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Nome: Gênesis Meneses

Tema: Impasses éticos no uso da inteligência artificial

No desenho japonês “Naruto”, o genjutsu é uma técnica utilizada para confundir,


assustar ou iludir o inimigo. Fora da ficção, as tecnologias de inteligência artificial (IA)
têm grande poder de influência sobre o internauta e, caso sejam manipuladas sem ética,
são capazes de enganar o usuário, assim como o genjutsu faz com os inimigos do
detentor da técnica. Nesse prisma, é possível encontrar alguns impasses éticos sobre o
uso das IAs, como a proliferação massiva de notícias falsas e o abuso de coleta de
informações do usuário.
Em primeira análise, é importante ressaltar que a proliferação massiva de
informações falsas foi possível graças à internet. Nesse sentido, é interessante destacar a
facilidade das IAs em passar por adaptações que atendam ao objetivo do usuário. Sendo
assim, pessoas mal-intencionadas com acesso a essa ferramenta têm o potencial de
causar estragos significantes para uma parcela da sociedade. Segundo o sociólogo
Manuel Castells, no mundo atual, as pessoas não vivem na realidade virtual, mas sim na
virtualidade real. Sob essa perspectiva, a virtualidade real citada por Castells obriga a
sociedade a se adaptar a todos os aspectos advindos da evolução tecnológica.
Em segunda análise, é preciso salientar que o uso de inteligência artificial também
facilita o abuso na coleta informações do usuário. Assim, as empresas de aplicativos e
redes sociais conseguem automatizar o processo de coleta e compartilhamento de dados,
o mapeamento do nicho virtual do indivíduo e a manipulação do comportamento deste.
De acordo com o filósofo francês Gilles Lipovetsky, a hipermodernidade é caracterizada
pela aceleração do tempo e fragmentação das experiências. Sob essa óptica, tal
hipermodernidade é estabelecida graças à manipulação do comportamento do usuário,
que pode ser ampliado pela IA.
Fica evidente, portanto, a necessidade de uma tomada de medidas que resolvam essa
problemática. Para isso, o Estado, responsável por garantir os direitos do cidadão, deve
regulamentar o uso de inteligência artificial, através de códigos que impeçam a
ferramenta de criar arquivos de mídia mentirosos, com o objetivo de impedir a
proliferação massiva de notícias falsas com auxílio de IA. Além disso, o Estado também
deve investir na fiscalização de aplicativos e redes sociais, a fim de evitar possíveis
abusos de coleta de informações do usuário. Sendo assim, a sociedade brasileira
utilizará a inteligência artificial de forma ética e não será iludida por genjutsu.

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