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FACULDADE DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA - FAM


BACHARELADO EM PSICOLOGIA

JÉSSICA CRISTINA LOBATO DOS SANTOS


SINARA MARIA DOS SANTOS TORRES

RELATÓRIO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO I

Abaetetuba/PA
2023
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FACULDADE DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA - FAM

JÉSSICA CRISTINA LOBATO DOS SANTOS


SINARA MARIA DOS SANTOS TORRES

RELATÓRIO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO I

Relatório apresentado para a obtenção


de nota parcial na disciplina de Teorias e
Técnicas Psicoterápicas I Análise do
Comportamento a graduação em Psicologia,
da Faculdade de Educação e Tecnologia da
Amazônia - FAM, ministrada pelo professor
José Vitor.

Abaetetuba/PA
2023
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4
2. MÉTODO .................................................................................................................... 5
2.1 Sujeito .............................................................................................................. 5

2.2 Equipamento .................................................................................................... 5

2.3 Procedimentos ................................................................................................. 5

2.3.1 Observação do nível operante ............................................................ 5


2.3.2 Treino ao comedouro .......................................................................... 5
2.3.3 Modelagem .......................................................................................... 6
3. RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................... 6
4. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 12
5. REFERNCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 13
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1. INTRODUÇÃO

Os estudos do Behaviorismo iniciaram-se no século XIX, a partir da


publicação de um trabalho do psicólogo John B. Watson, intitulado “A Psicologia
como um behavorista a vê”. Watson defendia o behaviorismo metodológico, que
defende a ideia de que o homem é o produto do meio. Depois de Watson, o
behaviorismo tomou o caminho de Skinner que ficou conhecido e foi denominado
por ele mesmo como behaviorismo radical.
Skinner, diferentemente de Watson, defendia que o homem não é totalmente
passível ao ambiente e seus comportamentos eram influenciados por suas
consequências. Aqueles comportamentos cujas consequências eram reforçadoras
tinham mais probabilidades de voltar a ocorrer do que aqueles comportamentos que
eram punidos. Nesse sentido, entende-se que os principais tipos de Behaviorismo
são o Behaviorismo metodológico, influenciado pelo trabalho Watson, e o
Behaviorismo radical, que foi iniciado por Skinner.
O Behaviorismo metodológico, defendido por Watson, traz a ideia de que o
homem é o produto do meio. Essa abordagem defende que o comportamento pode
ser previsível e controlado a partir de estímulos, se opõe ao mentalismo, nesse
sentido, a psicologia deveria ter como objeto de estudo o comportamento
observável, pois somente estes eram passíveis de serem estudados cientificamente,
Watson de início rejeitava qualquer menção a mente como objeto de estudo, pois
dizia que mensurar tais conceitos levaria a psicologia a um status de misticismo.
O Behaviorismo radical, corrente comportamentalista de Skinner, surgiu em
oposição ao metodológico. Considera-se que os comportamentos observáveis eram
manifestações externas de processos mentais invisíveis, como o autocontrole, o
pensamento, entre outros, para ele o comportamento não é consequência do livre
arbítrio, mas sim das consequências dos seus atos, sejam positivos ou negativos.
De acordo com Skinner, aprendemos comportamentos por meio da modelagem sem
precisarmos usar de punições.
A modelagem é qualquer modificação de alguma propriedade da resposta por
meio do reforçamento diferencial. Ou seja, existem uma série de passos que vão
desde o desempenho inicial até o desempenho final. Sendo assim, a modelagem é
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uma das estratégias utilizadas para reforçar as aproximações sucessivas tendo


como objetivo ensinar um comportamento ou habilidade específica.

2. MÉTODO

2.1 Sujeito

Um rato virtual (Snifffy)

2.2 Equipamento

Um computador (utilizando o programa Sniffy Pro), caneta e lápis, um


cronômetro e 4 folhas de registro.

2.3 Procedimentos

Os procedimentos feitos foram: (1) observação do nível operante, (2) treino ao


comedouro, (3) modelagem (pressão à barra)

2.3.1 Observação do nível operante

No procedimento de observação do nível operante, ocorrido no dia 20 de


outubro com início às 20h40 e término às 21h, foi feita a observação dos
comportamentos do sujeito experimental e feito registrado dos mesmos a cada
minuto. Os comportamentos a serem registrados e observados eram os de farejar,
limpar-se, levantar, e pressionar a barra.

