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LÍNGUA PORTUGUESA 2
8 de janeiro de 2017
Por pior que sejam os problemas de caixa, as dívidas acumuladas pelo município e as surpresas ruins que
todos vocês tiveram nesta primeira semana de governo, lembrem-se de que a paciência do eleitor é curta
para quem só sabe reclamar da vida ou do destino. Aliás, todos vocês já sabiam desde a época de
campanha -antes até- que a situação era difícil. Agora é arregaçar as mangas e fazer as coisas
acontecerem.
Dê destino correto para os resíduos (a maioria das cidades ainda tem lixões) e, se não houver recursos
para instalar um aterro sanitário no curto prazo, promova a coleta seletiva (de lixo seco) e a compostagem
(de matéria orgânica) para reduzir os danos ambientais que a sua cidade causa. Pode ser que isso gere
uma economia de recursos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as cidades precisam ter 12 metros quadrados de área
verde por habitante. Faça a conta e veja se o seu município tem cobertura vegetal suficiente para garantir
umidade, temperatura e bem-estar mínimos para os moradores. A relação custo-benefício de um projeto
de arborização urbana é das mais vantajosas que existem.
Seja amigo da bicicleta, das hortas urbanas, da reciclagem, do reuso de água e do IPTU Verde (que
beneficia quem realiza intervenções sustentáveis no imóvel).
Persiga os poluidores que desrespeitam a lei, tenha rédea curta com a especulação imobiliária, tolerância
zero com as ocupações irregulares. Seja um bom xerife da qualidade de vida de todos, sem privilégios.
Nomeie um secretário de Meio Ambiente que saiba contrariar interesses e não tenha medo de dizer não
quando necessário. Se o secretário em questão não for da área ambiental (mas seja um bom gestor),
nomeie como subsecretário alguém que saiba o que é “DBO” ou “licenciamento ambiental” para ser o
anjo da guarda sustentável do chefe. Puna exemplarmente os casos de corrupção e cerque-se de quadros
técnicos confiáveis e honestos.
Muita atenção com os empresários de ônibus, com os construtores e com aqueles que recorrem a
influência e dinheiro para privilegiar os interesses pessoais em detrimento do coletivo.
Privilegie os mais pobres e faça um pacto com a sua consciência: em nenhuma hipótese entregar uma
cidade mais degradada para seu sucessor.