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Prefeitura Municipal de Caucaia/CE

Guarda Municipal

Evolução histórica, geográfica, econômica, política e cultural do município de Caucaia. ..................... 1

Acontecimentos e fatos relevantes e atuais do contexto internacional, nacional, estadual e do município


de Caucaia. .............................................................................................................................................. 4

Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade ......................................................................... 117

Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e ação do Estado........... 123

Os domínios naturais e a relação do ser humano com o ambiente. A relação homem-natureza, a


apropriação dos recursos naturais pelas sociedades ao longo do tempo. Recursos minerais e energéticos:
exploração e impactos. Recursos hídricos. Bacias hidrográficas e seus aproveitamentos. .................. 130

As questões ambientais contemporâneas: mudança climática, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida.
A destruição da camada de ozônio e impacto ambiental das atividades econômicas no Brasil. ........... 136

Origem e evolução do conceito de sustentabilidade ........................................................................ 141

Ética profissional e social ................................................................................................................. 147

Ética, moral e cidadania ................................................................................................................... 154

Candidatos ao Concurso Público,


O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar
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professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!

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Evolução histórica, geográfica, econômica, política e cultural do
município de Caucaia.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas, enviar material complementar (caso tenha
tempo excedente para isso e sinta necessidade de aprofundamento no assunto) e receber suas
sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer
erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso
serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-
mail: professores @maxieduca.com.br

Caucaia é uma denominação de nomenclatura indígena que quer dizer mato queimado. Caucaia, como
Aldeia ficou na dependência da Vila de Fortaleza, e só depois com a determinação do Marques de
Pombal, suprimindo todas as Aldeias administradas pelos Jesuítas, transformando-as em Vilas e
Vigariatos. Com a determinação do Marques de Pombal, a Aldeia de Caucaia, foi transformada em Vila,
juntamente com mais cinco aldeias existentes na Capitania do Ceará. A Aldeia de Caucaia recebeu o
nome de Vila Nova Real de Soure por determinação da corte portuguesa, e no dia 15 de Outubro de 1759,
foi realmente oficializada. A câmara Municipal se reuniu pela primeira vez, posteriormente, a 17 de
Outubro do mesmo ano. Recebeu esta denominação, de Vila de Soure, oriunda de uma freguesia do
Bispado de Coimbra, Portugual, pois as regiões políticas administrativas conservava o sistema das
antigas freguesias, que tinham autonomia religiosa e política.
Vila Nova de Soure, posteriormente Soure, após a independência do Brasil, e finalmente Caucaia, sua
última e definitiva denominação. Um município cearense que foi marcado profundamente pela influência
da vida e presença missionária dos Jesuítas, que em toda a sua extensão guarda as suas raízes deste
processo evangelizador e colonizador da empreitada portuguesa. No ano de 1735, esses missionários,
designados pela Carta Régia de 2 de outubro deste, pouco depois estavam em plena atividade
catequética dos índios que habitavam a região, os Caucaias.
Com o desenvolvimento do povoado, chegou a ordem para cumprimento da Provisão Régia de 14 de
abril de 1755 a Alvarás de 06 e 07 de junho do mesmo ano, através dos quais o Governo Português então
sob o comando de Marquês de Pombal, determinava o sequestro de fatos os bens dos Jesuítas. A mesma
ordem também mandava que se elevassem a condição de Vila, os lugares e aldeias que fossem excluídos
da administração daqueles religiosos, que seriam, pouco depois, expulsos do Brasil. Desse modo, o
Capitão-Mor do Ceará, Francisco Xavier de Miranda Henrique, com o devido apoio daquela provisão
Régia, fundou a Aldeia de Soure. A atual Caucaia de mar, serra e sertão. Já em 1759, a Vila de Soure
passou a ser denominada de Vila Nova de Soure no dia 05 de fevereiro do ano supra mencionado, sob a
invocação de Nossa Senhora dos Prazeres.
A festa solene de instalação, realizou-se no largo da Igreja Matriz, no dia 15 de novembro de 1759,
sendo oficializada a denominação de Vila Nova de Soure. Após os 184 anos, houve a denominação de
Soure para Caucaia, pelo Decreto-Lei 1.114, de 30 de dezembro de 1943.

Formação Administrativa1

Elevado à categoria de Vila com a denominação de Vila Nova de Soure, em 1759, desmembrado da
vila de Fortaleza.
Pela Resolução do Conselho Provincial de 06-05-1833, a vila é extinta.
Pela Resolução do Conselho Provincial de 13-12-1833, a vila é restaurada.
Pela Lei Provincial n.º 2, de 13-05-1835, a vila é extinta novamente.
Pelo Ato Provincial de 19-06-1860, é criado o distrito de Umari e anexado à vila Nova de Soure.
Pela Lei Provincial n.º 1.270, de 22-12-1863, é criado o distrito de Tucunduba e anexado a vila Nova
de Soure.
Distrito criado com a denominação de Soure, pela Lei Provincial n.º 1.361, de 05-11-1870.
Pela Lei n.º 1.772, de 23-11-1878, a vila é restaurada.
Pela Lei Estadual n.º 501, de 31-10-1898, a vila é extinta.
Pela Lei n.º 726, de 20-08-1903, a vila é novamente restaurada com a denominação de Soure.
Pelo Ato Estadual de 14-03-1904, é criado o distrito de Sítios Novos e anexado ao município de Soure.

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Fonte: IBGE

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Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 4 distritos: Soure,
Tucunduba, Sítios Novos e Umari.
Pela Lei Estadual n.º 1.156, de 04-12-1933, é criado o distrito de Cauípe.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 7 distritos:
Soure, Cauípe, Primavera, Sítios Novos, Taquara, Tucunduba e Umari.
Pelo Decreto Estadual n.º 448, de 20-12-1938, o distrito de Umari passou a denominar-se Umarituba.
Sob o mesmo Decreto o distrito de Umarituba passa a pertencer ao novo município de São Gonçalo.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 6 distritos: Soure,
Cauípe, Primavera, Sítios Novos, Taquara e Tucunduba.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.114, de 30-12-1943, o município de Soure passou a denominar-se
Caucaia, Taquara a denominar-se Mirambé e o distrito de Primavera a denominar-se Guararu.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 6 distritos: Caucaia (ex-Soure),
Cauípe, Guararu (ex-Primavera), Mirambé (ex-Taquara), Sítios Novos e Tucunduba.
Pela Lei Estadual n.º 1.153, de 22-11-1951, é ciado o distrito de Catuana, criado com terras do distrito
de Sítios Novos e anexado ao município de Caucaia. Sob a mesma lei é extinto o distrito de Cauípe,
sendo seu território anexado ao distrito de Sítios Novos.
Em divisão territorial datada de I-VII-1955, o município é constituído de 6 distritos: Caucaia, Catuana,
Guararu, Mirambé, Sítios Novos e Tucunduba.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela Lei Estadual n.º 6.750, de 05-11-1963, é desmembrado do município de Caucaia o distrito de
Sítio Novos. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 6 distritos: Caucaia, Catuana,
Guararu, Mirambé, Sítios Novos e Tucunduba.
Pela Lei Municipal n.º 555, de 06-04-1991, é criado o distrito de Bom Princípio e anexado ao município
de Caucaia.
Pela Lei Municipal n.º 549, de 05-03-1990, é criado o distrito de Jurema e anexo ao município de
Caucaia.
Em divisão territorial datada de 1991, o município é constituído de 8 distritos: Caucaia, Bom Princípio,
Catuana, Guararu, Jurema, Mirambé, Sítios Novos e Tucunduba.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Características
Suas praias estão entre as mais freqüentadas, quer pelas suas amenas e límpidas águas do atlântico
sul, quer pelas suas dunas de areia fixas e móveis, seus coqueirais, mangues e lagoas naturais que fazem
deste lugar um paraíso de beleza indescritível. Sua natureza exuberante favorece aos esportes de
aventura, sejam movidos pêlos ventos (wind-surf, hobbie-cat, laser), pelas correntes marítimas (regatas,
surf) ou utilizando a topografia do terreno (rallies, trecking, trilhas ecológicas). Quem conheurais que
fazem deste lugar um paraíso de beleza indescritível.

Informações
Significado do Nome: Mato Queimado ou Vinho Queimado
Aniversário da Cidade: 15 de Outubro
Clima: Quente
Temperatura Média: 28º C
Número de habitantes: 350.000
Localização: Município da Região Metropolitana de Fortaleza no Estado do Ceará.

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Brasão Municipal

A heráldica refere-se simultaneamente à ciência e à arte de descrever os brasões de armas ou


escudos. As origens da heráldica remontam aos tempos em que era imperativo distinguir os participantes
das batalhas e dos torneios, assim como descrever os serviços por eles prestados e que eram pintados
nos seus escudos. No entanto, é importante notar que um brasão de armas é definido não visualmente,
mas antes pela sua descrição escrita, a qual é dada numa linguagem própria – a linguagem heráldica.

O FORMATO
Os escudos heráldicos representam os escudos de guerra, onde os combatentes pintavam suas armas
para serem facilmente identificados, e podem ter diversas formas. Na atualidade, são mais utilizados o
modelo francês e o português (boleado)

AS CORES
Foram utilizadas como predominantes as cores oficiais da Bandeira do Município, e como cores
complementares respeitou-se as cores e as simbologias da heráldica. Prata ou branco: pureza,
integridade, firmeza e obediência. Vermelho: vitória, fortaleza e ousadia. Negro: prudência, astúcia,
tristeza, rigor e honestidade.

Dados geográficos

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Fonte:Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa e Estratégia
Econômica do Ceará (IPECE)

Fonte:Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa e Estratégia


Econômica do Ceará (IPECE).

Fonte: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e Instituto de


Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).

Fonte: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e Instituto de


Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).

Acontecimentos e fatos relevantes e atuais do contexto internacional,


nacional, estadual e do município de Caucaia.

Política

Sistema Político Brasileiro

O sistema político brasileiro tem base nas ideias iluministas do pensador francês Montesquieu. O
pensador defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário em sua obra “O
Espírito das Leis”. Para ele o poder concentrado na mão do rei leva à tirania, então o Estado deveria

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dividi-lo em poder executivo (executa as leis, o governo), legislativo (cria as leis, o congresso) e judiciário
(que julga e fiscaliza os poderes).
No Brasil o voto é universal, ou seja, todo cidadão com a idade mínima de 16 anos pode participar do
processo político e eleger seus representantes. O país é uma república federativa presidencialista, onde
o Chefe de Estado, no caso o presidente, é eleito através do voto direto da população e os estados
possuem autonomia política, com a possibilidade de criar leis específicas.
Assim como na obra de Montesquieu o país possui a divisão do poder entre Executivo, representado
pelo presidente da república, Legislativo, que é representado pelo congresso nacional e Judiciário que é
representado pelo Supremo Tribunal Federal.

Poder Executivo

O poder executivo é compreendido pelo presidente da república e seus ministros de Estado no sistema
federativo brasileiro, com atribuições e responsabilidades definidos pela constituição federal. Nos estados
da federação e no distrito federal, o poder executivo é exercido pelos governadores e seus secretários,
com atribuições e responsabilidades controlados pela constituição estadual. Nos municípios, os
representantes do poder executivo são os prefeitos e seus secretários, que também possuem atribuições
e responsabilidades, definidas na lei orgânica de cada município.
O presidente, governadores e prefeitos são eleitos através de sufrágio (voto) universal. O eleitor tem
o direito de escolher aquele que melhor se encaixa em sua visão política. Todos os candidatos devem
ser filiados a um partido político e, quando eleitos, possuem mandato com tempo determinado. No Brasil
as funções de presidente, governador e prefeito possuem duração de 4 anos cada, com a possibilidade
de reeleição. Durante suas campanhas os candidatos discutem seus programas de governo e os rumos
que pretendem dar ao país.
Existem punições ao presidente da república em caso de crime de responsabilidade, como previsto na
constituição federal, além de punição para infrações penais comuns. Para ser submetido a julgamento o
presidente precisa ter acusação admitida por pelo menos dois terços da Câmara dos Deputados. Nos
casos de infrações penais ele é julgado pelo Supremo Tribunal Federal e em caso de crimes de
responsabilidade é julgado pelo Senado Federal.
Entre as principais funções do presidente da república estão a execução de leis e expedição de
decretos e regulamentos; prover cargos e funções públicas; promover a administração e a segurança
públicas; emitir moeda; elaborar o orçamento e os planos de desenvolvimento econômico e social nos
níveis nacional, regional e setoriais; exercer o comando supremo das forças armadas; e manter relações
com estados estrangeiros.
Além das funções executivas, o presidente conta ainda, em alguns casos, com poder legislativo. O
poder pode ser aplicado em veto a leis aprovadas pelo Congresso Nacional e a edição de medidas
provisórias com força de lei de aplicação e execução imediatas.
Os ministros de estado e auxiliares diretos do presidente podem ser nomeados ou demitidos livremente
por ele. Para assumir alguma das funções a pessoa deve ter no mínimo 21 anos de idade, brasileiros
natos, e estar no exercício dos direitos políticos. Os ministros nomeados pelo presidente são responsáveis
por diversas políticas de governo, em diversos campos de atuação, como educação, economia, cultura,
finanças e justiça, entre diversos outros. Os ministros podem ser convocados para justificar seus atos
perante a Câmara dos Deputados, o Senado ou qualquer uma de suas comissões para explicar atos ou
programas.

Poder Legislativo

O Poder Legislativo é representado por pessoas que devem elaborar as leis que regulamentam o
Estado, conhecidos por legisladores. Na maioria das repúblicas e monarquias o poder legislativo é
formado por um congresso, parlamento, assembleia ou câmara.
Seu objetivo é elaborar normas de abrangência geral ou em raros casos individual, que são
estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas.
Entre as principais funções do poder legislativo estão a de fiscalizar o Poder Executivo, votar
leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da
república ou os próprios membros do legislativo.
No Brasil, o Poder legislativo é exercido em âmbito federal, estadual e municipal. O Congresso
Nacional é formados pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal e é responsável pelo Poder
Legislativo federal. Possui a função de elaborar e aprovar as leis do país, e também controlar os atos do

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executivo e impedir abusos pela fiscalização permanente. Nos estados é exercido pelas assembleias
legislativas e nos municípios pelas câmaras municipais, ou de vereadores

Poder Judiciário

O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo
com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo em determinado país.
No Brasil, o judiciário não depende dos demais poderes nem possui controles externos de fiscalização.
Sua função é a de aplicar a lei a fatos particulares e, por atribuição e competência, declarar o direito e
administrar justiça. Além disso, pode resolver os conflitos que podem surgir na sociedade e tomar
decisões com base na constituição, nas leis, nas normas e nos costumes, que adapta a situações
específicas.
O poder judiciário possui a divisão entre a União(Federal) e os estados, com a denominação de justiça
federal e justiça estadual, respectivamente.
Entre os órgãos que formam o poder Judiciário estão o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior
Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho,
Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito
Federal e Territórios.
O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da
Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11
ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado
Federal.
Os juízes que atuam em tribunais superiores são nomeados pelo presidente da república, porem
precisam de aprovação do Senado. Outros cargos são preenchidos através de concurso público. Os
juízes têm cargo vitalício, não podem ser removidos e seus vencimentos não podem ser reduzidos.

A fragmentação partidária e a reforma política brasileira

As eleições de 2014 tiveram como resultado um aumento no número de partidos políticos com
representantes na Câmara dos Deputados. Dos 32 partidos existentes atualmente no Brasil, 28
conseguiram eleger representantes, ou seja 87% dos partidos possuem ao menos uma pessoa na
Câmara. Em 2010 existiam 27 partidos políticos e 22 deles estavam presentes na Câmara, ou seja 81%
de representação.
O grande número de partidos na Câmara do Deputados traz um novo desafio para o partido que
comando o Poder Executivo (Atualmente o PT, com a Presidente Dilma Rousseff), já que as votações de
propostas e projetos de governo precisam ser negociadas para formar maiorias, sempre com partidos
diferentes. O resultado é a dificuldade para governar.
O Brasil possui a maior fragmentação partidária do mundo. Um dos meios de medir essa fragmentação
é o NEP (Número Efetivo de Partidos). O NEP determina o número de partidos relevantes na política e
no processo decisório. Segundo o professor da FGV George Avelino, o NEP brasileiro é de 13,06,
enquanto os países mais próximos são Argentina (7,52) e Israel(7,28). Além disso, o Brasil tem um NEP
quase três vezes maior do que os outros países com sistemas eleitorais proporcionais.
Uma das consequências da fragmentação partidária pode ser notada no Brasil em 2005, quando o
deputado federal Roberto Jefferson (PTB – RJ) denunciou no jornal Folha de São Paulo o esquema de
compra de votos conhecido como Mensalão.
No Mensalão deputados da base aliada do PT, partido que estava no poder na época, com Luiz Inácio
Lula da Silva como presidente da república, recebiam uma “mesada” de R$ 30 mil para votarem de acordo
com os interesses do partido. Entre os parlamentares envolvidos no esquema estariam membros do PL
(Partido Liberal), PP (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e do
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
Entre os nomes mais citados do esquema estão José Dirceu, que na época era ministro da Casa Civil
e foi apontado como chefe do esquema. Delúbio Soares era Tesoureiro do PT e foi acusado de efetuar
os pagamentos aos membros do esquema. Marcos Valério, que era publicitário e foi acusado de arrecadar
o dinheiro para os pagamentos.
Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram apontadas como participantes do
mensalão, tais como: José Genoíno (presidente do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo
Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados), Ministro das Comunicações, Luiz Gushiken, Ministro dos
Transportes, Anderson Adauto, e até mesmo o Ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

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O resultado da eleição de 2014 e os diversos escândalos envolvendo parlamentares impulsionaram
novamente o tópico sobre a reforma política no Brasil.
A reforma política é o nome que se dá ao conjunto de propostas de emendas constitucionais da
legislação eleitoral para tentar o melhoramento do sistema eleitoral brasileiro, de maneira a garantir uma
maior correspondência entre a vontade do eleitor quando exerce seu voto e o resultado obtido nas urnas.
Entre as propostas de reforma política que tiveram aprovação destacam-se a reeleição, aprovada em
1997, a clausula da barreira, que deveria entrar em vigor em 2007 mas foi considerada inconstitucional e
não entrou em vigor e a Lei da Ficha Limpa” aprovada em 2010.

Fundo Partidário

O Fundo partidário é um fundo especial de assistência aos partidos políticos constituído pela
arrecadação de multas eleitorais, recursos financeiros legais, doações espontâneas privadas e dotações
orçamentárias públicas. Com o objetivo de esclarecer as dúvidas sobre o funcionamento do fundo
partidário, o Tribunal Superior Eleitoral disponibiliza em seu site o seguinte conjunto de perguntas e
respostas:

1. O que é Fundo Partidário?

É um Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, que tenham seu estatuto
registrado no Tribunal Superior Eleitoral e prestação de contas regular perante a Justiça Eleitoral.

2. Como é constituído o Fundo Partidário?

O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por
recursos públicos e particulares conforme previsto no artigo 38 da Lei nº 9.096/95:

I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente
na conta do Fundo Partidário;
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores
inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco
centavos de real, em valores de agosto de 1995.

3. Como se chega ao valor anual (proposta orçamentária) a ser distribuído a título de Fundo
Partidário?

Os cálculos necessários à composição da dotação destinada ao Fundo de Assistência Financeira aos


Partidos Políticos (Fundo Partidário), são norteados pela Lei nº 9.096/95, art. 38, inciso IV, in verbis:
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é
constituído por:
IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores
inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco
centavos de real, em valores de agosto de 1995.
Vale citar que o fator de correção utilizado pela Secretaria de Orçamento Federal/MP é o IGP-DI/FGV.
Para composição do valor final, o montante encontrado no cálculo do primeiro parágrafo, será somado
à projeção de arrecadação de multas do Código Eleitoral e Leis Conexas – tais projeções são baseadas
no histórico de arrecadação dos últimos períodos.

4. Como ocorre a liberação dos recursos financeiros durante o ano?

- Duodécimo - valor do orçamento dividido em 12 partes iguais, disponibilizados mensalmente.


- Multas do Código Eleitoral e Leis Conexas - realizada conforme a arrecadação do mês anterior
fechado.

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5. Como são realizados os cálculos mensais para distribuição do Duodécimo e das Multas
Eleitorais?

De acordo com o Artigo 41-A da Lei nº 9.096/95 (incluído pela Lei nº 11.459/2007):

- 5% (cinco por cento) do total do Fundo Partidário serão destacados para entrega, em partes iguais,
a todos os partidos aptos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral;
- 95% (noventa e cinco por cento) do total do Fundo Partidário serão distribuídos a eles na proporção
dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

6. O que vem a ser “partidos aptos” a receberem o fundo partidário no mês?

De acordo com o artigo 37 da Lei nº 9.096/95:


“A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a suspensão de novas
cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.”
Houve ainda regulamentação pelo TSE por meio da Resolução TSE nº 21.841/2004, artigo 18.

7. Como serão recolhidos os valores relativos a multas e penalidades pecuniárias aplicadas?

De acordo com o artigo 4º da Resolução TSE nº 21.975/2004, os valores relativos às multas e


penalidade pecuniárias serão recolhidos, obrigatoriamente, por meio de Guia de Recolhimento da União
– GRU, nos códigos específicos.

8. Onde e como serão emitidas as GRUs?

As GRUs pertinentes às penalidades aplicadas pelo TSE são emitidas pela Corregedoria, por meio do
sistema ELO.
Nos casos de penalidades aplicadas pelos Tribunais Regionais ou Cartórios Eleitorais, a emissão da
GRU será emitida pela Unidade responsável pela aplicação.

9. Como identificar qual é o código específico?

Deverá ser levado em consideração o motivo que apenou o partido a um recolhimento de determinado
valor para que assim possa ser realizada a adequação correta ao código de recolhimento. Quais sejam:
- 18002-5: TSE/TRE Multa na Prestação de Contas - Fontes Vedadas Partido Político (quando se tratar
de prestação de contas anual);
- 18003-3: TSE/TRE Multas Condutas Vedadas para Agentes Públicos;
- 20001-8: TSE/TRE Multas Código Eleitoral/Leis Conexas.

10. Como e Onde podem ser consultados os valores distribuídos mensalmente?

A publicação é feita no Diário da Justiça Eletrônico em até 72 horas, contadas da efetivação das ordens
bancárias.
Os dados (duodécimos e multas) são apresentados em forma de tabelas e contemplam as
importâncias relativas ao mês de competência indicado.
A seção Transparência, no sítio eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral na internet, publica os dados
referentes aos repasses de duodécimos e multas efetuados aos partidos políticos por exercício. As
informações incluem os valores mensais por partido e ainda os percentuais com que cada agremiação foi
contemplada, tendo por base o montante até então distribuído.
Os dados mensais são ainda compilados e disponibilizados no Portal do TSE (internet e intranet) em
um quadro que apresenta os valores acumulados no exercício financeiro, inclusive com a indicação do
total repassado a cada partido, o saldo da dotação orçamentária, o percentual a ser distribuído
(considerando-se a dotação inicial) e outras informações relevantes aos procedimentos adotados.
Fonte: http://www.tse.jus.br/transparencia/relatorio-cnj/perguntas-frequentes-fundo-partidario

Um dos aspectos que mais gera polemica entre os partidos políticos é a forma como o fundo é
distribuído, em especial os partidos que possuem uma menor representação no Congresso Nacional.
Aprovada em 1995, a Lei nº 9.096 associou os critérios para a distribuição de recursos do fundo à
clausula de barreira, um dispositivo legal capaz de restringir o funcionamento parlamentar e o acesso aos

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recursos do fundo, liberando-os somente para partidos que fossem capazes de obter no mínimo 5% dos
votos validos no país. Além dos 5% de votos em todo território nacional, esses votos deveriam atingir pelo
menos um terço dos estados brasileiros com o mínimo de 2% do total de votos em cada uma das unidades
da Federação.
Segundo o artigo 41 da Lei, o critério para distribuição de recursos seria: 1% do total distribuído de
maneira uniforme e os 99% restantes seriam distribuídos de maneira proporcional, observando a
representatividade das agremiações políticas no Congresso Nacional.
Programado para entrar em funcionamento com o Congresso empossado em 2007, o dispositivo foi
derrubado no final de 2006 pelo Supremo Tribunal Federal, em uma decisão proferida no julgamento de
duas Ações de Declaração de Inconstitucionalidade movidas por diversos partidos políticos, declarou que
o artigo que regulamentava a distribuição dos recursos feria os dispositivos constitucionais da nação.
Em 2007 foi aprovada a lei 11.459, que definiu os seguintes critérios para a divisão do fundo:
5% dos recursos divididos igualitariamente entre os partidos registrados no TSE, 95% do restante
divididos considerando-se a proporcionalidade das agremiações partidárias no Congresso. Essa é a
divisão atual utilizada no fundo.

Bolsa Família2

Segundo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS, 2015), o Bolsa Família é um
programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema
pobreza em todo o país. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de
atuação os milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 77 mensais e está baseado
na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos.
O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias extremamente
pobres (com renda mensal de até R$ 70 por pessoa) ou pobres (com renda mensal de R$ 70 a R$ 140
por pessoa).
O Bolsa Família ajuda a garantir o direito à alimentação, à saúde e à educação para a parcela mais
vulnerável da população, graças à combinação entre os recursos que as famílias recebem todo mês e os
compromissos assumidos nas áreas de saúde e educação.
Ao entrar no programa, a família assume compromissos, conhecidos como condicionalidades: crianças
de até 7 anos devem ser vacinadas e ter acompanhamento nutricional; gestantes precisam fazer o pré-
natal; e crianças e jovens de 6 a 17 anos devem frequentar a escola.
Se, por um lado, o dinheiro traz alívio imediato à situação de pobreza, por outro lado os compromissos
assumidos pelas famílias ajudam a romper o ciclo de reprodução da pobreza entre as gerações. Isso
significa que as crianças e jovens passam a ter perspectivas melhores que as de seus pais.
Todos os meses, o governo federal deposita uma quantia para as famílias que fazem parte do
programa. O saque é feito com cartão magnético, emitido preferencialmente em nome da mulher. O valor
depositado depende do tamanho da família, da idade dos seus membros e da sua renda. Há benefícios
específicos para famílias com crianças, jovens, gestantes e mães que amamentam.
Para participar, a pessoa precisa se inscrever no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
federal, levando documentos de identificação de todos os familiares. O cadastramento é feito pelos
municípios e os postos geralmente funcionam nos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS). Uma vez cadastradas, as famílias que serão incluídas a cada mês são selecionadas de forma
automatizada, completamente impessoal, no âmbito da gestão federal do programa. Têm prioridade as
famílias de menor renda.
Para permanecer no programa, além de cumprir as condicionalidades, a família precisa atualizar seu
cadastro sempre que houver mudança nas informações ou, no máximo, a cada dois anos.
Há estados que complementam a renda transferida pelo Bolsa Família com pagamentos mensais,
feitos por meio do mesmo cartão magnético usado no programa.
A Gestão do Bolsa Família é descentralizada. No Bolsa Família, é o governo federal que arca com o
valor das transferências mensais feitas diretamente aos beneficiários. Mas a gestão do programa é
compartilhada entre União, estados, Distrito Federal e municípios, cada um com suas responsabilidades.
Todos os estados e municípios brasileiros participam do programa.
Aos municípios, cabem algumas das tarefas mais importantes para o sucesso do Bolsa Família: o
preenchimento do Cadastro Único e a atualização periódica das informações sobre as famílias.

2
Disponível em: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia.
Disponível em: http://bolsafamilia10anos.mds.gov.br/node/149.

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1205716 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JEFFERSON LIMA DE OLIVEIRA
Para apoiar financeiramente cada cidade nessas e em outras tarefas, o Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS) criou o Índice de Gestão Descentralizada (IGD). É com base no IGD
que são calculados os repasses mensais que o ministério faz aos municípios para ajudar na gestão do
Cadastro e do Bolsa Família. Quanto melhor for essa gestão, maior será o IGD. E, quanto maior o IGD,
mais recursos o município recebe.
Com o lançamento do Brasil Sem Miséria, a responsabilidade dos municípios no Bolsa Família
aumentou. Por isso, o governo federal reforçou os valores transferidos às prefeituras pelo índice de gestão
– e todo o orçamento destinado à assistência social.
Cabe aos municípios o papel de alertar as famílias sobre a necessidade de manter suas informações
atualizadas no Cadastro Único e procurar garantir que essas informações estejam corretas é uma das
principais responsabilidades dos municípios na gestão do Bolsa Família.
Outra tarefa importante é assegurar o acesso das famílias aos serviços de educação e saúde e
acompanhar o cumprimento das condicionalidades nessas áreas. Ou seja, o município deve assegurar
que as crianças e jovens estejam na escola e monitorar sua frequência, além de garantir o
acompanhamento de saúde para crianças e gestantes.
Para que tudo isso funcione, é necessária a escolha criteriosa do gestor municipal do Programa Bolsa
Família. Esse profissional precisa estar preparado para lidar com todos os aspectos envolvidos no
programa e ter trânsito nas várias áreas da administração municipal, além de manter contatos com a
gestão estadual do Bolsa Família.
O Bolsa Família possui três eixos principais: a transferência de renda promove o alívio imediato da
pobreza; as condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde
e assistência social; e as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias,
de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade.
Todos os meses, o governo federal deposita uma quantia para as famílias que fazem parte do
programa. O saque é feito com cartão magnético, emitido preferencialmente em nome da mulher. O valor
repassado depende do tamanho da família, da idade dos seus membros e da sua renda. Há benefícios
específicos para famílias com crianças, jovens até 17 anos, gestantes e mães que amamentam.
A gestão do programa instituído pela Lei 10.836/2004 e regulamentado pelo Decreto nº 5.209/2004, é
descentralizada e compartilhada entre a União, estados, Distrito Federal e municípios. Os entes federados
trabalham em conjunto para aperfeiçoar, ampliar e fiscalizar a execução.
A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo
município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão
de dados que tem como objetivo identificar todas as famílias de baixa renda existentes no Brasil.
Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) seleciona,
de forma automatizada, as famílias que serão incluídas para receber o benefício. No entanto, o
cadastramento não implica a entrada imediata das famílias no programa e o recebimento do benefício.

Caso Lava Jato

O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de
automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas
inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para outras organizações criminosas,
o nome inicial se consagrou.
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve.
Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na
casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar
do esquema de corrupção que envolve a companhia.
No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de 2014, perante a Justiça
Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas lideradas por
doleiros, que são operadores do mercado paralelo de câmbio. Depois, o Ministério Público Federal
recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobras.
Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam
propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a
5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de
operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa.

As empreiteiras - Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações, para


conseguir os contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo
menor preço. Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma concorrência

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real por uma concorrência aparente. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em
reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em benefício
privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento, que simulava regras de
um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. Para disfarçar o crime, o
registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a distribuição de prêmios de
um bingo (veja aqui documentos).

Funcionários da Petrobras - As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel fossem
convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes públicos. Os funcionários não
só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo
convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo
levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos
desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas
relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras irregularidades.

Operadores financeiros - Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só por


intermediar o pagamento da propina, mas especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro
limpo aos beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador
financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados
com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário
em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens.

Agentes políticos - Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização – começou em


março de 2015, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal 28
petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das
quais 49 são titulares de foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”). São pessoas que integram
ou estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras.
Elas foram citadas em colaborações premiadas feitas na 1ª instância mediante delegação do Procurador-
Geral. A primeira instância investigará os agentes políticos por improbidade, na área cível, e na área
criminal aqueles sem prerrogativa de foro. Essa repartição política revelou-se mais evidente em relação
às seguintes diretorias: de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de
indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e
2012, de indicação do PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação
do PMDB. Para o PGR, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com
comunhão de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso
como operadores financeiros, em nome de integrantes do PMDB e do PT.
As investigações continuam tanto na 1ª instância quanto no Supremo Tribunal Federal.

Como foi o impeachment de Collor?

O processo que culminou com a renúncia do presidente Fernando Collor de Mello, em 29 de


dezembro de 1992, foi resultado de meses de investigação parlamentar provocada por denúncias de
corrupção divulgadas pela imprensa. Ainda candidato, em 1989, o ex-governador de Alagoas era bem
diferente dos políticos da época: relativamente jovem (39 anos), fazia cooper, andava de jet-ski e
estampava frases de impacto, como "Não fale em crise. Trabalhe", em suas camisetas.
Quando assumiu, em março de 1990, sua popularidade começou a ficar abalada ao confiscar o saldo
das poupanças bancárias a fim de frear a inflação. Cada pessoa ficou com apenas 50 mil cruzeiros (hoje,
cerca de R$ 6 mil) disponíveis e muita gente empobreceu da noite para o dia. Não deu certo: a inflação
continuou crescendo e, em 1991, já passava dos 400% acumulados no ano, quando surgiram os
primeiros escândalos de corrupção ligados a Collor.

Queda Livre

Fraudes financeiras provocaram a cassação do primeiro presidente eleito por voto direto após 30 anos
de ditadura.

1. Pedro Collor, irmão do presidente, concedeu entrevista à revista VEJA, em maio de 1992,
denunciando um esquema de lavagem de dinheiro no exterior comandado por Paulo César (PC) Farias,

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tesoureiro da campanha eleitoral de 1989. Fernando acusou o irmão de insanidade mental - desmentida
por exames.
2. O Congresso Nacional criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as
denúncias. Vieram à tona esquemas como a Operação Uruguai: empréstimos fraudulentos para financiar
a campanha de 1989. Além disso, contas fantasma operadas por PC financiavam a reforma da Casa da
Dinda, onde Collor morava.
3. As ligações do presidente com os golpes de PC ficaram evidentes. Um carro Fiat Elba para uso
pessoal do presidente foi comprado com dinheiro vindo das contas fantasma do tesoureiro de campanha.
Em agosto, o motorista Eriberto França contou à revista Istoé como levava contas de Collor para serem
pagas por empresas de fachada de PC.
4. Em busca de apoio, o presidente fez um pronunciamento pedindo para que a população fosse às
ruas, em 16 de agosto, vestida com as cores da bandeira nacional. O povo não atendeu e saiu vestido
de preto, em protesto. Entre os manifestantes, destacaram-se grupos de estudantes batizados pela
imprensa de "caras-pintadas".
5. Em 24 de agosto, um relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos
irregularmente para financiar gastos do presidente. A insatisfação popular aumentou e, em 29 de
setembro, o impeachment foi aprovado por 441 dos 509 deputados. Collor foi afastado e substituído por
Itamar Franco, seu vice.
6. Collor foi, então, julgado pelo Senado Federal. Em 29 de dezembro, o presidente renunciou para
tentar engavetar o processo e preservar seus direitos políticos. No entanto, por 76 votos a 3, os senadores
condenaram o presidente, que não poderia concorrer em eleições pelos oito anos seguintes.

Curiosidades:

- Também foram descobertas compras superfaturadas na Legião Brasileira de Assistência, entidade


do governo presidida pela primeira-dama, Rosane Collor.
- Collor foi eleito pelo Partido da Reconstrução Nacional, criado só para abrigar sua candidatura. Em
2000, o PRN virou PTC (Partido Trabalhista Cristão).
- A renúncia foi ofuscada no noticiário pelo assassinato da atriz Daniela Perez por Guilherme de
Pádua. A dupla contracenava na novela De Corpo e Alma, escrita por Glória Perez, mãe de Daniela.
- Em 17 de setembro, ocorreu a maior manifestação contra Collor, com 750 mil pessoas lotando o
vale do Anhangabaú, em São Paulo.

Que fim levaram? Mortes misteriosas e reviravoltas políticas marcam a trajetória dos principais
personagens do impeachment

Fernando Collor
Absolvido criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal em 1994. Em 2006, foi eleito senador - cargo
que ocupa até hoje -, representando o estado de Alagoas.

Pedro Collor
Morreu com 42 anos, em 1994, vítima de um câncer cerebral. A mãe, Leda, sofreu um AVC durante o
auge da crise e ficou três anos em coma, até morrer, em 1995.

Pc Farias
Condenado por sonegação fiscal, falsidade ideológica e outros crimes. Em 1996, em liberdade
condicional, foi achado morto com a namorada - ambos baleados - em circunstâncias misteriosas.

Opositores
"Estrelas" da CPI do impeachment acabaram passando de juízes a julgados, caso dos então
deputados José Dirceu e José Genoíno, condenados no escândalo do Mensalão.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-foi-o-impeachment-de-collor

Ministro Gilmar Mendes é eleito presidente do TSE

O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) elegeu, na sessão administrativa desta quinta-feira
(07/04/2016), o ministro Gilmar Mendes para suceder o ministro Dias Toffoli como presidente da Corte
Eleitoral. Na mesma sessão, o ministro Luiz Fux foi eleito vice-presidente do Tribunal na futura gestão. A
posse do ministro Gilmar Mendes na Presidência do TSE ocorrerá no próximo dia 12 de maio.

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No dia 3 de fevereiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconduziu o ministro Gilmar
Mendes para a vaga de ministro titular do TSE, devido ao encerramento do seu primeiro biênio como
titular da Corte Eleitoral.

07/04/2016
Fonte: http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2016/Abril/ministro-gilmar-mendes-e-eleito-
presidente-do-tse - Adaptado

Por aclamação, PMDB oficializa rompimento com governo Dilma

O Diretório Nacional do PMDB decidiu nesta terça-feira (29/03/2016), por aclamação, romper
oficialmente com o governo da presidente Dilma Rousseff. Na reunião, a cúpula peemedebista também
determinou que os seis ministros do partido e os filiados que ocupam outros postos no Executivo federal
entreguem seus cargos.
O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, não participou da
reunião que oficializou a ruptura com o governo sob o argumento de que não desejava "influenciar" a
decisão. No entanto, ele teve participação ativa na mobilização pelo desembarque do partido e passou
toda a segunda-feira (28/03/2016) em reuniões com parlamentares e ministros do PMDB em busca de
uma decisão “unânime”.
Comandada pelo primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a reunião
durou menos de cinco minutos. Após consultar simbolicamente os integrantes do partido, Jucá decretou
o resultado da votação.
"A partir de hoje, nessa reunião histórica para o PMDB, o PMDB se retira da base do governo da
presidente Dilma Rousseff e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome
do PMDB", enfatizou.
Após a reunião, Jucá disse que, com a decisão, o PMDB deixava bem clara a sua posiçào em relação
ao governo e disse que quem quiser tomar uma decisão individual terá que avaliar as consequências.
"A partir de agora, o PMDB não autoriza ninguém a exercer cargo no governo federal em nome do
partido. Se, individualmente, alguém quiser tomar uma posição, vai ter que avaliar o tipo de consequência,
o tipo de postura perante a própria sociedade. Para bom entendedor, meia palavra basta. Aqui, nós demos
hoje a palavra inteira", afirmou.
A decisão do PMDB aumenta a crise política do governo e é vista como fator importante no processo
de impeachment de Dilma. Há a expectativa de que, diante da saída do principal sócio do PT no governo
federal, outros partidos da base aliada também desembarquem da gestão petista.
Atualmente, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais. O apoio ao
governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas contra Dilma se intensificaram com o
acirramento da crise econômica e a deflagração do processo de afastamento da presidente da República.

29/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/por-aclamacao-pmdb-oficializa-rompimento-com-
governo-dilma.html

Gilmar Mendes suspende nomeação de Lula como ministro da Casa Civil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu nesta sexta-feira
(18/03/2016) a nomeação para a Casa Civil do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou
posse nesta quinta (17/03/2016). A decisão foi proferida em ação apresentada pelo PSDB e pelo PPS.
Na decisão, o ministro afirma ter visto intenção de Lula em fraudar as investigações sobre ele na
Operação Lava Jato. O petista ainda pode recorrer da decisão ao plenário do Supremo.
Além de suspender a nomeação de Lula, Gilmar Mendes também determinou, na mesma decisão, que
a investigação do ex-presidente seja mantida com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato
na primeira instância judicial.
O ex-presidente Lula tomou posse nesta quinta-feira (17), pouco antes de 10h40, como novo ministro-
chefe da Casa Civil em cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado da presidente Dilma Rousseff. Cerca
de uma hora depois, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, suspendeu a
posse por meio de uma decisão liminar (provisória).
Outras decisões semelhantes, em outras Varas de Justiça, também foram proferidas e cassadas por
Tribunais Federais. Com a decisão de Gilmar Mendes, acaba o impasse de decisões divergentes nas
instâncias inferiores da Justiça.

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"O objetivo da falsidade é claro: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de primeira
instância. Uma espécie de salvo conduto emitida pela Presidente da República", afirma Gilmar na decisão.
"Pairava cenário que indicava que, nos próximos desdobramentos, o ex-Presidente poderia ser
implicado em ulteriores investigações, preso preventivamente e processado criminalmente. A assunção
de cargo de Ministro de Estado seria uma forma concreta de obstar essas consequências. As conversas
interceptadas com autorização da 13ª Vara Federal de Curitiba apontam no sentido de que foi esse o
propósito da nomeação", diz o ministro em outro trecho.
Em nota, a defesa de Lula afirmou neste sábado que a nomeação do petista "é ato privativo da
Presidenta da República, conforme a Constituição Federal". "Lula não é réu em nenhuma ação e não tem
impedimento legal ou constitucional para o exercício do cargo. As ações do PSDB e do PPS que foram
submetidas ao Ministro Gilmar Mendes não contêm fundamentos jurídicos capazes de atacar a validade
da nomeação de Lula", diz a nota.

Críticas de Gilmar Mendes à nomeação


O ministro Gilmar Mendes já havia criticado duramente na última quarta-feira (16/03/2016) a nomeação
do ex-presidente para a chefia da Casa Civil, afirmando que a iniciativa seria uma fuga do petista da
investigação da Lava Jato em Curitiba.
Em meio ao julgamento do recurso da Câmara à decisão do rito de impeachment, o magistrado
ressaltou que a nomeação do ex-presidente para o primeiro escalão deixa "muito mal" a Suprema
Corte.
Já na quinta, o ministro do Supremo também afirmou que a conversa entre a presidente Dilma Rousseff
e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interceptada pela Operação Lava Jato pode caracterizar crime
de responsabilidade, o que poderia embasar um processo de impeachment.
“Se houver avaliação de que se trata de medida para descredenciar a Justiça, obstrução de Justiça
certamente está nos tipos de crime de responsabilidade. Pode ter outros dispositivos aplicáveis da
legislação penal”, afirmou Mendes.
A fala da presidente foi gravada numa interceptação telefônica autorizada e divulgada nesta quarta-
feira pelo juiz Sérgio Moro, dentro das investigações da Lava Jato.
Segundo investigadores, o diálogo sugere que a presidente atuou para impedir a prisão de Lula, que
é investigado na operação. Em diversos trechos da decisão de suspender a nomeação de Lula, Gilmar
Mendes cita conversas interceptadas no telefone do ex-presidente.
Sobre a conversa entre Dilma e Lula, na qual a presidente diz ao ex-presidente para só usar o termo
de posse "em caso de necessidade", o ministro afirma que "a conduta demonstra não apenas os
elementos objetivos do desvio de finalidade, mas também a intenção de fraudar."

Investigações
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Lula é investigado por haver indícios de que ele
cometeu os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por
meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht.
Há evidências, segundo o MPF, de que o ex-presidente recebeu valores oriundos do esquema
descoberto na Petrobras por meio de um apartamento triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP).

18/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/gilmar-mendes-suspende-nomeacao-de-lula-como-
ministro-da-casa-civil.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

Marcelo Odebrecht é condenado a mais de 19 anos de prisão na Lava Jato

O juiz Sérgio Moro condenou hoje (8) empresário Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de
prisão por crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os crimes estão
relacionados ao esquema de desvios de recursos da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.
“Entre os crimes de corrupção, de lavagem e de associação criminosa, há concurso material, motivo
pelo qual as penas somadas chegam a dezenove anos e quatro meses de reclusão, que reputo definitivas
para Marcelo Bahia Odebrecht", diz o juiz Sérgio Moro em sua sentença.
Foram condenados ainda os executivos da construtora Márcio Faria da Silva, Rogério Santos de
Araújo, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar; e os ex-diretores da Petrobras,
Renato Duque, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, além do doleiro Alberto Youssef. Paulo Roberto
Costa e Alberto Youssef tiveram as penas abreviadas por terem firmado acordo de delação premiada.
08/03/2016

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Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-03/sergio-moro-condena-marcelo-
odebrecht-mais-de-19-anos-de-prisao

PF faz operação na casa de Lula e leva ex-presidente para depor

O ex-presidente Lula foi levado de carro por volta das 6h desta sexta-feira (04/03/2016) pela PF (Polícia
Federal) de São Paulo para depor, após a operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato, ter
cumprido mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva --quando o investigado é obrigado a
depor.
Segundo o Estadão Conteúdo, há um mandado de condução coercitiva também para o presidente do
Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Diversos endereços ligados a Lula, incluindo seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP), a
sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, o sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, o triplex no
Guarujá, no litoral paulista, foram visitados por agentes, que também fizeram operações no prédio de um
dos filhos do presidente, Fabio Luiz, também conhecido como Lulinha.
Embora faça parte da Lava Jato, que apura o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, essa
fase da operação investiga a suposta relação de Lula com empreiteiras e alegações de que reformas em
um apartamento no Guarujá (SP) e no sítio teriam sido feitas em favor da família do petista pelas
construtoras.
São investigados crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros praticados por diversas
pessoas no contexto do esquema.
A operação de hoje, batizada de Aletheia em referência a expressão grega que significa busca da
verdade, conta com cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal, que cumprem 44
mandados judiciais (33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva) no Rio de Janeiro,
em São Paulo e na Bahia. A determinação é do juiz federal Sergio Moro, de Curitiba.
A ação está sendo realizada um dia depois de uma reportagem da revista ISTOÉ ter revelado o suposto
conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT), em que acusaria o ex-presidente
de ter mandado comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e de outras
testemunhas.
No último sábado, durante comemorações pelo aniversário do PT, Lula disse que tinha sido informado
de que teria seus sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados. "A partir de segunda-feira vão quebrar
meus sigilos fiscal, telefônico, tudo, meu da Marisa, da minha netinha e até da minha mãe. Esse é o
preço? Eu pago", disse. "Mas eu duvido que tenha um mais honesto do que eu." (Com Folha, BandNews,
BBC Brasil e agências internacionais)

04/03/2016
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/04/pf-faz-buscas-na-casa-do-ex-
presidente-lula-em-sao-bernardo-sp.htm

Jair Bolsonaro é anunciado como pré-candidato à Presidência da República

Após a efetivação da filiação ao Partido Social Cristão (PSC) nesta quarta-feira, Jair Bolsonaro
confirmou dua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de 2018. Durante uma cerimônia
em Brasília, o anúncio foi feito pelo presidente da sigla, pastor Everaldo.
Em uma gravação que circula pelas redes sociais, a apresentação e declaração de que Bolsonaro foi
o escolhido para ser pré-candidato nas próximas eleições feita por Everaldo é interrompida por aplausos
e gritos dos presentes na cerimônia.
Após 11 anos no Partido Progressista (PP), Bolsonaro muda para o PSC junto com os filhos Flávio e
Carlos. No entanto, sua candidatura ainda depende das pesquisas, já que o candidato precisa chegar a
10% nas intenções de voto para ser o candidato da legenda em 2018.
O nome de Jair Bolsonaro foi incluído em cenários simulados em pesquisa recente do Datafolha, e
oscilou entre 5% e 6% das intenções de votos.

03/03/2016
Fonte: http://www.dm.com.br/cotidiano/2016/03/jair-bolsonaro-e-anunciado-como-pre-candidato-a-
presidencia-da-republica.html

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Conselho de Ética aprova dar continuidade ao processo de Cunha

Após uma série de adiamentos, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou na
madrugada desta quarta-feira (2), com placar apertado, o relatório preliminar que pede a continuidade do
processo disciplinar com pedido de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com
isso, o peemedebista vai ser investigado por quebra de decoro por ter ocultado contas bancárias no
exterior.
Na última hora, no entanto, o relator do caso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), aceitou proposta
de um aliado do presidente da Câmara para retirar do parecer o trecho que pedia que Cunha também
fosse investigado por suposto recebimento de propina. Agora, Cunha terá até 10 dias úteis para
apresentar sua defesa prévia.
Nos bastidores, adversários do presidente da Câmara atacaram a mudança no texto e acusaram a
"tropa de choque" do peemedebista de manobrar para tentar conseguir uma pena mais branda, em vez
da cassação do mandato.
A aprovação do relatório prévio de Marcos Rogério se deu por 11 votos a 10, após o presidente do
Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), dar o voto de minerva e desempatar o
placar (veja ao final desta reportagem como votaram os integrantes do colegiados).
Com a divisão dos integrantes do conselho em torno da continuidade do processo, o voto do deputado
Paulo Azi (DEM-BA) acabou se tornando decisivo.
Foi o parlamentar da oposição que propôs a retirada do parecer do trecho que mencionava o
recebimento de propina. Azi impôs essa mudança como condição para votar a favor do texto de Marcos
Rogério.
Em meio à sessão, ele argumentou que a acusação de que o presidente da Câmara teria recebido
propina de contratos da Petrobras não se referia a fatos ocorridos no atual mandato legislativo.
Diante do apelo, o relator acatou a mudança, justificando que ainda não havia uma ação na Justiça
aberta contra Cunha por conta dessas acusações. Ele, entretanto, explicou que nada impediria que, no
decorrer das investigações, o presidente da Câmara voltasse a responder por isso.
Na tarde desta quarta-feira (2), o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se aceita a
denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Eduardo Cunha em um dos processos da
Lava Jato. Se a Corte aceitar a denúncia, o presidente da Câmara se tornará réu na ação penal que
investiga o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

Acusação no conselho
Eduardo Cunha é investigado no Conselho de Ética por supostamente ter ocultado contas
bancárias na Suíça e de ter mentido, no ano passado, sobre a existência delas em depoimento à CPI
da Petrobras.
O presidente da Câmara nega ser dono de contas no exterior, mas admitiu ter o usufruto de ativos
geridos por trustes estrangeiros. Se o processo chegar ao plenário, Cunha pode ter o mandato cassado.
O parecer pela continuidade do processo de investigação, de autoria do deputado Marcos Rogério,
já havia sido aprovado em dezembro, mas, após manobras de aliados do peemedebistas, a votação
acabou cancelada e foi preciso voltar à estaca zero.

Próximos passos
Com a aprovação do relatório preliminar nesta quarta-feira, Cunha será convocado a apresentar,
novamente, sua defesa prévia.
Somente depois que ele entregar a defesa será feita a instrução do processo, com a coleta de provas
e o depoimento de testemunhas. Ao final, o relator do caso terá que entregar um parecer que poderá
pedir até a cassação do mandato de Cunha. Após ser votado no conselho, o caso segue para o plenário
da Câmara.

Manobras
A sessão da madrugada desta quarta-feira que deu aval à continuidade do processo de cassação foi
a segunda tentativa do dia do presidente do Conselho de Ética de tentar colocar o relatório em votação.
Mais cedo, na tarde de terça (1º), os integrantes do colegiado já haviam se reunido para tentar analisar
o parecer. Porém, mais uma vez, aliados de Cunha conseguiram derrubar a reunião com manobras.
Após mais de três horas de discussões, a sessão teve de ser suspensa na hora em que foi aberta a
ordem do dia no plenário principal da Câmara. As comissões permanentes da Casa são obrigadas a
encerrar as atividades no momento em que tem início as votações no plenário.

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O próprio Eduardo Cunha tentou inviabilizar a votação do relatório de Marcos Rogério comandando
ele mesmo as discussões no plenário principal da Câmara até depois das 23h,
mesmo com a presença de apenas cerca de dez deputados.
Geralmente, assim que se encerram as votações, ele costuma passar o comando da sessão para outro
deputado e se retira do plenário. Na prática, a medida atrasou a votação do relatório no Conselho de
Ética.
Durante a sessão, entre os deputados que pediram a palavra para discursar, estavam alguns dos
principais aliados de Cunha, como o líder do PSC, André Moura (SE), o líder do PTB, Jovair Arantes
(GO), e o deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
Desta vez, porém, o presidente do Conselho de Ética estava disposto a adentrar a madrugada para
tentar votar o relatório prévio do caso. Assim que Eduardo Cunha deu por encerrada a ordem do dia no
plenário principal, José Carlos Araújo retomou a sessão que havia sido suspensa no final da tarde.
No início dos trabalhos, houve um intenso bate-boca por conta da substituição de um dos titulares do
Conselho de Ética. O líder do PR, deputado Maurício Quintella (AL), assumiu o lugar do deputado Vinícius
Gurgel (PR-AP), que renunciou ao cargo.
Inconformados com a nova manobra dos aliados de Cunha, deputados da Rede, do PSB e do PSOL
protestaram e questionaram a validade da troca, uma vez que um suplente já havia registrado presença
no início da sessão.
“É chicana, virou um circo”, protestou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Veja como votaram os integrantes do Conselho de Ética:

Contra Cunha
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Fausto Pinato (PRB-SP)
José Carlos Araújo (PSD-BA)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Leo de Brito (PT-AC)
Marcos Rogério (PDT-RO)
Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS)
Paulo Azi (DEM-BA)
Sandro Alex (PPS-PR)
Valmir Prascidelli (PT-SP)
Zé Geraldo (PT-PA)

A favor de Cunha
Cacá Leão (PP-BA)
Erivelton Santana (PSC-BA)
João Carlos Bacelar (PR-BA)
Maurício Quintella (PR-AL)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Ricardo Barros (PP-PR)
Sérgio Moraes (PTB-RS)
Washington Reis (PMDB-RJ)
Wellington Roberto (PR-PB)
Vladimir Costa (SD-PA)

02/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/conselho-de-etica-aprova-continuar-investigacoes-
sobre-eduardo-cunha.html

Paulo Maluf é condenado à prisão na França por lavagem de dinheiro

A França se adiantou ao Brasil e condenou o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) a três anos de
prisão por lavagem de dinheiro em território francês de 1996 a 2005. A Justiça Federal e a do Estado de
São Paulo colaboraram com o caso, compartilhando provas de ações contra o parlamentar no país.
Segundo a sentença, proferida pela 11ª Câmara do Tribunal Criminal de Paris no fim do ano passado,
os valores investigados são decorrentes de desvio de dinheiro público brasileiro. Junto com Maluf, foram
condenados também sua esposa e seu filho, Sylvia Lutfalla Maluf e Flávio Maluf.

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Os três tiveram 1,8 milhão de euros confiscados pela Justiça francesa, obtidos de contas e valores em
espécie, e, juntos, terão de pagar 500.000 euros em multas. A família já recorreu, e a decisão está nas
mãos da Corte de Apelação de Paris.
Informada da condenação no último mês, a Procuradoria Geral da República – que é responsável por
duas ações do MPF contra Paulo Maluf – pede agora que a ação seja transferida da França para o Brasil,
junto com a repatriação de valores, alegando que ele é brasileiro. Nesse caso, a Constituição veda
extradição para cumprir a pena no exterior.
A Justiça francesa ainda não se manifestou a respeito, mas já deixou claro que o dinheiro lavado é
oriundo de corrupção e peculato e foi enviado para empresas offshore e bancos no exterior. A rota do
dinheiro teria sido do Brasil a um banco de Nova York, através de um doleiro que fez as remessas aos
Estados Unidos. De lá, ele foi redistribuído para paraísos fiscais e, depois, reutilizado em parte para
comprar ações de empresas da família Maluf no Brasil, entre 1997 e 1998.
Vale lembrar que a investigação sobre o depósito suspeito de US$ 1,7 milhão em conta do banco
Crédit Agricole na França já levou à detenção do político em Paris em 2003. Aqui, Maluf responde a ações
penais relacionadas a desvios cometidos quando era prefeito de São Paulo. São várias as obras suspeitas
nesses casos, entre elas, a construção da Avenida Água Espraiada (hoje, Avenida Jornalista Roberto
Marinho), que, acredita-se, causou um prejuízo de 1 bilhão de dólares aos cofres públicos. Segundo
afirma o MPF, os fundos da família Maluf teriam movimentado um total de 172 milhões de dólares.
Engenheiro de formação, Paulo Maluf, hoje com 84 anos, é uma das figuras políticas brasileiras mais
emblemáticas, descrito popularmente como aquele que “rouba, mas faz”. Foi duas vezes prefeito de São
Paulo (a primeira vez, de 1969 a 1971) e, no âmbito do Estado, foi secretário de transportes (1971 a 1975)
e governador (1979 a 1982).
Atualmente em seu quarto exercício como deputado federal por São Paulo, ele responde processo
também nos Estados Unidos, é um dos brasileiros atualmente procurados pela Interpol (polícia
internacional). Em seu próprio país, nenhuma das ações em curso chegou ao fim, portanto ele segue
vivendo e trabalhando normalmente.

02/03/2016
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/02/politica/1456926697_853311.html

José Eduardo Cardozo deixa o Ministério da Justiça e comandará a AGU

José Eduardo Cardozo está deixando o comando do Ministério da Justiça e assumirá a chefia da
Advocacia-Geral da União. Ele será substituído na pasta pelo ex-procurador-geral de Justiça do Estado
da Bahia, Wellington César Lima e Silva.
O atual titular da AGU, Luís Inácio Adams, deixa o cargo por motivos pessoais. As mudanças foram
informadas pelo Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (29), em nota à imprensa, assinada pela
presidenta Dilma Rousseff.
O governo anunciou também que Luiz Navarro de Brito será o novo ministro-chefe da Controladoria-
Geral da União. Navarro já foi secretário executivo da CGU. Após a saída de Valdir Simão do órgão para
chefiar o Ministério do Planejamento, quem ocupava interinamente o cargo era Carlos Higino, que antes
estava na secretaria executiva da pasta.
Confira abaixo a íntegra da mensagem da presidenta Dilma Rousseff sobre a saída de José Eduardo
Cardozo do Ministério da Justiça:
"A presidenta da República, Dilma Rousseff, informa que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
deixará a pasta e assumirá a chefia da Advocacia-Geral da União, em substituição ao ministro Luiz Inácio
Adams, que solicitou o seu desligamento por motivos pessoais.
Assumirá o Ministério da Justiça o ex-procurador-geral da Justiça do estado da Bahia, Dr. Wellington
César Lima e Silva.
Assumirá o cargo de ministro-chefe da Controladoria-Geral da União o Sr. Luiz Navarro de Brito.
A presidenta da República agradece os valiosos serviços prestados ao longo de todos estes anos, com
inestimável competência e brilho, pelo Dr. Luís Inácio Adams e deseja pleno êxito à sua atividade
profissional futura.
Agradece ainda ao ministro-interino da CGU, Sr. Carlos Higino, pela sua dedicação.

29/02/2016
Fonte: http://www.brasil.gov.br/governo/2016/02/jose-eduardo-cardozo-deixa-o-ministerio-da-justica-
e-comandara-a-agu#

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11% aprovam e 64% reprovam governo Dilma, diz pesquisa Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (27/02/2016) no jornal “Folha de S.Paulo” indica os
seguintes percentuais sobre como os eleitores avaliam o governo da presidente Dilma Rousseff (PT):
- Ótimo/bom: 11%
- Regular: 25%
- Ruim/péssimo: 64%
O Datafolha realizou o levantamento nos dias 24 e 25 de fevereiro. As somas podem passar ou ficar
abaixo dos 100% por conta de arredondamentos, informou o instituto.
Segundo o instituto, Dilma atingiu o pico de desaprovação em agosto, quando tinha 71% de
desaprovação. A avaliação negativa recuou nas últimas pesquisas - em dezembro, a reprovação era de
65%.
Na última pesquisa, realizada em dezembro, o governo Dilma recebeu a aprovação de 12%, que
consideravam sua gestão ótima ou boa.
Impeachment
Os entrevistados também foram questionados se consideravam que, com o pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff aceito pela Câmara, se os deputados devem votar pelo seu afastamento.
Para que o processo siga para o Senado, onde o caso será julgado, é preciso que dois terços dos 513
deputados votem pela abertura do impeachment. Os resultados foram:

- Sim: 60%
- Não: 33%
- Indiferente: 4%
- Não sabe: 3%
A pesquisa quis ainda saber se os entrevistados entendem que Dilma deveria renunciar. Os resultados
foram:

- Sim: 58%
- Não: 37%
- Não sabe: 4%

Situação da economia

O instituto também questionou os entrevistados sobre se, na opinião deles, a situação econômica do
país melhorou, piorou ou ficou como estava nos últimos meses. Para 80% dos entrevistados, a economia
piorou e apenas 5% consideram que houve melhoria na situação econômica do país.

- Melhorou: 5%
- Piorou: 80%
- Ficou como estava: 14%
- Não sabe: 1%
Os entrevistados também responderam se a própria situação econômica melhorou, piorou ou ficou
como estava, se comparado aos últimos meses. 38% avaliam que a situação ficou como estava e 49%
consideram que houve piora.
- Melhorou: 12%
- Piorou: 49%
- Ficou como estava: 38%
- Não sabe: 1%

27/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/02/11-aprovam-e-64-reprovam-governo-dilma-diz-
pesquisa-datafolha.html

Brasil tem 1 prefeito retirado do cargo a cada 8 dias pela Justiça Eleitoral

O Brasil teve, desde as últimas eleições municipais, em 2012, 136 prefeitos cassados e retirados do
cargo pela Justiça Eleitoral – uma média de um a cada oito dias. É o que revela um levantamento feito
pelo G1 com base nos dados dos Tribunais Regionais Eleitorais dos 26 estados e do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral).

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Além disso, outros 93 também foram cassados, mas se mantêm no cargo com liminares e recursos, a
poucos meses de um novo pleito, que ocorre em outubro deste ano.
O levantamento não leva em conta os prefeitos retirados do cargo pela Justiça comum ou pelas
Câmaras municipais. Também não inclui os cassados em primeira instância que já conseguiram reverter
a decisão em instância superior e não respondem mais a processo.

Motivos
A maioria dos prefeitos foi cassada em razão de captação ilícita de votos e abuso de poder econômico
durante a campanha. Há também casos de conduta vedada pela legislação eleitoral. O dado de cassados
no cargo e fora dele representa 4% do total de prefeitos eleitos em 2012 (5.568).
O cientista político Malco Camargos, da PUC Minas, diz que esse número tem aumentado eleição
após eleição.
“Se por um lado as regras eleitorais têm ficado mais rígidas e as promotorias eleitorais mais atuantes,
de outro há uma classe política que ainda não se acostumou a lidar com essa nova forma de atuação das
instituições. Isso cria uma necessidade de regulação com o passar do tempo”, afirma.
“Um outro ponto importante é que hoje há uma maior possibilidade de registro de provas com os meios
eletrônicos, de gravação. Fica mais fácil obter imagens que revelam práticas não permitidas nas eleições”,
diz Camargos.
No levantamento do G1 há casos de prefeitos que passaram mais da metade do mandato cassados,
porém mantidos no cargo por recursos judiciais. São Paulo, maior colégio eleitoral do país, possui três
prefeitos nessa condição desde 2013.

Demora no julgamento
Para Camargos, a demora no julgamento pós-eleição é um dos principais problemas. "O sistema ainda
não conseguiu se modernizar para dar conta da celeridade que o processo eleitoral exige", diz.
"Durante as eleições, até há uma rapidez. Durante o mandato, no entanto, a esfera de recursos é muito
lenta, o que acaba gerando uma instabilidade.”
São Paulo e Minas Gerais lideram a lista de prefeitos cassados definitivamente: 19 cada um. Outros
13 prefeitos paulistas ainda governam tentando reverter a decisão; em Minas, 12 continuam no cargo à
base de liminares e interposição de recursos.
Apenas Acre e Roraima não têm cidades com prefeitos cassados pela Justiça Eleitoral após a eleição
de 2012.
Parte das cidades teve de realizar uma nova eleição após a cassação. A lei eleitoral diz que a eleição
suplementar deve ocorrer caso o cassado tenha recebido mais de 50% dos votos válidos. Caso contrário,
o segundo colocado assume automaticamente.

Brigas em várias instâncias


O número de cassados nos TREs é bem superior ao dado final registrado pelo G1, porque o TSE tem
revertido vários casos pelo país.
Em São Paulo, por exemplo, 19 políticos conseguiram mudar a decisão de primeira instância que
cassava os mandatos.
Em alguns municípios, isso fez com que houvesse um troca-troca nas cadeiras, confundindo a
população. Eleições chegaram a ser realizadas, mas os novos prefeitos eleitos ficaram apenas meses ou
até dias no cargo, até que os cassados na primeira instância conseguissem reverter a sentença no tribunal
superior.
Dois municípios representam bem essa situação. Em Goiás, a cidade de São Domingos teve dois
prefeitos cassados em pouco mais de um ano. Oldemar de Almeida Pinto Filho (PMDB) foi eleito, mas
acabou cassado por compra de votos e abuso de poder econômico. Uma nova eleição foi marcada e
vencida, em 2013, por Etélia Vanja Gonçalves (PDT).
Mas a Justiça Eleitoral detectou captação ilícita de votos e recursos para a campanha durante a eleição
suplementar, e ela também foi retirada do cargo. O presidente da Câmara assumiu, mas uma nova eleição
ainda não foi realizada em razão de um recurso especial no TSE.
Marituba, no Pará, chegou a realizar, ao custo de R$ 170 mil, uma nova eleição que, no fim, acabou
não valendo. Eleito em 2012, Mário Filho (PSD) teve a candidatura indeferida por ter a prestação de
contas do pleito anterior rejeitada. O mesmo ocorreu com o segundo colocado e o terceiro não atingiu a
quantidade suficiente de votos.
Assumiu a prefeitura, então, o presidente da Câmara Wildson de Araújo Melo (PRB), cassado depois
pela Justiça Eleitoral por compra de votos.

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Uma eleição suplementar, em 2013, foi vencida por Elivan Faustino (PMDB), vice na chapa de Mário
Filho. Ele, no entanto, ocupou o cargo só por seis meses: em 2014, o TSE aceitou o recurso de Mário
Filho e, enfim, o empossou prefeito.

Problemas
Para Malco Camargos, a discussão que se faz é “onde a política está agindo mais”. “Da mesma
maneira que a ação contra políticos tem promovido algumas pessoas e em busca disso alguns juízes têm
cometido excessos, de outro lado uma segunda instância que ainda depende da indicação da parte
política pode estar sendo mais comedida em seus atos", afirma.
"Em outras palavras, tanto a primeira como a segunda instância têm problemas: a primeira de vaidade,
e a segunda de dependência de questões políticas.”
Procurado, o TSE diz que tem como um dos seus pilares de atuação o respeito à razoável duração do
processo.
"No entanto, cabe ressaltar que cada processo é único e demanda análise e julgamento em tempo e
detalhamento específicos. Por esses motivos, não é possível priorizar a celeridade em detrimento da
decisão mais correta possível e no devido processo legal para que se garantam a ampla defesa e a
interposição dos recursos legalmente previstos", afirma o tribunal, em nota.
"O compromisso da atual gestão do tribunal é de priorizar o julgamento de processos que possam
resultar na perda de mandato eletivo, de acordo com o Planejamento Estratégico TSE 2015-2020",
completa o órgão.
Casos extras
Como o levantamento do G1 não inclui os cassados pela Justiça comum, estão fora da lista vários
outros políticos que perderam o mandato pelo país. É o caso do prefeito de Mariana (MG) Celso Cota
(PSDB).
Eleito em 2012, ele deixou o comando do Executivo meses antes da queda da barragem colocar o
município sob o holofote nacional. Cota foi considerado ficha suja em razão de uma condenação por
improbidade administrativa e acabou cassado pelo TJ-MG. Ao deixar o cargo, ele divulgou nota
considerado o afastamento “uma grande injustiça”.
Um caso curioso também ocorreu em Teresópolis (RJ). O prefeito eleito Mário Tricano (PP) não foi
diplomado porque estava inelegível até 2013 com base na Lei da Ficha Limpa.
O substituto, Arlei Rosa (PMDB), assumiu, mas foi cassado pela Câmara em 2014, acusado de má
administração dos recursos do Tereprev (Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais).
Ele deixou o cargo para o vice. Mas Tricano, que já havia cumprido a condenação, pleiteou o cargo e
conseguiu no STF, assumindo só neste ano.
No Amazonas, há um outro caso emblemático de um prefeito que ainda não foi cassado, mas que está
preso. Xinaik Medeiros (PTB), eleito em Iranduba, é acusado de um desvio de mais de R$ 56 milhões.
Ele já foi denunciado com outras 12 pessoas por participação em organização criminosa, crime de
responsabilidade, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Se for condenado por todos os crimes,
pode pegar pena entre 19 e 55 anos de prisão. Ele está afastado temporariamente do cargo e pode ser
cassado pela Câmara.

