01 INTRODUÇÃO

SUMÁRIO
02
28

REVISÃO DA ANATOMIA DA FACE

APLICADA À ESTÉTICA FACIAL

03 07
40

ANATOMIA DA BELEZA O PODER DAS

E DO ENVELHECIMENTO COMBINAÇÕES

04 08
56 128

BIOQUÍMICA CASOS CLÍNICOS E

DO METABOLISMO PROTOCOLOS DE TRATAMENTO

05 09
68 132

MIPPS MANEJO DAS COMPLICAÇÕES EM

PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE
INVASIVOS EM CIRURGIA PLÁSTICA CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA

06 10
76 142

CLÍNICA DO SÉCULO XXI

BASES CLÍNICAS DA TERAPIA DE INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO E AO
REPOSIÇÃO HORMONAL (HRT) MARKETING ÉTICO PARA UNIDADES DE ESTÉTICA
112 154
05
 MIPPS
PROCEDIMENTOS
MINIMAMENTE
INVASIVOS
EM CIRURGIA
PLÁSTICA

REJUVENESCIMENTO
Os procedimentos minimamente
invasivos em cirurgia plástica (MIPPS)
são técnicas complementares de
e do
extrema importância em cirurgia
ANATOMIA DA BELEZA
plástica estética, uma vez que conse-
guem aprimorar sobremaneira os
resultados finais.
Seu uso isolado ou em combinações
pode ser feito tanto no pré-operatório
quanto no peri e pós-operatório.
guia prático da
O objetivo deste livro não é abor-
dar os detalhes históricos, técnicos
e pontuais de cada MIPPS. A seguir,
será apresentado cada MIPPS no
âmbito da anatomia da beleza e do
rejuvenescimento, fazendo-se cum-
prir o intuito da obra.
Os 8 MIPPS mais comuns são:
- Ponto de injeção de toxina (PIT).
- Ponto de injeção de preenche-
dor (PIP).
- Ponto de elevação tecidual
(PET).
- Ponto de injeção de anestésico
(PIA) ou pápula isquêmica.
- Procedimentos estéticos quími-
cos (PEQ).
- Procedimentos estéticos mecâ-
nicos (PEM).
- Skin fitness (SkF).
- Terapia de reposição hormonal
(HRT) (ver Capítulo 06).
78
PONTO DE INJEÇÃO
DE TOXINA (PIT)
PIT significa ponto de injeção
de toxina ou, em inglês, point
of injection of toxin.
Em pouquíssimos anos, consideran-
do-se seus primórdios em 1960, a toxina
botulínica revolucionou a área da saúde,
tornando-se o maior tratamento da histó-
ria da Medicina, ultrapassando, inclusive, os
antibióticos, também uma enorme revolu-
ção dos anos de 1960.
Neste livro, conceitualiza-se a toxina
além da capacidade de apenas remover
rugas indesejáveis. Contabilizando mais
de 7 milhões de tratamentos por ano no
mundo inteiro, hoje a toxina é muito mais
do que tratar apenas rugas – ela rees-
trutura a musculatura facial e reconstrói
a anatomia tridimensional da face, resti-
tuindo o aspecto jovem e belo que o rosto
perde com o avanço da idade.
Por esses motivos, é válido reforçar a
coerência extrema de conhecer a anato-
mia da face – objetivando sempre um cor-
reto diagnóstico anatômico. O capítulo 02
deste livro expõe, de forma detalhada (e
deve ser lido com muita atenção), que a
musculatura da face é diferente da muscu-
latura esquelética do corpo em geral, dado
que possui inserções dérmicas. Nenhum
outro músculo do corpo humano dispõe
dessa peculiaridade. As associações das
fibras dos 18 pares de músculos e do pró-
cero formam as inserções dérmicas ou as
inserções da pele e permitem que a face
execute inúmeras funções.
Essa propriedade da face determina
a grande variação no aspecto da pele de
crianças, jovens, adultos, idosos e entre
os sexos masculino e feminino. Essas
variações são, para o cirurgião plás-
tico, detalhes expressivos da proporção
das estruturas anatômicas da face que
determinam a questão da beleza – e
também o sucesso na cirurgia. O treina-
mento PIT 100 do Anatomy GPS ensina
justamente essas minúcias, visando
posicionar com precisão a agulha para
a injeção – uma precisão de milímetros
e muito segura.

LÂMINA DOS 100 PONTOS

DE INJEÇÃO DO PIT

Programa pioneiro e inédito de alta

precisão e de alta segurança, com coorde-
nadas 3D.
- Ponto. Lâmina dos 100 pontos de injeção do PIT

- Direção da agulha (relógio imaginário).

- Ângulo de penetração (10 ou 45 graus).
- Penetração da agulha (2 ou 4 mm).
- Volume injetado (2 ou 4 unidades).
INFORMAÇÃO ADICIONAL
A toxina botulínica foi extraída pela primeira vez em
meados de 1890 de uma morcela (black pudding) con-
taminada com a bactéria Clostridium botulinum. Essa
bactéria causa o botulismo, doença com sintomas e
complicações graves, como paralisia respiratória e, até
mesmo, óbito.
A discussões e descobertas acerca da Clostridium bo-
tulinum e da toxina botulínica evoluíram durante as
décadas seguintes até que, nos anos de 1950, um
médico demonstrou que a toxina botulínica poderia
paralisar alguns músculos no sentido de tratar doen-
ças nervosas. Em meados de 1970, oftalmologistas
começaram a usá-la para tratar o estrabismo, que é
causado por um balanço na musculatura ocular.
Inesperadamente, após um tempo descobriu-se que
as pessoas que se tratavam para o estrabismo tinham
menos rugas. Daí, para chegar à conjuntura atual, fo-
ram mais e mais indicações para ela.
USO E INDICAÇÕES DA TOXINA
BOTULÍNICA EM TRATAMENTO
ESTÉTICO DA FACE
Foi uma ideia brilhante quando um casal
de oftalmologista e dermatologista
decidiu tratar, pela primeira vez na história
da Medicina, as rugas, que são uma queixa
constante da maioria das mulheres.
A ação da toxina botulínica na muscula-
tura da face não atua apenas na função de
cada músculo, mas também na resposta
do músculo que adere à pele. A aderência
das fibras musculares na pele causa rugas
na direção contrária ao movimento do
músculo. Assim, ao bloquear as fibras que
vão para a pele, é mantido o movimento
do músculo e as rugas são removidas.
Hoje, quando se fala em toxina, fala-
-se em facelift, a “cirurgia líquida” de

79
 rejuvenescimento – alguns autores usam
REJUVENESCIMENTO
essa expressão. É o uso da toxina para
reposicionamento da musculatura facial,
buscando recuperar os elementos carac-
terizados e considerados aspectos da
juventude, ou seja, as estruturas elevadas:
e do
sobrancelha elevada e arqueada, canto do
ANATOMIA DA BELEZA
olho elevado, canto da boca elevada e toda
a elevação da musculatura facial. É o blo-
queio dos músculos depressores da face.
Com a idade, o lábio vai fazendo uma
inversão, ficando mais flat (plano) e mais
longo e perdendo o relevo. O lábio supe-
guia prático da
rior diminui de volume e de projeção,
perdendo o contorno. Isso ocorre por-
que é o arco de cupido que dá à boca
um aspecto jovial. Conforme o arco de
cupido vai perdendo a formação tridi-
mensional, o lábio superior vai ficando
mais alongado e perdendo volume, o fil-
tro vai perdendo definição, o que dá um
aspecto envelhecido.
A ruga é o resultado da ação das fibras
de inserções dérmicas. As rugas em volta
dos olhos (“pé de galinha”), em volta da
boca (“código de barras”) e da região fron-
tal (glabela) dão à face uma aparência de
tristeza, preocupação ou raiva, tornan-
do-se a maior queixa dos pacientes, em
Técnica do PIT em cadáver fresco
80
especial do sexo feminino. O bloqueio
dessas fibras faz a ruga desaparecer. Mais
adiante, será apresentada uma técnica
diferente, mais superficial, específica para
a remoção das rugas.
No pescoço, é soberana a região do
platisma. Quando se trata o pescoço,
está se tratando a face. O maior depres-
sor da face é o platisma, pois ele é muito
forte e muito extenso. Ao bloquear o
platisma no nível da mandíbula (aplica-
ção que será mostrada mais adiante), é
possível entender por que atualmente a
toxina botulínica é muito mais do que um
tratamento tradicional.
O capítulo 3 deste livro tem informa-
ções mais detalhadas sobre os 10 diag-
nósticos mais comuns e seus respectivos
tratamentos estéticos.
Além disso, praticamente todo e qual-
quer tratamento cirúrgico estético da face
pode ser combinado com a ação da toxina,
melhorando e prolongando o resultado.
Alguns dos procedimentos que mais facil-
mente se combinam com toxina são os
tratamentos da pele1 e os preenchimentos
(PIP; ver págs. 84 a 92).
A IMPORTÂNCIA DO APRENDIZADO
O ensino tradicional da aplicação da toxina
botulínica geralmente instrui a injeção
em 2 pontos, ou 2 dimensões, mas não
salienta pormenores bastante úteis, como,
por exemplo, a penetração da agulha e
o ângulo da agulha. Por isso, o Anatomy
GPS criou um sistema PIT de pontos em 3
dimensões (tridimensional):
1
Procedimentos estéticos químicos (PEQ), procedi-
mentos estéticos mecânicos (PEM) e skin fitness (SkF),
abordados nos capítulos seguintes.
- Os 2 pontos tradicionais da aplicação;
- O ponto relacionado à distância em
que deve ser aplicada.
É concebível chamar esse sistema de PIT
4D, incluindo o D de diagnóstico anatômico,
que representa cerca de 80% do resultado
clínico da injeção de toxina. No entanto,
aqui será tratado como tridimensional, já
que o termo se encaixa no âmbito do tema.
POR QUE É IMPORTANTE
CONHECER A DISTÂNCIA?
Porque, por exemplo, se você errar a locali-
zação de 1 ponto e colocar a agulha 2 mm ao
norte, você está 4 mm além da posição certa,
o que gera um erro duplicado. Em razão
disso, a injeção da toxina deve ser executada
em perspectiva tridimensional e, se possível,
hands on, ou seja, com a “mão na massa”.
“Fazer toxina” quer dizer aplicar uma
injeção de toxina em uma região especí-
fica (ponto) de um músculo qualquer.
Na aplicação da toxina botulínica, o cirur-
gião quer acertar o ponto exato, aquele
em que está o chamado ponto motor, ou
seja, o ponto do músculo onde se tem mais
ação, seja a ação específica ou a ação sobre
a pele (inserções dérmicas que causam as
rugas). Esse entendimento já é um início
para se mudar a maneira de aplicar toxina.
Para melhor entender o PIT 4D, a seguir
será apresentado o treinamento PIT 100.
O PROGRAMA PIT 100
O Anatomy GPS oferece o treinamento PIT
100, que é o mais ético, o mais eficaz e o
mais indicado para quem deseja aprender
injeções de toxina precisas e seguras. A
seguir, será demonstrado por que ele
possui tantas vantagens e, mais adiante,
será apresentada a técnica.
- A técnica inédita de manipular cadáve-
res frescos permite praticar a injeção
inúmeras vezes, sem limitações, não
precisando treinar em uma pessoa, tor-
nando-o mais ético.2
- O treinamento dispõe de um programa
de dissecação em janela, em que a
anatomia é entendida como se fossem
endereços em um sistema de posicio-
namento global (o famoso GPS) – daí
a inclusão do termo GPS em todo o
contexto do grupo Anatomy GPS. Não
é aquele conhecimento de anatomia
regional oferecido pela escola, mas um
aprendizado baseado em endereços,
ou seja, em pontos específicos. Por
exemplo, a ruga frontal tem um ende-
reço, a ruga labial tem outro.
- São 100 pontos específicos na cabeça
e no pescoço.
Isso descreve sucintamente o PIT 100:
são aprendidos 100 pontos específicos
na cabeça e no pescoço onde se pode
aplicar a injeção de toxina, guiada em 3
dimensões por meio do GPS, que indica o
exato ponto motor do músculo.
2
Nota do autor: não é intuito aqui desacreditar os
outros treinamentos, afinal o autor deste livro também
aprendeu a técnica da maneira convencional, mas,
diante da oportunidade de ensinar de maneira mais
ética e mais eficaz, ele desenvolveu a técnica de treinar
diretamente em espécime cadavérico fresco.
81
REJUVENESCIMENTO

