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BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeoFOCO 10

DOSSIÊ DO PROFESSOR

Grupo XVII

Três satélites gémeos, lançados em 2013 pela Agência Espacial Europeia (ESA), no âmbito da missão
Swarm, têm observado o campo magnético terrestre nos últimos três anos (figura 1). Com os dados
recolhidos por esta missão espacial, a ESA elabora modelos do campo geomagnético que permitem
identificar fenómenos que ocorrem no interior da Terra (figura 2). A compilação destes dados permitiu uma
descoberta surpreendente: a cerca de 3000 km de profundidade, sob a Sibéria e o Alasca, está a correr um
rio de ferro líquido.

Este rio tem cerca de 420 km de largura, estende-se por 7000 km de comprimento e é provável que atinja
os 5000 km de profundidade. A sua velocidade estimada é de 5 m/hora e terá triplicado nos últimos 15 anos.
Esta corrente pode parecer muito lenta “mas nunca vimos nada mover-se tão depressa no interior da Terra”,
sublinha Christopher Finlay “e pode ser importante no dínamo que gera o campo magnético da Terra.
Também pode estar a causar mudanças na taxa de rotação do núcleo interno da Terra”.

Para a formação do campo magnético terrestre contribuem várias fontes: o núcleo externo, rochas
magnetizadas presentes na crusta terrestre e a ionosfera, uma das camadas exteriores da atmosfera. “As
medições precisas dos satélites da constelação Swarm vão permitir separar as diferentes fontes de
magnetismo, tornando mais claro o contributo do núcleo”, explica a ESA.

“É provável que haja mais surpresas”, antevê Rune Floberghagen, responsável da ESA pela missão
Swarm. “O campo magnético está sempre a mudar, o que até pode levar a corrente de ferro derretido a
mudar de direção.”
Adaptado de:
Jornal Público [https://www.publico.pt/2016/12/27/ciencia/noticia/ha-um-rio-de-ferro-que-corre-cada-vez-mais-depressa-no-interior-da-
terra-1756178]
Livermore, P., Hollerbach, R. & Finlay, C. An accelerating high-latitude jet in Earth’s core. Nature Geoscience.

Figura 1 – Ilustração da corrente de ferro fluido e da órbita dos satélites que a identificou (ESA).

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Figura 2 – Modelo geomagnético da Terra registado entre janeiro e junho de 2014 (missão Swarm, ESA).
Unidade de medida da intensidade do campo geomagnético – nanoTesla (nT)

1. Os satélites Swarm constituem um método ________ da estrutura interna da geosfera.


(A) geoquímico de estudo direto
(B) geofísico de estudo indireto
(C) geoquímico de estudo indireto
(D) geofísico de estudo direto

2. Admite-se que o núcleo terrestre é principalmente constituído por ferro porque


(A) a recolha e análise geoquímica de amostras de magmas provenientes do núcleo confirmam esta
hipótese.
(B) a aceleração da gravidade na superfície da geosfera varia na razão inversa da sua densidade.
(C) o comportamento das ondas sísmicas internas S na transição manto-núcleo confirma esta
composição.
(D) a comparação entre a densidade média da geosfera e a da crusta permite deduzir a existência no
seu interior de materiais com densidade compatível com a do ferro.

3. Classifique como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações relativas ao campo magnético


terreste.
(A) A magnetosfera localiza-se entre as descontinuidades de Gutenberg e Lehmann.
(B) O campo geomagnético é um escudo que protege a Terra da radiação cósmica e das partículas
eletricamente carregadas emitidas pelo Sol.
(C) O registo paleomagnético da crusta oceânica relativamente ao rifte apoia as Hipóteses da
Expansão dos Fundos Oceânicos (Hess) e Deriva Continental (Wegener).
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(D) A inversão dos pólos geomagnéticos e geográficos ocorre ciclicamente ao longo do tempo
geológico.
(E) De acordo com os dados da missão Swarm, o aumento da intensidade do campo magnético numa
determinada região do globo permite inferir um aumento da intensidade do fluxo de material no núcleo
externo sob essa região.
(F) Na litosfera existem rochas com minerais magnéticos na sua composição – como a magnetite, a
pirrotite e o quartzo – que preservam a direção do campo geomagnético vigente aquando da sua
formação.
(G) Entre janeiro e junho de 2014, a intensidade do campo geomagnético em Portugal Continental e
nos Arquipélago dos Açores foi de cerca de 44 000 nT e menor no Arquipélago da Madeira.
(H) O campo magnético terrestre protege a Terra de forma homogénea.

4. As anomalias magnéticas
(A) constituem uma evidência indireta da inversão da polaridade do campo magnético terrestre ao
longo do tempo geológico.
(B) positivas ocorrem em zonas geológicas que se formaram em período de polaridade inversa.
(C) negativas ocorrem em zonas geológicas que se formaram em período de polaridade normal.
(D) ocorrem nos pólos magnéticos da geosfera, pois são zonas de fraqueza do campo magnético,
formando auroras polares.

5. Explique o contributo do núcleo externo para a formação do campo magnético terrestre.

6. Uma forma de tratamento de resíduos nucleares consiste na sua colocação no interior de contentores
metálicos, rodeados por uma estrutura em betão, e o seu armazenamento em depósitos geológicos a
grandes profundidades, em zonas de baixo risco de acidentes por longos períodos de tempo. O
armazenamento ilegal destes contentores é atualmente considerado um crime ambiental. Explique por
que razão missões como a Swarm poderão, no futuro, realizar vigilância ambiental no âmbito do
armazenamento ilegal de resíduos nucleares de elevada toxicidade.

7. Para a definição dos modelos físico e químico da estrutura interna da Terra concorrem diversas áreas
científicas. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas às diferentes camadas estruturais da
geosfera expressas na coluna A, à respetiva designação, que consta na coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Constituída fundamentalmente por minerais ferromagnesianos e silicatos 1. Crusta continental


de alumínio e de magnésio.
2. Crusta oceânica
(b) Desvia a trajetória das ondas sísmicas internas diretas originando zonas
3. Litosfera
de sombra sísmica.
4. Astenosfera
(c) A sua temperatura atinge valores da ordem dos 7000 ºC.
5. Manto
(d) As complexas reações químicas que ocorrem a esta profundidade
6. Núcleo externo
estarão na origem da formação das plumas térmicas.
7. Núcleo interno
(e) Corresponde a cerca de 83% do volume da geosfera e 67% de sua
massa. 8. Camada D’’

8. Dados da astrogeologia permitem inferir


(A) a composição do núcleo através da análise de meteoritos pétreos.
(B) a composição do manto através da análise de meteoritos férricos.
(C) o estado físico das camadas que constituem o interior da geosfera.
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(D) a composição química das camadas que constituem o interior da geosfera.

9. As zonas mais profundas das bacias oceânicas são


(A) as planícies abissais, afirmação apoiada pelas anomalias gravimétricas negativas a elas
associadas.
(B) os taludes continentais, afirmação apoiada pelas anomalias gravimétricas a eles apositivas
associadas.
(C) as fossas oceânicas, afirmação apoiada pelas anomalias gravimétricas negativas a elas
associadas.
(D) os cumes da dorsal médio-oceânica, afirmação apoiada pelas anomalias gravimétricas positivas a
eles associadas.

10. A geodinâmica interna e a externa modelam a geosfera desde a sua formação até à atualidade. São
considerados, respetivamente, agentes modeladores internos e externos da geosfera
(A) a erosão e o intemperismo.
(B) os glaciares e o vento.
(C) o vulcanismo e o tectonismo.
(D) o tectonismo e o intemperismo.

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