24/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2016/noticia/2016/02/brasil-tem-1-prefeito-retirado-do-
cargo-cada-8-dias-pela-justica-eleitoral.html

Dilma veta auditoria da dívida pública proposta pelo PSOL

A presidente Dilma Rousseff (PT) vetou proposta apresentada pelo PSOL para que fosse realizada
uma auditoria da dívida pública federal com a participação de entidades da sociedade civil.
O veto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (14/01), junto com a sanção do Plano
Plurianual do governo, que prevê o planejamento das contas federais até 2019.
A dívida pública é a soma das dívidas contraída pelo governo com o objetivo de financiar os gastos
não cobertos com a arrecadação de impostos. Essa dívida é formada tanto por empréstimos
internacionais quanto pela emissão de títulos do governo, comprados por investidores com o objetivo de
obter remuneração futura por meio de juros.
A proposta da auditoria foi incluída na lei do PPA (Plano Plurianual) 2016-2019 por emenda do
deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), acatada pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara
e posteriormente aprovada pelo Congresso Nacional (deputados e senadores).

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A auditoria da dívida é um pedido antigo dos partidos de esquerda, que criticam, principalmente, o
percentual elevado do Orçamento destinado ao pagamento dos juros e do principal da dívida.
Em 2015, segundo a associação Auditoria Cidadã da Dívida, que defende a proposta, 46% dos gastos
do governo federal foram destinados ao pagamento e amortização da dívida pública, o que equivale a
pouco mais de R$ 958 bilhões. O valor divulgado pela associação foi apurado até o dia 1º de dezembro.
Na justificativa para vetar a auditoria, a presidente cita razões apontadas pelo Ministério do
Planejamento.
Nesta quinta-feira, uma consulta ao site do Senado de acompanhamento do Orçamento mostra que o
gasto com a dívida pública no ano passado foi 25 vezes maior que o total de investimentos feitos pelo
governo federal. O sistema do Senado aponta um gasto de R$ 962 bilhões com a dívida, ante R$ 38
bilhões em investimentos.
Segundo o ministério, as informações sobre a composição e o pagamento da dívida já são
periodicamente divulgadas em relatórios do Tesouro Nacional e do Banco Central, além de a gestão da
dívida ser submetida a auditorias regulares da CGU (Controladoria-Geral da União) e do TCU (Tribunal
de Contas da União).
O governo afirma também que a forma "abrangente" proposta para a auditoria poderia gerar um conflito
no "pacto federativo", uma vez que a dívida é composta também por obrigações contraídas por Estados
e municípios.
Em nota, o PSOL criticou o veto e os argumentos do governo, afirmando que a dívida dos Estados e
municípios está "profundamente relacionada" com o governo federal e que não há transparência sobre
alguns aspectos de sua gestão.
"Não há transparência sobre diversos aspectos do endividamento, a começar pelos próprios
beneficiários desta dívida, cujos nomes são considerados como sigilosos pelo governo, apesar de se
tratar de recursos públicos. A recente CPI da Dívida, realizada na Câmara dos Deputados (2009/2010),
teve diversas informações e documentos não fornecidos pelos órgãos do governo", diz a nota do PSOL.
A justificativa para o veto foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira. Veja o que disse o governo:
"O conceito de dívida pública abrange obrigações do conjunto do setor público não financeiro, incluindo
União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas respectivas estatais. Assim, a forma abrangente
prevista na iniciativa poderia resultar em confronto com o pacto federativo garantido pela Constituição.
Além disso, a gestão da dívida pública federal é realizada pela Secretaria do Tesouro Nacional e as
informações relativas à sua contratação, composição e custo, são ampla e periodicamente divulgadas por
meio de relatórios desse órgão e do Banco Central do Brasil, garantindo transparência e controle social.
Ocorrem, ainda, auditorias internas e externas regulares realizadas pela Controladoria Geral da União e
pelo Tribunal de Contas da União."

14/01/2016
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/01/14/dilma-veta-auditoria-da-divida-
publica-proposta-pelo-psol.htm

Saiba quem é Nelson Barbosa, o novo ministro da Fazenda

O Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, foi anunciado nesta sexta-feira (18/12) como o
substituto de Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda.
Homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, Barbosa assume o cargo após discordar de Levy
e se impor no governo nos embates sobre as medidas para reestabelecer o reequilíbrio da dívida pública,
sobretudo no que diz respeito ao nível da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da
dívida).
Economista de formação e com um perfil mais técnico do que político, Barbosa é visto como uma
pessoa de grande afinidade com a presidente, embora seja visto pelo mercado como
"desenvolvimentista", uma vez que ao longo do ano conseguiu convencer a presidente Dilma de medidas
e metas menos dolorosas do que as que eram propostas pelo colega Levy.
Barbosa troca o Planejamento pela Fazenda com o desafio de manter o esforço pela reorganização
das contas públicas e de resgatar a confiança na retomada do crescimento da economia diante do quadro
de profunda recessão, inflação de volta à casa dos dois dígitos e com o país tendo perdido o selo de bom
pagador por duas agências de classificação de risco.
Com a promoção, Barbosa volta à Fazenda e assume oficialmente o posto de principal nome da equipe
econômica – cargo para o qual o seu nome vem sendo cogitado desde a época da substituição do ex-
ministro Guido Mantega.

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1205716 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JEFFERSON LIMA DE OLIVEIRA
Trajetória

Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa vem ocupando diferentes cargos
do poder. Entrou no governo em 2003, no Ministério do Planejamento, permanecendo no governo até
2013, quando deixou a Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda após rusgas com Mantega e o
ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Na Fazenda, Barbosa já ocupou três secretarias: de Acompanhamento Econômico (2007-2008), de
Política Econômica (2008-2010) e Executiva (2011-2013), quando o ministro era Guido Mantega. Antes
disso, também ocupou cargos no Ministério do Planejamento e no Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Na sua passagem anterior na Fazenda, foi responsável, além de negociar a reforma tributária, pelos
estudos de medidas para aumentar o nível de atividade e os investimentos, como as desonerações
tributárias implementadas pelo governo. Barbosa é apontado também como um dos mentores da
chamada, representada por expansão fiscal, tentativa redução forçada de juros e maior controle do
câmbio.
Nascido em 1969, o carioca e vascaíno é bacharel e mestre em Economia pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) e PhD pela New School for Social Research. Foi remador na juventude no Rio
de Janeiro, onde nasceu, e tem 1,90 metro. Barbosa trabalhou no comitê de reeleição do presidente Lula,
em 2006, mas não é filiado ao PT. O novo ministro da Fazenda é casado e pai de um filho.
Até ser convidado por Dilma para assumir o Planejamento, Barbosa atuava como professor titular da
Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP), além de ser professor-adjunto do Instituto de Economia
da UFRJ, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV) e membro dos conselhos de
administração da Cetip e do Banco Regional de Brasília.

Embate com Levy

Os desentendimentos de Barbosa e Levy ficaram mais evidentes durante as sucessivas revisões das
metas fiscais para 2015 e 2016.
Já em maio, num sinal da sua crescente influência, Barbosa convenceu Dilma a optar por um corte
orçamentário mais moderado do que o proposto por Levy, que não compareceu ao anúncio do
contingenciamento. Mais tarde Levy afirmou que uma gripe forte o impediu de comparecer à coletiva de
imprensa.
O principal embate entre os dois ocorreu em agosto, quando pela primeira vez na história foi
apresentado pelo Planejamento um projeto de Orçamento prevendo gastos maiores que as receitas
(déficit).
Após a agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) tirar o grau de investimento do
Brasil, o governo acabou recuando da ideia, e manteve a proposta de Levy de perseguir um superávit de
0,7% do PIB.
Para perseguir a meta, entretanto, foi anunciado um pacote de cortes e de aumento de receitas,
centrado muito mais na recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) do
que no corte de despesas, o que representou mais uma vitória de Barbosa.
Ao chegar no Congresso, porém, a meta fiscal para 2016 voltou a enfrentar resistência. E, diante das
ameaças de cortes em programas sociais como o Bolsa Família, o governo Dilma acabou decidindo em
dezembro pela revisão da meta fiscal para 0,5% do PIB, deixando Levy mais uma vez em descrédito.
No dia seguinte, a Fitch anunciava a retirada do grau de investimento do Brasil, levando o país a
perder o selo de país bom pagador em 2 das grandes agências internacionais de classificação de risco.
Em comunicado, o Planejamento minimizou o rebaixamento, afirmando ter "convicção" que a decisão
da Fitch é “temporária” e que poderá ser revertida tão logo os resultados das medidas em andamento
comecem a ter impacto sobre a economia, levando à recuperação do crescimento, à geração de
empregos e ao reequilíbrio fiscal".

Outras posições do novo ministro


O novo ministro já defendeu uma política de reajustes mais moderados para o salário mínimo. Ao
tomar posse no Planejamento, Barbosa chegou a dizer que iria "propor uma nova regra para 2016 a
2019”. Desautorizado por Dilma, entretanto, ele recuou e no dia seguinte disse que não haverá mudança
na forma de cálculo do salário mínimo.
Ele também foi um dos defensores da redução dos repasses do Tesouro Nacional ao BNDES e da
elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do

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BNDES ao setor produtivo. A taxa vem sendo elevado desde o início de 2015 e está atualmente em 7,5%
ao ano.
Barbosa vem defendendo o aumento dos investimentos em infraestrutura como motor para a retomada
do crescimento e estava no comando da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL),
que prevê R$ 198 bilhões nos próximos anos com concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos.
A posição defendida por Barbosa é a de que o ajuste fiscal e a recuperação do crescimento precisam
andar juntas.
Ao defender na quinta-feira (17/12/2015) a redução da meta de superávit primário de 2016, Barbosa
disse que o objetivo é de estabilizar os níveis de investimento do país.
“No momento que a economia brasileira atravessa, nós temos agora o desafio de estabilizar o nível de
atividade econômica. E para estabilizar o nível de atividade econômica é crucial estabilizar o
investimento”, disse.

18/12/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/12/saiba-quem-e-nelson-barbosa-o-novo-ministro-
da-fazenda.html

Oposição obtém maioria em eleições legislativas na Venezuela

A oposição venezuelana derrotou os socialistas do governo e conquistou a maioria do Legislativo neste


domingo (06/12/2015), pela primeira vez em 16 anos, formando uma plataforma para desafiar o
presidente Nicolás Maduro.
Com 96,03% das urnas apuradas, a aliança de oposição Mesa da Unidade Democrática conquistou
99 assentos na Assembleia Nacional, enquanto os socialistas ficaram com 46 das 167 cadeiras, de acordo
com a comissão eleitoral.
Ainda falta a contagem dos votos em alguns distritos e há 22 posições a definir. A oposição precisa de
mais uma vaga para obter 3/5 do parlamento e 12 para obter 2/3 das posições no Legislativo.
É a primeira vez que a oposição sai vitoriosa no Parlamento desde que ele foi criado, no ano de 2000,
após a dissolução do antigo Congresso.
Levar a maioria dos 167 assentos da Assembleia Nacional não dá à oposição o poder de reformar a
economia em dificuldades liderada pelo Estado. Mas quebra a aura de invencibilidade eleitoral do Partido
Socialista, encorajando a oposição a buscar a revogação do mandato de Maduro em 2016. Ele deve ficar
na presidência até o início de 2019, mas os opositores podem tentar destituí-lo por meio de um referendo,
com coleta de assinaturas.
Com dois terços dos assentos, a oposição teria a chance de demitir ministros, bem como diretores do
Conselho Nacional Eleitoral, acusados de favorecer chavistas.
Além disso, com uma maioria simples, os legisladores poderiam votar uma lei de anistia para buscar
a libertação de presos políticos, como Leopoldo Lopez, preso em 2014 por liderar protestos antigoverno.
Poderiam, também, abrir investigações de agências estatais, interrogar ministros e pressionar pela
publicação de indicadores econômicos como a taxa de inflação, que foram mantidos em segredo
conforme a economia degringolava.
"Começou a mudança Venezuela, hoje temos razões para comemorar, o país pedia uma mudança,
essa mudança começou hoje", disse o secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, após o anúncio do
Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dos resultados provisórios com 96,03% dos votos apurados.
Com esta vitória "a agenda da paz reinou, a agenda dos cidadãos se impôs, o voto conseguiu vencer
democraticamente um governo que não é democrático", afirmou o porta-voz da aliança, ao fazer a leitura
de um comunicado conjunto da plataforma que reúne a maioria dos partidos de oposição.
Torrealba considerou que esta vitória envia uma mensagem ao governo de Nicolás Maduro, porque
demonstra que "o povo falou claro, as famílias venezuelanas se cansaram de viver as consequências do
fracasso, o povo não tolera nem o mais mínimo desvio dos princípios estabelecidos na Constituição".

Repercussão

Após o anúncio, o presidente Nicolás Maduro aceitou a derrota eleitoral com "moral e ética" do
chavismo em rede nacional. "Olhando para estes resultados a que chegamos com nossa moral, nossa
ética, para reconhecer estes resultados adversos, a aceitar e dizer que a nossa Venezuela ganhou a
Constituição e a democracia", disse.
De acordo com Maduro, a Venezuela não tem a mesma fidelidade política, mas o Governo reconhece
os resultados emitidos pelo Poder Eleitoral.

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Após parabenizar o povo chavista que foi votar nos candidatos governistas, afirmou que a "guerra
econômica" triunfou, que assegura é feita pela oposição e a empresa privada contra seu governo para
derrocá-lo, causando a escassez de produtos básicos ou inflando seus preços há dois anos.
"Triunfou a guerra econômica, triunfou uma estratégia para vulnerar a confiança coletiva em um projeto
de país, triunfou circunstancialmente, o estado das necessidades criado por uma política de capitalismo
selvagem, de esconder os produtos, de encarecê-los, é uma guerra sem comparação, sem igual",
assinalou Maduro.
O presidente venezuelano pediu ao povo chavista para reconhecer "em paz" estes resultados e a
repensar "muitos aspectos da política da revolução", para aperfeiçoá-los e torná-los "mais revolucionários,
para torná-los mais efetivos", porque depois da derrota, deve vir "uma nova etapa da revolução".
O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou nesta segunda que o chavismo travou uma "extraordinária
batalha" nas eleições legislativas e reiterou seu apoio incondicional a seu colega Nicolás Maduro.
"Estimado Maduro: segui, minuto a minuto, a extraordinária batalha que travou e ouviu com admiração
tuas palavas. Estou seguro de que virão novas vitórias na Revolução Bolivariana", escreveu Castro em
mensagem publicada no jornal oficial Granma, segundo a France Presse.
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse que a vitória da oposição demonstra uma vontade
de mudança avassaladora, e pediu um diálogo político que inclua todas as partes.
"O diálogo entre todas as partes na Venezuela é necessário para atender aos desafios sociais e
econômicos", afirmou o chefe da diplomacia americana. Kerry felicitou os venezuelanos por "se fazerem
ouvir de forma pacífica e democrática".
O presidente boliviano Evo Morales, leal aliado político de Caracas, afirmou nesta segunda que o
resultado das eleições deve provocar uma profunda reflexão para ver como as revoluções democráticas
são defendidas, segundo a France Presse.
Sem especificar o que deve ser feito para defender governos como o venezuelano ou o seu, Morales
convocou "nossos movimentos sociais a terem a maior responsabilidade também para cuidar destes
processos e destas revoluções democráticas".
Morales afirmou que os resultados para renovar o Congresso venezuelano, que estará dominado pela
oposição, também mostram o trabalho desestabilizador dos Estados Unidos.
"Nos libertarmos politicamente, economicamente e socialmente é muito importante para melhorar
nossa situação de pobreza e subdesenvolvimento na Bolívia, mas o império não dorme", afirmou o
governante, um forte crítico das políticas da Casa Branca.
Organizações de venezuelanos em Miami celebraram a vitória, mas convocaram nesta segunda a
oposição a manter a unidade para garantir que o legislativo trabalhe em direção a uma verdadeira
democracia na Venezuela, com leis como a da anistia para os presos políticos.
"É um clamor popular e uma prioridade que os membros eleitos para a Assembleia Geral que assumem
no dia 5 de janeiro de 2016 trabalhem imediatamente para uma Lei de Anistia" para libertar os presos
políticos, disse em um comunicado o grupo de defesa dos direitos humanos Venezuela Awareness.
"Tempos muito complicados se aproximam, é preciso viver a euforia de uma vitória depois de 16 anos
de derrotas consecutivas, mas isso não muda a situação da noite para o dia, é o início de um longo
processo", disse à AFP José Colina, presidente da Organização de Venezuelanos Perseguidos Políticos
no Exílio (Veppex).

Atraso

O encerramento das eleições legislativas na Venezuela, previsto para ocorrer às 18 horas (20h30 em
Brasília), atrasou mais de duas horas. A demora provocou troca de acusações entre o governo e a
oposição.
Opositores acusam o governo de desrespeitar a lei e tentar tumultuar ou fraudar as eleições, enquanto
situacionistas dizem que a oposição quer impedir alguns eleitores de exercerem seu direito ao voto.
A votação na Venezuela transcorreu em paz, apesar de alguns incidentes com os ex-presidentes
convidados pela oposição de quem o Poder Eleitoral do país retirou suas credenciais como observadores
políticos.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela estendeu por uma hora o horário de fechamento
dos centros de votação ao considerar que ainda eleitores dispostos a votar estavam nas filas.
O fechamento das mesas de votação começou uma hora depois das 18h (horário local, 20h30 em
Brasília) previstas, embora o CNE ainda não tinha anunciado passadas as 21h (23h30) o encerramento
de todos os colégios, argumentando que havia ainda cidadãos à espera de votar.
Segundo a aliança opositora MUD, o CNE estaria passando "por cima da lei" ao realizar esta
prorrogação, um ponto de vista que recebeu o apoio do ex-reitor do ente eleitoral Vicente Díaz.

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"Nenhuma autoridade na Venezuela está acima da lei, o que sim é correto é que, se há eleitores em
uma mesa em particular, (...) os membros de mesa avaliam a situação e decidem prorrogá-la", disse Díaz
no comando da MUD.
Minutos antes de se conhecer a decisão do CNE sobre o horário da votação, o ex-presidente boliviano
Jorge Quiroga, chamou a atenção das autoridades sobre a hora de fechamento e disse que ela devia ser
cumprida conforme o estipulado. Ele também criticou a suposta "vantagem" do Governo.
Quiroga lembrou a carta do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) Luis
Almagro, na qual critica as supostas desvantagens que a oposição teve neste processo eleitoral, tanto na
fase de postulação de seus candidatos como na campanha.

Credenciais e presos políticos

Após questionamentos ao processo eleitoral do país, os ex-presidentes da Colômbia, Andrés Pastrana,


da Bolívia, Jorge Quiroga, do Uruguai, Luis Alberto Lacalle, e da Costa Rica, Miguel Angel Rodriguez,
tiveram confiscadas suas credenciais de "acompanhantes políticos". Eles estão no país a convite da
coalizão de oposição Mesa da Unidade de Democrática (MUD).
Ao jornal "El Nacional", o presidente do Fórum Penal Venezuelano, Alfredo Romero, disse que nenhum
dos 76 presos políticos do país foi autorizado a votar, embora o direito esteja previsto na Constituição.
Romero destacou o caso do líder oposicionista Leopoldo López, que ainda não foi condenado
definitivamente, mas ainda assim não conseguiu votar. Segundo a mulher de López, Lilian Tintori, os
responsáveis pela custódia de seu marido alegaram que a autorização dele não havia chegado a suas
mãos.

Eleições

Os venezuelanos elegem, por um período de cinco anos, os 167 legisladores da Assembleia Nacional,
controlada pelo socialismo boliviariano iniciado pelo já falecido ex-presidente Hugo Chávez em 1999. No
total, 19,5 milhões de venezuelanos estão convocados às urnas.
Com uma revolta popular com a escassez que vai dos alimentos aos remédios, e com uma das piores
inflações do mundo, pesquisas apontam que o governo socialista sob comando de Nicolás Maduro pode
perder vantagem que conquistou em 1999, no início do primeiro mandato de Chávez.

07/12/2015
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/12/com-9603-das-urnas-apuradas-oposicao-tem-
maioria-na-venezuela.html

Eduardo Cunha autoriza abrir processo de impeachment de Dilma

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, informou nesta quarta-feira (02/12) que autorizou a abertura
do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista afirmou que, dos sete
pedidos de afastamento que ainda estavam aguardando sua análise, ele deu andamento ao requerimento
formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
O pedido de Bicudo – um dos fundadores do PT – foi entregue a Cunha em 21 de outubro. Na
ocasião, deputados da oposição apresentaram ao presidente da Câmara uma nova versão do
requerimento dos dois juristas para incluir as chamadas “pedaladas fiscais” do governo em 2015, como é
chamada a prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão
orçamentária. A manobra fiscal foi reprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Na representação, os autores do pedido de afastamento também alegaram que a chefe do Executivo
descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em
2015, sem o aval do Congresso Nacional.
"Quanto ao pedido mais comentado por vocês, proferi a decisão com o acolhimento da denúncia. Ele
traz a edição de decretos editados em descumprimento com a lei. Consequentemente, mesmo a votação
do PLN 5 [projeto de revisão da meta fiscal de 2015] não supre a irregularidade", disse Cunha em
entrevista coletiva na Câmara dos Deputados no início da noite desta quarta.

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Resposta de Dilma

A presidente Dilma negou, em pronunciamento, "atos ilícitos" em sua gestão e afirmou que
recebeu com "indignação" a decisão do peemedebista. A declaração ocorreu no Salão Leste do Palácio
do Planalto, que durou cerca de três minutos.
"Hoje [quarta 02/12] eu recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos
Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo
povo brasileiro", disse Dilma, em pronunciamento no Palácio do Planalto.
"São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse pedido. Não existe nenhum
ato ilícito praticado por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público",
acrescentou.
Ao deixar a Câmara na noite desta quarta, o presidente da Câmara afirmou que não comentaria as
declarações da presidente Dilma Rousseff. "Eu não vou comentar. Cada um tem sua maneira de... Eu fui
bastante zeloso nas minhas palavras", disse.

Cassação no Conselho de Ética

O despacho do peemedebista autorizando a abertura do impeachment ocorreu no mesmo dia em que


a bancada do PT na Câmara anunciou que vai votar pela continuidade do processo de cassação de
Cunha no Conselho de Ética. Ao longo do dia, Cunha consultou aliados sobre a possibilidade de abrir o
processo de afastamento da presidente da República.
À tarde, ele tratou do assunto, em seu gabinete, com deputados de PP, PSC, PMDB, DEM, PR e SD.
Segundo parlamentares ouvidos pelo G1, Cunha queria checar se teria apoio dos partidos caso decidisse
autorizar o impeachment.
Nos bastidores, aliados do presidente da Câmara mandavam recados ao Palácio do Planalto de que
ele iria deflagrar o processo de afastamento da presidente se o Conselho de Ética desse andamento ao
processo de quebra de decoro parlamentar que pode cassar o mandato dele.

Justificativa de Cunha

Ao justificar a decisão de abrir o processo de impeachment, Eduardo Cunha alegou que o argumento
central que ele considerou foi o fato de Dilma ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em
2015, sem o aval do Congresso Nacional. De acordo com o peemedebista, esses decretos, que não foram
submetidos ao Legislativo, somam R$ 12,5 bilhões.
“Nesse particular, entendo que a denúncia oferecida atende aos requisitos mínimos necessários, eis
que indicou ao menos seis decretos assinados pela denunciada no exercício financeiro de 2015, em
desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, portanto, sem autorização do Congresso Nacional”,
afirmou Cunha, na decisão de autorizar o processo de impeachment.
O presidente destaca, no despacho, que há indícios de participação direta de Dilma no suposto crime
de responsabilidade, já que ela própria assinou a liberação de dinheiro não previsto no Orçamento de
2015.
“Importante destacar que os seis decretos apontados foram assinados pela denunciada, o que significa
dizer que já há indícios suficientes da sua participação direta nessa conduta que, em tese, importa em
crime de responsabilidade”, argumenta o peemedebista.
Eduardo Cunha destacou ainda que Dilma agiu, ao liberar o dinheiro, como se a situação financeira
do país fosse de superávit (mais receita que despesa), sendo que depois enviou projeto pedindo para
reduzir a meta fiscal.
“Também não ignoro ter o Poder Executivo enviado ao Congresso Nacional projeto de lei alterando a
meta fiscal de 2015, porém, além de pendente de apreciação, mesmo se for aprovado, não altera a
realidade dos fatos: Até o presente momento, o Poder Executivo, comandado pela denunciada,
administrou o Orçamento de 2015 como se a situação fosse superavitária, quando o déficit estimado pode
chegar a R$ 100 bilhões”, argumenta.
Cunha ressaltou ainda que não autorizaria um pedido baseado apenas nas “pedaladas fiscais”
cometidas em 2014, porque, para ele Dilma não pode sofrer impeachment por atos cometidos num
mandato anterior.
“Os fatos e atos supostamente praticados pela denunciada em relação a essa questão [atraso de
pagamento a bancos públicos] são anteriores ao atual mandato. Assim, com todo respeito às opiniões
contrárias considero inafastável a aplicação do § 4º do artigo 86 da Constituição Federal, o qual

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estabelece não ser possível a responsabilização da presidente da República por atos anteriores ao
mandato vigente”, disse o presidente da Câmara.

Comissão especial

Com a ordem de Cunha, será criada uma comissão especial na Câmara com 66 deputados titulares e
o mesmo número de suplentes. O grupo será responsável pela elaboração de um parecer pelo
prosseguimento ou arquivamento do processo de impeachment. O relatório terá de ser apreciado pelo
plenário principal da Casa.
Os parlamentares serão escolhidos de acordo com a proporcionalidade das bancadas na Câmara.
Será obrigatório assegurar a participação de representantes de todas legendas e blocos que compõem a
Casa.
Para ser aprovado, o parecer dependerá do apoio de, pelo menos, dois terços dos 513 deputados (342
votos). Se os parlamentares decidirem pela abertura do processo de impeachment, Dilma será obrigada
a se afastar do cargo por 180 dias, e o processo seguirá para julgamento do Senado.
Na entrevista coletiva desta quarta, Cunha confirmou que já havia autorizado a criação da comissão
especial.
“Não falei com ninguém do Palácio. É uma decisão de muita reflexão, de muita dificuldade. [...] Não
quis ocupar a presidência da Câmara para ser o protagonista da aceitação de um pedido de impeachment.
Não era esse o meu objetivo. Mas, repito, nunca, na história de um mandato houve tantos pedidos de
impeachment como neste mandato”, ressaltou o peemedebista.
No despacho que determinou a criação da comissão especial, que se baseou nos termos do § 2º do
art. 218 do regimento interno da Câmara, Cunha ressaltou que Dilma será investigada pela prática de
suposto crime de responsabilidade.

Conselho de Ética

Na tarde desta quarta, os deputados do PT decidiram, em uma reunião na Câmara, que os três
integrantes do partido no Conselho de Ética – Zé Geraldo (PT-PA), Léo de Brito (PT-AC) e Valmir
Prascidelli (PT-SP) – irão votar acatar o relatório prévio do deputado Fausto Pinato (PRB) que
recomenda a continuidade do processo que investiga Cunha.
O Conselho de Ética começou a analisar o parecer preliminar de Pinato nesta terça (01/12), porém,
manobras de aliados de Cunha acabaram inviabilizando a votação. O colegiado tentou retomar o debate
nesta quarta, mas, devido à sessão do Congresso Nacional, o presidente do Conselho, deputado José
Carlos Araújo (PSD-BA), teve de adiar novamente a apreciação do relatório.
Pelo regimento interno do Congresso, votações no plenário impedem qualquer deliberação nas
comissões da Câmara e do Senado. A análise do relatório foi remarcada para a próxima terça (08/12).
Diante da decisão do PT de não apoiar Cunha no Conselho de Ética, deputados do Solidariedade
tentaram convencer Eduardo Cunha a abrir o processo de afastamento de Dilma antes de terça, quando
o parecer de Fausto Pinato poderá ser analisado.
O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, argumentou ao peemedebista que
há pelo menos três integrantes do Conselho de Ética – do DEM, do PSB e do PTB – que poderão mudar
o voto e defender o arquivamento do processo de Cunha, se o presidente da Câmara decidir sobre o
impeachment até a próxima reunião do colegiado.
"Acho que o PT deu para nós oportunidade única. Tem muita gente que, se tivesse pedido de
impeachment, mudava de opinião. Acho que ele tem que decidir até terça", defendeu Paulinho da Força.
Deputados de outros partidos da oposição se reuniram na tarde desta quarta no gabinete da liderança
do DEM para avaliar as chances de Cunha deflagrar o impeachment. Além do DEM, participaram da
discussão deputados do Solidariedade, do PPS e da ala do PMDB que se opõe ao governo.
No início da tarde, quando a bancada do PT fazia reunião para decidir se apoiaria o parecer de Pinato,
o presidente da Câmara estava reunido com deputados aliados. Ele foi informado por um deputado do
PT, por telefone, da decisão da bancada.
Segundo aliados de Cunha ouvidos pelo G1, logo depois o presidente da Câmara iniciou a consulta
dos líderes e deputados sobre o impeachment.

Revisão da meta de 2015

Apesar da abertura do processo de impeachment, a presidente da República obteve uma vitória


importante nesta quarta-feira no Congresso Nacional. Em sessão conjunta da Câmara e do Senado, os

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congressistas aprovaram a revisão da meta fiscal de 2015 e autorizaram um rombo de R$ 119,9
bilhões.
O Executivo dependia da revisão da meta para não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se
o Congresso não tivesse reduzido a meta, o governo teria que cumprir o que estava legalmente em vigor
– uma meta de R$ 55,3 bilhões de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública).
Até outubro, as contas públicas já tinham apresentado um rombo de R$ 33 bilhões, o maior da história,
indicando que o governo dificilmente conseguiria fechar o ano no azul.

02/12/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/12/eduardo-cunha-informa-que-autorizou-processo-
de-impeachment-de-dilma.html

Líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral é preso pela Polícia Federal

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (25/11) o senador Delcídio do Amaral (PT-MS),
líder do governo no Senado. Segundo investigadores, o senador foi preso por estar atrapalhando
apurações da Operação Lava Jato.
Também foram presos pela PF nesta manhã o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual e o
chefe de gabiente de Delcídio, Diogo Ferreira.
A prisão de Esteves está ligada a inquéritos no âmbito da Lava Jato que tramitam no STF. Em nota, o
BTG Pactual informou que "está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos
necessários e vai colaborar com as investigações.”
As prisões foram um pedido da Procuradoria-Geral da República e autorizadas pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) – leia aqui a íntegra da decisão do ministro Teori Zavascki.
As prisões de Delcídio e de Ribeiro são preventivas, que é quando não há data determinada para
terminar. As demais são temporárias, com data de término.

Pedido de prisão

Delcídio foi preso por tentar dificultar a delação premiada de Cerveró sobre uma suposta participação
do senador em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Segundo
investigadores, Delcídio chegou até a oferecer fuga a Cerveró, para que o ex-diretor não fizesse a delação
premiada, o que reforçou para as autoridades a tentativa do petista de obstruir a Justiça.
A prova da tentativa de obstrução é uma gravação feita pelo filho de Cerveró que mostra a tentativa
do senador de atrapalhar as investigações e de oferecer fuga para o ex-diretor não fazer a delação.
Após a prisão de Delcídio, o ministro Teori Zavascki, do STF, leu em uma sessão do tribunal as
alegações da PGR. No pedido de prisão, a procuradoria afirma que Delcídio chegou a oferecer R$ 50 mil
mensais para Cerveró em troca de o ex-diretor não citar o senador na delação premiada.
A assessoria do senador informou que o advogado dele, Maurício Leite, recebeu uma ligação do
Delcídio e embarcou de São Paulo para Brasília para acompanhar o caso.
No pedido de prisão enviado ao STF, Janot transcreve trechos das conversas de Delcídio do Amaral
com o filho de Nestor Cerveró. Em um dos trechos, o senador diz que precisa "centrar fogo no STF",
referindo-se a ministros com quem teria conversado para tentar blindar o ex-diretor da Petrobras.
“Eu acho que nós temos que centrar fogo no STF agora, eu conversei com o Teori [Zavascki], conversei
com o [Dias] Toffoli, pedi para o Toffoli conversar com o Gilmar [Mendes], o Michel [Temer] conversou
com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o [Jorge] Zelada, e eu vou conversar
com o Gilmar também”, disse Delcídio.
Após a PGR disponibilizar trechos das conversas de Delcídio que serviram como base para a prisão
dele, a assessoria de imprensa do vice-presidente Michel Temer informou que ele “jamais” tratou desse
tipo de tema com Delcídio do Amaral.
Além disso, após sessão do STF, o ministro Dias Toffoli declarou que a Corte "não vai aceitar nenhum
tipo de intrusão nas investigações que estão em curso" e o ministro Gilmar Mendes negou ter recebido
“apelo” para ajudar Cerveró. “Não tive oportunidade de receber qualquer referência em relação a esse
fato”, disse.
Sobre o acordo de pagamento mensal à família de Cerveró, o documento enviado por Janot ao STF
traz trecho de uma conversa entre Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e o filho do ex-diretor da Petrobras.
Para Janot, com a conversa, fica "induvidoso que essas pessoas não estão medindo esforços para
influir nos itinerários probatórios da Operação Lava Jato".

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"Só pra colocar. O que que eu combinei com o Nestor que ele negaria tudo com relação a você
[Delcídio] e tudo com relação ao (...). Tudo. Não é isso?", questiona o advogado Edson Ribeiro.
"Tá acertado isso. Então não vai ter. Não tendo delação, ficaria acertado isso. Não tendo delação. Tá?
E se houvesse delação, ele também excluiria", complementa.
"É isso", confirma o senador. “E aí a gente encaminha as coisas conforme o combinado. Vê como é
que vai ser a operação de que jeito contratualmente, aquilo tudo que eu conversei com você”, diz.
Ao final da conversa, Delcídio se refere ao filho de Cerveró e afirma: Bernardo, esse é o compromisso
que foi assumido, né? E nós vamos honrar”.

Fuga

Em outro trecho da conversa entre Delcídio e o filho de Cerveró, o petista afirma que o “foco” deve ser
tirar o ex-diretor da Petrobras da prisão. “Agora a hora que ele sair tem que ir embora mesmo”, sugere o
senador.
Logo depois, o filho de Cerveró diz ao petista que estava pensando em uma rota de fuga pela
Venezuela e que o “melhor jeito” seria fugir em um barco. Pouco depois, Delcídio sugere, então, que a
melhor rota de fuga seria pelo Paraguai.
“Tem que pegar um Falcon 50 [modelo de avião], alguma coisa assim. Aí vai direto, vai embora. Desce
na Espanha”, afirma Delcídio. “Falcon 50, o cara sai daqui e vai direto até lá”, complementa.
Prisão
O senador foi preso no hotel onde mora em Brasília, o mesmo em que estava hospedado o pecuarista
e empesário José Carlos Bumlai quando foi preso nesta terça-feira (24). Depois ele foi levado para a
superintendência da PF em Brasília. Ele começou a prestar depoimento logo depois de chegar ao local.
Segundo a PF, Delcidio vai ficar numa cela de 20 m², com banheiro, a mesma em que ficou o ex-
governador do DF José Roberto Arruda quando foi preso, em 2010.
Também foram realizadas buscas e apreensões no gabiente de Delcídio, no Congresso (veja vídeo
abaixo), e na casa dele, em Campo Grande (MS).
A Constituição diz que membros do Congresso não poderão ser presos, "salvo em flagrante de crime
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão".
Ainda na manhã desta quarta, uma sessão extraordinária na Segunda Turma do STF deverá analisar
os mandados de prisão, informou o ministro Gilmar ao chegar ao tribunal.

Histórico

O líder do governo foi citado na Lava Jato na delação do lobista conhecido como Fernando Baiano.
No depoimento, Baiano disse que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra
da refinaria.
Em outubro, Delcídio havia negado o teor da denúncia de Baiano e disse que a citação a seu nome
era "lamentável".
Delcídio também foi citado em outro contrato da Petrobras, que trata do aluguel de navios-sonda para
a estatal. Segundo Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também
filiado ao PMDB, para dividir entre si suborno de US$ 6 milhões.
O líder do governo havia classificado a denúncia de uma "coisa curiosa" que não tem lógica.

25/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/11/delcidio-amaral-senador-do-pt-
e-preso-pela-policia-federal.html

Macri é eleito presidente da Argentina e põe fim a 12 anos de kirchnerismo

O empresário Mauricio Macri, 56 anos, é o novo presidente da Argentina. Atual prefeito de Buenos
Aires, ele é ex-presidente do clube Boca Juniors e líder de uma frente de centro-direita opositora do atual
governo de Cristina Kirchner. Macri foi eleito neste domingo (22/11/2015), na primeira vez na história do
país em que uma eleição presidencial foi decidida no segundo turno, e vai governar por quatro anos. Ele
irá assumir a presidência no dia 10 de dezembro deste ano.
Às 5h45 (horário de Brasília), com 99,17% dos votos apurados, Macri tinha 51,40%(12.903.301 votos),
e Scioli, 48,60% (12.198.441 votos), segundo a comissão eleitoral.

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A vitória de Macri foi confirmada às 21h43 (horário de Brasília), quando com 63,26% dos votos
apurados, ele alcançou 53,50% (8.524.551 votos), e Scioli, 46,50% (7.410.389 votos). Neste momento, o
chefe do órgão eleitoral argentino afirmou que a tendência a favor de Macri era irreversível.
Por volta das 22h20, Daniel Scioli telefonou para o adversário e admitiu a derrota, de acordo com o
jornal "Clarin". Os dois são amigos de longa data e Scioli afirmou que Macri era um "justo ganhador".
O resultado após a realização do inédito segundo turno gerou festa entre os apoiadores de Macri e
lágrimas entre eleitores de Daniel Scioli - candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner, que
governa o país desde 2007 e é viúva do falecido presidente Néstor Kirchner (2003-2007). A Argentina
teve 12 anos de kirchnerismo no poder.
O índice de participação chegou a 78% dos mais 32 milhões de eleitores no segundo turno.
Esta é a primeira vez um líder da direita liberal chega ao poder pelas urnas em eleições livres, sem o
apoio de uma ditadura, fraudes ou candidatos proscritos.
Em sua vida democrática, a Argentina apenas teve no poder a alternância entre o Partido Justicialista
(PJ, peronista) e a UCR.

Discurso

De camisa azul, calça bege e sem paletó e gravata, Macri discursou e dançou, como costuma fazer
ao final de cada ato político. "Quero agradecer aos argentinos que saem todos os dias para trabalhar, que
acreditam no trabalho e não na mania de tirar vantagem", disse.
Macri afirmou que a mudança que a Argentina tem pela frente "não pode ser parada por revanches" e
pediu a participação de "todos", inclusive de quem não votou nele, para "encontrar o caminho do
desenvolvimento".
"É um dia histórico. Uma mudança de época. Um tempo que não pode deter-se em revanches ou
ajustes de contas. Construir uma Argentina com pobreza zero, derrotar o narcotráfico e melhorar a
qualidade democrática", afirmou para milhares de simpatizantes, em uma verdadeira festa de
comemoração.
Macri fez ainda um pedido aos que não votaram nele: que o apoiem, porque governar requer respaldo.
"Os que não votaram na gente, que se juntem a nós, porque é para melhorar a vida de todos", afirmou. E
acrescentou: "Peço que não me abandonem porque as mudanças começam no dia dez de dezembro".
"Vocês hoje tornaram possível o impossível com seu voto, o que ninguém achava, e peço a Deus que
me ilumine para poder ajudar cada argentino a encontrar sua forma de progredir, de ser feliz", disse Macri,
exultante, festejando junto com sua mulher, Juliana Awada, e filha, Antonia, de quatro anos.

Scioli

Amigo de Scioli, Macri esperou o candidato de Cristina Kirchner reconhecer a derrota. Scioli ligou para
o amigo de longa data antes de admitir a derrota em um discurso transmitido pelas televisões locais. "Se
o país optou por uma mudança, espero que essa mudança seja para o bem do nosso povo. Peço a Deus
que ilumine o Macri", afirmou Scioli.
Assim que Scioli falou, jovens que o apoiavam choraram diante das câmeras de televisão. Eles
estavam reunidos desde cedo na Praça de Maio.
A presidente Cristina Kirchner ligou para Macri para felicitá-lo e os dois concordaram com uma reunião
na terça-feira (24) na residência oficial de Olivos, segundo o canal C5N.

Resquícios do governo

Esta é a primeira vitória, desde que se instituiu o voto, em 1916, de um candidato civil que não pertence
nem ao partido peronista nem ao radical social-democrata, as duas grandes forças populares, em 100
anos de vida política na Argentina.
O atual governo deixa uma economia com sinais de crescimento frágil, de 2,2% no primeiro semestre,
uma inflação superior a 20% e reservas reduzidas no Banco Central.
O consumo é sustentado com programas de incentivos e ajustes de salários em negociações livres
sindicatos-empresas.
Os Kirchner decidiram estatizar novamente empresas de serviços e nacionalizar o setor de petróleo.
Também definiram 93% da dívida em 'default' desde 2001.
Mas 7% dos credores, os fundos especulativos (abutres), representam um duro litígio em Nova York.
Em 12 anos, foram criados 5 milhões de empregos, estimulou-se a ciência e a tecnologia, e milhares
de pessoas recebem subsídios e aposentadorias especiais do governo.

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Mudanças

Conservador, Macri defende a abertura de investimentos estrangeiros, a diminuição da inflação para


um dígito em dois anos e o levantamento dos limites das exportações do setor agropecuário. Também
diz que vai criar uma agência nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema de estatísticas
criminais.
Acusado de formação de quadrilha em um caso de espionagem ilegal, Macri tentou fazer com que a
justiça argentina suspendesse o processo durante a campanha, mas não conseguiu. Filho de um
conhecido empresário, sua passagem à política aconteceu também após se tornar uma figura conhecida
no âmbito esportivo: foi presidente do Boca Juniors. Durante a campanha, tentou se desprender da
imagem de empresário milionário e capitalista.

Veja o que o novo presidente argentino eleito defende em relação a temas-chave:

Disputa Cambial
Eliminará a banda cambial assim que assumir. Propõe abrir a economia. Nega uma 'mega
desvalorização’ e diz que o atual governo "já desvalorizou de 3 para 15 pesos", atual preço do dólar no
mercado paralelo. Considera que o preço do dólar deve ser fixado "pelo mercado". Afirma que vai liberar
as importações e eliminar as retenções sobre as exportações agrícolas, exceto a soja. Promete chegar à
"pobreza zero" com crescimento e obras de infraestrutura. Pagará os fundos especulativos para voltar
aos mercados financeiros.

Subsidio x Déficit
Durante a campanha prometeu ampliar os auxílios às famílias e manter os programas sociais. Defende
as empresas estatizadas (YPF e Aerolíneas Argentinas) mas votou contra a estatização. Reduzirá o gasto
público e eliminará subsídios aos serviços de luz, água e gás.

Relação Regional
Promete uma virada na política externa. Buscará retomar as relações com os Estados Unidos e a
Europa como prioritárias. Revisará a aproximação com China e Rússia, países que Kirchner converteu
em sócios estratégicos. Quer "descongelar" as relações com Grã-Bretanha, abaladas pelo conflito
envolvendo as Ilhas Malvinas. Defende o "abandono do eixo bolivariano" e o pedido para que o Mercosul
execute a "cláusula democrática" para suspender a Venezuela.

Trabalhadores
Defende a eliminação dos acordos paritários e a remuneração da produtividade com base nos
empregadores. Promete devolver o imposto de renda pago pelos trabalhadores.

Direitos Humanos
Uma vez defendeu "deixar de olhar para trás e acabar com a questão dos direitos humanos", mas na
campanha negou terminar com os julgamentos.

22/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/macri-e-eleito-presidente-da-argentina-e-poe-fim-
12-anos-de-kirchnerismo.html

Congresso derruba veto ao voto impresso e mantém proibição a financiamento privado de


campanhas

Congresso Nacional decidiu nesta quarta-feira (1811/2015) que os votos deverão ser impressos. Com
368 votos de deputados e 56 de senadores, foi derrubado o veto à parte da reforma política que previa a
impressão dos votos. Fica valendo agora o texto tal qual saiu do Parlamento - no processo de votação
eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto, que será depositado em local lacrado, sem contato
manual do eleitor. Ainda segundo a Lei 13.165/2015, essa regra deve valer na primeira eleição geral após
a aprovação da nova legislação.
Ao justificar o veto, Dilma Rousseff explicou que, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a
medida geraria um impacto de R$ 1,8 bilhão com despesas de compra de equipamentos e custeio das
eleições. Além disso, também de acordo com a justificativa, o aumento das despesas não veio com
estimativas de impacto orçamentário-financeiro.

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O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) explicou que a derrubada do veto recuperou a vontade da
Câmara e do Senado, que votaram pela obrigatoriedade da impressão dos votos. O senador disse que o
objetivo é assegurar ao eleitor uma contraprova do voto dado.
- A urna eletrônica é, sem dúvida, um avanço, mas não pode ficar estagnada no tempo - disse Cássio
Cunha Lima.
O senador José Pimentel (PT-CE) defendeu a manutenção do veto da presidente Dilma Rousseff.
Lembrou que a recomendação para o veto veio do TSE, por causa dos altos custos da mudança.
- Como estamos tomando uma série de medidas por conta da limitação de recursos públicos,
entendemos que não temos condições de investir na impressão de votos - afirmou Pimentel.

Doação de empresas

Se derrubou o veto ao voto impresso, o Congresso manteve o veto (VET 42/2015) para a possibilidade
de candidatos ou partidos políticos receberem dinheiro de pessoas jurídicas para campanha eleitoral. Ao
vetar essa parte do projeto da reforma política, a presidente Dilma Rousseff argumentou que as doações
e contribuições de empresas confrontam “a igualdade política e os princípios republicano e democrático,
como decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Quando a reforma política foi votada no Senado, em setembro deste ano, a maioria dos senadores
decidiu pela proibição de doações de empresas e outras pessoas jurídicas a partidos políticos e a
candidatos. Ao voltar para a Câmara, no entanto, os deputados optaram por manter, na reforma, essa
possibilidade, considerada, posteriormente, inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que a eventual derrubada do veto seria uma afronta ao STF.
Afirmou ainda que as eleições municipais de 2016, sem o dinheiro das empresas e, por consequência,
com campanhas mais baratas, serão um teste para esse novo modelo de financiamento da política.
O deputado Onix Lorenzoni, por outro lado, acredita que o Supremo cometeu um erro ao proibir as
doações de pessoas jurídicas. Para ele, os ministros equipararam o Brasil do século 21 ao Brasil da época
da ditadura, quando esse tipo de contribuição também foi vetada.
Para que o veto caísse seriam necessários 257 votos, mas foram 220 pela derrubada, 190 pela
manutenção, além de cinco abstenções.

18/11/2015
Fonte: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/11/18/congresso-derruba-veto-de-dilma-e-
votos-deverao-ser-impressos

Por seis votos, Congresso mantém veto de Dilma ao reajuste de servidores do Judiciário

O Congresso manteve nesta terça-feira (17/11/2015) o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste
dos servidores do Judiciário. Foram 132 votos a favor da manutenção do veto, 251 contra e 11 abstenções
- para que o veto fosse derrubado e enviado para análise do Senado, eram necessários apenas mais seis
votos dos deputados, ou seja, 257 no total.
O Congresso começou a apreciar hoje, em sessão conjunta (entre deputados e senadores) os 13 vetos
presidenciais às chamadas "pautas-bombas", que podem causar impactos bilionários aos cofres públicos.
O principal deles era justamente o reajuste do Judiciário, que poderia gerar uma despesa de R$ 36,2
bilhões até 2019.
"Foi por um triz, mas foi uma vitória", disse a jornalistas o líder do governo na Câmara, José Guimarães
(PT-CE). "Estou exausto, mas com a sensação de dever cumprido", afirmou.
Após o resultado da votação, servidores do Judiciário que ocupavam as galerias se manifestaram
contra a decisão do plenário. Eles gritaram palavras de ordem contra a manutenção do veto, como "sem
reajuste não vai ter eleição", uma referência a uma possível greve no Judiciário no próximo ano, de
eleições municipais.
Além desse, outro veto considerado importante pelo governo se refere ao texto que atrela o reajuste
do salário mínimo aos benefícios do INSS, despesa extra de R$ 11 bilhões nos próximos quatro anos,
mas que não chegou a ser votado pelos parlamentares - por falta de quórum, o presidente do Congresso,
Renan Calheiros (PMDB-AL), encerrou a sessão e convocou outra para a manhã desta quarta-feira
(18/11/2015).
Nesta segunda-feira (16/11/2015), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) havia orientado líderes e
ministros a intensificarem as conversas com deputados e senadores para garantir o quórum na sessão e
manter os vetos da presidente Dilma Rousseff (PT).

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Para que seja derrubado um veto presidencial, é necessário que a maioria absoluta dos parlamentares
das duas Casas vote contra. Esse número corresponde a 257 deputados e 41 senadores.

17/11/2015
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/11/17/por-seis-votos-veto-de-dilma-ao-
aumento-do-judiciario-e-mantido-pelo-congresso.htm

Conselho de Ética da Câmara abre processo que pode cassar Cunha

O Conselho de Ética deu início oficial ao processo que pode levar à cassação do mandato de Eduardo
Cunha, presidente da Câmara. Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido na CPI
da Petrobras sobre as contas bancárias na Suíça.
A reunião começou com o caso de Eduardo Cunha. Mas o Conselho de Ética abriu mais dois processos
contra os deputados Alberto Fraga, do Democratas, e Roberto Freire, do PPS.
O PCdoB pede que eles recebam um voto de censura por causa de uma briga com a líder do partido,
Jandira Feghali, no plenário da Câmara.
Os dois casos foram entregues à mesa diretora da Câmara, comandada por Eduardo Cunha, há mais
de cinco meses, mas só foram entregues ao Conselho de Ética na semana passada, junto com o processo
de Cunha, que havia sido apresentado há pouco mais de um mês. Coincidência? Não para a deputada
Jandira Feghali.
“É uma tentativa de embolar, de protelar, de fazer confusão no julgamento principal que é, aos olhos
da política, do presidente da Casa”, afirmou Jandira.
O presidente do Conselho de Ética sorteou os três candidatos para relator do processo contra o
presidente da Câmara: Vinícius Gurgel, do PR, em segundo mandato; Fausto Pinato, do PRB, um calouro
na Câmara; e Zé Geraldo, do PT, deputado experiente de quarto mandato.
Os três são da base governista. Os três dizem que não são ligados a Cunha. Os três falam que as
acusações são graves. Os três falam em fazer justiça. Mas os três estão preparados para enfrentar
pressões num dos mais rumorosos casos da história da Câmara?
“Quem pega pressão é panela. Fácil não é, com certeza, mas quem está na Câmara tem que ter
passado pelas urnas, eleito, reeleito e tem que vir preparado”, disse Vinícius Gurgel (PR-AP).
“Eu nasci com cordão umbilical no pescoço e nasci roxo. Fiquei 90 dias na UTI lutando pela vida. Sou
homem que não temo, porque sempre caminho no caminho da verdade e da transparência”, afirmou
Fausto Pinato (PRB-SP).
“Em determinados momentos, você precisa agir como membro de uma comissão de ética. E eu espero
que se for sorteado agirei assim, sendo um relator de um processo que, talvez, é o maior processo da
história desse poder”, disse Zé Geraldo (PT-PA).
O presidente do Conselho de Ética disse que na quarta-feira (04/11/2015) escolherá um dos três.
“Eu tenho que pedir ao relator que se dedique a esse processo, que faça ver a ele que o Brasil inteiro
está de olho no Conselho de Ética, que a responsabilidade dele é muito grande, que a nossa
responsabilidade é muito grande e que nós precisamos dar uma resposta ao Brasil”, disse José Carlos
Araújo (PSD-BA).
Eduardo Cunha já não pode mais renunciar para tentar escapar do processo. A partir de quarta, o
relator terá dez dias para apresentar um parecer preliminar, que será votado. Se o Conselho de Ética
decidir que o processo contra Cunha deve seguir, ele será notificado para apresentar sua defesa.
“Nem sequer li a representação. Deixa primeiro ler a representação, deixa primeiro ver o relator, aí vou
apresentar defesa com base no fato”, afirmou Cunha.

03/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/11/conselho-de-etica-da-camara-abre-
processo-que-pode-cassar-cunha.html

Senado conclui votação de projeto que define terrorismo

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (28/10/2015) o texto principal do projeto de lei que define
o que é o crime de terrorismo, mas retirou o trecho aprovado pelos deputados em que dizia que a proposta
não se aplica a manifestações sociais. O texto segue para a Câmara para ser reanalisada porque foi
modificada.
Um dos pontos mais polêmicos e que geraram debates no plenário foi a retirada de um trecho aprovado
na Câmara que especificava que a proposta não se aplicava a manifestações políticas, movimentos

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sociais, sindicais e religiosos que tenham o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades
constitucionais.
Outra mudança diz respeito ao tamanho da pena. Na Câmara, os deputados tinham aprovado pena
de 12 a 30 anos de prisão. No Senado, a pena proposta é de 16 a 24 anos; se o ato resultar em morte, a
pena sobe de 24 a 30 anos de prisão.
A pena é aumentada se o crime for praticado contra presidente da República, vice-presidente da
República, e os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal.
Atualmente, a legislação brasileira não prevê o crime de terrorismo. Em caso de eventual atentado, os
atos praticados seriam enquadrados com base em outros crimes, como homicídio doloso (intencional) e
porte de arma de uso restrito, por exemplo.
O texto aprovado no Senado, relatado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), também
propõe uma definição diferente da que passou na Câmara em relação ao crime de terrorismo.
Os deputados tinham estabelecido que terrorismo é a prática cometida por uma ou mais pessoas de
atos para intimidar ou coagir estado, organização internacional ou pessoa jurídica, nacional ou
estrangeira, com o objetivo de provocar terror, colocando em risco cidadãos, patrimônio ou a paz pública.
Além disso, para ser tipificado como terrorismo, o ato precisa necessariamente ter sido motivado por
xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião.
O texto aprovado no Senado prevê que terrorismo é o ato contra a pessoa e exclui da definição os
atos contra patrimônio. Além disso, foi substituída a expressão “terror generalizado” por “pânico
generalizado”.
Pela proposta aprovada, terrorismo significa, então, “atentar contra pessoa, mediante violência ou
grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de
gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado”.
“A definição anterior era muito aberta e a minha preocupação foi fechar esse tipo criminal de maneira
muito rigorosa”, justificou Nunes Ferreira.
Em seu relatório, ele estabeleceu, porém, que ficam equiparados a ato terrorista causar explosão ou
incêndio; usar gás tóxico contra aglomeração de pessoas; e destruir, danificar ou apoderar-se de
aeronave, embarcação ou trem.
Também estão incluídos os atos de danificar sistemas de telecomunicações e energia elétrica, portos,
aeroportos, estações de trem, metrô e ônibus, hospitais, escolas e estádios, assim como interferir no
funcionamento de serviço telefônico ou informático.
O projeto de lei prevê ainda punição para quem recrutar indivíduos para a prática de terrorismo ou
quem integrar organização terrorista. Fazer apologia ao terrorismo ou financiar atos também terão pena
de prisão.
Ao analisar as sugestões de mudança ao texto, os senadores aprovaram uma emenda que estende a
definição de extremismo político.

Grau de investimento

O projeto original, que previa inicialmente pena de 8 a 12 anos de prisão para terrorismo, é de autoria
do Executivo. A aprovação da matéria é importante para o governo porque, sem uma legislação nacional
sobre terrorismo, o país corre o risco de sofrer sanções internacionais.
A iniciativa atende a uma pressão do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o
Financiamento do Terrorismo (Gafi), que é uma organização intergovernamental que faz uma série de
recomendações a serem adotadas pelos países.
O impacto do não cumprimento disso é piorar a relação com as agências internacionais de
classificação de risco que, neste ano, já rebaixaram a nota do Brasil. O PT foi criticado em plenário por
orientar contra a votação, indo na contramão do que pedia o governo.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) rebateu as críticas e disse que o PT mudou de posição porque
houve uma mudança no projeto. "Retirar um artigo que preservava os movimentos sociais abre caminho
para criminalizar movimentos sociais", disse.
O relator argumentou que o seu texto deixa bem delimitado o conceito de terrorismo "de modo a não
alcançar as manifestações".
"Se alguém, no âmbito de uma manifestação qualquer, qualquer que seja o mérito, propósito social,
praticar ato com as características de ato terrorismo, contra a pessoa, com grave ameaça, por
extremismo, xenofobia, racismo, nesses casos, havendo um pânico generalizado, é terrorismo. Creio que
está muito bem delimitado o conceito de terrorismo de modo a não alcançar as manifestações", afirmou
Nunes Ferreira.

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28/10/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/senado-aprova-texto-principal-de-projeto-que-
define-terrorismo.html

Em decisão unânime, TCU recomenda reprovação das contas de Dilma

O TCU (Tribunal de Contas da União) recomendou nesta quarta-feira (07/10/2015) a reprovação das
contas de 2014 do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em decisão unânime, oito ministros
votaram pela rejeição das contas da petista. O parecer pela reprovação não significa que as contas foram
reprovadas. Elas ainda precisam ser julgadas pelo Poder Legislativo.
A decisão foi recebida com fogos de artifício do lado de fora do tribunal. A oposição planeja usar o
parecer como embasamento de um pedido de impeachment de Dilma.
Agora, o parecer pela rejeição das contas de Dilma deve ser encaminhado à Comissão Mista de
Orçamento do Congresso. Lá, deputados e senadores irão avaliar o parecer e votar um relatório que
deverá ser posto em votação no Congresso. Ainda não há consenso se a votação das contas acontecerá
em sessões separadas da Câmara dos Deputados e do Senado ou em uma sessão conjunta do
Congresso Nacional. A CMO tem, em média, 82 dias para avaliar o parecer do TCU.
Esta é a segunda vez que o TCU recomenda a reprovação das contas de um presidente desde que o
órgão foi criado, em 1890. Em 1937, o tribunal aprovou um parecer prévio pela reprovação das contas
do governo de Getúlio Vargas.

Sessão

Os oito ministros que votaram pela reprovação das contas do governo Dilma de 2014 foram: Augusto
Nardes (relator do processo), Walton Alencar, Benjamin Zymler, Raimundo Carreiro, José Múcio Monteiro,
Ana Arraes, Bruno Dantas e Vital do Rego. Só o presidente da Corte, Aroldo Cedraz, não votou e apenas
proclamou o resultado.
A sessão desta quarta-feira foi marcada por muita polêmica. Líderes da oposição como os deputados
federais Mendonça Filho (DEM-PE), Antônio Imbassahy (PSDB-BA), Izalci (PSDB-GO) e o senador
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) estiveram presentes à sessão. O parecer do TCU deve ser usado pela
oposição para embasar pedidos de impeachment de Dilma.
Desde o último domingo (04/10/2015), o governo vinha tentando suspender a sessão que analisaria
as contas da presidente Dilma. A AGU (Advocacia Geral da União) fez um pedido de suspeição contra
Nardes argumentando que ele teria se pronunciado sobre seu voto antes do julgamento e que essa
conduta feria a Lei Orgânica da Magistratura.
Na prática, o recurso pedia que Nardes fosse afastado da relatoria das contas do governo e que o
julgamento fosse suspenso até que um novo relator fosse designado. Com base no mesmo argumento,
o governo ingressou com um recurso junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas o ministro Luiz Fux
rejeitou o pedido do governo alegando que a simples manifestação de Nardes sobre o processo não era
motivo suficiente para que ele fosse considerado "suspeito".
Durante a sessão de hoje, o plenário do TCU também rejeitou, por unanimidade, que Nardes fosse
afastado.
Em seu voto nesta noite, Nardes afirmou que Dilma é pessoalmente responsável pelas "pedaladas".
"É importante esclarecer que a responsabilidade direta é da presidente da República sobre a prática das
pedaladas fiscais", declarou.

07/10/2015
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/10/07/tcu-contas-governo-dilma.htm

Eduardo Cunha é citado por mais um delator da Operação Lava Jato

Mais um réu da Operação Lava Jato fechou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF):
Eduardo Vaz da Costa Musa, ex-gerente da Área Internacional da Petrobras. Ele afirmou aos
procuradores que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem ligação com
o esquema de corrupção na estatal e que era dele a "palavra final" nas indicações políticas para cargos
na Área Internacional da empresa.
"João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor
internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava palavra final era o
deputado Eduardo Cunha do PMDB/RJ”, diz trecho da delação de Musa.

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É a segunda vez que o presidente da Câmara é citado por um delator da Lava Jato.

Defesa

Por meio da assessoria de imprensa da Câmara, Cunha afirmou que não conhece o delator. O
advogado Antonio Fernando de Souza, responsável pela defesa do deputado, afirmou que só irá se
manifestar sobre a acusação após tomar conhecimento do teor da delação
O G1 tentou contato com a assessoria de imprensa do PMDB, mas até a última atualização desta
reportagem ainda não havia conseguido falar com o partido.
João Heniques é apontado pela Polícia Federal (PF) e pelo MPF como um operador ligado ao PMDB
no esquema de fraudes, corrupção e desvio de recursos da Petrobras.
Ele foi preso na 19ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (21/09/2015), e é tido
como o maior o operador da área Internacional da estatal descoberto pelas investigações. O PMDB nega
qualquer ligação com Henriques.

Acordo

A delação de Musa foi homologada em 10 de setembro pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável
pelas ações penais da Lava Jato em primeira instância. Os termos da colaboração foram anexados ao
sistema judiciário na noite terça-feira (22/09/2015).
Conforme informado pelo MPF, Musa se comprometeu na delação premiada a depositar em conta
judicial R$ 4,5 milhões, além do repatriamento de US$ 3,2 milhões. Musa é um dos réus da ação penal
oriunda da 15ª fase da Operação Lava Jato, que também prendeu o ex-diretor da área Internacional da
Petrobras Jorge Luiz Zelada, em junho deste ano. Ele responde pelo crime de corrupção passiva em
liberdade.

Segunda citação

Esta não foi a primeira vez que Cunha foi citado por um delator. Em julho, o ex-consultor da Toyo Setal
Júlio Camargo disse, em depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, que foi pressionado pelo presidente
da Câmara a pagar US$ 10 milhões em propinas para que um contrato de navios-sonda da Petrobras
fosse viabilizado.
Do total do suborno, segundo o delator, Cunha disse que era “merecedor” de US$ 5 milhões.
Conforme Camargo, além dos US$ 5 milhões diretamente para ele, Cunha exigiu pagamento de
propina ao lobista do PMDB Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", um dos presos já
condenados na Lava Jato.
"Tivemos um encontro. Deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. [...] Deputado Eduardo
Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso,
dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do
qual ele era merecedor de US$ 5 milhões", afirmou Camargo.
No relato à Justiça Federal, o ex-consultor da Toyo Setal disse que Eduardo Cunha era sócio oculto
de Fernando Baiano. À época, o presidente da Câmara desafiou Camargo a provar que ele pediu propina
e afirmou que o delator estava sendo obrigado a mentir.

Investigado pelo STF

Cunha já é investigado na Operação Lava Jato. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,


apresentou uma denúncia contra ele, em agosto, ao Superior Tribunal Federal (STF) por suposto
envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. O senador e ex-presidente Fernando Collor de
Mello (PTB-AL) também foi denunciado.
Nas denúncias, o procurador-geral pede a condenação dos dois sob a acusação de terem cometidos
crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria, eles receberam propina de
contratos firmados entre a Petrobras e fornecedores da estatal.
Na denúncia contra Eduardo Cunha, a Procuradoria também pede que sejam devolvidos US$ 80
milhões – US$ 40 milhões como restituição de valores supostamente desviados e mais US$ 40 milhões
por reparação de danos. Os dos parlamentares negam as acusações.
As propinas
Aos procuradores, Musa afirmou que sempre ouviu falar que havia na petrolífera um esquema de
propina. “Que desde que o declarante entrou na Petrobras, se ouvia falar no esquema de vantagens

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indevidas nas mais diversas áreas, mas somente em 2006 o declarante passou a tomar conhecimento de
forma direta”, diz outro trecho da delação.
O ex-gerente afirmou que foi indicado para o cargo por Nestor Cervéro, ex-diretor da área Internacional
já condenado pela Lava Jato, e por Luiz Carlos Moreira, que era gerente executivo da mesma diretoria.
De acordo com Musa, Moreira mostrou uma planilha de divisão de propinas na área internacional.
Nesta planilha, inclusive, constava Pasadena. Musa reconheceu ter US$ 2,5 milhões na off-shore
Nebraska, no Banco Cramer, e também outra off-shore no Banco Pictec, sendo que nesta última ele não
recordava o saldo.
O delator confessou o recebimento de propina a partir de diversos contratos da Petrobras e citou a
participação do lobista Hamylton Padilha, que também é delator da Lava Jato, e de Bernando
Freiburghaus, na intermediação de propina. Tanto Padilha quanto Friburghaus também são réus na Lava
Jato.

Fraude em licitação

De acordo com a delação de Musa, houve fraude na licitação para a contratação da montagem dos
módulos e integração de duas plataformas, no início de 2012, com a participação das empresas Mendes
Júnior e OSX, que formaram o consórcio Integra para disputar a concorrência. À época, Musa era o diretor
de construção naval da OSX, cujo presidente do Conselho de Administração é Eike Batista.
Musa declarou que o CEO da OSX, Luiz Eduardo Carneiro, sabia do esquema e que participou de pelo
menos uma reunião referente ao assunto. O delator disse que não sabe se Eike Batista "tomou
conhecimento desses fatos", mas que o presidente mantinha contato frequente com Carneiro.
Pela Mendes Júnior, quem participava do esquema eram o diretor de desenvolvimento de negócios
Luiz Claudio Machado Ribeiro e o diretor de negócios industriais Ruben Maciel da Costa Val.
Conforme a delação de Musa, foi Luiz Claudio que informou que o consórcio teria que pagar propina
para o lobista Henriques. Em troca, Henriques forneceria informações privilegiadas dentro da Petrobras
para orientar a formação da proposta técnica. O valor da propina foi incialmente acordado em torno de
R$ 5 milhões.

Outro lado

Em nota, a OSX informou que vai instaurar um procedimento interno para apurar as denúncias de
Eduardo Musa. "A atual Administração da OSX – Diretoria Executiva e Conselho de Administração –
ressalta que conduz os negócios da Companhia e de suas subsidiárias sempre em observância das
melhores práticas de mercado e não coaduna com qualquer eventual prática de atos em desconformidade
com a lei", diz trecho da nota.
Os advogados de Eike Batista informaram que o consórcio Integra tinha a Mendes Júnior como
acionista majoritária. Segundo eles, cabia à empreiteira cuidar do gerenciamento do consórcio e dos
negócios envolvidos. "Quaisquer pagamentos efetuados pelos sócios da Integra no âmbito do consórcio
eram definidos e determinados pela Mendes Júnior", afirmam.
A defesa de Batista também diz que o empresário não teve qualquer envolvimento com os fatos
denúnciados por Musa. "A Integra possui sede própria, e seus funcionários são pessoas contratadas pela
Mendes Júnior e por ela diretamente geridos. (...) Resta claro que Eike Batista, controlador da OSX
Construção Naval S.A. e da OSX Brasil S.A., jamais teve, em qualquer ocasião, ingerência sobre o
contrato com a Petrobras no âmbito do consórcio Integra, nem teve qualquer papel ou ingerência a
respeito de qualquer de seus fornecedores a qualquer título", dizem os advogados.

23/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/09/eduardo-cunha-e-citado-por-mais-um-delator-
da-operacao-lava-jato.html

TSE registra Rede Sustentabilidade, partido fundado por Marina Silva

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (22/09/2015) a concessão de registro
para a Rede Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-ministra e ex-senadora Marina Silva.
Com a decisão, a legenda fica apta a receber filiados e lançar candidatos para as eleições de 2016. É
o 34º partido do país – no último dia 15, o TSE tinha autorizado o 33º, o Partido Novo.
Os fundadores da Rede tentaram obter o registro em 2013, a fim de lançar Marina candidata à
Presidência pela legenda no ano passado, mas tiveram o pedido negado por falta do apoio mínimo

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necessário na ocasião. A ex-senadora acabou disputando a eleição presidencial porque se filiou ao PSB
e integrou, como vice, a chapa encabeçada pelo ex-governador Eduardo Campos. Ela se tornou
candidata a presidente após a morte de Campos em um acidente aéreo – obteve 22,1 milhões de votos
e ficou em terceiro lugar, atrás de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Em 2013, a Rede havia apresentado assinaturas de 442 mil eleitores validadas pelos cartórios
eleitorais, mas a lei exigia 492 mil, o equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados federais nas
eleições de 2010.
Em maio deste ano, Marina apresentou outras 56,1 mil assinaturas, somando apoio de 498 mil
eleitores, acima do exigido atualmente (486,6 mil eleitores).
No fim de agosto, o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, se manifestou favoravelmente ao
registro da Rede. Para ele, a nova legenda não precisaria apresentar mais assinaturas, de pessoas não
filiadas a outros partidos, uma nova exigência aprovada neste ano pelo Congresso para a obtenção de
autorização pela Justiça Eleitoral.
Na sessão desta terça, o pedido de registro teve os votos favoráveis do relator, João Otávio de
Noronha, e dos ministros Herman Benjamin, Henrique Neves, Luciana Lóssio, Gilmar Mendes, Rosa
Weber e do presidente do TSE, Dias Toffoli.
Em seu voto, Gilmar Mendes lembrou da dificuldade de Marina em registrar o partido e ao final elogiou
a participação da ex-senadora na eleição do ano passado. "Marina perdeu as eleições, mas ganhou a
nossa admiração. Portanto, perdeu ganhando", afirmou.
Ao final do julgamento, Dias Toffoli chamou a atenção para o crescimento do número de legendas no
país.
"A se manter esse sistema, da distribuição do tempo de TV e do Fundo Partidário, cada deputado
federal quererá ser o seu partido político. De 34 passaremos a ter 513 partidos políticos”, afirmou, em
referência ao número de deputados da Câmara.