A TÉCNICA DO PIT
A técnica do PIT tem sido muito bem aceita
pela sua precisão, segurança e simplici-
dade. Por ser a única técnica de injeção
de toxina totalmente desenvolvida utili-
e do

zando dissecações anatômicas em cadá-

ANATOMIA DA BELEZA

ver fresco, pode-se considerar o programa

mais famoso do mundo, com mais de
31.600 alunos treinados em 58 países.
É um sistema de coordenadas GPS para
cada ponto e 2 injeções, sendo um PIT de
10 graus e um PIT de 45 graus.
guia prático da

A técnica do PIT é simples e consiste de:

1. 100 pontos específicos na cabeça e

no pescoço.
2. Uma abordagem tridimensional do ponto,
diferentemente dos pontos tradicionais PIT 10 graus
em 2 dimensões, e em um formato de
coordenadas, como um GPS, o que torna
a aplicação muito precisa e segura.
3. Todos os pontos foram desenvolvi-
dos primeiro no modelo em espé-
cime cadavérico fresco, para que,
ao ser feito no paciente, o aluno já
tenha aprendido no cadáver.
4. Somente 2 tipos de aplicação:
- Uma bem superficial, em um ângulo
de 10 graus, com penetração de 2
mm e injeção de 2 unidades, que
visa a bloquear somente a inserção
dérmica do músculo e, assim, corri-
gir as rugas de forma segura e eficaz.
- Uma injeção profunda intramuscular já
predeterminada no modelo cadavérico,
em uma direção também predetermi-
nada e, por isso, muito segura. É feita
em inclinação de 45 graus, penetração
de 4 mm, injeção de 4 unidades com o
objetivo de modificar a ação muscular.
PIT 45 graus
82

Os 5 passos da aplicação são:
1. Antissepsia da pele.
2. Marcação do PIT.
3. Posicionamento do PIT machine.
4. Injeção.
5. Leve compressão local para eventual
hemostasia.
As lâminas de PIT – bônus especial deste
livro – mostram a técnica de forma
bastante didática.
PIT MACHINE
Para se obter ainda mais segurança e
precisão, foi desenvolvido o PIT machine,
que evita qualquer erro em relação à
injeção. É um pequeno aparelho desen-
volvido pelo Anatomy GPS que permite a
injeção segura de toxina botulínica nos PIT.
A previsão é que seja lançado no mercado
brasileiro em 2019.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SOBRE A TOXINA
Como toda e qualquer técnica, a evolução
traz bons resultados e novas indicações.
Primeiramente indicada para estrabismo,
ou seja, para ação na musculatura do
olho, e depois para o tratamento de rugas,
a indicação da toxina botulínica evoluiu
muito e hoje abrange uma ampla esfera em
saúde. Eficaz e rápido, o tratamento com
toxina botulínica apresenta-se no século
XXI como um tratamento bem definido e
utilizado por mais de 14 especialidades da
área da saúde.
Nesse panorama de sua amplitude, o
tratamento com toxina possui diversas
vantagens tanto para o paciente como
para o cirurgião: é bem aceito e tolerado,
proporciona um resultado espetacular em
razão de sua eficácia, assegura a satisfa-
ção do paciente, tem preços razoáveis, é
relativamente fácil de usar e fornece um
bom retorno financeiro, não apenas para
o cirurgião, mas também para o paciente.
Contudo, sua aplicação segura só se
perfaz simples após um bom treinamento,
ou seja, um que seja adequado e completo
para aplicação da toxina, de preferência se
for em espécime de cadáver fresco. Sem
aprender os detalhes de toda a técnica do
PIT, o seu uso provavelmente será feito de
maneira inconsequente e dissimulada.
Essa grandiosidade e a relativa simplici-
dade fazem a toxina parecer infalível, mas,
na realidade, ela traz, sim, complicações e
riscos para o paciente. Para proporcionar
a segurança do procedimento, do cirurgião
e do paciente, o conhecimento e o diag-
nóstico anatômico são imprescindíveis e
– não é demais repetir – o treinamento
adequado e completo é mandatório.
83

PONTO DE INJEÇÃO DE
REJUVENESCIMENTO
PREENCHEDOR (PIP)
PIP é o ponto de injeção de preenchedor,
descrito como um grupo de técnicas desen-
volvidas por meio de estudos em disse-
e do
cações anatômicas que visam à injeção
ANATOMIA DA BELEZA
segura e precisa de preenchedores.
INDICAÇÕES E USO
Depois da toxina, a injeção de preen-
guia prático da
chedor é o segundo procedimento esté-
tico mais comum. Vem ganhando uma
boa responsividade, especialmente nas
áreas do complexo nasolabial, em que o
preenchimento gera grandes benefícios
do ponto de vista do rejuvenescimento, da
estética e, até mesmo, funcional.
Há vários tipos de preenchedor, cada
um com suas qualidades e sua indicação
mais específica. Os resultados são muito
semelhantes entre os vários preenche-
dores existentes no mercado. Contudo,
no que concerne às complicações, elas
são muito relacionadas entre si e pare-
cem ter mais associação com a técnica
do que com o tipo de preenchedor pro-
priamente dito.
As indicações para preenchimento são
inúmeras.
As áreas mais comumente indicadas com
boa resposta e excelente tolerância são:
- A linha do vermelhão na boca, ou seja,
o contorno labial (trabalhar o volume
labial implica maior morbidade e mor-
talidade).
- Os sulcos nasogenianos (“bigode chinês”).
- A região mentoniana (“queixo”).
84
-
Toda a região profunda.
- Nariz.
Dentre as indicações do problema a ser
tratado, as mais comuns são:
- Rugas finas, estáticas, sem resposta ao
tratamento da toxina, da radiofrequência
e de outros procedimentos associados.
- Rugas profundas e sulcos, depois de
mobilizados para a posição anatômica
normal.
- Reconstrução de áreas de referência
com reposição de volume e definição
de estrutura, como o ângulo da man-
díbula e a região do mento, e reposi-
ção de volume em si, como no caso da
fossa temporal, da região da maxila e
do zigoma.
O preenchimento é feito no consultório.
Sua durabilidade é de 6 meses a 1 ano,
variando conforme o tipo de preenchedor,
o próprio paciente e a técnica utilizada.
Vale ressaltar que a técnica adequada é de
extrema importância, inclusive na durabili-
dade do benefício.
Geralmente, os preenchimentos são
feitos com anestesia local e muito bem
tolerados. Hoje, alguns preenchedores já
possuem anestésico na composição da fór-
mula, o que propicia um grande conforto
após o procedimento. Entretanto, mesmo
se for utilizar preenchedor com anestésico
na fórmula, talvez seja necessário e bem
indicado o uso de anestésico. O grupo Ana-
tomy GPS tem preferência à xilocaína com
vasoconstritor porque, além do conforto e
do controle da dor, há também a opção da
vasoconstrição, que favorece o bom resul-
tado e evita as complicações mais comuns,
que são a equimose e a dor.

