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Ae gf10 Ban Exe 19
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DOSSIÊ DO PROFESSOR
Grupo XIX
O campo magnético terreste, CMT, é variável no tempo e no espaço e resulta da conjugação de três
fontes geradoras: o núcleo, a crusta e a própria magnetosfera.
A SAMA (South Atlantic Magnetic Anomaly) é uma anomalia magnética que se regista no Atlântico Sul.
Em 2009, G. A. Hartmann e I. G. Pacca, investigadores da Universidade de S. Paulo, Brasil, publicaram um
artigo sobre esta anomalia.
De acordo com os dados recolhidos por estes investigadores, a SAMA é uma área em que a intensidade
magnética é cerca de metade da esperada para regiões a esta latitude. Medições geomagnéticas revelam
que, na geosfera, as intensidades mais elevadas se localizam nos pólos, sendo aí da ordem dos 60 x 10 3 nT
(nanoTesla, unidade de intensidade do campo magnético terrestre utilizada em Geofísica) e as mais baixas
ao nível do equador, na ordem dos 30,5 x 103 nT.
Qual a causa desta anomalia? E quais as suas consequências?
A morfologia e a localização desta anomalia (figura 1), bem como a variação ao longo do tempo da
intensidade do campo geomagnético a ela associado (tabela 1) resultam de processos magnetodinâmicos
que ocorrem no núcleo externo da Terra. Segundo Hartmann e Pacca, a SAMA pode estar relacionada com
a inversão de fluxos no núcleo externo, sob a região do Atlântico Sul, ao nível da fronteira manto núcleo, isto
é, na CMB (core-mantle boundary). Atualmente, a América do Sul está praticamente toda abrangida pela
SAMA, cujo centro se localiza no Paraguai.
As áreas geomagnéticas de muito baixa intensidade comportam-se como janelas na tela magnética que
protege a Terra do fluxo de partículas solares. Consequentemente, nestas regiões há maior probabilidade de
ocorrerem interferências ao nível das comunicações via rádio e satélite, assim como problemas no processo
de transmissão de energia elétrica.
Segundo Hartmann e Pacca, uma melhor compreensão deste e de outros fenómenos magnéticos só será
possível através do aprofundamento do conhecimento do geomagnetismo e da interação dinâmica que se
estabelece na CMB, isto é, na fronteira manto-núcleo.
Tal como no Atlântico Sul, em zonas continentais também se registam intensas anomalias magnéticas. É
o caso de Kursk, na Rússia, à latitude de 51°, onde se concentram 3/5 das reservas de minério de ferro
conhecidas neste país, quase 4% das reservas comprovadas do planeta. O magnetismo anormalmente
elevado desta região foi detetado pela primeira vez por geógrafos russos em 1770; no entanto, o primeiro
poço para a extração de minério de ferro foi aberto somente em 1923.
Adaptado de: HARTMANN e PACCA, Time evolution of the South Atlantic Magnetic Anomaly,
Anais da Academia Brasileira de Ciências (2009) 81(2): 243-255.
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Figura 1 – SAMA entre 1950 e 2005, por aplicação de modelos teóricos, antes de 1840, e por medição direta da intensidade
magnética, após 1840. O triângulo vermelho representa o centro da SAMA (Hartmann e I. G. Pacca, 2009).
Tabela 1
Registo da variação da intensidade magnética no centro da SAMA (nT/ano)
Ano nT
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5. As afirmações seguintes são relativas à caracterização da SAMA. Selecione a alternativa que as avalia
corretamente.
I. A área da superfície da geosfera abrangida pela SAMA tem vindo a aumentar.
II. A SAMA é uma consequência das correntes de convecção do núcleo externo.
III. O índice de absorção de protões, eletrões e neutrões na área abrangida pela SAMA é inferior ao de
outras localidades da superfície da geosfera à mesma latitude.
6. Entre as margens continentais do Atlântico Norte também se registam anomalias magnéticas devido
(A) à densidade da crusta oceânica.
(B) à polaridade do campo magnético ao longo do tempo.
(C) ao elevado teor de ferro e de magnésio do manto.
(D) à expansão dos seus fundos oceânicos a partir do rifte.
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