Marina Silva

A ex-senadora acompanhou pessoalmente a sessão do TSE que aprovou a concessão de registro à


Rede Sustentabilidade.
Após a decisão dos ministros, ela disse (veja no vídeo, no alto) que o objetivo do novo partido é colocar
a sustentabilidade "no centro da discussão do desenvolvimento econômico e social" do país.
"Uma das questões mais urgentes dessa agenda é a sustentabilidade política. Nós dizíamos em 2010
que iríamos perder muito daquilo que havia ganho na economia, na inclusão social e na democracia em
função do atraso na política. É o atraso na política que tem levado a perdas que nós imaginávamos que
não iria iríamos acontecer", declarou.

22/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/tse-registra-rede-sustentabilidade-partido-fundado-
por-marina-silva.html

Supremo proíbe doações de empresas para campanhas eleitorais

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (17/09/2015), por 8 votos a 3, declarar
inconstitucionais normas que permitem a empresas doarem para campanhas eleitorais. Com isso, perdem
validade regras da atual legislação que permitem essas contribuições empresariais em eleições.
Ao final da sessão, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que a decisão valerá
já a partir das eleições de 2016 e não invalida eleições passadas.
A decisão também dá à presidente Dilma Rousseff respaldo para vetar trecho de uma proposta recém-
aprovada pelo Congresso Nacional que permite as doação de empresas para partidos políticos. Se a
nova lei for sancionada sem vetos, outra ação poderá ser apresentada ao STF para invalidar o
financiamento político por pessoas jurídicas.
No julgamento, votaram em favor da proibição o relator do caso, Luiz Fux, e os ministros Joaquim
Barbosa, Dias Tofffoli e Luís Roberto Barroso (que votaram em dezembro de 2013); Marco Aurélio Mello
e Ricardo Lewandowski (que proferiram voto em abril do ano passado); além de Rosa Weber e Cármen
Lúcia, que votaram nesta quinta.
A favor da manutenção das doações por empresas votaram somente Gilmar Mendes (em voto lido
nesta quarta), Teori Zavascki, que já havia se manifestado em abril do ano passado, e Celso de Mello.
Na sessão desta quinta, Fux, como relator, relembrou seu entendimento sobre as doações por
empresas, argumentando que a proibição levaria à maior igualdade na disputa eleitoral. "Chegamos a um

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quadro absolutamente caótico, em que o poder econômico captura de maneira ilícita o poder político",
afirmou na sessão.
Rosa Weber, por sua vez, argumentou que a influência do poder econômico compromete a
"normalidade e a legitimidade das eleições". "A influência do poder econômico culmina por transformar o
processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas, odiosa pantomima que faz do eleitor um fantoche,
esboroando a um só tempo a cidadania, a democracia e a soberania popular", afirmou a ministra.
Ao votar e citando a Constituição, Cármen Lúcia afirmou que o poder emana do povo. "Há uma
influência que eu considero contrária à Constituição, é essa influência que desiguala não apenas os
candidatos, mas desiguala até dentro dos partidos. Aquele que detém maior soma de recursos, é aquele
que tem melhores contatos com empresas e representa esses interesses, e não o interesse de todo o
povo, que seria o interesse legitimo", disse.
Apesar de já ter votado, Teori Zavascki complementou seu voto, no sentido de limitar as empresas que
poderiam contribuir. Para ele, deveriam ser impedidas aquelas que possuem contratos com a
administração pública. Ele também propôs que, caso pudesse doar, a empresa escolhesse somente um
dos candidatos que disputam determinado cargo.
Celso de Mello, o último a votar, entendeu, por sua vez, não haver incompatibilidade com a
Constituição a doação por pessoa jurídica, desde que não haja abuso de poder econômico.
Nesta quarta, em longo voto, o ministro Gilmar Mendes se posicionou contra a proibição,
argumentando que ela beneficiaria só o PT, prejudicando a disputa eleitoral. Ele argumentou que as
doações privadas viabilizam uma efetiva competição eleitoral no país, já que, para ele, o PT não precisaria
mais das contribuições, por ser financiado com desvio de dinheiro público.

Nova lei

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a permissão para que empresas doem a
partidos políticos, porém não mais a candidatos, como atualmente. Para valer e virar lei, no entanto, a
regra ainda depende da sanção da presidente Dilma Rousseff.
A decisão do STF de derrubar as doações por empresas não afeta diretamente a permissão dada pelo
Congresso, mas, na prática, deverá invalidá-la no futuro.
Se a permissão dada pelo Legislativo for sancionada por Dilma, bastará outra ação ser ingressada no
STF para derrubá-la com base no novo entendimento do tribunal. De outro modo, a própria presidente
poderá vetar o trecho que permite as doações empresariais com base no entendimento dos ministros.
Atualmente, o financiamento de campanha no Brasil é público e privado. Políticos e partidos recebem
dinheiro do Fundo Partidário (formado por recursos do Orçamento, multas, penalidades e doações) e de
pessoas físicas (até o limite de 10% do rendimento) ou de empresas (limitadas a 2% do faturamento bruto
do ano anterior ao da eleição).

17/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/supremo-decide-proibir-doacoes-de-empresas-
para-campanhas-eleitorais.html

Supremo informa que Dilma vetou reajuste para servidores do Judiciário

A assessoria do Supremo Tribunal Federal (STF) informou na noite desta terça-feira (21/07/2015) que
a presidente Dilma Rousseff decidiu vetar o reajuste aprovado pelo Congresso Nacional para os
servidores do Judiciário. O veto ao projeto deverá ser publicado na edição desta quarta-feira (22/07/2015)
do “Diário Oficial da União”.
Até a última atualização desta reportagem, a informação não tinha sido confirmada pelo governo, mas
no último dia 1º o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, havia adiantado que o reajuste era
"incompatível" e a tendência era que fosse vetado. No mesmo dia, a presidente classificou a proposta de
reajuste de "insustentável".
De acordo com a assessoria do STF, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo
Henrique de Oliveira, telefonou para o Supremo e informou sobre o veto ao diretor-geral do STF, Amarildo
Vieira.
A assessoria do Ministério do Planejamento, não confirmou o veto, mas informou que o governo avalia
conceder aos servidores do Judiciário reajuste de 21,3% a ser pago pelos próximos quatro anos, assim
como oferecido aos servidores do Executivo. Conforme a assessoria, as negociações com a categoria
continuarão nos próximos dias.

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Confirmada decisão da presidente, caberá ao Congresso Nacional decidir, em sessão conjunta de
deputados e senadores, se mantém ou se derruba o veto.
Em 30 de junho, o Senado aprovou reajuste que varia de 53% a 78,5%, de acordo com o cargo, a ser
pago em seis parcelas até 2017. O governo se posicionou contra o projeto porque, segundo o Ministério
do Planejamento, os percentuais representariam aumento de R$ 25,7 bilhões nos gastos nos próximos
quatro anos. O impacto será de R$ 1,5 bilhão, em 2015; em R$ 5,3 bilhões, em 2016; R$ 8,4 bilhões, em
2017; e R$ 10,5 bilhões, em 2018.
Desde que o Congresso aprovou o reajuste, os servidores do Judiciário fizeram protestos (veja o desta
terça no vídeo ao lado) em frente ao Palácio do Planalto com o objetivo de pressionar a presidente Dilma
a não vetar o aumento. A categoria diz que o último reajuste ocorreu em 2006 e que o percentual médio
de 59% repõe a inflação acumulada no período.

Lewandowski não comenta

Por meio da assessoria do STF, o presidente do tribunal, ministro Ricardo Lewandowski, informou que
aguardará a apreciação do veto da presidente da República pelo Congresso Nacional.
Durante a negociação, o Supremo chegou a propor veto parcial, para suprimir as primeiras parcelas
do reajuste médio de 59%, mas a hipótese já havia sido descartada.
O governo propôs ao Judiciário aumento de 21,3% que já propôs aos servidores do Executivo,
escalonado entre 2016 e 2019. Os servidores do Judiciário, no entanto, não aceitam a proposta e querem
uma nova negociação.
O Supremo deve voltar à mesa de negociações depois da publicação do veto. No STF, não há
expectativa de que o Congresso derrube o veto, uma vez que dirigentes do tribunal avaliam que a
aprovação foi somente para desgastar Dilma.

21/07/2015
Mariana Oliveira e Filipe Matoso
Fonte:http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/supremo-informa-que-dilma-vetou-reajuste-para-
servidores-do-judiciario.html-adaptado

Delator relata pedido de propina de Eduardo Cunha

Investigado pela Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), desafiou nesta quinta-feira (16/07/2015), por meio de nota, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio
Camargo – um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras – a provar que ele pediu
propina de US$ 5 milhões. Segundo Cunha, o delator está sendo obrigado a mentir.
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta quinta, Camargo afirmou que foi pressionado por
Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse
viabilizado. Do total do suborno, contou o delator, Cunha disse que era "merecedor" de US$ 5 milhões.
Conforme Camargo, além dos US$ 5 milhões diretamente para ele, Cunha exigiu pagamento de
propina ao lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", um dos presos da Lava Jato.
"Tivemos um encontro. Deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. [...] Deputado Eduardo
Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso,
dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do
qual ele era merecedor de US$ 5 milhões", enfatizou.
"E que isso estava atrapalhando, que ele estava em véspera de campanha, se não me engano, era
uma campanha municipal... e que ele tinha uma série de compromissos e que eu vinha alongando esse
pagamento há bastante tempo e que ele não tinha mais condições de aguardar", complementou Camargo
no depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância.
No relato à Justiça Federal, o ex-consultor da Toyo Setal afirmou que Eduardo Cunha era sócio oculto
de Fernando Baiano.
“O deputado Cunha não aceitou que eu pagasse somente a parte dele. 'Olha, Júlio, eu não aceito que
você faça uma negociação para pagar só a minha parte. Você até pode pagar o Fernando mais dilatado,
mas o meu preciso rapidamente. Eu faço questão de você incluir no acordo aquilo que falta pagar ao
Fernando'. E aí chegou um SMS: 'Entre US$ 8 milhões a US$ 10 milhões', uma coisa assim”, destacou
Camargo no depoimento.

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O ex-consultor da Toyo Setal afirmou que, sem ter recurso para pagar a propina, Cunha o ameaçou
com um requerimento na Câmara, solicitando que os contratos dos navios-sonda fossem enviados ao
Ministério de Minas e Energias para avaliação e eventual remessa para o Tribunal de Contas da União
(TCU).
Acuado, Camargo disse que procurou o ministro Edison Lobão. “Eu disse a ele: 'está acontecendo algo
desagradável'. Existe um requerimento disso, de uma empresa que eu represento, que eu acho que só
traz benefícios para o país, tem trazido dinheiro japonês barato. E a reação dele imediata foi a seguinte:
‘Isso é coisa do Eduardo’”.
Conforme o relato do delator, no mesmo momento, Lobão ligou para Cunha. "Pegou o celular e ligou
para o deputado Eduardo Cunha, na minha frente. Disse: 'Eduardo, estou aqui com o Júlio Camargo,
você está louco?'. Não sei qual foi a resposta do deputado, mas ele disse: 'Você me procure amanhã
cedo no meu gabinete em Brasília, que quero conversar com você. Desligou o telefone e disse: 'Júlio, o
que te preocupa nesse requerimento? Existem coisas erradas?'. Falei: 'Ministro, não tem nada errado'".
Lobão, detalhou o ex-consultor, garantiu que não havia com o que Camargo se preocupar, que o
processo terminaria o mais rápido possível.
Na nota divulgada nesta quinta, Cunha questionou o motivo de o ex-consultor só ter relatado agora
que ele teria pedido propina. "O delator [Camargo] já fez vários depoimentos, onde não havia confirmado
qualquer fato referente a mim, sendo certo ao menos quatro depoimentos. [...] Desminto com veemência
as mentiras do delator e o desafio a prová-las", escreveu o peemedebista no comunicado.

'Obrigado a mentir'

Em coletiva de imprensa na Câmara, Eduardo Cunha afirmou que o Palácio do Planalto e o procurador-
geral da República, Rodrigo Janot, “podem estar por trás” da acusação feita contra ele por Júlio Camargo.
Para Cunha, o delator foi "obrigado a mentir"
“O delator [Camargo] foi obrigado a mentir. E acho muito estranho [a denúncias] ser na véspera do
meu pronunciamento [em cadeia de rádio e TV] e na semana em que a parte do Poder Executivo [Polícia
Federal], no cumprimento dos mandatos judiciais, tenha agido com aquela fanfarronice toda [no
cumprimento dos mandados de busca e apreensão na casa de políticos investigados pela Lava Jato",
disse Eduardo Cunha em entrevista na Câmara.
"Ou seja, há um objetivo claro de constranger o Poder Legislativo, que pode ter o Poder Executivo por
trás numa ação com o procurador-geral da República”, acrescentou o presidente da Câmara.
A Procuradoria Geral da República divulgou nota para informar que o depoimento de Júlio Camargo
não tem relação com os inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal - um dos quais, o de
Eduardo Cunha
Júlio Camargo fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) para
repassar informações sobre o esquema de corrupção que desviava dinheiro da Petrobras em troca de
eventuais benefícios, em caso de condenação judicial.
A Toyo Setal, empresa para a qual o delator prestava consultoria e que é uma das fornecedoras da
Petrobras, é investigada por suspeita de pagar propina para executivos da estatal em troca de contratos.
Em nota, o advogado Nélio Machado, que defende Fernando Baiano no processo da Lava Jato, disse
considerar "muito estranho" que um delator "mude a sua versão" dez meses depois de fazer seu primeiro
depoimento. Na visão do criminalista, essa suposta mudança de versão "deixa mal a credibilidade do
delator, do MPF e do Judiciário, que acreditaram em alguém que muda a sua história ao sabor dos
eventos".

Nota de Eduardo Cunha

Leia a íntegra da nota divulgada por Eduardo Cunha:

NOTA À IMPRENSA
Com relação à suposta nova versão atribuída ao delator Júlio Camargo, tenho a esclarecer o que se
segue:
1- O delator já fez vários depoimentos, onde não havia confirmado qualquer fato referente a mim,
sendo certo ao menos quatro depoimentos.
2- Após ameaças publicadas em órgãos da imprensa, atribuídas ao Procurados Geral da República,
de anular a sua delação caso não mudasse a versão sobre mim, meus advogados protocolaram petição
no STF alertando sobre isso.
3- Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las.

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4- É muito estranho, às vésperas da eleição do Procurador Geral da República e às vésperas de
pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado
pelo Procurador Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir.
Deputado Eduardo Cunha Presidente da Câmara dos Deputados

Nota da PGR

Leia abaixo nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República.

Nota de esclarecimento
A Procuradoria-Geral da República esclarece que o depoimento prestado na presente data por Júlio
Camargo à Justiça Federal do Paraná não tem qualquer relação com as investigações (inquéritos) em
trâmite no âmbito do Supremo Tribunal Federal. A audiência referente à ação penal da primeira instância
- que tem réu preso, ou seja, tem prioridade de julgamento - foi marcada pelo juiz federal Sergio Moro há
semanas (em 19 de junho), a pedido da defesa de Fernando Soares, e a PGR não tem qualquer
ingerência sobre a pauta de audiências do Poder Judiciário, tampouco sobre o teor dos depoimentos
prestados perante o juiz.

16/07/2015
http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/07/delator-relata-pedido-de-propina-de-
cunha-que-o-desafia-provar.html

Governo vai aumentar vistos para haitianos virem ao Brasil, diz ministro

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (04/06/2015) que o governo
vai ampliar a emissão de vistos em Porto Príncipe, capital do Haiti, para que imigrantes do país possam
entrar no Brasil legalmente. O objetivo da medida, segundo o ministro, é combater a atuação de grupos
que exploram imigrantes em rotas clandestinas.
"Devemos enfrentar as organizações criminosas que trazem para o Brasil, explorando
economicamente a necessidade de haitianos, um conjunto de pessoas que chegam debilitadas, sem
saúde, com fome. O que é obviamente inaceitável do ponto de vista dos direitos humanos", afirmou o
ministro.
A decisão foi anunciada em Quito, após uma rodada de reuniões de Cardozo com ministros do Peru,
da Bolívia e do Equador para discutir o assunto. Segundo o ministro, as autoridades foram "unânimes" na
necessidade de combater a imigração ilegal.
"Nós não podemos estabelecer medidas que impeçam as pessoas de terem livre acesso aonde
querem viver. É uma posição tradicional do Brasil e os outros países também concordam com isso",
afirmou.
Cardozo afirmou que ainda devem ser discutidas outras medidas policiais e de "controle migratório
legalizado" entre os países.
A entrada de haitianos no Brasil ganhou força depois que um terremoto devastou o país caribenho em
2010, matando cerca de 300 mil pessoas. A maior parte dos haitianos chega pela cidade de Brasiléia, no
Acre. Só em 2015, foi registrada a entrada de mais de 7 mil pessoas.
Atualmente, o Brasil emite mais de 100 vistos por mês para cidadãos do Haiti, conforme o Ministério
da Justiça.
O crescimento da imigração de haitianos preocupa, sobretudo, autoridades do Acre. O governador do
estado, Tião Viana (PT), defende que a responsabilidade pela recepção dos imigrantes seja
“compartilhada” por outros estados.
Para chegar até ao território brasileiro, os haitianos saem, em sua maioria, da capital haitiana, Porto
Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital da República Dominicana. Lá, compram uma
passagem de avião e vão até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para
Quito, no Equador.
Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto
Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até
chegar a Brasiléia, também no Acre.

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1205716 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JEFFERSON LIMA DE OLIVEIRA
Renan Ramalho
04/06/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/governo-vai-aumentar-vistos-para-haitianos-virem-
ao-brasil-diz-ministro.html

Parlamentarismo volta ao debate político no Brasil - e especialistas o consideram má ideia

De origem britânica, o parlamentarismo voltou ao debate político do Brasil em 2015. Tanto o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando parlamentares de partidos de oposição como PSDB e
PPS são favoráveis ao regime, nascido no século 13 para frear a monarquia absolutista na Europa. Mas
o tema, que parece uma evolução ao atual presidencialismo, possui algumas "armadilhas", segundo
especialistas ouvidos pelo Brasil Post.
Antes de mais nada, é preciso lembrar que o Brasil já viveu períodos parlamentaristas em sua História
— um na época da monarquia, no século 19, e outro no início dos anos 1960. Tivemos a oportunidade
de adotar o regime, durante o plebiscito de 1993. Na ocasião, o presidencialismo ganhou com ampla
vantagem tanto do parlamentarismo quanto da monarquia. Após 22 anos, é hora de rediscutir o tema?
“Já houve uma rejeição da população. Qualquer mudança dependeria de um novo plebiscito, mas
antes teríamos de resolver muitas questões quanto ao modelo. A população aceita perder o poder de
escolha do presidente? No parlamentarismo, isso é feito pelo Legislativo, que é hoje tão mal visto quanto
a presidente da República. Acho difícil convencer a população disso”, avaliou o cientista político da
Unicamp Valeriano Mendes Ferreira Costa.
A opinião é compartilhada pelo cientista político do Insper Fernando Schüler. Para ele, há uma longa
tradição presidencialista na América Latina, permeada pela instabilidade democrática cuja causa repousa
em “déficit de governabilidade, baixo nível de consenso político e social, baixo interesse político em
interesses sociais”, além das muitas rupturas democráticas ao longo do processo.
“É natural o permanente questionamento do presidencialismo. Alguns argumentam, como Eduardo
Cunha, que o parlamentarismo seria o mais propício para a resolução de crises, com possibilidade de
dissolver governo e recompor a maioria. Funciona em democracias tradicionais como a Inglaterra, mas
poderia usar o argumento contrário: como entregar tudo a um Congresso de partidos pouco
programáticos, patrimonialistas, com sistema que permite pouca renovação e baixa representatividade?
É difícil”, disse.

Parlamentarismo de 2015 tenta compor o que faltou em 1988

A Assembleia Constituinte que formulou a Constituição Federal de 1988 tinha como uma das suas
premissas pós-ditadura militar a instalação do regime parlamentarista no Brasil. O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso foi relator do Regime Interno da Constituinte, que deu poderes à Comissão
de Sistematização. Foi esse grupo o responsável por um texto que previa a instalação do parlamentarismo
como forma de governo.
Por outros pontos da proposta, forças mais conservadoras se aglutinaram no bloco chamado Centro
Democrático, o "Centrão", que detinha a maioria dos 559 membros da Constituinte, para reagir.
Articulados junto ao então presidente José Sarney, eles aprovaram o regime presidencialista, com
mandato de cinco anos. Então líder do PCB, o deputado federal Roberto Freire (hoje no PPS, amplo
defensor do parlamentarismo), relembrou o desenrolar nos bastidores.

“Em um determinado momento, no qual se dava a disputa sobre a questão do mandato de cinco anos
do presidente da República, ante a tentativa de reduzir o mandato presidencial, que era de seis anos para
quatro, e que no final ficou em cinco. Esse debate teve no PT o partido que mais se mobilizou em torno
da ideia dos quatro anos e, com isso, exercia uma pressão muito grande em relação aos outros partidos
democráticos que discutiam essa questão. O PT defendia os quatro anos, mas com o presidencialismo,
já que não eram parlamentaristas.
Nós éramos parlamentaristas, e cometemos um equívoco, ao não admitirmos, em nenhum momento,
e esse momento existiu, uma negociação de manutenção do mandato presidencial tal como estava, nos
cinco anos, e uma discussão do sistema parlamentarista, depois do final do mandato. Por conta desta
pressão dos quatro anos, exercida pelo PT e de um certo patrulhamento, deixamos passar essa
oportunidade. Quando digo ‘nós’, refiro-me particularmente a Mário Covas e a mim, que poderíamos, e
tínhamos condições, de discutir muito o que devíamos fazer, já que éramos parlamentaristas, e não
aproveitamos aquela oportunidade como devíamos, de incentivar a discussão do parlamentarismo.
Preferimos imaginar que iríamos ser vitoriosos no parlamentarismo e nos quatro anos. Foi um grande

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equívoco nosso, porque se ganhássemos o parlamentarismo podia o mandato presidencial ser até de
sete anos. Naquele momento, o debate estava atrelado à duração do governo Sarney, de reduzir o seu
mandato, o que era uma bobagem, não tinha nenhum sentido. Poderíamos ter dado os cinco anos e ter
feito um grande acerto, e quem sabe, o Brasil teria saído daquele processo com o parlamentarismo, e
estaríamos, sem dúvida alguma, muito melhores hoje”.

Como consolo, os parlamentaristas derrotados na Constituinte conseguiram incluir a realização de um


plebiscito — realizado em 1993, terminou com a derrota do parlamentarismo.
Se há um argumento em que especialistas e os favoráveis ao regime parlamentarista concordam é
que o atual presidencialismo de coalizão, no qual o presidente da República loteia o Estado para obter
maioria no Legislativo, governando assim a seu modo, está com o seu prazo de validade vencido. O
resultado, enquanto isso não ocorre, é a crise de representatividade enfrentada pela presidente Dilma
Rousseff na atual legislatura.
Todavia, isso não quer dizer que seja preciso mudar o modelo de governo. Para os cientistas políticos
ouvidos pelo Brasil Post, atribuir ao parlamentarismo a pecha de “salvação da pátria” em tempos de crise
é hoje mais uma manobra de desgaste de um governo em crise do que propriamente uma tentativa de
estancar o sangramento da presidente e do seu partido, o PT. Nem mesmo questionar a aprovação de
Dilma - hoje em meros 9% - legitima uma mudança de regime.
“Acho que o parlamentarismo pode representar uma evolução institucional, desde que venha com uma
ampla e profunda reforma política. Mantidas as nossas regras atuais, com um regime parlamentarista,
seria um cenário de ficção científica. Não representaria nenhum avanço”, afirmou Schüler. “Acho que hoje
é mais um ‘balão de ensaio’ para pressionar a Dilma e destacar o Cunha. A própria reforma política, do
jeito que está avançando na Câmara, quer mais aumentar a confusão do que mudar alguma coisa”,
completou Costa, da Unicamp.
Para os dois especialistas, caso uma proposta de regime parlamentarista realmente avance no
Congresso Nacional nesta legislatura (a única que não foi arquivada até hoje data de 1995, do então
deputado federal Eduardo Jorge), o caminho seria extenso. Além de o cenário político atual ser
desfavorável, eles não acreditam até mesmo quem defende a mudança sustentasse o argumento até o
fim. Como aconteceu em 1988.
“Quem almeja ser presidente sempre trabalhou contra o parlamentarismo. Todos tentariam sabotar a
discussão. Acho que a única coisa que essa discussão traz no momento é o enfraquecimento da
presidente Dilma. Soa como uma doença oportunista, que pega um paciente fraco. Tenha certeza que
todos querem governar plenamente. Por isso é que essa discussão jamais decolou após o plebiscito”,
destacou Costa.
Ainda de acordo com o cientista político da Unicamp, a população ainda demonstra um interesse
singular pela escolha para a Presidência da República, e seria muito difícil explicar de maneira clara o
funcionamento do parlamentarismo. Tanto ele quanto o colega do Insper acreditam que um regime
parlamentarista, no Brasil, teria de ser quase que único, permitindo adaptações – por exemplo, assegurar
que o voto popular elegesse o primeiro-ministro.
“Na Europa já se faz isso, com o candidato a primeiro-ministro já sendo destacado logo no início das
eleições”, disse Costa. “Seriam necessários filtros institucionais, porque maiorias são perigosas pelo calor
do momento. Veja que Hitler [líder do regime nazista alemão] teve a maioria na Alemanha em determinado
momento e deu no que deu (...). É verdade que havia um viés parlamentarista em 1988, mas a maioria
da sociedade não o é. Resiste ainda um conceito de que o parlamentarismo é um regime elitista, por
conta do que ocorreu com o presidente João Goulart em 1963, quando se adotou o parlamentarismo para
tirar poder dele e impedi-lo de realizar reformas populares. E tudo isso é uma lenda”, emendou Schüler.

Atual crise faz parte do aprendizado democrático

Se o debate sobre o parlamentarismo no Brasil está longe de um consenso, o fato é que a situação
vivida pelo País no âmbito político no presente não pode ser menosprezada. O presidencialismo de
coalizão está em crise em parte também por conta da independência alcançada pelo Legislativo após as
eleições de 2014. O que para os brasileiros e sua jovem democracia parece estranho – o Executivo
submetido às decisões parlamentares – é justamente o esperado em Repúblicas democráticas.
“Termos essa pauta do parlamentarismo é positivo. O presidencialismo de coalizão no Brasil
historicamente subvencionou o Congresso, formando a base por cooptação. Por isso temos hoje 39
ministérios, 24 mil cargos de confiança e outros loteamentos no Orçamento da União. É um sistema
insustentável, e nem estou considerando a corrupção, um princípio nada republicano. Há um mal-estar,

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a discussão é positiva, e nesse sentido o Cunha não é só um bom articulador, mas também um propositor
de pautas, embora elas soem oportunistas”, afirmou Schüler.
Um outro adversário para o debate do parlamentarismo em um País ainda “pouco maduro” na
atualidade é a instabilidade nas regras do jogo. “Fizemos o plebiscito há 22 anos só, é muito pouco tempo
para querer mudar. É a mesma história da reeleição, que só temos há 17 anos. Não se muda tudo com
períodos tão curtos. Achar que mudar é a resposta só por conta da baixa popularidade é um equívoco,
sob pena de cairmos na ‘ditadura da popularidade’”, complementou o cientista político do Insper.
Para Costa, antes de mais nada, o Brasil precisa buscar a estabilidade e o respeito ao regime
constitucional, promovendo sim reformas, mas não instalando um constante “caráter transitório”, no qual
a volatilidade é o carro-chefe da política. “Vivemos um tempo em que, quando o Parlamento exerce a sua
autonomia, achamos que é crise. É justamente o contrário, é aí que aflora o presidencialismo, no qual o
Executivo trabalha à luz das decisões dos parlamentares. Não estávamos acostumados a isso, faz parte
do aprendizado.”
Em meio a toda a crise política e discussões como a do parlamentarismo, clara é uma lição à
população: o valor do voto para o Legislativo. “A gente se acostuma a achar que eleição não vale nada,
que Congresso não serve para nada. Essa autonomia atual mostra o oposto, demonstra como a escolha
de deputados e senadores é importante. Veja que esse Congresso está podendo usar o seu poder para,
por exemplo, chantagear e desgastar a presidente com medidas impopulares. Fosse um regime
parlamentarista, a bagunça seria ainda maior”, finalizou o cientista político da Unicamp.

Curiosidades sobre o parlamentarismo:

-O parlamentarismo é um regime no qual o Executivo fica com a representação da sociedade,


aceitando o princípio da distribuição de poderes com o Legislativo. A tradição do regime parlamentarista
está nos países europeus, encabeçados por Inglaterra e França. Todavia, os modelos podem ser três: o
clássico, o racionalizado e o misto.
-A comissão especial criada neste ano na Câmara para a reforma política não chegou a ter o seu
relatório analisado e votado, em razão de uma escolha de Cunha. Mas o parlamentarismo chegou a ser
mencionado pelo relator, deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI). Para ele, não era o momento de
discussão do regime, já que a população já havia rejeitado a mudança. Castro acreditava que o debate
sobre o assunto deveria ficar para o futuro.
-Um dos maiores defeitos da Constituição de 1988 foi ter mantido as chamadas medidas provisórias –
típicas de regimes parlamentarista – na redação final. “No sistema presidencialista, se vocês deixarem a
medida provisória, o presidente da República vai se transformar no maior ditador de todos os tempos”,
disse o ex-deputado e ex-relator-geral da Assembleia Constituinte, Bernardo Cabral.
-Beneficiado pela manutenção do presidencialismo em 1988, o ex-presidente Fernando Collor foi um
dos que sugeriram a adoção do parlamentarismo. Foi em 2007, quando já estava no Senado. Na visão
dele, o regime parlamentarista “permite um controle muito maior da sociedade sobre o governo”. A
proposta dele, porém, acabou arquivada.
-Tido como um dos grandes articuladores contra o parlamentarismo na Constituinte, José Sarney
defendeu a troca de regime no Brasil. Para o ex-presidente, só assim seria possível evitar “o descompasso
entre Executivo e Legislativo”.

Thiago de Araújo
17/07/2015
Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/atualidades/parlamentarismo-volta-ao-debate-
politico-brasil-especialistas-consideram-ma-ideia-888360.shtml

Após manobra, Câmara aprova proposta para reduzir maioridade

Apenas 24 horas após o plenário rejeitar a redução da maioridade para crimes graves, a Câmara dos
Deputados colocou novamente o tema em votação e aprovou na madrugada desta quinta-feira
(02/06/2015) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a idade penal
para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A manobra do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revoltou deputados contrários à mudança constitucional, gerando
intensas discussões. Para virar lei, o texto ainda precisa ser apreciado mais uma vez na Casa e, depois,
ser votado em outros dois turnos no Senado.
A votação da madrugada desta quinta se deu com 323 votos favoráveis, 155 contrários e 2 abstenções.
Eram necessários ao menos 308 votos a favor para a matéria seguir tramitando.

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De acordo com o presidente da Câmara, a votação em segundo turno deverá ocorrer após o recesso
parlamentar de julho, já que é preciso cumprir prazo de cinco sessões antes da próxima votação.
Pelo texto, os jovens de 16 e 17 anos terão que cumprir a pena em estabelecimento penal separado
dos menores de 16 e maiores de 18. Ao final da votação, deputados favoráveis à mudança constitucional
seguraram cartazes na tribuna em defesa da proposta e comemoraram com gritos em plenário.
Proposta rejeitada um dia antes
A aprovação da PEC ocorre depois de a Casa derrubar, na madrugada da última quarta-feira (1º), texto
semelhante, que estabelecia a redução da maioridade a casos de crimes cometidos com violência ou
grave ameaça, crimes hediondos (como estupro), homicídio doloso, lesão corporal grave ou lesão
corporal seguida de morte, tráfico de drogas e roubo qualificado.
Após a rejeição na noite anterior, Cunha afirmou que a Casa ainda teria que votar o texto principal,
mas ressaltou que isso só ocorreria após o recesso parlamentar de julho. No entanto, após reunião com
parlamentares favoráveis à redução da maioridade penal, ele decidiu retomar a análise do tema nesta
quarta e apreciar um texto parecido com a proposta rejeitada.

Sem protestos

Jovens da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes) não esperavam a retomada da votação e, por isso, não conseguiram fazer protestos como os
mobilizados na noite anterior.
Cunha também não permitiu a entrada dos poucos estudantes que foram à Câmara para defender a
derrubada da proposta, alegando que os manifestantes fizeram tumulto na noite anterior.
A decisão do presidente da Câmara de votar um texto semelhante ao derrotado de madrugada também
gerou bate-boca e questionamentos por parte de deputados contrários ao texto, mas o peemedebista
conseguiu prosseguir com a votação.
Como foi a votação
Durante a sessão, deputados do PT, do PSOL e do PCdoB defenderam a derrubada da PEC. O
governo defende alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente e ampliar o tempo máximo de internação
de 3 para 8 anos.
“Todos nós queremos resolver a questão da violência, da criminalidade, queremos evitar que crimes
bárbaros terminem. Mas precisamos, de forma madura e responsável, encontrar qual a alternativa real
para resolver o problema. E a alternativa real é alterarmos o Estatuto da Criança e do Adolescente. Os
efeitos colaterais dessa redução da maioridade penal são maiores que os alegados benefícios”, disse o
deputado Henrique Fontana (PT-RS).
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), também discursou contra a proposta. “Não
queremos jovem infrator na rua, mas queremos lugares decentes para que eles sejam punidos. Mas não
dá para misturar os jovens com bandidos de alta periculosidade. O que está em jogo é o futuro dessas
gerações. É um retrocesso se aprovarmos essas emendas”, afirmou.
Já parlamentares favoráveis à redução da maioridade penal argumentaram que a PEC não soluciona
o problema da violência, mas reduz o sentimento de “impunidade”.
"Nós sabemos que a redução da maioridade penal não é a solução, mas ela vai pelo menos impor
limites. Não podemos permitir que pessoas de bem, que pagam impostos, sejam vítimas desses
marginais disfarçados de menores", discursou o líder do PSC, André Moura (SE).
O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), um dos articuladores da votação nesta quarta, também
defendeu a redução da maioridade penal. "O PMDB afirma a sua posição de maioria pela redução da
maioridade penal, nos crimes especificados. Achamos que a proposta é equilibrada, ela é restrita", disse.
“A sociedade não aceita mais a impunidade e não deseja mais sentir o medo, o pavor e o receio que vem
sentindo no dia a dia.”

Emenda apresentada na quarta

A proposta derrubada nesta quarta é produto de uma emenda aglutinativa – texto produzido a partir
de trechos de propostas de emenda à Constituição apensadas ao texto que está na pauta do plenário.
Essa emenda foi elaborada pela manhã por deputados do PSDB, PHS, PSD e PSC e protocolada na
Secretaria-Geral da Mesa. No plenário, deputados do PT, do PDT e do PCdoB alegaram que a elaboração
de uma proposta com teor muito semelhante ao texto derrubado contraria o regimento. Argumentaram
ainda que, para ser votada, a emenda teria que ter sido elaborada e apensada antes da votação ocorrida
durante a madrugada.

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Cunha rebateu os argumentos citando o artigo 191, inciso V, do regimento interno da Câmara.
Conforme esse trecho, na hipótese de rejeição do substitutivo (texto apresentado pelo relator da proposta,
como é o caso), “a proposição inicial será votada por último, depois das emendas que lhe tenham sido
apresentadas”.
Segundo o peemedebista, como o texto original ainda não havia sido votado, é permitida a
apresentação de novas emendas aglutinativas com base nas propostas apensadas a essa redação.
Os parlamentares continuaram a protestar e Cunha chegou a bater boca com eles. “Quando o senhor
é chamado de autoritário, o senhor se chateia”, protestou o deputado Glauber Braga (PSB-RJ). Cunha
rebateu: “Ninguém vai vencer aqui no berro”.
“Não imagine que o senhor vai nos escravizar, porque não vai. Não imagine que todos os
parlamentares vão abaixar a cabeça”, emendou Braga. O deputado Weverton Rocha (PDT-MA) acusou
Cunha de “aplicar um golpe”. A deputada Erika Kokay (PT-DF) chamou o presidente da Câmara de Luiz
XIV, em referência ao rei francês absolutista, e disse que ele tentava sobrepor a sua vontade à dos
parlamentares.
José Guimarães (PT-CE) fez um apelo para que a votação fosse suspensa e a Câmara discutisse
como alternativa um projeto de lei que tramita no Senado ampliando de 3 para 10 anos o período máximo
de internação de jovens infratores.
Segundo ele, “uma discussão tão importante como essa” não poderia ser tratada “com tamanho
radicalismo”. Guimarães argumentou ainda que a aprovação da emenda poderia trazer “sequelas”.
“Reverter [a posição] de ontem para hoje é o melhor caminho? Claro que não, porque pode deixar
sequelas”, disse sobre o impacto da redução. No entanto, Cunha não cedeu e continuou a sessão. Os
parlamentares contrários à redução da maioridade tentaram, então, obstruir a sessão, utilizando-se de
manobras previstas no regimento para postergar ao máximo a votação.

Nathalia Passarinho
02/07/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/apos-rejeitar-pec-camara-aprova-novo-texto-que-
reduz-maioridade.html

Câmara aprova lei da terceirização: projeto gera empregos ou precariza relações de trabalho?

A Câmara dos Deputados encerrou na noite de quarta-feira a votação do polêmico projeto de lei que
regulamenta a terceirização do trabalho no Brasil.
A aprovação do PL 4330 representou uma derrota do governo, o PT e entidades sindicais, que
tentavam obter apoio para que ele fosse reprovado.
Seu texto principal havia sido aprovado em 8 de abril. Desde então, a Câmara apreciou pedidos de
alteração, conhecidos como destaques.
O projeto agora seguirá para o Senado, onde deve continuar gerando polêmica e divisões.
O PL 4330 permite às empresas terceirizarem até suas atividades-fim, aquelas que estão no centro da
atuação das companhias. Segundo sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), sua
aprovação promoveria a precarização das relações de trabalho no país.
Já as entidades patronais, como a Fiesp, defendem que a medida poderia gerar milhares de novos
postos de trabalho, além de ampliar a segurança jurídica para os 12 milhões de brasileiros que já prestam
serviço como terceirizados.
Mas a polêmica está longe de ser nova. Há décadas, economistas se dividem dentro e fora do Brasil
sobre os possíveis efeitos da terceirização de trabalhadores pelas empresas.
A BBC Brasil entrevistou economistas com pontos de vistas diferentes sobre o tema em uma tentativa
de esclarecer os argumentos de um e outro lado.
Afinal, a terceirização ajuda a gerar empregos ou apenas precariza as relações de trabalho?

Geração de empregos

Para Márcio Salvato, coordenador do curso de economia do Ibmec-MG, ampliar as possibilidades de


terceirização das atividades das empresas pode ajudar a tornar a economia brasileira mais competitiva,
impulsionando a criação de empregos no médio prazo.
"A contratação de terceirizados pode reduzir os encargos sobre a folha de pagamentos e os recursos
gastos com a gestão de trabalhadores nas empresas. Além disso, elas podem contratar trabalhadores
mais especializados, o que gera ganhos de eficiência", diz ele.

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O professor Fernando Peluso, do Insper, por outro lado, é mais cético sobre os efeitos da terceirização
sobre a geração de empregos.
"Uma empresa que precisa de 1.000 pessoas para produzir vai continuar precisando dessas 1.000
pessoas. Pode haver uma substituição de empregados contratados por terceirizados, mas não vejo por
que as empresas contratariam mais - ou menos", diz ele.
José Dari, economista da Unicamp especialista em relações de trabalho, concorda parcialmente com
Peluso.
"De fato não há nenhuma evidência empírica de que a terceirização gere emprego. O que gera
emprego é uma economia aquecida: o empresário contrata para produzir mais, quando sabe que pode
vender mais", diz.
Mas Dari vai além: "Pode ser até que ocorra o contrário. Ou seja, que com um aumento da terceirização
haja um fechamento de postos de trabalho, porque os trabalhadores terceirizados tendem a trabalhar
mais horas", diz ele.
O professor da Unicamp lembra que nos anos 1990 muitos economistas diziam que o desemprego
elevado era causado pela rigidez da legislação trabalhista brasileira.
"Eles defendiam que era preciso reduzir os custos relacionados à demissão de trabalhadores para
estimular contratações e foi nessa época que foram criados os contratos por prazo determinado", afirma
Dari.
"E o que aconteceu? Esses contratos foram muito pouco utilizados e nos anos 2000 conseguimos
reduzir o desemprego mantendo os direitos dos trabalhadores porque a expansão da atividade econômica
favoreceu isso."

Eficiência

Tanto Peluso quanto Salvato acreditam que a possibilidade de as empresas terceirizarem suas
atividades pode ajudá-las a se tornar mais eficientes.
Segundo eles, isso seria verdade tanto para a terceirização das atividades-meio - por exemplo, a
segurança, a limpeza e os serviços de TI - quanto das atividades-fim.
"Há empresas cujo produto final depende de uma série de processos especializados. Basta pensar no
caso das construtoras. Elas podem querer terceirizar a terraplanagem ou a parte elétrica de seus projetos
se acharem que contratando uma firma especializada o resultado será melhor", diz Peluso.
Para o professor do Insper, um ponto positivo da nova lei é que ela exige que as empresas prestadoras
de serviços terceirizados sejam especializadas em sua área. Isso favoreceria, na opinião dele, a
terceirização como estratégia para ganhar eficiência em detrimento da terceirização para reduzir custos.
Já para Dari, da Unicamp, a terceirização está longe de garantir um trabalho de mais qualidade.
"Para que uma empresa estaria interessada em terceirizar sua atividade-fim? Para ter um custo menor
com seus trabalhadores, pagar salários mais baixos", diz ele.
"Em muitos esquemas de terceirização a empresa precisa remunerar não só os trabalhadores que
exercem uma determinada função mas também os intermediários, que fazem sua contratação - e esse é
um recurso perdido. O profissional em questão, que aceita ganhar menos, nem sempre é de boa
qualidade. Por isso, temos até exemplos de empresas que voltaram atrás na terceirização de algumas de
suas atividades porque o resultado não foi o desejado."

Direitos dos trabalhadores

No que diz respeito aos efeitos da terceirização sobre os direitos dos trabalhadores as opiniões
também se dividem.
Segundo a CUT, quatro em cada cinco acidentes de trabalho envolvem funcionários terceirizados.
Esses empregados também receberiam salários 25% menores e trabalhariam 3 horas a mais por semana
que os contratados.
Dari diz que esses dados mostram que uma ampliação da terceirização ceifaria direitos e conquistas
da classe trabalhadora no Brasil.
"É claro que as empresas brasileiras até podem se tornar mais competitivas se pagarem menos e
oferecerem menos benefícios aos seus trabalhadores, mas a questão é: que tipo de nação vamos
construir com essa estratégia?", questiona.
"Queremos ser Bangladesh, onde o salário de um funcionário da indústria têxtil é US$38? Por que não
atacamos o problema da competitividade com outras estratégias: estimulando a inovação tecnológica,
melhorando nossa infraestrutura e etc?"

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Salvato, da Ibmec-MG, não nega que mudanças no mercado impulsionadas por uma nova lei sobre o
tema possam representar salários mais baixos.
Ele lembra, porém, que as terceirizadas são obrigadas a seguir a CLT e opina que o novo projeto
amplia a segurança jurídica dos trabalhadores terceirizados ao regulamentar suas atividades. As
empresas que contratam seus serviços, por exemplo, são obrigadas a fiscalizar se os direitos desses
funcionários não estão sendo violados.
"O mundo mudou e os direitos dos trabalhadores brasileiros terão de ser repensados", opina Salvato.
"Na época em que eles foram criados, tínhamos uma população muito mais jovem e não havia tanta
pressão da competição internacional."

Ruth Costas
22/05/2015
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150413_terceirizacao_entenda_ru

Luiz Edson Fachin assume vaga no STF

O Senado aprovou em 19 de maio a indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal
Federal (STF). Foram 52 votos a favor, 27 contra e nenhuma abstenção. Fachin, que teve o nome indicado
pela presidenta Dilma Rousseff, vai assumir a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Joaquim
Barbosa.
Havia grande expectativa sobre a votação no plenário. O senador Magno Malta (PR-ES) subiu à tribuna
para justificar porque votaria contra. Ele disse que, após sabatina de cerca de 11 horas pela qual o jurista
passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quarta-feira (13) da semana passada, não ficou
convencido que Fachin seria contrário a alguns temas polêmicos que chegassem ao STF. “Ele só
respondeu com 'rolando lero' jurídico”, disse. Malta destacou que o jurista não deu respostas concretas
às perguntas feitas durante a sabatina. “Só os tolos não mudam. Eu mudei. Gostaria de saber se as
convicções de Fachin permanecem, mas não tive resposta dele para isso”, completou.
O líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), divulgou nota, após a votação, criticando a aprovação
de Fachin. "[O jurista tem uma posição] ideologizada em relação ao direito de propriedade, segmentos de
normas constitucionais, função social da terra, comportamento que foi defendido durante a Constituinte e
que dificilmente será mudado por alguém depois de uma certa idade. Ele já tem uma posição firmada
com vários livros e textos que comprovam. Precisamos de um ministro que contribua com tranquilidade
nas decisões.”
A aprovação do nome de Fachin foi comemorada por diversos senadores, entre os quais Gleisi
Hoffmann (PT-PR). Ela lembrou que os três senadores paranaenses foram favoráveis ao jurista, assim
como o governador do estado, Beto Richa (PSDB), e a maioria da Assembleia Legislativa. “Não posso
deixar de registrar a unidade que o estado do Paraná teve em torno do nome do professor Fachin”, disse.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi outro a favor do nome do jurista para o Supremo. Ele
classificou a aprovação como “vitória da indicação de um dos melhores juristas do país”. Assim como
Gleisi, Randolfe ressaltou que Fachin teve o apoio, inclusive, de juristas que pensam diferente dele, mas
que registraram sua competência em cartas abertas e moções de apoio.
“É a vitória de alguém que reuniu o apoio de juristas que pensam diferente dele, da comunidade
acadêmica, da comunidade jurídica, da Ordem dos Advogados do Brasil [OAB], dos procuradores da
República, entre outros. A presidente da República indicou, o Senado rigorosamente sabatinou, com
direito a debates, com direito a indefinição momentos antes de sua aprovação. Tenho certeza de que
esse processo fará com que o ministro Fachin seja um dos melhores que o Supremo Tribunal Federal já
teve”, disse o senador.
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), cumprimentou o presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), ressaltando que ele conduziu a votação de maneira isenta. Nos últimos meses,
Renan tem sido personagem de diversos episódios de desavenças com a presidenta Dilma Rousseff,
mas disse que se manteria neutro na condução das votações de interesse do governo. “Eu quero dar aqui
o meu testemunho da maneira correta como Vossa Excelência se comportou durante todo o processo, a
despeito do que diziam outras pessoas. Vossa Excelência se comportou como um magistrado nessas
votações”, disse Delcídio a Renan após a votação.
Em nota, o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, classificou a ratificação do
nome como uma vitória da advocacia. “A aprovação do nome de Fachin coloca um dos melhores nomes
da advocacia em lugar de destaque, fazendo justiça ao indicado e dando ao STF mais uma excelente
contribuição para o andamento dos trabalhos, com imparcialidade e independência”, afirmou Marcus
Vinicius.

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Logo após o anúncio da aprovação, um buzinaço começou nas duas vias do Eixo Monumental, que
passam ao lado do Congresso. Nas redes sociais, internautas postaram que o buzinaço ocorreu em
protesto contra a decisão do Senado. Mais cedo, faixas e cartazes colocados em frente às entradas do
Senado pediam a rejeição do nome do jurista.

19/05/2015
Agência Brasil

Corrupção na Petrobras deveria ter sido investigada nos anos 90, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta sexta-feira (20/02/2015) que se casos suspeitos de
corrupção na Petrobras tivessem sido investigados durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-
2002), do PSDB, já na década de 1990, o esquema descoberto pela operação Lava Jato que envolve a
estatal não ocorreria.
"Se em 1996 e 1997 tivessem investigado e tivessem naquele momento punido, nós não teríamos o
caso desse funcionário que ficou quase 20 anos praticando atos de corrupção. A impunidade leva a água
para o moinho da corrupção", disse Dilma após cerimônia no Palácio do Planalto.
Foi a primeira entrevista de Dilma em seu segundo mandato na Presidência. A presidente não dava
declarações à imprensa desde dezembro de 2014.
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou, em delação premiada, que começou a receber
propina da SBM Offshore, uma fornecedora da petrolífera, em 1997, ainda durante o governo FHC.
Barusco disse à PF que abriu uma conta na Suíça no final da década de 1990 para receber as
remessas ilegais de dinheiro da SBM, que, segundo ele, totalizaram US$ 22 milhões até 2010.
"Dilma parece querer zombar da inteligência dos brasileiros ao atribuir o maior escândalo de corrupção
a um governo de 15 anos atrás. Parece que ela volta a viver no mundo da fantasia", disse o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), em resposta às declarações de Dilma. "O PSDB não tem receio de que se
investigue o que quer que seja."
Mais tarde, FHC disse, em nota, que Dilma deveria "ter mais cuidado" e não se isentar de
"responsabilidades".
Dilma disse também que os esquemas de corrupção agora são investigados. "Hoje nós demos um
passo e para esse passo devemos olhar e valorizar. Não tem 'engavetador da República', não tem
controle da Polícia Federal, nós não nomeamos pessoas políticas para os cargos da Polícia Federal. E
isso significa que o Ministério Público e a Justiça e todos os órgãos do Judiciário que o que está havendo
no Brasil é o processo de investigação como nunca foi feito antes."
A presidente também isentou as empresas dos "malfeitos" investigados pela Lava Jato, dizendo que
eles foram cometidos por funcionários.
Para Dilma, as investigações contra executivos e acionistas das empreiteiras suspeitas de participarem
do esquema de corrupção não podem interferir nas obras no país. "É necessário criar emprego e gerar
renda no Brasil".
"Isso não significa, de maneira alguma, ser conivente, ou apoiar, ou impedir qualquer investigação ou
qualquer punição a quem quer que seja, doa a quem doer", afirmou.
Dilma disse ainda que não irá tratar a Petrobras como principal responsável pela corrupção e que
quem deve responder pelas irregularidades cometidas na empresa são os funcionários que praticaram
atos de desvio e lavagem de dinheiro da estatal.
"Quem praticou malfeitos foram funcionários da Petrobras, que vão ter de pagar por isso. Quem
cometeu malfeito, quem participou de atos de corrupção vai ter de responder por eles, essa é a regra do
Brasil", disse.
As declarações foram dadas pela presidente em uma entrevista coletiva após a cerimônia de entrega
das cartas credenciais dos embaixadores estrangeiros no Palácio do Planalto, em Brasília.

20/02/2015
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/02/20/funcionarios-cometeram-irregularidades-
nao-petrobras-diz-dilma.htm

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Economia

Mais de 60% dos trabalhadores fazem hora extra, aponta pesquisa

Os brasileiros não fazem jus à fama de folgados – é o que sugere pesquisa divulgada pela Catho e
divulgada nesta terça-feira (05/04/2016). Segundo o levantamento, fazer hora extra é comum para 60,7%
dos trabalhadores. De 23.011 entrevistados, 13.968 admitem trabalhar após o fim do expediente.
Segundo a pesquisa, 52,7% dos profissionais costuma fazer entre 2 e 5 horas extras por semana.
Outros 20% dizem fazer entre 6 e 10 horas a mais; e 5,9%, entre 11 e 15. Para 6,7%, as horas extras
chegam a mais de 16 por semana.
“Trabalhar além do horário é comum para a maioria dos brasileiros e tende a ganhar mais força em
um ambiente econômico como o atual. Pressionadas para ganharem produtividade com os recursos já
contratados, algumas empresas aumentam o escopo de tarefas de seus funcionários em vez de contratar
novos profissionais”, afirma, em nota, Murilo Cavellucci, Diretor de Gente e Gestão da Catho.

05/04/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2016/04/mais-de-60-dos-
trabalhadores-fazem-hora-extra-aponta-pesquisa.html

Em corte adicional, Educação perde R$ 4,2 bilhões e PAC, R$ 3,2 bilhões

O Ministério do Planejamento divulgou nesta quarta-feira (30/03/2016), por meio de edição


extraordinária do "Diário Oficial da União", mais detalhes sobre o bloqueio extra de R$ 21,2 bilhões,
anunciado na semana passada.
Segundo os números do governo federal, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve seu
limite de gastos limitado em R$ 3,21 bilhões, com a autorização para despesas, em todo este ano, caindo
de R$ 26,49 bilhões para R$ 23,28 bilhões.
Neste mês, após a cerimônia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe
da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff publicou um decreto que transfere a gestão do PAC do
Ministério do Planejamento para a Casa Civil. Lula, porém, ainda não assumiu o cargo porque teve a
nomeação suspensa pelo Supremo Tribunal Federal.

Minha Casa Minha Vida


O anúncio aconteceu no mesmo dia em que o governo lançou, em uma cerimônia no Palácio do
Planalto, a terceira fase do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida(MCMV), que terá a meta
de entregar 2 milhões de moradias populares até 2018. O MCMV está dentro do PAC.
Nos dois primeiros meses deste ano, os gastos do PAC já haviam recuado. Segundo números do
Tesouro Nacional, as despesas do PAC caíram 6,8%, para R$ 6,96 bilhões, contra R$ 7,46 bilhões em
igual período do ano passado.
Já as despesas do Minha Casa Minha Vida tiveram uma queda mais forte ainda no primeiro bimerstre.
Os números oficiais mostram que esses gastos somaram R$ 1,24 bilhão em janeiro e fevereiro deste ano,
contra 2,75 bilhões no mesmo período do ano passado – uma queda de 54%.
Corte por ministérios
Os números do novo decreto de limitação de gastos divulgado pelo governo federal mostram que o
Ministério da Educação foi fortemente afetado pelo novo bloqueio de gastos.

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De acordo com o governo, o Ministério da Educação teve seu limite de empenho para gastos
discricionários (excluindo o PAC e as despesas obrigatórias) diminuído em R$ 4,27 bilhões para todo este
ano.
Já o Ministério da Saúde teve seu limite para gastos reduzido em R$ 2,28 bilhões, enquanto o
Ministério da Ciência e Tecnologia teve seu orçamento para todo este ano diminuído em R$ 1 bilhão. O
Ministério de Minas e Energia teve seu limite cortado em R$ 2,13 bilhões e o Ministério da Fazenda
"perdeu" R$ 827 milhões.
O Ministério da Defesa, por sua vez, teve seu limite para gastos para o ano de 2016 reduzido em R$
2,13 bilhões, ao mesmo tempo em que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome teve
seu orçamento cortado em R$ 827 milhões.

Bloqueio adicional
O corte adicional no orçamento deste ano, anunciado na semana passada, se somou ao bloqueio de
R$ 23,4 bilhões que havia sido autorizado em fevereiro. Com isso, o corte total, na peça orçamentária de
2016, chega a R$ 44,65 bilhões.
Segundo o governo, o novo bloqueio de gastos no orçamento deste ano visa cumprir a meta de
superávit primário, isto é, a economia para pagar juros da dívida pública, de R$ 24 bilhões para o governo
central - União, Previdência Social e Banco Central - fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
deste ano.
Nesta semana, porém, o governo encaminhou ao Congresso Nacional o projeto de lei que altera a
meta fiscal deste ano e autoriza um déficit de até R$ 96,65 bilhões em suas contas em 2016.
Ao anunciar que o governo enviaria o projeto, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, informou que
ele contempla a "reversão" desse corte adicional de R$ 21,2 bilhões nos limites para gastos - cujo
detalhamento saiu nesta quarta-feira (30/03/2016).
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/03/governo-detalha-corte-extra-no-orcamento-pac-
perde-r-32-bilhoes.html

Após tirar grau de investimento, S&P volta a rebaixar nota do Brasil

A Standard and Poor's (S&P) rebaixou novamente a nota de crédito soberano do Brasil nesta quarta-
feira (17/02/2016), mais de cinco meses após o país perder o selo de bom pagador pela agência. O
rating, que é usado como referência para os investidores estrangeiros aplicarem recursos no Brasil, foi
cortado em um nível, passando de BB+ para BB, com perspectiva negativa.
A agência justificou sua decisão alegando que o perfil do crédito do Brasil se debilitou desde setembro
do ano passado, enquanto os desafios políticos e econômicos seguem sendo "consideráveis".
Em setembro, o Brasil perdeu o grau de investimento pela S&P, quando a nota do país foi rebaixada
de "BBB-" para "BB+", com perspectiva negativa.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de
calotes. A S&P foi a primeira agência entre as maiores a tirar o grau de investimento do Brasil.
O Ministério da Fazenda informou estar convicto que o novo rebaixamento da nota de crédito do
Brasil é temporário e será revertido "tão logo os resultados das medidas em andamento comecem a
produzir efeitos na economia, levando ao reequilíbrio fiscal e à recuperação do crescimento".
No corte desta quarta-feira, a S&P afirmou esperar "um processo de ajuste mais prolongado com uma
correção mais lenta da política fiscal" e previu que o país fechará 2016 com uma contração de cerca de
3% e terminar 2015 com queda de 3,71%.
A agência mantém o otimismo para 2017, quando acredita que o país crescerá 1%. A S&P mencionou
mais uma vez o conturbado ambiente político, que mantém a presidente Dilma Rousseff à beira de um
julgamento no Congresso visando sua destituição, e que, de acordo com a agência, "complica a
aprovação de medidas de ajuste fiscal para reativar a maltratada economia nacional".
"Apesar dos planos do governo para planejar uma reforma estrutural, como a da previdência,
esperamos que o ambiente político após o processo de impeachment siga limitando a viabilidade das
reformas, independentemente de quem seja presidente", expressou a agência.
A S&P lembrou ainda dos escândalos de corrupção, que envolvem dezenas de políticos, como um
ingrediente mais que mantém o clima de incerteza no país. "Acreditamos que as atuais investigações de
corrupção de indivíduos e empresas de alto nível, tanto no setor privado como no público, e em diferentes
partidos políticos, aumentaram a incerteza política no curto prazo", opinou.
O país também perdeu o grau de investimento pela agência Fitch, que em dezembro cortou a nota
do país pela segunda vez em dois meses: de BBB- para BB+, o primeiro degrau do que é considerado

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grau especulativo. A agência também colocou a nota do país em perspectiva negativa, indicando que ela
pode voltar a ser rebaixada.

Moody's
O país segue com grau de investimento apenas pela Moody's, que já avisou que pode cortar a nota
do país a qualquer momento.
Em dezembro, a agência colocou a nota de crédito soberano do Brasil em revisão para um possível
rebaixamento. A atual nota do país é Baa3 – o último nível dentro do grau de investimento.

Efeito
Para o economista-chefe da agência de risco brasileira Austin Rating, Alex Agostini, esse novo corte
não tem mais efeito prático para o Brasil. A única consequência, segundo ele, é que aumenta a distância
do Brasil em relação ao selo de bom pagador, que foi perdido em setembro.
“O país fica um passo mais distante de recuperar o grau de investimento pela S&P. Na prática, pode
levar mais tempo para o Brasil retomar a nota que alcançou no passado”, avalia o economista.
Na visão de Agostini, desde a perda do grau de investimento, a situação piorou no Brasil. "Todos os
indicadores demonstram uma piora, além da falta de governabilidade tanto no ambiente político como
econômico”, diz.
Brasil conquistou grau de investimento em 2008
O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard &
Poor’s em 2008. Em 2009, conquistou a classificação pela Moody’s.
A partir da nota de risco que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a
possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido
com a instabilidade econômica local.
A nota de crédito do país acaba refletindo também na nota das empresas. Ou seja, uma piora no
ranting soberano do Brasil pode resultar em rebaixamentos de empresas e, consequentemente, numa
maior dificuldade de financiamento ou, ainda, crédito mais caro.

17/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/02/sp-volta-rebaixar-nota-do-brasil.html

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Ação da Petrobras cai abaixo de R$ 6, menor valor desde 2004

As ações da Petrobras operam em forte queda nesta terça-feira (12/01), atingindo mínimas de quase
12 anos, após a estatal ter anunciado uma redução de US$ 32 bilhões em seu plano de investimentos
da para o período 2015-2019.
Por volta das 17h13, o papel preferencial da Petrobras caía 8,21%, a R$ 5,59 – o menor, para um
fechamento, desde maio de 2004. Já a ação ordinária recuava 8,31%, negociada a R$ 6,95. O Ibovespa,
principal índice da bolsa de valores, caía 1,04%.
Segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica, a última vez que a ação fechou
abaixo de R$ 6 foi em 28 de maio de 2004, já considerando os valores ajustados por proventos.
A petroleira informou nesta terça que o Conselho de Administração da estatal reduziu o plano de
investimentos da companhia para o período 2015-2019 para US$ 98,4 bilhões, queda de US$ 32 bilhões
ante a projeção inicial, principalmente devido à otimização do portfólio de projetos e do efeito cambial.
De acordo com a Petrobras, esses ajustes na carteira de investimentos resultaram em uma redução
da projeção de produção de petróleo no Brasil de 2,185 milhões de barris por dia em 2016 para 2,145
milhões de bpd e de 2,8 milhões de bpd em 2020 para 2,7 milhões.
A nova versão do plano de negócios considera um preço médio para o petróleo Brent de US$ 45 em
2016, ante projeção anterior de US$ 55, e uma taxa de câmbio média no ano de R$ 4,06 por dólar, ante
R$ 3,80 anteriormente.

Endividamento e prejuízos

A queda dos preços internacionais do petróleo tem prejudicado ainda mais a situação econômica da
companhia, que enfrenta alto endividamento.
A dívida bruta da Petrobras atingiu no 3º trimestre de 2015 o nível recorde de R$ 506,5 bilhões. Já a
dívida líquida (dívida total bruta menos o caixa) subiu para R$ 402,3 bilhões no final de setembro. No final
de 2014, o endividamento total era de R$ 282 bilhões.
A petroleira encerrou o 3º trimestre do ano passado com prejuízo líquido de R$ 3,759 bilhões no
terceiro trimestre, o terceiro pior da história da estatal. No acumulado nos nove primeiros meses do ano,
a petroleira acumula lucro líquido de R$ 2,102 bilhões, o que representa uma queda de 58% na
compração com o mesmo período de 2014.
A Petrobras está no centro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em abril, a
companhia calculou em R$ 6,194 bilhões as perdas por corrupção e reduziu o valor de seus ativos em
R$ 44,3 bilhões.

12/01/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2016/01/acao-da-petrobras-cai-abaixo-de-r-6-
menor-valor-desde-2004.html

Inflação oficial fica em 10,67% em 2015, a maior desde 2002

O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, ficou em 0,96% em
dezembro, fechando o ano de 2015 em 10,67%, a maior taxa desde 2002, informou o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (08/01).
Considerando apenas o mês de dezembro, o avanço de preços também é o mais alto em 13 anos,
quando o IPCA do período chegou a 2,10%.
Esse resultado indica que a inflação fechou bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central
para o ano.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo
de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente
descumprida. Em 2014, o índice havia avançado 6,41%.

Custo de vida ainda mais caro

O que mais pesou no bolso do brasileiro no ano passado foi o aumento de preços dos alimentos e das
bebidas. De 8,03% em 2014, a taxa subiu para 12,03%. Não foi o aumento mais forte entre todos os tipos
de gastos analisados pelo IBGE, mas seu peso é o maior no cálculo do IPCA.
“Especialmente no caso dos alimentos, o clima fez com que alguns produtos fossem prejudicados não
só na quantidade, mas também na qualidade. A chuva nos estados do Sul prejudicou um pouco as

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lavouras, e os produtores já estavam sacrificados por custos de aumento de energia, frete, combustível
e majoraram seus preços”, disse a coordenadora de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Gastos com habitação também subiram bastante: de 8,8% para 18,31%. Depois desse grupo vem o
de transportes, que registrou forte avanço: de 3,75% em 2014 para 10,16%, no ano seguinte.

Alta da energia e combustíveis

De acordo com o IBGE, o maior impacto do ano na análise individual dos itens – não dos grupos –
partiu da energia elétrica e dos combustíveis.
A conta de luz do consumidor brasileiro ficou, em média, 51% maior que em 2014. São Paulo e Curitiba
aplicaram os maiores reajustes, de 70,97% e 69,22%, respectivamente.
Com o aumento do preço da gasolina autorizado pela Petrobras no início de setembro, o reajuste no
valor dos combustíveis chegou a 21,43%. A gasolina subiu 20,10% em média – um pouco abaixo do
avanço médio do custo do etanol, de 29,63%.
"Em 2015, os combustíveis tiveram um papel importante no sentido de pressionar a taxa. No final do
ano, a gasolina foi reajustada em 6% e, durante os três últimos meses do ano, esse aumento teve uma
repercussão. Não só pelo reajuste em si, mas também pela pressão do etanol. O etanol teve uma alta
muito forte e isso teve uma influência sobre a composição da gasolina, já que 27% da mistura é de
responsabilidade do etanol”, disse Eulina Santos.

Despesas pessoais

Tiveram variações próximas e abaixo da média os grupos de despesas pessoais (9,5%), educação
(9,25%) e saúde e cuidados pessoais (9,23%). Dentro desses tipos de gastos, as principais pressões
partiram dos empregados domésticos, dos jogos de loteria, de serviço bancário, excursão, cabeleireiro,
cigarro e manicure.
As menores taxas foram vistas em artigos de residência (5,36%), de vestuário (4,46%) e de
comunicação (2,11%).
“No primeiro trimestre de 2015, houve uma concentração forte nas contas que as pessoas pagam e
influenciam no custo de vida. Itens importantes como a energia elétrica, que fechou o ano com 50%, taxa
de água e esgoto, combustíveis. Ou seja, o primeiro semestre de 2015 concentrou aumentos fortes. Esses
aumentos se alastraram para os demais produtos", afirmou.
De acordo com a coordenadora do IBGE, a alta do câmbio também determinou aumento forte em
outros itens como artigos de limpeza e itens de consumo.

Janeiro de reajustes

“Nesse primeiro mês de 2016, já são conhecidos vários itens que vão pesar no custo de vida. Um deles
é o gasto com transportes que é importante no orçamento das famílias, importante para trabalhar e
deslocamento", disse Eulina Santos.
Ela afirmou que alguns estados já fizeram aumentos relativamente fortes nas passagens dos ônibus
urbanos, e a energia elétrica também vai ter reajuste em algumas regiões. "Algumas taxas como água e
esgoto vão aumentar e, para quem fuma, o cigarro terá um aumento significativo. Ou seja, janeiro vai
concentrar alguns reajustes expressivos e de peso no orçamento das famílias."

Raio-X do IPCA
O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários
mínimos de dez regiões metropolitanas, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
No cálculo do índice de dezembro, por exemplo, foram comparados os preços pesquisados de 28 de
novembro a 29 de dezembro de 2015 (referência) com os preços vigentes de 28 de outubro a 27 de
novembro de 2015.

08/01/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/inflacao-oficial-fica-em-1067-em-2015.html

Petróleo cai abaixo dos US$ 35 pela primeira vez em 11 anos

O barril de Brent, petróleo negociado em Londres, caiu nesta quarta-feira (06/01) abaixo dos US$ 35
pela primeira vez em 11 anos, em um mercado deprimido por um excesso de oferta.

