Você está na página 1de 9

Yuri em seu Gabinete: Um Romance de Geração

Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior

Resumo

O artigo é um estudo do romance de Sergei Claret, Yuri em Seu


Gabinete. O romance representa as vivências da geração X, a geração dos
filhos da geração 68. Concentrando-se na experiência da morte do pai fascista
e nos rituais de exorcismo de um primeiro amor, ele nos apresenta uma
experiência ao mesmo tempo singular e um testemunho de sua geração.
Sendo assim, o romance encerra experiências simultâneas do tempo em que
se passa a narrativa (1999), mas retorna ao tempo de escola, seis anos atrás,
como se encerrou com a Queda das Torres Gêmeas em 2001. Nesse ínterim,
divaga sobre Hitler, Beatles, Lula, Loita, Santo Agostinho e ninfetas.

Palavras-chave: romance, geração, literatura, anos 2000, anos 90

1. Introdução

Yuri em seu Gabinete, primeiro romance de Sergei Claret (Belo


Horizonte: Editora do Autor, 2017) é um romance de geração tão brilhante e
representativo quanto O Encontro Marcado, de Fernando Sabino. Há
experiências na vida que pensamos ser individuais, mas quando passa o
tempo, compreendemos que são experiências de toda uma geração. A
geração, no caso, é a chamada geração X. São os filhos da geração 68. O “xis”
deve-se à dificuldade em estabelecer sua identidade em contraste com a
geração de nossos pais, fortemente marcados pelas mudanças dos anos 60.
Em Yuri, o personagem Juliano vive aos trancos e barrancos desencontrando-
se de seu grupo de dialéticos da malandragem, os quatro fabulosos: Barros
Pinóquio, um fascista mentiroso; Heródoto, o professor amoral que sai com as
alunas lolitas; Yuri, um teólogo de gabinete fracassado; Juliano, um suicida que
segue um caminho de desajuste social e psíquico progressivo, no decorrer do
romance. E faz-se analogia desse grupo com um grupo altamente significativo
para a geração anterior: o fab four, os Beatles. Fabulesco e fabuloso é uma
boa definição para o personagem de Juliano, acompanhado em suas
desventuras pelo narrador.

2.Fragmentos Perdidos e Corações Partidos

Yuri em seu Gabinete foi organizado com “fragmentos perdidos do


caderno de Juliano Lhães”, O romance inicia-se com o primeiro amor de
Juliano. Cantar a glória do amor puro e inocente. O primeiro amor surge
ambientado em novembro de 1999, mas o que vai ser narrado foi vivido seis
anos antes, portanto, em 1993, mas é passional como vivido ontem. O narrador
não se distancia dos acontecimentos narrados, sempre apresenta uma reação
passional diante deles:

Fazia algum tempo que eu não pensava nisto. Estranho, estou mentindo de
novo. Seis anos e ainda não a esqueci. Lembro da primeira vez que percebi
estar apaixonado. Provavelmente eu não tinha consciência disso na época.
Geralmente ninguém tem, eu acho (CLARET, 2017, p. 13).

Esse romance é produto tardio dessa consciência. O fato do tom ser


passional nos leva a desconfiar que essa narrativa foi, em grande parte, um
esforço de compreender o que se passou, para fosse possível elaborar, e,
portanto, conseguir lidar com o que aconteceu como se fosse um significante
como qualquer outro. Esse romance é um refúgio para os “simples enganos
engendrados pelos sentidos mais carnais e absolutos” (CLARET, 2017. p. 13).