2.3.2 Treino ao comedouro

Feito no dia 24 de outubro tendo início às 21h10 com término às 21h25, feito
após a observação do comportamento do sujeito em seu nível operante. O
procedimento foi registrado por minuto. Era liberada a comida toda vez que o sujeito
experimental estivesse de frente ou próximo ao comedouro. Foi acompanhado e
registrado o número de vezes que disponibilizamos a pelota de alimento a cada
minuto, bem como a resposta de comer do sujeito.
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2.3.3 Modelagem

Procedimento feito no dia 21 de novembro tendo início às 20h20 e término às


20h50. A modelagem foi feita através de reforços, sempre com aproximações
sucessivas. Durante todo o procedimento foram observados e registrados todos os
comportamentos referentes as aproximações sucessivas a cada minuto. Foi
reforçado todo o comportamento de se levantar e farejar próximo ao comedouro até
este comportamento ter uma alta considerável na frequência. Após o aumento da
frequência do comportamento, esperamos ele apertar a barra quatro vezes
consecutivas para iniciar a próxima atividade. Posteriormente, das 21h às 21h30 do
mesmo dia, paramos de reforçar e começamos a registrar somente quando o sujeito
pressionava a barra por conta própria, sem intervirmos.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

De início foi observado o sujeito em seu nível operante com a intenção de


registrar quais comportamentos ele apresentava. O experimento durou 20 (vinte)
minutos A figura 1 e a tabela 1 mostram os comportamentos observados a cada
minuto durante o experimento.
Figura 1: Observação no nível operante.

OBSERVAÇÃO DO NÍVEL OPERANTE


14

12

10
FREQUÊNCIA

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
MINUTOS

PRESSIONAR FAREJAR LEVANTAR LIMPAR-SE


7

Tabela 1: Observação no nível operante.


MINUTOS PRESSIONAR FAREJAR LEVANTAR- LIMPAR-SE
A BARRA SE
1 0 8 7 5
2 0 8 1 4
3 0 5 5 5
4 0 5 4 4
5 0 8 7 4
6 0 6 2 6
7 0 9 4 10
8 0 10 3 9
9 0 9 3 7
10 0 9 4 7
11 0 10 7 5
12 0 12 3 9
13 0 7 2 4
14 0 8 2 11
15 0 7 3 4
16 0 6 4 5
17 0 7 5 5
18 0 6 8 5
19 0 7 4 5
20 0 6 2 5

Foi observado que o sujeito experimental pressionou a barra 0 (zero) vezes,


farejou 153 (cento e cinquenta e três) vezes, levantou-se 80 (oitenta) vezes e
limpou-se 119 (cento e dezenove) vezes.
Após a observação do nível operante iniciamos o experimento de treino ao
comedouro com a finalidade de o rato associar que ao pressionar a barra a comida
seria liberada. O experimento teve a duração de 15 (quinze minutos. Na figura 2 e
na tabela 2 são mostrados o número de vezes, por minutos, que foi reforçado liberar
8

a comida quando o sujeito se aproximava do comedouro e quantas vezes ele teve a


resposta de comer.

Figura 2: Treino ao comedouro.

TREINO AO COMEDOURO
20
18
16
14
FREQUÊNCIA

12
10
8
6
4
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
MINUTOS

Reforço Resposta de comer

Tabela 2: Treino ao comedouro.


MINUTOS REFORÇO RESPOSTA DE COMER
1 9 9
2 12 12
3 13 13
4 4 5
5 7 6
6 8 9
7 11 10
8 11 11
9 14 14
10 12 12
11 11 10
9

12 17 15
13 13 15
14 16 18
15 16 18

Como mostrado na tabela e na figura, nessa etapa reforçamos o


comportamento de fora sucessiva, nesse caso, todas as vezes que o rato se
aproximava do comedouro era liberada comida. Registramos 174 (cento e setenta e
quatro) reforços e 177 (cento e setenta e sete) respostas de comer do sujeito. O
próximo passo, a modelagem, feita após essa etapa, para que o rato aprendesse o
comportamento de pressionar a barra para ganhar alimento com reforços através de
aproximações sucessivas. Este procedimento teve a duração de 60 (sessenta)
minutos dividido em duas etapas, na primeira etapa registramos sempre que o
sujeito se levantava e farejava próximo ao comedouro e liberávamos comida diante
desses comportamentos. Esse procedimento durou 30 minutos, sendo que o
objetivo era ele pressionar a barra 4 (quatro) vezes consecutivas por conta própria.
Posteriormente, observamos ele por mais 30 minutos e registramos todas as
vezes que ele pressionava a barra sozinho, até que ele conseguisse atingir por
completo a etapa de modelagem. A figura 3 juntamente com a tabela 3 mostram os
comportamentos apresentados pelo sujeito durante o experimento.

