a validar a informação
encontrada no Google, prossegui à verificação da mesma no Kompass e/ou Apollo, tendo em
conta que estas plataformas são dedicadas à área dos negócios/comércio e fidedignas. Ainda
relacionado com este Projeto, desenvolvi, em conjunto com uma colega estagiária, no
Canva, uma apresentação de mercado para a Suíça, que incluiu diversos aspetos generalistas
acerca do país, como as línguas faladas, a moeda utilizada, a extensão geográfica, regras de
etiqueta empresarial, entre outros aspetos.
No que diz respeito ao Projeto 006, este consistiu na expansão da carteira de clientes da
empresa em questão (Empresa 4), para países francófonos. Posto isto, as minhas tarefas
incluíram o desenvolvimento de uma apresentação comercial, criação de um catálogo de
produtos da empresa, bem como contactos telefónicos e por email para países dos mercados-
alvo. Para desenvolver a apresentação comercial e o catálogo de produtos, recorri à
4
Plataforma online de design gráfico que permite criar conteúdos como apresentações, posts para redes
sociais, entre outros (https://www.canva.com/pro/).
16
plataforma online Canva, que é amplamente utilizada na MA, através do acesso a uma conta
profissional. Relativamente à apresentação comercial, esta aportou, de forma geral, todas as
informações mais relevantes sobre a empresa e os seus produtos. Por sua vez, o catálogo de
produtos incluiu, de forma detalhada, todos os produtos da empresa que se destacam nos
mercados francófonos. Posteriormente à conclusão da apresentação comercial (inicialmente
desenvolvida em português e seguidamente traduzida por mim para inglês, e pela gestora de
projeto para francês), iniciei os contactos com os mercados francófonos (França,
Luxemburgo, Suíça e Bélgica) via email, de modo a dar a conhecer a Empresa 4 e os seus
produtos. Após estes contactos iniciais por email, prossegui os mesmos por via telefónica,
ligando diretamente para as empresas, no caso francesas, com o mesmo propósito de
introduzir a Empresa 4. Considerando que a língua francesa não faz parte das minhas
capacidades linguísticas, apenas contactei as empresas que integram o chamado “Mercado
da Saudade”, i.e., aquelas que são fundadas e/ou geridas por portugueses e que,
consequentemente, possuem recursos humanos capazes de comunicar em português.
O Projeto 003 foi realizado pela Associação 1, com o apoio da MA, e consistiu num
evento online que permitiu a realização de várias reuniões B2B do setor alimentar e de
bebidas, entre empresas portuguesas e estrangeiras. Aqui, as minhas tarefas prenderam-se,
inicialmente, com a prospeção de leads para o Projeto, bem como dos respetivos contactos
diretos (i.e., os emails de responsáveis de cada empresa, ao invés gerais de contacto). Com
recurso ao Kompass e ao Apollo, pesquisei empresas estrangeiras com potencial para
participar no Projeto. Como tal, as minhas pesquisei envolveram 10 países: Angola, Brasil,
Dinamarca, Espanha, França, Irlanda, Luxemburgo, Reino Unido, Rússia e Suécia. Esta
atividade iniciou-se em fevereiro e prolongou-se até março. Posteriormente, em abril, com
as bases de dados de cada país consolidadas, elaborei convites para o evento do Projeto
(adaptados às línguas dos mercados-alvo), que enviei aos potenciais participantes a partir da
plataforma Mailchimp5. Estes emails apresentavam uma breve descrição do evento, e,
também, alguns elementos ilustrativos e interativos (incluindo imagens e hiperligações em
5
Plataforma online que permite a criação e envio em massa de emails (https://mailchimp.com/pt-br/).
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imagens) de modo a tornar a informação mais interessante para o recetor da mensagem
(Anexo V). Deste modo, as empresas estrangeiras tomaram conhecimento do Projeto, e
puderam inscrever-se no evento. Ainda em abril, e no seguimento dos envios de convites por
email, e considerando que a plataforma Mailchimp permite observar quem abre os emails
enviados, realizei chamadas por telefone (com recurso a contas da empresa no Skype) para
as empresas que demonstraram interesse no Projeto 003, ou seja, aquelas que abriram o email
mais vezes. Isto significa que necessitei de organizar, através de um ficheiro Excel, os
contactos das empresas que mais abriram o email enviado, de modo a prosseguir com os
contactos telefónicos. Assim, realizei chamadas para Angola, Brasil, Dinamarca, Irlanda,
Reino Unido e Suécia. Nestas chamadas, realizadas maioritariamente em inglês,
apresentava-me e pedia para falar com alguém responsável, que me pudesse indicar se teria,
ou não, interesse em participar no evento (Tabela 4). No caso de não estar nenhum
responsável disponível para falar no momento, solicitava um endereço de email para
(re)enviar o convite, ou ligava noutra ocasião mais oportuna. Esta atividade, juntamente com
o envio de convites por email, prolongou-se até maio, aproximadamente até à data do evento
(24 a 28 de maio de 2021).
Na semana do Projeto, tive a responsabilidade de auxiliar a gerente de projeto com
os contactos para as empresas internacionais no evento. Uma semana antes, enviei emails
aos participantes a relembrar as datas do evento, bem como as reuniões que tinham marcadas
e/ou por confirmar. Estive, também, disponível para facultar ajuda técnica, uma vez que o
evento decorreu numa plataforma online, específica para o mesmo. Para além disto, estive a
monitorizar as entradas virtuais no evento, verificando se ambas as partes estavam
devidamente conectadas nas respetivas reuniões, inserindo num documento Excel estas
informações, bem como algum problema que acontecesse (por exemplo, algumas reuniões
foram realizadas por telefone devido a problemas técnicos e/ou constrangimentos pessoais,
pelo que necessitei de adicionar essa informação no nosso registo em Excel).
Findo o evento, tive, ainda, a oportunidade de auxiliar na elaboração do relatório final
do Projeto, a ser entregue ao cliente, neste caso, à Associação 1. Este relatório é elaborado
pelo gestor de projeto, com recurso ao Canva, e consiste num sumário de todo o trabalho
desenvolvido para o Projeto. Neste sentido, estive encarregue de tirar print screens a algumas
substâncias necessárias para a consolidação do relatório, como o ecrã de login da plataforma
online dedicada ao evento, homepage da mesma, bem como o catálogo de empresas
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portuguesas participantes, importadores estrangeiros participantes, e os respetivos setores
comerciais abrangidos.
Thank you.
Sure, can you give me an email address, Yes, it’s
please? person@company.com
Of course, I will call again on another
Respostas You’re welcome. Bye.
time. Thank you for your time.
