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ROTEIRO BÁSICO

PARA ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

PROF. ERIC AVERSARI MARTINS


ROTEIRO BÁSICO PARA ANÁLISE
DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

SUMÁRIO

1. ANTES DE COMEÇAR 2 5.3.3. ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO


5.3.4. IDENTIFICAR QUEM ESTÁ SUBSIDIANDO QUEM
1.1. RELATÓRIO DOS AUDITORES 2
5.4. CONCLUIR SOBRE A GERAÇÃO DE CAIXA DA ENTIDADE
1.2. MODELO CONTÁBIL 2
1.3. PRIMEIRA LEITURA ANTES DE FAZER QUALQUER CONTA 2
1.4. NOTAS EXPLICATIVAS 2 6. ENDIVIDAMENTO
1.5. NUNCA ESQUECER 3
6.1. IDENTIFICAR AS DÍVIDAS
6.2. CALCULAR OS ÍNDICES
2. AH E AV 3 6.3. ANALISAR OS ÍNDICES
6.4. CONCLUIR SOBRE A SITUAÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
2.1. CALCULAR 3
2.2. ANÁLISE HORIZONTAL 3
2.3. ANÁLISE VERTICAL 3 7. MARGENS
2.4. CONCLUSÃO DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 3
7.1. CALCULAR AS MARGENS
7.2. ANALISAR AS MARGENS
3. LIQUIDEZ 4 7.2.1. MARGEM BRUTA
7.2.2. MARGEM EBIT
3.1. CALCULAR 4
7.2.3. MARGEM EBITDA
3.2. ANALISAR OS ÍNDICES 4
7.2.4. MARGEM LÍQUIDA
3.3. ANALISAR AS VARIAÇÕES DAS CONTAS CIRCULANTES 4
7.3. CONCLUSÃO SOBRE AS MARGENS
3.4. CONCLUIR SOBRE A SITUAÇÃO DE LIQUIDEZ 4

8. RENTABILIDADE
4. PRAZOS E DFC 5
8.1. CALCULAR PARA SUBSIDIAR O CÁLCULO DOS INDICADORES
4.1. CALCULAR OS PRAZOS 5
8.2. CALCULAR OS INDICADORES
4.2. ANALISAR O COMPORTAMENTO DOS PRAZOS 5
8.2.1. CUIDADO ESPECIAL
4.3. ANALISAR A VARIAÇÃO DAS CONTAS QUE COMPÕEM OS PRAZOS 5
8.3. ANATOMIA DA RENTABILIDADE
4.4. ANALISAR A VARIAÇÃO DOS PRAZOS EM RELAÇÃO À GERAÇÃO OU CONSUMO
8.3.1. ROE
DE CAIXA 5
8.3.2. ROI
4.5. CONCLUIR SOBRE A GESTÃO DE PRAZOS E IMPACTO DE CAIXA 5
8.3.3. KD E SPREAD
8.3.4. PROPORÇÃO PF/PL
8.3.5. EQUAÇÃO E GAF
5. GERAÇÃO DE CAIXA 5
8.4. CONCLUIR SOBRE A RENTABILIDADE
5.1. CALCULAR 5
5.2. IDENTIFICAR SE FOI GERADO OU CONSUMIDO CAIXA NO PERÍODO 5
5.3. IDENTIFICAR O QUANTO CADA ATIVIDADE GERA/CONSOME DE CAIXA 6 9. RELATÓRIO FINAL
5.3.1. ATIVIDADE OPERACIONAL 6
9.1. RESUMO DA ANÁLISE
5.3.2. ATIVIDADE DE INVESTIMENTO 6
9.2. SUGESTÕES DE AÇÕES PARA MELHORIA

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1. Antes de Começar

1.1. Relatório dos Auditores


Não adianta analisar uma DF sem verificar a opinião dos auditores. Caso haja alguma ênfase ou ressalva, esses
devem ser os primeiros pontos a serem levados em consideração. Em caso de opinião adversa, mais cautela
ainda deve ser considerada, sendo até mesmo o caso de invalidar as análises a serem feitas.
Os Principais Pontos de Auditoria apresentam aspectos importantes e devem ser lidos com cuidado.

