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30/11/2022 23:25 Descomplica

Rede de hidrantes

G estão de riscos de incêndios

Incêndios e acidentes podem ocorrer mesmo nos


locais projetados pelos melhores profissionais. Para
reduzir a probabilidade da ocorrência de incêndio é
preciso que além de um bom projeto, o edifício, indústria ou o complexo
residencial opere sob um bom gerenciamento de riscos. O gerenciamento
de risco começa na seleção inicial dos sistemas de prevenção e combate
a incêndios e deve continuar enquanto o local esteja operando.

Gerenciamento de riscos

O risco é a combinação de dois fatores: a magnitude de um evento


indesejado e a probabilidade deste evento ocorrer. As consequências de
um sinistro podem ser prejudiciais às pessoas, ao meio ambiente ou a
sociedade.
O gerenciamento de risco deve tentar responder três perguntas
básicas:

1. O que pode dar errado?


2. Como pode dar errado? Como a organização e suas barreiras de
proteção reagirão?
3. Quais são as consequências?

É necessário investigar e identificar os perigos corretamente, pois se


não conhecermos bem os perigos, será impossível enfrentá-los da
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maneira correta. O quadro 1 apresenta algumas das principais
ferramentas para identificação de perigos.
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• Checklists: Os checklists apresentam respostas específicas


para perguntas baseadas na experiência dos envolvidos. Eles
podem ser mais úteis em situações onde existe pouca ou
nenhuma inovação.
• HAZOP (Identificação de perigos e operabilidade): É um estudo
qualitativo que fornece uma descrição completa do processo. Ele
é baseado em perguntas abertas que estimulam a criatividade,
são elas: (1) Qual a intenção do projeto? (2) Quais os desvios
que podem acontecer? (3) O que pode causar os desvios? (4)
Quais as consequências destes desvios?
• FMEA (análise de modos de falha e efeitos): O FMEA não
incorpora o elemento humano e explora as falhas dos
componentes do sistema e seus efeitos.
• Árvore de eventos: Diagrama lógico que identifica a sequência
no tempo de uma cadeia de eventos. Cada galho representa um
cenário.
• Árvore de falhas: Processo dedutivo pelo qual o evento topo é
postulado e as possíveis formas desse evento ocorrer são
deduzidas.

Estruturação, Caracterização e Avaliação

Após a identificação dos riscos, as três etapas que seguem são:


estruturação da análise, caracterização dos riscos e avaliação de
proteção alternativa. A figura 1 apresenta um modelo para tentar

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investigar a situação de uma empresa ou local de risco e buscar


responder essas quatro perguntas.

• Estruturação da análise: A estruturação para análise envolve


identificar como a planta funciona, identificar os perigos e os objetivos
do gerenciamento.

• Caracterização de riscos: A caracterização dos riscos é a etapa em


que é estimada a evolução do acidente. Essa etapa envolve
dimensionar as diferentes formas como os incêndios se iniciam e
evoluem. Como incêndios de poça, explosão de nuvem, incêndio a jato.
Nesta etapa também deve ser examinada a vulnerabilidade do receptor
as chamas. Podemos ter dois tipos de receptores: as estruturas físicas
do local e os ocupantes.

• Avaliação de proteção alternativa: Uma vez que a estimativa da


propagação das chamas e a análise de vulnerabilidade são realizadas,
o responsável pela planta determina se as consequências são
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aceitáveis. Caso ele não aceite, é preciso desenvolver métodos de


proteção alternativa. Esses métodos podem ser preventivos ou de
controle de danos.

Dimensionamento das chamas

O dimensionamento das chamas faz parte da etapa de


caracterização de riscos. É uma etapa importante para que seja possível
explorar a evolução do incêndio na planta. Um incêndio que inicia em uma
área, como, por exemplo, pelo vazamento um gás inflamável, pode se
propagar até áreas adjacentes, causando novos incêndios e explosões.
A caracterização deve identificar diferentes cenários de início de um
incêndio e determinar uma possível sequência de eventos que possam
acontecer. Essa sequência de eventos é afetada por vários fatores, como
a presença ou não de vento, sua direção e velocidade, topografia,
localização dos combustíveis adjacentes, dentre outros. A figura 2
apresenta uma possível sequência de eventos que pode ocorrer após o
vazamento de um gás inflamável.

Vulnerabilidade do receptor

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Podemos separar os receptores em dois grupos: os seres


vivos e as estruturas. Pesquisas e experimentos realizados com
seres humanos e animais visam determinar a quantidade de energia
que a epiderme consegue suportar.
Na pele humana o impacto da energia térmica acontece em
três níveis:

1. Queimaduras de primeiro grau: provoca danos restritos a epiderme,


caracterizando-se pela formação de uma vermelhidão na área.
2. Queimaduras de segundo grau: provoca danos em toda epiderme e
parte da derme, caracterizando-se pela formação de bolhas.
3. Queimaduras de terceiro grau: danos em toda epiderme, derme e em
outros tecidos mais profundos, accontecendo a carbonização dos tecidos.

Proteção especial contra incêndios

Após a estruturação dos riscos (identificação dos perigos e investigação


do processo como um todo) e da caracterização dos riscos (propor
cenários, dimensionar as chamas e os possíveis danos, estimar a
vulnerabilidade dos receptores) é iniciado o terceiro passo, de avaliação
de proteções alternativas.
Mesmo que o local já possua sistemas de detecção e alarme de
incêndios e outras ferramentas para combate, é preciso consultar o
responsável pela planta se os danos estimados na etapa de
caracterização são aceitáveis. Caso a resposta seja negativa é preciso
projetar sistemas de proteção alternativas.
As medidas podem ser preventivas ou de combate e contenção dos
incêndios. Podem ser a instalação de um sistema de detecção mais
moderno em pontos vulneráveis na planta, como em locais onde produtos
inflamáveis estejam armazenados. Ou mesmo medidas mais simples,
como a redução de material inflamável armazenado na planta.
A solução também pode ser segregar a maior parte possível do pessoal
que trabalha na planta das fontes de risco, visando reduzir possíveis

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danos às pessoas. Ou instalar no local materiais com maior resistência ao


fogo, diminuindo a probabilidade de grandes danos estruturais.
É preciso sempre levar em consideração, durante a etapa de
estruturação e caracterização, os pontos mais vulneráveis ou críticos da
planta. São nesses locais que devem ser investidos mais em medidas de
proteção especial: sistemas de detecção mais eficientes e métodos de
extinção mais rápidos e seguros.

Atividade Extra
Leia a matéria “Incêndio no edifício Joelma”, na qual é contada a história
de um dos maiores incêndios do Brasil, onde um curto circuito no 12°
andar acabou por consumir 14 pavimentos do prédio (Disponível em:
<https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/incendio-no-
edificio-joelma/>).

Referência Bibliográfica
SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo:
Projeto editora, 2008.

NEGRISOLO, W. et al. Fundamentos contra incêndio em edificações:


proteção passiva e ativa. São Paulo: FIREK Educação, 2019.

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