Perfect. So I’m calling from Association I’m sorry, but I’m not
1, we’re a Portuguese organization. We interested. Thank you for
are hosting the Project 003, which is a calling. Bye.
19
virtual event from the food and
beverage sector that allows companies
I’m interested. Can you send
to get to know out Portuguese products
me the link to
and companies. If you’d like to
person@company.com?
participate, I can email you the
registration link.
Justificação da Okay, may I ask you why you’re not It’s not a good moment for
resposta interested? us.
Of course. I will send you an email right
away. Thank you very much for your
Encerramento
time. Thank you. Bye.
da conversa
Sure, I understand that. Thank you for
your time.
• Projeto 005
O Projeto 005 consistiu num evento online, organizado pela Associação 2, com o
intuito de reunir importadores de vários setores e geografias de modo a impulsionar os
projetos de internacionalização das empresas portuguesas envolvidas. Este evento, que
decorreu de 14 a 18 de junho de 2021, permitiu aos participantes (nacionais e estrangeiros)
trocarem mensagens e agendarem reuniões B2B na plataforma dedicada ao Projeto.
Assim, as minhas tarefas iniciais relacionadas com este Projeto envolveram a
organização de bases de dados de cinco setores distintos – Casa e Decoração, Alimentação
e Bebidas, Vinhos e Espirituosas, Materiais de Construção e Estruturas Metálicas – bem
como a elaboração e envio de convites em formato email para o respetivo evento. Para
organizar as bases de dados, necessitei de criar um novo separador nos respetivos ficheiros
Excel, para onde copiava o nome das empresas, nome das pessoas de contacto nas empresas,
e os seus respetivos endereços de email (ou, no caso de estes não existirem, utilizava os
emails gerais das empresas). O conteúdo dos convites por email para o evento era sucinto,
de modo a cativar mais o recetor (Anexo VI). Para proceder aos envios dos respetivos
convites, e tendo em conta que se tratavam de milhares de emails, necessitei de recorrer a
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várias ferramentas especializadas na matéria – no caso, Mailchimp, Sendinblue6, Omnisend7
e Mail Merge da Google8. Estes envios de convites prolongaram-se durante cerca de 2 meses
(uma vez que as ferramentas previamente enumeradas contêm limitações de envios diários),
e abrangeram os seguintes países: Estados Unidos da América, Suíça, Polónia, Suécia,
França, Reino Unido, Luxemburgo, Países Baixos, Dinamarca, Canadá, Bélgica, Alemanha,
Albânia, Áustria, Bielorrússia, Bósnia, Bulgária, Chipre, Andorra, República Checa,
Estónia, Finlândia, Grécia, Itália, Noruega, Brasil, Angola, Irlanda, Rússia, Espanha,
Colômbia, Hungria, Islândia, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Malta, Moldávia,
Montenegro, Macedónia do Norte, San Marino, Sérvia, Eslováquia, Eslovénia, Turquia e
Ucrânia. De forma a garantir uma melhor resposta, os convites foram adaptados a quatro
línguas: português, francês, inglês e castelhano.
Nas duas semanas anteriores à data de início do evento, fiquei responsável por seguir
alguns importadores registados. Isto significa que tive que monitorizar os seus agendamentos
de reuniões na plataforma dedicada ao evento, de modo que as mesmas decorressem sem
problemas. Esta tarefa consistiu no envio de emails, chamadas telefónicas e mensagens por
WhatsApp para os importadores internacionais, relembrando-os de que tinham pedidos de
reuniões pendentes, bem como das datas e horas das reuniões que tinham confirmadas. Tanto
a redação de emails, bem como as chamadas telefónicas e as mensagens por WhatsApp foram
efetuadas em inglês, português e castelhano, considerando que estava responsável por
contactos nos Emirados Árabes Unidos, Sérvia, Kuwait, Qatar, Geórgia, Montenegro,
Croácia, Brasil, Argentina, Nicarágua, Colômbia, República Dominicana e Uruguai.
Na semana do evento, estive a enviar lembretes (por email e WhatsApp) das reuniões
aos contactos que monitorizei, lembrando-os, no dia anterior, e com 30 minutos de
antecedência no próprio dia, de que iriam ter uma reunião com determinada pessoa, de
determinada empresa. Para este feito, criei uma agenda num ficheiro Excel, com todas as
reuniões organizadas por ordem cronológica para cada dia do evento (Anexo VII). Estive,
também, disponível para facultar assistência técnica, caso algum importador internacional
tivesse dificuldades em aceder à plataforma do evento, às reuniões, estivesse atrasado, etc.
Verifiquei, ainda, se as duas partes envolvidas em cada reunião (empresa portuguesa e
6
Plataforma online que permite a criação e envio em massa de emails (https://pt.sendinblue.com/).
7
Plataforma online que permite a criação e envio em massa de emails (https://www.omnisend.com/).
8
Ferramenta da Google que permite enviar emails em massa através de uma conta Google (Gmail).
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importador internacional) conseguiam conectar-se, com sucesso, às respetivas reuniões,
introduzindo, posteriormente, essa informação na agenda em Excel.
Devido ao sucesso do evento, o mesmo foi prolongado por mais uma semana (de 21
a 25 de junho de 2021), expandindo a possibilidade de as empresas participantes agendarem
reuniões B2B, sendo que as tarefas desempenhadas nesta semana permaneceram inalteradas
em relação à semana anterior.
9
Canada-European Union Comprehensive Economic and Trade Agreement.
22
um estudo sobre o setor agroalimentar da região do Magrebe, promovido pela Associação 1
e desenvolvido pela MA. Todos os textos que redigi foram revistos pela gestora do
departamento e sofreram pequenas alterações por parte da mesma. O artigo acerca da
parceria comercial entre a União Europeia e Índia, bem como o das tendências no setor
vitivinícola foram traduzidos por mim para a língua inglesa.
Após a conclusão dos textos, fui responsável pela publicação dos artigos sobre o
acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá (intitulado “Acordo CETA fomenta
exportações entre a UE e o Canadá”) as novas tendências no setor vitivinícola (intitulado
“Novas tendências na internacionalização do sector vitivinícola”), e a parceria comercial
entre União Europeia e a Índia (intitulado “UE e Índia estreitam relações comerciais”).
No que concerne à manutenção do website da MA, esta prendeu-se com uma tarefa
pontual que consistiu na modificação das fotos dos colaboradores da empresa (removendo o
fundo das fotos), e consequente re-upload das mesmas para o website.