COMPLICAÇÕES DO PIP
As reações inflamatórias são as compli-
cações mais frequentes dos preenchi-
mentos. Ocorrem mais perto da região
da epiderme, onde há maior presença de
mastócitos, histiócitos fixos e outras células
do tipo leucocitário, que possuem resposta
imunitária.
Os preenchimentos realizados muito
superficialmente e injetados na derme
superficial estimulam mais uma resposta
inflamatória da região. A exteriorização,
o contato do preenchimento com a parte
mais superficial da pele, aumenta bastante
o risco de uma reação de corpo estranho.
Portanto, quando se quer preservar
a resposta inflamatória, o ideal é colocar
o preenchimento mais profundamente, na
derme profunda; se for na derme super-
ficial, que seja longe da pele. Além disso,
é muito importante que o preenchimento
fique em um espaço adequado, onde
possa ter alguma proteção imunológica.
As empresas de preenchimento apre-
sentam e demonstram claramente em
seus estudos as posições ideais de coloca-
ção do preenchimento.
Infelizmente, os preenchimentos atuais
não respondem muito bem quando rea-
lizados dentro do músculo. Nos Estados
Unidos, por exemplo, os preenchimentos
dentro do músculo foram proibidos em
razão, principalmente, da migração.
Na formação do ângulo da mandíbula
(a mandíbula quadrada, muito desejada do
ponto de vista estético), por exemplo, há
uma resposta melhor quando o preenche-
dor é colocado dentro do masseter, por-
que é ele que define o padrão quadrado.
O ângulo da mandíbula tem um tecido
invariavelmente fino e bastante delgado,
tanto que é uma área comum de fraturas.
Portanto, qualquer tentativa de preenchi-
mento nessa região fica sem limite, cau-
sando um problema muito indesejável: a
migração.
Diante disso, uma boa alternativa atu-
almente é usar gordura. É realizada uma
lipoaspiração e depois uma injeção de gor-
dura no masseter, conseguindo produzir a
tão desejada mandíbula quadrada.
Na região da boca, em especial, o
preenchimento pode acarretar algumas
complicações. O vermelhão é uma estru-
tura anatômica vascularizada e espon-
josa, onde não se tem um bom limite. As
injeções de preenchedor dentro do ver-
melhão podem causar irregularidades,
migração do preenchedor, formação de
glóbulos grandes ou pequenos, hema-
toma, bem como aumento do risco de
equimose. É frequente os pacientes rela-
tarem isso. Portanto, deve-se ter muito
cuidado no momento de preencher o
vermelhão. O aumento do lábio deve, de
preferência, ser feito na área da borda do
vermelhão – entre a pele e o vermelhão
–, onde existe um compartimento mais
estanque no qual o procedimento vai
ter limites mais bem definidos. Embora
alguns autores façam o preenchimento
labial por si só, o ideal é o lábio ser pre-
enchido na região da linha do vermelhão,
mesmo que seja em volumes maiores,
porque, assim, é possível aumentar o
volume do lábio sem ter que, necessaria-
mente, injetar no vermelhão.
Existe uma tendência de fazer preen-
chimento no dorso do nariz, porém essa
região deve ser evitada, já que o resultado
não é bom e há aumento de complicações.
85
 Para listar, as regiões que causam
REJUVENESCIMENTO
maior preocupação em relação às com-
plicações são:
- Região do dorso do nariz.
- Região da pálpebra inferior.
e do
- Região do vermelhão (vermillion) (não a
ANATOMIA DA BELEZA
linha/borda).
PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES
De acordo com a experiência do Anatomy
GPS, as complicações aparecem quando se
guia prático da
começam a forçar as indicações. Assim, em
todos os procedimentos estéticos, para evitar
as complicações, as recomendações são:
- Seguir a indicação absoluta.
- Fazer o diagnóstico anatômico, que
perfaz cerca de 80% do resultado.
- Executar a técnica de forma correta,
visando evitar o excesso de injeção e,
consequentemente, os problemas de
compartimento.
- Obedecer os rígidos padrões cirúrgi-
cos, como os cuidados de assepsia e
antissepsia.
- Usar cânulas, a fim de evitar a lesão
vascular nervosa.
- Fazer o preenchimento somente nos
planos ideais.
As dermes profunda e superficial são
áreas onde o preenchimento proporciona
muito conforto. A região supraperiostal
também oferece muito conforto, mas,
em razão da ação muscular, tem menor
durabilidade. Os preenchimentos especí-
ficos de área, como lábio, boca e região
do zigoma, tentam devolver ou repro-
duzir uma cirurgia ortognática e têm
sido bem aceitos, tanto do ponto de vista
86
dos profissionais quanto dos pacientes,
porque é possível obter um bom resul-
tado estético quase semelhante ao da
ortognática, mas sem os inconvenientes
e os riscos da cirurgia, como longas horas
de anestesia e osteossínteses.
Nesse contexto, ressalta-se que o pre-
enchimento não substitui a cirurgia plás-
tica, a rinoplastia ou a cirurgia ortogná-
tica. Diferentemente, todos os MIPPS são
complementares aos procedimentos cirúr-
gicos.
Em relação ao nariz, a seguir será
aprofundada a sua abordagem por ser
parte das reconstruções com preenchi-
mento. O preenchimento da região do
nariz é considerado a rinoplastia sem
cirurgia, que é um assunto muito em
pauta hoje em dia. O programa do Ana-
tomy GPS para preenchimento é cha-
mado de PIP 4D (pontos de injeção de
preenchimento 4D) e é bastante provei-
toso; centenas de narizes já foram feitos
com excelentes resultados.
RINOPLASTIA SEM CIRURGIA
O preenchimento de nariz, também
chamado de rinoplastia sem cirurgia,
é feito em poucos minutos, é muito
confortável e seguro e tem um resul-
tado fantástico. Atende tanto o paciente
que não quer fazer cirurgia como aquele
que quer fazer cirurgia, mas está com
medo de o resultado não ficar adequado. É
conveniente porque não requer anestesia,
não requer cirurgia e é 100% reversível.
Apesar de suas particularidades, todos
os narizes têm uma anatomia baseada em
3 pontos comuns: dorso, ponta e ângulo.
As 3 queixas mais notáveis em relação
ao nariz são:
1. Dorso elevado: conhecido também
como “giba”, do tipo tucano, ocorre
quando o dorso fica mais projetado do
que a ponta do nariz, dando a aparên-
cia de que o nariz é corcunda.
2. Nariz “batatinha”: o nariz tem uma
ponta redonda, baixa e sem projeção.
Essa característica ocorre quando há
um “excesso” de cartilagem alar.
3. Nariz com ângulo para baixo: o famoso
“nariz de bruxa” é aquele que se move
quando o paciente fala, fica projetado
para baixo, dando uma aparência de
cansado e sério. Esse aspecto decorre
do colapso (queda) da columela, que
também pode originar um dorso muito
projetado (“giba”).
Na presença desses 3 pontos de indicação
para a rinoplastia sem cirurgia, o resultado
será excelente; sem eles, o resultado não será
o desejado, embora ainda possa ser feito.
Sendo assim, as queixas requerem
algumas condições, como:
- Quanto mais colapsada a columela esti-
ver, melhor será o espaço para o preen-
chimento.
- Para que haja a projeção da ponta e para
que o resultado seja bom, é necessário
que a cartilagem alar seja pequena, já
que a cartilagem larga não permite a
migração do preenchedor e a projeção
da ponta. A cartilagem alar tem que ter,
no máximo, um terço de toda a exten-
são do nariz. Quanto menor a cartila-
gem em relação ao tamanho do nariz,
melhor será o resultado estético do
preenchimento. Uma cartilagem que
ocupa mais do que um terço do nariz
não vai ter um resultado bom e ainda
há a possibilidade de uma exposição
das narinas, dando um aspecto muito
desagradável e antiestético às narinas
do paciente em repouso.
- Nunca preencher a região do dorso do
nariz, embora muitos autores tenham
conseguido bons resultados. O programa
Anatomy GPS e os princípios básicos de
preenchimento vão contra o preenchi-
mento do dorso do nariz em razão da
falta do tecido subcutâneo, da ocorrência
de migração e da própria estrutura ana-
tômica. A experiência do grupo Anatomy
GPS aponta que são grandes os riscos
de migrar e de o resultado não ser dura-
douro, além do risco de complicações.
O preenchimento do nariz, seguindo essas
condições, é feito somente na região da
columela. É um procedimento seguro e reali-
zado em minutos, com resultado excelente.
Como a columela está localizada sobre
o osso do nariz e também da maxila e da
espinha nasal, o preenchimento tem de
ser feito em 3 pontos:
1. Deve-se preencher a columela no sen-
tido vertical, como se fosse uma haste
de suporte do nariz. A cânula vai até
a ponta do nariz e, depois, retrogra-
damente, se faz o preenchimento dos
espaços até que se obtenha o alinha-
mento da columela.
2. Deve-se fazer um preenchimento no
nível da espinha nasal para que a colu-
mela não tenha uma mobilidade em
relação à espinha.
3. Voltar a ponta da agulha para a região
da maxila, que também deve ser pre-
enchida, exatamente no ponto em que
a espinha nasal emerge (servindo de
apoio), criando uma base para que se
assente a nova columela.
87
 O volume injetado varia de 0,3 a 0,7 mL,
REJUVENESCIMENTO
podendo chegar até 1,2 mL para os 3
pontos. Não há um volume preciso, ele
está relacionado com o alinhamento da
columela: preenche-se até que a colu-
mela se alinhe.
e do
O preenchimento de columela é fas-
ANATOMIA DA BELEZA
cinante porque alinha a columela ime-
diatamente, dando um resultado muito
satisfatório com a projeção da ponta
do nariz e (muito importante) com a
correção do dorso imediato. Nota-se
que, quando se preenche a columela,
guia prático da
há uma correção da ponta, com conse-
quente mudança do seu posicionamento
(em relação ao dorso), e a giba diminui
– o que traz um aspecto estético interes-
sante de reconstrução. É uma verdadeira
rinoplastia sem cirurgia, principalmente
do ponto de vista estético.
Antes 7 quedas
3 7
V para baixo Barra central da beleza
Módulo nasolabial antes e depois da cirurgia estética
88
Por que fazer o preenchimento da colu-
mela, a rinoplastia sem cirurgia? Porque:
- É seguro.
- Tem muito menos complicações.
- É feito com anestesia local (muito bem
tolerada pelo paciente).
- É temporário.
- Não há o risco da anestesia geral, ine-
rente às grandes cirurgias.
- Oferece um resultado sensacional.
Exceto se o paciente tiver um distúrbio
respiratório ou um problema funcional do
nariz que requeiram a cirurgia de nariz do
ponto de vista funcional, os procedimentos
da rinoplastia sem cirurgia têm um alto
benefício, um resultado ótimo e devem
ser preferidos à cirurgia convencional ou
mesmo às suspensões de fio de nariz.
10 anos em 10 minutos
V para cima
 OBSERVAÇÃO recomendam-se as 3 medidas de segu-

A suspensão de fio na face, que será abordada mais

adiante, tem resultados positivos, mas o grupo Ana-
tomy GPS entende que, na região do nariz, o resultado
da suspensão com fio não é tão bom, pois ocasiona
muito mais complicações e, pelo contato com a muco-
sa, aumenta o risco de infecção e de extrusão. Então,
deve-se preferir sempre o preenchimento. Por fim, se
o preenchimento for repetido e houver um novo su-
cesso, o paciente pode decidir pela cirurgia.
Alguns procedimentos podem ser asso-
ciados com o preenchimento de nariz,
como a toxina botulínica no músculo
elevador do canto da boca e da asa do
nariz e também da musculatura dos
ramos das inserções da espinha nasal
pelos músculos orbiculares da boca. Essa
dinâmica do lábio e da composição naso-
labial, que denominamos módulo nasola-
bial, é fantástica em termos de simplici-
dade e de resultado, com baixíssimo nível
de complicação.
rança do PIP (ver item adiante).
3. PIP 3 – superficial: tem indicação mais
limitada e apresenta maior risco de efei-
tos colaterais, como inflamação, extru-
são e assimetrias. Tem menor durabili-
dade e requer um preenchedor menos
denso. As áreas que merecem destaque
para o PIP 3 são a linha do vermelhão
na boca e as rugas estáticas na posição
anatômica.
4. PIP 4 – intramuscular (IM): é muito
utilizado para melhorar o contorno
facial e é feito nos músculos na masti-
gação, e não no subcutâneo. Quando
realizado no masseter, a finalidade é
melhorar o ângulo da mandíbula, e
no temporal, melhorar o contorno do
terço superior. É muito seguro e dura-
douro. Atualmente, está em anda-
mento um estudo do Anatomy GPS em
espécime cadavérico e em camundon-
gos para demonstrar de forma mais
clara os benefícios do PIP 4.