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No meio da sessão, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em fevereiro caiu para US$ 34,83
no Intercontinental Exchange (ICE) de Londres, seu nível mais baixo desde julho de 2004.
Nos Estados Unidos, no New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de "light sweet crude" (WTI)
para entrega no mesmo prazo abriu com queda acentuada de US$ 1,39, a US$ 34,58.
O petróleo nos EUA já havia caído abaixo dos US$ 35 dólares em meados de dezembro, em uma
cotação inédita desde fevereiro de 2009.
"Acho que tudo isso tem a ver com as preocupações internacionais e com os mercados de ações, que
ultimamente têm seguido o mercado do petróleo", comentou Oliver Sloup, da iiTrader.com.

06/01/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2016/01/petroleo-cai-abaixo-dos-us-35-pela-
primeira-vez-em-11-anos.html

Balança comercial tem em 2015 melhor saldo em 4 anos

Com a economia brasileira em recessão e o dólar alto, as importações desabaram 24,3% em 2015 e,
com isso, o superávit – exportações menos compras do exterior – da balança comercial brasileira registrou
o maior valor em quatro anos. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
No ano passado, o saldo das transações comerciais do Brasil com o resto do mundo somou US$ 19,69
bilhões. Foi o maior valor para um ano fechado desde 2011, quando o superávit comercial somou US$
29,79 bilhões.
Em 2012 e 2013, houve um saldo positivo de, respectivamente, US$ 19,39 bilhões e de US$ 2,28
bilhões. Em 2014, foi contabilizado um déficit – importações maiores do que vendas externas – de
US$ 4,05 bilhões (número revisado).
"Nós sempre compartilhamos com vocês que a desvalorização cambial [alta do dólar] impulsiona, em
especial, a exportação de manufaturados. Esse processo toma tempo. O comportamento de cada grupo
é diferente. Temos sinais de impacto positivo do câmbio sobre as exportações sobre automóveis e têxteis
(...) Houve impacto parcial do câmbio sobre as exportações em 2015", declarou secretário de Comércio
Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho.
Dólar alto torna as vendas externas mais baratas e as importações mais caras. No ano passado, a
moeda norte-americana subiu quase 50% – o maior aumento em 13 anos.

Petróleo também ajuda

Ainda segundo números oficiais, a melhora da balança comercial também foi influenciada pela queda
do preço do petróleo. Como o Brasil mais importa do que vende petróleo ao exterior, o recuo do preço
favorece a melhora do saldo comercial do país.
A conta que inclui petróleo, derivados e combustíveis, teve déficit de US$ 5,73 bilhões em 2015, contra
um resultado negativo de US$ 16,93 bilhões em 2014. Somente este fator, portanto, foi responsável por
uma melhora de US$ 11,2 bilhões no saldo comercial no ano passado (47% da reversão do saldo
comercial registrado em 2015).
"O petróleo e seus derivados são produtos importantes da pauta exportadora. Esses produtos têm
importância fundamental para também explicar a melhora da balança comercial como um todo. O Brasil
continua como importador líquido", disse Godinho, do Ministério do Desenvolvimento.

Exportações e importações

No ano passado, as exportações somaram US$ 191,13 bilhões, com média diária de US$ 764 milhões
(queda de 14,1% sobre 2014). Foi o menor valor, para um ano fechado, desde 2009 – pela média diária,
fator considerado mais apropriado por especialistas.
Em 2015, recuaram as vendas de semimanufaturados (-7,9%) e de produtos básicos (-19,5%). E
também de manufaturados, que tiveram um recuo de 8,2%.
Segundo Daniel Godinho, a queda dos preços das "commodities" (produtos básicos com cotação
internacional, como minério de ferro, alimentos e petróleo) influenciou fortemente o resultado comercial
do ano passado.
De acordo com números oficiais, as vendas externas de minério de ferro, do complexo soja e de óleos
brutos de petróleo bateram recorde em termos de quantidade. Porém, o preço do minério de ferro recuou
48,7% frente ao ano de 2014, do complexo soja caiu 24,2% e de óleos brutos de petróleo caiu 49,4%.

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Com os preços mais baixos, os valores das exportações destes produtos também acabaram recuando,
apesar da quantidade recorde exportada. "Se os preços das 'commodities' estivessem no mesmo patamar
de 2014, as exportações seriam US$ 37 bilhões maiores no ano passado", disse o secretário de Comércio
Exterior.
As importações, por sua vez, somaram US$ 171,45 bilhões em 2015, ou US$ 685 milhões por dia útil
– queda de 24,3% em relação ao ano de 2014, segundo números oficiais. Também é o menor valor, para
um ano fechado, desde 2009.
A queda nas importações foi puxada por menores gastos com combustíveis e lubrificantes (-44,3%),
matérias-primas (-20,2%), bens de consumo (-19,6%) e máquinas e equipamentos para produção (-
20,2%).

Dezembro foi o melhor mês da história

Em dezembro de 2015, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento, as exportações superaram


as importações em US$ 6,24 bilhões. Foi o maior saldo mensal positivo para todos os meses, desde o
início da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 1989.
O resultado do mês passado foi influenciado pela "exportação" de uma plataforma de extração de
petróleo, no valor de US$ 818 milhões. Neste tipo de operação, que já foi realizada anteriormente, a
plataforma não chegou, porém, a sair do Brasil.
Ela foi comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizada" no
Brasil como se estivesse sendo "alugada", mesmo sem deixar o país fisicamente. Esse expediente – que
é legal e está de acordo com as regras internacionais – permite às empresas do setor recolherem menos
tributos. O processo é chamado de "exportação ficta".

Compradores e vendedores

Segundo os números do governo, a China continuou sendo o maior comprador de produtos brasileiros
no ano passado. Em 2015, o país asiático comprou US$ 35,6 bilhões do Brasil, seguida pelos Estados
Unidos (US$ 24,2 bilhões), Argentina (US$ 12,8 bilhões) e Países Baixos (US$ 10 bilhões).
Ao mesmo tempo, a China também foi o maior vendedor para o Brasil em 2015. No ano pasasdo, as
importações do país asiático somaram US$ 30,7 bilhões, seguido dos Estados Unidos (US$ 26,8 bilhões),
da Alemanha (US$ 10,4 bilhões) e da Argentina (US$ 10,3 bilhões).

Estimativas do mercado e do BC para 2016

A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa
realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. A própria
autoridade monetária também prevê melhora no saldo comercial.
A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 35 bilhões nas transações
comerciais do país com o exterior para 2016. Essa é a mesma previsão de saldo positivo do Ministério
do Desenvolvimento para este ano.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 30 bilhões para este ano, com
exportações em US$ 190 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 160 bilhões.
04/01/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/com-alta-de-importacoes-balanca-tem-em-2015-
melhor-saldo-em-4-anos.html

Bolsas da China despencam 7%, e operações são suspensas pela primeira vez

As Bolsas de Valores da China despencaram cerca de 7% na sua primeira operação de 2016, nesta
segunda-feira (4), e as negociações de ações foram suspensas.
Essa foi a primeira sessão em que foram colocados em prática na China os "circuit breakers", um
mecanismo de suspensão da Bolsa para limitar as perdas ou os ganhos do mercado de ações.
A nova regra prevê que os papéis deixem de ser negociados se o principal índice de ações do país
cair ou subir mais de 7%.
Ela foi criada após a Bolsa da China despencar 8,5% em agosto do ano passado e arrastar para baixo
Bolsas do mundo inteiro. Na época, o tombo chinês recebeu o apelido de "Segunda-feira Negra".
Outras Bolsas já adotam a regra do "circuit breaker". No Brasil, a Bovespa pode ser suspensa se
o Ibovespa, o índice principal, chegar a cair 10%.

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Tombo da China puxa Bolsas da Ásia

A princípio, as operações das Bolsas da China nesta segunda foram suspensas por 15 minutos. Como
a queda continuou após a retomada das negociações, as Bolsas foram suspensas novamente por volta
das 3h30 (horário de Brasília), cerca de 90 minutos antes do horário regular de fechamento, e não
voltaram a funcionar.
Assim, a Bolsa de Xangai fechou em queda de 6,86%. O principal índice de ações chinês (CSI300),
que reúne as maiores companhias listadas nas Bolsas de Xangai e Shenzen, perdeu 7,02%.
As demais Bolsas da Ásia também despencaram.
O índice japonês Nikkei se desvalorizou 3,06%, as Bolsas de Hong Kong e de Taiwan perderam 2,68%,
e a Bolsa da Coreia do Sul recuou 2,17%. O mercado de ações caiu 1,62% em Cingapura e 0,48% na
Austrália.

Indústria chinesa encolhe pelo 10º mês

A queda das Bolsas da China ocorre após a divulgação de dados negativos sobre a economia chinesa.
Nesta segunda, uma pesquisa mostrou que a indústria do país encolheu em dezembro, pelo 10º mês
seguido.
A desaceleração da China preocupa porque o país é um dos maiores importadores do planeta e um
dos maiores compradores de matérias-primas (chamadas de commodities), como ferro e petróleo.
Portanto, quanto o ritmo da economia chinesa diminui, isso afeta toda a economia mundial.
A China também é um grande exportador, e dados econômicos têm mostrado um ritmo mais lento
também nesse indicador.

(Com Reuters)
04/01/2016
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/01/04/bolsas-da-china-despencam-7-e-
operacoes-sao-suspensas-pela-primeira-vez.htm

Salário mínimo de 2016 será de R$ 880 a partir de 1º de janeiro

A presidente Dilma Rousseff assinou nesta terça-feira (29) decreto que fixa em R$ 880 o salário
mínimo que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2016. O decreto será publicado na edição desta quarta-
feira (30) do "Diário Oficial da União".
Atualmente, o salário mínimo é de R$ 788. O novo valor representa um reajuste de 11,6%. A inlfação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é de 10,28% no acumulado de 2015 até
novembro e de 10,97% no acumulado dos últimos 12 meses.
A previsão do mercado é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial,
feche este ano em 10,72%.
Em agosto, quando enviou a proposta de Orçamento de 2016 ao Congresso Nacional, ogoverno
previa uma elevação do mínimo para R$ R$ 865,50. Quando o Congresso aprovou, no último dia 17,
a previsão era R$ 870,99.
O valor foi alterado porque é atualizado com base nos parâmetros estabelecidos para sua correção –
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e inflação do ano anterior medida pelo
INPC, índice que reflete a alta de preços para famílias com renda entre um e cinco salários mínimos.
Em nota, o governo informou que o reajuste dá continuidade à política de valorização do mínimo, "com
impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o
piso nacional".

Previsões iniciais

Em 2012, quando enviou a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, o governo
previa que o salário mínimo superasse a barreira dos R$ 800 já em 2015.
Mas o crescimento do PIB ficou abaixo do que o governo esperava na ocasião, o que resultou em uma
alta menor do mínimo.
Em abril de 2013, na proposta da LDO do ano seguinte, o governo previa que o salário mínimo somaria
R$ 849,78 em 2016. Em março do ano passado, na proposta da LDO de 2015, a estimativa do Executivo
para o valor do mínimo de 2016 já havia recuado para R$ 839,24.

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Nota

Leia abaixo a íntegra de nota sobre o reajuste do mínimo divulgada pela Secretaria de Imprensa da
Presidência da República.

NOTA À IMPRENSA

Decreto assinado nesta terça-feira (29/12) pela presidenta da República, Dilma Rousseff, fixa o salário
mínimo que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2016: R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais). O
decreto será publicado no Diário Oficial da União de quarta-feira (30/12).
Com o decreto assinado hoje pela presidenta Dilma Rousseff, o governo federal dá continuidade à sua
política de valorização do salário mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores
e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional.
O ministro Miguel Rossetto falará à imprensa às 15h na sede do Ministério do Trabalho & Previdência
Social.

Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
29/12/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/12/dilma-fixa-em-r-880-valor-do-salario-minimo-
partir-de-1-de-janeiro.html

Vale deixa índice de sustentabilidade empresarial da Bolsa em 2016

As ações da Vale não farão mais parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da
BM&FBovespa em 2016. Atualmente a companhia tem o maior peso na listagem, que vigora até o fim do
ano. A Vale deixa o índice após a tragédia ambiental causada pelo rompimento das barragens da
Samarco em Mariana (MG), empresa na qual detém 50% de participação. Além disso, a mineradora
também é processada por crimes ambientais em Nova Lima (MG).
Os fatos levam ao questionamento da permanência da empresa no índice, que é uma referência sobre
companhias que realizam ações que visam a sustentabilidade e a responsabilidade social.
A nova carteira do ISE foi divulgada nesta quinta-feira (26/11) pela BM&FBovespa, que não comenta
casos específicos. A presidente do Conselho Deliberativo do ISE, Sonia Favaretto, destaca que
conceitualmente não há exclusão da carteira, mas explicou que o fato de uma empresa estar na carteira
de 2015 e não na de 2016 tem duas explicações: ou a empresa não participou do processo ou não se
qualificou: "Percebemos empresas fazendo mudanças de estrutura do ponto de vista de sustentabilidade.
Algumas, por motivos estratégicos, decidiram não participar."
No entanto, ela destaca que existe confidencialidade em relação às empresas que participaram ou não
do processo de avaliação para a listagem.
A listagem vai vigorar de 04 de janeiro de 2016 a 29 de dezembro de 2016. Ao todo são 40 ações de
35 empresas, sendo que a carteira anterior era composta por 40 companhias. A nova carteira, de acordo
com a BM&FBovespa, representa 16 setores e soma R$ 960,52 bilhões em valor de mercado, o
equivalente a 44,75% do total do valor das companhias com ações negociadas na Bolsa, considerando o
fechamento de 24 de novembro. Em relação à carteira anterior, Cesp e Oi são as novidades no novo
portfólio do ISE. Além da Vale, Coelce, Gerdau, Gerdau Metalúrgica, JSL e Sabesp também não vão
compor o índice no ano que vem.
Para Sônia, a redução do número de companhias listadas no índice não significa uma perda de
atratividade: "Não será um retrocesso termos menos empresas na carteira, porque isso é uma fotografia
do ano. Por outro lado, tivemos cinco novas empresas que nunca participaram do ISE, o que nunca vimos
pelo menos nos últimos três anos."
Outro destaque, segundo a presidente do conselho do ISE, foi um aumento da transparência por parte
das companhias, com 94% das empresas autorizando a abertura das respostas do questionário. A ideia,
disse, é que a abertura das respostas seja obrigatória já na próxima carteira.
Da listagem que entrará em vigor em 2016, 75% das empresas incluem avaliações e discussões
periódicas de temas socioambientais nas reuniões do Conselho de Administração ou de comitês que se
reportam a ele. Além disso, 100% delas publicam Relatório de Sustentabilidade, conforme as diretrizes
da Global Reporting Iniciative (GRI).

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Nos últimos dez anos, o ISE teve rentabilidade de +128,88%, contra +51,28% do Ibovespa (Base de
fechamento em 24/11/2015). No mesmo período, o ISE teve menor volatilidade: 25,57% em relação a
42,81% do Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro.

26/11/2015
Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2015/11/26/internas_polbraeco,508207/
vale-deixa-indice-de-sustentabilidade-empresarial-da-bolsa-em-2016.shtml

Bovespa deixa de ser maior bolsa da América Latina, superada por México

O valor de mercado de todas as empresas brasileiras listadas na Bovespa foi ultrapassado pelo
México, segundo um levantamento feito pela provedora de informações financeiras Economatica. A bolsa
brasileira recuou 2% nesta quarta-feira (23/09/2015), fechando no vermelho pelo quarto dia seguido.
As 121 empresas listadas na bolsa do México terminaram o dia com valor de mercado de US$ 478,8
bilhões, contra US$ 471,6 bilhões das 300 empresas brasileiras de capital aberto.
Os preços das ações determinam o valor de mercado das empresas e podem variar por fatores
relacionados à própria companhia ou por fatores externos, como o crescimento do país, o nível de
emprego e a taxa de juros.

Valor de mercado

Segundo a Economatica, o maior valor de mercado das empresas listadas na Bovespa (em amostras
mensais) aconteceu no mês de abril de 2011, quando chegou a US$ 1,53 trilhão. Em 54 meses – de abril
de 2011 até setembro de 2015 – a Bovespa perdeu US$ 1,05 trilhão.
As empresas mexicanas atingiram seu valor máximo em agosto de 2014, com US$ 625,7 bilhões, diz
a Economatica. Já o resultado de hoje não era visto desde dezembro de 2005, quando as empresas
brasileiras atingiram valor de US$ 446,6 bilhões.
Bolsas da América Latina, em valor de mercado:
1º México, US$ 478,8 bilhões
2º Brasil, US$ 471,6 bilhões
3º Chile, US$ 179 bilhões
4º Colômbia, US$ 91,5 bilhões
5º Argentina, US$ 74,1 bilhões
6º Peru, US$ 61 bilhões

Dólar

Um dos fatores que influenciou a queda do valor de mercado no Brasil foi a valorização do dólar, diz o
estudo. No período de dezembro de 2010 até esta terça-feira, o dólar Ptax (média da variação do dia)
valorizou 146,31%, enquanto no México a valorização foi de 38,02%.
Nesta terça, o dólar fechou em alta pela quinta vez seguida e voltou a terminar o dia no maior valor da
história. A moeda norte-americana subiu 2,28%, cotada a R$ 4,1461 na venda. Na máxima do dia, o dólar
chegou a ser cotado a R$ 4,1517.
Depois de Brasil e México, os índices de ações mais relevantes da América Latina são do Chile,
Colômbia e Argentina, disse ao G1 o economista Einar Rivero, responsável pelo estudo da Economatica.
Queda de 9,3% em 2015
Em 2015, a Bovespa acumula perda de 9,33% até esta quarta-feira (23/09/2015), após fechar em
queda de 2%, a 45.340 pontos. Foi o quarto dia em que o índice fechou no vermelho. No mês de setembro,
a bolsa cai 2,75%.
A piora das bolsas nos Estados Unidos e Europa e o aumento das incertezas sobre o cenário fiscal no
Brasil têm influenciado a queda do índice acionário, o maior e mais importante do mercado de ações do
Brasil.

23/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2015/09/bovespa-deixa-de-ser-maior-bolsa-
da-america-latina-superada-por-mexico.html

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Entenda o que é a CPMF e como ela afeta sua vida

O governo anunciou que vai propor a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações
Financeiras (CPMF), extinta há oito anos. A medida faz parte do anúncio de R$ 64,9 bilhões para
equilibrar as contas públicas em 2016. Ao propor a volta do tributo, o governo esperava arrecadar R$
32 bilhões com a medida no próximo ano.
O Orçamento de 2016 aprovado pelo Congresso Nacional, no entanto, traz uma previsão de R$
10,3 bilhões de arrecadação de CPMF para 2016, equivalente aos quatro últimos meses – o que
pressupõe a aprovação do tributo até maio, a tempo começar a ser cobrada em setembro. Caso a criação
do tributo não seja aprovada, terão que ser cortadas despesas da Previdência.
Por afetar as transações bancárias, a CPMF foi chamada de "imposto do cheque" e é considerada
"impopular" e "antipática" por tributaristas. Diferentemente dos impostos cobrados sobre os preços de
produtos e serviços, essa cobrança aparece no extrato bancário do contribuinte.
Mas nem todo mundo se lembra como a CPMF funciona. Há quem sequer faça ideia do significado
desta sigla, especialmente os jovens da geração Z, nascidos após 1995.

O que é a CPMF?

A Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) foi um imposto que existiu até
2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde.
Agora, o governo propõe cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as transações bancárias de
pessoas físicas e empresas para ajudar a cobrir o rombo da Previdência Social. A proposta ainda precisa
ser enviada ao Congresso Nacional para votação.

Quem pagará esse imposto?

Todas as pessoas ou empresas que transferirem qualquer valor por meio dos bancos e instituições
financeiras. Isso vale tanto para quem saca o dinheiro do caixa eletrônico quanto para quem paga uma
conta de telefone via boleto bancário ou a fatura do cartão de crédito. A CPMF chegou a ser chamada de
“imposto do cheque”, porque também incide sobre essa forma de pagamento – que era muito mais usada
naquela época.

A CPMF é cobrada sobre todas as transações bancárias?

Existiam algumas exceções. Entre elas, a compra de ações na Bolsa ou títulos de renda fixa, retiradas
de aposentadorias, saques de seguro-desemprego, salários e transferência de recursos entre contas-
correntes do mesmo titular. Movimentações em dinheiro vivo não pagam o imposto. Ainda não se sabe
quais regras o governo vai propor na volta da CPMF.

Por que o governo quer recriar o imposto?

Para melhorar o resultado das contas públicas. Elas fecharam no vermelho em 2014 e tinham previsão
de déficit no Orçamento de 2016, o que precipitou a perda do grau de investimento da nota de crédito
do país pela Standard & Poor’s. A volta do imposto faz parte do conjunto de medidas fiscais no total de
R$ 64,9 bilhões para garantir a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida
pública) de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

Quanto o governo espera arrecadar com a CPMF?

Na proposta anunciada, o governo prevê um impacto na arrecadação federal de R$ 32 bilhões. O valor


representa quase metade das medidas fiscais anunciadas para equilibrar as contas públicas, incluindo
cortes de gastos (suspensão de concursos e fechamento de ministérios) e elevação de outros tributos.
Enquanto existiu, o imposto injetou nos cofres do governo mais de R$ 222 bilhões.

Como saber quanto vou pagar de CPMF?

Basta multiplicar o valor que será movimentado por 0,002 (correspondente à alíquota de 0,2%). Por
exemplo, se você retirar R$ 100 mil do banco para dar uma entrada em um imóvel, você pagará R$ 200
de imposto pela movimentação financeira. Ao comprar um carro no valor de R$ 30 mil à vista, o

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contribuinte vai desembolsar uma contribuição de R$ 60. Ao transferir R$ 1 mil para a conta de outra
pessoa, você pagará CPMF de R$ 2.

O imposto tem data para acabar?

Como o próprio nome informa, a CPMF é uma contribuição provisória. O ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, disse que a ideia é que a ela dure quatro anos e depois seja extinta. Mas, no passado, o imposto
foi prorrogado quatro vezes. Na visão do tributarista Felipe Renault, da Renault Advogados Associados,
a CPMF não deveria ter durado tanto tempo e a alíquota poderia ser reduzida de forma escalonada. “As
chances de o governo se tornar dependente da CPMF, como foi no passado, são bem grandes”, diz.

Por que o imposto foi criticado?

Segundo Renault, a CPMF é um imposto de efeito cumulativo, porque ela incide sobre todos os
agentes da cadeia produtiva. "Quanto mais complexa for essa cadeia e mais participantes ela tiver, maior
será o impacto na carga tributária", diz o especialista. Isso vale para o produtor rural, para os
intermediários que revendem seu produto para os distribuidores e para o consumidor final. "A CPMF é
criticada porque ela tributa cada etapa dessa cadeia", explica.
Na cadeia de fabricação do pãozinho, por exemplo, isso significa que o produtor de trigo paga CPMF
ao comprar insumos; o fabricante da farinha paga de novo ao comprar o trigo; o padeiro paga ao comprar
a farinha; e o consumidor paga ao levar o pãozinho.

Quem deve pagar mais impostos?

A carga é igual para todos os contribuintes, em 0,2%, mas Renault lembra que o setor de produção de
bens deve ser mais tributado que o de serviços, por envolver mais intermediários dentro da cadeia
produtiva. “Serviços depende da atividade intelectual ou pela atividade gerada por uma empresa”, explica.
Para o tributarista Samir Choaib, sócio do escritório Choaib, Paiva e Justo Advogados Associados, apesar
de todos pagarem a mesma alíquota, a baixa renda deve sentir mais o peso dos impostos,
proporcionalmente.

Quais os possíveis efeitos da CPMF na economia?

Na visão do tributarista Choaib, o efeito "cascata" do imposto, que incide sobre todos os participantes
da cadeia produtiva, tende a ser repassado para os preços dos produtos ao consumidor final,
pressionando a inflação. "Isso gera um aumento de preços e, ao final das contas, quem paga é a
população", diz. O especialista também acredita que o imposto pode desestimular as movimentações
financeiras, restringindo a circulação de dinheiro. "Pode haver uma circulação maior de dinheiro em
espécie".

Como surgiu a ideia do imposto?

A CPMF foi criada em 1993, no governo Itamar Franco, com o nome de Imposto Provisório sobre
Movimentação Financeira (IPMF) e uma alíquota de 0,25%. O objetivo era cobrir parte das despesas com
saúde. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a cobrança, que só pôde começar
no ano seguinte, devido ao período de 90 dias entre sua aprovação e a entrada em vigor. O imposto
durou até dezembro de 1994, como previsto, quando foi extinto.
Em 1996, a foi criada a CPMF com alíquota de 0,2%, no governo Fernando Henrique Cardoso. Em
junho de 1999, a CPMF foi prorrogada até 2002 e a alíquota subiu para 0,38%. Esse 0,18 ponto adicional
seria destinado a ajudar na Previdência Social. Em 2001, a alíquota caiu para 0,3%. Em março do mesmo
ano, voltou para 0,38%, sendo que a diferença seria destinada ao Fundo de Combate à Pobreza. A
contribuição foi prorrogada novamente em 2002 e, já no governo Lula, outra vez em 2004. O imposto foi
extinto pelo Senado em 2007.

19/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/09/entenda-o-que-e-cpmf-e-como-ela-afeta-sua-
vida.html

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Entenda a recessão técnica do Brasil

O Brasil voltou a ter dois trimestres seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB): recuou 0,7%
(dado revisado) de janeiro a março e 1,9%, de abril a junho. No "economês", esse fenômeno é chamado
de recessão técnica.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe a possibilidade de recuperação
no curto prazo com a recessão técnica. Mas o mercado prevê que o Brasil passe por uma retração
prolongada e que vai se estender até o ano que vem.
A expectativa dos economistas dos bancos é que, no ano, a economia tenha uma retração de 2,06%,
seguida por uma queda de 0,24% em 2016. Será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos
de contração na economia, pela série do IBGE iniciada em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o
comportamento da atividade econômica.

O que significa quando um país entra em recessão técnica?

Na prática, ela serve como um termômetro para medir se a economia vai mal, explica o professor do
departamento de economia da PUC-SP, Claudemir Galvani.
No entanto, nem sempre duas quedas seguidas do PIB mostram que o país está em crise ou que,
necessariamente, produziu menos que nos períodos anteriores, explica o economista da LCA
Investimentos, Francisco Pessoa.
O país pode ter ficado estagnado em um trimestre e encolhido 3% no seguinte, por exemplo, e estar
em situação pior do que em uma recessão técnica com duas leves retrações. A recessão técnica indica
que algo não vai bem, mas ela independe de haver reflexos diretos na economia.

O Brasil já esteve em recessão técnica?

Não é a primeira vez que isso ocorre. Também houve recessão técnica em 2009, 2007 e 1999, por
exemplo.

Qual a diferença entre recessão real e recessão técnica?

Economistas consideram que a recessão real ou "profunda" independe de haver dois trimestres
negativos. Quando a maioria dos indicadores econômicos – mercado de trabalho, atividade da indústria
ou vendas no comércio, por exemplo – aponta quedas consistentes, já é possível concluir que a economia
está num quadro recessivo, antes mesmo da divulgação do PIB pelo IBGE, explica o economista da
FGV/IBRE Paulo Picchetti.
“É o conjunto da obra que determina uma recessão”, complementa Adriano Gomes, professor da
ESPM e sócio-diretor da Méthode Consultoria. Para ele, os níveis de confiança dos empresários e do
consumidor, que atingiram baixas históricas, são um termômetro da falta de perspectiva de uma
recuperação (a chamada luz no fim do túnel).

O Brasil já está em recessão?

Um grupo de economistas da FGV, do qual Picchetti faz parte, divulgou em agosto um estudo
mostrando que o Brasil entrou em recessão desde o segundo trimestre de 2014 – mesmo não registrando
a chamada “recessão técnica” (dois trimestres seguidos de queda da economia).
Segundo o relatório, chegou ao fim, no primeiro trimestre do ano passado, um ciclo de 20 trimestres
de expansão econômica, iniciado entre abril e junho de 2009. “Quando há uma queda generalizada do
nível de atividade da economia, já podemos dizer que ela está em recessão”, explica o professor da
FGV/IBRE.

Existe alguma diferença entre crise e recessão?

Para Picchetti, uma crise econômica não necessariamente significa que um país está em recessão,
mas o contrário é sempre verdadeiro. "Crise pode ter um caráter mais temporário e menos estrutural e
ser solucionada em um prazo relativamente curto. Já a recessão passa uma ideia de mudança de
tendência de crescimento da economia com um caráter mais estrutural", explica.

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Como um país sai de uma recessão?

O fim de uma recessão só é constatado quando existe um movimento consistente de retomada em


todos os indicadores econômicos, segundo Picchetti. Dados como taxa de desemprego, vendas no
comércio, produção industrial e outros precisam mostrar de forma clara e conjunta que estão em
recuperação.
"Não adianta um trimestre de tímida recuperação na atividade da indústria para concluir que já reverteu
essa tendência", diz o professor.

Entenda o que é recessão


Recessão Quando o PIB fica negativo por 2 trimestres seguidos. Funciona como um
técnica alerta, e não significa que a economia vai piorar. É possível a recuperação no
curto prazo.

Recessão Quando o conjunto de indicadores da economia aponta retração ao mesmo


real tempo. Há queda na produção, aumento do desemprego e de falência de
empresas. A recuperação fica mais difícil.

Taís Laporta
28/08/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/entenda-recessao-tecnica-do-brasil.html

Governo revisa previsão do PIB em 2015 para queda de 1,49%

O governo revisou nesta quarta-feira (22/07/2015) a sua previsão para o PIB (Produto Interno Bruto)
do Brasil em 2015 para uma retração de 1,49%. Já a estimativa para o índice de inflação oficial (IPCA)
passou de 8,26% para 9,0%.
"A previsão para 2015 do crescimento real do PIB foi reduzida de ‐1,20% para -1,49% sendo que tal
queda impacta o mercado de trabalho e consequentemente a taxa de crescimento da massa salarial
nominal, que acabou sendo revista de 4,83% para 1,74%. O índice de inflação (IPCA) passou de 8,26%
para 9,0%" informa o "Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias", referente ao 3º bimestre
de 2015, divulgado pelo Ministério do Planejamento. "Nesse cenário semelhante ao de mercado, a
estimativa de inflação sugere certa persistência em 2015, refletindo o realinhamento dos preços
administrados e a desvalorização cambial", destacou.
A nova estimativa de encolhimento da economia em 2015 é mais pessimista que a divulgada pelo
Banco Central em junho, que avaliou que a economia brasileira deve "encolher" 1,1% neste ano – a maior
contração em 25 anos.
A atual expectativa dos economistas semanalmente ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus é
de que o PIB encolha 1,70% neste ano. Já para a inflação, a estimativa é de 9,15% em 2015.
Previsão para 2016 também cai
Para 2016, a previsão do governo é de um crescimento de 0,5% da economia brasileira ante estimativa
anterior de alta de 1,3%. Para os anos de 2017 e 2018, a estimativa é de uma alta de 1,8% e 2,1% do
PIB, respectivamente.
No mesmo relatório, o governo anunciou a revisão da meta de economia para pagar os juros da dívida
– o chamado superávit primário – para R$ 8,747 bilhões em 2015, o equivalente a 0,15% do PIB, ante
previsão anterior de R$ 66,3 bilhões (1,19% do PIB). Foi anunciado ainda um corte adicional de R$ 8,6
bilhões no Orçamento de 2015, totalizando um contingenciamento acumulado de R$ 79,4 bilhões nos
gastos entre todos os poderes no ano.

Débora Cruz e Darlan Alvarenga


22/07/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/governo-revisa-previsao-do-pib-em-2015-para-
queda-de-149.html

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Governo publica novo reajuste da tabela do Imposto de Renda

O governo publicou no "Diário Oficial da União" a lei que prevê um reajuste escalonado da tabela do
Imposto de Renda. Os novos valores estavam em vigor desde abril deste ano, por meio de uma medida
provisória que precisava ser aprovada pelo Legislativo.
Com o novo modelo, que tem correções diferentes para cada faixa de renda, ficarão isentos os
contribuintes que ganham até R$ 1.903,98 – o equivalente a 11,49 milhões de pessoas.
O reajuste de 6,5% na tabela valerá apenas para as duas primeiras faixas de renda (limite de isenção
e a segunda faixa). Na terceira faixa de renda, o reajuste será de 5,5%. Na quarta e na quinta faixas de
renda – para quem recebe salários maiores – a tabela do IR será reajustada, respectivamente, em 5% e
4,5%, pelo novo modelo.
Se a tabela fosse corrigida em 4,5% para todos os contribuintes, que era a proposta inicial do governo,
quem ganhasse até R$ 1.868,22 neste ano não teria de prestar contas. Com o valor de R$ 1.903,98, a
faixa de isentos é maior.
A nova tabela vale para o ano-calendário de 2015, ou seja, irá afetar o Imposto de Renda declarado
pelos contribuintes em 2016.
A lei publicada nesta quarta-feira ainda traz um veto à isenção de PIS/Cofins para o óleo diesel.
O veto, segundo despacho da presidente, deve-se ao fato de "as medidas resultarem em renúncia de
arrecadação", além de não terem sido apresentadas as estimativas de impacto e as devidas
compensações financeiras.

Veja a tabela do imposto de renda

Base de cálculo (em R$) – renda Alíquota do imposto (em Parcela a deduzir do IR
mensal %) (R$)
Até 1.903,98 Isento --
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Fonte: Diário Oficial da União

Renúncia fiscal

Um reajuste maior na tabela do IRPF implicaria em uma renúncia fiscal maior para o governo, ou seja,
menos recursos nos cofres públicos. O Executivo busca neste ano atingir uma meta de superávit primário
(economia para pagar juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 66,3 bilhões,
para todo o setor público.
A correção da tabela do IR em 4,5% neste ano, proposta original do governo, resultaria em uma
renúncia fiscal de R$ 5 bilhões, segundo informações da Fazenda. O reajuste para toda a tabela de 6,5%
implicaria em perdas de R$ 7 bilhões em 2015. Segundo o ministro da Fazenda Joaquim Levy, o novo
formato de reajuste da tabela do IR implica em uma renúncia fiscal pouco acima de R$ 6 bilhões.

Ajuste nas contas

Nos últimos meses, para reequilibrar as contas públicas, que tiveram déficit primário inédito, o governo
subiu tributos sobre combustíveis, automóveis, cosméticos, empréstimos e sobre a folha de pagamentos.
Além disso, informou que não faria mais repasses à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – o
que impactará a conta de luz, que, segundo analistas, pode ter aumento acima de 40% neste ano –,
limitou benefícios sociais, como seguro-desemprego e abono salarial, e reduziu gastos de custeio e do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo o ministro Joaquim Levy, o governo vai "encontrar recursos ao longo do ano, sem deixar de
cumprir a meta fiscal". "Certamente vamos encontrar meios na nossa programação financeira. Sem deixar
de cumprir nossa meta, vamos fazer o esforço necessário para permitir esse movimento", declarou ele.
22/07/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/governo-publica-novo-reajuste-da-tabela-do-
imposto-de-renda.html

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Aluguel em SP cai 1% em 12 meses pela 1ª vez desde 2005, diz Secovi

Alugar uma casa ou apartamento em São Paulo ficou 1% mais barato nos últimos 12 meses. É a
primeira vez, desde 2005, que o índice acumulado em 12 meses é negativo, segundo pesquisa do
sindicato da habitação (Secovi), divulgada nesta quarta-feira (22/07/2015).
O número ficou abaixo do IGP-M, índice usado para corrigir a maioria dos contratos, que ficou em
5,59% no mesmo período.
"É a primeira vez, desde o início da pesquisa, em 2005, que observamos um resultado negativo no
acumulado de 12 meses", diz, em nota, Mark Turnbull, diretor de Locação do Secovi-SP. "Até em função
do delicado cenário econômico, é provável que o valor dos contratos de locação continuem inferiores aos
índices de inflação nos próximos meses", prevê o dirigente.
Em junho, os contratos registraram uma redução de 0,9% em comparação com o mês anterior.
Ficaram mais baratas as moradias de um quarto. A queda nos valores foi de 1,6%. Na sequência,
estão as unidades de dois dormitórios (-0,9%). Apenas os aluguéis de imóveis de três dormitórios
mostraram alta de 0,4%.
O fiador foi a modalidade contratual mais comum dos aluguéis, responsável por 47,5% das locações
feitas. O depósito de até três meses de aluguel também foi bastante utilizado: um terço dos imóveis
locados usou esse tipo de garantia. O seguro-fiança foi usado por 19% dos inquilinos.

22/07/2015
Fonte:http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/aluguel-em-sp-cai-1-em-12-meses-pela-1-vez-
desde-2005-diz-secovi.html

Petrobras mantém 28º lugar entre as maiores do mundo, diz 'Fortune'

A Petrobras manteve a posição de 28ª maior empresa no mundo no ranking da revista “Fortune”,
divulgada nesta quarta-feira (22/07/2015). A lista com as 500 maiores empresas do mundo leva em
consideração as receitas totais das companhias até março de 2015.
“A empresa estatal de energia do Brasil conseguiu se manter sua posição no ranking ‘Global 500’,
apesar de ter registrado em 2014 sua maior perda da história, de mais de US$ 7 bilhões”. Mas a
verdadeira história da Petrobras no ano passado foi o grande escândalo de corrupção envolvendo propina
e cartel, que contribuiu para a baixa contábil de US$ 2 bilhões e levou à renúncia da presidente Maria das
Graças Foster”, pontua a revista.
A “Fortune” destaca que a Petrobras é a empresa mais endividada do mundo, acrescentando que a
empresa agora procura “cortar custos enquanto embarca em um plano para vender R$ 58 bilhões em
ativos até 2018 com o objetivo de financiar o desenvolvimento de projetos de petróleo em águas
profundas”.
No ranking de outra revista, a “Forbes”, a Petrobras caiu quase 400 posições na lista das 2 mil maiores
empresas do mundo publicada anualmente. A petroleira despencou da 30ª para a 416ª posição em
relação ao ano passado.

Outras empresas

A Petrobras é a primeira brasileira na lista da “Fortune”. Ao todo, são 7 empresas do Brasil no ranking
das 500 maiores.
Em segundo lugar, na 112ª posição, está o Itaú Unibanco. Em seguida vem o Banco do Brasil, em
126º lugar. A posição dos dois bancos representa uma inversão em relação à lista do ano passado,
quando o Branco do Brasil estava à frente do Itaú Unibanco.
O Bradesco continua na quarta posição entre as brasileiras, e no 185º lugar no ranking mundial.
A Vale ocupava o 5º lugar entre as brasileiras no ano passado e a JBS, o 6º. Neste ano, as empresas
inverteram a posição. No ranking mundial, a JBS está em 202º lugar e a Vale, em 312º.
Assim como em 2014, a última brasileira na lista é a Ultrapar Holdings, em 414º lugar.

22/07/2015
Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/07/petrobras-mantem-28-lugar-entre-
maiores-do-mundo-diz-fortune.html

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Brasil é 77º em lista de países mais ricos, atrás de Argentina e Venezuela

O Brasil está na 77ª colocação em um ranking dos países mais ricos do mundo, divulgado nesta
semana pela revista norte-americana "Global Finance Magazine". O país aparece atrás de Grécia,
Argentina e Venezuela, entre outros.
O primeiro lugar entre as 184 nações é ocupado pelo Qatar, país escolhido para sediar a Copa do
Mundo de 2022. Luxemburgo, um pequeno país europeu, vem na segunda posição, seguido por
Cingapura

Veja a colocação de alguns países selecionados (ranking por PIB per capita):
1º Qatar: US$ 105.091,42
2º Luxemburgo: US$ 79.593,91
3º Cingapura: US$ 61.567,28
4º Noruega: US$ 56.663,47
5º Brunei: US$ 55.111,20
6º Hong Kong: US$ 53.432,23
7º Estados Unidos: US$ 51.248,21
8º Emirados Árabes Unidos: US$ 49.883,58
9º Suíça: US$ 46.474,95
10º Austrália: US$ 44.073,81
42º Grécia: US$ 23.930,22
49º Chile: US$ 19.474,74
51º Argentina: US$ 18.709,31
64º México: US$ 15.931,75
71º Venezuela: US$ 13.633,61
77º Brasil: US$ 12.340,18
90º China: US$ 10.011,48
130º Índia: US$ 4.060,22
184º República Democrática do Congo: US$ 394,25

Todos os números da pesquisa se referem ao ano de 2013. O estudo usou dados do FMI (Fundo
Monetário Internacional) e a metodologia é explicada abaixo.
Lista leva em conta poder de compra
A lista pode parecer estranha, por não trazer na dianteira países que, em geral, lideram rankings de
nações mais ricas, como os Estados Unidos, a China e a Alemanha, por terem o maior PIB (Produto
Interno Bruto).
É que o critério usado pela "Global Finance Magazine" é diferente. O levantamento considera o PIB
per capita. Ou seja, divide a soma das riquezas produzidas no país pela população.
O número obtido é corrigido pela paridade de poder de compra (PPP), o que significa que leva em
conta os custos reais dos serviços e a inflação nos países, em vez de apenas converter a moeda local
para dólar.
Com isso, busca eliminar diferenças provocadas pela fraqueza ou força da moeda --é como se todos
os países tivessem a mesma moeda.

22/07/2015
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/22/brasil-e-77-em-lista-de-paises-mais-
ricos-atras-de-argentina-e-venezuela.htm

Consumo de diesel recua 2,5% no 1º semestre; vendas de gasolina caem 5%, diz ANP

O consumo de diesel no Brasil, diretamente atrelado ao desempenho econômico do país, caiu 2,5%
no primeiro semestre ante o mesmo período do ano passado, de acordo com dados publicados nesta
quarta-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Já as vendas de gasolina recuaram 5% no mesmo período, devido também ao aumento da
competitividade do etanol hidratado, cujo consumo cresceu 38,3% no primeiro semestre frente o mesmo
período de 2014, segundo a autarquia.
O consumo de óleo combustível apresentou forte queda no período, de 9,9%, enquanto as vendas de
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ficaram estáveis.

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Desta forma, o consumo total de combustíveis no Brasil, que inclui etanol hidratado, com forte
crescimento, entre outros, cresceu 0,3% na comparação semestral.

Marta Nogueira
22/07/2015
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2015/07/22/consumo-de-diesel-recua-25-no-1-
semestre-vendas-de-gasolina-caem-5-diz-anp.htm

Entenda a crise na Grécia

A atual crise econômica que atinge a Grécia decorre de um histórico em que o país gastou mais do
que podia e que foi agravado em 2008, com a crise econômica mundial. Esse déficit no orçamento, por
sua vez, foi financiado por empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do resto da Europa.
Em números atualizados, a dívida grega chega a 320 bilhões de euros, o equivalente a R$ 1 trilhão.
Desde 2010, a Grécia recebeu 240 bilhões de euros do FMI e da UE. Toda a repercussão mundial da
crise nos últimos dias, no entanto, foi desencadeada após 30 de junho, quando venceu uma parcela de
1,6 bilhão de euros da dívida com o FMI. Em 13 de julho, outra dívida com o FMI deixou de ser paga, de
450 milhões de euros.
Diante do cenário, o país foi enquadrado em situação de “calote” da dívida e a sua saída da zona do
euro passou a ser discutida. Enquanto a Europa pressiona para que a Grécia continue adotando a moeda
para não quebrar a credibilidade do euro, para os gregos a saída poderia ser uma forma de retomar o
controle da política monetária, apesar do temor de se fechar o país para a entrada de capital internacional.
Agrava ainda mais o panorama grego o fato de a taxa de desemprego no país estar em 26%.
Considerando-se apenas a classe jovem, a taxa atinge 50% do grupo. Além disso, desde 2010, o PIB da
Grécia caiu 25%.
Em 2008, na grande crise, os gregos começaram a tirar dinheiro do país. Tanto que no último mês,
com a crise mais grave, os bancos fecharam para evitar que os gregos saquem todos os recursos e
quebrem as instituições. Saques em caixas eletrônicos estão limitados a 60 euros diários por pessoa.
Sendo assim, a Grécia depende de recursos da Europa para manter sua economia funcionando. Sem
o apoio dos credores internacionais, o governo grego não tem dinheiro para reativar o sistema financeiro,
nem para pagar parcelas dos empréstimos que vencem nos próximos dias. Na próxima segunda-feira
(20/07/2015), a Grécia precisará de 3,5 bilhões de euros para resgatar títulos detidos pelo Banco Central
Europeu (BCE) e no dia 30/07, vence parcela de 5,3 bilhões de dólares com bancos privados
internacionais.
Para um novo aporte, no entanto, os europeus exigem novos cortes de gastos e incremento de
impostos. No último dia 5, em referendo, os gregos foram às urnas para decidir se concordam com as
condições europeias para um novo empréstimo, mas 61,3% dos gregos decidiram pelo "não".
Mesmo assim, o governo grego se mostrou disposto a negociar. Trocou o ministro das finanças, o
conselho de ministros aprovou o aperto fiscal, pediu novo empréstimo de 50 bilhões de euros e mandou
a proposta de aperto geral do povo grego. Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, argumentou que o povo
grego fez os “esforços fiscais mais duros do que qualquer outro país” e a "experiência" fracassou.
Na segunda-feira (13/07/2015), os líderes europeus concordaram em fazer um terceiro programa de
resgate para a Grécia, mas ainda exigem medidas duras, como aumento de impostos, reformas no
sistema previdenciário, cortes nas pensões e mais privatizações.
O Parlamento da Grécia aprovou nessa quarta-feira (15/07/2015) o acordo com os líderes da zona do
euro, de modo a permitir um novo resgate ao país, que poderá chegar a 86 bilhões de euros. O partido
no poder, o Syriza, aprovou o acordo graças ao apoio de forças políticas de oposição.
Segundo a televisão estatal da Grécia, 229 deputados votaram a favor do acordo, seis abstiveram-se
e 64 se manifestaram contrários. Metade dos votos contra e a totalidade das abstenções vieram do partido
que sustenta o Governo, o Syriza. Entre os que votaram contra estivavam a presidenta do Parlamento,
Zoe Konstantopoulou; o ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis; e o ex-ministro das Finanças Yanis
Varoufakis.
Os bancos gregos vão continuar fechados até pelo menos sexta-feira (17/07/2015), segundo novo
decreto publicado pelo Ministério das Finanças grego. O decreto também amplia as operações bancárias
que podem ser realizadas nas unidades abertas. O novo decreto mantém o limite para saque nos caixas
eletrônicos em 60 euros por dia e em 120 euros o valor máximo para pensionistas que só têm cartão.
16/07/15
Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/07/entenda-crise-na-grecia

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Em 21 anos, real perde poder de compra, e nota de R$ 100 vale R$ 19,90

Segundo o matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho, a inflação acumulada de 1/7/1994 até
1°/7/2015, medida pelo IPCA, é de 402,4% (considerando um IPCA estimado em 0,7% em junho de 2015).
Em decorrência desse fato, a cédula de R$ 100 perdeu 80,1% do seu poder de compra desde o dia
em que passou a circular.
Apesar de o valor de face da cédula indicar R$ 100, o poder de compra da nota atualmente é de apenas
R$ 19,90. "O valor da moeda foi reduzido a um quinto nesses 21 anos", diz Vieira Sobrinho.
Mesmo com desvalorização, real atingiu objetivos
O matemático financeiro acredita que mesmo com essa desvalorização, o Plano Real tem sido uma
vitória, pois a moeda ainda tem poder de compra.
Heron do Carmo, professor de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de São Paulo (FEA-USP), concorda com a análise do matemático financeiro.
"O Plano Real tem sido um sucesso no sentido de controlar a hiperinflação. Para se ter uma ideia,
apenas no primeiro trimestre de 1990, a inflação acumulada foi maior do que durante todo o Plano Real."
Segundo as contas do professor Vieira Sobrinho, entre janeiro e março de 1990, a inflação acumulada
pelo IPCA, no trimestre, ficou em 437,02%, superior à inflação acumulada nos 21 anos do Plano Real, de
402,4%.
Entre as décadas de 80 e 90, o Brasil viveu uma época de hiperinflação. Segundo cálculos do
matemático, no período de maio de 89 a abril de 90, a inflação foi de 6.821,3%, o que dá 42,3% ao mês,
em média.
"Uma nota que tivesse um valor de face de 100 nessa época, em um ano valeria 1,44, ou seja, teria
perdido 98,6% do seu valor", afirma o professor. "Em contrapartida, em 21 anos, o Real ainda preserva
algum valor. Isso é uma vitória", diz.

Como se proteger da inflação?


Quem tem dinheiro para investir pode aplicar em investimentos que rendam inflação mais juros,
protegendo o dinheiro dos efeitos da inflação. A poupança fazia esse papel até o ano passado, mas ela
está rendendo abaixo da inflação. Ou seja, aplicar na poupança não protege o dinheiro.
A alternativa podem ser títulos públicos, como papéis do Tesouro IPCA+, que pagam a inflação mais
um percentual. Os especialistas também recomendam o Tesouro Selic.
Segundo economistas, um pouco de inflação pode ser saudável numa economia e é melhor do que a
deflação (quando há queda generalizada de preços).

Sophia Camargo
01/07/2015
Fonte: http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2015/07/01/em-21-anos-real-
perde-poder-de-compra-e-nota-de-r-100-vale-agora-r-1990.htm

Entenda a polêmica por trás das 'pedaladas fiscais'

O Tribunal de Contas da União (TCU) estipulou nesta quarta-feira (17/06/2015) um prazo de 30 dias
para que a presidente Dilma Rousseff se explique sobre o que o órgão considerou ser uma série de
irregularidades nas contas públicas de 2014.
Entre as principais dessas irregularidades estão as chamadas "pedaladas fiscais" - manobras
contábeis que envolveriam o uso de recursos de bancos federais para maquiar o orçamento federal.
O TCU é responsável pela fiscalização dos gastos do governo. O órgão precisa dar seu parecer sobre
as contas do ano passado e tem se mostrado inclinado a recomendar uma rejeição dessas contas em
função das pedaladas e de outras manobras para camuflar despesas governamentais.
Em outras ocasiões, o tribunal já recomendou ao Congresso a aprovação com ressalvas dos gastos
públicos, mas um parecer pela rejeição seria inédito na história recente do país e poderia ampliar as
repercussões políticas do caso.
Em um outro processo aberto para investigar exclusivamente as pedaladas, o TCU já emitiu, em abril,
um parecer defendendo que o governo cometeu "crime de responsabilidade" com as tais manobras
fiscais.
O órgão ainda está apurando quem seriam os responsáveis, mas a decisão alimenta as expectativas
de uma rejeição das contas públicas.
Na terça-feira, o Ministério Público também encaminhou um parecer aos ministros do TCU apoiando a
reprovação.

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E no mês passado, a oposição ingressou na Procuradoria Geral da República (PGR) com uma ação
pedindo a investigação de Dilma pelas manobras contábeis. Na visão da oposição, essas operações não
poderiam ter ocorrido sem o consentimento da presidente.
O governo admite que as operações ocorreram, mas nega que sejam irregulares e diz que elas também
foram realizadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
A questão da irregularidade também divide especialistas. "De fato, se ficar provado que um banco
público foi usado para financiar o Tesouro, temos uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal", opina
o especialista em contas públicas Raul Velloso.
O economista Mansueto Almeida, funcionário licenciado do Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (IPEA), concorda. "Parece que de 2012 para cá essas manobras fiscais vêm sendo feitas de
forma sistemática e planejada - o que é muito grave e as responsabilidades disso precisam ser apuradas",
diz.
Já Amir Khair, ex-secretário de Finanças na gestão da prefeita Luiza Erundina (ex-PT, atual PSB),
acha difícil provar que houve infração. "O que estão chamando de 'pedalada' não passa de atrasos de
pagamentos, comuns em tempos de crise", opina.

O que são as 'pedaladas fiscais'?

São manobras contábeis que, segundo a oposição, teriam como objetivo melhorar o resultado das
contas públicas - ou seja, ajudar o governo a fazer parecer que haveria um equilíbrio maior entre seus
gastos e suas despesas.
No caso, o governo Dilma é acusado de atrasar o repasse de recursos para benefícios sociais e
subsídios pagos por meio da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDES para passar a
impressão de que as contas públicas estariam melhor do que realmente estavam.
Teriam sido "segurados" cerca de R$ 40 bilhões do seguro-desemprego, programa Minha Casa, Minha
Vida, Bolsa Família, Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e crédito agrícola, segundo o TCU.
Como os desembolsos não foram efetuados, as contas do governo pareceram temporariamente mais
equilibradas.
A questão é que não houve atrasos no pagamento desses bilhões de reais em benefícios e subsídios
para seus beneficiários, porque os bancos públicos cobriram esse valor - cobrando juros do governo pelo
uso de tais recursos.
Tais manobras, segundo o TCU, configurariam operações de financiamento, ou "empréstimos" desses
bancos para o Tesouro, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000 - embora haja
quem refute essa tese.

Essas manobras são proibidas?

No entendimento do TCU, sim. Isso porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (ver abaixo), aprovada
em 2000, proíbe bancos públicos de fazer empréstimos ao governo para proteger a saúde financeira
dessas instituições e ajudar a controlar os gastos e nível de endividamento público.
Em sua decisão de abril, o TCU deixou claro que houve uma operação de financiamento irregular
embora ainda precisa decidir se considera isso motivo suficiente para um parecer a favor da rejeição das
contas do governo.
"Teremos a configuração de um crime de responsabilidade se ficar caracterizado que um banco público
está financiando o Tesouro", diz Raul Velloso.
Para Almeida, a infração é evidente porque os atrasos nos pagamentos dos benefícios e subsídios
não foram algo circunstancial. "Foi algo que ocorreu de forma sistemática e planejada", diz.
Já Khair, opina que ainda há dúvidas sobre se tais operações configuram empréstimos. "Esses atrasos
de pagamento são comuns tanto a nível federal quanto estadual e municipal porque, às vezes, em função
de uma crise ou algo do tipo, a arrecadação pode não corresponder às expectativas", diz.
"Acho difícil caracterizar isso como uma operação de empréstimo. E se o governo federal for
condenado, imagine as consequências para governos estaduais e municipais, onde esse tipo de situação
também ocorre."
Em abril, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu que essas operações envolvendo
recursos de bancos públicos ocorreram, mas negou que fossem irregulares.
"Não houve ilegalidade. Não houve ofensa à lei. Houve contrato de prestações de serviço", disse.
Segundo o ministro, operações desse tipo seriam realizadas desde 2001, durante o governo do ex-
presidente Fernando Henrique Cardoso.

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"Se for entendido que isso fere a responsabilidade fiscal, daqui pra frente isso será arrumado",
prometeu.

O que o TCU já havia decidido até agora?

Após uma investigação sobre as "pedaladas", o TCU concluiu em abril que as manobras realizadas
com recursos dos bancos públicos federais ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Elas configurariam um "crime de responsabilidade", infração "político-administrativa" cuja sanção, em
última instância, pode ser o impedimento do exercício de função pública, ou impeachment.
O relator do processo foi o ministro José Múcio, mas suas conclusões foram aprovadas por todos os
outros ministros do TCU.
O tribunal ainda está investigando quem exatamente seria responsável pela infração. Um total de 17
autoridades foram convocadas para prestar esclarecimentos, entre elas o ex-ministro da Fazenda Guido
Mantega, o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente da Petrobras, Aldemir
Bendine.
As defesas dessas autoridades foram costuradas pelo advogado-geral da União (AGU), Luis Inácio
Adams, e a previsão era de que fossem entregues a Múcio até o início desta semana.
O ministro Augusto Nardes, relator do processo que avalia as contas do governo, chegou a opinar que
a presidente Dilma poderia ser responsabilizada legalmente pelas "pedaladas" - e há quem tenha visto
nessa declaração indicações de que o processo poderia dar embasamento a um impeachment.
Após ouvir todos os convocados, o TCU deve elaborar um relatório e propostas de sanções. Os autos
do processo serão enviados ao Ministério Público, que poderá abrir ações contra as autoridades
responsáveis.

O que foi decidido nesta quarta-feira pelo TCU?

O tribunal deveria julgar as contas do governo de 2014 depois de Nardes, relator do caso, dar seu
parecer.
Como o órgão já condenou as "pedaladas", o governo temia que pudesse dar ainda nesta quarta um
parecer rejeitando essas contas.
Nardes de fato disse ter visto vários "indícios de irregularidades" que justificariam uma reprovação.
Antes de tomar uma decisão, porém, o ministro, apoiado por seus colegas do TCU, resolveu chamar
Dilma para se explicar pessoalmente.
Um dos objetivos da convocação seria reduzir as chances de que, no caso de uma reprovação, o
Planalto vá à Justiça alegando que não teve a oportunidade de se defender.
Adams, da AGU, por exemplo, vinha sustentando que uma rejeição das contas de 2014 seria
inapropriada porque o TCU ainda não teve tempo para avaliar a defesa das 17 autoridades convocadas
para prestar esclarecimentos no caso das pedaladas.
Em seu relatório, além das pedaladas, Nardes também ressaltou outras irregularidades.
Uma delas foi que, apesar de a receita do governo ter ficado mais de R$250 bilhões abaixo do
esperado de 2011 a 2014, a gestão Dilma aumentou seus gastos em 2014, em vez de cortá-los.
Outro problema teria sido a não contabilização de dívidas de curto prazo, em uma suposta tentativa
de mascarar as despesas governamentais.

O que acontece se o TCU rejeita as contas do governo?

A análise do TCU não seria definitiva. A Constituição estipula que o Congresso deve dar a palavra final
sobre o tema e uma decisão na Casa poderia levar anos.
De qualquer forma, isso aumentaria muito as repercussões políticas do caso. E na oposição, poderiam
ganhar força os grupos que querem impulsionar um processo de impeachment.
Uma rejeição também ampliaria a desconfiança de agências de classificação de risco e investidores
internacionais sobre as contas públicas brasileiras.

O que é a Lei de Responsabilidade Fiscal?

Promulgada em 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal procurou consolidar toda a legislação sobre
contas públicas que havia até então e introduziu novas regras para controlar o nível de gasto e de
endividamento da União, Estados e Municípios.

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Ela estabelece uma série de regras para impedir que os governantes de turno gastem mais do que
arrecadam, embora nem sempre deixe claro quais as sanções para quem não cumpre as regras.
"Trata-se de um instrumento importante de estabilização do setor público e da economia como um
todo, que ajudou a combater a inflação", diz Velloso.
"A lei proíbe, por exemplo, que os governos passem despesas para seus sucessores sem ter em caixa
provisão para cobri-las, algo que costumava acontecer muito no passado."

17/06/2015
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_pedaladas_fiscais_ru

Selic

A Taxa Selic é também conhecida como taxa básica de juros da economia brasileira. É a segunda
menor taxa de juros da economia brasileira (a menor é a TJLP) e serve de referência para a economia
brasileira. Ela é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações feitas por estas
instituições bancárias em títulos públicos federais.

Como é definida

A Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central do
Brasil).

Para que serve

Para definir o piso dos juros no país. É a partir da Selic que os bancos definem a remuneração de
algumas aplicações financeiras feitas pelos clientes. A Selic também é usada como referência de juros
para empréstimos e financiamentos. Vale ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para empréstimos
e financiamentos na ponta final (pessoas físicas e empresas). Os bancos tomam dinheiro emprestado
pela Taxa Selic, porém ao emprestar para seus clientes a taxa de juros bancários é muito maior. Isto
ocorre, pois os bancos embutem seu lucro, custos operacionais e riscos de não obter de volta o valor
emprestado.

A Selic e a inflação

A Taxa Selic é um importante instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando
está alta, ela favorece a queda da inflação, pois desestimula o consumo, já que os juros cobrados nos
financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais altos. Por outro lado, quando está baixa,
ela favorece o consumo, pois tomar dinheiro emprestado ou fazer financiamentos fica mais barato, já que
os juros cobrados nestas operações ficam menores.

A Selic e o câmbio

Quando a Taxa Selic está muito alta, o valor do dólar tende a diminuir no país. Isso ocorre, pois muitos
investidores externos fazem aplicações no Brasil atreladas aos juros. Entrando e circulando mais dólares
na economia brasileira, esta moeda se desvaloriza, enquanto o real ganha força.

A Selic e o consumo

Como a alta da Selic encarece os financiamentos e aumenta os juros cobrados em cartões de crédito,
fica mais caro comprar de forma parcelada. Logo, a Selic alta desestimula o consumo, reduzindo a venda
de mercadorias e serviços. As empresas brasileiras e os consumidores acabam sendo prejudicados com
este fator.

A Selic e a poupança

Quanto maior a taxa Selic, maior é o rendimento da poupança, pois esta taxa de juros é usada na
definição deste tipo de aplicação financeira. A poupança, pelas regras atuais, garante rendimento de 70%
da Taxa Selic mais a TR.

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A Selic e a Bolsa de Valores

Um cenário econômico com a Taxa Selic alta não é favorável para a Bolsa de Valores. Isso ocorre,
pois com a queda no consumo, cai também a produção e o lucro das empresas que possuem ações na
Bolsa. Neste cenário, muitos investidores preferem fazer aplicações financeiras em produtos atrelados a
juros (fundos de renda fixa, por exemplo), deixando de investir em ações onde o risco é maior.

Taxa Selic atual

No dia 03/06/2015 o COPOM aumentou a Taxa Selic em 0,5%, chegando a 13,75% ao ano. De acordo
com economistas, a alta está relacionada com os esforços do Banco Central em reduzir e controlar a
inflação, para que em 2016 ela possa ficar dentro da meta estabelecida.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/economia/taxa_selic.htm - Adaptado

Sociedade

Brasil tem 3,3 milhões de crianças em situação de trabalho infantil, diz estudo

Mais de 3,3 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) estão em situação de trabalho
infantil no Brasil, segundo levantamento feito pela Fundação Abrinq. O panorama nacional da infância e
adolescência é lançado nesta terça-feira (05/04/2016), durante a 33ª edição da Abrin - Feira do Brinquedo,
no Expo Center Norte, na Zona Norte de São Paulo.
O guia “Cenário da Infância e Adolescência - 2016" ainda aponta que, das crianças entre 0 e 14 anos,
44% encontram-se em situação de pobreza e 17% em situação de extrema pobreza. Ainda segundo o
estudo, quase 188 mil crianças estão em situação de desnutrição (abaixo do peso), 69 mil estão muito
abaixo do peso, e mais de 500 mil estão obesas, segundo dados do Ministério da Saúde.
De acordo com o estudo, quase 19% dos homicídios no país são praticados contra crianças e
adolescentes, sendo 80% deles com armas de fogo. Enquanto quase 188 mil crianças estão em situação
de desnutrição (abaixo do peso), 69 mil estão muito abaixo do peso, e mais de 500 mil estão obesas.
A compilação reúne os dados mais recentes no tema, disponibilizados em órgãos como IBGE,
Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Disque Denúncia, entre outros.
Ao todo, o guia da Fundação Abrinq traz 27 dos “Principais Indicadores da Infância e da Adolescência”
nas áreas da saúde, educação, moradia, violência e renda.
No site www.observatoriocrianca.org.br é possível acessar diversos dados sobre indicadores citados.
A página ainda permite consultar números regionais, análises comparativas e série histórica.
O guia também apresenta uma análise sobre as metas aplicáveis às crianças e adolescente em relação
aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável adotados pelos Estados-membros das Nações Unidas,
que estabelecem metas sociais de desenvolvimento sustentável a serem atingidas até 2030.
Edição 2016
De acordo com o levantamento, o Brasil tem aproximadamente 61,4 milhões de crianças e
adolescentes (de 0 a 19 anos). Pouco mais de 25% das crianças de 0 a 3 anos conseguem frequentar
creches. A meta do Plano Nacional da Educação (PNE) é subir para 50% os número até 2024.
Embora a taxa de escolaridade no ensino fundamental seja alta (96%), só 56% delas conclui o ensino
médio. Durante o período analisado, quase 19% dos bebês nasceram de crianças ou adolescentes (de
10 a 19 anos).

RETRATO DO BRASIL
- O Brasil tem 61,4 milhões de crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos);
- Cerca de um quarto das crianças de 0 a 3 anos tem acesso a creches;
- Embora a taxa de escolaridade líquida no ensino fundamental seja alta (96%), só 56% dos
adolescentes no ensino médio estão matriculados na série correspondente à sua idade;
- 1 em cada 5 mães tem menos de 19 anos no Brasil;
- 44% das crianças entre 0 e 14 anos encontram-se em situação de pobreza; e 17%, em situação de
extrema pobreza;
- Mais de 3,3 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) estão em situação de trabalho
infantil;
- 19% dos homicídios no País são praticados contra crianças e adolescentes, 80% deles com armas
de fogo;

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- Quase 188 mil crianças apresentam peso baixo, e 69 mil apresentam peso muito baixo para sua
idade, segundo dados do Ministério da Saúde;
- Mais de 500 mil crianças estão obesas.

05/04/2016
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/04/brasil-tem-33-milhoes-de-criancas-em-situacao-
de-trabalho-infantil-diz-estudo.html

USP denuncia pesquisador que criou a 'pílula do câncer' por curandeirismo

A Procuradoria da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, denunciou à Polícia Civil o
químico Gilberto Chierice, pesquisador que desenvolveu a fosfoetanolamina sintética, a chamada 'pílula
do câncer', nos laboratórios do Instituto de Química. A universidade alega que ele cometeu crime de
curandeirismo, que é a prática de prescrever, ministrar ou aplicar substância para cura de doenças.
O pesquisador foi chamado para prestar depoimento na delegacia na tarde desta quarta-feira
(30/03/2016). A USP foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto até a publicação da
reportagem. Chierice preferiu não comentar a denúncia.
Desenvolvida para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para
diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada,
por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes
ainda são desconhecido.

Inquérito apura dois crimes


Segundo documentos obtidos pela EPTV, a USP denunciou o pesquisador por curandeirismo e por
expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto iminente, previstos como crimes nos artigos 284 e 132
do Código Penal, respectivamente. A pena para o primeiro é de prisão de 6 meses a 3 anos e, para o
segundo, de 3 meses a 1 ano.
A denúncia foi feita inicialmente para a Polícia Federal, que encaminhou o caso para a Polícia Civil de
São Carlos. O delegado seccional Geraldo Souza Filho informou que um inquérito foi aberto no dia 15 de
fevereiro para apuração.
Além de Chierice, foram ouvidos também o pesquisador Salvador Claro Neto e o diretor do Instituto de
Química, Germano Tremiliosi Filho. Também devem ser ouvidos pacientes com câncer que usaram a
substância.

A substância
A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje
aposentado. Apesar de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram
entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.
Em junho do ano passado, a USP interrompeu a distribuição e os pacientes começaram a recorrer da
decisão na Justiça. Em outubro deste ano, a briga foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que
autorizou a produção e distribuição do produto. Mas, desde novembro, por causa de uma nova decisão
judicial, a distribuição da substância está proibida.

Pesquisa e primeiros resultados


Em novembro do ano passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou R$
10 milhões para as atividades ligadas à pesquisa da fosfoetanolamina em um período de 2 anos. Deste
total, R$ 2 milhões serão alocados do orçamento de 2015. Em 2016 e 2017, serão aplicados mais R$ 8
milhões.
No dia 21 de março, o MCTI divulgou os primeiros relatórios sobre as pesquisas e as conclusões
apontam que as cápsulas têm uma concentração de fosfoetanolamina menor do que era esperado e que
somente um dos componentes da cápsula -- a monoetanolamina --- apresentou atividade citotóxica e
antiproliferativa, ou seja, capacidade de destruir células tumorais e inibir seu crescimento.
Chierice avaliou os testes como equivocados. “Eu não sabia como seria testado, mas após ver o
modelo posso garantir que são testes equivocados. Nunca funcionaria em um teste in vitro, nem é
comparativo”, disse, explicando que a fosfoetanolamina funciona como um marcador de células doentes.
"Tubo de ensaio não tem fígado, então foge totalmente do mecanismo da fosfoetanolamina. Ela tem que
entrar no trato digestivo, sanguíneo, veia porta do fígado, são colocados dois ácidos graxos e ela caminha
para a célula". Ele acredita que outros testes podem comprovar a eficácia.

