Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Vipelumar é uma palavra que surgiu do desejo de uma jovem poetisa expressar o que para ela
é o mais importante neste imensurável e vasto oceano que é a vida. Vipelumar expressa o que
foi visto, sentido, admirado, desejado e sonhado. Como também expressa o que foi causa de
cólera poética (no que diz respeito à relação da poetisa com o “poder” foucaultiano de seu país
em períodos em que a democracia dançou passos vertiginosos, sobretudo, entre os anos 2016
até 2022). Ademais, podemos dizer que toda a obra foi escrita com a alma de uma mulher, e
que, no que se refere à estrutura poética e a questão conteudista, nada deve aos “grandes poetas”
nacionais e internacionais, pois, a poetisa mostra que também uma mulher é capaz de tecer
poesias não somente de amor, mas também, daquelas que estão sempre em luta e vigilância,
isto é, daquelas que além de transmitir sentimentos, compartilha com seus leitores uma visão
consciente dos acontecimentos políticos de seu tempo. Assim, a mensagem que se deseja
transmitir é: hoje mesmo é o tempo certo de viver, pensar, lutar e amar, e é mesmo da junção
dessas palavras que nasceu o nome desse livro.
Lute! Lute por um você melhor, uma rua melhor, um bairro, uma cidade, uma nação, um mundo
mais justo e feliz. As maiores mudanças surgem de dentro para fora. Ame a si mesmo pelo
privilégio de ter nascido e poder sentir as coisas. Ame as pessoas e os animais. Ame o saber e a
justiça e lute sempre por eles. E não se esqueça: todo tempo é tempo de “Vipelumar”. Jamais
se esqueça de amar, pois o amor tem poder colossal!
Viva o hoje!
Nasceu em mim a poesia
Nasceu em a poesia
Na forma de maldição
Um descontentamento, um motim
No Brasil ou na Europa
Essa elite era dona de tudo o que havia
Das fábricas, dos meios de produção,
Mas fome, sede, frio, era o que o povo sentia,
Além da força de trabalho que trocava
Por qualquer vintém, mixaria.
Se recursos eu tivesse,
Ajudaria o animal,
Lembrando a ocasião,
Um recém-nascido gatinho.
Vi na praça da Missão,
E o vi ainda me observando,
Inalcançável
Inesgotável
Inflexível, invisível,
O não dizível o inexprimível
O combustível
Os símbolos e as fantasias
Beijam-se em necrorgias1.
O outro foge ao obscuro,
Vai-se o resto, fica o furo,
A casa vazia.
1
Na poesia mundial, diversos poetas tomaram a liberdade de criar palavras para denominarem aquilo para o qual
ainda não existia definição. O termo “necrorgia” aqui significa orgia da morte.
Deixei de amar a noite
Em comum é a ambição,
Da classe trabalhadora,
Ao correrem apressados,
É a moderna solidão:
E ser sozinho!
Triste manequim
Se os tentáculos imperiais
São ricos em unhas e dentes
A voz que os guiam, ordena:
Bloquear, travar, bater de frente!
És bela, inacabada.
Que a inocência resplandece,
E teu espírito se engrandece,
À medida de sua incalculável alçada.
Inesgotável
Inflexível, invisível,
O combustível
Símbolos e fantasias
Beijando-se em necrorgias.
A casa vazia.
Tempos de Arte Literária
De concreto e cimento
Memórias de sofrimento.
Milhares de horizontes
E promover a igualdade.