CLASSIFICAÇÃO DO PIP
O PIP pode ser classificado em relação ao
seu plano de injeção em 4 grupos.

1. PIP 1 – profundo: realizado, por

exemplo, no zigoma ou no mento. O
preenchedor é injetado em um plano
profundo, se possível supraperiostal.
É muito seguro, duradouro e com boa
tolerância.
2. PIP 2 – médio: é realizado em um plano
médio, no nível da derme profunda,
e o preenchedor nunca deve estar
em contato com a derme superficial
nem com o exterior. Para evitar isso,
Técnica do PIP: 1. profundo, 2. médio, 3. superficial, 4.
intramuscular.
89
REJUVENESCIMENTO
e do
ANATOMIA DA BELEZA
guia prático da
PIP 1: preenchimento profundo, supraperiostal,
cujo objetivo é suspender o terço médio e desen-
har os contornos faciais. O seu diferencial em
relação a outras técnicas é a facilidade técnica,
a segurança e o menor grau de invasão.
PIP 3: preenchimento superficial. É o menos uti-
lizado e tem indicações de uso no lábio, no nível
da linha do vermelhão, e nas rugas estáticas na
posição anatômica.
90
PIP 2: é o PIP médio, realizado no nível de
derme profunda e muito usado para sulcos e
rugas estáticas na posição anatômica, como
o sulco nasogeniano e o “código de barras”. É
pouquíssimo invasivo, executado através de um
orifício e com o uso de cânulas.
PIP 4: trabalha o contorno facial lateral e é o
único intramuscular. Tem maior durabilidade e
um excelente resultado, visto que utiliza a forma
do músculo. Pode ser aplicado nos 2 músculos
da mastigação que fornecem o contorno da
face: o masseter e o temporal.
A TÉCNICA DO PIP AS 3 MEDIDAS DE SEGURANÇA

A técnica do PIP é muito simples e muito menos Os estudos anatômicos em cadáver

invasiva do que as técnicas tradicionais e, por
isso, tem ganhado cada vez mais adeptos.
Os 5 passos do PIP são:
fresco do Anatomy GPS demonstram o
que já se previa clinicamente em relação
à segurança.
As 3 medidas de segurança do PIP são:

1. Marcação.
1. Faça preenchimento sempre com
2. PIA: pápula isquêmica com anesté-
cânula, e não agulha.
sico local e vasoconstritor.
2. Mantenha a cânula sempre em um
3. Abertura do pertuito de pele: muito
ângulo de 15 graus em relação à pele,
superficial, atingindo somente a pele,
a fim de evitar o contato com a derme
no ponto central da pápula. Essa
superficial e, assim, tentar diminuir o
medida simples evita as 2 complica-
risco de edema (mastócito) e inflama-
ções mais comuns dos procedimentos
ção (macrófago).
de preenchimento: dor e equimose no
3. Mantenha uma distância de 2 mm no
ponto de injeção. Pode ser feito com
ponto mais distal, para evitar a com-
agulha n. 18 ou lâmina de bisturi n. 11.
pressão de vasos e nervos, e de 2 mm
A partir desse ponto, somente instru-
do ponto mais proximal, para evitar o
mento rombo, ou seja, somente cânula.
contato com a derme superficial ou
4. Introdução da cânula e administra-
com o meio exterior. Essa medida tam-
ção de mais anestésico com vaso-
bém ajuda a selar a área preenchida.
constritor. Essa manobra permite 3
ações importantes:
- Melhor controle da dor em virtude
da anestesia do trajeto.
- Diminuição do sangramento no tra-
jeto, reduzindo o risco de hematoma
ou equimose.
- Resultado melhor e mais duradouro,
já que a ausência de sangue otimiza
a expansão do preenchedor e dimi-
nui a velocidade do metabolismo.
Ressalta-se que, sem sangue, o ácido
hialurônico em água pode expandir
até 1.000 vezes o seu peso molecular.
5. Injeção do preenchimento propria-
mente dito também com a cânula cali-
brosa. Quanto mais calibrosa, melhor
o resultado, menor a dor e menor o
risco de complicações. É quase impos-
Os 5 passos do PIP:
sível injetar um vaso inadvertidamente
1. Marcação. 2. PIA. 3. Abertura da pele. 4. Introdução 91
na face com uma cânula n. 18. da cânula para anestésico. 5. Introdução da cânula
para o preenchimento em si.
REJUVENESCIMENTO

Áreas nunca preenchidas QUAL É O MELHOR PREENCHEDOR?

Como medida de segurança dos MIPPS,
existem áreas que nunca são preen-
chidas por serem muito suscetíveis a
complicações. São 3:
e do
Já se passaram mais de 40 anos desde
que os primeiros preenchedores foram
introduzidos no mercado. Hoje, são
muitas opções, o que torna a escolha

relativamente confusa. Além disso, com

ANATOMIA DA BELEZA

- Preenchimento superficial nas pálpe-
bras.
- Preenchimento do dorso do nariz.
- Preenchimento do vermelhão.
Lembre-se: o M de MIPPS não significa
guia prático da
a previsão de essa área evoluir cada vez
mais, possivelmente muitos produtos
novos surgirão nos próximos anos.
A visão do Anatomy GPS é que só se
saberá qual é o melhor preenchedor para
um resultado estético seguro e bem-su-

melhor, mas, sim, menos invasivo.
POR QUE A PREFERÊNCIA
AO PIP EM RELAÇÃO A
OUTRAS TÉCNICAS?
Muitos cirurgiões estão migrando de
outras técnicas para o PIP.
Alguns fatores que tornam o PIP a téc-
nica de escolha são:
cedido se for feito um treinamento ade-
quado. Uma base sólida de conhecimento
que englobe princípios anatômicos e quí-
micos proporciona qualificação compe-
tente para se fazer a escolha acertada-
mente, levando em conta as necessidades
do paciente e os produtos disponíveis.
Sem dúvida, o melhor preenchedor
não é o que está dentro da seringa, mas,
sim, o que está segurando a seringa.

- Facilidade do aprendizado: é mais sim-

ples do que as outras técnicas.
- Melhor tolerância por parte do
paciente.
- Menor índice de complicações.
- Menor volume de preenchedor, o
que diminui bastante o custo para o
paciente.
- A base anatômica bem definida ofere-
cida pelo programa PIP 4D, que facilita
a indicação dos diversos PIP.

92
PONTO DE ELEVAÇÃO
TECIDUAL (PET)
PET é o ponto de elevação tecidual, que dá
nome à técnica exclusiva que o Anatomy
GPS desenvolveu para o procedimento
de suspensão com fio da face. A partir de
muito estudo, da seleção das melhores
técnicas e ferramentas, a técnica do PET
é a mais segura e proporciona resultados
ótimos com fundamento.
A suspensão facial ou PET tem 2 objetivos:
PET

- Devolver o posicionamento anatômico

das estruturas por meio da suspen-
são do sistema músculo aponeurótico
superficial (SMAS).
- Reposicionar as estruturas de modo
que seja possível realizar os preen-
chimentos e outros procedimentos
para se obter um melhor resultado,
pois quando a estrutura está na posi-
ção anatômica, o resultado estético
é melhor – tanto na toxina quanto no
preenchimento e em todos os outros
procedimentos estéticos.
Antes de discutir os detalhes da técnica
do PET, é válido abordar os conceitos nos
quais ela se baseia.
SUSPENSÃO FACIAL
Os estudos anatômicos do Anatomy GPS
demonstram claramente que o primeiro
sinal do envelhecimento não são os
cabelos brancos nem as rugas, mas, sim,
as quedas, as 7 quedas centrípetas da
face. Considerando isso, o primeiro trata-
mento a ser realizado em relação ao enve-
lhecimento da face é a suspensão. Tanto
é verdade que, nos Estados Unidos, o
nome da cirurgia de rejuvenescimento
facial é facelift, que literalmente significa
suspensão da face.
Além do envelhecimento, a suspensão
facial também é compatível para o embele-
zamento da face. Ao entender que um pro-
blema estético específico é também um pro-
blema posicional, ou seja, que a beleza e a
juventude do rosto são expressas por meio
da tridimensionalidade de todas as partes, a
suspensão facial tem essa indicação.
Diante disso, a principal questão é: qual
suspensão facial é a ideal? Para tanto, serão
apresentados a seguir 3 grandes grupos.
GRUPO 1 – GRUPO TRADICIONAL
DA CIRURGIA CONVENCIONAL
Nesse grupo, existem várias técnicas:
supraperiostal, subperiostal, lift conven-
cional, minilift e lift endoscópico.