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30/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/03/usp-denuncia-pesquisador-que-criou-
pilula-do-cancer-por-curandeirismo.html - Adaptado

'Felizes', diz Facebook sobre soltura de vice-presidente preso em SP

O Facebook voltou a classificar, nesta quarta-feira (02/03), que a prisão do vice-presidente da empresa
para a América Latina, o argentino Diego Jorge Dzodan, em São Paulo, foi uma medida extrema e
desproporcional. A empresa informou ainda que os executivos ficaram "felizes pelo Tribunal em Sergipe
ter emitido uma liminar ordenando a sua liberação".
Segundo o comunicado da rede social, prender uma pessoa que não tem qualquer relação com uma
investigação em andamento é uma medida arbitrária. O Facebook disse estar preocupado com os efeitos
dessa decisão para as pessoas e a inovação no Brasil, mas se colocou à disposição para responder
quaisquer perguntas" das autoridades brasileiras.
O vice-presidente da rede social a América Latina deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) de
Pinheiros, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira. Ele tinha sido preso na terça (1º) a pedido da
Justiça de Sergipe após a rede social descumprir decisão judicial de compartilhar informações trocadas
no Whatsapp por suspeitos de tráfico de drogas. O Facebook é dono do WhatsApp desde o começo de
2014.
Dzodan foi liberado após uma nova decisão do Tribunal de Justiça de Sergipe, assinada pelo
desembargador Ruy Pinheiro da Silva, conceder habeas corpus ao executivo na madrugada desta quarta-
feira. Ele responderá ao processo em liberdade.
Segundo um agente penitenciário que atua no CPD, Dzodan passou a noite em uma cela para presos
temporários, separada dos demais presos. Ele deixou o presídio dentro de um veículo pela manhã e não
concedeu entrevista. O executivo foi encaminhado de volta à sede da Polícia Federal em São Paulo, na
Lapa.

Prisão

Dzodan estava indo para o trabalho no Itaim Bibi, Zona Sul da capital paulista, quando foi preso. Ele
foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) e depois prestou depoimento na Polícia Federal (PF). Segundo
a assessoria de imprensa da polícia, Dzodan respondeu a perguntas encaminhadas pela Justiça de
Sergipe, conhecida como carta precatória, e logo foi encaminhado ao CDP Pinheiros.
Em nota, a assessoria de imprensa do Facebook no Brasil disse que a medida é extrema e
desproporcional.
"Estamos desapontados com a medida extrema e desproporcional de ter um executivo do Facebook
escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente do
Facebook. O Facebook sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as
autoridades brasileiras possam ter", disse o porta-voz da empresa.

Mandado

Os policiais cumpriram mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz criminal da comarca de
Lagarto, em Sergipe, Marcel Montalvão. Segundo a Polícia Federal em Sergipe, o representante
descumpriu ordens de repassar à Justiça informações armazenadas em serviços do Facebook,
"imprescindíveis para produção de provas a serem utilizadas em uma investigação de crime organizado
e tráfico de drogas".
A investigação foi iniciada após uma apreensão de drogas na cidade de Lagarto, a 75 km de Aracaju.
O juiz Marcel Montalvão pediu há quatro meses que o Facebook informasse o nome dos usuários de uma
conta no WhatsApp em que informações sobre drogas eram trocadas.
A empresa não atendeu a Justiça, que aplicou há dois meses multa diária de R$ 50 mil. Como a
empresa ainda assim não cumpriu a determinação, o valor foi elevado para R$ 1 milhão há 30 dias.
A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe confirma a existência do
processo, mas não iria passar informações, pois corre em segredo de justiça.
O Facebook já proíbe que a rede social seja usada para vender drogas. No começo de fevereiro,
alterou a política de uso do site e do aplicativo de fotos Instagram para impedir também que os usuários
comercializassem armas.

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Na prática, donos de páginas e perfis já não podiam vender material bélico, mas pequenas
microempresas podiam usar a ferramenta de criação de anúncios rápidos para isso. Com a alteração,
essa prática foi vetada. A política da rede, no entanto, não se estende ao WhatsApp.
Segundo o delegado Aldo Amorim, membro da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia
Federal em Brasília, a investigação foi iniciada em 2015 e esbarrou na necessidade informações
relacionadas as trocas de mensagens via Whatsapp, que foram solicitadas ao Facebook e não fornecidas
ao longo dos últimos meses.
Ele revelou ainda que foram aplicadas multas gradativas e que essas multas só irão cessar quando a
empresa repassar as informações necessárias.
Ainda de acordo o delegado, existe uma organização criminosa na cidade de Lagarto, e o não
fornecimento das informações do Facebook está obstruindo o trabalho de investigação da polícia. Ele
disse também que toda empresa de comunicação que atua no Brasil deve seguir a legislação brasileira,
independente do seu país de origem.

Outros casos
Não é a primeira vez que o Facebook descumpre uma decisão judicial, e a Justiça brasileira reage. O
caso mais recente foi a determinação do Tribunal de São Paulo para que as operadoras de telefonia
móvel bloqueassem o acesso ao WhatsApp.
A suspensão do serviço de 48 horas foi uma punição de um juiz de São Bernardo do Campo (SP)
ao Facebook. A rede social se recusou a liberar mensagens trocadas pelo WhatsApp por suspeitos de
integrar uma quadrilha. A derrubada do app durou pouco mais de 12 horas e foi suspensa após o TJ-
SP conceder uma liminar à Oi, uma das quatro operadoras afetadas.
Em fevereiro, um juiz de Teresina (PI) determinou que as operadoras suspendessem
temporariamente o acesso ao app de mensagens. Na ocasião, as empresas se negaram a cumprir a
decisão. O motivo seria uma recusa do WhatsApp em fornecer informações para uma investigação policial
que vinha desde 2013.

Apple x FBI
O caso do Facebook lembra a briga da Apple com o FBI, nos Estados Unidos. A polícia federal norte-
americana entrou na Justiça para obrigar a empresa a desbloquear um iPhone usado pelo atirador que
matou 14 pessoas e deixou outras 22 feridas em um atentado em San Bernardino, na Califórnia, em
dezembro de 2015. Um corte da Califórnia acatou o pedido.
A Apple, que já havia negado colaborar com a investigação, informou que não cumprirá o pedido
judicial. A empresa entrou com um recurso para anular a decisão. Tim Cook, presidente-executivo da
Apple, afirmou que o pedido pode colocar a segurança dos clientes da empresa em risco.
O posicionamento da Apple diante do caso foi apoiado por outras empresas de tecnologia, como
Google, Facebook e Microsoft. Mark Zuckerberg, presidente-executivo e um dos fundadores da rede
social, disse que é "solidário à Apple".

02/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/03/felizes-diz-facebook-sobre-soltura-de-vice-
presidente-preso-em-sp.html

Faculdade expulsa três universitários após trote com creolina e larvicida

Três universitários do curso de agronomia foram expulsos da Faculdade da Amazônia (Fama) por
estarem envolvidos no trote violento que deixou 12 calouros feridos, em Vilhena (RO). Durante o trote,
realizado no último dia 15, os veteranos jogaram creolina e larvicida nos estudantes novatos, o que
causou várias queimaduras pelo corpo. Depois do episódio, a instituição instaurou uma comissão para
apurar o fato e adotar as medidas cabíveis.
A presidente da mantenedora da Fama, Rosangela Cipriano, explica que durante a suspensão de dez
dias, a comissão ouviu as vítimas, os suspeitos e coletou imagens do trote. Depois do material colhido, a
comissão concluiu que três alunos lideraram o trote violento, pois tiveram a iniciativa de levar a creolina
para a instituição.
De acordo com Rosangela, o critério utilizado pela comissão para a expulsão dos três alunos foi o da
gravidade. "Os alunos receberam a penalidade em conformidade com sua participação. A expulsão é a
pena máxima que a instituição utiliza no seu regimento para punir atos intoleráveis. Eles organizaram o
trote por uma rede social e esses três alunos traíram o grupo, pois o grupo não sabia que eles levariam
a creolina", ressalta.

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Além da expulsão, quatro alunas foram repreendias por escrito e deverão ser submetidas a
acompanhamento psicoterápico pelo prazo de 90 dias. Outros cinco alunos foram suspensos por 60 dias.
"As moças colaboraram cortando o cabelo, vigiando os sapatos, e tiveram participação menor. Já os
alunos que levaram suspensão por 60 dias, usaram tinta automotiva, pintaram os cabelos dos meninos e
moças, e usaram lepecid", ressalta.
A faculdade apurou que o trote violento teve 12 vítimas e que os veteranos envolvidos são todos do
curso de agronomia, sendo estudantes do 3º e 5º período. A presidente da mantenedora afirmou que as
vítimas e suas famílias receberam apoio psicoterápico e que o procedimento de apuração será
encaminhado à Delegacia de Polícia Civil. “Eles infringiram o regimento interno e agiram de forma
perversa e covarde. Não admitimos a exposição da dignidade da pessoa”, conclui.

Boletins de ocorrência
De acordo com a Delegacia de Polícia Civil, cinco jovens registram boletim de ocorrência por lesão
corporal e as investigações estão em andamento. Com queimaduras nas costas e ombro, a caloura de
agronomia, Gabriela Karina Kerber, de 21 anos, é umas das vítimas que procurou a polícia.
Em entrevista ao G1 na quarta-feira (17), Gabriela diz que os veteranos usaram tinta automotiva,
larvicida e creolina na brincadeira. "Não esperava que seria dessa forma. Aceitei participar de um trote
normal. Eles entraram na sala e disseram para nós que iria ser um trote, mas que não iria ter agressão,
e não iria ter sangue. Começaram a pintar as mãos e o pés. Depois começaram jogar um liquido na
gente", lembra.

Composição
Segundo a bula do larvicida, o produto usado no trote é recomendado apenas para o tratamento de
bicheiras em animais, provocadas por larvas ou ferimentos externos. A inalação do mesmo é proibida,
sendo vetado o uso em aves. O produto também é altamente inflamável.
Já a creolina é usada em limpeza ou na dissolvia de produtos químicos, como desinfetantes.

Atendimentos médicos
Após o trote, os jovens procuraram atendimento médico em hospitais do município com queimaduras
pelo corpo. A caloura Kelissa Luila Pereira Rodrigues, de 19 anos, sofreu lesões no ombro e braço.
"Disseram para gente que iria ser uma brincadeira com tinta. Quando estávamos cheios de tinta, eles
começaram a jogar um produto químico na gente, que começou a queimar e a arder. Foi muita dor",
relata.
Já o calouro Lucas Ribeiro Boehm, de 17 anos, ficou internado em um hospital particular da cidade,
com queimaduras de primeiro grau nas costas, ombro e tórax. "Jogaram lepecid com creolina e, na hora
que bateu no corpo, começou a queimar. Senti muita dor. Comecei a pular e não parava a dor. Nesse
momento corri para o banheiro. Ardia muito. Fiquei meio tonto, quase desmaiei, e um amigo me trouxe
para o hospital", relatou.

Posicionamento
Após o fato, a Faculdade da Amazônia divulgou nota repudiando o trote aplicado pelos calouros de
agronomia. Segundo a instituição, brincadeiras violentas são proibidas dentro da faculdade e que "a
responsabilidade de cada aluno veterano será rigorosamente apurada, através de Processo
Administrativo Disciplinar, que já foi instaurado, a fim de que a cada acadêmico veterano envolvido sejam
aplicadas as penalidades administrativas cabíveis, que vão desde a suspensão até a expulsão".

29/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/ro/vilhena-e-cone-sul/noticia/2016/02/faculdade-expulsa-tres-
universitarios-apos-trote-com-creolina-e-larvicida.html

Fantasia de pai como Alladin e filho como macaco gera polêmica em BH

Uma foto de uma família de Belo Horizonte com fantasias de Alladin, o macaco Abu e a princesa
Jasmine causou comoção nas redes sociais. O produtor de teatro Fernando Bustamante e sua mulher
Cíntia saíram fantasiados com o filho Mateus, de dois anos, vestido do macaquinho amigo de Alladin. A
associação da imagem da criança negra com macaco foi alvo de muitas críticas e apontada como
“racismo” por alguns internautas.
No domingo (07/02), Fernando, Cíntia e Mateus desfilaram no Bloco do Batiza, no bairro Floresta, em
Belo Horizonte. Produtor de teatro, o pai usou o figurino de uma peça que já apresentou e fantasiou toda

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a família. De Alladin, Fernando levou o melhor amigo de sua personagem, o macacão Abu, nos ombros.
Era Mateus.
A foto foi postada pelo pai em seu perfil no Facebook e foi alvo de muitas denúncias de racismo e
injúria racial. Alguns internautas caracterizaram a atitude do pai de vestir o filho como Abu de “nojento” e
“sacana”. Ao mesmo tempo, muitos internautas saíram em defesa do pai, dizendo que não houve racismo
na fantasia.
Fernando Bustamante conversou com o G1sobre o episódio, e disse que "jamais, em hipótese
nenhuma, foi racismo. É surreal pensarem que foi intencional ou que foi nossa vontade expor o Mateus
desta maneira”. O produtor de teatro disse que a escolha das personagens teve como motivo mostrar
uma grande família.
“Ele [Alladin] não tem filho, tem um melhor amigo. Está sempre com ele, ajuda a conquistar o que quer.
E a figura do filho está representado no amor, que é um macaco. Partiu do principio de representar uma
família”, disse.
Fernando disse que, como usou o quepe e o colete da peça no filho, alguns foliões no bloco até
pensaram que Mateus também estava caracterizado de Alladin. “Eu acho que eu parti de um idealismo e
eu tenho que ser mais realista. Neste contexto do filme, do personagem, não é uma ofensa ele ser o Abu.
É óbvio que, em outro contexto, é grotesco. Esse aprendizado vai vir diariamente com o Mateus”, se
defendeu.
Na segunda-feira, a família saiu em outro bloco de carnaval com outras fantasias. Neste dia, Mateus
estava de Pequeno Príncipe. A foto também foi publicada no Facebook, junto com a explicação de
Fernando sobre a fantasia de Abu. Em seu relato, o pai disse que “gostaria de pedir desculpas para
aqueles que sentiram ofendidos com a nossa fantasia. Jamais foi a nossa intenção”.
Sobre a repercussão da foto, Fernando espera que “traga frutos positivos de uma discussão aberta”.
“Da próxima vez, vou ter mais cuidado”, disse o pai. “Eu sou adulto e ele é uma criança. Ele vai gostar de
qualquer personagem. Fica uma alerta. Vou aprender todos os dias, vamos ter ainda muito preconceito”,
refletiu.

09/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais/carnaval/2016/noticia/2016/02/fantasia-de-pai-como-alladin-
e-filho-como-macaco-gera-polemica-em-bh.html

As nove áreas em que o Brasil é criticado em relatório global de Direitos Humanos

O Brasil foi citado no Relatório Mundial 2016 da organização Human Rights Watch – que compila
abusos de Direitos Humanos em 90 países – pela violência policial e pela superlotação do sistema
prisional.
A 26º edição do relatório foi lançada nesta quarta-feira em Istambul. O documento afirma
essencialmente que vários governos do planeta reduziram a proteção aos direitos humanos em nome da
segurança – e por medo da disseminação de ações terroristas fora do Oriente Médio.
Segundo a organização, os governos europeus têm fechado suas fronteiras para o fluxo massivo de
refugiados fugindo principalmente do conflito sírio, deixando a responsabilidade de lidar com a questão
para países vizinhos à Síria.
Algumas das consequências são a islamofobia e a estigmatização de comunidades de imigrantes.
Segundo Maria Laura Canineu, diretora do escritório brasileiro da HRW, o Brasil adotou uma ação
positiva na questão dos refugiados.
"O Brasil merece aplausos pela aceitação e pela abertura aos refugiados, principalmente sírios. Foram
concedidos mais de 8 mil vistos humanitários. A questão agora é criar oportunidades de trabalho para
eles", disse.
O Brasil porém recebeu destaque negativo devido ao alto número de pessoas assassinadas pela
polícia – 3 mil em 2014 – e pela superlotação das cadeias, que supera sua capacidade de vagas em 61%.
Segundo ela, no campo de abusos de violência na área de segurança pública, o Brasil enfrenta um dos
piores cenários na comparação com os outros países.
"A situação (de violência policial) não melhora, só piora. Acreditamos que isso acontece devido a um
fracasso generalizado das instituições em combater a impunidade", disse Canineu.
Segundo ela, a situação no ano passado foi agravada por esforços de grupos políticos em aprovar
legislações que tentam "regredir" as conquistas na área de direitos humanos.
O documento da HRW critica o histórico do ano no país em 9 áreas sensíveis do ponto de vista dos
direitos humanos. Leia abaixo os principais pontos.

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Segurança Pública
A Human Rights Watch critica o Brasil especialmente em relação à violência policial e à superlotação
dos presídios.
A organização alertou para o crescimento de 40% no número de pessoas assassinadas por forças de
segurança no Brasil em 2014 (a estatística mais recente disponível na época da elaboração do
documento). Segundo dados levantados pelo Fórum Nacional de Segurança Pública, foram cerca de 3
mil vítimas em todo o Brasil.
O relatório ressalta que parte dessas mortes são resultados de confrontos, onde a polícia usa a força
de forma legítima. Contudo, uma outra parcela dos assassinatos são na realidade execuções
extrajudiciais.
O documento também critica o envolvimento de policiais em casos de chacinas em diversos Estados
do país.
Em relação aos presídios, a HRW sublinha que a superlotação e a falta de pessoal tornam impossível
às autoridades controlar os presídios. O sistema prisional do país abriga atualmente cerca de 600 mil
pessoas – um número 61% maior que a capacidade total.
Essa situação deixa os detentos "vulneráveis à violência e às facções criminosas, como documentado
pela organização nos Estados de Pernambuco e do Maranhão."
A ONG elogia porém, experiências de alguns Estados, nos quais presos são levados rapidamente à
presença de um juiz. Para a HRW, as audiências de custódia podem ajudar a diminuir a superlotação –
reduzindo o número de presos provisórios – e os casos de tortura.

Direitos das crianças


A ONG criticou uma iniciativa da Câmara dos Deputados, que aprovou uma proposta de emenda
constitucional que pode fazer com que adolescentes de 16 e 17 anos, acusados de crimes graves, sejam
julgados e condenados como adultos. A PEC da maioridade penal ainda precisa de aprovação do Senado
para entrar em vigor.

Liberdade de expressão e associação


A tramitação no Congresso de uma lei de combate ao terrorismo foi criticada pela HRW. Segundo a
organização, ela "contém termos excessivamente genéricos e linguagem vaga" e pode ser usada para
processar criminalmente manifestantes e membros de movimentos sociais.
A organização também critica os assassinatos de ao menos sete jornalistas e blogueiros em 2015.

Direitos reprodutivos
Como o aborto é ilegal no Brasil, a preocupação da HRW em relação ao tema diz respeito ao risco que
as mulheres e adolescentes correm ao se submeterem a procedimentos clandestinos.
O aborto só é permitido no país em casos de estupro, anencefalia (casos em que o feto possui má
formação congênita fatal) ou quando a vida da mãe está em risco.
A Câmara analisa proposta para derrubar essas exceções.

Orientação sexual
Segundo a HRW, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebeu 522 denúncias de violência e
discriminação contra gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros só na primeira metade de 2015.
O relatório cita um projeto de lei discutido no Congresso que define a família apenas como a união de
um homem com uma mulher – embora tribunais de instâncias superiores tenham decidido favoravelmente
ao casamento de pessoas de mesmo sexo.

Direitos trabalhistas
Na área do trabalho, a organização de direitos humanos aponta para a grande quantidade de casos
de pessoas submetidas a condições de trabalho consideradas abusivas.
Ela incluiu em seu relatório levantamento do Ministério do Trabalho segundo o qual mais de 48 mil
casos de trabalhadores sujeitos a trabalhos forçados, condições degradantes e condições análogas à
escravidão foram documentados desde 2015.

Violência no campo
A HRW criticou assassinatos de indígenas e camponeses supostamente a mando de fazendeiros e
criminosos envolvidos com madeireiras ilegais.

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Como exemplos, a organização citou "violentos ataques" contra os índios guarani-kaiowá por parte de
pessoas ligadas a fazendeiros no Mato Grosso do Sul. Esses índios lutam atualmente para reaver suas
terras ancestrais. Um deles foi assassinado em uma ação ainda sob investigação.

Regime militar
O relatório final da Comissão Nacional da Verdade sobre violações de direitos humanos pelo regime
militar que governou o país entre 1964 e 1985, divulgado no fim de 2014, também foi citado pela
organização.
A HRW afirma que, embora 377 suspeitos de violações de direitos humanos tenham sido identificados,
a Lei da Anistia, de 1979, impede que eles sejam levados à Justiça. A organização ressalta que casos
isolados de tentativa de processar suspeitos estão temporariamente suspensos, a espera de uma
eventual reavaliação da Lei da Anistia.

Política externa
A ONG classificou a atuação brasileira no Conselho de Direitos Humanos como "inconsistente". Isso
porque o país teria apoiado decisões em favor dos direitos humanos em certas ocasiões e, em outras
circunstâncias, se abstido de votar em questões semelhantes (especialmente envolvendo o no conflito da
Síria).
O relatório elogiou porém a postura do Brasil em liderar a defesa do direito à privacidade na era digital.

27/01/2016
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160126_relatorio_hrw_lk

Ato contra aumento de tarifas tem tumulto na região central de SP

A manifestação convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das tarifas de trens,
ônibus e Metrô para R$ 3,80 terminou em tumulto na noite desta terça-feira (12/01) na região da Avenida
Paulista e no Centro. Muitas bombas foram lançadas para dispersar os manifestantes. Pelo menos oito
pessoas foram detidas, segundo a PM, e sete ficaram feridas.
O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que os presos podem chegar a 11 -
três outros estavam sendo identificados por volta das 22h. Houve dois casos de vandalismo, com vidros
quebrados em uma agência bancária na Consolação e no Instituto Cervantes. A polícia diz ter apreendido
duas bombas durante a manifestação.
Moraes disse que a PM começou a jogar bombas na esquina da Avenida Paulista com a Rua da
Consolação porque manifestantes tentavam romper um bloqueio montado para impedir a passagem
para a Avenida Rebouças. "São 2 mil pessoas tentando romper um bloqueio", disse.
O Movimento Passe Livre (MPL) afirmou na manhã desta quarta-feira (13/01) que houve repressão
"forte" e "desnecessária" da Polícia Militar no início do protesto.
Segundo Luize Tavares, membro do movimento, cerca de 20 pessoas feridas foram levadas a
hospitais. Ela argumenta ainda que a polícia não tem o direito de determinar o trajeto do protesto.

Início e discussão do trajeto

A concentração começou de forma pacífica por volta das 17h na Praça do Ciclista. Antes do ato, a PM
revistou manifestantes e chegou a deter um homem. Perguntados sobre o motivo, os policiais mostraram
uma corrente que estaria com ele.
O policiamento foi reforçado no entorno da Praça do Ciclista. Policiais das Rondas Ostensivas Tobias
Aguiar (Rota) foram deslocados para a região. A Rua da Consolação foi fechada nos dois sentidos e a
Avenida Paulista também acabou bloqueada na altura da Praça do Ciclista.
Os manifestantes decidiram seguir em caminhada pela Avenida Rebouças até o Largo da Batata, em
Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. A PM havia sugerido trajeto pela Rua da Consolação até a Praça
da República. Quando os manifestantes começaram a andar, os policiais montaram um cordão de
isolamento na esquina da Paulista com a Consolação.
Alguns minutos depois, começou o confronto. Os policiais lançaram bombas de efeito moral e balas
de borracha para dispersar os manifestantes e houve muita correria. Em um vídeo gravado em um prédio
na região e divulgado no Facebook é possível ver, a partir dos 20 minutos, as bombas lançadas contra
os manifestantes.

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Grupos tentaram se abrigar dentro dos prédios na região. Garrafas foram lançadas em direção aos
policiais. A entrada da Estação Paulista do Metrô foi fechada. Manifestantes desceram as ruas da região
e fizeram barricadas com lixo jogado nas vias.
Policiais cercaram e imobilizaram um manifestante em frente a um estacionamento na Rua da
Consolação. Os policiais deram golpes de cassetete no jovem. Os PMs formaram um cordão em volta do
detido. Jornalistas e manifestantes se reuniram para acompanhar a ação e a PM lançou gás de pimenta
e bombas de efeito moral
Outro ponto de confronto ocorreu por volta das 20h na região de Higienópolis. Policiais voltaram a
lançar bombas de efeito moral e manifestantes correram. Às 21h, ao lado do Theatro Municipal, no Centro,
houve novo tumulto, com objetos lançados contra os PMs e bombas de gás lacrimogêneo disparadas em
direção aos manifestantes.
Mais tarde, um grupo de mascarados tentou invadir a Estação Anhangabaú do Metrô, que estava com
as portas fechadas. Jovens chutaram os portões da estação.

Feridos
Pelo menos sete pessoas feridas foram flagradas pelo G1. Entre elas um catador de latinhas; uma
mulher com ferimento na barriga; outra com machucado na perna; um vendedor ambulante; um fotógrafo
e outros dois manifestantes.
O metroviário Heber Veloso Carlos, de 28 anos, foi um dos feridos. "Eu não estava com bomba nem
com nada. É a primeira vez que eu apanho gratuitamente. 28 anos de vida e é a primeira vez que eu
apanho gratuitamente. Isso aqui [machucado na cabeça] é cassetete na cabeça. Direto. Caí no chão",
contou ao G1.
O jovem Thales Fernando teve um ferimento na cabeça. "Jogaram uma bomba na minha cabeça. A
gente estava cantando com nosso coletivo, foi brutal o ataque."

Secretário

Alexandre de Moraes defendeu a atuação da PM. "Todos os grupos avisam previamente para que nós
possamos organizar o traçado, retirar as linhas de ônibus, deslocar as linhas, tirar o lixo da rua, as pedras
da rua, que podem ser utilizadas como armamento, e novamente o MPL não compareceu às reuniões
[para discutir o trajeto]", afirmou em coletiva de imprensa.
"A manifestação quando não for previamente avisada, o traçado será acordado na hora e ele será
cumprido. Hoje, a estratégia utilizada pela Secretaria de Segurança Pública vai ser a estratégia usada em
todas as manifestações", completou.

Protesto na sexta

Na última sexta-feira (08/01), o primeiro ato contra o aumento organizado pelo MPL em 2016 terminou
em cofronto entre mascarados e policiais militares. Ruas do Centro foram alvo de vandalismo e a PM
lançou muitas bombas. Dezessete pessoas foram detidas, mas foram liberadas logo depois. Três PMs
ficaram feridos por pedras atiradas no confronto.
A manifestação teve início de forma pacífica na Praça Ramos de Azevedo, junto ao Theatro Municipal,
e seguiu por ruas da região. O confronto começou na Avenida 23 de Maio, depois que manifestantes
tentaram ocupar ambos os sentidos da via e discutiram com uma pessoa em um carro preto.
Mascarados lançaram coquetéis molotov contra os policiais, que revidaram com bombas de efeito
moral. Três bancos, um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), outro da PM e um ônibus
foram depredados. Outro tumulto aconteceu na Rua Conselheiro Crispiniano com a Avenida São João,
por volta das 20h30. Um morador de rua ateou fogo em uma barricada de lixo feita por manifestantes. A
PM interveio e deteve uma pessoa.
Por volta das 20h, manifestantes subiram para a Avenida Paulista e bloquearam o trânsito. PMs
chegaram logo em seguida e dispararam bombas de efeito moral. Motoristas que seguiam pelo sentido
Consolação acabaram invadindo a ciclovia da avenida para seguir pela outra pista.

12/01/2016
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/01/manifestantes-fazem-2-ato-contra-aumento-de-
tarifas-em-sp.html

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Ataques sexuais em série no Réveillon geram medo e revolta na Alemanha

"São crimes de uma dimensão totalmente nova". Foi assim que autoridades alemãs
descreveram a série de agressões sexuais contra dezenas de mulheres durante a noite de Ano
Novo em Colônia, no oeste do país.
Um grupo de cerca de mil homens agiram de forma coordenada para assediar e roubar múltiplas
vítimas. Segundo testemunhos, os suspeitos tinham "procedência árabe ou do norte da África".
O caso gerou ainda mais indignação por ter ocorrido no centro da cidade, em torno da estação central
de trens e perto da histórica catedral gótica da região.
A prefeita de Colônia, Henriette Reker, convocou uma reunião de emergência para tratar da crise e
garantir a segurança de moradores e visitantes a um mês da comemoração do Carnaval, realizado
anualmente na cidade.

Corredor de homens

A polícia recebeu ao menos 90 denúncias de mulheres que foram assaltadas, assediadas e atacadas
sexualmente, incluindo uma acusação de estupro, na noite de 31 de dezembro.
Os ataques foram realizados por um grande grupo de homens reunidos ao redor da famosa praça da
cidade, entre a estação central e a antiga catedral.
Segundo o chefe da polícia, Wolfgang Albers, os cerca de mil homens estavam bêbados e
aparentavam ser "árabes ou africanos". Espera-se que mais denúncias surjam nos próximos dias.
Uma das vítimas, identificada como Katja L., informou que os homens agiam em grupos menores, de
cerca de cinco integrantes. Escolhiam as mulheres e as cercavam para abusar sexualmente delas ou
roubar seus pertences.
Ela disse à agência de notícias alemã DPA que, ao sair da estação, ela e suas amigas foram forçadas
a caminhar por um corredor de homens.
"Passaram a mão em mim em todos os lugares. Foi um pesadelo. Nós gritávamos e batíamos neles,
mas eles não paravam", afirmou.
"Estava desesperada. Acho que me tocaram umas cem vezes nos 200 metros que caminhamos (entre
eles)."
Um homem descreveu como sua mulher e a filha de 15 anos foram cercadas por uma multidão do lado
de fora da estação sem que ele pudesse ajudá-las. "Os agressores pegaram em seus peitos e as tocaram
entre as pernas."
Uma britânica que visitava a cidade disse que fogos foram disparados contra seu grupo por homens
que não falam alemão ou inglês.
"Eles tentavam nos abraçar, nos beijar. Um deles roubou a bolsa da minha amiga. Outro tentou nos
colocar em um 'táxi privado'. Já estive em situações assustadoras e perigosas, mas nunca tinha vivido
algo assim", disse ela à BBC.

'Situação intolerável'

Albers condenou a série de ataques declarando se tratar de "crimes de uma dimensão totalmente
nova" e acrescentou ser "uma situação intolerável que estes crimes sejam cometidos no meio da cidade".
Foi criada uma unidade de investigação para esclarecer os fatos e punir os responsáveis. Até agora,
oito suspeitos foram detidos na noite de Ano Novo, mas não está claro se estavam diretamente envolvidos
nos ataques.
O site de notícias Köelner Stadt-Anzeiger disse que os suspeitos já eram conhecidos pela polícia
devido aos furtos frequentes nos arredores da estação.
Alguns veículos de imprensa do país criticaram as autoridades de estarem mal preparadas para lidar
com o problema. Na edição alemã do site The Huffington Post, a ativista Anabel Schunke acusou a polícia
de encobrir os fatos e esperar vários dias antes de revelá-los publicamente.
Foi informado que a polícia havia sido deslocada para a região para controlar a multidão durante as
celebrações de Réveillon, mas falhou em detectar estes ataques.

Consequências 'incômodas'

A prefeita da cidade convocou nesta terça-feira uma reunião de emergência com a participação das
polícias local e federal para abordar a crise.

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Reker disse que os ataques são "monstruosos" e, em declarações dadas ao Köelner Stadt-Anzeiger,
afirmou que "não podemos tolerar que esta área da cidade se torne uma região sem lei".
A situação ganha um contorno particular para a prefeita, que protagonizou manchetes ao redor do
mundo em outubro passado depois de ser apunhalada no pescoço por um homem durante sua campanha
eleitoral por defender os refugiados que chegam ao país.
Estes incidentes tendem a exacerbar tensões na Alemanha, que recebeu em 2015 um número recorde
de imigrantes que fogem da guerra e da pobreza no Oriente Médio e outras regiões de conflito.
A polícia e políticos têm alertado que grupos populistas de direita poderiam estar usando os recentes
crimes para fomentar o sentimento contra os refugiados.
Arnold Plickert, diretor do sindicato de policiais em Renânia do Norte-Vestália, o Estado onde está
Colônia, disse que os crimes são um "ataque massivo aos direitos básicos" e que deveria ser feita justiça
ainda que houvesse consequências "politicamente incômodas".
Segundo a emissora estatal alemã Deutsche Welle, Plicker ressaltou que "toda a força da lei" deveria
pesar contra "qualquer refugiado que tenha um problema em se integrar a nossa sociedade aberta e
respeitando os direitos dos outros".
Mas acrescentou que o público não pode se esquecer de que "a grande maioria dos (migrantes) que
têm chegado o fazem porque suas vidas correm perigo em suas pátrias".

Outros ataques

Por enquanto, a polícia tenta averiguar se os homens que atacaram as mulheres na noite do dia 31
organizaram os atos por meio de redes sociais. Também estão sendo analisados vídeos feitos por
câmeras de segurança e celulares.
Colônia se prepara para celebrar seu Carnaval anual em fevereiro, um festival que atrai mais de 1
milhão de visitantes. As autoridades estão decididas a restaurar a tranquilidade e garantir a segurança
dos cidadãos para a festa.
Em Hamburgo, no norte da Alemanha, várias mulheres também denunciaram à polícia terem sido
assediadas e roubadas na véspera de Ano Novo.
Os incidentes ocorreram em Reeperbahn, uma conhecida avenida do distrito onde a prostituição é
legalizada na cidade.
Ataques similares também foram registrados em Stuttgart, no sudoeste do país. No entanto, nestas
duas cidades, as denúncias não foram tão numerosas quanto em Colônia.

05/01/2016
Fonte:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160105_abuso_sexual_ano_novo_alemanha_rb.shtml

MP identifica 4 grupos suspeitos de postar ameaças racistas contra Maju

O Ministério Público de São Paulo conseguiu identificar integrantes pelo menos quatro grupos na
internet suspeitos de publicarem ameaças racistas contra a jornalista Maria Julia Coutinho, a Maju. O
relatório da Promotoria lista mensagens postadas na página do Facebook do Jornal Nacional contra a
apresentadora, e sustentou os 25 pedidos de busca e apreensão cumpridos em oito estados nesta quinta-
feira (10/12).
O MP acredita que a operação para apreender provas, como computadores e celulares, por crimes
de racismo contra a apresentadora é "a ponta do iceberg" em relação a grupos em redes sociais que
fazem ameaças contra negros. O promotor Christiano Santos diz que a "situação é ainda mais grave". Os
suspeitos foram levados até o MP de cada região, onde foram ouvidos. Entre eles está um
adolescente de 16 anos, que mora no interior de Goiás.
O crime aconteceu em julho deste ano, quando a apresentadora foi alvo de ataques racistas nas redes
sociais. À época, no Jornal Nacional, Maju falou sobre a importância de combater o preconceito e
agradeceu os apoios que recebeu. “Eu falei isso: os preconceituosos passam e a Majuzinha passa”,
afirmou. William Bonner acrescentou: “Somos todos Maju, né, Renata?”. A apresentadora Renata
Vasconcellos completou: “Somos todos Maju. Hoje e sempre”.

Relatório
O relatório elaborado pelo MP usou dados fornecidos pelo Facebook, além de cadastros de e-mails e
telefones, para identificar os suspeitos dos ataques racistas no dia 3 de julho e os grupos aos quais eles
faziam parte. Até o momento, 12 suspeitos foram identificados pela Promotoria.

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Em alguns casos, eles eram administradores dos grupos ou mantinham mais de um perfil falso na rede
social, conhecidos como "perfil fake". Para cada um deles, o MP faz uma relação com as mensagens
racistas publicadas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho. Apenas para um usuário o MP não encontrou
a relação com os grupos, segundo o documento.
Algumas páginas foram desativadas, mas o cruzamento de informações ajudou na identificação dos
autores da conta. Além dos quatro grupos já identificados pelo Ministério Público de envolvimento com
os ataques preconceituosos contra a apresentadora, o relatório cita outros grupos que também têm como
objetivo "atacar".
Um dos usuários identificados chegou a escrever que estava com saudades de postar ofensas,
maldições e coisas negativas para os outros curtirem.

Depoimentos
Na manhã desta quinta-feira, um dos investigados pela participação dos ataques racistas que
prestaram depoimento foi o auxiliar de produção Kaique Batista, de 21 anos. O MP, com o apoio da Polícia
Militar, foram à casa dele, na Zona Norte de São Paulo, para buscá-lo e apreenderam também um
computador.
Kaique disse que não publicou nada no seu perfil em uma rede social. “Não, meu grupo não. Agora, o
grupo que publicou, eu sei quem foi. E eu vou falar”, disse o jovem. Questionado se iria entregar quem
cometeu os crimes, disse: “Lógico. Não vou segurar o rojão de ninguém.”. Ele é um dos administrados de
um dos grupos do Facebook investigados pela Promotoria.
Durante o depoimento, com duração de quatro horas, o auxiliar de produção apontou os grupos que
conhece e que escrevem mensagens racistas nas redes sociais. O promotor Christiano Jorge Santos
confirmou que é possível o envolvimento de mais pessoas e que outros suspeitos foram identificados pelo
MP.
"Nós estamos detectando existência de grupos que não só fazem ataques virtuais, mas também se
organizam para realização de atos de violência física, ataques a pessoas negras, ataques a
homossexuais, e a membros de grupos rivais".
Mesmo prestando depoimento, Kaique Batista continua sendo investigado pela Promotoria sobre as
ameaças racistas. Ele disse que, na internet, as pessoas se envolvem nesses crimes porque consideram
a rede uma terra sem lei. Já o promotor discorda e explica que, identificados, os agressores deverão
responder pelos crimes de injúria, racismo e organização criminosa.
“Podemos pensar em penas que vão variar de dois a cinco anos no caso de racismo, de um a cinco
anos no caso de injúria, um a três anos no caso de organização criminosa. E as penas vão sendo
somadas”, disse o promotor Christiano Santos. Até o momento, o Ministério Público não pediu à Justiça
a prisão de suspeitos pelo crime.

Operação nacional
Os grupos investigados por ataques racistas na internet são grandes, de acordo com o Ministério
Público. Só nessa fase, a Justiça determinou 25 mandados de busca e apreensão em oito estados: além
de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco, Ceará e Amazonas.
Em Fortaleza foram apreendidos quatro celulares e um notebook. O suspeito foi convidado a prestar
esclarecimentos, mas se recusou e agora vai ser notificado formalmente para conversar com os
promotores. O perfil era falso e foi apagado.
“Logo em seguida a injúria que o caso veio à tona, o perfil foi desativado. Mas isso não impede,
evidentemente, de se chegar, de se identificar a localização exata de onde saiu essa mensagem
criminosa”, afirmou o promotor Manoel Epaminondas.
Um dos líderes dos ataques foi encontrado em sua casa, em Sorocaba, no interior de São Paulo. No
celular dele os promotores encontraram outros grupos com mensagens racistas.
A polícia de Rio Verde, interior de Goiás, também cumpriu na manhã um mandado de busca e
apreensão na casa de um adolescente de 16 anos. Como colaborou com as investigações e permitiu
que os agentes acessassem o computador, o menor não chegou a ser apreendido.
De acordo com o delegado Adelson Vandeo, que acompanhou a operação, foram analisadas
postagens feitas pelo adolescente no Facebook dele, que é privado, e ele negou que seja o autor de
ofensas.
“Ele simplesmente disse que fazia parte de um grupo, que teria algumas pessoas que faziam trabalhos
com áreas de tecnologia, supostamente hackers. Com isso, ele cedeu alguns dados pessoais dele e de
familiares para que fosse formado um outro grupo, que foi o que acabou fazendo ofensas a algumas
pessoas e instituições. Em seguida, esse grupo foi extinto”, explicou Vandeo.

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10/12/2015
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/mp-identifica-4-grupos-suspeitos-de-postar-
ameacas-racistas-contra-maju.html

Casamentos gays aumentam 31,2% em 2014 no Brasil, diz IBGE

Em 2014, foram registrados no Brasil 4.854 casamentos entre cônjuges do mesmo sexo, um aumento
de 31,2% em relação a 2013, ano em que uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
determinou que os cartórios realizassem a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Em números absolutos, foram 4.854 registros, totalizando 1.153 uniões homoafetivas a mais que no
ano anterior, segundo dados das Estatísticas do Registro Civil 2014, divulgadas na segunda-feira (30)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desse total de uniões, 50,3% foram entre mulheres e 49,7%, entre homens, percentuais quase
empatados. Mas em 2013, os casamentos entre mulheres registraram uma maioria mais acentuada - 52%
contra 48% de casamentos entre homens.
A Região Sudeste concentrou o maior percentual de uniões homoafetivas em 2014: 60,7%. As demais
regiões registram proporções bem menores: Sul, 15,4%; Nordeste, 13,6%; Centro-Oeste, 6,9%; e Norte,
3,4%.
Dentro da Região Sudeste, foi no estado de São Paulo onde se concentraram o maior percentual de
uniões homoafetivas: 69,6%; na Região Sul, a maioria das uniões aconteceu em Santa Catarina, com
45,7%; Goiás, com 39%, e Distrito Federal, com 38,7%, foram os recordistas do Centro-Oeste; no Norte,
Pará registrou a maioria dos casamentos homoafetivos: 34,7%.

Casamentos em 4 décadas

Desde 1974, o IBGE coleta, apura e divulga as estatísticas relativas aos casamentos, que integram o
conjunto das Estatísticas do Registro Civil.
A partir de 2013, além dos casamentos civis entre cônjuges masculino e feminino, o IBGE também
passou a coletar e divulgar os registros de casamentos entre as pessoas do mesmo sexo, que passaram
a ser reconhecidos judicialmente pelas autoridades brasileiras.
No primeiro ano pesquisado, 1974, ocorreram 818.990 uniões civis, segundo o IBGE. Em 1984, foram
registradas 936.070 uniões, aumento de 14,3%, em relação a 1974; em 1994, com 763.129 uniões, o
IBGE registrou uma que de 18,5% dos casamentos em relação a 1984; em 2004, a variação voltou a ser
positiva, indicando um crescimento de 5,7% no número de uniões, que somaram 806.968; em 2014, com
o registro de 1.106.440 uniões, a variação atingiu 37,1% de aumento.
Somente entre 2013 e 2014, o aumento de uniões civis foi de 5,1%, o que, em termos absolutos,
representou 53 993 casamentos a mais.
Segundo os pesquisadores do IBGE, a tendência de evolução recente nos números de uniões civis é
resultado de mudanças que vêm ocorrendo nos padrões de composição dos arranjos conjugais e
familiares.
“Dentre elas se destacam as facilidades legais e administrativas atualmente disponíveis para a
obtenção de divórcios, possibilitando as novas uniões legais e a conversão de uniões consensuais e
estáveis em casamentos civis, como também os incentivos por meio de programas de casamentos
coletivos”, afirma o documento do IBGE.

Guarda compartilhada

Entre 1984 e 2014, segundo o IBGE, o número total de divórcios no país cresceu de 30.800 para
341.100. A idade média das mulheres na dada da sentença de divórcio era 40 anos, enquanto a dos
homens chegava a 44 anos. Manteve-se a predominância das mulheres na responsabilidade pela guarda
dos filhos menores de idade (85,1% em 2014), mas, segundo destaca o IBGE, a guarda compartilhada
cresceu de 3,5% em 1984 para 7,5% em 2014.

30/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/casamentos-gays-aumentam-312-em-2014-no-
brasil-diz-ibge.html

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Gerente de restaurante da Tijuca é preso no Rio por injúria racial

O gerente do restaurante Garota da Tijuca, na Zona Norte do Rio, foi preso em flagrante por injúria
racial, na sexta-feira (20/11). Ascendino Correia Leal teria oferecido bananas a três entregadores de
bebidas negros como "homenagem" ao feriado da Consciência Negra. As vítimas acionaram a polícia e
o gerente foi levado para a 19ª DP (Tijuca).
Leonardo Valentim, motorista do caminhão que entregava bebida no bar, contou que ele e os dois
entregadores estavam fazendo uma entrega no estabelecimento. "Ele foi em cada um de nós e ofereceu
as bananas e disse que era em homenagem ao Dia da Consciência Negra. E ainda completou que ‘é uma
para cada um que vocês, que são todos da mesma raça", disse Leonardo.
Segundo o delegado-titular da unidade, os depoimentos apontam que Ascendino acreditou estar
fazendo uma brincadeira. "De mau gosto", acrescentou Celso Gustavo Castello Ribeiro.
William Dias Delfim, outra vítima, afirmou em depoimento que o gerente tentou desfazer o
constrangimento e entrou no restaurante rindo. No entanto, Leonardo teria discutido com o gerente pelo
ocorrido e chamado a Polícia Militar.
Ascendino pagou fiança de R$ 800 e foi liberado no mesmo dia. Ele pode pegar de um a três anos de
prisão e mais multa. O gerente no Bar Garota da Tijuca não foi trabalhar nesta segunda-feira. Ele está
licenciado desde o episódio. No registro de ocorrência, os dois entregadores afirmaram que não
conheciam o gerente.

Direção repudia ato de gerente

A direção do grupo Garotas, dona do restaurante na Tijuca, Zona Norte, divulgou nota informando que
a atitude do gerente do estabelecimento foi independente.
Os responsáveis pelos restaurantes informam ainda que repudiam qualquer tipo de discriminação e
pedem desculpas aos clientes e fornecedores informando que esse tipo de ato não irá se repetir.
O comunicado diz que medidas serão tomadas. A empresa atua no mercado há mais de 60 anos, com
mais 600 funcionários e casos como esse são inadmissíveis, diz a nota.
Leonardo afirma que relembrar o caso faz mal a ele e que chegou a pensar em agredir o homem, mas
pensou melhor e viu que isso iria transformar o autor em vítima.
"A gente vê isso acontecendo pela TV, com jogadores de futebol, e até com artistas, como a Taís
Araújo, e não imagina que uma coisa dessas vai acontecer com a gente", afirma Leonardo.

23/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/11/gerente-de-restaurante-da-tijuca-rio-e-preso-
no-rio-por-injuria-racial.html

Site Mega Filmes HD sai do ar e internautas lamentam: 'Luto'

Milhares de internautas se manifestaram em redes sociais sobre o fechamento do site de pirataria


Mega Filmes HD, após operação da Polícia Federal de Sorocaba (SP) na quarta-feira (18/11/2015). O
casal Marcos Magno Cardoso e Thalita Cardoso, apontados como responsáveis por gerenciarem o portal,
foi preso em Cerquilho (SP) por violação de direitos autorais. O site saiu do ar na noite de quarta, em
cumprimento a uma determinação da Justiça Federal, por disponibilizar ilegalmente cerca de 150 mil
arquivos entre filmes, desenhos, séries, shows e documentários.
Batizada de "Barba Negra", a operação da PF desarticulou a organização criminosa especializada na
prática de crimes contra os direitos autorais pela internet. Outras cinco pessoas suspeitas de participarem
do esquema foram detidas, sendo uma em Cerquilho, duas em Campinas (SP) e outras duas em Ipatinga
(MG). Segundo a polícia, elas foram ouvidas e liberadas.
No grupo que a página mantém no Facebook e que é seguido por mais de 4,5 milhões de pessoas,
usuários lamentaram o fechamento da página. "Estamos de luto", disse uma internauta. Várias pessoas
criticaram a ação da PF.
Usuários criaram hashtags como #prayformegafilmes e #somostodosmegafilmeshd e até uma
ferramenta que modifica o avatar usado no perfil em redes sociais para incluir uma tarja com o nome do
site.
De acordo com o presidente da Comissão de Direito Eletrônica da OAB de Sorocaba, José Carlos
Francisco, os internautas que baixam arquivos piratas na internet poderiam, em tese, responder
criminalmente por violação de direitos autorais mesmo que não tenham obtido lucro com os arquivos. Mas
ele explica que isso depende muito da interpretação da Justiça. “É que muitos [juízes] entendem que não

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é crime por causa do livre acesso à informação, da liberdade de informação. Então, por isso, essas
pessoas dificilmente vão ser investigadas pela polícia. Até porque é difícil a identificação de todos”, afirma.

R$ 70 mil por mês

Após a prisão do casal e o fechamento do site, a PF tenta agora descobrir quem são os anunciantes
que faziam propaganda no portal, apontado como o maior site de pirataria da América Latina.
Para acessar um dos 150 mil arquivos disponibilizados na página o usuário tinha que clicar em pelo
menos três anúncios. Era dessa forma que os donos do Mega Filmes HD eram remunerados.
Segundo investigações da PF, o casal lucrava cerca de R$ 70 mil por mês com o site, que chegava a
ter 60 milhões de visitantes no período.
"O esquema criminoso era extremamente lucrativo. Justamente por isso, o foco vai ser tentar apurar
quem é o responsável por pagar os mentores desse esquema criminoso para financiar essa atividade
criminosa", afirma o delegado responsável pelo caso, Valdemar Latance Neto.

A operação

A investigação da PF durou dois meses. Na casa do casal preso em Cerquilho foram apreendidos R$
20 mil em dinheiro e quatro carros, sendo dois de luxo.
Em nota, a Justiça Federal informou que o juiz determinou, ainda, busca e apreensões domiciliares,
para a obtenção de mais provas “que esclareçam as participações de todos os envolvidos no evento,
amealhando-se novas provas que possam se juntar as provas já captadas", diz a nota.
Segundo a Justiça, o lucro obtido pelos envolvidos foi conseguido de forma ilegal. “Existem indicações
no sentido de que o lucro obtido por mês pelos exploradores e participantes do esquema é considerável.
Note-se que se trata de atividade totalmente ilícita, pelo que os valores recebidos dos patrocinadores são
ilegais e, em tese, estão sujeitos ao perdimento”, completa a nota.
Os investigados serão indiciados pela prática de crimes de constituição de organização criminosa, com
pena três a oito anos e multa, além de violação de direitos autorais com pena de dois a quatro anos e
multa.

'Prática comum'

O advogado de Marcos e Thalita, Tiago Bellucci, afirmou que o cliente dele contou que tinha o mesmo
negócio no Japão, onde morou por cerca de nove anos, e trouxe o serviço ao Brasil. “Meu cliente chegou
do Japão e lá essa prática é comum. Ele não imaginava que iria ser preso”, diz o advogado.
O juiz federal substituto Marcos Alves Tavares da 1ª Vara Federal determinou a prisão temporária dos
dois para fins de investigação. Segundo Bellucci, um pedido de revogação da prisão temporária será
solicitado. "Entendemos que a prisão temporária serve para buscar provas e colher depoimentos. E, como
isso já foi feito, não existe motivo para eles continuarem detidos", complementa.

19/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/11/mega-filmes-hd-sai-do-ar-e-
internautas-lamentam-luto.html

Dois homens morrem atropelados enquanto pintavam ciclofaixa em SP

Dois homens que pintavam uma ciclofaixa em Santana, Zona Norte de São Paulo, foram atropelados
e morreram no início da madrugada deste domingo (18/10/2015), informou a Companhia de Engenharia
de Tráfego (CET). Uma das vítimas morreu no local e a outra chegou a ser levada para atendimento
médico.
Os atropelamentos aconteceram por volta de 1h30, na Avenida Luiz Dumont Villares. Duas faixas
foram interditadas até a retirada do corpo de uma das vítimas, por volta de 4h30.
Segundo uma testemunha, uma mulher atingiu os dois homens. A motorista fugiu, mas foi interceptada
a 3 km de distância do local dos atropelamentos e levada ao 73º DP (Jaçanã). Informações iniciais do
Distrito Policial indicam que a motorista estava alcoolizada e com teor alcoólico três vezes maior do que
o permitido.
Ela foi autuada em flagrante por homicídio culposo, lesão corporal e fuga sem prestar socorro. Ela
deve ser encaminhada para o 89º Distrito Policial onde fica a carceragem feminina.
Os dois homens eram funcionários de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a CET.

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18/10/2015
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/dois-homens-sao-atropelados-em-sp-enquanto-
pintavam-ciclovia-um-morre.html

Juiz federal manda liberar importação de medicamentos com THC

A Justiça Federal do Distrito Federal determinou nesta segunda-feira (09/11/2015) que a Agência de
Vigilância Sanitária (Anvisa) retire em até dez dias o Tetrahidrocannabinol (THC), substância presente na
maconha, da lista de substâncias proibidas no Brasil. Pela decisão, que é provisória, está liberada a
importação de remédios que contenham THC e canabidiol na fórmula. A determinação foi informada pela
Procuradoria da República do DF nesta terça-feira (10/11/2015).
O prazo começa a contar a partir da notificação da Justiça, e o órgão ainda pode pedir a suspensão
da liminar. A decisão é do juiz federal Marcelo Rebello Pinheiro.
A Anvisa informou que não foi notificada até o início da noite desta terça-feira. Segundo o órgão, já é
possível importar produtos com THC e as pesquisas sobre o uso medicinal da substância já é autorizado.
O THC é extraído da maconha e tem sido usado para o tratamento de doenças como epilepsia, mal
de Parkinson e esclerose múltipla.
Pela decisão, a agência deve permitir a importação de medicamentos com THC e canabidiol na
composição, desde que o propósito seja medicinal. A Anvisa também deve autorizar a prescrição dos
produtos dessa natureza por parte de médicos no país. O juiz também determinou que o órgão e o
Ministério da Saúde autorizem e fiscalizem pesquisas científicas da planta.
Pinheiro afirma, na decisão, que a utilização da substância é autorizada apenas para fins medicinais e
científicos. O debate sobre a liberação do uso da droga, segundo o magistrado, deve passar por todas as
instâncias de decisão da república.
O pedido para liberação do THC para uso medicinal foi pela Procuradoria da República do DF em
dezembro de 2014. O órgão solicitou que a União e a Anvisa iniciem estudos para avaliar segurança e
eficácia dos medicamentos e produtos já existentes no mercado internacional à base de canabinoides. A
ação cita a possibilidade de liberação de uso da cannabis in natura, como ocorre em países como o
Canadá, Estados Unidos, Holanda e Israel.
Na solicitação, os procuradores afirmam que “é necessário avaliar imediatamente custo/risco-benefício
do uso da cannabis pelos milhares de pacientes acometidos por doenças gravíssimas, degenerativas,
progressivas, incuráveis e fatais, ante a inexistência de alternativas terapêuticas eficazes”.
A Procuradoria também pediu que fosse analisada a possibilidade de importação provisória de
sementes da cannabis com o propósito medicinal. A matéria ainda não foi apreciada.

10/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/11/juiz-federal-manda-liberar-importacao-de-
medicamentos-com-thc.html

50,3% dos homicídios de mulheres no Brasil são cometidos por familiares

O estudo "Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres", divulgado nesta segunda-feira


(09/11/2015), mostra que 50,3% das mortes violentas de mulheres no Brasil são cometidas por familiares.
Desse total, 33,2% são parceiros ou ex-parceiros.
Entre 1980 e 2013 foram assassinadas 106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. O país tem uma taxa de
4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, conforme dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) que avaliaram um grupo de 83 países.
O estudo é de autoria do sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, e analisa
dados oficiais nacionais, estaduais e municipais sobre óbitos femininos no Brasil entre 1980 e 2013,
passando ainda por registros de atendimentos médicos.
Entre 2003 e 2013, o número de homicídios de mulheres passou de 3.937 para 4.762, aumento de
21% no período. As 4.762 mortes em 2013, último ano do estudo, representam uma média de 13 mulheres
assassinadas por dia.
Levando em consideração o crescimento da população feminina entre 2003 e 2013 (passou de 89,8
milhões para 99,8 milhões), a taxa de homicídio de mulheres saltou de 4,4% em 2003 para 4,8% em
2013, aumento de 8,8% no período.
Na análise por estados, Roraima viu sua taxa mais que quadruplicar (343,9%). Na Paraíba, subiu
229,2%. Entre 2006, ano da promulgação da lei Maria da Penha e 2013, apenas Rondônia, Espírito Santo,
Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro registraram quedas nas taxas de homicídios de mulheres.

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Mulheres negras

Enquanto o número de homicídio de mulheres brancas caiu 9,8% entre 2003 e 2013 (de 1.747 para
1.576), os casos envolvendo mulheres negras cresceram 54,2% no mesmo período, passando de 1.864
para 2.875.
A secretária Especial de Políticas para Mulheres, do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e dos
Direitos Humanos, Eleonora Menicucci, disse serem “lamentáveis” os resultados apontados pelo Mapa.
“É de entristecer todas as mulheres e homens de bem do nosso país”, afirmou. “Não podemos conviver
em hipótese nenhuma com uma magnitude de 54% de aumento em dez anos no número de homicídios
de mulheres negras e no número de homicídio de mulheres em geral.”
“A luta contra o racismo assumiu uma magnitude não só no Executivo do governo federal, mas também
na própria sociedade”, continuou Eleonora. “As mulheres negras passaram a aparecer bonitas, elegantes,
protagonistas das próprias vidas, mostrando que estão capazes de estar em qualquer lugar e isso
incomoda muito”, completou.

Pequenos municípios

Os maiores índices de homicídios de mulheres são registrados nos pequenos municípios, e não nas
capitais. A cidade de Barcelos (AM), com uma população feminina média de 11.958, registrou 45,2
homicídios por dez mil mulheres e é o primeiro da lista.
Depois, vem Alexânia (GO), com uma população feminina média de 11.947, que teve 25,1% mortes
de mulheres por dez mil mulheres. Sooretama (ES), com população feminina média de 11.920, teve taxa
de 21,8% e aparece em terceiro na lista.
Nenhuma capital aparece no ranking das 100 cidades com maiores taxas. A primeira capital na lista é
Maceió (Alagoas), em 126º lugar, que registrou uma taxa de 9,8% homicídios de mulheres por 100 mil.
Entre 2003 e 2013, as taxas de homicídios de mulheres nos estados e no Distrito Federal cresceram
8,8%, enquanto nas capitais caíram 5,8%, evidenciado, segundo o estudo, a interiorização da violência,
fenômeno observado em mapas anteriores.

Local do crime

Outro dado importante do estudo é o local do homicídio: 27,1% deles acontecem no domicílio da vítima,
indicando a alta domesticidade dos assassinatos de mulheres. Outros 31,2% acontecem em via pública,
e 25,2%, em estabelecimento de saúde.

09/11/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/11/503-dos-homicidios-de-mulheres-no-brasil-sao-
cometidos-por-familiares.html

Vítima na infância estimula milhares de denúncias de #PrimeiroAssédio após polêmica do


MasterChef

Juliana De Faria, fundadora do coletivo feminista Think Olga e criadora da campanha Chega de Fiu
Fiu, foi quem lançou a hashtag no Twitter com o objetivo de estimular mulheres a contarem os casos de
assédio que viveram na infância. Milhares de compartilhamentos surgiram daí, e as histórias foram além
da hashtag.
Na própria página da BBC Brasil no Facebook, algumas leitoras compartilharam casos - uma delas
relatou que o assédio veio do pai da amiga, que esfregou o pênis na garota quando ela tinha 8 anos por
várias vezes enquanto as meninas brincavam na piscina.
Alguns leitores chegaram a mencionar que casos de homens - e até mulheres - abusando de meninos
são comuns, embora em números menores.
A campanha surgiu após a polêmica com a candidata Valentina do programa MasterChef Júnior na TV
Bandeirantes.
Valentina entrou no programa sonhando em se tornar a melhor cozinheira mirim do Brasil. E, logo na
sua primeira aparição, ela se viu alvo de inúmeros comentários na internet. A maioria deles, porém, não
era sobre suas habilidades culinárias – e tinha cunho sexual.
"Sobre essa Valentina: se tiver consenso, é pedofilia?", era o que dizia um dos tuítes a respeito da
garota de 12 anos.

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O caso gerou polêmica nas redes sociais na última quarta-feira e, enquanto a discussão pairava sobre
o suposto "desenvolvimento precoce" da garota, uma mulher se inspirou na história de Valentina – e na
sua própria – para criar uma campanha e estimular outras mulheres a contarem suas primeiras
experiências de assédio sexual.
Juliana De Faria lançou a hashtag #PrimeiroAssédio no Twitter e, em pouco tempo, ela passou a figurar
entre os termos mais comentados do Twitter brasileiro.
De cabeça, Juliana conta pelo menos três casos durante a infância e a adolescência em que sofreu
assédio sexual. Aos 11, quando ouviu comentários sexuais na rua, aos 13, quando um homem a prensou
em uma estação do metrô de São Paulo e disse que iria "comê-la", aos 14 quando foi perseguida em uma
festa por não querer beijar um homem mais velho. E ela ressalta que está longe de ser a única a ter
histórias como essa para contar.
"O que a gente vem discutindo com a #PrimeiroAssédio é que quando a gente fala de pedofilia, as
pessoas entendem como uma coisa distante, pesada. Não! As sementes dessa barbárie também estão
em ações que parecem pequenas e insignificantes, como um tuíte", disse, citando o caso de Valentina.

Erotização infantil

Com a hashtag #PrimeiroAssédio, mulheres contaram casos chocantes que viveram aos sete, seis ou
mesmo cinco anos de idade.
Uma delas disse que, aos sete anos, enquanto brincava com as amigas, percebeu um homem atrás
de um poste se masturbando. Outra conta que, aos nove, sofreu uma tentativa de estupro de um dos
funcionários que trabalhavam para o pai.
Dados oficiais e recentes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que, das 500
mil mulheres que são vítimas de estupro por ano no Brasil, 70% são crianças e adolescentes – sendo
51% menores de 13 anos.
Para Viviana Santiago, especialista de gênero da ONG de direitos infantis Plan International Brasil, o
episódio com Valentina expõe o problema da "erotização" da criança, que acontece cada vez mais cedo.
"A gente erotiza esse corpo infantil, vemos isso na forma como a sociedade projeta a menina como
objeto sexual pra ser desejado e consumido", disse à BBC Brasil.
"Fui a uma loja de departamentos outro dia e vi que ali eles estavam vendendo sutiãs com bojo para
meninas de seis a oito anos. Para que uma menina dessa idade vai usar um sutiã com bojo? Para parecer
que tem seios, que é adulta. Isso faz parte dessa erotização e da desconstrução da infância, que fazem
as pessoas esquecerem que uma criança é uma criança."
Juliana De Faria aponta que o principal problema disso é que o homem se sente "protegido" pela
"cultura do estupro" que erotiza o corpo da menina desde cedo e, assim, se sente "à vontade" para
cometer o assédio – por isso, os casos são muito mais comuns com crianças e adolescentes.
"A mensagem mais forte é que existe uma normatização da violência sexual contra mulher e da
pedofilia", diz.
"Se a gente normatiza isso, é inevitável que os homens apareçam sem a menor vergonha ou
preocupação para falar sobre seus desejos. Existe esse desequilíbrio de gênero tão grande, que eles se
sentem protegidos e não têm vergonha."
"As meninas estão contando com a hashtag que o tio-avô ou o marido da tia passou a mão. Mas quem
vai acreditar numa menina de 12 anos?"

Consequências

Apesar de terem surgido alguns comentários contrários e críticos à hashtag #PrimeiroAssédio – um


deles, por exemplo, era de um homem dizendo que "criaria a hashtag #meuprimeirofora para os homens
que foram rejeitados/oprimidos" –, Juliana se diz "emocionada de ver tantas mulheres falando sobre suas
histórias".
"É uma situação que me faz ter a certeza de que não vamos mais voltar para escuridão."
Viviana Santiago também destaca a importância da internet para manter vivas essas discussões.
"As redes sociais conseguem nos juntar. Todas as inconformadas têm capacidade muito maior de
reação agora. Todo mundo no país inteiro já sabe o que aconteceu. O poder de mobilização é incrível e
fortalece o enfrentamento."
As duas, porém, defendem mudanças na educação – incluindo a cultura de gênero nas escolas – para
reduzir casos de abusos e estupros com meninas e mulheres.

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"Não começamos a ser violentadas na vida adulta. Por isso precisamos ensinar cultura de gênero
desde cedo. A sociedade precisa repensar a maneira como educa meninos e meninas porque a, partir
daí, construiremos esses 'novos homens'."

23/10/2015
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151022_assedio_salasocial_masterchef_rm

Morre Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi durante a ditadura

Morreu na madrugada desta quinta-feira (15/10), em Brasília, o coronel reformado Carlos Alberto
Brilhante Ustra, de 83 anos, que foi chefe do DOI-Codi do II Exército, em São Paulo, órgão de repressão
política durante a ditadura militar. Ele havia sido internado no Hospital Santa Helena para tratamento de
um câncer. A família informou que ele fazia quimioterapia e estava com a imunidade baixa.
Durante o período em que Ustra chefiou o DOI-Codi, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de
1974, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório
elaborado pela Comissão Nacional da Verdade, que apurou casos de tortura e sumiço de presos políticos
durante os governos militares.
Ustra foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de torturadurante a ditadura
(1964-1985). Na ação, os ex-presos políticos César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles,
Janaína de Almeida Teles, Edson Luis de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida acusavam
o coronel de exercitar violência e crueldade contra prisioneiros ao longo da década de 70.
Ustra negava ter cometido atos de violência contra presos. "Eu nunca torturei ninguém", disse.
"Está nos jornais escrito que eu sou acusado de 502 acusações de tortura. (...) "Excessos em toda guerra
existem, podem ter existido, mas a prática de tortura como eles falam não ocorreu. Eu efetivamente não
cometi excesso contra ninguém", disse na época.
Em outubro de 2008, o juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível central, em São Paulo, julgou
procedente o pedido dos autores da ação, que buscava que a Justiça apontasseUstra como
responsável por crimes de tortura.
Em 2012, ele foi condenado a pagar indenização por danos morais à esposa e à irmã do jornalista
Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em julho de 1971. Merlino foi preso em 15 de julho de 1971, em
Santos, no litoral de São Paulo, quando visitava a sua família. Ele foi morto em 19 de julho daquele ano.
A versão oficial dos agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) foi a de que ele se
suicidou enquanto era transportado para o Rio Grande do Sul.
Em 2013, o ex-comandante do DOI-Codi foi convocado para depor à Comissão da Verdade. No
depoimento, o coronel afirmou que a presidente Dilma Rousseff participou de "organizações terroristas"
para implantar o comunismo no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Segundo Ustra, se os militares não
tivessem lutado, o Brasil estaria sob uma "ditadura do proletariado".
"Inclusive nas quatro organizações terroristas que nossa atual presidenta da República, hoje está lá
na Presidência da República, ela pertenceu a quatro organizações terroristas que tinham isso, de
implantar o comunismo no Brasil. Então estávamos conscientes de que estávamos lutando para preservar
a democracia e estávamos lutando contra o comunismo. [...] Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos
lutado, hoje eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o 'paredon'. Hoje não existiria democracia
nesse país. O senhores estariam em um regime comunista tipo [o] de Fidel Castro [ex-presidente de
Cuba]”, afirmou Ustra à época.
Nos anos 1960, a presidente Dilma Rousseff integrou as organizações clandestinas Política Operária
(Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-
Palmares), dedicadas a combater a ditadura militar. Condenada por "subversão", ela passou três anos
presa no presídio Tiradentes, em São Paulo (entre 1970 e 1972). No final dos anos 1970, no Rio Grande
do Sul, ajudou a fundar o PDT, de Leonel Brizola. Em 1990, filiou-se ao PT.
O relatório final da comissão apontou 377 pessoas – entre eles o de Ustra – como responsáveis
diretas ou indiretas pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985
Morte
De acordo com boletim divulgado pelo hospital, o coronel teve falência múltipla de órgãos, provocada
por uma pneumonia. Em 23 de abril, ele foi encaminhado à UTI do Hospital das Forças Armadas (HFA)
com suspeita de infarto, após um mal-estar.
15/10/2015
Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/10/morre-brilhante-ustra-ex-chefe-de-orgao-
de-repressao-na-ditadura.html

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Comissão aprova definição de família como união entre homem e mulher

Em reunião tumultuada, a comissão especial que discute o Estatuto da Família na Câmara dos
Deputados aprovou nesta quinta-feira (24/09/2015) o texto principal do projeto, que define família como
a união entre homem e mulher. A comissão aprovou o relatório por 17 votos favoráveis e 5 contrários,
mas quatro destaques ao texto ainda precisam ser aprovados.
Os deputados chegaram a iniciar a discussão dos destaques, mas as votações no plenário, presididas
por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram iniciadas.
De acordo com o regimento interno da Casa, nenhuma comissão pode votar projetos e destaques
simultaneamente ao plenário. Assim, os destaques devem ser apreciados em uma próxima reunião.

Trâmite

Após a conclusão da votação, a regra é que o projeto siga para o Senado sem necessidade de ser
votado pelo plenário da Câmara. Deputados podem, entretanto, apresentar recurso para pedir que o texto
seja votado pelo plenário antes de ir para o Senado. A deputada Érika Kokay (PT-DF), contrária ao projeto,
já adiantou que fará isso.
Após o fim da reunião que aprovou o Estatuto da Família, deputados favoráveis à definição de família
como união heterossexual se reuniram para uma fotografia e comemoraram a aprovação do projeto
O parecer do relator do projeto de lei que cria o Estatuto da Família, deputado federal Diego Garcia
(PHS-PR), define a família como a união entre homem e mulher por meio de casamento ou união estável,
ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos.
O texto dispõe sobre os direitos da família e as diretrizes das políticas públicas voltadas para atender
a entidade familiar em áreas como saúde, segurança e educação. De autoria do deputado Anderson
Ferreira (PR-PE), a proposta tramita na casa desde 2013.