Sendo as redes sociais uma das formas mais eficazes e recorrentes de Marketing nos
dias que correm, a MA tem especial atenção às suas contas de Facebook e LinkedIn. Tendo
em conta os diferentes públicos-alvo das duas redes sociais, a MA orienta os seus conteúdos
de Facebook para o público português, e os de LinkedIn para o público estrangeiro. Deste
modo, os conteúdos do Facebook são elaborados em português, enquanto os do LinkedIn
são elaborados em inglês. Posto isto, algumas das minhas tarefas neste departamento
passaram pela elaboração e publicação de conteúdos para estas redes sociais. A gestora da
BU apresentava-me temas a abordar, eu pesquisava-os na internet e elaborava conteúdos na
plataforma online Canva. Alguns dos temas abordados incluíram os diferentes modos de
entrada em mercados internacionais, os principais produtos importados pelo Brasil (Anexo
VIII), as vantagens de um estudo de mercado, entre outros. Adicionalmente, os conteúdos
de redes sociais por mim desenvolvidos e publicados também abrangeram a difusão de
artigos previamente publicados no website da MA, bem como testemunhos de clientes da
empresa.
O download e organização de Currículos Vitae (CVs) esteve relacionado com uma
parceria que a MA tem com a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). Esta
tarefa prendeu-se na recolha (através de download no website da FEP) dos CVs dos
candidatos (mestrandos) a estágio curricular na MA. Considerando que a MA abriu vagas
para sete áreas distintas – Estudos de Mercado e Análises Macroeconómicas e Estratégicas;
23
Expansão Comercial Internacional; Expansão Comercial no Mercado do Brasil; Gestão
Comercial; Implementação de Projetos de Internacionalização; Inovação e Mudança
Organizacional; Plano de Marketing 2022 – obteve-se um elevado número de candidatos,
pelo que, após fazer download de todos os CVs, organizei-os de acordo com as respetivas
áreas de interesse, e adicionei, alfabeticamente, os dados de todos os candidatos (nome,
número de telefone, email, área a que se candidatavam, etc.) num ficheiro Excel.
10
Plataforma online que permite monitorizar sondagens, perguntas e respostas, e questionários associados a
outros websites (https://www.sli.do/).
24
Capítulo III – O processo de internacionalização das empresas e organizações e a
importância das línguas e culturas – revisão de literatura
1. Contextualização Teórica
História
Identidade
Valores Instituições
Língua
Religião Softwares da mente Regras, leis, organizações
invisíveis visíveis
Visível
Figura 2 - Fontes das diferenças entre países e grupos. Adaptado de Hofstede, Hofstede & Minkov (2010).
25
A globalização corporativa, integração económica, economia dos mercados e
avanços tecnológicos fazem com que as organizações procurem assumir posições nos
mercados internacionais (Kostić-Bobanović et al., 2016). Para o desenvolvimento de
negócios, é necessária uma comunicação eficaz, que compreende, não só, os aspetos técnicos
inerentes a uma língua estrangeira, mas também a dimensão cultural associada à realização
de negócios internacionais (Kostić-Bobanović et al., 2016). Isto significa que, no que diz
respeito aos negócios internacionais, uma comunicação eficaz não se restringe apenas a
fatores de sintaxe e gramaticais, sendo que Kostić-Bobanović et al., afirmam: “A própria
língua é muito mais do que um instrumento de comunicação que transmite uma mensagem
(…)” (Kostić-Bobanović et al., 2016, p. 32).
É necessário desenvolver sensibilidade cultural, consciencialização internacional e
mentalidade global (Kostić-Bobanović et al., 2016). É possível categorizar os atributos de
um trabalhador de acordo com três competências – pessoais, profissionais e interculturais –
, considerando que as competências interculturais se segmentam: na capacidade de operar
noutras culturas; na experiência profissional internacional; e nas capacidades linguísticas
(Kostić-Bobanović et al., 2016, p. 32). Assim, os intervenientes que possuam estas
capacidades terão maiores probabilidades de serem bem-sucedidos aquando
desenvolvimento/concretização de negócios internacionais, sendo que estes últimos
requerem altos níveis de conhecimento de línguas estrangeiras e competências interculturais.
26
financeira ou societária – com outra, ou outras, de um país diferente do seu (…)” (2004, p.
25).
Posto isto, a internacionalização de uma empresa portuguesa pode dar-se das
seguintes formas: exportação; franchising; investimento direto português no estrangeiro;
investimento direto português no estrangeiro em países desenvolvidos; investimento direto
português no estrangeiro em países em vias de desenvolvimento; e investimento direto
português no estrangeiro por deslocalização (Corrêa Gago et al., 2004, pp. 26-38).
Um dos maiores problemas que as empresas portuguesas enfrentam ao se
internacionalizarem é a falta de quadros superiores com formação especializada para
desenvolver um processo de internacionalização. Contudo, quando uma empresa portuguesa
possui tal recurso, é natural que possua, também, um gestor internacional com um perfil
adequado à tarefa. Assim, um bom gestor internacional deve possuir uma formação
especializada (preferencialmente uma licenciatura em engenharia, gestão e economia; ter
especializações em temas de gestão empresarial, de economia e de finanças internacionais;
possuir conhecimentos de línguas estrangeiras e domínio de inglês e francês, no mínimo),
experiência profissional (nomeadamente no desempenho de funções de gestão empresarial),
e traços de personalidade distintos (motivação para viajar e trabalhar no estrangeiro; desejo
de contactar com outras culturas e sociedades; vasta capacidade de comunicação e de
negociação; propensão natural para a liderança) (Corrêa Gago et al., 2004, p. 92).
Consequentemente, e caso se verifique uma aptidão por parte dos quadros existentes na
empresa, existem três aspetos fundamentais a considerar para casos de internacionalização
que abranjam investimentos do estrangeiro: (1) língua; (2) cultura e tradições; (3) situação
económica e social (Corrêa Gago et al., 2004, p. 93).
Subsistem, também, diversas motivações que levam os empresários portugueses a
desejarem internacionalizar os seus negócios. Corrêa Gago et al. (2004, pp. 101-102)
destacam a elevada concorrência no mercado; capacidade produtiva reduzida; a diminuta
utilização da capacidade; e a falta de acesso a matérias-primas, mão-de-obra e energia.
Pode-se considerar que a internacionalização é um aspeto do desenvolvimento de
oportunidades, que surge através da interação recorrente de uma, ou mais, relações. Deste
modo, o processo de internacionalização pode consistir em dois subprocessos que se
interligam: a aprendizagem, e o desenvolvimento de um compromisso (Vahlne & Johanson,
2013).