93

REJUVENESCIMENTO
GRUPO 2 – SUSPENSÕES
MINIMAMENTE INVASIVAS
As suspensões minimamente invasivas
(grupo 2) têm o mesmo princípio cirúrgico
da suspensão tradicional cirúrgica, porém
e do
evitam um dano maior ao tecido.
ANATOMIA DA BELEZA
Elas são minimamente invasivas
por várias razões: pode ser feita uma
sedação em vez da anestesia geral, as
incisões são menores, os descolamen-
tos e o trauma do tecido são menores;
tudo isso com uma consequente melhor
guia prático da
recuperação e melhor resultado esté-
tico, porque são cicatrizes menores,
pouco aparentes e com resultado muito
mais significativo em relação ao custo-
-benefício do trauma.
Nesse grupo, há outras vertentes,
como as minimamente invasivas sem
endoscópio e as com endoscópio, em
especial os trabalhos feitos pelo dr.
Renato Saltz, em Birmingham, Alabama,
e Salt Lake City, Utah, nos Estados Uni-
dos. Esses trabalhos, executados na
década de 1990, demonstraram que é
possível fazer a suspensão do SMAS sem
remover a pele, permitindo vários outros
tipos de procedimentos.
A possibilidade de fazer uma suspensão
da face com bom resultado estético sem
remoção de pele demonstra que a pele não
é um fator do envelhecimento. A causa da
queda da face, da ptose das estruturas e da
flacidez não é apenas a pele.
GRUPO 3 (PARALELO) – FIO
O grupo 3 não é um grupo em si; é paralelo.
Paralelamente aos trabalhos de suspensão
endoscópica feitos nos Estados Unidos,
um grupo da Rússia teve a ideia de fazer
94
suspensão sem cirurgia em meados dos
anos de 1960. Provavelmente, naquela
época as condições socioeconômicas da
Rússia repercutiam em uma medicina
pobre, em que as condições gerais de
anestesia e de todos os outros benefícios
da medicina moderna ainda não estavam
disponíveis e a cirurgia plástica não era
nem valorizada nem acessível.
Assim, na Rússia, houve tentativas
estéticas de suspensão utilizando fio de
ouro, já que o ouro é um material inerte,
bem tolerado pelo corpo humano, não
oxida e, assim, não causaria reações
e poderia durar por um tempo ilimi-
tado. Infelizmente, o fio de ouro não
teve uma grande aceitação por várias
razões, inclusive do ponto de vista téc-
nico. Entretanto, a ideia trouxe à luz o
conceito de suspensão com fio. A par-
tir do fio de ouro e do fio russo, surgi-
ram vários outros fios, especialmente na
Europa Oriental, com o fio búlgaro e o fio
eslavo. Posteriormente, vieram os fios do
continente americano, em que os Esta-
dos Unidos foram os primeiros e o Brasil
também passou a desenvolver fios.
Desde então, a suspensão com fio vem
evoluindo. Hoje, o fio mais sofisticado é o
Silhouette Soft®, com um passador de fio
de altíssima qualidade e feito de ácido poli-
lático, que é altamente biodegradável.*
Infelizmente, apesar da alta tecnologia
e inquestionável qualidade do Silhouette
Soft®, o resultado não é tão bom. Pode ser
que a natureza da suspensão com fio não
seja perfeitamente adequada ou que o fio
talvez seja muito fino e não ofereça uma
boa sustentação. Em particular, o Anatomy
GPS presume estar equivocado o obje-
tivo de a suspensão com fio suspender a
derme e a pele. Os estudos anatômicos
em cadáver fresco, e também outros
autores, têm demonstrado que a queda
da face não é da pele em si, mas, sim, do
SMAS – o complexo conjunto de músculos
superficiais.
Nesse panorama, hoje existem 2 gran-
des grupos: o que acredita na queda
advinda da pele e confia na suspensão
com fio, e o que acredita na queda advinda
do SMAS e confia na suspensão do SMAS.
A TÉCNICA DO PET
É válido ressaltar que em estética todas as
técnicas são válidas. A cirurgia tradicional
ainda é uma ótima opção e, em muitos
casos, traz mais benefícios. Os fios em
geral e, inclusive, o Silhouette Soft têm
®
boas indicações para corrigir assimetrias e
fazer suspensões pontuais. O importante
é ter em mente que toda técnica bem
aprendida e, consequentemente, bem
executada traz bons resultados, ainda
mais se houver combinação – uma técnica
não exclui a outra.
Ao optar por uma suspensão facial, o
resultado será melhor se utilizar a téc-
nica do PET/MIPPS lift, criada pelo Ana-
tomy GPS. As vantagens são apresenta-
das a seguir.
4. A suspensão PET/MIPPS lift não sus-
pende a pele e não utiliza fio. Ela
suspende o SMAS, trabalhando na
região temporal. Não utiliza endos-
cópio (endoscopicless lift) (portanto,
sem incisões) nem o fio tradicional,
o que diminui a morbidade e a mor-
talidade. Já que não há fios debaixo
da pele, não há corpo estranho na
superfície da pele, nem qualquer
outro elemento por baixo da pele
que possa gerar riscos. As complica-
ções da suspensão com fio em geral
são pertinentes à presença do fio
embaixo da pele, como fios aparen-
tes, dor e infecção.
5. A técnica do PET/MIPPS lift não é defi-
nida pela teoria e pelo conceito da
suspensão da pele por meio de fio.
Ela é bem mais atrelada aos princípios
anatômicos e mecânicos do lift endos-
cópico (criada por Saltz na década de
1990) e do lift tradicional, o que a torna
muito mais cirúrgica do ponto de vista
anatômico, mas ainda assim minima-
mente invasiva.
6. Utiliza um equipamento (um kit espe-
cial, como mostrado em um vídeo neste
capítulo) e um fio muito mais grosso (fio
zero) para suspender o SMAS, de modo
que a suspensão é anatômica. Esse é o
grande diferencial.
7. As dissecações em cadáver fresco do
Anatomy GPS mostraram que a sus-
pensão facial por meio do PET/MIPPS
lift, com a suspensão do SMAS e não da
pele, proporciona mais benefícios.
Adicionalmente, o uso da técnica do ponto
de injeção de anestésico (PIA) para bloquear
a área evita as complicações de dor, equi-
mose e hematomas (ver págs. 98 a 100).
A DURABILIDADE DO PET
Via de regra, os pacientes perguntam
qual é a durabilidade da suspensão
facial. É muito difícil prever uma data de
validade de um procedimento estético
porque as variáveis que a influenciam
são inúmeras. No geral, o PET dura um
pouco menos do que a cirurgia conven-
cional e mais do que a suspensão com
95
 fio, isto é, entre 1 e 4 anos, com média
REJUVENESCIMENTO
de 3 anos.
O cirurgião também deve informar o
paciente que existe a manutenção preven-
tiva do PET: uso de toxina 2 ou 3 vezes por
ano, uso de preenchimento 2 ou 3 vezes
e do
por ano e uso da radiofrequência 3 ou 4
ANATOMIA DA BELEZA
vezes por ano, para se ter sempre uma pele
com bom tônus e bom turgor, porque a fla-
cidez vai voltar – é natural da pele, e, quanto
mais cuidar dela, menos queda haverá.
Também cabe ressaltar que a comple-
mentação por meio da HRT (terapia de
guia prático da
reposição hormonal) (ver capítulo 06) é um
enorme benefício para o resultado. Uma
nutrição adequada, um equilíbrio hormo-
nal apropriado e uma boa hidratação (por-
que 67% do turgor da pele é a nossa água
celular) determinam a durabilidade do pro-
cedimento. Quanto mais saúde o paciente
tiver, mais duradouro será o procedimento.
A IMPORTÂNCIA DAS
COMBINAÇÕES
Independentemente de a suspensão ser
feita tradicionalmente com fio ou sem fio,
é oportuno sempre se lembrar do uso das
combinações. No caso dos procedimentos
estéticos, as combinações são de extrema
importância porque diminuem os riscos,
aumentam o conforto e melhoram o resul-
tado. As combinações são muito pertinentes
ao lift, seja ele convencional, PET/MIPPS ou
com fio, porque, como não há ressecção de
pele, principalmente nos minimamente inva-
sivos, é preciso contrair essa pele. Quando
há excesso de pele, há flacidez. Se não for
possível ressecar 1 centímetro, será neces-
sário contrair essa pele 1 centímetro.
Para esse encolhimento de pele,
alguns tratamentos que podem ser
96
combinados são bastante interessantes e
4 deles merecem destaque: o peeling quí-
mico, o laser de CO2, a radiofrequência em
todas as suas modalidades e, em especial,
a criofrequência.
CRIOFREQUÊNCIA
O tratamento com uso de criofrequência oferece um
resultado ótimo e sua principal vantagem é que o pa-
ciente sente muito menos dor em comparação com a
radiofrequência. O sistema de resfriamento intenso e
contínuo é mais tolerável para o paciente, o que torna
a repetição do tratamento mais regular – propiciando
resultados ainda melhores.
Para todas as suspensões faciais, o uso
combinado com a toxina é muito vantajoso,
porque ela também faz suspensão. Se for
feita uma suspensão com o bloqueio dos
músculos depressores da face – o chamado
facelift químico, ou suspensão química, que
é o uso da toxina para elevar as estruturas
da face –, consegue-se fazer uma suspensão
facial. Se for feito um bloqueio também
dos músculos orbiculares, para diminuir o
número de rugas finas, dinâmicas e está-
ticas, aperfeiçoa-se o tratamento de reju-
venescimento. Essa combinação da toxina
com o lift físico permite um resultado bem
melhor e mais duradouro.
O preenchimento da área dos sulcos e
das regiões geográficas, como arco zigomá-
tico, corpo da mandíbula, ângulo da man-
díbula, zigoma e goteira lacrimal, que são
áreas deprimidas da face que podem ser
preenchidas, melhora o volume e a proje-
ção tridimensional. Combinado com a sus-
pensão, o resultado estético será bastante
adequado. Isso é válido especialmente para
o nariz, uma vez que no processo de enve-
lhecimento do nariz também ocorre ptose,
colapso da columela, queda da ponta e,
assim, será viável obter um resultado muito
bom quando faz a suspensão.
Por fim, como a suspensão tem efeito
apenas na parte lateral da face, a região
medial, ou seja, onde praticamente o
terço médio não é afetado, deve ser tra-
tada com preenchimento, quais sejam
zigoma, arco zigomático, mento e, mais
recentemente, nariz pela rinoplastia sem
cirurgia (ver págs. 98 a 100).
SUSPENSÃO COM FIO OU SEM FIO?
A queda do SMAS é a principal dimensão a
ser considerada em estética, uma vez que
ocorrem:
- Flacidez da pele.
- Perda de parte mole.
- Queda das estruturas (7 quedas centrí-
petas da face).
- Perda da projeção do terço médio.
- Alongamento do terço inferior e encur-
tamento do terço superior, justamente
por causa das quedas.
Diante disso, a suspensão é mandatória
se o objetivo é ter um resultado estético
expressivo e duradouro.
A notável questão é: fazer a suspensão
com fio ou sem fio?
As vantagens da suspensão com fio
incluem: não requerer grandes procedi-
mentos nem anestesia geral; não neces-
sitar de incisões; trabalhar em um plano
subcutâneo onde não há risco de atingir
estruturas nobres, preservando e prote-
gendo grandes artérias, veias e nervos
(desde que o procedimento seja feito
no plano subcutâneo); e ser um proce-
dimento tecnicamente de fácil execução
e aprendizado.
Por isso, nos últimos 40 anos, houve
uma grande tendência a desenvolver téc-
nicas com fios. Surgiram fios de diversas
naturezas, com técnicas bastante varia-
das, todas dentro do princípio do fio russo
ou fio búlgaro, que são fios de suspensão
em que há uma suspensão da pele por
meio da aplicação de fios em pontos espe-
cíficos da face.
A desvantagem da suspensão com
fio é a curta durabilidade, talvez pela pró-
pria natureza do procedimento, porque o
grande fator de depressão da face são os
músculos, e não a pele. A pele apresenta,
sim, uma flacidez, mas a suspensão apenas
da pele subcutânea não garante um resul-
tado estético porque não corrige a perda
tridimensional da face.
A RELAÇÃO TRIDIMENSIONAL DA FACE
Na face jovem, o terço superior da face é grande, o maior
da face; o terço médio é projetado, principalmente com a
elevação da ponta do nariz, a projeção do arco zigomáti-
co e a boa definição da mandíbula, o que dá um aspecto
de encurtamento do terço inferior; e o terço inferior é
relativamente menor do que os outros dois.
Essa relação tridimensional é a responsável pela beleza,
pela aparência jovem e pela elegância facial. É a nossa
identificação. A fisionomia deve ser entendida por meio
de uma análise tridimensional das estruturas.
No processo de envelhecimento, há uma
perda da relação tridimensional, com ptose
e flacidez das estruturas – provavelmente
muito mais intensa na região muscular e
de aponeurose do que na região da pele,
embora ocorra nas duas.
Dessa forma, a suspensão com fio garante
apenas a suspensão da derme da pele.
A vantagem da suspensão sem fio é
a abordagem do SMAS. Se julgar que o
processo de envelhecimento e a mudança
97