Discussão

Logo no início da sessão, antes mesmo de os parlamentares começarem a discutir o texto do projeto,
a deputada Érika Kokay (PT-DF) afirmou que o projeto "institucionaliza o preconceito e a discriminação".
O deputado Takayama (PSC-PR) interrompeu a deputada e gritou que "homem com homem não gera"
e "mulher com mulher não gera". Em seguida, manifestantes contrários ao projeto rebateram: "não gera,
mas cria".
Mais tarde, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) criticou o texto do relator. Ela disse que "dá nojo" ler
o texto e afirmou que o deputado usou apenas preceitos religiosos em seu relatório. "O seu parecer é
péssimo. E acho que a Câmara dos Deputados é melhor do que isso", afirmou.
O deputado Bacelar (PTN-BA) defendeu que os homossexuais têm direito de receber igual proteção
às famílias compostas por casais heterossexuais.
"Que país é este? Que sociedade é esta que estamos construindo? Seria mais fácil, talvez, substituir
a Constituição pela Bíblia", ironizou.
O texto, segundo Bacelar, representa um retrocesso para a sociedade brasileira. "[O projeto] está
excluindo, punindo e discriminando a família formada por um casal homoafetivo. Está fomentando a
intolerância. É isso o resultado desse projeto de lei", disse.
Por outro lado, o deputado Evandro Gussi (PV-SP) defendeu o projeto do Estatuto da Família.
"Queremos que todas as pessoas homossexuais tenham seus direitos garantidos, mas a Constituição
disse que a família merece uma especial proteção, porque é base da sociedade", disse.
O deputado Elizeu Dionizio (SD-MS) também defendeu o texto de Diego Garcia e disse que, mesmo
com as tentativas de adiar a votação, os defensores do projeto sairiam vitoriosos na reunião desta quinta.

Adiamento

Deputados contrários ao texto do Estatuto da Família apresentaram requerimentos para adiar a


apreciação do texto, mas eles não foram aprovados.
Um desses parlamentares foi o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que apresentou requerimento de
adiamento da votação por cinco sessões.
Braga acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de atrasar o início da sessão no
plenário para que a votação sobre o Estatuto da Família acontecesse ainda nesta quinta na comissão. A
partir do momento em que a ordem do dia tem início no plenário da Casa, as comissões não podem mais
realizar votações.

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O primeiro vice-presidente da comissão que debate o Estatuto da Família é o deputado Marco Feliciano
(PSC-SP), conhecido por seu conservadorismo e por defender a “cura gay”. Ele chegou a presidir a
reunião desta quinta. O presidente da comissão é o deputado Sóstenes Cavalcante (PSD/RJ).

24/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/09/comissao-aprova-definir-familia-como-uniao-entre-
homem-e-mulher.html

Mulher é presa por injúria racial ao chamar cobradora de 'neguinha'

Uma cobradora de ônibus de 23 anos relatou que foi chamada de 'neguinha atirada' e acusada de furto
por uma passageira, dentro de um ônibus do Transcol, na linha que liga Laranjeiras, na Serra, a Vila
Velha, na Grande Vitória, nesta quarta-feira (23/09/2015).
A suspeita foi autuada por injúria racial, mas não pagou a fiança estipulada em R$ 500 e foi levada ao
presídio.
O fato aconteceu durante uma viagem da linha 503 em que Thaynara Braga da Conceição trabalha.
O crime foi cometido por uma passageira, de 31 anos, acompanhada da filha de oito anos e de um
vizinho.
A suspeita embarcou no coletivo por volta das 9h, na Reta da Penha, em direção a Vila Velha.
Thaynara relatou que a passageira entregou a ela uma nota de R$ 5 dobrada e disse para a vítima cobrar
duas passagens - a da suspeita e a do vizinho. A trabalhadora disse que devolveu R$ 0,10 de troco.
“Depois ela quis passar junto com a filha, e eu disse que não podia. Ela ficou com raiva, mandou a
criança pular a roleta”, contou Thaynara.
Após pagar as passagens, a suspeita foi sentar-se nos fundos do coletivo. Segundos depois, o amigo
dela foi até a cobradora exigindo troco para R$ 10. Thaynara disse que só havia recebido R$ 5. “Ela
começou a gritar que tinha me dado dinheiro a mais e que eu deveria prestar atenção. Depois, insinuou
que eu estava querendo pegar o dinheiro dela”, falou.
Thaynara afirmou que conferiu o caixa e viu que a mulher dizia a verdade. Ela, então, devolveu o
dinheiro à passageira, que continuou com as ofensas. O motorista parou o coletivo perto de um carro da
polícia e contou o que estava acontecendo. A ocorrência foi encaminhada para a 1ª Delegacia Regional
de Vitória.

Expressão 'carinhosa'

Em depoimento, a suspeita afirmou que não teve a intenção de ofender a cobradora. A mulher alega
que a chamou de 'neguinha' de uma forma carinhosa. Ela foi autuada por injúria racial, porém não pagou
a fiança de R$ 500 e foi levada ao presídio.
“Ela viu a polícia e começou a chorar. Fui humilhada na frente de muita gente. As pessoas não têm o
direito de agirem assim”, ressaltou Thaynara.
Segundo ela, a suspeita, após ser detida, pediu perdão. “Não perdoo. Ela quis sim me ofender. Existe
uma mistura de tantas raças e cores no nosso País. Isso é no mínimo pobreza de espírito”, desabafou.

24/09/2015
Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2015/09/mulher-e-presa-por-injuria-racial-ao-chamar-
cobradora-de-neguinha.html

População brasileira supera os 204 milhões

A população brasileira superou a marca dos 204 milhões de habitantes neste ano. Segundo estimativas
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas hoje (28/08/2015) no Diário Oficial da
União, o país tinha, em 1° de julho, 204.450.649 habitantes. No ano passado, a população estimada era
202.768.562.
O IBGE também divulgou as populações das 27 unidades da Federação e dos municípios brasileiros.
O estado mais populoso do país, São Paulo, tem 44,4 milhões de pessoas. Mais cinco estados têm
populações que superam os 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (20,87 milhões), Rio de Janeiro
(16,55 milhões), Bahia (15,2 milhões), Rio Grande do Sul (11,25 milhões) e Paraná (11,16 milhões).
Três estados têm populações menores do que 1 milhão: Roraima (505,7 mil), Amapá (766,7 mil) e
Acre (803,5 mil).

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As demais unidades da Federação têm as seguintes populações: Pernambuco (9,34 milhões), Ceará
(8,9 milhões), Pará (8,17 milhões), Maranhão (6,9 milhões), Santa Catarina (6,82 milhões), Goiás (6,61
milhões), Paraíba (3,97 milhões), Amazonas (3,94 milhões), Espírito Santo (3,93 milhões), Rio Grande do
Norte (3,44 milhões), Alagoas (3,34 milhões), Mato Grosso (3,26 milhões), Piauí (3,2 milhões), Distrito
Federal (2,91 milhões), Mato Grosso do Sul (2,65 milhões), Sergipe (2,24 milhões), Rondônia (1,77
milhão) e Tocantins (1,51 milhão).

Vitor Abdala
28/08/2015
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2015-08/populacao-brasileira-supera-os-
204-milhoes

Senado aprova, em primeiro turno, cota para mulheres no Legislativo

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (25/08/2015), em primeiro turno, uma proposta de
emenda à Constituição (PEC) que estabelece cotas para mulheres nas eleições para deputado federal,
estadual e vereador. O texto recebeu 65 votos a favor e 7 contrários.
Por se tratar de uma alteração na Constituição, a proposta precisa passar por mais um turno de votação
no plenário da Casa. Depois disso, o texto, que foi escrito por senadores, segue para a análise da Câmara
dos Deputados, onde também precisa passar por dois turnos de votação antes de ser promulgado.
O texto prevê percentual mínimo de representação de cada gênero na Câmara dos Deputados,
Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e Câmaras Municipais. Na prática,
significa cota para as mulheres, já que o gênero ocupa menos postos políticos que os homens.
As regras são estabelecidas para as três legislaturas seguintes àquela em que a PEC for promulgada.
Na primeira legislatura subsequente, a cota é de pelo menos 10%; na segunda, de 12%; e na terceira, de
16%.
O relatório apresentado na comissão que discute a reforma política aponta que, de 20 países da
América Latina, o Brasil só não perde para o Haiti em quantidade de representantes do sexo feminino.
Todos os outros 19 países estão à frente do Brasil na ocupação por mulheres de cargos no Poder
Legislativo.

Laís Alegretti
25/08/2015
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/08/senado-aprova-em-primeiro-turno-cota-para-
mulheres-no-legislativo.html

Em 2015, 266 funcionários públicos federais foram expulsos

Dados do relatório da Controladoria-Geral da União mostram que mais de 5 mil funcionários públicos
foram expulsos da administração federal por corrupção nos últimos 12 anos. Isso os que foram
descobertos e que foram expulsos.
E a constatação mais lamentável é que a corrupção está espalhada pelo Brasil. Esse ano só não teve
expulsão em Sergipe e no Piauí. Ao todo, no primeiro semestre, foram 266 expulsões de cargos públicos
e 59% delas por corrupção. Entre os outros motivos que levaram essas pessoas a perderem os cargos
estão: o acumulo ilícito de cargos públicos, o abandono do trabalho e também a sociedade, participação
em empresas privadas, o que é proibido.
Essas expulsões foram todas no poder Executivo federal. O servidor depois que é expulso,
dependendo do que ele fez, não pode voltar ao serviço público em um prazo de cinco anos ou fica
simplesmente proibido de voltar.

23/07/2015
Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/07/em-2015-266-funcionarios-publicos-
federais-foram-expulsos.html

Palco de protestos, Ferguson nomeia chefe de polícia negro

O policial de origem afroamericana Andre Anderson foi nomeado nesta quarta-feira (22/07/2015) como
chefe interino da polícia de Ferguson, no Estado do Missouri (EUA), informou a rede de TV CNN.

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"Acho que sou a pessoa certa para esse trabalho em particular", afirmou Anderson. Sua primeira
missão é, disse ele, "simplesmente construir a confiança".
A nomeação ocorre depois que o Departamento da Justiça investigou a morte do jovem negro Michael
Brown, em agosto do ano passado, pelo policial branco Darren Wilson, em Ferguson. A morte levou a
meses de protestos violentos.
O departamento concluiu que a polícia, cujo contingente é majoritariamente branco, tem atitudes
discriminatórias contra a população negra.
Wilson alegou legítima defesa e não foi processado.

22/07/2015
Fonte:http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/07/22/palco-de-protestos-
ferguson-nomeia-chefe-de-policia-negro.htm

Morte de Jean Charles não alterou modo de operação da polícia londrina

Em 24 de julho de 2005, o então comissário da Polícia Metropolitana de Londres, Sir Ian Blair, disse
em entrevista que assumia o erro de seus agentes pela morte do brasileiro Jean Charles de Menezes,
mas defendeu a política de "atirar para matar": "Não faz sentido atirar no peito de alguém porque é ali
onde a bomba vai estar. Não faz sentido atirar se o terrorista ainda pode cair e detonar o armamento".
Após a morte de Jean Charles na estação de metrô Stockwell, houve muita discussão em relação aos
procedimentos adotados pela polícia para lidar com suspeitas de homens-bomba. Para Roy Ramm, um
ex-comandante de operações especiais da Polícia Metropolitana, as regras foram modificadas para os
policiais terem liberdade para "atirar para matar" potenciais terroristas suicidas, alegando que tiros na
cabeça seriam a forma mais segura de lidar com os alvos sem correr o risco de detonação.
Para a polícia londrina, as chances de confronto com um suicida aumentaram consideravelmente após
os atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos. A partir daí, foram desenvolvidas novas diretrizes
para identificação, confrontamento e negociação com terroristas suspeitos. Essas diretrizes receberam o
nome de Operação Kratos.
Baseada em ações das forças de segurança de Israel e Sri Lanka --dois países com experiência em
atentados suicidas--, as orientações da Operação Kratos deixam claro que cabeça e membros inferiores
devem ser os alvos quando um suspeito aparenta não ter intenção de se render, o que vai contra a prática
habitual de se mirar o torso --um alvo maior.
Mas, devido à controvérsia em torno da morte de Jean Charles, o código Operação Kratos para a
política de abordagem antiterrorista foi apagado do léxico da polícia londrina em 2007 --não antes de
outro suspeito ser baleado em uma operação que chegou a envolver 200 oficiais na zona leste de Londres
em 2006.

Condenação

Um ano depois, a Crown Prosecution Service anunciou que nenhum oficial envolvido na operação
seria processado, mas a Polícia Metropolitana ainda seria julgada por quebrar leis de saúde e segurança
--em 1º de novembro de 2007, foi condenada a pagar 560 mil libras por ameaça à população.
O julgamento da morte de Jean Charles começou em 22 de outubro de 2008. O júri rejeitou a versão
da polícia de que Jean foi morto de acordo com a lei. A Polícia Metropolitana fez um acordo com a família
do eletricista em 2009.

Homenagens

Em dezembro de 2009, a comissária-assistente Cressida Dick --que liderou a operação que resultou
na morte de Jean Charles-- recebeu a Medalha de Honra da Rainha por serviços extraordinários, apesar
de suas ações terem sido extremamente criticadas durante o julgamento.
Um porta-voz da família de Menezes disse à época: "Recompensar a senhorita Dick após seu papel
no maior escândalo policial da década mostra um tenebroso desrespeito tanto para a família de Menezes
quanto para a opinião pública".

Balas ocas

Em 2011, 3.000 oficiais da Polícia Metropolitana passaram a usar o mesmo tipo de bala utilizada pelos
agentes envolvidos na morte de Jean Charles e que era proibida. A bala "dundun" é o nome que se dá

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popularmente a munições que, tendo a ponta oca ou fendida, se deformam ou estilhaçam ao encontrar o
corpo da vítima, aumentando o diâmetro do ferimento e o estrago que provocam.
O armamento foi proibido pela Convenção de Haia de 1899, por motivos humanitários. De acordo com
a Scotland Yard, este tipo de armamento não era utilizado desde julho de 2005.
À época, Jerry Savill, do Comando de Armamentos Especializados, disse que a munição foi escolhida
depois de uma avalição que durou nove meses e custou 80 mil libras. Questionado sobre usar o mesmo
tipo de bala que matou Jean Charles, ele disse: "Stockwell foi um marco difícil na história da Polícia
Metropolitana, mas a dificuldade então enfrentada não pode nos impedir de usar o melhor tipo de
munição".

22/07/2015
Rodrigo Alvares
Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/07/22/morte-de-jean-charles-nao-
alterou-modus-operandi-de-policia-londrina.htm

Ku Klux Klan obtém autorização para protesto pró-bandeira confederada

O grupo supremacista branco Ku Klux Klan recebeu o aval de autoridades do Estado da Carolina do
Sul para realizar uma manifestação a favor da bandeira confederada na capital do Estado, informou um
jornal na segunda-feira (29/06/2015), menos de duas semanas depois que um homem branco matou nove
pessoas em uma igreja frequentada por negros.
O suspeito no ataque a tiros à igreja, Dylann Roof, de 21 anos, confessou o assassinato. Ele havia
anteriormente publicado um manifesto racista online, bem como fotos posando com uma bandeira
confederada, bandeira do período da Guerra Civil nos Estados Unidas associada com a escravidão e
considerada um símbolo de opressão racista.
O tiroteio de 17 de junho, em que todas as nove vítimas eram negras, causou forte impacto nos Estados
Unidos e levou a pedidos de que a Carolina do Sul pare de exibir a bandeira confederada na sede do
governo.
A governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, pediu a remoção da bandeira, e disse ao Post Courier
que ela não endossa a realização da manifestação pela Ku Klux Klan. Mas, de acordo com o jornal, o
Conselho de Controle e Orçamento da Carolina do Sul aprovou um pedido apresentado pelo grupo "Leais
Cavaleiros Brancos", da Ku Klux Klan, para a manifestação em 18 de julho em favor da bandeira.
Com raízes que remontam à Guerra Civil Americana, a Ku Klux Klan é conhecida por suas roupas
brancas e capuzes pontiagudos e por seus atos de violência e intimidação contra os afro-americanos,
incluindo queima de cruzes e assassinatos.

30/06/2015
Fonte:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/ku-klux-klan-obtem-autorizacao-para-protesto-pro-
bandeira-confederada.html

Suprema Corte dos EUA aprova o casamento gay em todo o país

Numa decisão histórica, a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou nesta sexta-feira (26/06/2015)
o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Os 13 estados que ainda proibiam não
podem mais barrar os casamentos entre homossexuais, que passam a ser legalizados em todos os 50
estados americanos. A decisão veio por cinco votos contra quatro.
O casamento tem sido uma instituição central na sociedade desde os tempos antigos, afirmou o
tribunal, "mas ele não está isolado das evoluções no direito e na sociedade". Ao excluir casais do mesmo
sexo do casamento, explicou, nega-se a eles "a constelação de benefícios que os estados relacionaram
ao casamento".
O tribunal acrescentou: "O casamento encarna um amor que pode perdurar até mesmo após a morte".
"Estaria equivocado dizer que estes homens e mulheres desrespeitam a ideia de casamento... Eles
pedem direitos iguais aos olhos da lei. A Constituição lhes concede este direito", ressaltou, segundo a
agência AFP.
A decisão não entrará em vigor imediatamente porque a Suprema Corte concede ao litigante que
perdeu o caso aproximadamente três semanas para solicitar uma reconsideração, como informa a
Reuters.
O caso analisado pela decisão desta sexta se referia aos estados de Kentucky, Michigan, Ohio e
Tennessee, onde o casamento é definido como a união entre um homem e uma mulher. Esses estados

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não permitiram que os casais do mesmo sexo se casassem em seu território e também se negaram a
reconhecer os casamentos válidos em outros estados do país.
O representante da ação na Justiça foi Jim Obergefell, que viveu 21 anos com John Arthur, em Ohio.
Ele queria que o casamento fosse formalmente reconhecido na certidão de óbito de Arthur, quando ele
morresse. O companheiro tinha esclerose lateral amiotrófica, doença que não tem cura. Os dois chegaram
a se casar em outro estado, mas a união não era reconhecida em Ohio.
A história de Obergefell consolidou os casos de 19 homens e 12 mulheres, de outros quatro estados.
Há dois anos, a Suprema Corte anulou parte da lei federal contra o casamento gay, que negava uma
série de benefícios governamentais para os casais do mesmo sexo que tinham se casado legalmente.

Celebração

Nesta sexta (26/06/2015), centenas de pessoas se reuniram nos arredores da Suprema Corte, no
centro de Washington, para comemorar a decisão dos juízes.
Como informa a agência EFE, o governo do presidente Barack Obama já tinha manifestado
abertamente sua postura a favor do casamento homossexual depois que, pela primeira vez, o próprio
líder declarou apoio à causa em 2012.
Obama disse no Twitter que a aprovação é um grande passo para a igualdade de direitos. "Casais de
gays e lésbicas têm agora o direito de se casar, como todas as outras pessoas. #Oamorvence", disse o
presidente. Ele fez um pronunciamento e disse que a decisão é uma "vitória para a América".
A pré-candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, também comemorou a decisão em
seu perfil na rede social.

26/06/2015
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/suprema-corte-dos-eua-aprova-o-casamento-gay-
nacionalmente.html

EUA sofrem mais ataques inspirados pela direita radical que pelo jihadismo

O assassinato a sangue frio de nove pessoas negras em uma igreja de Charleston pelas mãos de um
extremista branco de 21 anos voltou a colocar o foco sobre o perigo real representado por extremistas da
direita norte-americana em um momento no qual a segurança nacional dos Estados Unidos se concentra
em conter a ameaça jihadista. Dylann Roof nunca escondeu seu gosto por armas e símbolos racistas.
Com suas nove vítimas, agora já são 48 os mortos por direitistas radicais nos Estados Unidos desde os
atentados de 11 de setembro de 2001, segundo uma contagem feita pelo centro de estudos sobre
segurança internacional New America que compara o número de vítimas do que chama "deadly right wing
attacks" (na tradução, ataques inspirados em bandeiras da extrema direita) e "deadly jihadist attacks"
(ataques com mortos motivados pelo jihadismo). Os mortos por terrorismo cuja inspiração é o extremismo
islâmico nos EUA durante esse mesmo período chegam a 26.
O estudo se concentra nos ataques cometidos por cidadãos norte-americano ou assimilados aos EUA,
reunidos sob o título de terrorismo doméstico. Cita um total de 460 indivíduos acusados de terrorismo
nesses anos, ou com motivações terroristas críveis. Destes, 277 são jihadistas e 183 de outras ideologias.
Dos 19 casos analisados, o genocídio de Charleston é o que provocou mais vítimas mortais, seguido pelo
cometido por um neonazista em um templo sikh em Wisconsin em 2012 (seis mortes).
É difícil definir a motivação extremista da direita. Ela não pode ser equiparada ao terrorismo, os autores
reconhecem, já que a Constituição protege a liberdade de expressão e o direito de ter opiniões radicais.
Os autores se concentram nos casos em que a violência é usada para conseguir esses fins. Por exemplo,
o estudo classifica dentro das vítimas do extremismo de direita (dentro do segmento deadly right wing
attacks) o segurança de um banco assassinado durante um assalto em Tulsa, Oklahoma, em 2004. A
razão é que o motivo final dos assaltantes era comprar armas para vingar a atuação do Governo federal
nos acontecimentos de Waco (Texas) em 1993.
O maior atentado em solo norte-americano entre Pearl Harbor (em 1941) e 11 de setembro de 2001
foi realizado por outro extremista, Timothy McVeigh, cujo motivo era o ódio contra as instituições federais.
As bombas colocadas no edifício federal em Oklahoma mataram quase 170 pessoas em abril de 1995.
A pré-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, abriu uma porta para o
debate quando chamou os acontecimentos de Charleston de um ato de “terror racista”, ao mesmo tempo
em que fazia coro à exigência da retirada da bandeira confederada dos edifícios públicos em alguns
Estados do sul - a bandeira, usada pelos Estados do sul dos EUA durante a Guerra Civil (ou Guerra de
Secessão), é vista por críticos como um símbolo do ódio racial no país.

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Entre os ataques de inspiração do extremismo islâmico, os mais graves reunidos pela New America
são os assassinatos de Ali Muhammad Brown em Washington e Nova Jersey em 2014 e o genocídio da
base militar de Fort Hood em 2009, quando um psiquiatra militar abriu fogo na base gritando "Alá é grande"
e matou 13 pessoas.
O estudo coloca do lado dos ataques jihadistas em solo norte-americano aqueles em que há indícios
de influência do extremismo islâmico em sua realização. Por exemplo, o atentado contra a maratona de
Boston em 2013, cometido por dois irmãos de uma família de origem chechena que viviam nos Estados
Unidos desde que eram crianças. Eles não tinham nenhuma relação formal com qualquer grupo terrorista.
Como o cidadão egípcio que matou duas pessoas no aeroporto de Los Angeles em 2002, são indivíduos
influenciados pela ideologia jihadista, mas não terroristas enviados para agir em solo norte-americano.
Esta última possibilidade é um dos temas recorrentes em termos de segurança por parte do Partido
Republicano. No ano passado, com base na crise na fronteira causada pela chegada de dezenas de
milhares de crianças da América Central, vozes do partido justificaram a necessidade de blindar a fronteira
porque, se uma criança conseguia atravessá-la, os terroristas do Estado Islâmico também conseguiriam.

25/06/2015
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/24/internacional/1435157948_652674.html

Debatedores divergem em audiência na Câmara sobre Estatuto da Família

A audiência pública da comissão especial que trata do projeto de lei (PL 6.583/13), que institui o
Estatuto da Família, foi marcada por divergências entre os debatedores convidados.
O projeto define o conceito de família, como a união entre homem e mulher e seus descendentes, e
também proíbe a adoção de crianças por casais homoafetivos. A iniciativa foi criticada pelo ativista e
doutor em educação Toni Reis, que a considera discriminatória em relação a outras formas de arranjo
familiar. Segundo ele, caso a iniciativa seja aprovada, 25% da população brasileira estarão fora do
conceito de família.
“Não queremos um estatuto monolítico, temos vários tipos de família e seria muito importante que o
estatuto contemplasse os vários tipos. Não queremos ser discriminados”, ponderou Reis, que há 25 anos
é casado com David Harrad. Em 2011, Reis ficou conhecido após uma decisão da ministra Cármen Lúcia,
do Supremo Tribunal Federal (STF), reconhecendo o direito à adoção por ele e seu companheiro.
Atualmente, o casal tem três filhos. O mais velho, com 14 anos, chegou a passar por sete abrigos.
“Temos a família tradicional, a família ampliada, as famílias recompostas [frutos de vários casamentos],
famílias monoparentais, adotivas, homoparentais etc. Nós defendemos as famílias, o que nos separa é
um s. Colocar a família como uma única constante no tempo pode ser mais um prejulgamento que a
realidade”, disse Reis, que defendeu ainda o estado laico. “No estado laico as religiões não dizem o que
é lei, e o Estado não diz o que é pecado”, acrescentou.
Escalado para defender a proposta, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo,
criticou o que chamou de "ativismo gay" e o protesto ocorrido durante a recente parada LGBT (lésbicas,
gays, bissexuais e transexuais) em São Paulo, na qual a modelo transexual Viviany Beleboni se vestiu
como Jesus Cristo e encenou a própria crucificação, com uma placa no alto da cruz, com a mensagem:
"Basta de homofobia com LGBT".
Malafaia, ao abordar a decisão concedida a Reis e seu companheiro, criticou o STF, que no seu
entendimento legislou indevidamente. “Não vem aqui com citações de STF, que me parece que STF não
legisla coisa nenhuma. Isso é uma afronta ao Parlamento”, disse.
Os deputados – em uma audiência marcada pela presença forte de evangélicos e católicos, que se
revezavam para debater na audiência – também apoiavam o projeto. Para o deputado Marcelo Aguiar
(DEM-SP), a adoção por casais do mesmo sexo não seria boa para a criança, por ela não “estar
preparada”. "Se a família tem dificuldade de criar uma criança no formato natural, que já é difícil, imagina
as condições para criar crianças nesse formato [homoafetivo]”, indagou.
Única a se posicionar contra a iniciativa, a deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que, ao não considerar
restringir o conceito de família, o projeto “joga outros arranjos afetivos num processo de discriminação
que é extremamente doído. Existem vários tipos de família, e todas as famílias precisam ser protegidas.”

25/06/2015
Agencia Brasil

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De luto, Charleston começa a se restabelecer após massacre em igreja

Centenas de pessoas foram à Emanuel African Methodist Episcopal Church, em Charleston, neste
domingo (21/06/2015), quando a igreja reabriu suas portas aos fiéis, poucos dias depois que um atirador
matou a tiros nove pessoas, integrantes da congregação.
No lado de fora da igreja, a mais antiga congregação afro-americana no sul dos EUA, buquês, ursos
de pelúcia e balões cobriam a calçada, enquanto centenas de pessoas faziam fila para homenagear os
mortos, cantar hinos e deixar lembranças em homenagem às vítimas.
Milhares de mensagens manuscritas cobriam faixas brancas na entrada da igreja, onde se lia, “Deus
abençoe,” ou “Obrigado senador reverendo Clementa Pickney. O senhor será sempre uma inspiração”,
referindo-se ao pastor da igreja, um senador que foi uma das vítimas.
Autoridades municipais, líderes religiosos e parentes e amigos enlutados, disseram que os serviços
de domingo na igreja Emanuel marcariam um pequeno passo em direção à cura, depois do último tiroteio
em massa dos EUA, que mais uma vez apontou os holofotes sobre questões do país no que se refere a
relações raciais e crimes com armas de fogo.
Dylann Roof, o suspeito de 21 anos, continua preso, acusado de nove homicídios. Autoridades dizem
que ele passou uma hora em um grupo noturno de estudos da Bíblia da igreja, chamado de “Mãe
Emanuel” pelo seu papel fundamental na história afro-americana, antes de abrir fogo na noite de quarta-
feira.
Investigadores federais estavam examinando fotos e escritos sobre "supremacia branca" que surgiram
em um site da internet no sábado, que pareciam mostrar Roof posando com uma arma e em pé, na frente
de um museu militar confederado e de casas de escravos que trabalhavam na lavoura.
Textos publicados no site incluíam uma “explicação” do autor por ter cometido um ato não especificado.
“Não tenho escolha... escolhi Charleston porque é a cidade mais histórica no meu Estado, e durante um
tempo teve a maior proporção de negros em relação a brancos no país”, dizia a mensagem.

Debate sobre controle de armas

O massacre foi o mais recente de uma série de assassinatos em massa nos EUA, que reacenderam
o debate sobre o controle de armas em um país, onde o direito de possuir armas de fogo é protegido pela
constituição.
Do lado de fora da igreja Emanuel no domingo, onde missas ocorreriam, a segurança foi reforçada, e
a polícia patrulhava com um cão farejador de bombas, que farejava as crescentes pilhas de flores, balões,
brinquedos e cartazes.
Embaixo da placa com a programação da igreja, um cartaz coberto de corações cor de rosa e brancos
e estrelas prateadas, dizia: “Estamos todos juntos nisso e vamos seguir brilhando”. Uma foto com mãos
multicoloridas ilustrava o meio do cartaz, reforçando a mensagem.
Monte Talmadge, veterano da marinha dos EUA, de 63 anos, dirigiu cerca de 480 km, de Raleigh, na
Carolina do Norte, para oferecer suas condolências à igreja e à comunidade.

21/06/2015
Fonte:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/06/de-luto-charleston-comeca-se-restabelecer-apos-
massacre-em-igreja.html

Atriz crucificada na Parada LGBT recebe ameaças

Responsável por uma encenação polêmica na Parada Gay, Viviany Beleboni tem recebido ameaças
de morte por telefone e internet. De acordo com a atriz, objetivo da cena foi representar o sofrimento de
gays, lésbicas, bissexuais, trangêneros, travestis e transexuais que são violentados no Brasil
Desde que realizou uma encenação em que apareceu crucificada do alto de um trio elétrico da 19°
edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a modelo transexual Viviany Beleboni, de 26 anos,
tem sido constantemente ameaçada por telefone e internet. Em cima da cruz, uma placa foi colocada com
o texto: “Basta de homofobia”.
Até o número que usava para negociar trabalhos em eventos teve que ser desligado. Demonstrações
de ódio causadas por um ato que, segundo ela, tinha apenas uma mensagem de amor.
Viviany contou que em nenhum momento quis afrontar alguma religião. A atriz, que se define como
espírita, revela que também acredita em Deus.
O intuito da cena, de acordo com Viviany, foi representar o sofrimento de gays, lésbicas, bissexuais,
trangêneros, travestis e transexuais que são violentados no Brasil.

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“Dizem coisas absurdas: que devo morrer, ser crucificada de verdade, contrair câncer. Acordei cedo
com uma ligação anônima, dizendo que eu iria morrer. Teve gente dizendo que ano que vem vão colocar
fogo na parada”, afirma a atriz.
Viviany revelou que, nos últimos tempos, duas conhecidas foram agredidas. Uma delas teria sido morta
com quatro tiros em Porto Alegre. “Eu vejo a parada como um protesto, não como uma festa”, disse. “Usei
as marcas de Jesus, que foi humilhado, agredido e morto. Justamente o que tem acontecido com muita
gente no meio GLS, mas com isso ninguém se choca”.
Em texto publicado nas redes sociais, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) comentou o episódio da
crucificação na parada gay. Leia trecho a seguir:

Não vou aqui interpretar a performance da artista transexual porque seus sentidos me parecem óbvios
demais: se Jesus foi marginal em sua época e, por isso, condenado à pena de morte por crucificação,
nada mais pertinente do que usar esse episódio como metáfora da pena de morte a que estão
condenadas as transexuais e travestis no Brasil, marginais da contemporaneidade.
Até mesmo muitos gays de classe média e média-alta foram incapazes de extrair sentido tão óbvio da
performance artística da transexual, o que mostra que as viagens ao exterior, a música eletrônica, as
drogas sintéticas consumidas nas baladas, as calças da Diesel e as cuecas da Calvin Klein não os tornam
imunes à epidemia de estupidez nem à homofobia internalizada, ao contrário! Leitura, informação, estudo,
artes vivas e canja de galinha não fazem mal a ninguém e saem mais em conta que os óculos Gucci e a
rave da Skol.
E da próxima vez que forem escrever “Je suis Charlie” em seus perfis no Facebook, lembrem-se de
que aqui nós também gozamos da liberdade constitucional de criticar através de expressões artísticas os
dogmas e contradições das religiões – e isso está longe de se confundir com intolerância religiosa!
Intolerância religiosa é pastor mandar seus fiéis invadirem terreiros de Candomblé para depredar seus
orixás ou evangélico fanático urinar sobre a imagem de Nossa Senhora.
Uma sociedade verdadeiramente democrática, se quiser continuar assim, ao mesmo tempo que
garanta a liberdade de crença a todos os que creem, deverá cuidar para que quaisquer religiões (em
especial as cristãs) e seus porta-vozes não extrapolem a esfera que lhes compete – que é a esfera privada
– e deverá impedir que se infiltrem ainda mais no Estado e na esfera pública, tentando cercear, por meio
de falácias, manipulações, difamações e desonestidade intelectual, as liberdades civis de artistas e
pessoas não crentes.

09/06/2015
Pragmatismo Politico

Promotoras da Infância repudiam proposta de redução da maioridade penal

A aprovação da admissibilidade da proposta de emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a


maioridade penal de 18 para 16 anos, provocou reações de repúdio de promotores e juízes da Infância e
da Juventude em todo o país, para os quais a medida não vai diminuir a criminalidade, como acreditam
os defensores da redução.
Promotoras da Infância e da Juventude que participam de congresso neste fim de semana, em Brasília,
entendem que o tratamento penal para jovens e adultos deve ser diferente. A promotora do Ministério
Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) Ivanise de Jesus afirma que somente a redução da maioridade
não terá impacto na diminuição do índice de criminalidade entre os jovens.
"Temos a certeza absoluta de que isso não vai acontecer. Além da falência do sistema penal, pelos
registros que nós temos de ocorrência, 91% dos crimes são cometidos por adultos. A cada dez crimes,
nove são praticados por adultos, e um é praticado por adolescente. A grande criminalidade não está no
adolescente, está nos adultos. Com certeza, esse panorama dos 90% não vai melhorar, pelo contrário,
você vai jogar no sistema falido os outros 9% de adolescentes”, avalia a promotora.
Ivanise também aponta uma distorção no sistema penal, uma vez que a ressocialização do preso não
é cumprida. "O sistema penal está totalmente falido. Ele é muito pior que o sistema socioeducativo. No
Rio Grande do Sul, por exemplo, uma pessoa que comete um homicídio sequer vai para a cadeia. Se a
pessoa tem a pena mínima de seis anos e fica no regime semiberto, recebe uma tornozeleira eletrônica
para ir para casa. Então, nem sequer é recolhida ao sistema penal. Enquanto um adolescente de 12, 13
ou 14 anos que comete um homicídio será internado e vai ficar na unidade de internação no máximo três
anos ou no mínimo um ano”, diz a promotora.
Para evitar a reincidência dos adolescentes que cometem atos infracionais, Ivanise aposta no trabalho
de educação e prevenção. Ela faz parte de um projeto do Ministério Público do Rio Grande do Sul

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chamado Movimento pela Paz Sepé Tirajú. O movimento busca o enfrentamento das causas de
criminalidade e a promoção da inclusão social de jovens, por meio de atividades culturais.
"Esse é um trabalho sobre a questão do resgate de valores. Nós entendemos que a nossa sociedade
não privilegia os valores morais e éticos, mas é uma sociedade de consumo, onde o consumo é
supervalorizado. Nós trabalhamos com o resgate de valores e a educação como meio de transformação
social."
A promotora do Ministério Público do Pará (MP-PA) Myrna Gouveia dos Santos repudia a redução da
maioridade penal por entender que a mudança vai acirrar a violência no país. Myrna também acredita que
o trabalho socioeducativo, mesmo com falhas em diversas localidades do país, ainda é a melhor forma
de enfrentar a questão. "Eu trabalhei em municípios de pequeno porte. A reincidência era mínima, mesmo
com uma rede de proteção deficiente. Imagina se nós tivéssemos uma rede de proteção eficiente."
Myrna atua em um projeto chamado Justiça Restaurativa, criado para mediar a resolução de conflitos.
O trabalho é feito por meio de uma metodologia, implantada em 2013, de julgamento, no qual todas partes
envolvidas no delito praticado pelo adolescente tentam uma conciliação em casos de pequeno potencial
ofensivo. Segundo a promotora, nos 13 procedimentos dos quais ela participou, não houve reincidência.
"Nós não vamos salvar todos. Eu sou bem lúcida. Vamos dizer que, dos 20 meninos que a gente
trabalha ao longo do tempo, nós conseguimos salvar 12. Está valendo a pena ou não? É melhor mandar
os 20 para o sistema penal? Eu acho que [salvar] 12 vale a pena, [salvar] cinco vale a pena. É melhor do
que perder todos", desabafa a promotora.
No dia 31 de março, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou
a admissibilidade da proposta de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16
anos. A partir de agora, uma comissão especial terá prazo de 40 sessões do plenário para dar o parecer
sobre o assunto. Depois, a PEC será votada pelo plenário da Câmara em dois turnos. Para ser aprovada,
a proposta precisa ter pelo menos 308 votos (três quintos dos deputados) em cada uma das votações.

11/04/2015
Agência Brasil

Caucaia

Norueguês de 40 anos é assassinado a facadas em Caucaia, no Ceará

Um norueguês de 40 anos foi morto a facadas na madrugada deste sábado (16/04/2016), no Bairro
Pacheco, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza.
De acordo com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), Shaun Paal Elnaes caminhava pela rua
quando foi abordado por dois homens. Ele foi atingido no peito, braço, pescoço e costas.
A polícia informou que a vítima tinha envolvimento com crack e ainda chegou a ser socorrida por
familiares para o Hospital Municipal Abelardo Gadelha, em Caucaia.
Ele não resistiu aos ferimentos e morreu antes de dar entrada na unidade hospitalar.
A Polícia Militar disse que o noruguês morava na cidade há alguns anos e afirma estar realizando
buscas no município.

16/04/2016
Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/04/noruegues-de-40-anos-e-assassinado-facadas-em-
caucaia-no-ceara.html

Caucaia e Juazeiro, no CE, aparecem em ranking negativo de saneamento

As cidades de Caucaia e Juazeiro do Norte, no Ceará, aparecem na lista de municípios do Brasil com
os piores índices de saneamento básico e serviço de distribuição de água. Caucaia tem um dos piores
indicadores de população com água tratada e, ao mesmo tempo, a pior relação entre arrecadação e
investimento no setor.
Os dados fazem parte do estudo divulgado nesta quarta-feira (23/03/2016) pela ONG Trata Brasil, que
realiza pesquisa sobre uso e distribuição de água e saneamento básico. De acordo com a ONG, a falta
de saneamento é um dos fatores que contribui com a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor
de doenças como a dengue o vírus da zika.
Na lista das 100 maiores cidades do país, Juazeiro do Norte aparece na posição 95 no ranking de
serviços de saneamento básico. Na cidade, segundo o estudo, 21,1% da população tem serviço de esgoto
e 23,8% tem acesso à água tratada encanada.

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Já no ranking que avalia a relação entre arrecadação de impostos e investimento em tratamento de
água, a maior cidade da região Cariri ocupa a posição 97, ou seja, um dos piores índices do país.
Em Caucaia, na Grande Fortaleza, 67,58% da população tem acesso à água tratada, o que coloca a
cidade na 95ª posição da lista da ONG Trata Brasil neste quesito. De acordo com o estudo, pelo menos
20 cidades brasileiras de grande porte conseguiram universalizar o acesso à água tratada, mas nenhuma
delas no Ceará.
O G1 entrou em contato com a Cagece, responsável por parte dos serviços de saneamento, e aguarda
posicionamento da companhia. A prefeituras de Caucaia e Juazeiro do Norte não retornaram as ligações.

23/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/03/caucaia-e-juazeiro-no-ce-aparecem-em-ranking-
negativo-de-saneamento.html - Adaptado

Ceará tem sete municípios em situação epidêmica de dengue

O Ceará tem sete, dos 184 municípios, com nível epidêmico de dengue, segundo parâmetro definido
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a OMS a epidemia é configurada quando a
incidência da doença for superior a 300 para cada grupo de 100 mil habitantes. As informações sobre a
doença estão no Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (15/04/2016), pela Secretaria de
Saúde do Estado (Sesa).
De acordo com o boletim, os municípios de Pacoti (461,8 casos/100 mil hab), Tabuleiro do Norte (575),
Tauá (818), Baixio (548,6), Icó (846), Umari (339,2) e Catarina (672,3) encontram-se em sinal de alerta
em razão do número de casos de dengue confirmados. A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes
Aegypti, vetor tambem do vírus zika, febre chikungunya, febre amarela e Síndrome de Guillain-Barré.
Em uma semana, o Ceará confirma 912 novos casos de dengue no estado, de acordo com o boletim
epidemiológico. No total são 4.544 casos da doença confirmados em 99 dos 184 municípios cearenses.
Na semana passada, o número de casos de dengue, no estado, somavam 3.632. Em relação à faixa
etária, 23,3% dos casos confirmados tinham de 20 a 29 anos.
Segundo a Sesa, este ano foram confirmados quatro casos de dengue grave e 25 e 25 de dengue com
sinais de alarme (DCSA) Uma morte por dengue foi confirmada e outras 11 estão em investigação nos
municípios de Caucaia (1), Crato (1), Fortaleza (2), Fortim (1), Icó (1), Itapajé (1), Maracanaú (3),
Paraipaba (1).

Vacina
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta sexta-feira, a recomendação de que países
com elevada transmissão de dengue considerem a introdução da vacina produzida pela Sanofi Pasteur -
única imunização contra dengue registrada no mundo até o momento – como parte das estratégias de
prevenção contra a doença, que também incluem o controle de mosquitos.
A recomendação foi feita com base em um parecer do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas
(Sage) sobre Imunização da OMS, que se reuniu para discutir o assunto nesta quinta-feira em Genebra.
O grupo considera que a vacinação no início da adolescência pode reduzir a hospitalização por dengue
entre 10% e 30% no período de 30 anos, o que representa um benefício significativo para a saúde pública.
A recomendação vale para regiões em que a prevalência de pessoas que já tiveram dengue é de
aproximadamente 70% ou maior, já que a vacina tem maior eficácia em pessoas que já foram acometidas
por um dos sorotipos.
A vacina recebeu o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de
2015 e, atualmente, aguarda definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (CMED). Só a partir dessa definição, esperada para este semestre, é que a vacina poderá
ser comercializada no país.
Prevenção
Para conseguir interromper propagação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, é
necessário a participação de toda a população. Eliminar, vedar e cuidar. Esses são os meios de evitar
que o mosquito nasça e possa se transformar em vetor de doenças. Elimine tudo que pode acumular
água – água parada é um dos maiores atrativos; vede as caixas d’água e recipientes que guardam a
água; e cuide dos potenciais criadouros que não podem ser eliminados.
Para o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos, Nélio Morais, a participação da
população torna-se importante para acabar com os focos do mosquito. “A população precisa participar
também dessas atividades contra o mosquito, tornando-se fiscais de sua própria residência, seguindo as
orientações e os cuidados repassados por nossos agentes.”

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Denúncia de focos do mosquito
A população de Fortaleza pode solicitar vistorias ou realizar denúncias de possíveis focos do mosquito
por meio da Ouvidoria da Saúde, que disponibiliza o telefone 0800.275.1364, e dos Distritos Técnicos de
Endemias (DTE), localizados em cada Regional:
Regional I - (85) 3433.6823
Regional II - 3241.4768
Regional III - 3488.3256
Regional IV - 3105.3086
Regional V - 3294.6747
Regional VI - 3452.9359
15/04/2016

http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/04/ceara-tem-sete-municipios-em-situacao-epidemica-de-
dengue.html- Adaptado

Questões

01. (Prefeitura de Nova Friburgo – Engenheiro de Segurança no trabalho – EXATUS/2015) Muito


se fala atualmente da abertura do Processo de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff, algo que
ocorreu no início da década de 1.990 com o Presidente Fernando Collor de Mello. Sobre estas duas
figuras públicas é CORRETO afirmar:
(A) Alcançaram um índice de rejeição nas pesquisas superior a 2/3 do total de entrevistados.
(B) Chegaram ao poder através do voto indireto.
(C) Estavam em seu segundo mandato eletivo.
(D) Foram eleitos pelo mesmo Partido Político.

02. Com uma impressora 3D, qualquer ideia se transforma em objeto

Você já deve ter ouvido falar acerca de impressoras 3D, mas provavelmente ainda não tem uma em
casa. Entusiastas garantem, no entanto, que isso vai mudar em breve: essas máquinas estão se
popularizando e promovendo mudanças profundas no mercado ao oferecerem uma escolha entre
produção em massa e customização, entre indústria e manufatura. Mais do que isso: a impressão 3D
estreita a fronteira entre o virtual e o físico, o mundo digital e o real.
O setor está deixando de ser apenas um hobby de poucos para se expandir a um mercado corporativo
amplo, que engloba desde quem deseja apenas experimentar o que uma impressora 3D pode fazer até
aqueles que desenvolvem produtos bastante específicos. O foco ainda são os consumidores devido,
principalmente, à capacidade de personalização dessas máquinas, mas também à baixa disseminação
delas.

Disponível em: < http://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/infograficos/ impressao-3d/>. Acesso:


em 10/6/2014>, com adaptações.

Em relação à impressora 3D mencionada no texto, assinale a alternativa correta.


(A) As impressoras 3D ainda não são comercializadas e as unidades montadas estão em fase de
testes, principalmente na China.
(B) Uma das vantagens da utilização da impressora 3D é que ela não necessita de um software
específico para a “impressão”.
(C) Já existe um modelo de impressora 3D capaz de construir casas.
(D) Uma impressora é capaz de imprimir o modelo de uma mão mecânica, mas ainda não é possível
imprimir a mão mecânica que consiga se movimentar.
(E) Com esse equipamento, é possível “imprimir” armas, razão pela qual o respectivo comércio é
proibido no Brasil.

03. A Copa do Mundo no Brasil se transformou em séria questão política para o governo federal, que
enfrenta manifestações e protestos em várias partes do país, relacionados ao evento. A crítica dos
manifestantes recai sobre:
(A) os altos preços dos ingressos para assistir aos jogos do mundial, que praticamente impede o
acesso dos grupos de baixa renda ao evento.
(B) o atraso nas obras de infraestrutura para a realização dos jogos do mundial.

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(C) a falta de investimento público na infraestrutura de transporte, mobilidade urbana e aeroportos.
(D) o aumento da criminalidade em algumas cidades-sede do mundial, que coloca turistas estrangeiros
e brasileiros em perigo.
(E) os gastos excessivos do governo federal na realização do mundial, em prejuízo de áreas como
saúde e educação.

04. As drogas e seus impactos sobre a sociedade são objeto de constantes debates – seja quanto à
legalização das drogas ilícitas, seja quanto às formas de restrição ao seu uso e publicidade das drogas
lícitas. Neste contexto, houve uma importante mudança no Código Nacional de Trânsito em decorrência
da “Lei Seca” (Lei n.11.705/2008 e nova redação dada a esta pela Lei n. 12.760/2012).

Em relação à Lei Seca, assinale a opção incorreta.

(A)O principal objetivo da lei é diminuir os acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados.
(B)Um fator que influenciou na mudança da redação original foi a polêmica quanto à obrigatoriedade
do motorista se submeter ao teste do bafômetro.
(C)A nova redação dada pela Lei n. 12.760/2012 determina que o motorista envolvido em acidente de
trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, ou outros
procedimentos que permitam certificar cientificamente a influência de álcool.
(D)A nova redação dada pela Lei n. 12.760/2012 admite a caracterização da infração mediante
diferentes meios de prova, como imagem, vídeo ou outras maneiras de constatação de sinais que
indiquem alteração da capacidade psicomotora.
(E)A nova redação dada pela Lei n. 12.760/2012 manteve a concentração de álcool por litro de sangue
definida na redação original para caracterizar a embriagues do motorista.

05. Sobre as questões ambientais da atualidade, é correto afirmar:

(A) No Brasil, a criação de gado está entre as atividades econômicas que contribuem para as
mudanças do clima – tanto pela sua relação com o desmatamento, como pela produção de gás metano
pelos animais.
(B) Ao contrário de outros problemas ambientais que podem apresentar consequências regionais,
nacionais ou globais, a chuva ácida é um fenômeno que ocorre no mesmo local em que houve a emissão
dos gases tóxicos que levam à sua formação
(C) Os gases de efeito estufa são os causadores dos buracos na camada de ozônio e da desertificação:
os buracos permitem que os raios solares entrem diretamente na atmosfera e atinjam a vegetação
causando sua deterioração gradual
(D) Uma medida relevante para o enfrentamento das mudanças do clima foi a proibição do uso dos
clorofuorocarbonetos (CFC) na produção de geladeiras e ar condicionados.
(E) Um dos fatores que contribuíram para os avanços nas medidas propostas pelo protocolo de Quioto
foi a sua ratificação pelos Estados Unidos.

06. O verão de 2014 no Brasil foi o terceiro verão seguido de chuvas abaixo da média histórica. Em
um período no qual as usinas termelétricas movidas a gás e a óleo deveriam estar desligadas, elas
operam a todo vapor e o abastecimento de energia elétrica opera no limite. Os brasileiros, obviamente,
não podem ser responsabilizados por terem melhorado seu padrão de consumo de energia elétrica. Se
faz calor, as pessoas têm todo direito de ligar os seus aparelhos de ar condicionado. Na prática ainda não
foi criada a cultura do consumo consciente a fim de evitar o desperdício de energia. Com relação ao tema
“energia” é correto afirmar que:
(A) Devido à intensidade de ventos no nordeste, a energia eólica é considerada um sucesso no Brasil.
(B) Em 2013, o desperdício de energia elétrica em todo o Brasil chegou a 10% de tudo o que foi
produzido.
(C) Na busca por mais eficiência energética, a solução seria substituir o gás natural por madeira, desde
que não possua o selo verde emitido pelos órgãos ambientais, uma vez que o selo na cor “verde” indica
que a madeira pertence à natureza e, portanto, seu uso deve ser preservado.
(D) O Brasil possui a matriz elétrica mais renovável do mundo industrializado com até 50% de sua
eletricidade originada de fontes renováveis.
(E) O Brasil está entre os países que mais aproveitam seu potencial energético, com destaque para a
energia nuclear, responsável por mais de 40% da produção brasileira.

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07. A proposta do governo federal de trazer profissionais estrangeiros ao Brasil para atuar em regiões
carentes divide a opinião dos brasileiros. [...] Em julho de 2013, a aprovação ao projeto era maior entre
os mais jovens (51%), entre os menos escolarizados (56%), entre os mais pobres (54%) e entre os
moradores do Nordeste (56%).

Os profissionais estrangeiros citados na notícia são, predominantemente, os.


(A) arquitetos espanhóis
(B) médicos cubanos.
(C) engenheiros portugueses.
(D) dentistas argentinos.
(E) dentistas argentinos

08. Durante todo o segundo semestre de 2013, a Ação Penal n.º 470 permaneceu em evidência na
mídia brasileira. Essa Ação Penal é conhecida como.
(A) Embargos Infringentes.
(B) MP da Maioridade Penal.
(C) Mensalão.
(D) MP dos Portos
(E) Impostômetro.

09. O surgimento das redes de relacionamento e da comunicação através da internet foram


ferramentas preciosas para articular diversos movimentos sociais. Entre as alternativas abaixo, aponte
aquelas em que a iniciativa popular se potencializou através do emprego da internet:
(A) A organização dos desfiles de carnaval do Rio de Janeiro em 2015.
(B) A troca de informações a respeito do desempenho das seleções que disputaram a Copa de 2014.
(C) A Primavera Árabe e os protestos de Junho de 2013 no Brasil.
(D) O boicote aos produtos industrializados que contêm substâncias nocivas à saúde.
(E) As marchas contra o governo e a comemoração do resultado da Copa de 2014

10. A Conferência Rio+20, realizada na cidade do Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho de 2012,


mobilizou a atenção de segmentos da sociedade nacional e internacional. O seu foco principal foi a
discussão sobre:
(A) a paz mundial.
(B) a violência urbana.
(C) o desenvolvimento sustentável.
(D) a crise do capitalismo Ocidental.
(E) o comércio entre as nações.

11. (FUB – CESPE/2015) A rede que interligou nossos computadores e celulares entra em uma nova
fase, ainda mais ambiciosa, na qual pretende conectar tudo o que existe na Terra. O nome é didático:
Internet das coisas. Coisas são carros e semáforos. Coisas são relógios, geladeiras e televisores. Coisas
são até informações sobre nosso metabolismo pessoal, medidas à flor da pele. Bem-vindo a uma nova
era. O ano de 2014 poderá ficar conhecido, na história da tecnologia, como o ano zero de uma revolução
que começa a ocupar as vinte e quatro horas do dia de qualquer indivíduo, em casa, no trabalho, na rua.
Veja. 31/12/2014, p. 162-3 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema que ele focaliza, julgue o item seguinte.

Questões de geopolítica e a contínua pressão de grandes potências, como da extinta União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, colocaram grandes obstáculos à disseminação da Internet, processo
que somente se concretizou no fim da primeira década do século atual.
( ) Certo ( ) Errado

(FUB – CESPE/2015) Durante cinco minutos, a torre Eiffel, um dos ícones da cidade-luz, ficou
apagada. Em Roma, a prefeitura foi iluminada com as cores azul, branca e vermelha. Em Brasília, a
embaixada francesa adotou um minuto de silêncio, assim como em outras partes do planeta. As
homenagens às vítimas do atentado se reproduziram globalmente, em repúdio ao terrorismo. Fontes

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oficiais afirmam que um dos autores, de origem franco-argelina, recebeu treinamento militar da Al-Qaeda
no Iêmen.
Correio Braziliense. 9/1/2015 (com adaptações).

Considerando o fragmento de texto acima como referência e os múltiplos aspectos relacionados ao


tema por ele abordado, julgue os itens de 12 a 14.

12. O texto remete aos recentes atentados terroristas ocorridos em Paris, cujos alvos foram a redação
da revista Charlie Hebdo — que resultou na morte de vários de seus mais conhecidos colaboradores —
e uma mercearia especializada na venda de alimentos voltados para o público judeu.
( ) Certo ( ) Errado

13. Há consenso entre os especialistas de que as ações terroristas protagonizadas por seguidores
radicais do Islã, como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, refletem um choque de civilizações no qual o
Oriente se insurge contra a histórica dominação ocidental.
( ) Certo ( ) Errado

14. A expressão je suis Charlie (eu sou Charlie), presente em cartazes logo nas primeiras
manifestações de repúdio aos atos de terror na capital francesa, passou a ser utilizada em várias regiões
do planeta como forma de solidariedade aos jornalistas mortos. Por meio da expressão, afirma-se que a
violência praticada ultrapassa suas vítimas diretas, atingindo a todos indistintamente.
( ) Certo ( ) Errado

15. (Câmara Municipal de Acaraú – Consultor Legislativo – FUNCEPE/2015) No Brasil, na última


década, houve a descoberta de grandes áreas de poços de petróleo, representando assim um salto na
expectativa de produção desse bem para os próximos anos.
Qual item abaixo representa a região dos poços descobertos?
(A) Camada do Pré-Sal
(B) Camada Paleozóica
(C) Camada do Pós-sal.
(D) Camada Litorânea
(E) Camada Costeira

16. (Sercomtel – Agente – CONSESP/2015) A violência contra a criança e o adolescente sempre


esteve presente na sociedade e em diferentes classes sociais. No Brasil, um avanço importante para
reconhecer crianças e adolescentes como cidadãos com direitos e deveres foi a criação do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), criado pela Lei 8.069, e que, em julho de 2015, completou
(A) 20 anos
(B) 25 anos
(C) 30 anos
(D) 40 anos
(E) 50 anos

17. (PM-SP – Soldado – VUNESP/2015) Neste ano de 2015, uma notícia do setor econômico tem sido
muito comentada em jornais, revistas, rádios e TVs.
Assinale a alternativa que apresenta essa notícia.
(A) Forte valorização do dólar tem repercussões na vida dos brasileiros.
(B) Banco Central autoriza nova queda na taxa de juros.
(C) Aumenta o número de trabalhadores no setor automobilístico.
(D) Inflação em baixa entre janeiro e abril deste ano.
(E) Produção industrial acelera e ganha mesmo ritmo do ano de 2014.

18. (Eletrobrás – Médico do Trabalho – IADES/2015) A energia eólica, produzida a partir da força
dos ventos, é abundante, renovável, limpa e encontra-se em fase de expansão no Brasil. Acerca desse
assunto, assinale a alternativa correta.
(A) Após intensa avaliação técnica, nos últimos 10 anos, verificou-se reduzido potencial eólico no
Nordeste brasileiro por causa da baixa velocidade e da direção dos ventos na região.
(B) Fortes investimentos feitos na região Centro-Oeste fizeram com que a participação da energia
eólica na matriz energética brasileira atingisse, em 2014, mais de 20%.

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(C) O Brasil possui pouco mais de 10 parques eólicos em operação, sendo que a maioria está instalada
no Rio Grande do Sul.
(D) Essa energia é gerada por meio de termogeradores, nos quais a força do vento, em temperaturas
ambientais superiores a 45ºC, é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico
(E) Para que a energia produzida pelos parques eólicos seja, de fato, distribuída para os grandes
centros consumidores, é necessária a ampliação da malha de linhas de transmissão atualmente
disponível.

19. (BRDE – Analista de sistemas-suporte – FUNDATEC/2015) O desmatamento constitui uma das


principais agressões ao meio ambiente. No Brasil, segundo os dados de 2012 do Ibama, o bioma com a
maior área desmatada é:
(A) A Amazônia.
(B) A Mata Atlântica.
(C) A Caatinga.
(D) O Cerrado.
(E) O Pantanal.

20. (Prefeitura de São José dos Campos – Agente de Serviços Gerais – VUNESP/2015) Desde
que foi implantada, a Operação Lava Jato investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras. As
investigações têm apontado o envolvimento, entre outros, de executivos da Petrobras e muitos políticos.
Está à frente das investigações o juiz:

(A) Paulo Roberto da Costa.


(B) Renato Duque.
(C) Carlos de Almeida Castro.
(D) Sergio Moro.
(E) Nestor Cerveró.

21. (PC-AC – Perito Criminal – FUNCAB/2015) Deflagrada em 2014 pela Polícia Federal, a Operação
Lava Jato, investiga um grande esquema de desvio de dinheiro envolvendo algumas das grandes
empresas brasileiras. Entre as empresas a seguir, a que está no centro das investigações da referida
operação é:

(A) Vale.
(B) Petrobras.
(C) Embraer.
(D) Bradesco.
(E) Embratel.

22. (CRO-SP – Auxiliar de Serviços Gerais – VUNESP/2015) Atentados terroristas realizados em


dois países de dois continentes diferentes deixaram dezenas de mortos nesta sexta-feira (26 de junho).
Tunísia e Kuwait foram alvos de terroristas. Na Tunísia, pelo menos 37 pessoas morreram no ataque a
um hotel na cidade de Sousse. Tiros foram ouvidos no local, e o atirador teria morrido. Cinco das vítimas
eram britânicas. No Kuwait, pelo menos 25 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas após uma
explosão em uma mesquita xiita durante as orações de sexta-feira.
(G1, 26.06.15. Disponível em:<http://goo.gl/3ynx9J> Adaptado)

Esses dois ataques foram reivindicados


(A) pela Irmandade Muçulmana.
(B) pela Al Qaeda.
(C) pelo Hamas.
(D) pelo Estado Islâmico.
(E) pelo Hezbollah.

23. (CRO-SP – Auxiliar de Serviços Gerais – VUNESP/2015) Um homem matou nove pessoas na
noite desta quarta-feira (17 de junho) em uma igreja de Charleston, na Carolina do Sul, informou a polícia.
“Havia oito mortos dentro da igreja. Duas pessoas feridas foram levadas ao hospital e uma faleceu. No
momento, temos nove vítimas fatais deste crime odioso", disse o chefe da polícia de Charleston.
(UOL, 18.06.15. Disponível em:<http:goo.gl/Jtt5Tu> Adaptado)

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A principal motivação para o crime foi
(A) a xenofobia.
(B) a homofobia.
(C) a islamofobia.
(D) o antissemitismo.
(E) o racismo.

24. (CRO-SP – Auxiliar de Serviços Gerais – VUNESP/2015) O plenário do Senado aprovou nesta
terça-feira, 14 de julho, o projeto que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aumenta o
tempo de internação de menores infratores que cometem crimes hediondos e homicídio doloso.
(Exame, 14.07.15. Disponível em:<http:goo.gl/Scd2Ia> Adaptado)

Diferentemente do Senado, o projeto aprovado anteriormente em primeira votação na Câmara


(A) suspende o ECA em caso de crimes hediondos e homicídio doloso, independentemente da idade
dos adolescentes.
(B) estabelece a validade do ECA apenas para adolescentes de até 16 anos, reduzindo a maioridade
penal para todos os crimes.
(C) reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal
seguida de morte.
(D) amplia o tempo de reclusão de adolescentes, obrigando-os a cumprir a pena a partir dos 18 anos
nos presídios tradicionais.
(E) institui medidas socioeducativas mais duras e obriga os pais ou responsáveis a cumprirem parte
da pena junto com os adolescentes.

25. (CRO-SP – Auxiliar de Serviços Gerais – VUNESP/2015) A Polícia Federal (PF) indiciou oito
pessoas no inquérito da 14ª Fase da Operação Lava Jato. O relatório foi protocolado na Justiça Federal
por volta das 14h 45min desta segunda-feira (20 de julho). Os crimes citados são fraude em licitação,
lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização
criminosa.
(G1, 20.07.15. Disponível em:<http://goo.gl/v202dg> Adaptado)

Na iniciativa privada, os mais atingidos pela Operação são


(A) os bancos.
(B) as empreiteiras.
(C) as indústrias automobilísticas.
(D) as empresas de comunicação.
(E) as indústrias siderúrgicas.

26. (DPE-RO - Analista da Defensoria Pública - Analista Jurídico – FGV/2015)


O mito da maioridade penal
Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015

“Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em
que banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso
Nacional sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos
Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”.

Em documento que circula pela Internet estão apontadas 18 razões para que não haja redução da
maioridade penal; entre elas, a razão que se apoia em fator sem referência a valor ou desvalor intrínseco
da redução é:
(A) a redução em foco esbarra no fato de o sistema prisional brasileiro não suportar mais pessoas;
(B) a redução da maioridade penal trata o efeito, mas não a causa;
(C) a redução da maioridade penal não afasta os adolescentes do crime;
(D) a redução pretendida afronta leis brasileiras e internacionais;
(E) a redução almejada não respeita os direitos de crianças e adolescentes.

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27. (PC-AC – Perito Criminal – FUNCAB/2015) Nos últimos meses, o Brasil vem passando por
intensos debates sobre a situação econômica. Apesar do período de significativa instabilidade, alguns
fatores ocorrem sistematicamente em um mesmo sentido. Entre os acontecimentos da política econômica
brasileira a seguir, assinale o que vem ocorrendo sistematicamente nos últimos meses.
(A) Aumento da taxa de juros Selic
(B) Valorização do Real frente ao dólar
(C) Crescimento da meta do superávit primário
(D) Proibição a importação de produtos chineses
(E) Diminuição da exportação de todos os produtos agrícolas

28. (FUNASG – Agente Apoio Técnico – FUNCAB/2015) “O ministro das Finanças de Israel, Yair
lapid, rejeitou o ultimato do premier [...] para tentar reunificar o governo de coalizão do país. Com o
anúncio o primeiro-ministro ameaçou convocar antecipadamente uma eleição nacional, prevista apenas
para 2017.
(Adaptado do jornal O Globo, Mundo, 02.dez.2014.)

O atual Primeiro-Ministro de Israel é:

(A) Shimon Peres.


(B) Menachem Begin.
(C) Yitzhak Rabin.
(D) Benjamin Netanyahu.
(E) Ariel Sharon.

29. (PM-BA – CFO –CONSULTEC/2014)

O conflito na Síria, que se iniciou em março de 2011 e que perdura até os dias atuais, já provocou a
morte de milhares pessoas e não apresenta perspectivas de solução a curto ou médio prazo. As
resoluções propostas pela ONU, com o apoio dos Estados Unidos, sofrem a rejeição do governo sírio
apoiado, principalmente, pela
(A) China.
(B) França.
(C) Rússia.
(D) Alemanha.
(E) Arábia Saudita.

30. (CRO-SP – Auxiliar de Serviços Gerais – VUNESP/2015) Estados Unidos e Cuba reabrem suas
embaixadas em Havana e Washington nesta segunda-feira 20 de julho, marcando um novo capítulo nas
relações diplomáticas entre os dois países. Há sete meses, eles iniciaram um histórico processo de
reaproximação, depois de mais de meio século de hostilidades.
(Carta Capital, 20.07.15. Disponível em:<http://goo.gl/DvLsmv> Adaptado)

Antes da reabertura das embaixadas, uma das principais medidas dos EUA para a reaproximação
entre os dois países foi
(A) a devolução da área em que estava localizada a base norte-americana de Guantánamo.
(B) o fim do bloqueio econômico a Cuba.
(C) a visita oficial do presidente Barack Obama à ilha de Cuba.

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(D) a retirada de Cuba da lista dos países que apoiam o terrorismo.
(E) a formalização de um convite a Fidel Castro para fazer uma visita oficial aos EUA.

31. (FUNASG – Psicologo – FUNCAB/2015) De acordo com a ONG Transparência Internacional, em


ranking divulgado no dia 03/12/2014, o Brasil melhorou três posições e ocupa a 69ª colocação no
levantamento que avaliou 175 países e territórios. Ainda segundo o estudo, o Brasil é o segundo país
com a melhor percepção sobre corrupção no setor público dos BRICs.

Alguns países do ranking da ONG Transparência Internacional

País Posição no ranking


Dinamarca 1°
Suécia 4°
Canadá 10°
Africa do Sul 68°
Coreia do Norte 174°

De acordo com a tabela apresentada e excetuando o Brasil, citado no texto, qual o único país
classificado que faz parte do grupo dos BRICs?
(A) Suécia
(B) Coreia do Norte
(C) Canadá
(D) Dinamarca
(E) África do Sul

32. (Prefeitura de Caieiras-SP – Assistente de Contabilidade – VUNESP/2015) No âmbito das


relações internacionais, o Brasil participa do G20 desde sua fundação e, em novembro, ocorreu um evento
que reuniu o Grupo e contou com a participação da presidente Dilma Roussef, logo após sua reeleição.
Leia a notícia.

A reunião de 2014 do chamado G-20, em 15 e 16 de novembro na Austrália, pouco produziu em termos


de resoluções concretas e factíveis. [...] Na reunião deste ano houve a manifestação de profundas
preocupações com a garantia do emprego e de melhores condições de vida das pessoas.
(http://www.teoriaedebate.org.br/colunas/ mundo/cupula-do-g-20-na-australia)

Sobre o G20, é correto afirmar que


(A) tem se caracterizado pela formação de uma frente de oposição às grandes instituições financeiras,
como o FMI.
(B) é composto por países que têm em comum o agronegócio e as exportações de commodities de
alto valor econômico
(C) é uma força geopolítica mais forte que a Otan, pois suas recentes ações neutralizaram o conflito
entre Israel e Palestina
(D) é formado por países desenvolvidos e por emergentes que se reúnem para discutir problemas
socioeconômicos globais.
(E) se mantém como grupo de oposição à ONU e periodicamente faz pressão para mudanças no
Conselho de Segurança da organização.

33. (CRESS-PR – Assistente Administrativo – Quadrix/2015) O procurador-geral da República,


Rodrigo Janot, apresentou, no dia 20 de agosto, ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por suposto envolvimento no esquema de
corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Na denúncia, de 85 páginas, o procurador-
geral pede a condenação de Cunha, acusado, entre outros, dos crimes de:
(A) corrupção ativa e formação de quadrilha.
(B) corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
(C) estelionato previdenciário e lavagem de dinheiro.
(D) corrupção passiva e peculato culposo.
(E) corrupção ativa e peculato-apropriação.

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34. (CRESS-PR – Assistente Administrativo – Quadrix/2015) “Relativamente à complicada situação
nos países vizinhos e à vaga de refugiados, o Ministério da Defesa vai propor medidas concretas para
garantir a segurança da fronteira do Estado com o Ministério do Interior”, lê-se em um comunicado do
Ministério da Defesa búlgaro. A Bulgária anunciou que está preparada para enviar forças para garantir a
segurança das suas fronteiras com a Grécia e com a Macedônia face a qualquer novo afluxo de
refugiados.
(Www.ebc.com.br/noticias/internacional)

O anúncio foi feito um dia depois de a Macedônia ter declarado o estado de emergência e fechado a
sua fronteira com a Grécia devido ao grande afluxo de migrantes que procuram:
(A) abrigo na Bulgária após os atentados dos jihadistas.
(B) emprego na Bulgária devido à valorização da moeda.
(C) melhores condições de vida, tendo em vista que a Bulgária passou recentemente a fazer parte da
União Europeia (UE).
(D) fugir das ações violentas da polícia local que vetam as manifestações populares contra o governo
atual.
(E) atravessar o país para chegar à Sérvia e daí seguir para a União Europeia (UE).