27
Para além disto, o processo de internacionalização assemelha-se ao
empreendedorismo, uma vez que pode ser descrito como empreendedorismo corporativo,
caraterizado com altos níveis de incerteza e complexidade associados (Orero-Blat et al.,
2020). Em consequência do rápido crescimento do empreendedorismo nos últimos anos, os
planos de negócios das empresas têm vindo a sofrer alterações, de modo a dar resposta às
constantes mudanças. E a internacionalização é uma boa aposta, nomeadamente para
empresas bem estalecidas que pretendem dar continuidade aos seus processos de expansão
(Orero-Blat et al., 2020). A internacionalização é um processo dinâmico, e pode ser obtida
por diversas formas. Contudo, existem cinco componentes que devem ser tidas em conta
aquando a elaboração de um plano de internacionalização: (1) identificar a vantagem
competitiva da organização; (2) utilizar uma abordagem e mentalidade global em toda a
organização; (3) possuir uma motivação clara e compromisso para com o projeto de
internacionalização; (4) adaptar-se de forma adequada às particularidades do mercado; (5)
executar uma pesquisa proativa de oportunidades de crescimento nos mercados externos
(Orero-Blat et al., 2020, p. 2). No âmbito da internacionalização, existem diferentes fatores
push and pull que podem ser distinguidos numa abordagem mais tradicional, e incluem
diferentes motivos (Tabela 5). Ainda assim, antes de dar início a um processo de
internacionalização, as organizações devem ter em conta dois fatores cruciais: a atratividade
dos mercados onde se pretendem inserir; e a seleção do modo de entrada para esses mesmos
mercados (Orero-Blat et al., 2020). Ambos os aspetos revelam-se fundamentais para o
sucesso e sustentabilidade do processo de internacionalização, pelo que devem ser
analisados de forma cuidada e ponderada.
Tabela 5 - Fatores Push e Pull da internacionalização. Fonte: adaptado de Orero-Blat et al. (2020).
28
O ciclo do produto está no mercado mercados mais exigentes devido ao crescimento
de origem numa fase de declínio. de oportunidades e fases iniciais de
Condições de declínio doméstico desenvolvimento.
desfavorável (perspetivas Os resource seekers: procuram mais doações de
económicas negativas ou aumento recursos favoráveis, como
nos custos ou requisitos legais). matérias-primas ou custos de mão-de-obra
baratos.
Os efficiency seekers: alcançar
economias de escala e a diversificação de risco
também são causas comuns da
internacionalização.
Os strategic asset seekers: reação estratégica,
quando não querem
perdem a sua posição competitiva.
Caputo et. al (2016) fazem referência a duas formas comuns pelas quais as
organizações se podem internacionalizar: (1) modelos cénicos apresentados pelo Modelo
Uppsala; ou de (2) modelos de rápida internacionalização, como o Modelo Born Global, ou
o Modelo de Internacionalização Precoce (Early Internationalisation). As empresas que
optam por modelos derivativos do Modelo Uppsala tendem a encarar o processo de
internacionalização de uma forma mais lenta, implementando alterações de forma
incremental, o que pode ser causado por inexperiência em operar com mercados
internacionais, receio do risco, perceção da incerteza, entre outros aspetos (Caputo et al.,
2016). O Modelo Uppsala compreende, numa primeira instância, o processo de
internacionalização para países próximos do país de origem da organização, expandindo,
posterior e gradualmente, o mesmo para mercados mais longínquos (Vahlne & Johanson,
2013; Orero-Blat et al., 2020).
Por sua vez, as empresas que elegem modelos de rápida internacionalização preferem
adotar estratégias de internacionalização numa fase inicial, uma vez que os avanços
tecnológicos e a liberalização de políticas governamentais assim o permitem (Caputo et al.,
2016).
29
3. As Línguas e Culturas no Contexto Empresarial
30
(5) uma estrutura de controlo e tomada de decisão de qualquer uma das partes envolvidas,
por onde os negociadores se relacionam aos seus superiores (Hofstede, Hofstede & Minkov,
2010, p. 399). Deste modo, as culturas nacionais podem influenciar os processos de
negociação das seguintes formas: (1) a power distance vai afetar o nível de centralização da
estrutura de controlo e tomada de decisão, bem como a importância do status do negociador;
(2) o coletivismo vai afetar a necessidade de estabilização de relações entre negociadores
(opostos) – numa cultura coletivista, a substituição de uma pessoa significa a criação de uma
nova relação, o que demora algum tempo, pelo que os mediadores (go-betweens) se tornam
cruciais em manter um padrão de relações que permita o progresso; (3) a masculinidade vai
afetar a necessidade de um comportamento de estimulação do ego e a solidariedade pelos
fortes da parte dos negociadores e dos seus superiores, bem como a tendência de resolução
de conflitos através de uma demonstração de força (as culturas femininas são mais prováveis
a resolver conflitos através do compromisso e do alcance de consenso); (4) a prevenção de
incertezas vai afetar a (in)tolerância da ambiguidade e a (des)confiança na oposição que
demonstre comportamentos desconhecidos, bem como a necessidade de estrutura e ritual
nos procedimentos de negócios; (5) a orientação a longo prazo vai afetar a perseverança de
alcançar os objetivos desejados, mesmo com sacrifícios implicados; (6) a indulgência vai
afetar a atmosfera das negociações, bem como o rigor dos protocolos (Hofstede, Hofstede &
Minkov, 2010, p. 400). Posto isto, “as negociações interculturais eficazes exigem uma
introspeção no leque de valores culturais esperados entre os parceiros de outros países,
comparativamente com os valores culturalmente determinados do negociador” (Hofstede,
Hofstede & Minkov, 2010, p. 400). Isto significa que, no que diz respeito às negociações
interculturais, os indivíduos selecionados por parte das empresas devem pertencer ao nível
de hierarquia que corresponde às decisões em causa, de modo a evitar potenciais conflitos,
considerando que o comportamento dos negociadores internacionais é influenciado pela
cultura a três níveis: (1) nacional; (2) ocupacional; (3) organizacional (Hofstede, Hofstede
& Minkov, 2010, p. 401).