1.2. Modelo Contábil


Para o adequado entendimento das DFs de qualquer empresa é sempre necessário que se conheça o modelo
contábil aplicado ao seu setor de atuação. Empresas comerciais são as mais simples. As indústrias apresentam
complexidade um pouco maior no que tange ao processo de produção e seus impactos nos estoques, mas
também não possuem grandes complexidades. Já alguns outros setores possuem especificidades que levam à
necessidade de conhecimento de regras contábeis específicas e seus efeitos.
A seguir, apresenta-se uma lista não exaustiva de modelos específicos:
® setores que envolvam atividades agropecuárias tem formas específicas de avaliar os ativos biológicos e seus
produtos;
® bancos e seguradoras possuem regras próprias que precisam ser profundamente conhecidas para que se
possa entender suas DFs;
® setores de construção de ativos de longo prazo sofrem grandes efeitos no que diz respeito às regras de
reconhecimento de receita;
® cooperativas possuem especificidades próprias sobre a forma de registrar seu patrimônio líquido e lucros;
® as atividades de locação de imóveis exigem que sejam conhecidas as regras sobre ativos disponibilizados
para aluguel (propriedades para investimento) e sua métrica de avaliação; e
® setores que trabalham com concessões públicas possuem regras específicas para o reconhecimento de seus
ativos e receitas.
Sem o conhecimento das regras contábeis aplicadas às atividades realizadas pelas entidades não é possível
realizar uma análise adequada das suas demonstrações financeiras. Portanto, ante de dar início à análise, deve-
se considerar qual modelo contábil é aplicável para a entidade e entender quais são as regras gerais e
específicas que estão sendo utilizadas para a elaboração das demonstrações a serem analisadas.

1.3. Primeira Leitura Antes de Fazer Qualquer Conta


Antes de se iniciar qualquer tipo de conta, deve ser realizada uma leitura atenta das DFs, buscando encontrar os
maiores números e as maiores variações sempre buscando entender as principais contas que compõem a
estrutura de cada DF. Normalmente, as coisas mais relevantes são sempre obtidas de uma leitura atenta e não
com base em cálculos de enormes tabelas de indicadores.

1.4. Notas Explicativas


As notas explicativas nunca devem ser deixadas de lado. Elas trazem detalhamentos que podem ser bastante
importantes no entendimento do que está, de fato, ocorrendo com a empresa analisada. Portanto, sempre
devem ser consultadas para permitir um melhor entendimento de cada aspecto da análise de balanços.

1.5. Nunca esquecer


As DFs são mais importantes do que os indicadores. Indicadores são relevantes pois apresentam uma visão
resumida e esquematizada do que está ocorrendo. Mas eles apontam para onde se deve olhar nas DFs e nunca
devem ser observados isoladamente. Sempre se deve buscar analisar as variações das contas, suas relações e o
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que elas representam. Somente olhar os indicadores pode levar à uma análise superficial e potencialmente
incorreta.
Uma boa forma de se olhas as DFs com base nos indicadores é observando as contas que são utilizadas para o
cálculo do indicador que se está analisando. Por exemplo, se o indicador em análise é liquidez corrente, deve-se
observar todas as contas do ativo circulante e todas do passivo circulante, pois são as que compõem o
numerador e o denominador do índice.
Ao analisar indicadores é sempre relevante observar não somente o que eles apresentam em cada período, mas
também a sua evolução ao longo do tempo, que pode indicar tendências relevantes.
Lembre sempre: uma análise não é uma simples lista de indicadores, mas o entendimento da realidade
econômica representada pelas DFs. Uma análise completa não deve considerar partes isoladas e sempre deve
ser realizada com base em uma série histórica de dados, ou seja, sempre devem ser comparados os diferentes
exercícios disponíveis.
Não se desespere e nem desista: uma boa análise também depende de experiência do analista. Se não está
vendo as coisas, tente mais, persevere, com o tempo a habilidade irá se desenvolver.

2. AH e AV

2.1. Calcular
Montar a planilha com a análise horizontal e vertical. Lembrar sempre que não há uma regra necessariamente
fixa para onde deve ser o 100% da planilha. Tudo vai depender do que se deseja observar. Cuidado quando
surgir divisões por zero na planilha.

2.2. Análise Horizontal


Essa análise irá demonstrar as contas que mais variaram ao longo do tempo. Isso não implica que as variações
foram necessariamente relevantes. Lembre-se que de 1 para 2 a variação é de 100%, mas uma variação de
100.000.000 para 120.000.000, que dá 20%, é muito mais relevante. Não foque somente nos percentuais, mas
eles são ótimos indicadores do que se observar.

