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Medicina do Tráfego:

Medicina do Tráfego é o ramo da ciência médica que trata da manutenção do bem-estar físico,
psíquico e social do ser humano que se desloca, qualquer que seja o meio que propicie a sua
mobilidade. Estuda as causas do sinistro de tráfego a fim de preveni-lo ou mitigar suas
consequências, além de contribuir com subsídios técnicos para a elaboração do ordenamento
legal e modificações do comportamento do usuário do sistema de circulação viária.

Suas principais áreas de atuação são: Medicina do Tráfego Preventiva, Curativa, Legal,
Ocupacional, Securitária; Medicina do Viajante; Medicina do Tráfego Aeroespacial, Aquático,
Ferroviário e Rodoviário.

Epidemiologia:

A cada ano, cerca de 1,35 milhões de pessoas morrem no mundo vítimas de sinistro de trânsito.
Cerca de 50 milhões de pessoas sofrem, anualmente, ferimentos não fatais como consequência
dos sinistros de trânsitos, muitos resultando em deficiências e incapacidades definitivas.

As lesões causadas pelos sinistros de trânsito são as principais causas de morte entre jovens de
15 a 29 anos e as pessoas com idades compreendidas entre 15 e 44 anos representam 48% das
mortes no trânsito global.

Os sinistros de trânsito são atualmente a nona causa de morte em âmbito mundial. Principal
causa de morte por traumatismo no mundo.

No Brasil, o sinistro de trânsito é a segunda causa de morte externa, sendo superado apenas
pelas mortes devido às armas de fogo. A cada hora 5 pessoas morrem e 20 são internadas.

O numero de mortes por sinistros de trânsito no Brasil vem apresentado diminuição.

O Brasil é o quinto país no mundo em número de vitimas fatais de sinistro de trânsito.

O termo adequado, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, para definir os
eventos que provocam mortes, ferimentos e sequelas de trânsito que podem ser evitadas é
sinistro de trânsito.
Número de óbitos por acidentes de trânsito e transporte no Brasil apresentou tendência a
redução pela ocasião da entrada em vigor das Leis no 11.705 (Lei seca) e no 12.760 (Nova Lei
Seca).

A Assembleia Geral da ONU proclamou o período de 2011 a 2020 como a Década Mundial de
Ação pela Segurança no Trânsito para reverter a tendência crescente de fatalidades e ferimentos
graves em acidentes de trânsito no planeta. Os principais pilares são: gestão nacional da
segurança no trânsito, infraestrutura viária adequada, segurança dos veículos, comportamento
e segurança dos usuários, atendimento ao trauma, assistência pré-hospitalar e à reabilitação.

Dentre os pedestres mortos por acidente de trânsito o grupo etário que aparece como mais
importante é o de idosos.

Óbito por acidente de trânsito é o que se verifica em decorrência de lesões provocadas por esse
evento qualquer que seja o tempo decorrido entre o acidente e a morte.

Nas lesões sofridas nos acidentes que envolvem motociclistas e pedestres o local mais atingido
são os membros inferiores.

A tendência na última década aponta para redução da mortalidade de pedestres; aumenta na


letalidade de ocupantes de automóveis e exacerbado aumento na letalidade de motociclistas.
Exame de Aptidão Física e Mental:

A habilitação pra conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de exames que
deverão ser realizados, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:

 Ser penalmente imputável;


 Saber ler e escrever;
 Possuir carteira de identidade ou equivalente;
 Possuir cadastro de pessoa física – CPF;

O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgão executivo de


trânsito, na seguinte ordem:

 De aptidão física e mental;


 Escrito, sobre legislação de trânsito;
 De noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do COTRAN;
 De direção veicular, realizado em via pública, em veículo da categoria para a qual estiver
habilitando-se.

O exame incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre que a ele se submeter
condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo essa avaliação para os demais
candidatos apenas no exame referente a à primeira habilitação.

Quando houver indícios de deficiência física, mental ou de progressividade de doença que possa
diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo poderá ser diminuído por proposta do
perito examinador.