De modo a que estes negociadores sejam bem-sucedidos, devem adquirir
conhecimentos de comunicação intercultural, que passam pela consciencialização
(awareness), conhecimento (knowledge) e competências (skills) (Hofstede, Hofstede &
Minkov, 2010, p. 419). Na fase de consciencialização assume-se o reconhecimento de que
carregamos um determinado software mental devido à forma como fomos educados, e que
31
os outros – que foram educados de outra forma – terão um software mental diferente. A fase
do conhecimento compreende a apreensão de conhecimentos sobre as culturas com que nos
envolvemos. Por sua vez, a fase de competências é baseada na consciencialização e
conhecimento, com uma componente prática. Devemos reconhecer e colocar em prática as
componentes das outras culturas (reconhecer os seus símbolos, heróis, praticar os seus
rituais, etc.) (Hofstede, Hofstede & Minkov, 2010, p. 420). Okoro (2012) refere que,
conforme “(…) as empresas se globalizam, continua a haver uma necessidade decisiva de
consciência intercultural, conhecimento de etiqueta empresarial, estilos de gestão
específicos da cultura, e intercâmbios interculturais, porque os gestores serão confrontados
com múltiplos desafios subsequentes de questões culturais domésticas e sistemas
tradicionais” (as cited by Cook e Cook, 2011).
A consciencialização para a língua tem vindo a perder terreno para a
consciencialização cultural, facto que se relaciona com a comunicação intercultural (Byram,
2012). Esta aporta fatores como as competências de interpretação e relacionais; atitudes (a
relativização do próprio e valorização do próximo); competências de descoberta e/ou
interação; conhecimento (do próprio e de outros; de interação individual e social); e
educação (que engloba a educação política e a consciencialização cultural crítica) (Byram,
2012, p. 7). Ao observar a Figura 3, é possível constatar que a consciencialização cultural
crítica se encontra no cerne de todos os aspetos, sendo que Byram (2012) defende, assim,
que é necessário desenvolver um modelo que apresente as competências linguísticas e
32
Figura 3 - Fatores na comunicação intercultural. Adaptado de Byram, 2012. Elaboração própria.
33
hospitalidade; entre outras (Amaral, 2009, p. 15). Num mundo onde a globalização e as
novas tecnologias impulsionam o mundo dos negócios, é seguro afirmar que, também, o
desenvolvimento da economia portuguesa passa pela internacionalização. Deste modo, um
dos entraves que pode surgir no processo de internacionalização é o da língua. Considerando
que a língua inglesa se apresenta como a língua franca na esfera empresarial, a comunicação
entre indivíduos que falam línguas diferentes torna-se, assim, possível. Contudo, mesmo
quando a língua falada é a mesma, podem surgir problemas delicados, como por exemplo o
significado das mesmas palavras em países diferentes – Amaral (2009, p. 17) providencia o
exemplo do automóvel Ford Pinto, que em Portugal não levantou quaisquer questões, mas
no Brasil não foi tão bem recebido, devido à associação da palavra ‘pinto’ a ‘pénis pequeno’.
Adicionalmente, os problemas culturais são, também eles, algo a ponderar aquando
realização de negócios internacionais. Cada povo apresenta os seus costumes, modo de vida,
maneira de ser, identidade cultural, o que condiciona, de uma forma ou de outra, a maneira
como se realiza a comunicação e os negócios. Com isto, sucedem também os estereótipos e
generalizações, muitas vezes sem profundo conhecimento da cultura alheia. Isto é algo a que
se deve dar especial atenção, pois nem sempre as fontes de informação a que recorremos
estão corretas, como acontece com os meios de comunicação (imprensa e televisão), que,
muitas vezes difundem apenas “descrições sumárias e simplificadas da realidade” (Amaral,
2009, p. 18).
De forma a que a comunicação se institua, é crucial que o emissor e o recetor da
mensagem “partilhem o mesmo código”, i.e., usufruam da mesma linguagem (Amaral, 2009,
p. 19). Os grandes negociadores são, na sua maioria, comunicadores exímios, na medida em
que possuem um elevado nível de experiência a transmitir mensagens e dissuadir
interferências que as possam impactar. Por sua vez, Amaral (2009) refere, ainda, que, na
comunicação de negócios, é mais frequente o uso da linguagem verba, seja oral ou escrita.
A cultura permite prever o comportamento de vários indivíduos num grupo dentro
de uma empresa com elementos de várias culturas. Assim, de acordo com Amaral pode-se
definir a comunicação intercultural como “(…) a comunicação entre membros de culturas
diferentes (raciais, étnicos ou socioeconómicos)” (2009, p. 21).
Assim, devido à abolição de fronteiras graças às novas tecnologias, a comunicação
intercultural torna-se difícil de estabelecer quando um indivíduo é confrontado com um
sistema de valores diferente do seu. Amaral (2009) aponta a sensação de superioridade que
34
cada indivíduo tem sobre a sua cultura como uma das maiores dificuldades que a
comunicação intercultural enfrenta. Considerando que a cultura não é algo inato ao
indivíduo, a mesma está constantemente suscetível a transformação.
De modo a alcançar uma negociação internacional bem-sucedida, Amaral (2009, p.
25) apresenta sete aspetos a ter em conta: (1) obter informação dos usos e costumes dos
interlocutores, antes de viajar – deve-se recolher o máximo de informação possível antes do
primeiro contacto com o(s) interlocutor(es); (2) ter em atenção as primeiras impressões –
considerar a aparência física; (3) eliminar as interferências da comunicação – solicitar um
intérprete quando não se é fluente na língua do interlocutor, e ter em conta os sinais de
linguagem não verbal; (4) adquirir, previamente, conhecimentos sobre o estatuto do
indivíduo com quem se vai interagir – saber o nome, cargo, e importância da pessoa em
questão; (5) dominar técnicas de negociação – adquirir conhecimentos das regras de cada
mercado; (6) persuadir sem impor – ter em conta a forma de comunicação em causa, uma
vez que algumas culturas são mais verbais que outras, poderá ser necessário “ceder no
supérfluo e ganhar no essencial”; e (7) saber receber e ser recebido – dominar a técnica da
hospitalidade.
No mundo dos negócios, também a imagem se apresenta como um forte fator de
sucesso. Assim, segundo Amaral (2000, p. 28) existem seis aspetos comuns a considerar: (1)
ser pontual; (2) ser bem-educado e positivo; (3) demonstrar consideração pelos outros; (4)
vestir-se apropriadamente; (5) falar e escrever bem; (6) dizer ‘obrigado’, ‘desculpe’ e ‘se faz
favor’. Naturalmente, algumas culturas irão enfatizar mais alguns aspetos face a outros, de
acordo com os seus costumes.
Amaral (2009) define o conceito de negociar como:
35
da Europa), o modelo diverge, sendo que no Norte da Europa este assemelha-se mais ao
modelo norte-americano, e no Sul vai mais de encontro ao modelo japonês (Amaral, 2009,
p. 46). Posto isto, as maiores diferenças residem no grau de formalidade, sendo que Portugal
é, frequentemente, tido como um país pouco formal (Amaral, 2009).