Figura 3: Modelagem.
10

Modelagem
18
16
14
12
FREQUÊNCIA

10
8
6
4
2
0
1
3
5
7
9

13

33
35

55
11

15
17
19
21
23
25
27
29
31

37
39
41
43
45
47
49
51
53

57
59
MINUTOS

FAREJAR LEVANTAR PRESSIONAR

Tabela 3: Modelagem.
MINUTOS FAREJAR LEVANTAR PRESSIONAR
1 10 2 0
2 4 1 0
3 3 1 0
4 5 2 0
5 3 0 0
6 3 0 0
7 1 0 0
8 2 1 0
9 3 0 0
10 0 0 0
11 1 0 0
12 1 0 0
13 3 2 0
14 4 0 0
15 2 2 0
16 2 3 0
17 1 3 0
11

18 5 0 0
19 4 5 0
20 10 2 0
21 5 1 0
22 6 2 0
23 4 3 0
24 3 0 1
25 2 2 0
26 2 1 1
27 5 1 0
28 8 1 1
29 4 1 0
30 4 2 4
31 1
32 3
33 2
34 0
35 5
36 5
37 8
38 5
39 12
40 3
41 12
42 5
43 10
44 14
45 14
46 12
47 10
48 12
49 15
50 15
12

51 12
52 12
53 10
54 16
55 17
56 17
57 17
58 16
59 14
60 16

No primeiro momento, foi registrado todas as vezes que o sujeito se levanta e


fareja próximo ao comedouro, e aliado a isso, foi reforçado essas aproximações
durante os primeiros trinta minutos do experimento, foi possível perceber que até
aos 23 (vinte e três) primeiros minutos ele não pressionou a barra, mas ao decorrer
do tempo ele se levanta e fareja com mais frequência próximo ao comedouro. No
minuto 24 (vinte e quatro) ele começou a pressionar a barra por conta própria, o
objetivo era esperar ele pressionar 4 (quatro) vezes seguidas no mesmo minuto, que
ocorreu exatamente no minuto 30 (trinta). Nesse período ele farejou 106 (cento e
seis) vezes, levantou-se 38 (trinta e oito) vezes e pressionou a barra 7 (sete) vezes.
Nos próximos 30 (trinta) minutos, apenas registramos todas as vezes que o
rato pressionou a barra de forma espontânea, nesse momento ele pressionou 317
(trezentos e dezessete) vezes, e observou-se que ao decorrer do tempo a
frequência do comportamento foi aumentando até estar totalmente modelado.

4. CONCLUSÃO

A análise do comportamento do sujeito experimental, um rato virtual


denominado Snifffy, proporcionou uma compreensão mais aprofundada dos
princípios do Behaviorismo, especialmente nas vertentes metodológica e radical. A
investigação dos padrões comportamentais, a aplicação de técnicas como o treino
ao comedouro e a modelagem, permitiram uma abordagem prática e enriquecedora
das teorias behavioristas.
13

Ao revisitar as obras fundamentais de John B. Watson e B. F. Skinner, foi


possível contextualizar as origens e as divergências do Behaviorismo metodológico
e radical. Watson, ao propor que o homem é moldado pelo meio ambiente,
estabeleceu as bases para a compreensão do comportamento observável como
objeto científico. Já Skinner, ao introduzir o Behaviorismo radical, trouxe a
perspectiva crucial de que o comportamento é influenciado pelas consequências,
transcendendo a visão puramente ambiental.
O experimento conduzido com Snifffy ilustrou de maneira prática os princípios
da modelagem, um dos pilares do Behaviorismo radical. Através de aproximações
sucessivas, observamos a progressão do comportamento de pressionar a barra,
evidenciando como as consequências positivas influenciam a aprendizagem.
No treino ao comedouro, reforçamos a associação entre a aproximação do
rato ao comedouro e a liberação de comida, demonstrando como o Behaviorismo
pode ser aplicado de maneira eficaz na modificação de comportamentos específicos.
O registro detalhado dos comportamentos ao longo do experimento proporcionou
uma análise quantitativa que complementa as teorias apresentadas. Foi possível
observar a evolução do comportamento do sujeito experimental, desde o nível
operante inicial até a consolidação do comportamento desejado.
Em suma, este relatório de análise do comportamento oferece uma síntese
prática e teórica dos estudos do Behaviorismo. A compreensão dos princípios
behavioristas e sua aplicação em experimentos práticos destacam a relevância
contínua dessa abordagem na compreensão e modificação do comportamento
humano. O Behaviorismo, com suas raízes históricas e suas aplicações
contemporâneas, continua a ser uma ferramenta valiosa na pesquisa e na prática
psicológica.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. Editora Martins Fontes. 1953.

WATSON, J. B. A Psicologia como um Behavorista a Vê. Editora Hogrefe. 1913.

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