O primeiro amor torna-se difícil de esquecer, então precisa ser elaborado


em forma de ficção para Juliano poder continuar a vida. Afinal, para seguir vida
adiante com esse amor que retorna eternamente, que está morto dentro de si e
não está, é preciso dar ele sentido, por mais atroz que seja. Se o amor de
Macrina está morto em “Um Pouco Antes Daquele Beijo e...”, o segundo
capítulo, intitulado “Anos Verdes ou Herois e Vilões” tratou de uma outra morte
que é preciso tratar: a morte do pai. E, no caso, impossível não identificar no
pai aquilo que Pasolini chamou de “os fascistas, os nossos irmãos cretinos”:
E em termos particulares do cotidiano do senhor Barros, isso acontecia através
de banais opiniões sobre os mais variados assuntos, até uma conversa sobre
futebol que fatalmente terminaria em briga pela inexorável qualidade de levar
tudo para o terreno preferido de sua verborragia: A Moral. Maconheiros e bichas
um passo à frente: Pelotão, preparar, apontar: ...!!! Também compunha um
conjunto de opiniões suas com a de pessoas que respeitasse; Contabilidade é
um excelente curso, sendo que anos atrás não o era (...). Ou então, quando
Direito era um curso de advogadozinhos porta-de-cadeia que conviviam com os
lixeiros da civilização, os policiais. Pois polícia, se não fosse delegado federal ou
coronel de PM, era quase bandido (CLARET, 2017, p. 39).

O personagem do pai, portanto, não só está morto como já tinha morrido em


vida, moralmente. É alguém que modula suas opiniões com as do chefe, que
advoga a lei para quem revolta-se contra ela, mas, ao repudiar os homens da
lei, repudia também a lei de forma oculta. Um pai que está mais para o Fiódor
Pávlovitch de Irmãos Karamázov, um pai que morto, não deixa herança ou,
como se vê acima, boas recordações. Do que esse pai morreu? De certa
forma, acima há um parricídio. O pai queria matar os gays e os drogados, mas,
para que Juliano possa escrever seus cadernos perdidos, o pai fascista tem
que morrer, pois essa voz circunscrevia sua vida –numa falsa moral e na
falsidade existencial, pois assumia a identidade do chefe – ou seja, exibia uma
personalidade ao mesmo tempo fraca e autoritária. O pai é visto como um
mentiroso (Sr. Pinócchio). Note-se como é sintomática a opinião do Sr. Barros
Pinóquio, sobre uma figura importante para sua geração, Chico Buarque:
“bicha” e “pederasta que falava mal da revolução”. Nem Chico Buarque é bicha
e nem 64 foi revolução e sim golpe militar; cresce o nariz de Pinóquio, que,
aparentemente fez muito bem ao descansar novamente em sua forma
imaterial, em seu retorno ao chefe Gepeto.

O pai circunscreve sua vida, como ao anunciar que iria dar ao filho o nome de
Tyrone, mas recuou ao saber que o ator era gay. Como se dar esse nome
fosse fazer o filho ser gay. A seguir, há a volta dos tormentos do primeiro amor,
com a primeira troca de tapas entre Juliano e Macrina: uma cena politicamente
incorreta, uma cena de violência contra a mulher.

Em Sons e Cheiros, Consumindo Pessoas, novamente repete-se, depois da


morte do pai de Heródoto, uma situação que confirma o ódio do pai aos
policiais, que são quase bandidos: encontrando “cheiro de maconha no carro”,
recuam diante da apresentação de uma carteira de pessoa ligada ao regime
militar, a famosa “carteirada”, o “sabe com quem está falando” que permite que
as regras sejam infringidas. Novamente, a figura do pai com essa sua moral
dúbia, embora estivesse morto há pouco, circunscreve o destino desse
personagem também. Ele vive sob seu signo. Sob o signo da “Moral” patriarcal,
dos italianos malcheirosos e apoiadores do golpe de 64.

E agora, morto o pai, o filho tornou-se um usuário de maconha, algo que o pai
desejava matar. Morto o pai, o filho sai de sua Moral, de sua circunscrição.
Esse capítulo, que inicia-se sob o signo de Lolita de Nabokov, apresenta um
personagem análogo a essa figura: Heródoto, o professor que aprecia ninfetas
e desse personagem tragicômico emerge a ligação com a memória do primeiro
amor, novamente, as lembranças prazerosas de sexo e música com Macrina.
As brincadeiras em si parecem comunicar mais do que seus diálogos, muito
próximos de monólogos superpostos. E essa desconexão ocorre em diálogos
seja políticos e amorosos. E há, nesse capítulo, a reflexão hilária e bastante
sintomática sobre sua geração:

Dois Beatles estão mortos:: talvez sejam problemas de nosso tempo: o fim do
século, a crise da razão ou se fazerem tão poucos filmes em preto e branco.
Quais são os expoentes da nossa geração? Onde estão os beats destruídos
pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus? Onde? Onde? Onde? Svul
Avrum possuía tantos expoentes amigos, fazendo tanto, fazendo tudo. Meu
Deus, será o que o chip venceu?, não estou falando do Deep Blue, é bem pior;
nós já nascemos datados, somos anacrônicos antes de uma geração, é a
maldita falta de perspectiva temporal; a maldita crônica jornalista que acha que
qualquer tempo, mesmo meses, constitui uma Era; na verdade, o espírito de
nosso tempo: época em que se dá nome a furacões e tornados, ou
simplesmente nos dias do making of..! –e pensar que tudo por causa do relógio
com seu tique-taque fatiador. O que restou ao homem além de sua própria
carne? A instrumentalização do que era o Grande Jogo. Alguém consegue pular
sua própria sombra? Damos cambalhotas em vão! (CLARET, 2017, p. 125)

Um intertexto enigmático aqui é o poema Uivo, de Allen Ginsberg, que


apareceu aqui com o codinome de Svrul Avrum. Ginsberg foi uma referência
para a geração anterior. Daí a pergunta sobre a identidade da geração
seguinte: quais são seus expoentes, quem são os beats dentre os filhos de 68?
Pouco antes dessa passagem acima, que começa com conceitos sociológicos
e termina em delírios surreais, ocorreu um debate de mesa de bar a respeito de
Lula, Fernando Henrique Cardoso, corrupção e o PT. Como Macrina e Juliano
superpõem monólogos amorosos, Yuri, Barros Pinóquio (que evoca a sombra
do pai reacionário morto) e Juliano falam ao mesmo tempo, disparando frases
num caos em que ninguém ouve o outro. E isso é bem o espírito do tempo, não
de 1999, quando o narrador situou o período em que o romance foi escrito,
mas de 2017, das ruínas da era Lula. “Só resta lembrar que qualquer passado
é prólogo, e que tudo já foi sampleado” (CLARET, 2017, p. 127).

Ao mesmo tempo, o passado, afirma, não pode ser desfeito. Essa frase é bem
típica de um processo recorrente: a narrativa mesma desfaz ou fragmenta o
que ela mesma apresenta logo em seguida ou em algumas passagens mais
adiante. Ela fala do sagrado, de Santo Agostinho, bem como dos ímpios, mas
ela mesma, que recusa os ímpios, é impiedosa. Mas o que é o sampler, senão
esse desfazer para recriar? Esse romance vale-se da estética fragmentária do
sampler. Ele sampleia Beatles, a seguir faz uma colagem usando Santo
Agostinho, reclama da crise da razão para logo em seguida fazer o elogio do
prazer do corpo (hedonismo) como tudo o que restou e da desrazão em frases
nonsense. O passado não pode ser desfeito, mas é preciso selecionar, no
romance, alguns momentos desse passado que sejam significativos para uma
geração. O romance debate-se com esse dilema e daí intercala: 1) Lolita e a
depilação feminina; 2) “diálogos” políticos sobre o governo Lula; 3) plano de
ensino de História em escola; 4) “diálogos” amorosos; 5) Peça teatral
dialogando com Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdã; 6) Memórias do
Onze de Setembro. Isso mostra como a narrativa concebe os seres humanos,
em especial seus personagens, como compósitos e bizarros. A narrativa tem
um estilo e uma concepção de mundo. O fim, por vezes, é o prólogo e Macrina
está sempre sendo aguardada em sua volta de Londres. Ele pinça aqui e ali
referências e conceitos de inúmeras épocas históricas passadas. Sua
concepção de mundo é ao mesmo tempo singular e simultânea: os
personagens escutam For no One, dos Beatles, assombrados por guerras
entre Roma e Cartago. Macrina, amor impossível, não obstante, sempre
retorna com uma entrada espetacular.
Sem dúvida, em certa altura, pode-se perguntar: o que Yuri pensa em seu
gabinete? O fato é que ninguém é “de gabinete” dentre os personagens
apresentados nessa narrativa. A narrativa apresenta sua própria luta por
alcançar uma concepção de mundo unitária. E nesse ínterim, Lula mistura-se
com Lolita, Santo Agostinho está a milímetros de debates ímpios sobre pelos
do púbis, a loucura coloca em cópula alucinada entre o general Aníbal e os
Beatles, Hitler, o Onze de Setembro e Louise Brooks. Divaga-se com a mesma
facilidade sobre filmes, fumar maconha e sobre o nascimento de Jesus; um
mesmo personagem repassa mentalmente pensamentos sobre a morte do pai,
o primeiro amor, haxixe, PM e teologia.

