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INTRODUÇÃO
A ocupação e o uso dos Cerrados no Brasil, nas três últimas décadas, focaram-se na
expansão da fronteira agrícola para a produção de grãos destinados à exportação,
especialmente a soja, implementada através do desmatamento generalizado, da mecanização
intensiva, do uso em grande quantidade de insumos químicos e da baixa utilização de mão-de-
obra (AGUIAR, MONTEIRO, 2005).
Desse modo, percebe que as áreas de plantio de soja têm potencial crescimento
espacial, e não existe meio melhor para controle de toda essa extensão que a utilização das
técnicas de geoprocessamento ligadas ao sensoriamento remoto, pois origina subsídios para
monitoramento agrícola, permitindo maior agilidade em processos como estimativa do
rendimento e da área cultivada. Uma das técnicas para monitoramento da cultura é a dinâmica
espectral, determinada por mensurações da quantidade e do vigor da vegetação, denominados
índices de vegetação (IV), os quais são valores de refletância de combinações de diferentes
bandas do espectro eletromagnético que possuem relação com estado da vegetação.
Á área proposta para este estudo está localizada no município de Monte Alegre do
Piauí (Figura I) no Piauí que se encontra na mesorregião sudoeste piauiense, na microrregião
Alto Médio Gurguéia. Fazendo fronteira com os municípios Gilbués, Bom Jesus, Redenção do
Gurguéia e Riacho Frio (IBGE, 2021).
METODOLOGIA
Nesse trabalho foram utilizados dados da coleção 7.0 do MapBiomas para os anos de
2000, 2010 e 2020, as classes temáticas mapeadas foram: formação florestal, formação
savânica, campo alagado e área pantanosa, formação campestre, pastagem, mosaico de
agricultura e pastagem, área urbanizada, outras áreas não vegetadas, afloramento rochosos,
corpos d’água, soja, outras lavouras temporárias e Algodão com resolução espacial de
30mx30m. As imagens foram adquiridas de maneira gratuita no pelo MapBiomas através do
google Earth Engine usando o código fornecido por eles, chamado “MapBiomas User Toolkit
1.11.0”[1], e processadas no QGIS 3.16 para geração cartográfica e tratamento dos dados.
Figura III
Figura IV
Utilizando percepção visual já se percebe uma grande mudança de 2000 para 2010,
mostrando que nesse período teve um grande investimento na área e uma grande crescimento
na produção de soja da região. Agora de 2010 para 2020 não se percebe uma mudança tão
grande, porém elas aconteceram. Utilizando o QGIS para obter as áreas em hectares podemos
analisar melhor os dados e comparar os dados dos outros anos como mostra a Tabela I com os
dados do estudo em hectares.
Tabela I
Rio, Outras
Formação Formação Formação
Lago e Lavouras Algodão
Ano Savânica Florestal Soja (ha) Campestre
Oceano Temporárias (ha)
(ha) (ha) (ha)
(ha) (ha)
2000 642,51 198640 8552,39 712,41 10295,8 543,7 0
2010 482,58 182757 7783,21 11083,4 10196,9 3339,11 57,88
2020 291,17 169840 8682,65 24719,5 9881,96 1347,73 4,94
Campo
Outras
Mosaico Alagado Área Afloramento
Áreas não Pastagem
Ano de Usos e Área Urbanizada Rochoso
Vegetadas (ha)
(ha) Pantanosa (ha) (ha)
(ha)
(ha)
2000 11672,8 8209,08 323,26 70,16 2270,92 226,03
2010 15748 8422,84 306,07 82,76 1671,69 226,82
2020 13539,8 7980,71 467,8 86,64 5090,54 225,5
Desse modo, com relação a soja temos que em 2000 tinha um total de 712 hectares
utilizados, já em 2010 já temos um crescimento para 11.083 hectares, mais de quinze vezes
mais terra sendo usada do que em relação a 2000, e em 2020 temos 24.719 hectares mostrando
um outro crescimento acentuado que pode ser percebido pelos mapas, no entanto, usando o
sensoriamento remoto pode ser estudado com mais clareza, fazendo os mais diversos estudo
espaciais temporais da região, com isso em vista foi criado o gráfico I para mostrar com mais
clareza as visual as quantidades em hectares de cada classe temática.
200000
100000
0
2000 2010 2020
Observando o gráfico ainda dá pra perceber outras mudanças que ocorreram com o
tempo, como por exemplo a formação savânica diminuiu de 198.639 hectares em 2000 para
182.757 hectares em 2010 e depois para 169.839 hectares em 2020, provavelmente devido ao
crescimento da área de plantio de soja e outros fatores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que a soja vem ganhando cada vez mais espaço na região sudoeste
piauiense, por ser uma planta muito rentável e que tem vários usos, se tornando muito útil.
Porém, tem que se observar as questões ambientais, exigindo sempre do IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que é uma instituição de
excelência para o cumprimento de seus objetivos institucionais relativos ao licenciamento
ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à
fiscalização, monitoramento e controle ambiental, use das ferramentas do sensoriamento
remoto para que essa crescente expansão não evolua a um desastre ambiental.
BLANCO, I. B.; PALUDO, A.; JOHANN, J. A.; ROSA, H. A.; BECKER, W. R.; SILVA, L.
C. A.; MOURA, V.; JACOB, N. Perfil temporal EVI/MODIS para monitoramento da
soja em propriedades do oeste paraná. Anais do XIX Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto. INPE-Santo-SP. 2019.
[1] MAPBIOMAS. MapBiomas User Toolkit 1.11.0. Google Earth Engine. 2022. Disponível
em: <https://code.earthengine.google.com/8d135f63edfbdab08b3aaf3314b63f5f> Acessado
em: 20/09/2022.