35. (PC-AC – Perito Criminal – FUNCAB/2015) Em 2015, uma decisão da Suprema Corte dos
Estados Unidos ganhou as manchetes do mundo todo e, provavelmente, irá influenciar diferentes países
pelo mundo. A referida decisão histórica da Suprema Corte dos EUA foi:
(A) legalizou a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
(B) proibiu o comércio e o porte de armas de fogo em todo o país.
(C) aprovou a construção de muros em toda fronteira com o Canadá.
(D) indenizou todos os imigrantes ilegais que não conseguiram emprego.
(E) reconheceu o direito ao consumo de qualquer droga para recreação.

36. (PC-AC – Perito Criminal – FUNCAB/2015) A crise dos refugiados no mundo vem chocando
grande parte do planeta. Muitos países promovem políticas emergenciais, enquanto alguns se omitem de
qualquer ajuda. Entre os países a seguir, o que, em 2015, mais vem recebendo solicitações de refugiados
sírios, em números absolutos, é:
(A) Islândia.
(B) Dinamarca.
(C) Portugal.
(D) Inglaterra.
(E) Alemanha.

37. (TJ-RS - Outorga de Delegação de Serviços Notoriais e Registrais – Provimento –


FAURGS/2015) Autoridades ocidentais têm manifestado preocupação com a brutalidade com que o
Estado Islâmico trata supostos “infiéis", suas pretensões de estabelecer um califado, ignorando as
fronteiras nacionais estabelecidas após a Primeira Guerra Mundial, e seus tentáculos de recrutamento
em países como Reino Unido, Espanha, Itália e EUA.

Quais dos países abaixo têm territórios atualmente ocupados pelo Estado Islâmico?
(A) Irã e Arábia Saudita.
(B) Síria e Turquia.
(C) Síria e Iraque.
(D) Iêmen e Turquia.

38. (PC-AC – Perito Criminal – FUNCAB/2015) O debate sobre a reforma política alcança diferentes
setores da sociedade. No ano de 2015, a Câmara dos Deputados aprovou um texto referente à reforma
política. Assinale a alternativa que apresenta uma das principais medidas aprovadas na Câmara Federal.
(A) A idade máxima para a candidatura de senadores será de 50 anos.
(B) Os políticos federais serão proibidos de mudarem de partidos.
(C) Governadores não poderão mais se candidatar à reeleição.
(D) A idade mínima para candidatura de deputados será de 40 anos.
(E) A Presidência da República só poderá ser ocupada por ex-senadores.

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39. (Banco da Amazônia – Técnico Bancário – CESGRANRIO/2015) Também conhecido como Isis,
sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria, o Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano
extremista fundado em outubro de 2004 a partir do braço da Al Qaeda no Iraque. […] Em janeiro de 2014,
o Estado Islâmico declarou que o território sob seu controle passaria a ser um califado, a forma islâmica
de governo.
AGÊNCIA BRASIL. Estado Islâmico: entenda a origem do grupo. Portal EBC [on-line], 21 jan. 2015.
Disponível em:<http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/01/estado-islamico-entenda-origem-
do-grupo#> . Acesso em: 8 jul. 2015. Adaptado.

O Estado Islâmico (EI) é formado, majoritariamente, por muçulmanos


(A) zaiditas
(B) ismaelitas
(C) sunitas
(D) xiitas
(E) maronitas

40. (Banco da Amazônia – Técnico Bancário – CESGRANRIO/2015) Se uma tragédia social e


política, entre tantas que se multiplicaram pelo planeta, tem o poder de explicitar, por si só, a crise
civilizatória que hoje ameaça a humanidade em seu conjunto, seguramente a saga dos refugiados é uma
forte candidata ao posto. Segundo a ONU, em 2014, eles somavam cerca de 50 milhões, entre “internos"
[...] e “externos". [...] Mesmo um olhar rápido apenas sobre os conflitos mais recentes detecta um quadro
aterrador [...].
ARBEX Jr, J. Refugiados são o retrato do capital. Revista Caros Amigos, São Paulo: Caros Amigos
Ltda, ano XIX, n. 219, jun. 2015, p.10.

Para a situação apresentada no texto acima, alguns países têm, na principal causa, uma associação
com:

I - fatores de ordem étnica ou religiosa;


II - conflito entre o narcotráfico e o exército ou tropas paramilitares;
III - extrema pobreza agravada por desastres naturais.

Os seguintes países exemplificam, respectivamente, as condições retratadas em I, II e III:

(A) Iraque, China e Síria


(B) Nigéria, México e Líbia
(C) Sudão, Colômbia e Haiti
(D) Afeganistão, Haiti e Nigéria
(E) México, Síria e Bangladesh

Respostas

01. Reposta: A.
Os dois presidentes alcançaram um alto nível de reprovação em seus governos. Dilma Rousseff (PT)
atingiu índice de reprovação pior do que as taxas registradas por Fernando Collor às vésperas de sofrer
o processo de impeachment. Collor teve 9% de aprovação e 68% de reprovação em seu pior no momento
no Planalto. Segundo pesquisa Datafolha feita em agosto de 2015, a presidente Dilma chegou a 71% de
reprovação.

02. Resposta: C.
As impressoras 3D estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. Apesar do uso para a
impressão de armas totalmente funcionais e a polêmica causada em vários países, no Brasil sua venda
é permitida. Além de casas existem impressoras com a capacidade de construir pontes, carros e uma
grande diversidade de produtos.

03. Resposta: E.
Embora todos os pontos abordados sejam pertinentes, a questão mais decisiva a respeito dos
protestos foi o grande gasto do governo federal, maior do que o orçamento inicial e que prejudicou outras
áreas de investimento do governo, como a saúde e a educação.

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04. Resposta: E
A concentração de álcool no sangue foi alterada para “Qualquer concentração de álcool por litro de
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165”.

05. Resposta: A.
A criação de gado gera muitos prejuízos ao meio ambiente. Entre as principais consequências
negativas da criação de gado estão o desmatamento de grande áreas de floresta para a formação de
pastagens e a liberação de gás metano pelos animais, que é mais poluente que o CO2.

06. Resposta: B.
O Brasil ainda desperdiça muita energia. A falta de manutenção, redes antigas e a falta de uma
conscientização sobre o consumo de energia geram um grande desperdício energético.

07. Resposta: B
Os médicos cubanos são os profissionais trazidos ao país através do programa Mais Médicos, do
governo federal, que visa contratar profissionais dispostos a trabalhar em regiões previstas pelo
programa.

08. Resposta: C.
A Ação Penal citada trata do julgamento do escândalo político que ficou conhecido como Mensalão,
que foi um esquema de corrupção baseado na compra de votos de parlamentares durante o primeiro
mandato do ex-presidente Lula.

09. Resposta: C
Tanto a Primavera Árabe quanto os protestos de Junho de 2013 tiveram grande participação das redes
sociais como elemento divulgador das intenções dos protestantes. As redes sociais foram fundamentais
como alternativa aos meios de comunicação convencionais que nem sempre estiveram aliados ao
pensamento de mudança dos grupos manifestantes.

10. Resposta: C
O desenvolvimento sustentável figura como tema importante nas discussões atuais sobre o meio
ambiente e a sociedade. A busca de novas formas e alternativas para os combustíveis fósseis e a
diminuição da emissão de poluentes são pontos abordados para garantir a sobrevivência do planeta.

11. Resposta: Errado


Apesar do relutância de alguns países com a utilização da internet, a questão faz referência ao século
atual (XXI), e diz que a internet só concretizou-se no fim da primeira década do referido século, quando
na verdade ela já vem se estabelecendo desde o fim do século passado, principalmente na década de
1990.

12. Resposta: Certo


O jornal francês Charlie Hebdo é um jornal que costuma fazer sátira das mais diversas situações do
cotidiano nacional e internacional. Por já ter publicado caricaturas de Maomé, cuja figura é proibida de
ser representada segundo mandamentos religiosos do islamismo, o jornal atraiu a ira de grande parte dos
muçulmanos. Isso teria incitado os jovens perpetradores do ato terrorista contra o jornal, que ocorreu em
7 de janeiro de 2015 e matou 12 pessoas. No dia seguinte também aconteceu atentado contra um
mercado frequentado principalmente por judeus. Esses eventos repercutiram no mundo inteiro, gerando
solidariedade principalmente dos países ocidentais desenvolvidos em relação à França.

13. Resposta: Errado


Não existe consenso entre especialistas sobre as causas das ações terroristas de grupos como Al-
Qaeda e Estado Islâmico, nem esse suposto consenso seria no sentido de um choque de civilizações
entre Oriente e Ocidente.

14. Resposta: Certo


Uma das formas de expressar essa solidariedade foi utilização da frase Je suis Charlie não só em
manifestações contra os atentados, em defesa da liberdade de expressão, mas também nas redes sociais
de pessoas do mundo inteiro.

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15.Resposta: A
O “pré-sal” é uma área de reservas petrolíferas encontrada sob uma profunda camada de rocha salina,
que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo marinho.

16. Resposta: B
Criado em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 25 anos de existência na
segunda-feira, 13 de julho de 2015.

17. Resposta: A
A atual crise econômica que o país atravessa diminuiu o valor do Real e valorizou o preço do dólar,
que já ultrapassa os R$ 4,00 reais.

18. Resposta: E
Depois de ser gerada nos campos eólicos, a energia depende de linhas de transmissão para chegar
aos consumidores. Atualmente, essas redes não são de responsabilidade das mesmas empresas que
mantém os parques em si. E isso vem gerando uma falta de sincronia nos prazos de entrega.

19. Resposta: B
A Mata Atlântica é um conjunto de formações florestais que se estende por uma faixa de 1.300.000
km² do Rio Grande do Sul ao Piauí, passando por 17 Estados brasileiros. Explorada desde a época da
colonização pela extração do Pau-Brasil e, depois pelo cultivo de monoculturas como o café e a cana-de-
açúcar, a Mata Atlântica se reduz hoje, a apenas, 7% da sua cobertura original.

20. Resposta: D
Sérgio Fernando Moro é um juiz federal brasileiro que ganhou notoriedade nacional por comandar o
julgamento dos crimes identificados na Operação Lava Jato.

21. Resposta: B
A Petrobrás foi palco de um dos maiores esquemas de corrupção do país, envolvendo a negociação
de contratos e pagamento de propinas a políticos de diversos partidos, como o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, acusado de receber U$ 5 milhões ilegalmente.

22. Resposta: D
O Estado Islâmico vem assumindo um grande número de atentados realizados pelo mundo,
especialmente no Oriente Médio e Europa.

23. Resposta: E
O atirador Dylann Roof confessou que pretendia iniciar uma “guerra racial” ao realizar o ataque à igreja.
O racismo nos EUA ainda é muito presente, com grupos supremacistas brancos e neonazistas, além do
preconceito de parte da população do sul do país, onde a escravidão foi mais presente.

24. Resposta: C
Após a proposta sofrer derrota na Câmara dos Deputados no início de julho de 2015, o presidente
Eduardo Cunha utilizou uma manobra regimental para colocar em votação um texto mais brando,
aprovado na madrugada de 2 de julho

25. Resposta: B
As sete maiores empreiteiras do país estão sendo investigadas Lava Jato. Juntas, a receita bruta
destas empresas somou R$ 36,67 bilhões no ano retrasado. Ao todo, o esquema de cartel apurado na
operação envolveu 23 construtoras, segundo as investigações.

26. Resposta: A
Com um déficit de 244 mil vagas no sistema penitenciário, o Brasil já conta com 615.933 presos.
Destes, 39% estão em situação provisória, aguardando julgamento, segundo levantamento feito pelo site
G1.

27. Resposta: A
A Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM, e serve para definir o piso dos juros no país. É a partir
da Selic que os bancos definem a remuneração de algumas aplicações financeiras feitas pelos clientes.

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28. Resposta: D
Benjamin "Bibi" Netanyahu é um político israelense, atual chefe do partido conservador Likud e
primeiro-ministro de Israel desde 2009.

29. Resposta: C
A Rússia possui uma embaixada em Damasco e um consulado em Alepo, e a Síria possui uma
embaixada em Moscou. A Rússia tem sido apontada como o maior fornecedor de armas para o governo
sírio, além do apoio aeronáutico.

30. Resposta: D
A retirada de Cuba da lista era uma reivindicação do governo cubano para o pleno restabelecimento
das relações diplomáticas entre os dois países. O processo de reaproximação foi iniciado no ano passado
de maneira secreta, mas em dezembro, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram o início
do diálogo para o pleno restabelecimento, após quase 50 anos de rompimento.

31. Resposta: E
O termo BRIC foi criado em 2001 pelo economista inglês Jim O'Neill para fazer referência a quatro
países: Brasil, Rússia, Índia e China. Em abril de 2001, foi adiciona a letra "S" em referência a entrada da
África do Sul (em inglês South Africa). Desta forma, o termo passou a ser BRICS.

32. Resposta: D
O Grupo dos Vinte (G20), que representa aproximadamente 90% (noventa por cento) do PIB mundial
e 2/3 (dois terços) da população global, foi criado como consequência da crise financeira asiática de 1997,
com o objetivo de reunir as maiores economias avançadas e emergentes para discutir estratégias de
estabilização do mercado financeiro global.

33. Resposta: B
Na denúncia, de 85 páginas, o procurador-geral pede a condenação de Cunha, acusado dos crimes
de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente da Câmara é apontado como receptor de
propina oriunda de contratos da Petrobras com fornecedores da estatal.

34. Resposta: E
O anúncio é feito um dia depois a Macedônia ter declarado o estado de emergência e fechado a sua
fronteira com a Grécia devido ao grande afluxo de migrantes que procuram atravessar o país para
chegar à Sérvia e daí seguir para a União Europeia (UE).

35. Resposta: A
Numa decisão histórica, a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou nesta sexta-feira (26/06) o
casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Os 13 estados que ainda proibiam não podem
mais barrar os casamentos entre homossexuais, que passam a ser legalizados em todos os 50 estados
americanos.

36. Resposta: E
A chanceler alemã, Ângela Merkel, anunciou que a Alemanha concederia asilo a 800 mil refugiados
neste ano, e muitos afirmaram que outros países da União Europeia deveriam seguir o exemplo da maior
economia do bloco

37. Resposta: C
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria ocupa uma área de
aproximadamente 200 mil km² entre a Síria e Iraque.

38. Resposta: C
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em 27 de maio de 2015 o artigo da reforma política
(PEC 182/07) que acaba com a reeleição nos cargos executivos (presidente da República, governadores
e prefeitos). A medida foi aprovada com o apoio majoritário das bancadas: 452 votos a favor, 19 contra e
1 abstenção.

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39. Resposta: C
O Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano extremista fundado em outubro de 2004 a partir do
braço da Al Qaeda no Iraque. É formado por sunitas, o maior ramo do islamismo. Sunitas são os povos
seguidores do Islamismo, conhecidos como “Povo do Suna e da Coletividade”. O nome deriva do fato de
afirmarem seguir o “Suna”, ou “Caminho Percorrido” (nome dado às palavras e atos de Maomé e seus
primeiros seguidores), e também por afirmarem seguir os caminhos da coletividade de muçulmanos.

40. Resposta: C
Mesmo um olhar rápido apenas sobre os conflitos mais recentes detecta um quadro aterrador: são
seres humanos expulsos de seus lares por guerras civis (Afeganistão, Síria, Iraque e Líbia), por
perseguições étnicas e religiosas (Birmânia, China, Índia, Bangladesh, Sudão, Nigéria), pelas gangues
de narcotraficantes em luta com exércitos e tropas paramilitares (Colômbia e México), pela extrema
pobreza agravada por desastres naturais (Haiti), além, é claro, dos 5 milhões da diáspora palestina que
reclamam o direito a ter o seu próprio estado."

Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade

Cultura3

A cultura é um dos principais temas de estudo das ciências humanas, com a antropologia dedicando-
se quase de maneira integral para definir e entender esse conceito.
Desde o século XIX os antropólogos buscam definir os limites da antropologia através da definição do
que é cultura, o que ao longo de mais de um século de discussões gerou diversas linhas de pensamentos
e teses, que em muitos aspectos acabam por contrapor-se.
Entre as definições mais simples para o que seria a cultura, é possível entende-la como algo que
engloba todas as manifestações materiais e imateriais de um povo, como por exemplo, a fabricação de
artesanato e os rituais e festas. São todas as manifestações de criação e habilidade do ser humano
praticadas em sociedade, todos os comportamentos que não possuem origem biológica, segundo
antropólogo britânico Edward Tylor, que a definiu assim já no século XIX.
Nas primeiras décadas do século XX era muito comum a ideia vinculada aos estudos de Charles
Darwin, de que a cultura era uma manifestação hierarquizada entre os povos do planeta, passando todas
pelas mesmas etapas de desenvolvimento, indo das mais primitivas até as mais avançadas, o que abriu
espaço para a propagação do etnocentrismo que defendia que a cultura ocidental estava no mais
avançado estagio desse desenvolvimento.
Um dos grandes críticos das teorias hierarquizadas de manifestação cultural foi o antropólogo teuto-
americano Franz Boas, que defendia a ideia da particularidade de cada povo no que diz respeito à cultura,
e de que ela não deveria ser entendida como algo comparativo entre sociedades diferentes. Boas iniciou
a utilização da história como instrumento para compreensão da ideia de cultura dentro da antropologia, o
que pode ser exemplificado na obra de seu discípulo, Gilberto Freyre, ao produzir o clássico Casa-grande
e Senzala.
A antropologia busca estudar e entender essa grande diversidade que forma as diferentes culturas
humanas. Mesmo sem haver um consenso sobre a definição exata de cultura nas várias correntes
antropológicas, alguns aspectos possuem ampla concordância, como a afirmação de que a divisão do
trabalho com base no sexo ou na raça é uma manifestação cultural, e não uma característica natural.
O resultado do entendimento de tal afirmação é que o discurso de trabalho baseado em premissas
como “trabalho de homem” ou “trabalho de negro”, nada mais é do que uma justificativa criada para
sustentar a posição de grupos sociais dominantes, não possuindo nenhuma sustentação na biologia.
Além da antropologia, outras áreas como a linguística e a história buscam definir o que é cultura através
de outras abordagens. Alfredo Bosi buscou definir em sua obra Dialética da colonização, a cultura partindo
da linguística e da etimologia da palavra cultura, que assim como as palavras culto e colonização, são
originadas do verbo em latim colo, que significa eu ocupo a terra. Partindo dessa ideia de cultura, além
de estar relacionada com o trabalho e o cultivo do solo, também representa o cultivo dos costumes e das
tradições que serão passadas adiante.

3
Dicionário de Conceitos Históricos - Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva – Ed. Contexto – São Paulo; 2006

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A definição do historiador é de que cultura é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e de
valores que devem ser transmitidos às novas gerações para garantir a convivência social. A cultura
também está ligada à existência de uma consciência coletiva produzida pela vida cotidiana, como um
planejamento para o futuro de determinada sociedade, ou seja, pode ser entendida como o conjunto de
práticas passadas de um povo para seus descendentes com o intuito de sobrevivência.
Em todas as sociedades humanas existe cultura, em todas as suas manifestações. A cultura dessas
diferentes sociedades determina as regras de convívio social em cada uma delas, permitindo com que o
indivíduo adapte-se no meio social em que está inserido. As formas de comunicação na sociedade
também possuem relação com a herança cultural, não somente pela linguagem, pois a herança cultural
é capaz de revelar formas únicas de comportamento. O desentendimento também pode ser explicado
pela relação de cultura entre povos, no caso culturas diferenciadas, que possuem estruturas sociais
próprias e conflitantes entre si, o que gera a diferença e a exclusão.
É importante lembrar que apesar de definir a identidade de um povo, a cultura não é estática dentro
das sociedades. O contanto com culturas diferentes ou mesmo praticas internas sofrem alterações ao
longo do tempo, em todas as sociedades existentes.
Como elemento de caracterização do comportamento social, a cultura tem papel importante no estudo
da história, que passou a explorar essa relação com os trabalhos da chamada Nova História, já na
segunda metade do século XX, através de estudos interdisciplinares. Entre os grandes expoentes da
Nova Historia estão os franceses Georges Duby, Jacques Le Goff e Robert Darnton. No Brasil,
pesquisadores como Ronaldo Vainfas, Lilia Moritz Schwarcz e Luiz Mott, integram boa parte dos estudos
da área, trabalhando com a História do cotidiano, o imaginário, a micro-história e da História das
Mentalidades.

Cultura Material
A cultura material está sempre presente na vida humana. Nascemos, crescemos e morremos
interagindo com as mais diversas materialidades, criadas dentro de diferentes propósitos: são as
estruturas, objetos e modificações que compõem os nossos espaços de lazer, trabalho, moradia, entre
inúmeras outras possibilidades. A cultura material é tudo aquilo que é produzido ou modificado pelo ser
humano, ou seja, tudo aquilo que faz parte do cotidiano da humanidade, independentemente do tempo
ou mesmo do espaço.
Apesar de a cultura material ligar-se à própria história humana, seu conceito nasceu somente na
segunda metade do século XIX com os estudos da Pré-História.

Cultura Imaterial
A cultura imaterial pode ser definida como o conhecimento que não foi ensinado por meio de livros,
registros formais ou ensinamentos sistemáticos. A cultura imaterial pode ser entendida como o
conhecimento transmitido na prática, na forma oral ou por meio de gestos, de geração para geração.
Tradição e transmissão de conhecimento são fatores essenciais para a continuidade da cultura
intangível, também chamada de cultura imaterial, e para a construção da identidade um grupo, povo ou
nação. O patrimônio cultural de um povo não é composto apenas por elementos materiais, mas também
através de manifestações da cultura imaterial, ele é constituído de práticas, representações, técnicas,
objetos e lugares do mesmo.

Patrimônio e diversidade cultural no Brasil4


No Brasil, as questões relativas ao patrimônio são regulamentadas pela Constituição Federal de 1988
e pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério da Cultura que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan
proteger e promover os bens culturais do País, assegurando sua permanência e usufruto para as
gerações presentes e futuras.
O Iphan possui 27 Superintendências (uma em cada Unidade Federativa); 31 Escritórios Técnicos, a
maioria deles localizados em cidades que são conjuntos urbanos tombados, as chamadas Cidades
Históricas; e, ainda, quatro Unidades Especiais, sendo três delas no Rio de Janeiro: Sítio Roberto Burle
Marx, Paço Imperial e Centro Nacional do Folclore e Cultura Popular; e, uma em Brasília, o Centro
Nacional de Arqueologia.
O Iphan também responde pela conservação, salvaguarda e monitoramento dos bens culturais
brasileiros inscritos na Lista do Patrimônio Mundial e na Lista o Patrimônio Cultural Imaterial da

4
Fonte: www.Iphan.com.br

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Humanidade, conforme convenções da Unesco, respectivamente, a Convenção do Patrimônio Mundial de
1972 e a Convenção do Patrimônio Cultural Imaterial de 2003.
Histórico - Desde a criação do Instituto, em 13 de janeiro de 1937, por meio da Lei nº 378, assinada
pelo então presidente Getúlio Vargas, os conceitos que orientam a atuação do Instituto têm evoluído,
mantendo sempre relação com os marcos legais. A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo
216, define o patrimônio cultural como formas de expressão, modos de criar, fazer e viver. Também são
assim reconhecidas as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos,
edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; e, ainda, os conjuntos
urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico.
Nos artigos 215 e 216, a Constituição reconhece a existência de bens culturais de natureza material e
imaterial, além de estabelecer as formas de preservação desse patrimônio: o registro, o inventário e
o tombamento.

Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial


Em 4 de agosto de 2000 foi publicado o Decreto nº 3.551, que instituiu o Registro de Bens Culturais
de Natureza Imaterial e definiu um programa voltado especialmente para esses patrimônios. O registro
é um instrumento legal de preservação, reconhecimento e valorização do patrimônio imaterial do Brasil,
composto por bens que contribuíram para a formação da sociedade brasileira.
Esse instrumento é aplicado àqueles bens que obedecem às categorias estabelecidas pelo Decreto:
celebrações, lugares, formas de expressão e saberes, ou seja, as práticas, representações, expressões,
lugares, conhecimentos e técnicas que os grupos sociais reconhecem como parte integrante do seu
patrimônio cultural. Ao serem registrados, os bens recebem o título de Patrimônio Cultural Brasileiro e
são inscritos em um dos quatro Livros de Registro, de acordo com a categoria correspondente. Os pedidos
de registro de bens culturais imateriais devem ser feitos de acordo com os artigos 2º a 4º da Resolução
Nº 001, de 3 de agosto de 2006.

Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC)


O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) é uma metodologia de pesquisa desenvolvida
pelo Iphan para produzir conhecimento sobre os domínios da vida social aos quais são atribuídos sentidos
e valores e que, portanto, constituem marcos e referências de identidade para determinado grupo social.
Contempla, além das categorias estabelecidas no Registro, edificações associadas a certos usos, a
significações históricas e a imagens urbanas, independentemente de sua qualidade arquitetônica ou
artística.
A delimitação da área do Inventário ocorre em função das referências culturais presentes num
determinado território. Essas áreas podem ser reconhecidas em diferentes escalas, ou seja, podem
corresponder a uma vila, a um bairro, a uma zona ou mancha urbana, a uma região geográfica
culturalmente diferenciada ou a um conjunto de segmentos territoriais.

Tombamento
O tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio nacional mais tradicional e
foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Sob a tutela do Iphan, os bens tombados
se subdividem em bens móveis e imóveis, sendo que entre esses estão incluídos equipamentos urbanos
e de infraestrutura, paisagens naturais, ruínas, jardins e parques históricos, terreiros e sítios
arqueológicos. A proteção é uma das ações mais importantes referentes ao patrimônio de natureza
material. Proteger um bem cultural significa impedir que ele desapareça, mantendo-o preservado para as
gerações futuras.
Este Decreto-Lei é o primeiro instrumento legal de proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro e nas
Américas e seus preceitos fundamentais se mantêm atuais e em uso até os nossos dias. Define
o Patrimônio Cultural Brasileiro como "conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País e cuja
conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,
quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico".
A palavra tombo, significando registro, começou a ser empregada pelo Arquivo Nacional Português,
fundado por D. Fernando, em 1375, e originalmente instalado em uma das torres da muralha que protegia
a cidade de Lisboa. Com o passar do tempo, o local passou a ser chamado de Torre do Tombo. Ali eram
guardados os livros de registros especiais ou livros do tombo.
No Brasil, como uma deferência, o Decreto-Lei adotou tais expressões para que todo o bem material
passível de acautelamento, por meio do ato administrativo do tombamento, seja inscrito no Livro do

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Tombo correspondente. A lista de bens culturais inscritos nos Livros do Tombo é a versão mais recente
sistematizada e publicada sobre os bens móveis e imóveis tombados pelo Iphan.

Patrimônio Cultural
A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216, ampliou o conceito de patrimônio estabelecido
pelo Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, substituindo a nominação Patrimônio Histórico e
Artístico, por Patrimônio Cultural Brasileiro. Essa alteração incorporou o conceito de referência cultural e
a definição dos bens passíveis de reconhecimento, sobretudo os de caráter imaterial. A Constituição
estabelece ainda a parceria entre o poder público e as comunidades para a promoção e proteção do
Patrimônio Cultural Brasileiro, no entanto mantém a gestão do patrimônio e da documentação relativa aos
bens sob responsabilidade da administração pública.
Enquanto o Decreto de 1937 estabelece como patrimônio “o conjunto de bens móveis e imóveis
existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico
ou artístico”, o Artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como sendo os bens “de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
Nessa redefinição promovida pela Constituição, estão as formas de expressão; os modos de criar,
fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações
e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
O Iphan zela pelo cumprimento dos marcos legais, efetivando a gestão do Patrimônio Cultural
Brasileiro e dos bens reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade. Pioneiro na preservação do patrimônio na América
Latina, o Instituto possui um vasto conhecimento acumulado ao longo de décadas e tornou-se referência
para instituições assemelhadas de países de passado colonial, mantendo ativa cooperação internacional.
Nesse contexto, o Iphan constrói em parceria com os governos estaduais o Sistema Nacional do
Patrimônio Cultural, com uma proposta de avanço disseminada de maneira contínua para os estados e
municípios em três eixos: coordenação (definição de instância(s) coordenadora(s) para garantir ações
articuladas e mais efetivas); regulação (conceituações comuns, princípios e regras gerais de ação); e
fomento (incentivos direcionados principalmente para o fortalecimento institucional, estruturação de
sistema de informação de âmbito nacional, fortalecer ações coordenadas em projetos específicos).
Trabalhando com esses conceitos e visando facilitar o acesso ao conhecimento dos bens nacionais, a
gestão do patrimônio é efetivada segundo as características de cada grupo: Patrimônio Material,
Patrimônio Imaterial, Patrimônio Arqueológico e Patrimônio da Humanidade.

Patrimônio Material
O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto de bens culturais classificados
segundo sua natureza, conforme os quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico;
histórico; belas artes; e das artes aplicadas. A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216,
ampliou a noção de patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material
e imaterial e, também, ao estabelecer outras formas de preservação – como o Registro e o Inventário –
além do Tombamento, instituído pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30 de novembro de 1937, que é adequado,
principalmente, à proteção de edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos.
Os bens tombados de natureza material podem ser imóveis como os cidades históricas, sítios
arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; ou móveis, como coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
A relação de patrimônios materiais tombados pelo Iphan podem ser acessados por meio do Arquivo
Noronha Santos ou pelo Arquivo Central do Iphan, que é o setor responsável pela abertura, guarda e
acesso aos processos de tombamento, de entorno e de saída de obras de artes do País. O Arquivo
também emite certidões para efeito de prova e faz a inscrição dos bens nos Livros do Tombo.

Patrimônio Imaterial
Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que
se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas,
plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas
culturais coletivas). A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 215 e 216, ampliou a noção de
patrimônio cultural ao reconhecer a existência de bens culturais de natureza material e imaterial.

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Nesses artigos da Constituição, reconhece-se a inclusão, no patrimônio a ser preservado pelo Estado
em parceria com a sociedade, dos bens culturais que sejam referências dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira. O patrimônio imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente
recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de
sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito
à diversidade cultural e à criatividade humana.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) define como
patrimônio imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os
grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural."
Esta definição está de acordo com a Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural
Imaterial, ratificada pelo Brasil em março de 2006.
Para atender às determinações legais e criar instrumentos adequados ao reconhecimento e à
preservação desses bens imateriais, o Iphan coordenou os estudos que resultaram na edição do Decreto
nº. 3.551, de 4 de agosto de 2000 - que instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e
criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) - e consolidou o Inventário Nacional de
Referências Culturais (INCR).
Em 2004, uma política de salvaguarda mais estruturada e sistemática começou a ser implementada
pelo Iphan a partir da criação do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI). Em 2010 foi instituído
pelo Decreto nº. 7.387, de 9 de dezembro de 2010 o Inventário Nacional da Diversidade Linguística
(INDL), utilizado para reconhecimento e valorização das línguas portadoras de referência à
identidade, ação e memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

Diversidade Cultural no Brasil


A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
Entre as principais fontes de contribuição para a formação da cultura brasileira, estão os diferentes
povos indígenas que habitaram e ainda habitam o território brasileiro, os africanos escravizados e os
colonizadores e imigrantes europeus.
Para facilitar o entendimento da diversidade cultural brasileira é possível dividi-la pelas cinco regiões,
lembrando porém que cada localidade possui características únicas, que muitas vezes não podem
simplesmente serem englobadas de maneira simples.

Nordeste
Na região Nordeste existem diversas festas e danças como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos,
carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A
religiosidade também é um fator importante para compreender a cultura nordestina, com manifestações
religiosas como a festa de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é outro
elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os pratos
típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu,
feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde,
pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros.

Norte
A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas populares do Norte são
o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do
país, que ocorre em junho, no Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o
congo ou congada, a folia de reis e a festa do divino.
A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros
alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie
de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro.

Centro-Oeste
A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições principalmente dos
indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. São manifestações culturais típicas da
região: a cavalhada e o fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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A culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano,
Maria Isabel, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como o pintado, pacu,
dourado, entre outros.

Sudeste
Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos
padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de boiadeiro, dança de velhos,
batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó.
A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos
diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão
de queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à
paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc.

Sul
O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães
e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a
cultura sulista: o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de
Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária
estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de
carne em uma panela de barro), vinho.

Questões

01. (ENEM) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do
processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo
do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O
que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público
Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira
ou o candomblé, deve considerar que elas
(A) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
(B) perderam a relação com o seu passado histórico.
(C) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
(D) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
(E) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.

02. (ENEM)

O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com o meio
social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma integração entre
homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima utilizada. Pela matéria-prima (o barro)
utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região do Brasil o artefato acima foi produzido?
(A) Sul.
(B) Norte.
(C) Sudeste.
(D) Nordeste.
(E) Centro-Oeste.

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03. (ENEM) Os tropeiros foram figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do Brasil colonial.
A palavra tropeiro vem de "tropa" que, no passado, se referia ao conjunto de homens que transportava
gado e mercadoria. Por volta do século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lombo de
mulas. O tropeirismo acabou associado à atividade mineradora, cujo auge foi a exploração de ouro em
Minas Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de pedras preciosas também atraiu grandes
contingentes populacionais para as novas áreas e, por isso, era cada vez mais necessário dispor de
alimentos e produtos básicos. A alimentação dos tropeiros era constituída por toucinho, feijão preto,
farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido). Nos
pousos, os tropeiros comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho, que era
servido com farofa e couve picada. O feijão tropeiro é um dos pratos típicos da cozinha mineira e recebe
esse nome porque era preparado pelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado.
Disponível em http://www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 27 nov. 2008.

A criação do feijão tropeiro na culinária brasileira está relacionada à


(A) atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam nas minas.
(B) atividade culinária exercida pelos moradores cozinheiros que viviam nas regiões das minas.
(C) atividade mercantil exercida pelos homens que transportavam gado e mercadoria.
(D) atividade agropecuária exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de alimentos.
(E) atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge da exploração do ouro.

Respostas

01. Resposta: C
A cultura brasileira deriva da interação das culturas e práticas europeias, africanas e indígenas. Ao
analisar movimentos como a capoeira e candomblé, deve-se levar em conta o sincretismo característico
da cultura brasileira, ou seja, sua interação histórica.

02. Resposta: D
Os três músicos utilizam chapeis de couro, tocam sanfona e triangulo, que são vestimentas e
instrumentos típicos do Nordeste brasileiro.

03. Resposta: C
O texto faz uma ligação entre a culinária regional representado pelo feijão tropeiro, com a atividade
econômica do transporte de gado e outras mercadorias, abrindo novas rotas e vilarejos que acabaram
por transformar-se em cidades posteriormente

Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e


ação do Estado

Comumente consideramos como antiguidade o período que vai do surgimento da escrita, por volta de
3000 a.C na Mesopotâmia, até a queda do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C. Diferentes
povos se desenvolveram na Idade Antiga, entre elas as civilizações do Egito, Mesopotâmia, China, as
civilizações clássicas como Grécia e Roma, os Persas, os Hebreus, os Fenícios, além dos Celtas,
Etruscos, Eslavos, dos povos germanos (visigodos, ostrogodos, anglos, saxões,) entre outros. Ela surge
como um período histórico de fundamental importância, destacadamente por suas criações e legados,
muitos dos quais lançaram as bases para a construção de muitas sociedades atuais.
Além de ser o período do surgimento da escrita, a antiguidade também viu nascerem os jogos
olímpicos, a organização do conhecimentos, o surgimento de diversas cidades e a criação do Estado
enquanto instituição capaz de regulamentar o convívio entre os homens. A partir de então, o crescente
nível de complexidade das civilizações comportou também o fortalecimento das relações políticas.

Política
Os sistemas de governo na Antiguidade estavam baseados em elementos teocráticos, ou seja,
sustentados por uma visão religiosa e dominado por uma pequena elite política. O Faraó no Egito era
visto como um enviado dos deuses, e, em alguns casos, como uma reencarnação divina. Nos povos
mesopotâmicos, assim como em grande parte das demais civilizações do período, eram frequentes as
interferências do sacerdote em assuntos políticos.

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O exemplo de Esparta
Até o século VII a.C., a legislação de Esparta —Grande Retra — estabelecia que o governo deveria
ser exercido por dois reis (diarquia), por um conselho e por uma assembleia. A sucessão ao trono era
hereditária e duas famílias dividiam o poder: os Ágidas e os Euripôntidas.
O conselho, denominado Gerúsia, era formado pelos homens idosos e tinha um caráter apenas
consultivo. A Assembleia, Ápela, era o órgão mais importante, e os cidadãos tomavam as decisões finais
sobre todos os assuntos.
A Constituição e a organização política eram praticamente imutáveis, pois eram atribuídas a lendária
figura de Licurgo, personagem histórica que, por ter um caráter divino, imprimia essa divinização às
normas por ele criadas.
Com o processo de conquista da Plante Messênia concluído no seculo VII a C., as transformações
políticas foram proporcionais às mudanças socioeconômicas. O governo passou por uma transformação
conservadora e mais una vez essas alterações foram atribuídas a Licurgo. Esparta adotou a oligarquia
como forma de governo. A antiga Gerúsia passou a monopolizar o poder e, nesse momento, compunha-
se de 28 gerontes (cidadãos com mais de 60 anos), com poderes vitalícios. O Poder Executivo passou a
ser exercido pelos éforos, cinco magistrados escolhidos pelos gerontes, com o mandato de um ano. A
antiga Ápela aprovava as leis apenas por aclamação, correspondendo, nesse contexto, a um órgão formal
de decisões políticas, de caráter meramente consultivo. A diarquia continuou a existir, mas os seus
poderes políticos foram esvaziados, restando-lhe o exercício do poder sacerdotal e as atribuições
militares. O caráter conservador de Espana resultou da preocupação da minoria esparciata em manter a
maioria hilota (escravos) subordinada. Daí o militarismo do estamento dominante, a xenofobia (aversão
ao estrangeiro) e o laconismo (forma sintética de expressão), que sufocavam o surgimento de ideias e
restringiam o espirito crítico.
A sociedade espartana era composta de esparciatas (cidadãos e guerreiros de origem dória, que
constituíam a camada social superior e recebiam educação militar), periecos (aqueus, habitantes da
periferia, que, apesar de serem homens livres, não eram considerados cidadãos) e hilotas (escravos).
A sociedade era estamental, rigidamente hierarquizada e sem mobilidade social.

A política nos exemplos citados possui uma maneira de organização pautada na hierarquia e na
participação de um seleto grupo de pessoas, que governavam e mantinham o poder através da
justificativa divina e também familiar.

Apesar do caráter oligárquico da política na Antiguidade, algumas experiências merecem destaque


por mudarem esse cenário, aumentando a participação da população nos assuntos políticos.

A democracia em Atenas
A democracia, governo do povo (demo = povo, cracia=governo), foi implantada em Atenas, por volta
de 510 a.C., quando Clístenes comandou um revolta contra o último tirano que governou a cidade-estado.
As reformas políticas adotadas por Clístenes visavam a resolver os graves conflitos sociais decorrentes
da estratificação social em Atenas.
O regime político democrático instituído por Clístenes tinha por princípio básico a noção de que “todos
os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis”.

E quem eram os cidadãos?

Somente os homens atenienses maiores de 21 eram considerados cidadãos, ou seja, eram


excluídos da vida política as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os jovens. A democracia de Atenas
era, dessa forma, elitista, patriarcal e escravista, porque apenas uma pequena minoria de homens
proprietários de escravos poderia exercê-la.
Os cidadãos participavam da Assembleia do Povo, órgão de decisão que ficava a cargo de aprovar
ou rejeitar os projetos apresentados para a cidade. Esses projetos eram elaborados pelo Conselho dos
Quinhentos, um conjunto de 500 cidadãos eleitos anualmente. Após serem aprovados pela Assembleia
do Povo, os projetos eram executados, em tempos de paz, pelos estrategos.
A democracia ateniense acabou por volta de 404 a.C., quando a cidade-estado foi derrotada por
Esparta na Guerra do Peloponeso, voltando a ser governada por uma oligarquia.

Roma
Em Roma, também existia a ideia de cidadania como capacidade para exercer direitos políticos e civis
e a distinção entre os que possuíam essa qualidade e os que não a possuíam.

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A sociedade romana era composta basicamente de três classes:

Patrícios (descendentes dos fundadores);


Plebeus (descendentes dos estrangeiros);
Escravos (prisioneiros de guerra e os que não saldavam suas dívidas).

Existiam também os clientes, que eram homens livres, dependentes de um aristocrata romano que
lhes fornecia terra para cultivar em troca de uma taxa e de trabalho

A cidadania em Roma era garantida aos homens livres. Apesar da garantia ao homens livres, não eram
todos aqueles considerados livres que tinham o direito de exercê-la. Inicialmente apenas os patrícios
possuíam direitos políticos, civis e religiosos. O cargo de senador, por exemplo, era vitalício e exclusivo
apenas para os patrícios. Essa diferenciação entre patrícios e plebeus gerou diversos conflitos. Após a
reforma do Rei Sérvio Túlio, os plebeus tiveram acesso ao serviço militar e lhes foram assegurados alguns
direitos políticos. Só a partir de 450 a.C., com a elaboração da famosa Lei das Doze Tábuas, foi
assegurada aos plebeus uma maior participação política, o que se deveu em muito à expansão militar
romana.

Direito Romano
Direito romano é um termo histórico-jurídico que se refere, originalmente, ao conjunto de regras
jurídicas observadas na cidade de Roma e, mais tarde, ao corpo de direito aplicado ao território do Império
Romano e, após a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., ao território do Império Romano
do Oriente. Mesmo após 476, o direito romano continuou a influenciar a produção jurídica dos reinos
ocidentais resultantes das invasões bárbaras, embora um seu estudo sistemático no ocidente pós-romano
esperaria a chamada redescoberta do Corpo de Direito Civil pelos juristas italianos no século XI.
Os historiadores do direito costumam dividir o direito romano em fases. Um dos critérios empregados
para tanto é o da evolução das instituições jurídicas romanas, segundo o qual o direito romano
apresentaria quatro grandes épocas:

Época Arcaica (753 a.C. a 130 a.C.)


Época Clássica (130 a.C. a 230 d.C.)
Época Pós-Clássica (230 d.C. a 530 d.C.)
Época Justiniana (530 d.C. a 565 d.C.)

A influência do direito romano sobre os direitos nacionais europeus é imensa e perdura até hoje. Uma
das grandes divisões do direito comparado é o sistema romano-germânico, adotado por diversos Estados
continentais europeus e baseado no direito romano. O mesmo acontece com o sistema jurídico em vigor
em todos os países latino-americanos.
Durante o primeiro período da história romana, que vai até a criação da república em 510 a.C. o direito
era baseado nos costumes, com a ligação do Direito Sagrado ao humano.
No período republicano, que vai de 510 a.C. até Augusto, em 27 a.C., no Direito Romano prevalecia o
jus gentium sobressaindo sobre o jus fas (Direito Sagrado, religioso), que era o direito comum para todos
os povos que habitavam o Mediterrâneo, além do conceito do bonum et aequum, e o conceito da boa-fé;
O período do Direito clássico, é considerando a época áurea da jurisprudência, indo do reinado de
Augusto até o imperador Diocleciano. Existe uma participação maior dos jurisconsultos, que são os
conhecedores do Direito na época, além da substituição do direito magistratural (jus honorarium) que
auxiliava, e supria o cerne originário do Direito Quiritário; no lugar deste surge o cognitio extra ordinem,
administração da justiça de aplicação particular do imperador.
O último período do Direito Romano acontece após o imperador Diocleciano (século IV d.C.), e vai até
a morte do imperador Justiniano. Durante este período que surgiu o direito pós-clássico, havendo a
ausência de grandes jurisconsultos, e ocorrendo uma adaptação das leis em face da nova religião Cristã
que ficou popular no império. Durante este período ocorre a formação do direito moderno, que começa a
ser codificado a partir do século VI d.C. pelo imperador Justiniano.
Apesar de proteger as liberdades individuais e reconhecer a autonomia da família com o pátrio poder,
o Direito Romano não assegurava a perfeita igualdade entre os homens, admitindo a escravidão e
discriminando os despossuídos. Ao lado da desigualdade extrema entre homens livres e escravos, o
Direito Romano admitia a desigualdade entre os próprios indivíduos livres, institucionalizando a exclusão
social.

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Antigo Regime
A Era Moderna, demarcada tradicionalmente entre 1453 e 1789, constitui uma unidade completa, num
sistema com uma estrutura própria: o Antigo Regime. Na França, o absolutismo evoluiu até o século XVIII,
quando a Revolução Francesa e os movimentos liberais burgueses do século XIX eliminaram a estrutura
do Antigo Regime e, com ele, a Dinastia dos Bourbons. Na Inglaterra, a monarquia absolutista
transformou-se numa monarquia limitada, quando das Revoluções Inglesas do século XVII.

Absolutismo
O Estado absolutista define-se como um Estado de transição entre a monarquia feudal, dominada pela
nobreza, e a República burguesa, pois corresponde ao período em que a burguesia adquiriu a supremacia
econômica, mas ainda não havia conseguido o predomínio político.
O que tornava típico o Estado absolutista era o fato de que o soberano se equilibrava sobre as camadas
sociais em conflito, aproveitando-se de seus antagonismos.
O rei concedia vantagens econômicas à burguesia, dava-lhe monopólios, mas concedia pensões e
cargos à nobreza. Protegia os interesses dos grandes capitalistas, mas impedia a destruição das
corporações de ofício; ajudava os nobres a debelar as revoltas camponesas, mas conservava os
camponeses como uma arma potencial contra os nobres. Enfim, o monarca vivia dos conflitos sociais e,
em certos momentos, chegava mesmo a estimulá-los.
Na tentativa de legitimar essa autoridade, os reis absolutos incentivaram a produção literária a respeito
das origens do poder, procurando dar-lhes uma fundamentação religiosa. A teorização sobre o poder real
teve início com o importante trabalho de Maquiavel, O Príncipe, no qual ele desenvolve a ideia da razão
de Estado para justificar os atos dos governantes absolutos ("Os fins justificam os meios"). Thomas
Hobbes, em seu livro Leviatã, justifica a necessidade do poder real para que haja paz na sociedade civil.
Mas o grande teórico do absolutismo é Jacques Bossuet, autor de Política Extraída das Sagradas
Escrituras.

A intolerância religiosa
A Reforma religiosa do século XVI quebrou a unidade do cristianismo ocidental. Os reis da Era
Moderna transformaram a religião num forte elemento de poder, pois controlar a Igreja no país era
indispensável para que a autoridade real fosse absoluta. Por meio do clero, os reis dominavam os súditos,
pois os púlpitos contribuíam para transmitir a vontade do rei aos membros da nação. Da Bíblia vinha a
justificativa do poder real, considerado de origem divina. Nessa medida, a unidade política do reino
dependia de sua unidade religiosa. Não havia lugar para a liberdade religiosa, apenas para a intolerância
política, pois as perseguições religiosas eram, no fundo, perseguições políticas.

A razão predomina sobre a fé


Enquanto na Idade Média a filosofia escolástica marcava a predominância da fé sobre a razão, na Era
Moderna assistimos a uma inversão desse princípio. O desenvolvimento do capitalismo e da burguesia,
com suas profundas transformações dentro da sociedade, quebrou o monopólio da Igreja sobre a cultura,
estendendo-a aos leigos ("laicização da cultura").
No Renascimento, a burguesia e o pensamento leigo utilizavam a razão para investigar o mundo e a
natureza. No século XVII, na época do Barroco, o racionalismo era usado para transportar a natureza
para a arte. No século XVIII, por sua vez, o racionalismo era usado socialmente, tendo por finalidade
definir a posição da burguesia no quadro da sociedade.
Essa tentativa de visão da sociedade em termos racionais dava à burguesia uma consciência crítica
do Antigo Regime, do absolutismo e da sociedade estamental, abrindo condições para o movimento
iluminista.

Democracia direta, indireta e representativa


Como já discutido, a palavra Democracia vem do grego demos que significa povo. Nas democracias,
o povo detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
Democracia é o sistema de governo onde o poder de decisões políticas está com os povo, direta ou
indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma esta mais usual. Uma democracia pode existir
num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico.
As Democracias são divididas em espécies A distinção mais importante acontece entre democracia
direta onde o povo expressa a sua vontade por voto direto em cada assunto particular, e a democracia
indireta, onde o povo expressa sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões
em nome daqueles que os elegeram.

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O sistema democrático tem por fundamento o governo da maioria associados aos direitos individuais
e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da maioria, protegem os direitos
fundamentais dos indivíduos e das minorias.
Em um Estado que adote o sistema democrático, as eleições por exemplo, são livres e justas, abertas
a todos os cidadãos. As eleições numa democracia não podem ser fachadas atrás das quais se escondem
ditadores ou um partido único, mas verdadeiras competições pelo apoio do povo.

Democracia Direta
As primeiras democracias foram diretas, como a de Atenas, na qual o povo se reunia nas praças e ali
tomava as decisões políticas. Neste caso, os cidadãos não delegam o seu poder de decisão, mas, de
fato, o exercem.
Na Grécia antiga o "Povo" era composto pelos homens que tinham o título de "cidadão ateniense".
Desta forma mulheres e escravos não tinham direito a esse título pois tinham de ser do sexo masculino
e ser filho de pais atenienses e netos de avós atenienses, não tendo direito a voto nem nenhuma influência
na política.
Desta forma, tem-se que uma democracia é direta quando tem sua forma de organização na qual todos
os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomada de decisões.

Democracia Indireta ou Representativa


A Democracia Indireta, ou Representativa, é aquela em que o povo, através de eleições periódicas,
escolhe as pessoas que irão representá-lo, para em seu nome tomar as decisões políticas de seu
interesse; assim, o povo é a fonte primária do poder que será exercido por representação.
Na democracia representativa, a participação popular é indireta, periódica e formal, e se organiza
mediante regras que disciplinam as técnicas de escolha dos representantes do povo.
Todavia, não se trata apenas de uma questão de eleições periódicas, em que, por meio do voto, são
escolhidas as autoridades governamentais. Além de designar um procedimento técnico para a
designação de pessoas para o exercício de funções governamentais e legislativas, eleição significa a
expressão de preferência entre alternativas, a realização de um ato formal de decisão política.
Realmente, nas democracias de partido e sufrágio universal, as eleições tendem a ultrapassar a pura
função designatória, configurando um instrumento por meio do qual o povo manifesta sua aprovação a
uma política governamental e confere seu consentimento e, por consequência, legitimidade às
autoridades governamentais, participando na formação da vontade do governo e no processo político.
Característica principal da democracia representativa, essa participação dos cidadãos, direta ou
indiretamente, nas deliberações que em diversos níveis (local, regional, nacional) e nos mais diversos
setores, com escola e empresa, por exemplo, que interessam à coletividade.

Movimentos sociais5

Os movimentos sociais vêm acompanhando os passos democráticos de diversas nações, inclusive do


Brasil, nas últimas décadas, presentes constantemente em acontecimentos históricos relevantes,
principalmente no âmbito das conquistas sociais. Na verdade, consistem num mecanismo que os
cidadãos utilizam para reivindicar e ver reconhecidos seus interesses e anseios coletivos.
Avritzer afirma que “os movimentos sociais constituem aquela parte da realidade social na qual as
relações sociais ainda não estão cristalizadas em estruturas sociais, onde a ação é a portadora imediata
da tessitura relacional da sociedade e do seu sentido”. Eles não constituem um simples objeto social e
sim uma lente por intermédio da qual problemas mais gerais podem ser abordados.
A influência dos movimentos sociais vai muito além dos efeitos políticos produzidos por eles, pois suas
ações determinam a modificação de comportamentos e de regras por parte do sistema político. E, além
do mais, há uma dimensão simbólica muito mais complexa sobre a qual os movimentos sociais exercem
grande impacto que é a transformação social. Hoje, a partir dessas novas mobilizações, os cidadãos e as
sociedades conjugam a gramática da igualdade de gênero, preocupações ecológicas, conservação do
meio ambiente, direitos dos nascituros, impensáveis antes da emergência de movimentos sociais com
essas novas agendas.
Para Correia, a sociedade civil serve-se dos movimentos sociais para conquistar direitos negados ou
não disponibilizados pelo Estado. É nesse contexto de carências, de exclusão e necessidades sociais,
que se situam as práticas cotidianas de movimentos sociais, que ainda com certas limitações, são meios
potencializadores de novas formas de se fazer política, de participação social, de construção do processo

5
Texto adaptado de AZEVEDO, D. A. de. Movimentos Sociais, Sociedade Civil e Transformação Social no Brasil.

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democrático e de transformação social. Presume-se que os movimentos sociais são tentativas coletivas
e organizadas que têm a finalidade de buscar determinadas mudanças ou até mesmo estipular a
possibilidade de construção de uma nova ordem social.
Na realidade histórica, os movimentos sociais sempre existiram e cremos que sempre existirão. Isto
porque eles representam forças sociais organizadas que aglutinam as pessoas não como força tarefa, de
ordem numérica, mas como campo de atividades e de experimentação social, e essas atividades são
fontes geradoras de criatividade e inovações socioculturais.

Breve Contextualização dos Movimentos Sociais Brasileiros

Por volta dos anos 60 e 70, se disseminam os movimentos populares e sociais no Brasil. Para Pinsky,
“os movimentos populares se caracterizaram por um alcance limitado a questões localizadas na vida
prática da comunidade”.
A força do movimento operário e dos movimentos populares (como das classes dominantes) determina
a estratégia dos grupos populares. “Se a conjuntura é favorável à mobilização popular e expansão das
lutas, a estratégia pode ser mais ofensiva, se o momento se apresenta desfavorável é marcado por uma
retração da forças populares a estratégia é defensiva” (FALEIROS, 1985).
A partir do final dos anos 1970, o movimento sindical e as organizações estudantis ganharam força.
As greves dos metalúrgicos paralisaram as indústrias de São Paulo, logo acompanhadas por greves dos
bancários. A crise do “milagre econômico” foi o estopim desses movimentos, a luta contra a carestia
balançou os alicerces da ditadura. Paralelamente, surgiram grupos ligados a questões específicas:
mulheres, povos indígenas, negros e homossexuais.
É na década de 1980 que os movimentos sociais vão incluir parcelas mais amplas da sociedade.
Surgem os movimentos ecológicos, que transcendiam a divisão política entre direita e esquerda e,
também, o movimento em defesa dos direitos do consumidor. Já na década de 90, surge no Brasil, um
tipo de organização inexistente até então, as organizações não-governamentais (ONGs) para designar
as entidades da sociedade civil, em referência a todo movimento de cunho social.
A questão do protagonismo dos movimentos sociais no Brasil, a partir dos anos 1990, começa a perder
visibilidade política no cenário urbano. A partir disso, referem-se três momentos: 1990-1995; 1995 a 2000;
e do início deste novo século até os dias atuais, que diagnosticam uma crise dos movimentos sociais
populares urbanos, nos primeiros cinco anos dos anos 1990, no sentido de que reduziram parte de seu
poder de pressão direta que haviam conquistado nos anos 1980. Nesse momento, o país saía de uma
etapa de conquista dos direitos constitucionais, os quais necessitavam ser regulamentados. Ao mesmo
tempo, o governo federal, passou a implementar ou a aprofundar, em todos os níveis, as políticas
neoliberais, as quais geraram desemprego, aumento da pobreza e da violência urbana e rural (GOHN,
2005).

O Estado, diante de tal realidade, fecha as portas da negociação porque as concessões solicitadas
não são aceitáveis ao estado de acumulação de capital que ele visa. Essa estratégia pode retirar a
legitimidade da classe no poder se ela defende (discurso) a democracia e a participação. O Estado se vê
então colocado numa situação de defesa clara da acumulação do capital ou de sua legitimidade
(FALEIROS, 1985).
Nesse âmbito também começa a se falar em crise dos “movimentos sociais urbanos”, esta não
representava o seu desaparecimento nem o seu enfraquecimento enquanto atores sociopolíticos, mas
sim uma rearticulação interna e externa de seu papel na sociedade. As transformações no contexto
político levam também a emergência, ou ao fortalecimento, de outros atores sociais, como as ONGs e
outras entidades do terceiro setor. Assim, os movimentos populares passam a ser aliados ou até mesmo
disputar com

Apesar do enfraquecimento dos movimentos sociais e da rearticulação do papel destes na sociedade,


é imprescindível considerarmos a sua grande relevância no processo democrático brasileiro, mediante
sua atuação voltada a reivindicação dos direitos, até então, não disponibilizados aos cidadãos. Desta
forma, as lutas desencadeadas na sociedade civil, são absolutamente essenciais num processo de efetiva
transformação social, a caminho da emancipação humana.

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A Emergência da Sociedade Civil no Brasil

Em relação a trajetória histórica da sociedade civil no Brasil, situa-se, aqui, apenas as três últimas
décadas do século XX, onde se acentua o fortalecimento desta categoria no movimento de
redemocratização. Mas não se pode negar a organização anterior desta no decorrer da história brasileira.
Ao contextualizar-se a emergência da sociedade civil, Avritzer introduz que o surgimento de novos
atores sociais no processo de construção da sociedade civil no Brasil se associa ao rápido processo de
modernização ao qual está ligado o autoritarismo brasileiro. Contudo, é possível localizar a emergência
da sociedade civil brasileira no período final do regime autoritário e início da redemocratização do país.
Entende-se, que desde o seu surgimento a sociedade civil contribui para a construção do processo
democrático brasileiro, por meio de organizações sociais, lutas, associações, movimentos, etc,
constantemente, buscando o reconhecimento de seu projeto societário numa realidade contraditória pelo
desenvolvimento do capital e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento da cidadania.
Os novos atores que emergiram na cena política necessitam de espaços na sociedade civil –
instituições próprias, para participarem de novos pactos políticos que redirecionam o modelo político
vigente. O saudoso Betinho já nos dizia: “a sociedade civil tem um papel central, o poder está na
sociedade civil, não no Estado. O Estado é instrumento” (SOUZA 2005).
Em face disso, explicita-se a capacidade de mobilização, participação e conscientização política da
sociedade civil, configurada numa importante referência ao aprimoramento e reafirmação do Estado
Democrático de Direito.
Tal como evidenciado no debate internacional, Duriguetto sustenta que a categoria sociedade civil foi
comumente empregada no contexto brasileiro a partir do final da década de 1970, para expressar a
reativação do movimento sindical e a ação dos chamados “novos movimentos sociais”, que passaram a
dinamizar processos de mobilização de defesa, conquista e ampliação de direitos civis, políticos, sociais
e trabalhistas.
Ainda, a autora refere à emergência de várias iniciativas de parceria entre a sociedade civil organizada
e o poder público, impulsionadas por políticas estatais, como a experiência do Orçamento Participativo,
no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Com o Orçamento Participativo, o próprio Estado evolui
gradativamente, começando a perceber a importância da participação popular nas decisões políticas e
sociais.
Em nível de Brasil, as práticas de deliberação participativa estiveram, desde o seu início, ligadas à
visibilidade política dos novos movimentos sociais e à redefinição de práticas do movimento operário nas
décadas de 1970 e 1980. Elas foram entendidas através de uma renovada teoria do conflito social que
apontava para formas de participação popular e lutas plurais demandantes de representação autônoma
no processo de bens públicos e formulação de políticas públicas.
As novas democracias devem se transformar em novos movimentos sociais, no sentido que o estado
deve se transformar em um local de experimentação distributiva e cultural. É na originalidade das novas
formas de experimentação institucional que podem estar os potenciais emancipatórios ainda presentes
nas sociedades contemporâneas (SANTOS).

É possível assinalar que os novos movimentos sociais contemplam uma identidade em função da
defesa de seu projeto societário. Identidade esta, de caráter coletivo, construída dentro do grupo num
processo de inter-relações que vem impondo desafios para pensar a relação do sujeito com as instituições
existentes.
O século XX foi efetivamente um século de intensa disputa em torno da questão democrática. Para
Santos (2002), haveria, portanto, uma tensão entre capitalismo e democracia, tensão essa que, uma vez
resolvida a favor da democracia, colocaria limites à propriedade e implicaria em ganhos distributivos para
os setores sociais desfavorecidos. Aos marxistas, por seu lado, entendiam que essa solução exigia a
descaracterização total da democracia, uma vez que nas sociedades capitalistas não era possível
democratizar a relação fundamental em que se assentava a produção material, a relação entre o capital
e o trabalho. Daí que no âmbito desse debate, se discutissem modelos de democracia alternativos ao
modelo liberal, entre eles: a democracia participativa.
É possível mostrar que os atores que implantaram as experiências de democracia participativa
colocaram em questão uma identidade que lhes fora atribuída externamente por um Estado colonial
(Estado autoritário e discriminador). Caracterizando-se pela reivindicação de direitos de moradia, direitos
à bens públicos distribuídos localmente, direitos de participação, de reconhecimento das diferenças,
implicam, de certo modo, questionar uma gramática social e estatal de exclusão e propor, como
alternativa, uma outra mais inclusiva.

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É no âmbito do projeto democrático que se põe efetivamente a questão da sociedade civil. Para
Nogueira, isso quer dizer que precisamos de uma perspectiva que não só valorize a sociedade civil e
celebre seu crescente protagonismo, mas também colabore para politizá-la, libertando-a das amarras
reducionistas dos interesses particulares, aproximando-a do universo mais rico e generoso dos interesses
gerais, da hegemonia, em uma palavra, do Estado.
Ao longo do processo de reprodução do capitalismo, a sociedade civil ganhou corpo graças a uma
modernização que se afirmou, de modo muito agressivo, uma multidão de interesses particulares. A
sociedade civil cresceu à base desse processo e viu-se confrontada com os mais diversos estímulos
tendentes a separá-la da política, a entregá-la a valores mais individualistas que solidários, mais
competitivos que cooperativos. Percebe-se que o conjunto das mudanças afetou comportamentos e
expectativas políticas, forçando a abertura de espaços para a vocalização de novos interesses,
transformou os padrões de participação e de competição eleitoral.
Compreende-se que a sociabilidade está mais complexa e o Estado passou a falhar em seu
desempenho, é inevitável que se projete uma situação na qual os espaços sociais sejam radicalmente
valorizados. Para o autor citado acima, tudo leva a crer que o Estado não terá como voltar a desempenhar
os mesmos papéis que desempenhou antes, mas ao mesmo tempo não é razoável imaginar que aqueles
que pretendam dirigir o futuro consigam avançar se se puserem fora do Estado ou sem um Estado.
Diante disso, torna-se relevante mencionar que as últimas duas décadas do século XX, marcam o
avanço da democratização e da progressiva valorização da democracia participativa na sociedade
brasileira. Para o ideal desenvolvimentista, a resolução dos problemas sociais ou o combate à inflação
requereriam bem mais autoridade e centralização decisória do que democracia. Antes, a convicção era a
de que processos participativos ou, mais genericamente, mecanismos de consulta popular, negociação e
formação ampliada de consensos, agiriam “contra” o crescimento econômico, na medida em que
dificultariam a tomada rápida de decisões e, com isso, prolongariam indevidamente o tempo de
formulação e de implementação de políticas. Pouco a pouco, a opinião prevalecente foi-se deslocando
para o lado oposto, com o correspondente reconhecimento de que a participação não somente conteria
um valor em si, como também seria particularmente relevante no fornecimento de sustentabilidade às
políticas públicas.
É importante mencionar, que no caso brasileiro, os autores citados mostram que a motivação pela
participação é parte de uma herança comum do processo de democratização que levou atores sociais
democráticos, oriundos, especialmente do movimento comunitário, a disputarem o significado do termo
participação, a partir da abertura de espaços reais de participação pela sociedade política, dando ênfase
a deliberação em nível local.
A democracia participativa apenas pode produzir seus desdobramentos ótimos se dispuser de
cidadãos e de associações com disposição política para experenciar dinâmicas coletivas e cooperativas.
Pensada como recurso de transformação social, somente pode avançar se seus cidadãos forem
alcançados por processos fortes de educação política, de conscientização e de politização.

Os domínios naturais e a relação do ser humano com o ambiente. A


relação homem-natureza, a apropriação dos recursos naturais pelas
sociedades ao longo do tempo. Recursos minerais e energéticos:
exploração e impactos. Recursos hídricos. Bacias hidrográficas e seus
aproveitamentos.

Questão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável:


Os problemas ambientais são antigos, mas somente nas últimas décadas começou a se formar uma
consciência mundial da gravidade desses problemas e da necessidade de se buscar soluções que
envolvam toda a sociedade humana.
As atividades humanas começaram a causar maior impacto na natureza nos últimos 250 anos, a partir
da Revolução Industrial, que promoveu a produção em massa e a substituição das fontes de energia
renováveis e limpas pelo carvão e, posteriormente, também pelo petróleo. Após a Revolução Industrial,
a noção de natureza como simples fornecedora de matéria-prima para produção de bens e de fontes
energéticas para o funcionamento desses bens arraigou-se profundamente na sociedade.

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A industrialização intensificou o consumo de matérias-primas. Elas são retiradas do solo, do subsolo,
dos mares, dos rios e das florestas. A modernização e a expansão agrícola tornaram-se fundamentais ao
abastecimento da população, que acelerou o ritmo de crescimento e passou a aglomerar-se, cada vez
mais, nas áreas urbanas. Esse processo de transformações agrícolas também modificou radicalmente
diversos ecossistemas da Terra, os quais foram adaptados ao cultivo e à criação de animais. Hoje, a
agricultura responde pela maior parte da água consumida no planeta, a qual é destinada, principalmente,
à irrigação.
Hoje, mais da metade da população do planeta habita áreas urbanas. A cidade é a expressão mais
acabada da alteração no espaço natural. Nas megacidades, os problemas ambientais se manifestam com
maior gravidade e atingem diretamente a população em seu dia-a-dia. São exemplos: a poluição
atmosférica; as enchentes, que se agravaram devido à impermeabilização dos solos; a insuficiência de
recursos hídricos; a falta de saneamento básico; etc. Esses problemas são mais graves nas cidades dos
países subdesenvolvidos.

O Desenvolvimento Sustentável:
O conceito de Desenvolvimento Sustentável começou a ser elaborado em 1973, um ano depois da
Conferência de Estocolmo; no entanto, esse conceito alcançaria projeção internacional apenas em 1987,
com a divulgação, pela ONU, do relatório “Nosso Futuro Comum”.
Esse conceito parte do princípio de que o atendimento às necessidades básicas das populações, no
presente, não deve comprometer os padrões de vida das gerações futuras. A utilização de recursos deve
ocorrer de acordo com a capacidade de reposição da natureza, de forma que o crescimento econômico
não venha a agredir violenta e irreparavelmente os ecossistemas e possa, ao mesmo tempo, reparar os
graves problemas sociais.
A viabilização do desenvolvimento sustentável exige também o estabelecimento de políticas
governamentais, ações empresariais e da sociedade civil; exige a elevação do nível de vida de parte
significativa da população da Terra, que vive em condições subumanas; exige, por fim, a modificação dos
padrões de consumo das sociedades do mundo desenvolvido, as quais devem diminuir a demanda por
recursos da natureza e a produção de resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
Ao analisarmos os padrões de crescimento econômico dos países desenvolvidos e considerando o
modelo de desenvolvimento capitalista, o qual supõe um aumento constante na produção de mercadorias
e na geração de serviços, a expressão “desenvolvimento sustentável ou sustentado” parece até
contraditória. “Desenvolver”, na concepção do sistema capitalista, quase sempre significou “crescer
economicamente explorando ao máximo o que a natureza pode oferecer, sem se preocupar com o que
esse crescimento produz em termos de dejetos, de lixo”.
De fato, a implantação de linhas de ação que estimulem um desenvolvimento cuja prioridade seja a
diminuição da pobreza, da desigualdade social e a conservação do ambiente, exige mudanças nos
mecanismos de distribuição da riqueza gerada pelo crescimento econômico, o que, por sua vez, exige
alterações nas relações de trabalho, na estrutura fundiária, na arrecadação de impostos e na aplicação
dos recursos governamentais, sobretudo no mundo subdesenvolvido. Exige, também, modificações nos
atuais padrões de produção de mercadorias, seja na agricultura, onde agrotóxicos são utilizados em larga
escala, seja na indústria, que lança milhares de toneladas de dejetos no ambiente.