O romance partiu da ideia de que nós, geração X, somos seres especialmente


bizarros e compósitos. Juliano e Yuri são fixados numa musa dos anos 20,
Louise Brooks. São anacrônicos em relação à época em que vivem, voltados
para uma musa do passado. Uma passagem mais adiante nos fornece qual foi
a matéria-prima desse romance:

Quando Juliano desceu as escadas para abrir a porta do pequeno hall, ela
[Macrina] simplesmente jogou uma sacola de plástico no chão, espalhando
diversas cartas, fotos e os restos de algumas rosas há muito falecidas. Ao longo de
seis anos ele estabeleceu as bases de seu ritual: lia e relia cartas e cartões,
poemas e pequenos bilhetes de amor. Na ordem em que foram escritos e postados
ou aleatoriamente. Ele ria e chorava. Pedia perdão e se masturbava (CLARET,
2017, P. 138).

O romance parece composto desses fragmentos perdidos de um algum ritual


de um amor morto, é celebração e lamento, despedida e desejo de um eterno
retorno do mesmo: cartas, cartões, bilhetes de amor, poemas dessa dialética:
riso/choro, perdão/masturbação. E, curiosamente, a seguir, há ainda um novo
reencontro –ou seria melhor dizer recaída -- desse amor, depois de Macrina ter
terminado um casamento (e já não é a mesma paixão). E essa intensidade de
amor está bem próximo do momento em que Heródoto, professor que amava
Lolitas, reencontrou Juliano e ambos escreveram um estudo sobre “História
Contemporânea e o Ensino de História”, transcrito a seguir. Ele tratou, de forma
sistematizada, de algumas das questões com as quais todo o romance ocupou-
se de forma assistemática: “o tempo de hoje (contemporâneo) é mais familiar a
vocês do que, digamos, o tempo do Hitler, dos Beatles e do telefone público
que utilizava ficha de metal, concordam?” O texto, aparentemente didático,
indaga-se se causa e efeito estão somente no sujeito que olha. Esse
questionamento parece ser seguido à risca romance afora. Aliás, tal assertiva
parece ter sido transformada, ora em técnica, ora em dogma da narrativa.
Vejamos uma passagem desse mesmo capítulo:

E, naquele dia, como que sugerindo uma nova Era, foram três os filmes: Rio Violento,
Dolls, Matadouro 5; também à noite, foram vistos pelas ruas de bhz três fantasmas, e
quando uma leoa fugida do Zoo, pariu no relógio de Sol próximo, foi o fim! E o cristo
retornou! Bem, é verdade que Yuri estava exagerando nas imagens de uma mente
triste (CLARET, 2017, p. 164).

Quem são os fantasmas, os personagens Heródoto, Barros Pinóquio e Juliano?


São John, Paul, George? Pois eles têm algo de fantasmagórico, são homens
da mesma geração, mas fundem-se com a visão de mundo subjetiva do
narrador. Parece-nos, portanto, que a relação de causa e efeito é abolida em
prol daquilo que o narrador julga, subjetivamente, seria causa e efeito para ele,
em seu mundo “singular” –sem regras que sejam coletivas.