REJUVENESCIMENTO
e do
ANATOMIA DA BELEZA
PET
guia prático da
anatômica da face decorrem da queda
da pele subcutânea, a suspensão com fio
resolve o problema.
Se considerar que é uma questão mais
complexa e que há flacidez e ptose do
SMAS, a suspensão só com fio é pouco
eficaz. É importante fazer a suspensão
da musculatura, seja ela como for, fazer a
mudança de volume e refazer os contor-
nos das principais regiões topográficas.
Uma vez feito isso, devolvida a propor-
ção tridimensional da face, se atingirá um
aspecto jovem, belo e equilibrado.
No contexto das combinações, como já
mencionado, pode-se inclusive ter bene-
fícios adicionais ao associar a suspensão
do SMAS e a suspensão com fio tradicio-
nal em algumas áreas pontuais, como no
canto da boca e em alguma assimetria de
um lado da face. Contudo, provavelmente
o resultado será melhor se houver asso-
ciação com toxina, preenchimento, radio-
frequência/criofrequência e peeling, que
promovem resultados melhores do ponto
de vista clínico, por terem menos compli-
cações e menos morbidade e mortalidade,
e também do ponto de vista da durabili-
dade e do custo-benefício.
98
PONTO DE INJEÇÃO DE
ANESTÉSICO (PIA) OU
PÁPULA ISQUÊMICA
A irrigação sanguínea é intensa na região da
face, provavelmente uma das maiores de
todo o corpo humano, e qualquer agulha
que penetra a pele da face pode causar
equimose ou pequenos hematomas. Essas
complicações podem prejudicar sobrema-
neira todo o efeito estético desejado.
Além disso, tendo em mente que o
maior empecilho para um tratamento esté-
tico é a dor, é preciso conhecer muito bem
o nervo trigêmeo para que se possa reali-
zar o procedimento sem dor ao paciente.
Uma peculiaridade que torna difícil o
bloqueio adequado do nervo trigêmeo é
que, diferentemente do par craniano VII, o
trigêmeo apresenta um trajeto intraósseo,
muito profundo e que se superficializa
quase no local de ação através de forames
dos ossos principais por onde passam os
seus 3 ramos. Essa característica dificulta
muito os bloqueios e requer um enorme
conhecimento anatômico para se obter
sucesso no bloqueio.
O PIA é o programa do Anatomy GPS
que ensina os pontos de injeção de anes-
tésico para os diversos procedimentos
estéticos.
A anestesia tópica é muito utilizada em
quase todos os tratamentos estéticos e a
anestesia chamada ponto de injeção de
anestésico 1 (PIA 1) ou pápula isquêmica
é uma técnica de bloqueios anestésicos
locais, quase uma pápula, no ponto de inje-
ção de uma agulha, que evita, além da dor,
uma das maiores complicações dos proce-
dimentos estéticos invasivos, a equimose.
 Injeções nas áreas onde estão as firas nervosas que se deseja anestesiar.
Nos dois casos, a droga deve se difundir para a periferia dos nervos.
A aplicação tópica é mais aconselhada nas mucosas.

Técnica do PIA

A pápula isquêmica soluciona um antigo a possibilidade de equimose, a segunda

problema da anestesia nos procedimen-
tos estéticos da face, pois os anestésicos
tópicos tão eficazes na odontologia não
têm o mesmo sucesso na pele. A absorção
pela pele é muito limitada e, em função de
uma limitação química do mecanismo de
ação dos anestésicos locais, a ação para a
anestesia da derme é muito precária.
Por isso, a técnica do PIA é aplicar uma
anestesia na derme profunda, através de
uma pápula, injetando anestésico com
vasoconstritor. O anestésico diminui a dor,
que é a complicação mais importante, e,
ao mesmo tempo, o vasoconstritor elimina
complicação mais comum dos procedi-
mentos estéticos da face.
Fácil, segura e muito eficaz, a técnica do PIA
é também parte da técnica do PIT, PIP e PET.
O vasoconstritor mais utilizado é a
adrenalina a 1:100.000. O anestésico
mais utilizado é a lidocaína a 1% ou 2%. O
volume total injetado é de cerca de 0,2 mL,
portanto, muito seguro.
Para a suspensão (PET), o bloqueio
pelo PIA também é seguro e deve usar um
volume maior (3 a 5 mL para cada lado) a
fim de bloquear a área que liga os pontos
A, B, C e D.
99
 A dose máxima de lidocaína é de 7 mg/
REJUVENESCIMENTO

kg de peso e, quando utilizada sem vaso-

constritor, a dose cai para cerca de 4,5
mg/kg, dependendo do indíviduo, pois a
absorção diminui quando a lidocaína está
associada ao vasoconstritor.
e do

É possível fazer um MIPPS completo

ANATOMIA DA BELEZA

da face – PIT, PIP, PET, PIA, PEQ ou PEM –

com cerca de 10 mL de lidocaína a 1% com
adrenalina 1:100.000. Mais informações
sobre isso podem ser encontradas nos
vídeos interativos que acompanham este
livro ou no aplicativo “Anatomy GPS”, dis-
guia prático da

ponível no Google Play ou na Apple Store. Nervo trigêmeo

Nervo
trigêmeo

Nervo trigêmeo

100
TRATAMENTO tratamento estético, seja no pré, peri ou
pós-operatório e na manutenção.
TÓPICO DE PELE: Há 2 tipos de tratamento tópico da

PROCEDIMENTOS pele: o tratamento químico e o tratamento

mecânico (por meio de equipamentos).
ESTÉTICOS QUÍMICOS
(PEQ) E PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
QUÍMICOS (PEQ)
PROCEDIMENTOS
ESTÉTICOS Uma pele doente tem inúmeras facetas,
com inúmeras doenças de pele em que
MECÂNICOS (PEM) cada uma requer um tratamento espe-
cífico. Já a pele saudável requer basica-
mente 3 passos de procedimento estético
INTRODUÇÃO químico (PEQ) para se manter saudável.

Falar em tratamento de pele, seja ela

saudável ou doente, remete a trata-
mento tópico.
As técnicas dos procedimentos esté-
ticos químicos (PEQ) e procedimentos
estéticos mecânicos (PEM) estão atrela-
das a quaisquer outros procedimentos
estéticos, sejam cirúrgicos ou MIPPS,
justamente por serem parte de qualquer

Procedimentos estéticos químicos (PEQ)

