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Gestacional

Partograma

DR MACIEL COSTA DA SILVA | Ginecologia e Obstetrícia | @grupofeminine


OBJETIVOS
• Definição e aplicabilidade do partograma
• Diagnóstico da fase ativa do trabalho de parto
• Evidências sobre benefício da aplicação de partograma
• Princípios do partograma
• Representação gráfica do trabalho de parto no partograma
• Curvas contemporâneas de duração do trabalho de parto
O que é partograma?
É a representação gráfica da evolução do trabalho de parto

Através da sua marcação podemos identificar alterações no trabalho de parto e instituir o


tratamento adequado.
Existe evidência científica (nível A) do valor da utilização do partograma na condução do
trabalho de parto.
Qual sua utilidade?
◦ Acompanhar a evolução do trabalho de parto

◦ Documentar o trabalho de parto

◦ Diagnosticar alterações no trabalho de parto

◦ Indicar a tomada de condutas apropriadas

◦ Evitar intervenções desnecessárias

◦ Serve para proteção legal do profissional


Informações presentes no
partograma:
o Identificação da paciente, data e horário do inicio do trabalho de parto
o Dilatação do colo uterino
o Altura do feto
o Apresentação fetal
o Variedade de posição
o Contratilidade uterina
o Bem estar fetal
o Integridade da bolsa amniótica
o Intervenções realizadas
Quando começar a marcação?
• Quando for diagnosticado o trabalho de parto fase ativa

• Se não se tem certeza sobre a fase do trabalho de parto que a paciente esta, pode aguardar
algumas horas para iniciar.

• Partograma iniciado na fase latente do trabalho de parto aponta uma falsa evolução insatisfatória
do trabalho de parto.
Fase latente x fase ativa
o LATENTE
o Contrações irregulares
o Pouca ou nenhuma dilatação
o Pode durar até 20 horas

o ATIVA
o Contrações frequentes, de forte intensidade, durando mais que 40 segundos.
o Maior dilatação. Segundo as novas recomendações da OMS, inicia-se o partograma acima de 5
cm.
Partograma
•Curva contemporânea

•Os dados de Friedman são antigos e não refletem necessariamente o padrão “normal” de
evolução do TP. (Zhang, 2010)

•Cerca de 50% das mulheres não dilatam 1cm/hora até alcançarem 5-6cm.

• Padrão de evolução diferente pode ser usado para definir fase ativa.

•Em estudo prospectivo recente, a OMS indica 5cm como definidor de fase ativa. (OMS,
2018)

•O uso da linha de alerta é pobre para detecção de desfechos adversos e não deve ser
utilizado (Souza et al, 2018)
Como preencher:
o Cada coluna representa uma hora e cada linha representa um centímetro.
o As marcações devem acontecer de hora em hora.
o A ordenada a esquerda tem a marcação da dilatação, que convencionou-se marcar com
um X ou com um triângulo.
o A ordenada da direita mostra os planos de De Lee, que marcamos com um círculo.
o Inicia-se o partograma marcando a dilatação na coluna anterior a da linha de alerta.
Linha de alerta ->

<- Linha de ação


-3
-2
-1
0
+1
+2
+3
+4

00/00/0000
13 14 15 16 1718 19 20
Movimento para a direita da linha de alerta: necessidade de maior vigilância
Linha de ação: ponto crítico – decisão específica de conduta deve ser tomada.
✓C O R R E T A M E N T E
PREENCHIDO
✓ PARTO EUTÓCICO
Dilatação cervical

28/09/2020
Plano de De Lee

28/09/2020
I
Interpretação do Partograma
A interpretação é simples, mas depende da compreensão dos eventos que ocorrem durante
a evolução do parto.
Taxa normal de dilatação é cerca de 1,5cm/h
Se a dilatação for menor que 1cm/h as marcações vão se aproximar a “linha de alerta”

Linha de alerta = necessidade de maior observação clínica

Se houver parada ou atraso maior da dilatação , as marcações irão ultrapassar a “linha de


ação”.

Linha de ação = necessidade de correção de um problema (não necessariamente


cesariana).
DISTÓCIAS DO PARTO:
o Fase ativa prolongada
o Parada secundária da dilatação
o Período pélvico prolongado
o Parada secundária da descida
o Parto taquitócito
Fase ativa prolongada:
o Dilatação cervical menor que 1cm/h
o Ultrapassa a linha de alerta
o Geralmente causa motora
o Recomenda-se banho terapêutico, exercícios na bola, deambulação
o Pode ser necessário o uso de ocitocina ou amniorrexe artificial
9 - AM
CÉRVICODILATAÇÃO (cm)
8 -3

7 -2

6 -1

5 0

4 +1

3 +2

2 +3

1 +4
+5
2 4 6 8 10 12 Tempo (horas)
Parada secundária da dilatação:
o Dilatação cervical mantida, diagnosticadas por dois toques sucessivos, com intervalo de
duas horas, em paciente na fase ativa do trabalho de parto
o Pode ser causado por uma desproporção céfalo pélvica (DCP) ou alteração da
apresentação fetal.
o Grande associação com sofrimento fetal
- AM
CÉRVICODILATAÇÃO (cm)

9
8 -3

7 -2

6 -1

5 0

4 +1

3 +2

2 +3

1 +4
+5
2 4 6 8 10 12 Tempo
(horas)
Período pélvico prolongado:
o Descida progressiva, mas excessivamente lenta no período expulsivo.
o Geralmente causa motora
o Uso de ocitocina ou amniorrexe articial
o Preferir posição verticalizada
9 - AM

-3
8
CÉRVICODILATAÇÃO (cm)

7 -2

6 -1

5 0

4 +1

3 +2

2 +3

1 +4

+5
2 4 6 8 10 12 Tempo (horas)
Parada secundária da descida
o Diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de uma hora, após dilatação
completa.
o É a parada da descida fetal por pelo menos uma hora após atingir a dilatação completa.
o Causas: DCP ou alteração da posição fetal
o Ocitocina, amniorrexe artificial
o É possível aplicação de fórceps dependendo da variedade de posição.
- AM
CÉRVICODILATAÇÃO (cm)
9
8 -3

7 -2

6 -1

5 0

4 +1

3 +2

2 +3

1 +4
+5
2 4 6 8 10 12 Tempo
(horas)
Parto taquitócito ou preciptado
o Dilatação, descida e expulsão do feto em um período de quatro horas ou menos.
o Esta associado a taquissistolia
o Associado a sofrimento fetal
o Maior chance de laceração de trajeto
9 - AM
CÉRVICODILATAÇÃO (cm)

8 -3

7 -2

6 -1

5 0

4 +1

3 +2

2 +3

1 +4
+5
2 4 6 8 10 12 Tempo
(horas)
Muito Obrigado!
Referências bibliográficas
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde.
Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério:
assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde,
Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2001
• WHO - World Health Organization. WHO recommendations:
intrapartum care for a positive childbirth experience, 2018.
• Friedman EA. Classic pages in Obstetrics and Gynecology. The
graphic analysis of labor. Emanuel A. Friedman. Am J Obstet
Gynecol. 1978 Dec 1;132(7):8223. PubMed PMID: 362927

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