Amaral (2009, pp. 241-243) refere o decálogo da boa imagem internacional a
considerar aquando realização de negócios internacionais, que inclui os seguintes pontos:
(1) tratar os outros como gostaria de ser tratado; (2) ser discreto e bem-educado; (3) usar a
fórmula de tratamento correta; (4) apresentar-se impecavelmente; (5) ouvir atenta e
interessadamente; (6) falar de forma clara e positiva; (7) negociar adaptando-se à cultura dos
seus parceiros; (8) aprender algumas expressões no idioma dos seus interlocutores; (9) não
fazer julgamentos apressados, evitando estereótipos e generalizações; (10) lembrar-se que
numa negociação o fim é o princípio.
Roberts (1998) menciona um conceito interessante que se adequa a esta temática:
‘languaculture’. Este conceito compreende, nada mais nada menos do que a ligação
inseparável entre a língua e a cultura. Citando Agar, Roberts (1998) refere que: “A cultura
está na língua, e a língua está carregada de cultura” (1994, p. 28).
A consciencialização para a languaculture é difícil de conseguir, particularmente em
situações de contacto intercultural, sendo que se classifica como contacto intercultural todos
os contactos que advêm de contextos multilingues, bem como de contextos de aprendizagem
de uma segunda língua (Roberts, 1998). As práticas linguísticas e culturais interligam-se
através do processo de desenvolvimento da língua, da compreensão da natureza de um
contexto numa interação, e da comunicação intercultural. Consequentemente, a
languaculture varia de país para país, sendo que, por exemplo, uma entrevista de emprego
na Grã-Bretanha irá assumir princípios culturais e linguísticos diferentes de uma entrevista
na Índia, sendo que a primeira se focará mais na capacidade que o candidato tem de expor
as suas experiências e as atividades em que está envolvido, ao invés de que na Índia o
candidato irá enfatizar as suas conquistas académicas (Roberts, 1998).
A importância da língua no mundo empresarial é de uma relevância extrema,
conforme afirmam Brannen, Piekkari & Tietze “A língua está no cerne das atividades de
negócios internacionais” (2014).
Bloch (1996) considera que os negócios internacionais se resumem a reuniões entre
indivíduos de diferentes (e/ou várias) culturas, com o propósito de executar atividades de
36
empresas comuns ou sistemas de distribuição. Deste modo, as línguas desempenham um
papel crucial nos negócios internacionais, uma vez que são estas que permitem uma
comunicação eficaz entre todas as partes envolvidas.
Por sua vez, as línguas e culturas estão intrinsecamente interligadas, sendo que
considerá-las independentes uma da outra é um erro (Bloch, 1996). Contudo, no que diz
respeito às relações empresariais, estas componentes são, muitas vezes, encaradas de forma
superficial. Ao laborar num ambiente de negócios multicultural, existem diversos aspetos
culturais a ter em conta: motivação entre culturas; gestão de empresas comuns; tradições e
aspetos religiosos; práticas regionais; sistemas de educação; entre outros (Bloch, 1996, p.
27). Com isto, Bloch (1996) acredita ser necessário dar ênfase às línguas, de modo a resolver
algumas das questões anteriormente enumeradas, sendo que considera estas últimas uma
subcategoria da cultura. Assim, é impossível alcançar um acesso significativo à cultura, sem
que antes se possuam capacidades linguísticas relativamente avançadas.
4. Casos práticos
Empresas privadas
1. Grupo Jerónimo Martins
37
Biedronka, cinco hipermercados Jumbo e uma empresa de cash and carry, a Eurocash. Após
a aquisição da rede de supermercados Fé, no Brasil, sob a forma J. M. Distribuição Brasil, e
da consequente falência da mesma, o Grupo Jerónimo Martins viu-se forçado a vender os
hipermercados e cash and carry que tinha na Polónia, para saldar as suas dívidas. Posto isto,
a empresa decidiu focar-se nos supermercados Biedronka, na Polónia, oferecendo uma gama
de produtos adequados à cultura polaca (Corrêa Gago et al., 2004). Atualmente, os
supermercados Biedronka ocupam mais de 3.100 localizações por toda a Polónia, contando
com um volume de vendas de 13,5 mil milhões de euros (Jerónimo Martins, 2021). Importa,
também, referir que mais de 90% dos bens comercializados nos supermercados Biedronka
são de origem polaca (Corrêa Gago et al., 2004).
Já em 2013, de forma a dar continuação à sua estratégia de internacionalização, o Grupo
apostou, comercialmente, na Colômbia com as lojas de distribuição alimentar Ara. Nos dias
de hoje, a Ara está presente em 663 localizações distribuídas pelo território colombiano, e
soma 854 milhões de euros em vendas (Público, 2021). Mais recentemente, em 2017, a
Jerónimo Martins investiu numa cadeia de beleza/saúde – a Hebe. Atualmente com mais de
260 localizações por toda a Polónia, a Hebe detém um volume de vendas de 245 mil milhões
de euros, contando com diversas marcas próprias e exclusivas, como a “Hebe Cosmetics”, a
“Hebe Profissional”, e a “By hebe” (RTP Notícias, 2021).
Ao enfrentar limitações governamentais em Portugal, no início da sua atividade, o
Grupo Jerónimo Martins tomou a internacionalização como a sua única e melhor opção de
expansão (Sotomayor, 2011). Apesar de alguns fracassos (como o caso do Brasil) e
dificuldades encontradas (como barreiras linguísticas e culturais), a Jerónimo Martins
prevaleceu e continuou a expandir os seus negócios.
Desta forma, o Grupo obteve, não só o break-even na Polónia, tanto com os
supermercados Biedronka (Corrêa Gago et al., 2004), como com as lojas Hebe (Jerónimo
Martins, 2021), mas também o derradeiro sucesso nas suas estratégias de
internacionalização, explícito através dos seus lucros e reconhecimento de marca.
2. Renova
38
diferentes, ou internacionalizar-se (Corrêa Gago et al., 2004). Assim, a empresa optou por se
internacionalizar no mercado espanhol e no mercado francês, uma vez que possuía uma
vantagem competitiva sobre estes mercados, nomeadamente uma moderna produção
industrial, e uma gama de produtos inovadores, a nível tecnológico e comercial. Por
conseguinte, a Renova adaptou os seus produtos aos mercados consumidores, tendo em
atenção os seus costumes e expetativas, ao invés das suas nacionalidades (Corrêa Gago et al.,
2004).
À data, a Renova possuía 40% do mercado interno, 5% da quota do mercado espanhol,
e 40% de presença no mercado francês (Corrêa Gago et al., 2004). Hoje em dia, a Renova
possui escritórios em Portugal, França, Espanha e Bélgica, bem como duas fábricas em
Portugal, e uma em França, reiterando o sucesso da mesma (O Jornal Económico, 2021).