2.3. Análise Vertical


Essa análise irá demonstrar as contas que mais variaram em relação à estrutura da DF em análise. Da mesma
forma, não foque somente nos percentuais, mas eles são ótimos indicadores do que se observar.

2.4. Conclusão da Análise Vertical e Horizontal


Verificar quais são as principais contas e as principais variações identificadas. Lembrar que AH e AV também são
muito úteis nas demais análises.

3. Liquidez

3.1. Calcular
® Liquidez Corrente
® Liquidez Seca
® Liquidez Imediata
® CCL

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3.2. Analisar os índices


Liquidez corrente inferior a 1,0 indica que a empresa não possui ativos circulantes o suficiente para, quando
transformados em caixa, pagarem o passivo circulante existente. Índices muito elevados também podem
demonstrar um excesso de caixa ou que há caixa acumulado para outras utilizações que não a quitação de
passivos circulantes. Essa visão de caixa excessivo deve ser complementada pela liquidez imediata e também
por análises de investimentos, dividendos, capitalizações, empréstimos recebidos etc.
Liquidez seca abaixo de 1,0 não necessariamente significa algo ruim, sendo até bastante comum. A diferença
entre a liquidez corrente e a seca é um bom indicador da dependência dos estoques. Essa análise deve ser
complementada pela análise dos prazos de renovação de estoque.
O CCL negativo tem a mesma leitura do que a liquidez corrente. A análise do CCL é mais interessante com
outras análises de capital de giro mais avançadas que não serão vistas nesse curso. Mas o conceito de CCL é
importantíssimo de se ter em mente, pois indica o quanto de recursos a mais a empresa tem no seu ativo
circulante líquidos do passivo circulante.

3.3. Analisar as variações das contas circulantes


O foco da análise de liquidez deve ser a capacidade de pagamento das dívidas, especialmente as de curto prazo.
Para uma análise mais completa da liquidez, também deve ser considerado o endividamento e a capacidade de
geração de fluxos de caixa.
A liquidez corrente irá demonstrar quais ativos devem virar caixa no prazo de um ano para se pagar as dívidas
de curto prazo. Assim, a análise de todas as contas de ativo e passivos circulantes irá dar uma visão mais
completa da liquidez, podendo indicar quais contas são mais relevantes, tanto no ativo quanto no passivo,
indicando dependências (ativo) e riscos (passivo).
A liquidez seca é similar à corrente, mas demonstra também o grau de dependência que a entidade possui da
transformação de seus estoques em caixa. Por outro lado, indica quais contas precisam ser transformadas em
caixa para que não haja a dependência dos estoques.
A liquidez imediata demonstra o quanto do passivo pode ser pago com o caixa existente. Permite uma análise
mais detalhada da dependência das demais contas que precisam ser convertidas em caixa.

3.4. Concluir sobre a situação de liquidez


Após a análise dos índices e da variação das contas que os compõem é importante realizar uma conclusão
sucinta com os principais achados sobre a situação da liquidez da empresa.

4. Prazos e DFC

4.1. Calcular os Prazos


® Prazo de Renovação de Estoques
® Prazo de Recebimento de Vendas
® Prazo de Pagamento de Fornecedores
® Ciclo Operacional
® Ciclo de Caixa

4.2. Analisar o comportamento dos prazos


A análise do comportamento dos prazos é de extrema importância não somente pelos seus valores em cada
período, mas também em relação à sua evolução. Pode ser verificado se os ciclos financeiro e/ou operacional
estão sendo encurtados ou alongados e os possíveis reflexos na geração de caixa operacional e até mesmo na
liquidez. Por essa razão a análise conjunta da liquidez como os prazos e geração de caixa é extremamente
relevante.
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4.3. Analisar a variação das contas que compõem os prazos


A análise do impacto no caixa das políticas de gestão de prazos deve ser realizada em conjunto com as
variações das contas operacionais pertinentes contidas na DFC – Caixa das Atividades Operacionais. A análise
das variações das contas operacionais da DFC permite, conjuntamente com a análise das variações dos prazos

4.4. Analisar a variação dos prazos em relação à geração ou consumo de caixa


Confirmar na DFC se o impacto foi grande o suficiente ou se a variação do volume compensou a variação dos
prazos
Atenção ao fato de que nem sempre as variações de ativos operacionais implicam em variações de prazo.
Muitas vezes os prazos se mantêm os mesmos em situações de crescimento do volume de operações.

4.5. Concluir sobre a gestão de prazos e impacto de caixa


Essa conclusão pode ser melhor obtida quando realizada juntamente com a análise de geração de caixa da
entidade, conforme abaixo.