101

REJUVENESCIMENTO
1. LIMPEZA MINIMAMENTE
TRAUMÁTICA
A pele é muito delicada e, por isso, exige
muito cuidado ao limpá-la. A limpeza da
pele com sabão tradicional causa dano na
e do
química (no pH) da pele, além de outras
ANATOMIA DA BELEZA
alterações como alergia e hipersensibili-
dade. Um processo estético requer uma
pele limpa, mas sem danos, o que é ofere-
cido pela limpeza minimamente invasiva. É
como tirar um adesivo de um papel: algumas
vezes, é quase impossível tirar o adesivo
guia prático da
sem danificar o papel. Na pele, deve-se tirar
a impureza, a sujeira e as células mortas
sem danificar a pele saudável.
Uma maneira química de se conseguir
uma limpeza da pele sem danos é usando
o sabão sem sabão. O sabão tradicional é
muito cáustico, isto é, com pH alcalino, o
que danifica o pH da pele e causa irritação,
ardor, eritema, perda do brilho e, talvez,
até um dano reativo, como uma dermatite
química pelo sabão. O sabão sem sabão
é composto por uma ou mais substâncias
associadas e que têm o poder de fazer a
limpeza da pele sem causar nela uma alte-
ração bioquímica, sem alterar do pH.
2. ESFOLIAÇÃO MINIMAMENTE
INVASIVA
Não basta a pele estar limpa, ela precisa
também de um estímulo. O maior estí-
mulo para a pele produzir novas células
é a remoção das células velhas. Há duas
situações clínicas em que a pele fica se
renovando constantemente: ictiose e
psoríase. Na maioria das pessoas, a pele
tem um controle muito bem feito por
meio de uma proteína chamada calona,
que sinaliza a célula. Toda vez que se
102
perdem células da camada externa do
estrato córneo, estimula-se a produção
de novas células na camada basal; ou
seja, toda vez que se esfolia a pele, está se
criando novas células. Assim, esfoliação é
a maneira mais prática de produzir células
jovens e saudáveis.
Portanto, após a limpeza com sabão
sem sabão, vem a esfoliação. No entanto,
não pode ser qualquer esfoliação; ela
tem de ser minimamente invasiva, para
que não cause danos. O objetivo é remo-
ver o estrato córneo (as células danifica-
das) sem lesar a epiderme, sem causar
bolhas, fricção, roturas ou processos
inflamatórios.
Além disso, a pele tem que ser esfo-
liada continuamente, e não se deve aplicar
creme hidratante. Alguns autores consa-
grados comprovam que o creme hidratante
envelhece e adoece a pele porque ele cola
a célula velha sem a deixar se despren-
der. Se o creme não deixa a célula da pele
esfoliar, não há estímulo para a criação de
células novas, atrasando a renovação do
epitélio e a chegada de novas células. Por
mais estranho que pareça, o creme está
envelhecendo a pele.
Existem vários agentes para a esfolia-
ção, tanto mecânicos quanto químicos.
Os agentes químicos podem ser o ácido
retinoico, a vitamina C e o ácido salicílico,
que, além de esfoliar, estimulam o cres-
cimento da célula, têm ação anti-inflama-
tória e ação de antioxidação da pele.
3. NUTRIÇÃO E PROTEÇÃO
A nutrição e a proteção são baseadas
no controle da oxidação e da glicação. A
oxidação advém de elementos externos,
como o sol, e a glicação, de elementos
internos, como o excesso de açúcar; ambos
danificam a pele.
Aplicar filtro solar evitará os danos cau-
sados pela radiação UVA e UVB do sol,
lutando contra a oxidação. Para combater
a glicação, deve-se nutrir a pele e podem
ser utilizados produtos com ácido retinoico
(vitamina A), vitamina C, dentre outros.
O ácido retinoico e a vitamina C, por
exemplo, podem ser usados tanto topi-
camente como ingeridos, o que reforça
o conceito de um tratamento de dentro
para fora e de fora para dentro. Já em rela-
ção à vitamina E, que também pode ser
usada para pele, é relevante ressaltar que
18% das pessoas têm intolerância a ela;
por isso, pode ser que ela cause alguma
reação alérgica.
Os 3 passos aplicáveis na pele em PEQ são:
- Limpeza sem sabão.
- Esfoliação sem trauma.
- Nutrição e proteção.
Não se pode esquecer de que a estética é
a associação de todos os MIPPS, de forma
que os procedimentos se complementam
para formar um grande programa.
COMPLEMENTAÇÃO
Sempre é bom ressaltar que a saúde da
pele depende também da saúde geral do
corpo. À luz do conhecimento da bioquí-
mica do metabolismo da pele, é impos-
sível tratar a pele somente de fora para
dentro, é preciso também uma ação de
dentro para fora. Analogamente, não se
deve regar a rosa, mas, sim, a roseira.
Assim, não adianta limpar, esfoliar e
controlar a oxidação se não há maté-
ria-prima para fabricar novas células e
manter a pele saudável. A matéria-prima
para a fabricação de novas células
provém das proteínas e da gordura
ômega 3. Já para a manutenção das
células, a função dos hormônios e da
nutrição na pele compõem a conjuntura
necessária em estética.
Portanto, além do sabão sem sabão,
do esfoliante que não causa dano à pele
e da nutrição e proteção, o paciente pre-
cisa fazer uma boa hidratação e ter uma
boa nutrição por meio de uma dieta rica
em proteína, ômega 3, coenzima Q10,
vitamina C e vitamina A ácida, que é o
ácido retinoico.
A abordagem da pele de dentro para
fora e de fora para dentro espelha a ideia
de que as combinações MIPPS + HRT (tera-
pia de reposição hormonal) dão os melho-
res resultados em estética. Para saber mais
sobre o papel fundamental das comple-
mentações nutricionais e hormonais, con-
sulte os capítulos 4 e 6 deste livro.*
CUIDADO COM A PRESSÃO COMERCIAL
O mercado de produtos estéticos quími-
cos é imenso, por isso, é preciso muito
cuidado na escolha do produto para não
ficar contaminado com a força do marke-
ting. A indústria de cosméticos, que movi-
menta 1 trilhão de dólares anualmente,
pressiona os cirurgiões para que usem os
produtos deles. Entender a parte da fisio-
logia da pele permite fazer a escolha cor-
reta do produto, sem pressão por parte
dessas empresas.
103
 do PEM, serão apresentados alguns
REJUVENESCIMENTO

PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
MECÂNICOS (PEM)
Ainda sobre tratamento tópico de pele,
a tecnologia atual dispõe de inúmeros
equipamentos que possibilitam o trata-
e do
parâmetros.
Geralmente, o tratamento com equi-
pamento estético é complementar. O
conhecimento anatômico, o diagnós-
tico anatômico e uma técnica ou com-

mento da pele, compondo os chamados binação de procedimentos apropriados

ANATOMIA DA BELEZA

procedimentos estéticos mecânicos podem ser complementados com uma

(PEM). Para o uso adequado da técnica ação específica mecânica, seja laser,
guia prático da

Procedimentos estéticos
mecânicos (PEM)

104
ultrassom, radiofrequência, criofrequ-
ência, microdermoabrasão e todo o con-
junto de tecnologias disponíveis.
Entretanto, muitas vezes, o cirurgião
tende a desrespeitar as indicações para a
finalidade real do equipamento para proce-
dimento estético, aplicando o tratamento
além do limite da indicação básica. Essa
conduta gera muitos riscos e complicações.
Talvez o médico esteja inocentemente
buscando melhores resultados ao tra-
tar outras patologias e outras condições
com o mesmo equipamento. Às vezes,
por motivos financeiros, deseja angariar
pacientes para poder cumprir os paga-
mentos da máquina.
Em medicina estética, os equipamen-
tos são muito caros, e os tratamentos
geralmente são eletivos, o que dificulta
a instauração de um programa que
englobe pacientes suficientes para con-
seguir um retorno financeiro confortável e
ter um balanço positivo em relação ao uso
do equipamento. No geral, o equipamento
torna a clínica ou o consultório deficitário
por um período.
Se, por um lado, estamos vivendo uma
época de fartura em relação aos equi-
pamentos estéticos, por outro, recor-
dando a máxima da medicina de que
“fartura é sinal de pobreza”, há muitos
equipamentos que tratam apenas umas
poucas coisas, o que significa que não
existem bons equipamentos para tratar
especificamente essas coisas. É preciso
ter muito critério e muito cuidado, como
será exposto a seguir.
O equipamento estético não é proto-
colo de tratamento, é uma ferramenta que
vai contribuir para o seu protocolo.
Mesmo diante dos riscos e dessa visão,
um equipamento estético bem escolhido,
adquirido dentro de um programa com
plano administrativo, plano de marketing,
planejamento clínico e protocolos bem
feitos sempre traz pontos positivos para a
sua clínica ou consultório.
CUIDADO COM A PRESSÃO COMERCIAL
A indústria tem ferramentas de venda e
estratégias de marketing muito agressivas
e muito fortes, além de ser extremamente
inteligente. Ela vai dizer que o equipamento
dela é o melhor do mundo, que faz tudo, que
não dá problema e que você tem que adqui-
ri-lo. Cuidado, pois com 5 reais você pode
fazer o mesmo tratamento de peeling que
uma máquina de 50 mil faz. Assim, às vezes,
é adquirido um equipamento estético sem se
planejar, vindo a ter problemas de escassez
de pacientes e/ou financeiros, em especial se
o equipamento não retornar o necessário.
Mesmo se não puder comprar uma
máquina da moda, você não deixará de
tratar seu paciente (e ainda estará coeren-
temente evitando os modismos). É preciso
ter em mente que, entendendo a anato-
mia, a fisiologia e a fisiopatologia da pele,
você pode intervir com várias ferramentas.
A melhor maneira de tratar um paciente é
conhecendo o problema – e não apenas as
ferramentas. Uma vez que se conhece o
problema, deve-se ajustar a ferramenta de
acordo com a condição financeira, com o
mercado e também com a condição finan-
ceira do seu paciente. Portanto, não se pre-
ocupe prioritariamente com equipamento
estético; procure conhecer bem o processo
de envelhecimento, o processo de danifica-
ção da pele e o processo de restauração
e rejuvenescimento. Lembre-se de que
a anatomia e o diagnóstico correspon-
dem a cerca de 80% do resultado, sendo a
105
 fisiopatologia, que é a anatomia viva, o mais
REJUVENESCIMENTO
importante – o restante vai se adquirindo
aos poucos.
VANTAGENS DOS PEM
e do
Independentemente das desvantagens
ANATOMIA DA BELEZA
mencionadas e apesar de não ser obri-
gatório ter um equipamento estético no
consultório ou na clínica, é recomendável
por diversos motivos interligados (ou seja,
não há uma ordem de prioridade).
Equipamentos estéticos são ferramentas
guia prático da
fantásticas no que concerne à sua funcio-
nalidade e utilidade, proporcionando vários
benefícios, com uma precisão muito maior
e, consequentemente, menos efeitos colate-
rais. Por exemplo, com um laser sabe-se exa-
tamente quanto será removido de estrato
córneo; já em um tratamento químico como
o peeling isso depende de vários fatores e,
por isso, não se pode medir.
Outro ponto positivo é a questão do
marketing e da venda. Há uma percep-
ção por parte do paciente de que equi-
pamentos médicos modernos são fortes
indícios de consultórios mais modernos e
com médicos melhores do que os que não
têm. Essa relação não é necessariamente
verdadeira e, embora essa concepção seja
um erro, trata-se de uma percepção do
paciente, e percepção é realidade, reali-
dade do retorno financeiro.
Embora seja concreto, o fator mais res-
peitável e valoroso em cirurgia estética não
deve ser o retorno financeiro. É primordial
seguir corretamente as indicações clíni-
cas, aprender as técnicas e executá-las de
maneira adequada, elaborar diagnósticos
anatômicos detalhados e planejar combi-
nações em que o equipamento estético
106
desempenha um papel adicional – e não
o ponto central do projeto de tratamento.
Deve-se ter muito cuidado com esse
panorama, porque os equipamentos vêm
e vão, são investimentos caros que, mui-
tas vezes, não entram no seu orçamento e
podem dar prejuízo.
COMO ESCOLHER O SEU
EQUIPAMENTO ESTÉTICO?
A escolha do equipamento estético deve
ser baseada no seu mercado, na sua área
de atuação e em quem trabalha com você.
No capítulo 10, que trata de marketing
e planejamento, será mostrado que é pre-
ciso ter um plano de negócios.
A compra de equipamentos é como
qualquer investimento: requer uma aná-
lise SWOT, a análise dos pontos fracos e
fortes, do mercado e dos concorrentes,
que vão determinar se vale a pena ou não
comprar o equipamento.
A questão financeira deve questionar:
qual o retorno do investimento (ROI)? Ao
comprar uma máquina de 150 mil dóla-
res, como esse dinheiro será recuperado?
Quanto será cobrado por procedimento?
Toda essa análise tem de ser feita antes de
se adquirir a máquina.
Deve-se também considerar a sua
área geográfica. Por exemplo, se a sua clí-
nica está em uma cidade praiana ou que
tenha uma concentração de pessoas de
etnia afro-brasileira, certamente não é útil
ter uma máquina de depilação a laser. Se
está em um bairro onde há muitos ado-
lescentes, é interessante ter uma máquina
de luz azul para tratamento de acne. Se é
ortodontista, talvez seja interessante um
equipamento fototerápico para acne. Essa
é uma questão significativa para que se
possa fazer a escolha correta.
Essa inspeção toda será definida no
plano de negócios e no plano de marke-
ting, que mostrarão se é possível adquirir
a máquina com segurança.
Alguns cirurgiões optam pelo aluguel
de 1 dia por semana ou de 1 dia por mês.
A principal vantagem do aluguel é não
precisar desembolsar o valor da máquina.
O aluguel vale como experiência prática,
para saber se o seu mercado comporta,
se gosta da máquina e se o seu paciente
tem uma boa resposta. Muitas vezes, a
máquina é boa, mas não há uma boa adap-
tação ao uso dela e você não se sente con-
fortável. Outras vezes, há uma boa adap-
tação, o médico sente-se confortável ao
usá-la, mas a máquina é cara. Tudo tem
de ser avaliado. A principal desvantagem
do aluguel é que talvez atrase o seu pro-
cesso, pois você pode estar usando uma
máquina que não é importante para o
seu consultório, perdendo seu tempo. Ou
seja, como a máquina está lá só tempora-
riamente, você só vai ganhar temporaria-
mente, e não vai fixar o mercado.
Não se deve alugar só porque se pode
alugar. Antes de optar por alugar para
fazer testes, é mais importante saber
se a clínica ou consultório comporta a
máquina. Com uma boa análise de negó-
cio e um bom planejamento – e não per-
dendo tempo alugando máquinas erra-
das –, será possível ter a máquina de que
precisa, na hora em que precisa e apenas
a que precisa. Isso é fundamental.
Não serão detalhados aqui todos os
equipamentos disponíveis para utiliza-
ção em estética, porém, se, com a análise
financeira e mercadológica minuciosa,
você optar por adquirir um, há 3 equi-
pamentos muito vantajosos por comple-
mentarem quase todos os programas e
protocolos de tratamento cirúrgico esté-
tico e também por serem muito versáteis
e se encaixarem em quase todas as com-
binações.
Microdermoabrasão
Tem baixo custo, é fácil, muito conhecido,
bem tolerado pelo paciente e muito útil nos
programas de tratamento tópico, trazendo
não apenas um resultado clínico ótimo,
mas também um resultado financeiro.
Radiofrequência
Tem o melhor custo-benefício, o melhor
resultado clínico, ótima utilização e ótimo
benefício geral tanto para o paciente
quanto para a clínica.
Há no mercado uma gama enorme de
equipamentos de radiofrequência, com
algumas diferenças importantes do ponto
de vista clínico. No entanto, se o programa
e o protocolo forem adequados, todos os
equipamentos renomados de radiofrequ-
ência se equivalem em relação ao resul-
tado e à segurança para o paciente, sem
grandes riscos e complicações.
Esse equipamento tem um custo relati-
vamente baixo, levando em conta o retorno
que ele produz. O tempo de aprendizado
do operador é relativamente curto. O tra-
tamento proporciona segurança e con-
forto para o paciente, com resultados efi-
cazes em quase todas as áreas da face, da
cabeça e do pescoço (inclusive corporal).
É um equipamento de uso universal,
contínuo e quase diário.
107