3.Belo Horizonte, Ano Zero

O início (o amor romântico) retorna, mas esse amor atirou flores mortas,
embora esteja aceso sexualmente. Tanto que há um progressivo descolamento
das regras: na infância houve um estranhamento com a família do pai nas
viagens, nas pescarias. Descolamento da realidade, inclusive. Depois da morte
do pai, esse processo de colisão com as regras sociais acelera-se e espraia-se
para todos os personagens: o Tavares adepto do regime militar dá carteirada
na PM bandida, Heródoto é professor e apaixonado por ninfetas, Juliano, que
ainda há pouco estava usando maconha ao lado de Tavares que dirigia,
discorre didaticamente sobre planos de ensino onde misturam-se Hitler, Beatles
e o telefone de ficha, bem como aqui e ali emergem, em meio ao caos da
ausência de causa e efeito, instruções sobre como fumar haxixe com cheiro de
côco na Savassi ao lado de um PM. Juliano também tem sua própria moral,
mas não é a moral patriarcal ou social, é uma moral singular, individualista,
hedonista. Esse capítulo intitula-se, bem sintomaticamente, Belo Horizonte,
Ano Zero ou Delenda Est Cartago.

A Queda das Torres Gêmeas em 2001 surge como um momento que marca
uma geração. No entanto, esse evento é antes de mais nada um evento
espetacular, um evento de mídia, é mais do mesmo. Morreram 2000 pessoas
nessa Queda das Torres, mesma quantidade de pessoas que morreram na
invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989.

O narrador demonstrou saber, enfim, que para Juliano exorcizar esse primeiro
amor, é preciso que Macrina não mais retorne de forma alguma. Ela de certa
forma encarna o mito do eterno retorno, mas sob uma forma não libertária,
opera na lógica do pesadelo. Não há como prosseguir com as flores mortas e
os rituais durante mais tempo.

Na verdade, as imagens que fascinam o narrador onisciente emergem ao


mesmo tempo tanto do tempo dos Beatles, quando do de Hitler, como também
da Idade Média e da Antiguidade. O personagem aparentemente vaga entre
essas imagens, como entre rosas mortas, cartas e bilhetes de amor morto.
Assim, está sempre retornando de novo a 1999, temendo que o fim do mundo
ocorra ao anoitecer. Esse tipo de vertigem parece percorrer todo o livro: se o
fim dos tempos ocorrer num anoitecer, num só dia viveremos da Antiguidade
até o fim do milênio. O romance parece animado por essa lógica joyceana.

Uma cena não prepara a outra organizada em causa e efeito: há desde o amor
em monólogos superpostos quanto uma narrativa que, rarefeita, é tecida com
imagens desses vários tempos históricos superpostas: há mais cambalhotas
em busca de sombras do que vasos comunicantes propriamente ditos. E, na
verdade, essas imagens de uma mente triste chegam todas ao mesmo tempo
em 1999. A mente triste busca avidamente um sentido, laboriosamente o
constrói, embora seja perseguido pela condenação emitida no livro de Milan
Kundera, a propósito de mito fundante dessa narrativa: a vida não tem sentido.
Como em Cartago, todos os amores são impiedosos e cantam ao mesmo
tempo em nossos ouvidos.

4.Conclusão

O romance Yuri em seu Gabinete é brilhante um romance de geração, ou


melhor, apresenta os dilemas e dilaceramentos de uma geração, a geração dos
filhos de 68. O romance apresentou algumas questões que trabalhamos aqui:
simultaneidade de referências culturais em vários tempos e épocas, na luta por
dar sentido e transcendência ao cotidiano e a acontecimentos tais como o
primeiro amor e a morte do pai. A forma como essas referências chegam é sob
a forma de imagens, em grande parte “fragmentos perdidos”. O objetivo das
“imagens tristes” é dar consciência do tempo e buscar uma identidade.

5.Bibliografia:

CLARET, Sergei. Yuri em Seu Gabinete. Belo Horizonte: Editora do Autor,


2017.

Você também pode gostar