Em 2016, Luís Saramago, diretor de Marketing da empresa, referia que para a mesma
ser bem-sucedida nas suas estratégias de internacionalização teve que “(…) adaptar
processos e discursos, formas de comunicar, e apresentar um portefólio com as
peculiaridades de cada mercado”, sem descurar a identidade e território da própria marca
(Sábado, 2021).
A dedicação da empresa à qualidade dos seus produtos, bem como as suas estratégias de
marketing e publicidade, e a dedicação às relações com super e hipermercados, garantiram
à Renova o sucesso internacional de que necessitava.
3. A. A. Silva – Autosil
39
herdou todos os problemas que a empresa já possuía, intensificados por uma recessão
económica (Corrêa Gago et al., 2004). Por forma a lidar com este problema, a Autosil viu-se
forçada a reduzir o número de trabalhadores da CFEC de 680 para 400, o que impactou
seriamente as contas da empresa. Consequentemente, a empresa acabou por ter que vender
as suas instalações na França e encerrar atividade. A Autosil considerou que o choque
cultural que adveio da aquisição da CFEC por uma empresa de dimensões inferiores foi uma
componente essencial no que diz respeito ao fracasso desta ação de internacionalização. A
reação dos quadros franceses, a nível interno, à aquisição da CFEC por parte da Autosil foi
de tal modo negativa, que a empresa sentiu a necessidade de proceder a substituições,
incluindo a do próprio diretor-geral (Corrêa Gago et al., 2004). Também a nível externo foram
identificadas várias dificuldades, nomeadamente no que diz respeito à banca, concorrentes,
fornecedores, etc., que também resistiram às investidas da empresa portuguesa.
Derradeiramente, a Autosil foi adquirida pela A. A. Silva (2002) que, com recurso à
experiência, conseguiu inverter a situação da Autosil (Corrêa Gago et al., 2004).
Organizações públicas
1. Associação Empresarial de Portugal (AEP) – Projeto ECICII Plus
A AEP é uma organização comercial, estabelecida no Porto, em 1849, que visa “defender
os interesses das empresas e oferecer serviços que potenciem a sua competitividade”
(Associação Empresarial de Portugal, 2021). A AEP intervém, a um nível diversificado,
multissetorial e nacional, junto das empresas, com recurso a serviços que satisfazem as
necessidades das mesmas (Associação Empresarial de Portugal, 2021).
No que diz respeito ao Projeto ECICII Plus, o mesmo “pretende fortalecer a capacidade
de internacionalização das PME11 da Euro região através da intensificação da cooperação
transfronteiriça e do aproveitamento das sinergias da experiência galega e do norte de
Portugal, apostando também na experimentação com modelos de internacionalização
multissetorial” (Associação Empresarial de Portugal, 2021). Este enquadra-se no âmbito do
programa Interreg España – Portugal (AEP TV, 2021).
O ECICII Plus dirigiu-se aos setores Agroalimentar, Canal Contract, e Serviços
Intensivos em Conhecimento (KIS), sendo que as atividades dirigidas às PME incidiram em
11
Pequenas e Médias Empresas.
40
diversos mercados prioritários, como a Zona NAFTA (México e Estados Unidos da
América), América Latina (Colômbia), PALOP (Angola e Moçambique), China, Índia,
Singapura e Polónia. Deste modo, o ECICII Plus superou o seu objetivo de alcançar 350
PME, uma vez que abrangeu mais de 484 empresas (AEP TV, 2021).
Este Projeto incluiu serviços de diagnóstico (avaliação do potencial de
internacionalização das PME da Eurorregião), de informação (oportunidades de negócios
em mercados externos e empresas exportadoras da Eurorregião), e de aconselhamento (o
processo de internacionalização, o seu financiamento, potenciais parceiros e marketing
digital), bem como missões inversas e eventos promocionais no exterior (com prescritores e
potenciais compradores internacionais) (AEP TV, 2021).
Consequentemente, no que concerne os serviços de diagnóstico, o ECICII Plus resultou
no assessoramento a nível de internacionalização de 272 empresas, na análise do potencial
exportador de 97 empresas, na realização de 21 workshops dedicados à introdução da
internacionalização, e no desenvolvimento de 31 planos de internacionalização.
Relativamente aos serviços de informação, o Projeto contou com uma plataforma de
informação de mercados e 15 workshops dos mercados prioritários. A nível de serviços de
aconselhamento, o ECICII Plus obteve 50 empresas assessoradas em financiamento para a
internacionalização, o contacto de 289 agentes nos mercados de destino, a criação de 3
grupos/Joint Ventures, 60 empresas auxiliadas em ferramentas de marketing e comunicação,
e também, 30 empresas apoiadas para o posicionamento em mercados eletrónicos exteriores.
Comparativamente a missões inversas e eventos promocionais no exterior, o Projeto ECICII
Plus conseguiu realizar 10 missões inversas e 4 eventos de posicionamento no exterior (AEP
TV, 2021).
Em suma, o ECICII Plus vigorou entre 1 de julho de 2015 e 31 de dezembro de 2020,
sendo que contou com um custo elegível de 2.173.436,51€, usufruindo de uma
comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no valor de
1.630.077,38€ (AEP TV, 2021).
41
financeira, a associação passou a denominar-se Nerlei – Associação Empresarial da Região
de Leiria, sendo que atua no distrito de Leiria. A associação pretende “prestar serviços que
contribuam positivamente para os resultados alcançados pelas empresas associadas,
fortalecendo o tecido empresarial e promovendo o desenvolvimento económico e social da
Região de Leiria” (Nerlei, 2021).
No que diz respeito ao Projeto International Business 2018-2020, o mesmo consiste num
projeto conjunto aplicado às regiões Norte e Centro de Portugal, com uma taxa de
financiamento de 50%, com recurso ao Programa Operacional Competitividade e
Internacionalização (POCI). Este Projeto, que vigorou entre 1 de agosto de 2018 e 31 de
maio 2021, contou com ações de internacionalização para PME de setores relevantes para a
economia portuguesa, como o setor Casa, Componentes para Automóvel, Agroalimentar, e
TICE12 (Nerlei Associação Empresarial da Região de Leiria, 2021).