5. Geração de Caixa

5.1. Calcular
® EBITDA

5.2. Identificar se foi gerado ou consumido caixa no período


Observar na DFC se o resultado apresentado de geração de caixa foi positivo (caixa gerado) ou negativo
(consumido).

5.3. Identificar o quanto cada atividade gera/consome de caixa


Verificar qual atividade está gerando/consumindo caixa. Com isso é possível perceber como foi a geração de
caixa da entidade.

5.3.1. Atividade Operacional


Usualmente positivo pois a operação deve sempre tentar gerar caixa positivo. Caso a geração de caixa
operacional não esteja positiva, é importante tentar analisar qual a razão de não se estar gerando caixa com
base na análise linha a linha da DFC na parte operacional. Com isso se poderá identificar quais operações geram
caixa e quais estão consumindo caixa, o que é extremamente relevante especialmente quando há consumo de
caixa operacional.
A análise da geração de caixa operacional deve SEMPRE ser realizada conjuntamente com a análise da política
de gestão de prazos da entidade. Aqui também pode ser realizada uma comparação da efetiva geração de caixa
operacional com o potencial de geração de caixa operacional indicado pelo EBITDA. Com isso é possível
entender alguns efeitos da utilização do regime de competência.

5.3.2. Atividade de Investimento


Essa atividade normalmente apresenta consumo de caixa, pois representa os investimentos a longo prazo
realizados pela entidade. Entretanto, venda de ativos de longo prazo irão aparecer como gerando caixa.
Importante verificar se há muita geração de caixa nessa atividade, pois pode estar representando
desinvestimento da empresa.

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5.3.3. Atividade de Financiamento


A geração ou consumo de caixa nessa atividade depende muito da situação da empresa. Caso ela esteja
captando recursos, será positiva. Caso esteja tendo um saldo maior de pagamento de empréstimos e dividendos
do que captando recursos será negativo.

5.3.4. Identificar quem está subsidiando quem


Qual operações estão gerando caixa? Quais estão consumindo? O caixa operacional é suficiente para pagar os
investimentos ou está sendo também obtido recursos de financiamento? Esses financiamentos são de terceiros
ou próprios?
Essas questões precisam ser analisadas conjuntamente para que se possa entender a relação entre as atividades
e verificar quais estão subsidiando quais.

5.4. Concluir sobre a geração de caixa da entidade


A análise conjunta da geração de caixa com a de gestão de prazos permite perceber se já algum impacto da
gestão dos prazos na geração de caixa operacional. Ainda, deve ser observada a relação entre as atividades para
identificar como está, de uma maneira geral, a geração e consumo de caixa da entidade.
Uma análise da evolução do EBITDA e a comparação desse indicador com os da concorrência pode também
indicar como está o potencial de geração de caixa operacional da entidade.

6. Endividamento

6.1. Identificar as dívidas


® Total
® Financeira
® Operacional

6.2. Calcular os índices


® Endividamento
® Alavancagem Financeira
® Perfil do Endividamento
® Dívida Líquida / EBITDA
® Cobertura de Juros
® Cobertura da Dívida
® Custo da dívida

6.3. Analisar os índices


Para a análise do endividamento é necessário identificar variações dos indicadores e quais as contas que
levaram à tais variações. Com isso é possível analisar tanto o endividamento total quanto o endividamento
financeiro. A relação entre as dívidas e o EBITDA, a relação entre os juros e o EBITDA indicam a capacidade de
pagamento da entidade de suas dívidas e respectivos juros. O perfil do endividamento indica se houve
diminuição ou aumento do prazo de endividamento. A evolução do endividamento permite perceber se a
empresa aumentou ou reduziu suas dívidas, o que também deve ser realizado não somente para as dívidas
totais, mas também individualmente para as dívidas operacionais e financeiras.
Na análise do endividamento também deve ser analisado do custo da dívida financeira já líquida do imposto de
renda e contribuição social. Essa análise também é importante na observação do desempenho da empresa.

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6.4. Concluir sobre a situação do endividamento


Na conclusão sobre o endividamento devem ser analisadas não somente o total da dívida, mas também o que
ocorreu com a dívida financeira e dívida operacional. Um aspecto relevante das análises de dívidas é a
verificação da evolução do custo da dívida.