As Organizações Não-Governamentais (ONGs):


No decorrer da década de 1980, ao mesmo tempo em que a ONU procurava realçar a importância das
discussões acerca da problemática ambiental, criando, para isso, a Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (1983), intensificavam-se em todo o mundo os movimentos ecológicos, que
passaram a reunir pessoas das mais diversas áreas de atuação profissional e a denunciar uma série de
problemas ambientais e os seus agentes causadores, como empresas e governos.
Criaram-se entidades de proteção ao ambiente, como o Greenpeace, o WWF (Fundo Mundial para a
Natureza), o Conservation Internacional, o Instituto Socioambiental e a Fundação SOS Mata Atlântica,
todas enquadradas no grupo das ONGs (Organizações Não-Governamentais). Muitas dessas ONGs
também apresentam uma linha de ação direcionada para a melhoria das condições sociais, inclusive de
comunidades tradicionais, como algumas nações indígenas, quilombolas e caiçaras. Mesmo se
considerando as controvérsias em relação às suas atuações, essas entidades acabaram tendo um papel
importante na ampliação das discussões acerca das questões ambientais e, em alguns casos, na
mudança de postura por parte de empresas, instituições, governos e pessoas.

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A Rio -92 e Agenda 21:
Em 1992, o Rio de Janeiro abrigou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o
Desenvolvimento, também conhecida por Rio-92. Desse evento, que teve uma grande repercussão
mundial, participaram representantes de 176 países e 1400 ONGs.
Da Rio-92 resultaram metas e compromissos, como, por exemplo, a Agenda 21, que fornece
recomendações práticas (cerca de 2500) sobre como alcançar o desenvolvimento sustentável no século
XXI. Segundo esse documento, que defende a ajuda dos países desenvolvidos aos subdesenvolvidos, a
conservação ambiental do planeta não pode ser alcançada sem a erradicação da pobreza e a diminuição
das desigualdades sociais. A “Convenção da Biodiversidade”, a “Convenção do Clima” e a “Declaração
de Princípios sobre Florestas” são alguns dos resultados da Rio-92.
De acordo com a Agenda 21, as gestões social, econômica e ambiental devem estar inter-
relacionadas. Não basta, por exemplo, impedir que agricultores realizem queimadas. O trabalho de
conscientização deve vir acompanhado de amparo técnico e financeiro, o qual possibilite a implantação
de outros processos agrícolas sustentáveis, bem como garanta renda e boas condições de vida a quem
trabalha com a terra. Da mesma forma, a implementação de sistemas de coleta seletiva e reciclagem de
lixo deve levar em conta a participação dos catadores de papel e de outros materiais recicláveis, de modo
que esses trabalhadores sejam inseridos nos sistemas de direitos trabalhista e de seguridade social,
garantindo-lhes melhores condições de trabalho e de vida.
Entre os objetivos mais gerais da Agenda 21, destacam-se:
* a universalização do saneamento básico e do ensino;
* a participação mais ativa das ONGs, dos sindicatos e dos trabalhadores na vida da sociedade;
* o planejamento e uso sustentado dos recursos do solo, das formações vegetais e dos rios, lagos e
oceanos;
* a conservação da biodiversidade.

A Rio + 10 e o Protocolo de Kyoto:


A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002, em Johannesburgo, na
África do Sul, também denominada Rio + 10, contou com a participação de representantes de 189 países.
Nessa cúpula, poucos compromissos significativos voltados para questões ambientais e sociais foram
assumidos pelos governos dos países participantes. Realizada dez anos depois da Rio-92, a Cúpula
Mundial avaliou os avanços e as dificuldades em torno da questão ambiental no planeta, bem como
estabeleceu novas metas e compromissos da Agenda 21.
Um desses compromissos previa, até 2015, a redução, em pelo menos 50%, do número de pessoas
sem acesso ao saneamento básico.
A proposta de mudanças, por exemplo, na matriz energética, atualmente baseada nos combustíveis
fósseis (não-renováveis e altamente poluentes), apoiada pelo Brasil e pelos países da União Europeia,
que previa, até 2010, o patamar mínimo de 10% para uso de fontes energéticas renováveis em relação
ao total de energia gerada nos países, não foi aprovada pelos Estados Unidos e pelos Países da Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Os Estados Unidos, inclusive, negaram-se a ratificar
os termos do Protocolo de Kyoto, que faz parte da Convenção do Clima de 1992 (Tratado da ONU) e
entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005.

Bibliografia:

LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio
Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva.

Exploração Mineral e Problemas Ambientais

A formação das jazidas minerais resulta de processos geológicos que ocorreram ao longo de milhões
de anos. Elas constituem recursos esgotáveis e, se forem mantidos os atuais níveis de exploração
mineral, em pouco tempo poderão faltar matérias-primas essenciais à transformação industrial.
Em várias regiões do mundo já são encontradas gigantescas áreas nas quais havia exploração
mineral. Essas jazidas esgotadas ficam, muitas vezes, abandonadas, deixando um rastro de imensas
crateras, nas quais o processo de erosão tende a intensificar os danos ambientais. Em diversos países,
as mineradoras que encerram suas atividades em determinada área de extração sã obrigadas, por lei, a
reflorestá-la. Contudo, esse reflorestamento não garante a recuperação do hábitat natural.
No Brasil, as mineradoras simplesmente abandonam as jazidas que se tornaram economicamente
inviáveis, o que agrava os danos ambientais. O esgotamento de jazidas também aumenta as tensões

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sociais, pois deixa um grande número de trabalhadores sem emprego e, portanto, sem condições de
sobrevivência.
Durante o processo de exploração, os problemas ambientais são imensos. Para dar início à exploração
é necessária a devastação da vegetação local, comprometendo a sobrevivência da fauna que faz parte
do seu ecossistema. Outro problema são os rejeitos – aquilo que não tem utilidade econômica numa
jazida – depositados em qualquer local e transportados pelo ventou ou pela água das chuvas para outros
lugares, atingindo os rios e provocando o assoreamento dos seus leitos.

Assoreamento é a deposição de sedimentos no leito de um rio, os quais podem impedir a livre


circulação das águas, provocar cheias em determinados trechos e vazantes em outros. Os trechos
assoreados acumulam dejetos dos mais diversos tipos, cuja decomposição contribui para a poluição das
águas.

No Brasil, boa parte do garimpo de ouro ocorre em rios da Amazônia e do Pantanal. Os garimpeiros
utilizam o mercúrio para agregar as pepitas menores, espalhadas na água. Depois de agregadas, o
material é aquecido, o que permite separar o ouro do mercúrio.
O mercúrio é um metal líquido, altamente tóxico e, dependendo da quantidade ingerida pelo organismo
humano, pode comprometer o sistema nervoso, provocar cegueira, debilidade mental e levar a pessoa à
morte. Atinge, em primeiro lugar, o próprio garimpeiro; e, seguida, os peixes e a fauna do rio em que o
garimpo é feito; e, por fim, as populações ribeirinhas e todos os que consomem o produto da pesca do rio
contaminado.
Entre os diversos minerais explorados, o petróleo é, sem dúvida, o grande vilão do ambiente. Além da
poluição causada pelo consumo de seus múltiplos derivados, são cada vez mais frequentes as tragédias
ambientais decorrentes tanto do processo de extração como de distribuição. O derrame de óleo por navios
petroleiros, que forma as chamadas “marés negras”, e o rompimento de oleodutos têm causado impactos
ambientais de difícil reparação.
Entre o final do século XX e o início deste século, já ocorreram no Brasil diversos acidentes
relacionados à extração e ao transporte de petróleo, como o naufrágio da plataforma P-36, na bacia de
Campos (RJ) – principal região de produção petrolífera do país; e o rompimento do oleoduto da refinaria
de Araucária (PR), que provocou o vazamento de cerca de um bilhão de litros de óleo para os rios Birigui
e Iguaçu.
Um desses acidentes – o rompimento de um duto da refinaria de Duque de Caxias (RJ), que, em
janeiro de 2000, poluiu a baía de Guanabara – é considerado o maior desastre ambiental marítimo do
país; grande quantidade de óleo atingiu os manguezais, provocando a morte de muitos animais e
vegetais. Esse acidente afetou a atividade pesqueira na região e a vida de milhares de pescadores.
Os sucessivos governos brasileiros ainda não adotaram uma ampla política para a exploração racional
dos recursos minerais, a qual priorizasse o desenvolvimento econômico sustentável, a preservação da
natureza e a conservação dessas jazidas.

Bibliografia:
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio
Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.

A HIDROGRAFIA BRASILEIRA

Um aspecto importante propiciado pelo relevo é o grande potencial hidráulico existente no território
brasileiro. Esse fato ocorre porque 59% da superfície do nosso país situa-se acima dos 200 metros de
altitude, e essa imensa área é percorrida por extensos rios de planalto.
O Brasil dispõe de 12% das reservas de água doce do planeta. Toda essa água flui por uma vasta e
densa rede hidrográfica. Nela, é possível identificar as duas maiores bacias hidrográficas do mundo: a
Amazônica e a Platina.
Outro destaque é a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira, a São-Franciscana, de grande
importância socioeconômica para o nosso país.

Bacias Hidrográficas do Brasil

Bacia Hidrográfica corresponde à área drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes,
que formam, dessa maneira, uma rede hidrográfica.

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Subafluente é o rio que escoa suas águas para um afluente do rio principal da bacia hidrográfica.

Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas partes mais altas do relevo e são
denominados divisores de água, pois separam as águas de bacias. O declive entre o divisor de água e
o rio principal, por onde correm as águas dos afluentes, chama-se vertente. As águas são depositadas
no leito do rio que, em época de cheia, pode transbordar para as margens baixas e planas que o
acompanham, que constituem a sua várzea.
O Brasil dispõe de uma das mais densas redes hidrográficas da Terra, que representam cerca de 14%
das reservas mundiais de água doce. No entanto, o abastecimento das regiões mais desenvolvidas
economicamente e mais populosas muitas vezes fica comprometido, pois é cada vez maior não só o
consumo de água provocado pelo crescimento populacional e urbano, como o de energia elétrica. Quando
os níveis dos reservatórios estão baixos, em decorrência da falta de chuvas, as hidrelétricas limitam o
fornecimento de água para não faltar energia elétrica, o que tem provocado racionamentos de água e até
mesmo de energia.
Esses grandes centros urbanos também estão situados distantes dos rios de maior navegabilidade,
nos quais o transporte fluvial poderia construir uma excelente alternativa de transporte. No Sudeste, na
bacia do Paraná – que cobre boa parte dessa região – estão sendo feitos investimentos em obras que
viabilizem a navegação dos rios que cortam áreas economicamente importantes.
De acordo com a classificação de relevo de Jurandyr Ross, os principais dispersores de água das
maiores bacias brasileiras estão situados:
* na Cordilheira dos Andes, onde nascem os formadores do rio Amazonas;
* nos Planaltos Norte-amazônicos, origem dos rios da margem esquerda do rio Amazonas;
* no Planalto e na Chapada dos Parecis, que separam a bacia Amazônica de rios da bacia Platina (rio
Paraguai);
* nos Planaltos e nas Serras de Goiás-Minas e nos Planaltos e nas Chapadas da Bacia do Parnaíba,
que são divisores de água das bacias do Tocantins e São Francisco;
* nos Planaltos e nas serras do Atlântico-Leste-Sudeste, onde nascem o rio São Francisco, os rios
formadores do Paraná (Paranaíba e Grande) e os seus afluentes da margem esquerda.
De modo geral, os rios brasileiros recebem águas das chuvas. Por isso, em sua maioria, são
caracterizados pelo regime pluvial.

Regime de um rio é a variação de água de um rio durante um ano, a qual está relacionada à origem
das suas águas. Quando a variação do nível depende das chuvas, o regime é pluvial, como, por exemplo,
ocorre em todos os rios brasileiros. Quando a variação depende de degelo, o regime é nival. O Amazonas
é considerado um ri ode regime misto, pois as águas próximas à nascente dependem do degelo dos
Andes, mas maior parte é alimentada pelas chuvas abundantes da região equatorial.

As principais Bacias Brasileiras

As quatro maiores bacias – Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco e Platina (Paraná,


Paraguai e Uruguai) – cobrem mais de 80% do território brasileiro.

São principais Bacias Brasileiras:


* Bacia Amazônica;
* Bacia do Tocantins – Araguaia;
* Bacia do São Francisco;
*Bacia Platina;
* Bacia do Paraná;
* Bacia do Paraguai;
* Bacia do Uruguai.

As Bacias Secundárias:

As bacias secundárias reúnem um conjunto de bacias localizadas nas proximidades do litoral;


apresentam rios de pequena extensão, geralmente com poucos afluentes. São consideradas bacias
secundárias:
* Bacias do Nordeste;
* Bacias do Leste;
* Bacias do Sudeste-Sul.

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As Águas Subterrâneas e o Aquífero Guarani:

O subsolo do território brasileiro armazena grande quantidade de água, inclusive sob as áreas semi-
áridas do Nordeste.
As águas subterrâneas nem sempre são apropriadas para consumo.
O volume das águas encontradas próximo à superfície, as quais formam os lençóis freáticos, não só
é pequeno como pode estar contaminado. Essas águas, bastante exploradas, podem conter toxinas
oriundas tanto da agricultura como de atividades industriais.
Os reservatórios subterrâneos, localizados a centenas de metros de profundidade e que apresentam
enorme volume de água (centenas de milhares de Km³), são denominados aquíferos. Esses aquíferos
provavelmente não estão contaminados.
No trecho odo subsolo brasileiro encontra-se parte do maior aquífero do mundo – o Sistema Aquífero
Guarani -, localizado justamente numa das áreas de maior concentração populacional e de maior
consumo de água do país.
As águas desse aquífero também ocupam trechos do subsolo da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.
Portanto, para preservar esse imenso manancial de água doce e de boa qualidade, é necessário implantar
uma política conjunta de exploração e de controle ambiental.

Bibliografia:

LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil – Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio
Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.

Questões

01. (Banco do Brasil – Escriturário – CESGRANRIO/Adaptada) Em 2012, o Rio de Janeiro acolheu


a Cúpula da Terra sobre o desenvolvimento sustentável promovida pelas Nações Unidas. Nessa reunião,
esteve em evidência, dentre outros temas, a sustentabilidade do desenvolvimento vinculada
estreitamente ao processo de construção da cidadania, buscando a incorporação plena dos indivíduos ao
processo de desenvolvimento. Essa sustentabilidade diz respeito tanto à democratização da sociedade
quanto à democratização do Estado
A sustentabilidade descrita refere-se, especificamente, à seguinte dimensão do desenvolvimento:
(A) cultural;
(B) política;
(C) espacial;
(D) ecológica;
(E) ambiental.

02. (Prefeitura de São Paulo/SP – Guarda Civil – MS Concursos/2011) Entende-se por


“Desenvolvimento Sustentável”:
(A) Prática exploratória dos recursos alimentares, fundamentada nas necessidades humanas, por meio
de tecnologias adequadas às exigências de cada país, sempre levando em conta os custos financeiros e
a recuperação ambiental posterior dos danos provocados pelo desenvolvimento, principalmente pelo uso
excessivo de agrotóxicos.
(B) Política racional de aproveitamento dos recursos da natureza na qual ficam estabelecidas normas,
regras e leis de proteção ao meio ambiente, limitando-se principalmente à preservação das florestas ainda
sustentadas por ações afirmativas, tais como as que ocorrem com frequência na maioria dos países em
desenvolvimento.
(C) Processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a
orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o
potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas.
(D) Princípio orientador para a autossustentabilidade na produção de alimentos, manejo das florestas
e o desenvolvimento de tecnologias não agressivas ao equilíbrio ecológico, buscando apenas uma
harmonização entre satisfação das necessidades humanas e seus custos operacionais.
(E) Planejamento racional de reposição florestal e de recuperação da fauna e da flora nativas, quando
uma área for devastada para a extração de minérios, ou alguma atividade agrário--pastoril, em função da
satisfação de necessidades urgentes de alguma comunidade carente de recursos vitais.

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Respostas

01. Resposta: B.
O termo sustentabilidade refere-se, originalmente, ao contexto ambiental ou ecológico, significando
um uso razoável dos recursos da Terra para que gerações futuras possam usufruir deles também.
Entretanto, a questão abordou uma cúpula especifica do evento Rio mais 20, que se referia à
sustentabilidade “vinculada estreitamente ao processo de construção da cidadania, buscando a
incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento”. Cidadania é um conceito político,
que inclui a ideia de participação política ativa das pessoas na sociedade. Portanto, o conceito
sustentabilidade na Cúpula da Terra abordava principalmente a dimensão política, embora o evento como
um todo tratasse de questões ambientais.6

02. Resposta: C.
Desenvolvimento Sustentável é a forma como as atuais gerações satisfazem as suas necessidades
sem, no entanto, comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias
necessidades.
Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração
dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança
institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades
e aspirações humanas.

As questões ambientais contemporâneas: mudança climática, ilhas


de calor, efeito estufa, chuva ácida. A destruição da camada de
ozônio e impacto ambiental das atividades econômicas no Brasil.

Diversos são os problemas ambientais apontados por organizações como a WWF (World Wide Fund)
e o Greenpeace, além de órgãos governamentais, tais como a ONU (Organização das Nações Unidas)
como decorrência da globalização, contudo, existem aquelas que são tratados como problemas mais
alarmantes, conforme elaborado ao longo do texto.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-grri/a-crise-ambiental-contemporanea-
5192.html/cristo-redentor/@@images/9cec08f1-4278-4b5f-beba-025c22c65b09.jpeg

Com o advento da Revolução Industrial, ocorreu mudanças significativas nas cidades, concentrando a
população em espaços que da mesma maneira que houve avanços sociais, houve também a destruição
do meio ambiente. Essa destruição veio por parte da ordem política, econômica e cultural que a sociedade
passa a conviver, não absorvendo o quão importante é o meio ambiente para sua sobrevivência.
Atualmente, é amplamente discutido o tema de preservação ambiental, uma vez que a preocupação
virou tema dos meios de comunicação, escolas e até mesmo nas industrias, contudo, as ações concretas

6
Melina Campos Lima, Prof.ª de Direito Internacional da UFRJ, Mestra e Doutoranda em Economia Internacional (UFRJ).

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andam devagar. A carência e a falta de interesse em diversas áreas por falta dos investidores impedem
que sejam empregadas novas tecnologias na área ambiental.
A seguir, apresentaremos alguns dos efeitos do meio ambiente perante as ações antrópicas que
devem ser repensados se, um dia, queremos ter uma qualidade de vida que ultrapasse a teoria de
conservação do meio ambiente.

Mudanças climáticas
Entende-se por mudanças climáticas as alterações observadas no clima do planeta, sobretudo durante
a sociedade urbano-industrial (aproximadamente nos últimos duzentos anos). As mudanças climáticas
são produzidas em diferentes escalas de tempo em um ou vários fatores meteorológicos como, por
exemplo: temperaturas máximas e mínimas, índices pluviométricos (chuvas), temperaturas dos oceanos,
nebulosidade, umidade relativa do ar etc.
As mudanças climáticas são provocadas por fenômenos naturais ou por ações dos seres humanos.
No caso deste último, as mudanças climáticas têm sido provocadas a partir da Revolução Industrial
(século XVIII), momento em que aumentou significativamente a poluição do ar, a utilização de recursos
naturais, a produção de resíduos, a intensificação do desmatamento etc.
Atualmente as mudanças climáticas têm sido alvo de diversas discussões e pesquisas científicas. Os
climatologistas verificaram que, nas últimas décadas, ocorreu um significativo aumento da temperatura
mundial, fenômeno conhecido como aquecimento global. Segundo diversos estudos, a temperatura média
no planeta subiu cerca de 0,7ºC ao longo do século 20, assim como esse aquecimento vem ocorrendo
de maneira mais rápida nos últimos 25 anos. A temperatura subiu em velocidade quatro vezes maior do
que a média desde 1850.
Este fenômeno, gerado pelo aumento da poluição do ar, tem provocado o derretimento de gelo das
calotas polares e o aumento no nível de água dos oceanos. O processo de desertificação também tem
aumentado nas últimas décadas em função das mudanças climáticas.

Ilhas de calor
As “ilhas de calor” são uma anomalia do clima que ocorrem quando a temperatura em determinadas
regiões dos centros urbanos fica muito maior do que a temperatura nas regiões periféricas. Em São Paulo,
por exemplo, já chegou a ser registrada uma diferença de 10º Celsius entre uma temperatura medida no
centro e na periferia da cidade, enquanto que a média mundial é de 9ºC. Essa anomalia climática ocorre
devido à junção de diversos fatores como a poluição atmosférica (principalmente), alta densidade
demográfica, pavimentação e diminuição da área verde, construção de prédios barrando a passagem do
vento, grande quantidade de veículos e outros fatores que contribuem para o aumento da retenção de
calor na superfície.

Fonte: http://www.arteplural.com.br/coluna/carol/0810/10.jpg

Em um local menos urbanizado, com mais áreas verdes e menos prédios, a radiação solar seria
absorvida normalmente pela vegetação e pelo solo, e dissipada através dos ventos. A vegetação
devolveria essa radiação através da evapotranspiração enquanto que a ausência de poluentes permitiria
que parte da radiação refletisse na superfície e fosse enviada para as camadas mais altas da atmosfera,
diminuindo a quantidade de calor.
O problema é que, a substituição da vegetação pelo asfalto e concreto faz com que a radiação solar
seja absorvida por estes materiais e convertida em ondas de calor que ficarão armazenadas, em grande
parte durante o dia, escapando à noite (o asfalto pode chegar a 46ºC em um dia de verão enquanto que
a grama não ultrapassa os 32ºC). A construção de prédios cria uma barreira para os ventos não deixando
que o calor seja dissipado. A presença de material particulado no ar, proveniente das chaminés de

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indústrias e escapamentos dos carros cria uma camada que barra a reflexão natural da maior parte dos
raios solares.

Efeito estufa
É um fenômeno natural de aquecimento térmico da Terra. É imprescindível para manter a temperatura
do planeta em condições ideais de sobrevivência. Sem ele, a Terra seria muito fria, dificultando o
desenvolvimento das espécies conhecidas atualmente.

Apesar de o efeito estufa ser figurado como algo ruim, é um evento natural que favorece a proliferação
da vida no planeta Terra. O efeito estufa tem como finalidade impedir que a Terra esfrie demais, pois se
a Terra tivesse a temperatura muito baixa, certamente não teríamos tantas variedades de vida. Mas Ao
longo dos últimos cem anos, a concentração de gases de efeito estufa vem aumentando por causa da
maior atividade industrial, agrícola e de transporte, e principalmente devido ao uso de combustíveis
fósseis. O efeito estufa gerado pela natureza além de benéfico é imprescindível para a manutenção da
vida sobre a Terra. Se a composição dos gases raros for alterada, para mais ou para menos, o equilíbrio
térmico da Terra sofrerá conjuntamente.

A ação do ser humano na natureza tem feito aumentar a quantidade de dióxido de carbono na
atmosfera, através de uma queima intensa e descontrolada de combustíveis fósseis e do desmatamento.
A derrubada de árvores provoca o aumento da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera pela
queima e também por decomposição natural. Além disso, as árvores aspiram dióxido de carbono e
produzem oxigênio. Uma menor quantidade de árvores significa também menos dióxido de carbono sendo
absorvido.

Chuvas ácidas
A chuva ácida corresponde a uma chuva com elevado teor de acidez provocada pela forte
concentração de óxido de enxofre e de azoto, dois tipos de gases provocados pela poluição industrial.
Estes gases quando lançados na atmosfera são absorvidos pelas partículas de água transformando-se
em ácido sulfúrico e em ácido nítrico. As consequências mais visíveis das chuvas ácidas são a destruição
de florestas em diversas partes do planeta e a corrosão de numerosos prédios e monumentos.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-
es7bzmmer70/t3s1p5v7q3i/aaaaaaaae6e/kvkmhheadq0/s1600/chuva%25C3%25a1cida2.png

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Os principais contribuintes para a produção dos gases que provocam as chuvas ácidas, lançados na
atmosfera, são as emissões dos vulcões e alguns processos biológicos que ocorrem nos solos, pântanos
e oceanos.
A ação humana no nosso planeta é também grande responsável por este fenómeno. As principais
fontes humanas desses gases são as indústrias, as centrais termoelétricas e os veículos de transporte.
Estes gases podem ser transportados durante muito tempo, percorrendo milhares de quilómetros na
atmosfera antes de reagirem com partículas de água, originando ácidos que mais tarde se precipitam. A
precipitação ácida ocorre quando a concentração de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de azoto (NO,
NO2, N2O5) é suficiente para reagir com as gotas de água suspensas no ar (as nuvens).
Tipicamente, a chuva ácida possui um pH à volta de 4,5, podendo transformar a superfície do mármore
em gesso.

Destruição da camada de ozônio


A Camada de ozônio é uma área da estratosfera (altas camadas da atmosfera, de 25 a 35 km de
altitude) que possui uma elevada concentração de ozônio. Trata-se de um “escudo protetor” do planeta,
pois é responsável por absorver cerca de 98% da radiação ultravioleta de alta frequência emitida pelo
Sol. Sem esta camada a vida humana no planeta seria praticamente impossível.
Em 1983, pesquisadores descobriram que havia uma forte diminuição nas concentrações de ozônio
na área da estratosfera sobre o território da Antártica. Este “buraco” era de grandes proporções, com
cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados. Estes buracos foram aumentando, chegando a ocupar
uma área de 24,9 milhões de quilômetros quadrados.
O principal causador desse processo é a reação química dos CFCs (clorofluorcarbonos) com o ozônio.
Estes CFCs estão presentes, principalmente, em aerossóis, ar-condicionado, gás de geladeira, espumas
plásticas e solventes. Os CFCs entram em processo de decomposição na estratosfera, através da
atuação dos raios ultravioletas, quebrando as ligações do ozônio e destruindo suas moléculas.
Como consequências, destaca-se o fato da radiação não é absorvida acabar chegando ao solo,
podendo provocar câncer de pele nas pessoas, pois os raios ultravioletas alteram o DNA das células.
Ainda, existem estudos que relacionam o “buraco” com o aumento do aquecimento global.

IMPACTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO BRASIL

Muitos dos principais impactos ambientais relacionados ao território brasileiro já foram mencionados
ao longo deste material, de maneira contextualizada com outros tópicos (climas e urbanização, por
exemplo). Contudo, serão apresentados de maneira sintetizada e em tópicos alguns dos principais
impactos. Ressalta-se que impacto ambiental, segundo a Resolução CONAMA 01/86, é qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.

Vejamos alguns exemplos:

- Poluição hídrica: as atividades industriais e seus efluentes, a utilização de agrotóxicos no campo e


o lançamento de esgoto doméstico seguramente são algumas das principais fontes de poluição, sejam
das águas superficiais, sejam das subterrâneas. Destaca-se, por exemplo, grande parte do curso do Rio
Tietê no Estado de São Paulo, que recebe diariamente um grande volume de lixo e esgoto, alterando
drasticamente o ecossistema envolvido. Segundo pesquisa do IBGE, é considerado o rio mais poluído do
Brasil.

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Rio Tietê na Grande São Paulo
(fonte: http://www.ciespjacarei.org.br/noticias/ibge-apresenta-ranking-dos-10-rios-mais-poluidos-do-
brasil/)

Outros cursos d’água também em condições críticas de poluição, segundo o instituto, são os rios
Iguaçu (PR), Ipojuca (PE), dos Sinos (RS), Gravataí (RS), das Velhas (MG), Capibaribe (PE), Caí (RS),
Paraíba do Sul (RJ, MG e SP) e Doce (ES e MG).
- Poluição atmosférica: a emissão de gases por atividades industriais, por veículos e pelas
queimadas, por exemplo, são grandes fontes de poluição do ar. Segundo pesquisa da Organização
Mundial de Saúde divulgada em 2014, das 40 cidades brasileiras analisadas, apenas Salvador possuía
menos de 20 microgramas de partículas inaláveis por metros cúbicos de ar (valor considerado aceitável
e dentro dos níveis de segurança. Destacam como cidades com ar muito poluído: Santa Gertrudes (SP),
Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG). Segundo a OMS, em 2012, a poluição do ar foi responsável
pela morte de cerca de 3,7 milhões de pessoas abaixo dos 60 anos no mundo. O elevado número de
partículas sólidas finas e pequenas está relacionado ao aumento de óbitos por doenças cardíacas e
respiratórias, além de AVC’s e câncer.
- Resíduos Sólidos: os hábitos das sociedades contemporâneas são fortemente relacionados à
geração de lixo. Embalagens de refeições, garrafas pets, caixinhas longas vidas, sacolinhas plásticas,
papel, papelão, restos de alimentos, enfim, nas grandes cidades, cada habitante brasileiro chega a geram,
em média, 1,5 kg de lixo por dia. Além de gerar custos elevados, os resíduos sólidos possuem grande
capacidade de impactar o meio ambiente. Daí a necessidade de aumentar a consciência sobre os hábitos
de consumo, bem como adotar medidas adequadas de destinação dos resíduos, como a coleta seletiva,
a reciclagem e a disposição final em aterros sanitários;
- Destruição dos biomas: a urbanização, a expansão da agricultura e pecuária, os projetos
extrativistas vegetais e minerais são atividades que alteraram drasticamente as feições dos biomas
brasileiros. As figuras a seguir ilustram algumas das alterações ao longo da história:

Evolução do desmatamento da Mata Atlântica:

Fonte: mariorangelgeografo.blogspot.com

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Evolução do desmatamento do Cerrado

Fonte: desmatamento-no-brasil.info

Desmatamento na Amazônia

Origem e evolução do conceito de sustentabilidade.

Origem e evolução do conceito de sustentabilidade

Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a
sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o
meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro.
Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.

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Fonte: http://blog.cerbras.com.br/wp-content/uploads/2014/02/dicas-amibente-cerbras.jpg

Ações relacionadas a sustentabilidade


- Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio
sempre que necessário.
- Preservação total de áreas verdes não destinadas a exploração econômica.
- Ações que visem o incentivo à produção e consumo de alimentos orgânicos, pois estes não agridem
a natureza além de serem benéficos à saúde dos seres humanos;
- Exploração dos recursos minerais (petróleo, carvão, minérios) de forma controlada, racionalizada e
com planejamento.
- Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o
consumo de combustíveis fósseis. Esta ação, além de preservar as reservas de recursos minerais, visa
diminuir a poluição do ar.
- Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos. Esta
ação além de gerar renda e diminuir a quantidade de lixo no solo, possibilita a diminuição da retirada de
recursos minerais do solo.
- Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas para diminuir o desperdício de matéria-prima
e desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia.
- Atitudes voltadas para o consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício. Adoção
de medidas que visem a não poluição dos recursos hídricos, assim como a despoluição daqueles que se
encontram poluídos ou contaminados.

Benefícios
A adoção de ações de sustentabilidade garantem a médio e longo prazo um planeta em boas
condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana. Garante os recursos
naturais necessários para as próximas gerações, possibilitando a manutenção dos recursos naturais
(florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e garantindo uma boa qualidade de vida para as futuras gerações.

O que é responsabilidade ambiental


Responsabilidade Ambiental é um conjunto de atitudes, individuais ou empresarias, voltado para o
desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja, estas atitudes devem levar em conta o crescimento
econômico ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo
a sustentabilidade.

Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental individual


- Realizar a reciclagem de lixo (resíduos sólidos).
- Não jogar óleo de cozinha no sistema de esgoto.
- Usar de forma racional, economizando sempre que possível, a água.
- Buscar consumir produtos com certificação ambiental e de empresas que respeitem o meio ambiente
em seus processos produtivos.
- Usar transporte individual (carros e motos) só quando necessário, dando prioridades para o transporte
coletivo ou bicicleta.
- Comprar e usar eletrodomésticos com baixo consumo de energia.
- Economizar energia elétrica nas tarefas domésticas cotidianas.
- Evitar o uso de sacolas plásticas nos supermercados.

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Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental empresarial
- Criação e implantação de um sistema de gestão ambiental na empresa.
- Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo.
- Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental.
- Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte não poluentes ou com baixo índice de poluição.
Exemplos: transporte ferroviário e marítimo.
- Criar sistema de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa.
- Treinar e informar os funcionários sobre a importância da sustentabilidade.
- Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que também sigam os princípios da
responsabilidade ambiental.
- Dar preferência, sempre que possível, para o uso de fontes de energia limpas e renováveis no
processo produtivo.
- Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente como, por exemplo, poluição de
rios e desmatamento.

Poluição

1- O que é poluição
Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das condições ambientais,
do habitat de uma coletividade humana. É uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em
decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição,
como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os rios ou praias ou ainda um
cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de
poluentes e os tipos de poluição que ocasionam, mas vamos citar apenas mais dois exemplos.
Um deles são os agrotóxicos (DDT, inseticidas, pesticidas), muito utilizados para combater certos
microrganismos e pragas, em especial na agricultura. Ocorre que o acúmulo desses produtos acaba por
contaminar os alimentos com substâncias nocivas à saúde humana, às vezes até cancerígenas. Outro
exemplo é o das chuvas ácidas, isto é, precipitações de água atmosférica carregada de ácido sulfúrico e
de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem rapidamente a lataria dos automóveis, os metais de pontes
e outras construções, além de afetarem as plantas e ocasionarem doenças respiratórias e da pele nas
pessoas, são formados pela emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas
indústrias. Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam reações químicas que
originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão ocorrer em locais distantes da região
poluidora, inclusive em países vizinhos, devido aos ventos que carregam esses gases de uma área para
outra.
O problema da poluição, portanto, diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A
degradação do meio ambiente do homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições
ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social.

2- A revolução industrial e a poluição.


Foi a partir da revolução industrial que a poluição passou a constituir um problema para a humanidade.
É lógico que já existiam exemplos de poluição anteriormente, em alguns casos até famosos (no Império
Romano, por exemplo). Mas o grau de poluição aumentou muito com a industrialização e urbanização, e
a sua escala deixou de ser local para se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal
responsável pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial
representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema socioeconômico dominante hoje
no espaço mundial. E o capitalismo, que tem na indústria a sua atividade econômica de vanguarda,
acarreta urbanização, com grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria aglomeração
urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos problemas ambientais, como o
acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os congestionamentos de tráfego etc.
Mas o importante realmente é que o capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e
acumulação constante de riquezas. E tais riquezas nada mais são do que mercadorias, isto é, bens e
serviços produzidos - geralmente em grande escala - para a troca, para o comércio. Praticamente tudo
que existe, e tudo o que é produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo.
Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de ser útil
economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não é o
que é bom ou justo e sim o que trará maiores lucros a curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se
importar com as consequências a longo prazo; acaba-se com as sociedades preconceituosamente

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rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como empecilhos para essa forma de “progresso”,
entendido como acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns.
A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco
deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela
sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando
origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem - como
meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa
completamente devastada, assim como a fauna original da área, etc. -, que é muito diferente da primeira
natureza, a paisagem natural sem intervenção humana.
Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz consequências negativas para
a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, depende
dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua
qualidade de vida.

3. A Poluição Das Águas


Desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos cursos de água. Até a
Revolução Industrial, porém, esse procedimento não causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos
têm considerável poder de autolimpeza, de purificação. Com a industrialização, a situação começou a
sofrer profundas alterações. O volume de detritos despejados nas águas tornou-se cada vez maior,
superando a capacidade de purificação dos rios e oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser
despejada na água uma grande quantidade de elementos que não são biodegradáveis, ou seja, não são
decompostos pela natureza. Tais elementos - por exemplo, os plásticos, a maioria dos detergentes e os
pesticidas - vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de
oxigênio das águas e, consequentemente, prejudicando a vida aquática.
A água empregada para resfriar os equipamentos nas usinas termelétricas e em alguns tipos de
indústrias também causa sérios problemas de poluição. Essa água, que é lançada nos rios ainda quente,
faz aumentar a temperatura da água do rio e acaba provocando a eliminação de algumas espécies de
peixes, a proliferação excessiva de outras e, em alguns casos, a destruição de todas.
Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de navios petroleiros,
esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos. Além dos vazamentos causados por acidente, em
que milhares de toneladas de óleo são despejados na água, os navios soltam petróleo no mar
rotineiramente, por ocasião de lavagem de seus reservatórios. Esses resíduos de petróleo lançados ao
mar com a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5% da carga total.

Clima e Degradação Ambiental Urbana


Desde quando o Homem começou a conviver em grandes comunidades, ele alterou a natureza de
forma a assegurar a própria sobrevivência e lhe proporcionar conforto. A agricultura, a pecuária e a
construção de cidades etc. modificam diretamente a natureza. Assim transformando características
geográficas como vegetação, permeabilidade do solo, absortividade e refletividade da superfície terrestre,
além alterar as características do solo, ar atmosférico e das águas, tanto pluviais, fluviais como
subterrâneas.

A alteração do espaço preexistente para a habitação humana, na criação de cidades e grandes


metrópoles, causa variação climática de diversas formas. As grandes cidades e metrópoles possuem
diferenças climáticas fundamentais das áreas de campo próximas. As temperaturas de verão e inverno
são maiores, a umidade relativa é menor, a quantidade de poluentes no ar é muitas vezes maior, a
quantidade de nuvens e nevoeiro e as precipitações são maiores que em áreas de campo próximas, já a
velocidade dos ventos e radiação diminuem. Sendo assim pode-se concluir que as modificações no
ambiente para a instalação de cidades densamente povoadas causam alterações no clima e na qualidade
ambiental percebida.
Problemas como chuvas intensas e torrenciais, inundações, queda de morros, ventania em
determinados locais, assim como instabilidade climática são causas do efeito criado pela alta densidade
populacional e das transformações ambientais.
A poluição é muito frequente em grandes cidades poluição do ar por produtos da combustão de
combustíveis fósseis, contaminação das águas, por resíduos químicos, esgoto industrial e doméstico etc.,
poluição do solo causado por lixo urbano e industrial, resíduos despejados etc., poluição sonora de
pessoas e máquinas, poluição visual causada por propagandas, prédios etc. poluição térmica causadas
pela pavimentação das vias públicas, prédios, equipamentos, pessoas etc.

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Devido os problemas supracitados hoje as pessoas que habitam em grandes centros, adoecem muito
mais que as que vivem na zona rural, tais doenças originadas não apenas pela vida estressante das
grandes cidades, mas também pela péssima qualidade do ar, da água e da grande população de ratos e
baratas que também fazem parte da presença desordenada do Homem.

Assim observa-se que a degradação ambiental urbana altera não apenas as condições climáticas
locais, mas também agride o meio ambiente, poluindo-o de diversas formas e ao ser humano que nele
habita resta conviver com um ambiente bastante inóspito e que muitas vezes pode levá-lo a doenças
sérias e até a morte.
A arquitetura e o urbanismo devem considerar sempre fatores climáticos e ambientais para o projeto
de residências, prédios ou cidades de forma a proporcionar não apenas conforto do espaço onde se
convive e sim de todas as formas, térmico, lumínico, acústico da qualidade perceptível do ar, da água, do
solo etc.
A arquitetura urbana não deve tornar a convivência em comunidades problema sérios aos seus
habitantes.
A superfície da Terra está em constante processo de transformação e, ao longo de seus 4,5 bilhões
de anos, o planeta registra drásticas alterações ambientais. Há milhões de anos, a área do atual deserto
do Saara, por exemplo, era ocupada por uma grande floresta e os terrenos que hoje abrigam a floresta
amazônica pertenciam ao fundo do mar. As rupturas na crosta terrestre e a deriva dos continentes mudam
a posição destes ao longo de milênios. Em consequência, seus climas passam por grandes
transformações. As quatro glaciações já registradas - quando as calotas polares avançam sobre as
regiões temperadas - fazem a temperatura média do planeta cair vários graus. Essas mudanças, no
entanto, são provocadas por fenômenos geológicos e climáticos e podem ser medidas em milhões e até
centenas de milhões de anos. Com o surgimento do homem na face da Terra, o ritmo de mudanças
acelera-se.

Agentes do Desequilíbrio
A escalada do progresso técnico humano pode ser medida pelo seu poder de controlar e transformar
a natureza. Quanto mais rápido o desenvolvimento tecnológico, maior o ritmo de alterações provocadas
no meio ambiente. Cada nova fonte de energia dominada pelo homem produz determinado tipo de
desequilíbrio ecológico e de poluição. A invenção da máquina a vapor, por exemplo, aumenta a procura
pelo carvão e acelera o ritmo de desmatamento. A destilação do petróleo multiplica a emissão de gás
carbônico e outros gases na atmosfera. Com a petroquímica, surgem novas matérias-primas e
substâncias não-biodegradáveis, como alguns plásticos.

Crescimento populacional
O aumento da população mundial ao longo da história exige áreas cada vez maiores para a produção
de alimentos e técnicas de cultivo que aumentem a produtividade da terra. Florestas cedem lugar a
lavouras e criações, espécies animais e vegetais são domesticadas, muitas extintas e outras, ao
perderem seus predadores naturais, multiplicam-se aceleradamente. Produtos químicos não-
biodegradáveis, usados para aumentar a produtividade e evitar predadores nas lavouras, matam
microrganismos decompositores, insetos e aves, reduzem a fertilidade da terra, poluem os rios e águas
subterrâneas e contaminam os alimentos. A urbanização multiplica esses fatores de desequilíbrio. A
grande cidade usa os recursos naturais em escala concentrada, quebra as cadeias naturais de
reprodução desses recursos e reduz a capacidade da natureza de construir novas situações de equilíbrio.

Economia do desperdício
O estilo de desenvolvimento econômico atual estimula o desperdício. Automóveis, eletrodomésticos,
roupas e demais utilidades são planejados para durar pouco. O apelo ao consumo multiplica a extração
de recursos naturais: embalagens sofisticadas e produtos descartáveis não-recicláveis nem
biodegradáveis aumentam a quantidade de lixo no meio ambiente. A diferença de riqueza entre as nações
contribui para o desequilíbrio ambiental. Nos países pobres, o ritmo de crescimento demográfico e de
urbanização não é acompanhado pela expansão da infraestrutura, principalmente da rede de saneamento
básico. Uma boa parcela dos dejetos humanos e do lixo urbano e industrial é lançada sem tratamento na
atmosfera, nas águas ou no solo. A necessidade de aumentar as exportações para sustentar o
desenvolvimento interno estimula tanto a extração dos recursos minerais como a expansão da agricultura
sobre novas áreas. Cresce o desmatamento e a superexploração da terra.

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Lixo
Acúmulo de detritos domésticos e industriais não-biodegradáveis na atmosfera, no solo, subsolo e nas
águas continentais e marítimas provoca danos ao meio ambiente e doenças nos seres humanos. As
substâncias não-biodegradáveis estão presentes em plásticos, produtos de limpeza, tintas e solventes,
pesticidas e componentes de produtos eletroeletrônicos. As fraldas descartáveis demoram mais de
cinquenta anos para se decompor, e os plásticos levam de quatro a cinco séculos. Ao longo do tempo,
os mares, oceanos e manguezais vêm servindo de depósito para esses resíduos.

Resíduos radiativos
Entre todas as formas de lixo, os resíduos radiativos são os mais perigosos. Substâncias radiativas
são usadas como combustível em usinas atômicas de geração de energia elétrica, em motores de
submarinos nucleares e em equipamentos médico-hospitalares. Mesmo depois de esgotarem sua
capacidade como combustível, não podem ser destruídas e permanecem em atividade durante milhares
e até milhões de anos. Despejos no mar e na atmosfera são proibidos desde 1983, mas até hoje não
existem formas absolutamente seguras de armazenar essas substâncias. As mais recomendadas são
tambores ou recipientes impermeáveis de concreto, à prova de radiação, que devem ser enterrados em
áreas geologicamente estáveis. Essas precauções, no entanto, nem sempre são cumpridas e os
vazamentos são frequentes. Em contato com o meio ambiente, as substâncias radiativas interferem
diretamente nos átomos e moléculas que formam os tecidos vivos, provocam alterações genéticas e
câncer.

Ameaça nuclear
Atualmente existem mais de quatrocentas usinas nucleares em operação no mundo - a maioria no
Reino Unido, EUA, França e Leste europeu. Vazamentos ou explosões nos reatores por falhas em seus
sistemas de segurança provocam graves acidentes nucleares. O primeiro deles, na usina russa de
Tcheliabínski, em setembro de 1957, contamina cerca de 270 mil pessoas.
O mais grave, em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, deixa mais de trinta mortos, centenas de feridos e
forma uma nuvem radiativa que se espalha por toda a Europa.
O número de pessoas contaminadas é incalculável. No Brasil, um vazamento na Usina de Angra I, no
Rio de Janeiro, contamina dois técnicos. Mas o pior acidente com substâncias radiativas registrado no
país ocorre em Goiânia, em 1987: o Instituto Goiano de Radioterapia abandona uma cápsula com isótopo
de césio-137, usada em equipamento radiológico.
Encontrada e aberta por sucateiros, em pouco tempo provoca a morte de quatro pessoas e a
contaminação de duzentas. Submarinos nucleares afundados durante a Segunda Guerra Mundial
também constituem grave ameaça.
O mar Báltico é uma das regiões do planeta que mais concentram esse tipo de sucata.
Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
A palavra e o conceito foram iniciados em 1866 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel da palavra grega
"oikos", que significa "casa", e "logos", que significa "estudo".
Para os ecólogos, o meio ambiente inclui não só os fatores abióticos como o clima e a geologia, mas
também os seres vivos que habitam uma determinada comunidade ou biótopo.
O conjunto dos seres vivos e não-vivos que habitam um determinado espaço geográfico chama-se
ecossistema. O conjunto dos ecossistemas da Terra é conhecido por biosfera.
O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espaço necessário à sua sobrevivência e reprodução
-- levando, por vezes, ao territorialismo -- mas também às suas funções vitais, incluindo o seu
comportamento (estudado pela etologia, que também analisa a evolução dos comportamentos), através
do metabolismo. Por essa razão, o meio ambiente -- a sua qualidade -- determina o número de indivíduos
e de espécies que podem viver no mesmo habitat.
Por outro lado, os seres vivos também alteram permanentemente o meio ambiente em que vivem. O
exemplo mais dramático é a construção dos recifes de coral por minúsculos invertebrados, os pólipos
coralinos.
As relações entre os diversos seres vivos existentes num ecossistema incluem a competição pelo
espaço, pelo alimento ou por parceiros para a reprodução, a predação duns organismos por outros, a
simbiose entre diferentes espécies que cooperam para a sua mútua sobrevivência, o comensalismo, o
parasitismo e outras (ver a página Relações Ecológicas).
Da evolução destes conceitos e da verificação das alterações de vários ecossistemas -- principalmente
a sua degradação -- pelo homem, levou ao conceito da 'Ecologia Humana que estuda as relações entre
o Homem e a Biosfera, principalmente do ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só física, mas
também social.

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Por outro lado, apareceram também os conceitos de conservação e do conservacionismo que se
impuseram na atuação dos governos, quer através das ações de regulamentação do uso do ambiente
natural e das suas espécies, quer através de várias organizações ambientalistas que promovem a
disseminação do conhecimento sobre estas interações entre o Homem e a Biosfera.
A ecologia está ligada a muitas áreas do conhecimento, dentre elas a economia. Nosso modelo de
desenvolvimento econômico se baseia no capitalismo, que promove a produção de bens de consumo
cada vez mais caros e sofisticados e isso esbarra na ecologia, pois não pode haver uma produção
ilimitada desses bens de consumo na biosfera finita e limitada.
Consideram-se como Norte os países ricos ou industrializados: o primeiro Mundo ou países capitalistas
desenvolvidos, em primeiro lugar e também os países mais industrializados do antigo mundo socialista
ou Segundo Mundo, que desde o final dos anos 80 se voltam novamente para o sistema capitalista.
O termo subdesenvolvimento surgiu após a Segunda Guerra Mundial, nos documentos dos
organismos internacionais, como a ONU - Organização das Nações Unidas - e a Unesco, principalmente,
sendo depois usado com frequência na imprensa. A "descoberta" do subdesenvolvimento deu-se com a
descolonização e com a publicação pelos organismos internacionais de dados estatísticos dos diversos
países do mundo (índice de mortalidade, salário, formas de alimentação, habitação, consumo, distribuição
da renda, etc.).

Ética profissional e social

A ética é composta por valores reais e presentes na sociedade, a partir do momento em que, por mais
que às vezes tais valores apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar em convivência
humana se esses forem desconsiderados. Entre tais valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor
do justo (componente ético do Direito).
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transformações sofridas pela sociedade através
dos tempos provocaram uma variação no conceito de ética, por outro, não é possível negar que as
questões que envolvem o agir ético sempre estiveram presentes no pensamento filosófico e social. Aliás,
um marco da ética é a sua imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente hoje, por exemplo,
respeitar ao próximo nunca será considerado uma atitude antiética. Outra característica da ética é a sua
validade universal, no sentido de delimitar a diretriz do agir humano para todos os que vivem no mundo.
Não há uma ética conforme cada época, cultura ou civilização: a ética é uma só, válida para todos
eternamente, de forma imutável e definitiva.
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas vogais para pronunciar e grafar a vogal
e, uma breve, chamada epsílon, e uma longa, denominada eta. Éthos, escrita com a vogal longa, significa
costume; porém, se escrita com a vogal breve, éthos, significa caráter, índole natural, temperamento,
conjunto das disposições físicas e psíquicas de uma pessoa.7
A ética passa por certa evolução natural através da história, mas uma breve observação do ideário de
alguns pensadores do passado permite perceber que ela é composta por valores comuns desde sempre
consagrados.
Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral e o Direito. Assim, a Moral não é a
Ética, mas apenas parte dela. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se
exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela Moral ser apenas uma parte da Ética;
mas principalmente porque enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização efetiva e
cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a
moral. Moral é ação, Ética é reflexão.
A ética está presente em todas as esferas da vida de um indivíduo e da sociedade que ele compõe e
é fundamental para a manutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos a grande parte
deles) obedeçam aos ditames éticos consolidados. A obediência à ética não deve se dar somente no
âmbito da vida particular, mas também na atuação profissional, principalmente se tal atuação se der no
âmbito estatal.

7
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.

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Sigilo Profissional:

Segredo ou Sigilo Profissional trata-se de manter em segredo toda a informação que seja valiosa para
a empresa e seus colaboradores, cuja responsabilidade recaia sobre o profissional responsável pelas
informações.8
No que diz respeito ao sigilo profissional trata de uma informação a ser protegida, impõe uma relação
entre privacidade e publicidade, cujo dever profissional se estabelece desde a se ater ao estritamente
necessário ao cumprimento de seu trabalho, a não informar sobre assuntos ou o que envolve o trabalho
e é de caráter sigiloso.
Não são todas as profissões que devem a obrigação do sigilo e isso já seria revelador da disposição
social que é atribuída a algumas profissões de terem o dever e o direito de mantê-lo.
Ora é consenso que o profissional conheça todos os elementos necessários para o bom cumprimento
de seu trabalho, desde as condições institucionais até as informações obtidas na sua relação com o
usuário.
O sigilo profissional não é absoluto, em muitos casos, esse elemento abre a possibilidade do
profissional avaliar, subjetivamente, se deve manter ou divulgar o fato sigiloso, devendo prevalecer o
disposto no Código de Ética Profissional da área de atuação em que o profissional trabalha. Atentando
para o conteúdo ético-político dos princípios que o regem.
A análise do sigilo profissional a partir da ética mostra que se está diante de algo complexo, que não
se limita a um preceito legal. Quer dizer, o seu entendimento remete as questões: Para quem? Com qual
necessidade? Para quê? E em que condições? Essas questões não podem ser pensadas abstratamente,
mas sim a partir das situações concretas nas quais estão inseridas, pois interrogam a multiplicidade de
demandas que lhe são colocadas na comunicação de uma informação.
O sigilo profissional — a guarda de informações obtidas em razão do exercício profissional, de tudo
aquilo que lhe foi confiado como sigilo, ou o que veio a ser conhecido devido seu estatuto profissional —
está previsto.
Em muitos dispositivos legais (a Constituição Federal brasileira, o Código Penal, o Código Civil, o
Código de Processo Penal, a Lei das Contravenções Penais e o Código de Processo Civil).
Constitucionalmente, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei,
e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Esse entendimento
norteia os dispositivos legais que se referem ao sigilo profissional, em particular o sigilo médico.
A referência a esses dispositivos legais nos é útil nessa reflexão para chamar a atenção que o direito
à confidencialidade é tanto um direito da pessoa, como também uma responsabilidade profissional. Em
outros termos, a existência do sigilo profissional interessa a toda sociedade, pois é condição indispensável
para o trabalho do profissional, na medida em que essas ações encarnam um interesse da sociedade,
definido historicamente.9
Levando em consideração que o setor público possui um Código de Ético já configurado, o presente
tópico abordará dos conceitos e práticas da Ética dentro do âmbito do setor público. Vale ressaltar que
no setor privado cabe a cada empresa configurar seu próprio Código de Ética ou também chamado de
Código de Conduta Ética, que geralmente é elaborado em conjuntura com os colaboradores, de forma
que possa abranger o conhecimento e prática de todos. Muitas vezes as empresas privadas tomam o
Código de Ética contido em lei para desenvolverem o seu próprio.
Antes de adentrar nos princípios e fundamentos regidos pelas leis sobre a Ética é importante definir
sobre p Estado, sobre os cidadãos, e consequentemente dos valores éticos considerados por ambos.
O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade de fins gerais que permite o desenvolvimento,
em seu seio, das individualidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. O Estado,
como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado pelos homens para organizar a sociedade de
disciplinar o poder visando que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finalidades
particulares.
O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve se guiar pela moral idônea. Mas não é
propriamente o Estado que é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou não aos
homens que o compõem. Ou seja, o bom comportamento profissional do funcionário público é uma
questão ligada à ética no serviço público, pois se os homens que compõem a estrutura do Estado tomam
uma atitude correta perante os ditames éticos há uma ampliação e uma consolidação do valor ético do
Estado.

8
PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online: Mais de 1000 cursos online com certificado Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/54264/etica-profissional-sigilo-das-informacoes#ixzz3eARxL4ME. Acesso em
junho/2015.
9
SAMPAIO, S.S; RODRIGUES, F.W. Ética e Sigilo Profissional. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 117, p. 84-93, jan./mar. 2014

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Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas dentro da administração pública, passando
a desempenhar um papel de fundamental interesse para o Estado. Quando estiver nesta condição, mais
ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado é responsável pela manutenção da sociedade, que
espera dele uma conduta ilibada e transparente.
Quando uma pessoa é nomeada como servidor público, passa a ser uma extensão daquilo que o
Estado representa na sociedade, devendo, por isso, respeitar ao máximo todos os consagrados preceitos
éticos.
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exercem, o qual geralmente se encontra
consubstanciado em Códigos de Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso das
profissões na esfera pública, esta exigência se amplia.
Não se trata do simples respeito à moral social: a obrigação ética no setor público vai além e encontra-
se disciplinada em detalhes na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente no artigo 37)
quanto na ordinária (em que se destacam o Decreto n° 1.171/94 - Código de Ética - a Lei n° 8.429/92 -
Lei de Improbidade Administrativa - e a Lei n° 8.112/90 - regime jurídico dos servidores públicos civis na
esfera federal).
Em geral, as diretivas a respeito do comportamento profissional ético podem ser bem resumidas em
alguns princípios basilares.
Segundo Nalini10, o princípio fundamental seria o de agir de acordo com a ciência, se mantendo sempre
atualizado, e de acordo com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se como princípios
específicos:

- Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na vida pública e na vida particular.


- Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da melhor maneira esperada em sua profissão
e fora dela, com técnica, justiça e discrição.
- Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular funções incompatíveis.
- Princípio da correção profissional - atuação com transparência e em prol da justiça.
- Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os demais operadores do Direito querem a
mesma coisa, realizar a justiça.
- Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas as funções.
- Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para buscar o interesse da justiça.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dotado de atributos personalíssimos e
intransferíveis, sendo escolhido por causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele que
busca o serviço e o profissional é de confiança.
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos valores constitucionais, à verdade, à
transparência.
- Princípio da independência profissional - a maior autonomia no exercício da profissão do operador
do Direito não deve impedir o caráter ético.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as informações que acessa no exercício da
profissão.
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de forma correta, com lealdade processual.
- Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional do Direito é liberal, exercendo com boa
autonomia sua profissão.
- Outros princípios éticos, como informação, solidariedade, cidadania, residência, localização,
continuidade da profissão, liberdade profissional, função social da profissão, severidade consigo mesmo,
defesa das prerrogativas, moderação e tolerância.

Vale destacar que, se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao menos dois elementos - a Moral
e o Direito (justo); no caso da disciplina da Ética no Setor Público a expressão é adotada num sentido
estrito - ética corresponde ao valor do justo, previsto no Direito vigente, o qual é estabelecido com um
olhar atento às prescrições da Moral para a vida social. Em outras palavras, quando se fala em ética no
âmbito do Estado não se deve pensar apenas na Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas que a
regulamentam, o que permite a aplicação de sanções. Veja o organograma:

10
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

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Logo, as regras éticas do setor público são mais do que regulamentos morais, são normas jurídicas e,
como tais, passíveis de coação. A desobediência ao princípio da moralidade caracteriza ato de
improbidade administrativa, sujeitando o servidor às penas previstas em lei. Da mesma forma, o seu
comportamento em relação ao Código de Ética pode gerar benefícios, como promoções, e prejuízos,
como censura e outras penas administrativas. A disciplina constitucional é expressa no sentido de
prescrever a moralidade como um dos princípios fundadores da atuação da administração pública direta
e indireta, bem como outros princípios correlatos. Assim, o Estado brasileiro deve se conduzir moralmente
por vontade expressa do constituinte, sendo que à imoralidade administrativa aplicam-se sanções.
Considerados os princípios administrativos basilares do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um
diploma específico que estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos, qual seja o Decreto n°
1.171/94.
Vale lembrar que o Código de Ética foi expedido pelo Presidente da República, considerada a
atribuição da Constituição Federal para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração
pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal: "IV - sancionar, promulgar e fazer
publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; [...] VI - dispor,
mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos
públicos, quando vagos". Exatamente por causa desta atribuição que o Código de Ética em estudo adota
a forma de decreto e não de lei, já que as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso
Nacional).
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado poder regulamentar inerente ao Executivo, que se
perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam factíveis decretos autônomos11, não é o caso do
decreto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos
servidores públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade administrativa), além da Constituição
Federal.
Disto extrai-se que a adoção da forma de decreto não significa, de forma alguma, que suas diretrizes
não sejam obrigatórias: o servidor público federal que desobedecê-las estará sujeito à apuração de sua
conduta perante a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações ao processo administrativo
disciplinar, podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de censura nos casos menos
graves.

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em


sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a
Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de
cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração


Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

11
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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ANEXO
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá
o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-
lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas
e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

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Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:


a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações
individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma,
de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que
visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança
coletiva;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho
ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação
expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;


a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

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c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público,
deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional
do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura;
XVII - (Revogado);
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro
de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar
promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.
XIX - (Revogado);
XX - (Revogado);
XXI - (Revogado);
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso.
XXIII - (Revogado);
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente
a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.
XXV - (Revogado).

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Ética, moral e cidadania

Ética e Democracia: Exercício da Cidadania

Conforme Perla Müller12, cidadão é o indivíduo que, dentro de um Estado, goza de direitos (civis e
políticos) e desempenha deveres (civis e políticos).
Assim, a cidadania, ou seja, a qualidade de que é cidadão, se exerce no campo associativo (da
associação civil), pela cooperação de homens reunidos no Estado. Desta forma, a sobrevivência e
harmonia da sociedade, como grupo, associação de homens que é, depende da vida cooperativa de seus
cidadãos.
As atribuições cívico – políticas do cidadão dependem da conformação do Estado a que pertence,
ou seja, da forma de governo por este adotada.
Sendo a democracia a forma de governo eleita pelo Estado, a cidadania retrata a qualidade dos
“sujeitos politicamente livres, ou seja, cidadãos que participam da criação e concordam com a ordem
jurídica vigente”.
Por democracia entende-se de forma geral, o governo do povo, como governo de todos os
cidadãos. Para que a democracia se estabeleça, necessário o respeito à pluralidade, à transparência
e à rotatividade.
A democracia caracteriza-se pelo respeito à divergência (heterogeneidade), pela publicidade do
exercício do poder e pela certeza de que ninguém ou grupo nenhum tem lugar cativo no poder, acessível
a todos e exercido precária e transitoriamente.
Curioso o conceito de democracia dado por Norberto Bobbio, para quem a democracia é o poder em
público. E, de fato, a participação do povo no exercício do poder somente se viabiliza através da
transparência, da publicidade, da abertura, quando decisões são tomadas de forma clara e a todos
acessíveis. Somente desta forma, o povo, titular de todo poder, pode eficazmente intervir nas tomadas
de decisões contestando-as, pelos meios legais, quando delas discordarem.
Sendo assim, o exercício da cidadania, como gozo de direitos e desempenho de deveres, deve
pautar-se por contornos éticos: o exercício da cidadania deve materializar-se na escolha da melhor
conduta tendo em vista o bem comum, resultando em uma ação moral como expressão do bem.

Inicialmente, é preciso levantar alguns conceitos correlatos:


a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo
com que ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e obrigações.
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, unidas pelo vínculo da nacionalidade.
c) População: conjunto de pessoas residentes no Estado, nacionais ou não.
Cidadão, por sua vez, é o nacional, isto é, aquele que possui o vínculo político-jurídico da
nacionalidade com o Estado, que goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser votado.
Na disciplina constitucional, os direitos políticos garantidos àquele que é cidadão encontram-se
disciplinados nos artigos 14 e 15. Direitos políticos são os instrumentos por meio dos quais a Constituição
Federal permite o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para que eles possam
interferir na condução da coisa pública de forma direta ou indireta13.
A respeito da democracia brasileira, expõe Lenza14: “estamos diante da democracia semidireta ou
participativa, um ‘sistema híbrido’, uma democracia representativa, com peculiaridades e atributos da
democracia direta. Pode-se falar, então, em participação popular no poder por intermédio de um processo,
no caso, o exercício da soberania que se instrumentaliza por meio do plebiscito, referendo, iniciativa
popular, bem como outras formas, como a ação popular”.
Destaca-se o caput do artigo 14:

12
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, páginas 28 a 30.
13
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
14
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores
ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

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Nacionalidade:

“Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um determinado Estado, fazendo


com que este indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e, por consequência, desfrute de direitos
e submeta-se a obrigações”. 15

Art. 14 CF: Democracia Participativa ou Semidireta, ou seja, participação popular no poder por
intermédio de um processo.
Diz o Art. 14 CF: A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I) Plebiscito;
II) Referendo;
III) Iniciativa Popular.

Vejamos alguns conceitos básicos e fundamentais para melhor compreensão dos direitos políticos:
Democracia: É o governo do povo;

Soberania Popular: “É a qualidade máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada membro
da sociedade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio
universal e do voto direto, secreto e igualitário”. (BULOS, Uadi Lammêgo).

Em outras palavras, é o exercício do poder político pelo povo.16

Nacionalidade: Como vimos, é o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo a um Estado;

Cidadania: “Tem por pressuposto a nacionalidade (que é mais ampla que a cidadania),
caracterizando-se como a titularidade de direitos políticos de votar e ser votado.” (SILVA, José Afonso
da). O cidadão, portanto, nada mais é do que o nacional que exerce os direitos políticos;

Sufrágio: É o direito de votar e ser votado;

Voto: É o instrumento do exercício do direito de sufrágio;

Escrutínio: É a forma de exteriorização do voto, público ou secreto;

Plebiscito: É o instrumento de exercício de democracia direta por meio do qual o povo é consultado
previamente sobre a viabilidade de uma determinada proposta de alteração legislativa.17

Referendo: É o instrumento de exercício de democracia direta por meio do qual o povo é consultado
posteriormente sobre uma determinada proposta de alteração legislativa.18

Iniciativa Popular: É o instrumento de exercício de democracia direta por meio do qual o povo inicia
o processo legislativo.

IMPORTANTE:

O projeto de iniciativa popular é apresentado à Câmara dos Deputados, não ao Senado Federal ou
Congresso Nacional.

15
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11ª ed. São Paulo: Método, 2007.
16
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014.
17
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014; grifo nosso.
18
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014; grifo nosso.

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Cassação, Perda e Suspensão dos Direitos Políticos:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Art. 15 CF: É vedada a cassação de direitos políticos. Entretanto, admite-se a perda e a suspensão
dos mesmos.

Cassação: É a retirada dos direitos políticos de modo arbitrário, sem qualquer fundamento
constitucional ou legal e, por isso, é prática vedada no Brasil.

Perda: É a retirada definitiva dos direitos políticos e que tem por base as hipóteses previstas na
Constituição.

Suspensão: É a retirada temporária dos direitos políticos, também com fundamento na


Constituição.19

OBSERVE COM ATENÇÃO!

PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS:

Em concordância com Luciano Dutra 20, segundo o Art. 15 da CF, é vedada a cassação dos direitos
políticos, pois a mesma seria uma supressão arbitrária, ou seja, sem o devido processo legal,
notadamente sob a ótica do contraditório e da ampla defesa, motivada por perseguições político-
ideológicas praticadas em outros momentos antidemocráticos do Estado brasileiro.
No entanto, em que pese a vedação à cassação, o mesmo artigo autoriza a privação dos direitos
políticos, seja por meio da perda ou da suspensão.
Com efeito, o cidadão pode ser privado dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda),
sendo que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos dependerá do exercício de ato de vontade
do indivíduo, de um novo alistamento eleitoral.
Noutro giro, a privação dos direitos políticos pode se dar por prazo determinado (suspensão), em que
o restabelecimento se dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifestação do suspenso,
desde que ultrapassado as razões da suspensão.
Assim:

PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

PERDA SUSPENSÃO
Privação por prazo indeterminado Privação por prazo determinado
Restabelecimento dos direitos políticos Restabelecimento dos direitos políticos se dá
depende de um novo alistamento eleitoral automaticamente

Assim:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (perda)
II - incapacidade civil absoluta; (suspensão)

19
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014; grifo nosso.
20
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014; p.173.

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1205716 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JEFFERSON LIMA DE OLIVEIRA
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
(perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (suspensão).

Questões

01. (LIQUIGÁS – Profissional Júnior – CESGRANRIO/2014) Na medida em que é editada uma lei,
regularmente votada pelo Congresso Nacional, a qual protege as pessoas com certo grau de deficiência
física, ofertando oportunidades de inserção no mercado de trabalho, está sendo realizado o princípio da
(A) cidadania
(B) organização
(C) proteção
(D) democracia
(E) república

02. (FSC – Advogado – CEPERJ/2014) Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil


está aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da:
(A) democracia
(B) cooperação
(C) dignidade
(D) cidadania
(E) soberania

03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) Sobre os direitos políticos, é correto afirmar que:
(A) são inelegíveis, de acordo com o art. 14, § 4º, da Constituição Federal, os inalistáveis e os
analfabetos.
(B) a idade mínima de vinte e um anos é requisito de elegibilidade para candidatura a vereador.
(C) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de setenta anos e para os maiores
de dezesseis e menores de dezoito anos, mas não para os analfabetos.
(D) para concorrer a outro cargo, prefeitos devem renunciar ao mandato até três meses antes do pleito.
(E) não podem alistar-se com o eleitores os estrangeiros e os brasileiros naturalizados.

04. (DEPEN – Técnico de Apoio – CESPE/2013) No que se refere à ética e ao exercício da cidadania,
julgue o próximo item.
Configura um dos elementos indispensáveis para o exercício da cidadania o efetivo conhecimento a
respeito dos direitos
(....) Certo (....) Errado

Respostas

01. Resposta: A.
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos pela CF.

02. Resposta: E.
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I - Soberania:
Na definição de Marcelo Caetano, soberania é "um poder político supremo e independente,
entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e
por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam
voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os podres supremos dos outros povos".
É a capacidade de editar suas próprias normas, sua própria ordem jurídica (a começar pela Lei Magna),
de tal modo que qualquer regra heterônoma só possa valer nos casos e nos termos admitidos pela própria
Constituição. A Constituição traz a forma de exercício da soberania popular no art. 14.

03. Resposta: A.
a) CORRETA. Art. 14 § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
b) ERRADA.

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VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
c) ERRADA.
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
d) ERRADA
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
e) ERRADA
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
Brasileiro naturalizado, por óbvio, podem alistar-se como eleitores.

04. Resposta: Errado.


Muito embora o exercício efetivo da cidadania seja potencializado nas pessoas que conhecem seus
próprios direitos, e que, por isso mesmo, dispõem de melhores condições para fazê-los valer, não se pode
desprezar, por completo, a possibilidade de um indivíduo, mesmo que desconheça a existência e a
extensão de seus próprios direitos, acabar por praticar atos que configurem o exercício da cidadania.21

21
Autor: Rafael Pereira , Juiz Federal - TRF da 2ª Região.

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