O International Business 2018-2020 contou com a participação de 161 empresas, sendo
destas 22% microempresas, 33% pequenas empresas, e 45% médias empresas. Foram
realizadas 21 ações, das quais 7 missões empresariais físicas e virtuais (que levaram à
concretização de 222 contactos), 9 ações de capacitação (com um total de 446 participantes),
e 5 feiras internacionais (resultando em 3.845 contactos efetuados). O International Business
2018-2020 abordou um total de 10 mercados internacionais, sendo estes: Reino Unido,
Alemanha, Espanha, Itália, Colômbia, Peru, Polónia, Canadá, Estados Unidos da América e
Suíça (Nerlei Associação Empresarial da Região de Leiria, 2021).
Em última análise, o Projeto desfrutou de um investimento total de 4.095.686€, sendo
2.221.511€ destes comparticipados, e conseguiu atingir 70,63% dos seus objetivos de modo
favorável (Nerlei Associação Empresarial da Região de Leiria, 2021).
12
TICE refere-se a Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica.
42
5. Considerações finais sobre a revisão de literatura
43
comparativamente aos que obteriam se atuassem por iniciativa própria, sem qualquer apoio
especializado.
Sendo que as organizações comerciais tendem a desenvolver projetos vastamente
abrangentes, quer a nível de setores, quer a nível de mercados, a adaptação linguística é feita
à medida dos países envolvidos, de modo a facilitar a comunicação entre todas as partes.
Irremediavelmente, a língua a que mais se recorre tende a ser a inglesa, considerando que a
mesma é amplamente utilizada no mundo dos negócios.
No caso do ECICII Plus, a adjacência geográfica beneficiou os resultados obtidos
pelo Projeto, uma vez que existe uma forte proximidade linguística e cultural entre os dois
países (Portugal e Espanha). A fluidez da comunicação entre portugueses e espanhóis é,
inclusivamente, referida pela AEP, na apresentação dos resultados do ECICII Plus, como
um fator positivo e benéfico para o sucesso do Projeto.
Relativamente ao Projeto International Business 2018-2020, o mesmo também
obteve resultados positivos, adjacentes de uma preparação cuidada e adaptada aos mercados-
alvo, quer a nível linguístico, quer a nível cultural.
Em suma, uma empresa/organização nunca deve iniciar um processo de
internacionalização sem possuir as ferramentas linguísticas e culturais necessárias. A
desconsideração destes aspetos pode revelar-se fatal para o sucesso de uma empresa.
Apesar de apresentarem as suas diferenças, as línguas e culturas complementam-se
de forma orgânica, e serão sempre uma parte fundamental para o sucesso do
desenvolvimento de um processo de internacionalização, bem como para a concretização do
mesmo.
44
Considerações finais
Findo o período de estágio, posso afirmar que o mesmo foi, sem dúvida, uma
experiência altamente valiosa, não só a nível profissional, mas também a nível pessoa. Um
estágio permite aos estudantes adquirirem experiência profissional. Um bom estágio, não só
permite isso, mas também oferece oportunidades de enriquecimento pessoal. Deste modo, a
minha experiência na Market Access foi fantástica. Realço que a própria equipa da MA é
extraordinária, sendo que todos me fizeram sentir bem acolhida desde o primeiro dia,
tratando-me sempre como uma colaboradora, ao invés de uma “simples” estagiária.
Descobri, com isto, que o ambiente de trabalho é extremamente importante no quotidiano
empresarial. Ao lado de uma boa equipa, até as tarefas mais desafiantes se tornam fáceis de
realizar.
Aprendi muito sobre negócios internacionais e marketing (mais propriamente,
marketing digital), mas aprendi, também, a trabalhar em equipa, e a não ter medo de falhar
e arriscar. Adquiri conhecimentos sobre os processos de internacionalização pelos quais as
empresas/organizações passam, que me pareceram muito interessantes. Resumidamente,
consegui adquirir noção sobre a quantidade de trabalho que existe por trás de um plano de
internacionalização, bem como o quão difícil pode ser angariar importadores em mercados
estrangeiros. Considerando a atual situação global e nacional, muitas empresas encaram a
internacionalização como uma oportunidade para os seus negócios. Contudo, muitas delas
não detêm os conhecimentos e/ou contactos necessários para iniciar tal tarefa, sendo que
aqui o trabalho da MA se revela fundamental. Internacionalizar uma empresa é algo que
deve ser bem ponderado e trabalhado, sendo que a experiência na área é uma mais valia
preciosa.
Consegui, de igual modo, compreender, de uma forma mais aprofundada, o quanto
as línguas e culturas importam na esfera empresarial, nomeadamente, nos processos de
internacionalização. Como é possível observar através da revisão de literatura exposta neste
relatório, a adaptação linguística e cultural da comunicação com uma empresa internacional
reflete muito o sucesso da mesma. Simplesmente não é possível concretizar, com êxito,
negócios a nível internacional se não se tomar em consideração a cultura que está no espetro
oposto. No caso de encontros físicos (reuniões), existem também certas regras a seguir,
consoante o país que se visita (ex.: forma de cumprimento inicial). Estes aspetos culturais
45
permitem deixar ambas as partes mais à vontade, deixando espaço para a fluidez dos
negócios.
Em suma, no que diz respeito à execução do estágio, as minhas dificuldades
prenderam-se com a inexperiência de trabalho na área. Existiram vezes em que não soube
como devia atuar, ou em que errei por descuido. De todas essas vezes, assumi os meus erros,
colmatei-os, e recebi sempre o apoio e consideração dos meus superiores.
Ao colmatar o meu percurso académico com este estágio curricular, sinto que o
Mestrado me facultou competências que certamente me serão muito úteis num futuro
próximo. O facto de o plano curricular do Mestrado estar tão bem articulado e atualizado
face às necessidades do mundo empresarial atual, fez com que o meu estágio fosse muito
bem-sucedido. Ao iniciar o estágio, senti-me preparada para os desafios que o mesmo me
pudesse oferecer, sendo que consegui aprofundar vários conhecimentos adquiridos no
decorrer no curso, com Unidades Curriculares como Inglês Projeto de Aplicação, Espanhol
Projeto de Aplicação, Marketing Industrial e de Serviços, Relações Interculturais,
Comportamento e Liderança nas Organizações, entre outras.
46
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Anexos
Anexo I – Plano de estágio
PLANO DE ESTÁGIO
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2. Cronograma das atividades indicadas, ao longo dos 5 meses do Estágio:
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Anexo II – Exemplo da assinatura do email institucional.
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Anexo III – Modelo para preenchimento de Ficha da Empresa
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Anexo IV – Modelo de Base de Dados para preencher.
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Anexo V – Exemplo de um email desenvolvido para o Projeto 003.
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Anexo VI – Exemplo de email enviado no Projeto 005 para o setor Alimentar e
Bebidas.
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Anexo VII – Modelo utilizado para controlar a agenda de reuniões do Projeto 005.
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