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A Luz

18/11/2008

A Luz tem desde tempos imemoriais uma importância enorme para os


povos, os quais lhe associam os mais diversos significados e poderes.

A minha reflexão sobre este tema levou-me à busca interior do seu


significado maçónico.

Analogamente ao que acontecia com os edifícios sagrados, também a


nossa loja se encontra disposta de Oriente para Ocidente, ou seja, de
Nascente para Poente.

Isto acontece para lembrar, a todos os que a compõem, a direcção da Luz.

A Luz como fonte de Divina Sabedoria e Amor Fraterno é de tal modo


importante na maçonaria que no Ritual de Abertura dos Trabalhos, mal se
abandona o mundo profano, é a primeira a ser indicada como elemento de
referência em loja, quando pela voz do Venerável Mestre, este profere
“Cultivemos a Fraternidade nos nossos corações e que os nossos olhares
se voltem para a Luz” – acendendo-se então o Delta Luminoso a Oriente.

A Luz que se acende não é mais que uma luz material que no mundo
profano permite ao homem observar o que o rodeia e lhe ilumina os
passos que percorre bem como permite vermo-nos uns aos outros no seu
reflexo.

Esta é uma luz ao serviço da personalidade e do ego.

Contudo para além do aspecto material da luz, quer ela seja natural ou
artificial, o significado que se atribui em loja é num contexto Espiritual e é
sobre este que passo a debruçar-me.

Esta Luz não serve a personalidade mas a alma; esta Luz não ilumina o
exterior do homem mas sim o seu interior:

Esta Luz só ilumina o seu Templo Interior.

Quando ainda na situação de candidato, me foi dito que nos primeiros


graus não poderia falar em loja e que tal situação duraria cerca de dois
anos, achei que seria difícil suportar tal provação e que tudo faria para
galgar rapidamente tais estágios.

De facto, tendo, como me reconheço, uma atitude normalmente


participativa nos ambientes em que convivo, pensei quão sacrifício seria
permanecer calado durante tão longo período.

Contudo, como desafio que assumi, admito hoje a utilidade de tal silêncio,
o gosto que me tem proporcionado, pelo tempo de reflexão interior que
me disponibiliza e, afinal, nem sequer tentei encurtar tal período, como os
irmãos bem sabem.

Quantas vezes ao dialogarmos, nos limitamos a expor a nossa opinião


para impressionar os que nos rodeiam sem sequer escutar os nossos
interlocutores?

Em silêncio, de olhos abertos ou fechados, a Luz do Grande Arquitecto


do(s) Universo(s) penetra o nosso interior, mais facilmente, por quanto
possamos estar espiritualmente mais permeáveis.

Mas Bastará olhar para a Luz para a obtermos?


Certamente que não, esse é o grande trabalho do maçon em todos os
seus graus e qualidades, o trabalhar a pedra bruta na construção do
Templo Interior.

A Luz não pode ser uma dádiva, antes o culminar de um caminho de


procura, meditação e amor fraterno.

Tal como ensina o Catecismo:

“Porque eu estava nas trevas e desejava a Luz – o Conhecimento e a


Virtude que conduzem ao
G:. A:. D:. U:.”

A atitude primeira é a procura;

“Batei e abrir-se-vos-à
Buscai e achareis”

Antes de concluir, quero partilhar convosco uma outra reflexão que me


leva a relacionar de um modo muito estreito a Cadeia de União e a Luz. A
Cadeia de União é o momento, em loja, em que todos os irmãos
comunhão uma fé comum e partilham um sentimento fraterno entre si.

Que a Luz nos ajude a todos, a tolerar as diferenças e a perdoar as


ofensas porque a Luz é Sabedoria e Amor, queiramos e permitamo-nos
aceitá-la..

Desde quando és maçon? Desde que recebi a Luz.

Autor Desconhecido
Maçons, Livres-pensadores…
A Catedral e o Aprendiz
Ser aprendiz maçon é nada saber
A Cadeia de União
O Silêncio e a União

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