7. Margens

7.1. Calcular as Margens


® Margem Bruta
® Margem EBIT
® Margem EBITDA
® Margem Líquida

7.2. Analisar as Margens


Todas as margens devem ser analisadas não somente com base nas suas variações.
Uma análise completa das margens exige uma análise conjunta das variações das contas que as compõem.
Sendo assim, a análise das margens depende conjuntamente das análises horizontal e vertical sobre os
comportamentos das variáveis tanto no denominador quanto no numerador das fórmulas.

7.2.1. Margem Bruta


Analisar não somente a margem bruta, mas sim a variação da receita líquida em relação à variação do CMV para
se entender qual a razão do comportamento da margem bruta.

7.2.2. Margem EBIT


Analisar não somente a margem EBIT, mas sim a variação da receita líquida em relação às variações,
principalmente, das despesas operacionais. A análise da margem EBIT depende de uma boa análise da margem
bruta, pois a variação da margem bruta impacta na variação da margem EBIT.

7.2.3. Margem EBITDA


Mesmas considerações sobre a margem EBIT, mas incluindo-se uma análise mais detalhada das depreciações e
amortizações.

7.2.4. Margem Líquida


Mesmas considerações, mas incluindo-se uma análise mais detalhada do impacto do resultado financeiro e do
imposto de renda no resultado final. Um aspecto relevante a ser analisado é se as margens EBIT e Líquida
possuem o mesmo sinal, ou seja, se o resultado financeiro e o imposto de renda não estão “consumindo” todo
o EBIT gerado.

7.3. Conclusão Sobre as Margens


Após a análise conjunta desses indicadores e as respectivas contas, apresentar uma conclusão sobre os
principais achados. Importante considerar nessa conclusão não somente as variações dos indicadores, mas,
principalmente, as causas dessas variações que podem ser obtidas da análise das variações das contas
envolvidas.

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8. Rentabilidade

8.1. Calcular para subsidiar o cálculo dos indicadores


® Ativo Líquido (Investimento)
® Lucro do Ativo
® Passivo Financeiro
® Despesa Financeira Líquida

8.2. Calcular os Indicadores


® ROA
® ROE
® ROI
® Kd
® Spread
® Proporção PF/PL
® Contribuição da Alavancagem
® GAF

8.2.1. Cuidado Especial


Na apuração dos indicadores de rentabilidade, sempre utilizar a mesma base. Ou seja, todos eles devem ser
apurados sobre os saldos iniciais, médios ou finais igualmente. Por exemplo, se o ROE é sobre o PL Inicial, ROA,
ROI e Kd devem ser também sobre os saldos iniciais. Se for pelo PL Médio, todos os demais também devem ser
realizados com base no PL Médio. Se isso não for realizado, a anatomia da rentabilidade não dará certo.

8.3. Anatomia da Rentabilidade

8.3.1. ROE
Ao analisar o ROE, muito cuidado com o PL negativo. Ele pode dar uma falsa impressão de bom retorno quando
pode estar simplesmente piorando a situação da empresa. Ainda, buscar verificar juntamente com a análise das
margens e a análise da variação do PL o que mais afetou o ROE.
Ainda, o ROE somente pode ser considerado como sendo o retorno sobre o capital aplicado na empresa, que
está registrado a custo histórico pelo valor que foi de fato aportado e/ou retido. Não pode ser comparado o
lucro líquido com o valor da empresa no mercado para fins de ROE, deve ser sempre o PL contábil.

8.3.2. ROI
Analisar o ROI comparando-o com o ROE. Idealmente, o ROI deve ser inferior ao ROE. Isso será também
importante quando da análise da anatomia da rentabilidade.

8.3.3. Kd e Spread
O custo da dívida deve ser analisado conjuntamente também com o ROI. A comparação dos dois indica o
Spread. Quando o Spread é positivo, a empresa está ganhando dinheiro com recursos de terceiros. Quando o
Spread é negativo, os ativos líquidos (investimento) estão gerando resultado inferior ao custo da dívida, o que
implica que parte do retorno dos ativos que iria para os acionistas estão sendo utilizados para pagar terceiros.

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8.3.4. Proporção PF/PL


Note que essa proporção deve considerar o passivo financeiro sobre o patrimônio líquido, e não o passivo total.
Assim, será evidenciada a proporção de capital de terceiros (financeiro) sobre o capital próprio, demonstrando
uma visão distinta daquela da Alavancagem Financeira mostrada na análise da dívida. Aqui se deve buscar
entender a alavancagem somente pelo ponto de vista do passivo financeiro. Empresas muito alavancadas irão
ter efeitos maiores do Spread. Ou seja, quando maior a alavancagem, mais dinheiro proporcionalmente
ganharão sobre o capital de terceiros (financeiro) se o Spread for positivo. Já se o Spread for negativo, quanto
maior essa proporção, mais a dívida está consumindo retorno dos acionistas.