REJUVENESCIMENTO
Criofrequência
É uma nova tecnologia em que a radiofre-
quência é associada a um intenso resfria-
mento, promovendo um tipo de choque
térmico na pele. A aceitação e a adesão
e do
têm sido bastante altas, quase ultrapas-
ANATOMIA DA BELEZA
sando as de radiofrequência.
O equipamento tem muitas vantagens,
especialmente em comparação com a
radiofrequência.
Primeiro, não causa dor, com uma tole-
rância do paciente muito maior. Segundo,
guia prático da
tem menos efeitos colaterais e produz um
resultado equivalente ao da radiofrequên-
cia. Esses 2 fatores permitem a repetição
do tratamento de referência convencional.
O fato de não utilizar produtos consu-
míveis é outra grande vantagem.
CONCLUSÃO SOBRE OS PEM
Para concluir, faz-se uma recomendação. É
preferível ter uma máquina que tenha 50%
de resultado e 0% de complicação do que
ter uma máquina com 100% de resultado
e 10% de complicação. Uma complicação
pode acabar com todo o seu planejamento
da máquina.
Apesar de ser uma realidade, o
retorno financeiro não é o mais impor-
tante em cirurgia estética. Antes de qual-
quer coisa, vem sempre a questão da
indicação bem feita do ponto de vista
clínico, técnicas bem realizadas do ponto
de vista do operador, diagnósticos ana-
tômicos bem feitos e, principalmente, o
uso de pacotes e combinações nos quais
o equipamento estético se configura
uma ferramenta adicional – e não o cen-
tro do projeto de tratamento.
108
SKIN FITNESS
(SKF)
INTRODUÇÃO
Para corrigir as 7 quedas centrípetas da
face e as assimetrias da barra central da
beleza e, consequentemente, manter o
aspecto belo e jovem do paciente, é funda-
mental que se melhore ou se mantenha a
saúde e a aparência da pele. É impossível
ter uma face bela e jovem sem uma pele
de qualidade.
Uma das mais acirradas discussões em
cirurgia estética é até que ponto um cirur-
gião plástico deve interferir na pele, o que
fazer com ela, como manejá-la.
Embora o tratamento da pele não seja
da área de atuação específica do cirurgião
plástico estético, e sim do dermatologista,
essa questão deve ser enquadrada. Caso
o cirurgião não deseje entrar na seara do
tratamento de pele (que é uma área muito
extensa e complicada), ele terá de, pelo
menos, ter um conhecimento mínimo e
indicar o tratamento, pois o paciente pre-
cisa tratar a pele, visto que é o maior órgão
do corpo humano e merece todo o cuidado
de dentro para fora e de fora para dentro.
A pele pode ser considerada o papel de
embrulho da nossa face. Sem uma pele de
boa qualidade é quase impossível se obter
um resultado estético de qualidade. Ao
avaliar a qualidade de beleza e de juven-
tude do paciente, deve-se sempre obser-
var a coloração, o tônus e a textura da
pele. Um aspecto envelhecido é percebido
quando se tem uma pele manchada, com
dano, com perda da textura e do brilho e
Skin fitness, o efeito do
papel de embrulho de
presente

TERMINAÇÕES
NERVOSAS LIVRES

CORPÚSCULO
DISCOS DE MERKEL
DE MEISSNER

CORPÚSCULO
BULBO DE KRAUSE
DE RUFFINI

TERMINAÇÕES DO COSPÚSCULO
FOLÍCULO PILOSO DE PACINI

109
 com pelos indesejáveis. A pele de boa qua-
REJUVENESCIMENTO
lidade tem brilho, turgor, bom tônus, não
tem pelos indesejáveis, não tem lesões e
não deve ter excesso ou falta de óleo –
deve estar bem lubrificada e bem nutrida;
assim se tem uma aparência mais jovem,
e do
independentemente da idade do paciente.
ANATOMIA DA BELEZA
O conhecimento mínimo inclui as
bases de uma pele saudável e bonita e
a bioquímica do metabolismo da pele: a
estrutura do colágeno, da epiderme e da
derme, a esfoliação, os processos infla-
matórios e as pigmentações. Isso abarca
guia prático da
também as rugas, já que diferentes tipos
de pele têm diferentes tipos de rugas.
Um tratamento com toxina, por exemplo,
exige o entendimento do que está ocor-
rendo com a pele.
A necessidade de intervenção por
parte de um odontólogo ainda é uma
questão em aberto. Contudo, vale a dire-
triz de que a intenção deste livro ao pas-
sar o conhecimento não é a capacitação,
e sim a qualificação. Quem capacita, ou
seja, quem vai dizer o que pode ou não
ser feito é a sua própria entidade de
classe. O intuito deste livro é qualificar,
ensinar aos profissionais o que e como
se produz uma pele saudável. Uma pele
saudável não é sorte; e uma pele doente
não é azar.
No geral, o cirurgião deve ter mais cui-
dado com a pele saudável, porque a pele
doente será tratada pelo dermatologista.
Isso é uma visão de condicionamento.
Uma pessoa que lesionou um membro vai
ao fisioterapeuta para tratar a lesão, quem
tem o corpo saudável vai ao personal trai-
ner, na academia, para manter as articula-
ções saudáveis e para ganhar ainda mais
110
saúde. Já o tratamento da pele saudável
pode ser realizado por um esteticista ou
um dermatologista que faça parte de sua
equipe na unidade de cirurgia estética.
A TÉCNICA DO SKIN FITNESS
O skin fitness (SkF) é um programa para
ser utilizado no consultório, composto por
cuidados com a pele de forma a mantê-la
bela e saudável. O objetivo é condicionar a
pele; em analogia com uma academia, é a
academia da pele, daí o nome skin fitness.
Pode ser aplicado nas 3 fases do proce-
dimento cirúrgico (pré, peri e pós-operató-
rio) e ser usado isoladamente ou em com-
binação com os procedimentos químicos
(PEQ) e mecânicos (PEM), além de poder
ser incluso em outros MIPPS.
Os objetivos dos cuidados com a pele
saudável são:
- Esfoliação: remover o velho para tra-
zer o novo. Pode ser uma esfoliação
química ou mecânica, mas tem de
ser minimamente invasiva.
- Nutrição e hidratação: não há como
ter uma pele bonita e saudável sem
nutrição e hidratação adequadas. A
saúde e a nutrição da pele é sempre
de dentro para fora.
- Proteção e controle metabólico:
além da proteção solar, proteção
contra oxidação e proteção con-
tra glicação, são prevenidas lesões
inflamatórias, degenerativas e carci-
nogênicas.
O programa MIPPS do Anatomy GPS inclui
um treinamento em cuidado da pele
que apresenta não apenas os benefícios
evidentes para o paciente, mas também
os benefícios para sua clínica e/ou consul-
tório. Dentre eles, podem-se citar:

- Aumento do fluxo do consultório com

prospecção de novos pacientes.
- Retenção dos pacientes cirúrgicos e
ganho secundário de cada procedimento.
- Otimização da clínica, tanto no que
tange à utilização dos espaços e do
tempo como ao ganho real financeiro.

111