8.3.5. Equação e GAF


Unir todos os componentes obtendo a equação: ROE = ROI + (ROI – Kd) X (PF/PL). Com isso é possível verificar
o quanto a relação entre o retorno dos investimentos e o custo da dívida está alavancando o retorno dos
acionistas.

8.4. Concluir sobre a Rentabilidade


A conclusão sobre a rentabilidade deve considerar a relação entre o retorno do investimento, custo da dívida,
alavancagem e retorno sobre o patrimônio líquido. Nesse sentido, as análises devem buscar compreender como
está sendo gerado retorno pelo ativo, o quando está sendo consumido pelo custo da dívida e o quanto sobra
para o acionista, observando se a empresa está “ganhando ou perdendo dinheiro com dinheiro dos outros”.

9. Relatório Final

9.1. Resumo da Análise


® Pegar todas as conclusões parciais e resumir
® Buscar relações entre cada uma as análises parciais
® Liquidez X Prazos
® Margens X Rentabilidade
® ROE X Endividamento
® Etc.

9.2. Sugestões de ações para melhoria


Com base no resumo da análise, verificar onde estão os principais problemas e/ou vantagens. Considerando os
principais problemas identificados, buscar apresentar soluções que possam eliminar ou minimizar os problemas
focando na melhoria do desempenho e da situação financeira e patrimonial da empresa analisada.

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RESUMO DOS INDICADORES MAIS RELEVANTES

Liquidez

Liquidez Corrente Ativo Circulante


Passivo Circulante

Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoques


Passivo Circulante

Liquidez Imediata Disponibilidades


Passivo Circulante

CCL Ativo Circulante – Passivo Circulante

Prazos

PMPF (2Fornecedores Inicial + Fornecedores Final ) ×360


Compras

Compras Compras = SF Forn – SI Forn + CMV

PMRE (2Estoques Inicial + Estoques Final ) ×360


|CMV|

PMRV (Contas
2
a Recever Inicial + Contas a Receber Final
) ×360
Receita de Vendas

Ciclo Operacional PMRE + PMRV

Ciclo Financeiro Ciclo Operacional - PMPF

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Margens

Lucro Bruto
Margem Bruta
Receita Líquida

EBIT
Margem EBIT
Receita Líquida

Lucro Líquido
Margem Líquida
Receita Líquida

EBITDA
Margem EBITDA
Receita Líquida

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Análise da Dívida

Ativo Total
Alavancagem Financeira
Passivo Total

Passivo Total
Endividamento
Patrimônio Líquido

Passivo Circulante
Perfil da Dívida
Passivo Total

Passivo Financeiro Emp. e Fin. CP + Emp. e Fin. LP

Passivo Operacional Passivo Total – Passivo Financeiro

Desp. Fin. Líquida Desp. Financeira X (1 - Alíquota IR/CS)

Desp. Fin. Líquida


Custo da Dívida (Kd)
Passivo Financeiro

Dívida Líquida Passivo Financeiro – Caixa e Equivalentes de Caixa

Desp. Financeira
Cobertura de Juros
EBITDA

Passivo Financeiro
Cobertura da Dívida
EBITDA

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Análise da Rentabilidade

Lucro Líquido
ROE (s/ PL Inicial)
PL Inicial

Lucro Líquido
ROE (s/ PL Final)
PL Final

Lucro Líquido
ROE (s/ PL Médio)
(PL Inicial+PL Final
2 )
Lucro Líquido
ROA
Ativo Total

Investimentos Ativo Total – Passivo Operacional

Lucro dos Investimentos Lucro Líquido - |Desp. Fin. Líquida|

Lucro dos Investimentos


ROIC (s/ Inv. Final)
Investimentos

Spread ROI - Kd

Proporção Capital de Terceiros PF/PL


versus Capital Próprio

Contribuição da Alavancagem Spread X P/PL

ROE s/ PL Final = ROI + Contribuição da Alavancagem


Anatomia da Rentabilidade
(ROE s/ PL Final)
ROE = ROI + [ (ROI – Kd) X (P/PL)]

Grau de Alavancagem ROE


Financeira (GAF) ROI
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