O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa informação incluída na CNH.
Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos para a
habilitação e renovação.

A validade da carteira nacional de habilitação está condicionada ao prazo de vigência do exame


de aptidão física e mental.

Art. 162. Dirigir veículo:

Com validade da CNH vencida há mais de 30 dias:

 Infração: gravíssima
 Penalidade: multa
 Medida administrativa: recolhimento da CNH e retenção do veículo até a apresentação
de condutor habilitado.

Sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar, prótese física ou as adaptações do veiculo
impostas por ocasião da renovação da licença para conduzir:

 Infração: gravíssima
 Penalidade: multa
 Medida administrativa: retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou
apresentação de condutor habilitado.
Categorias de Veículos e Habilitações:

Veículo de 2 ou 3 rodas, provido de motor de combustão interna, cuja


ACC cilindrada não exceda 50cm3 e cuja velocidade máxima de fabricação não
exceda 50km/h
A Veículo motorizado de 2 ou 3 rodas, com ou sem carro lateral
B Veículo motorizado não abrangido pela categoria A cujo peso total não exceda
3.500kg e cuja lotação não exceda 8 lugares, excluindo o motorista
C Veículo motorizado utilizado em transporte de carga cujo peso bruto total
exceda 3.500kg
D Veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros cuja lotação exceda
8 lugares, excluindo o motorista
E Que a unidade tratorada se enquadra nas categorias B, C ou D e cuja unidade
acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada tenha 6.000kg ou mais de peso
bruto total ou cuja lotação exceda 8 lugares, ou seja enquadrado na categoria
trailer

Habilitação inicial – permissão para dirigir:

O candidato à habilitação inicial somente poderá se inscrever para conduzir ciclomotor (ACC) ou
como candidato a condutor de veículos classificados nas categorias A ou B ou, simultaneamente,
nas categorias A/B. Ao candidato aprovado será expedida a “Permissão para Dirigir”, cuja
validade será de 12 meses, para posteriormente obter a CNH definitiva, desde que não cometa
infração grave ou gravíssima ou reincidência em média.

Renovação da CNH:

O exame de aptidão física e mental deverá ser renovado a cada dez anos para condutores até
49 anos, a cada 5 anos entre 50 e 69 anos, e a cada 3 anos acima de 69 anos.

Mudança de categoria:

Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo há um ano na


categoria B e não ter cometido infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações
médias, durante os últimos 12 meses.

Para habilitar-se na categoria D e E ou para conduzir veículo de transporte coletivo de


passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá:

 Ser maior de 21 anos


 Estar habilitado:
a) No mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na categoria
C, quando pretender se habilitar na categoria D
b) No mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na
categoria E
 Não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em médias
durante o último ano
 Ser aprovado no curso de especialização e de treinamento de pratica veicular em
situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN
Adição de categoria:

Ocorre quando o condutor habilitado na categoria A pretende dirigir veículo classificado na


categoria B; ou condutor habilitado em uma das categorias de veículo B, C, D ou E pretende
dirigir veículo classificado na categoria A. Estes candidatos deverão submeter-se aos exames de
aptidão física e mental, avaliação psicológica e de prática veicular.

Reclassificação de categoria:

Ocorre quando o condutor apresenta, por ocasião da renovação do exame de aptidão física e
mental, qualquer condição que restrinja a capacidade de condução de veiculo na categoria atual,
mas que possibilite a habilitação em categoria inferior. Exemplo, condutor de veiculo habilitado
na categoria C, D ou E que na renovação do exame vier acusar deficiência auditiva bilateral igual
ou superior a 40 decibéis, não passível de correção, estará impedido de dirigir veículos destas
categorias, mas poderá ser aprovado na categoria B.

Quando o resultado do exame exigir reclassificação de categoria, o perito deverá informar ao


candidato e, caso ele concorde com a reclassificação de categoria, orientamos que assine um
termo em que demonstre estar ciente que, por motivo do exame de aptidão física e mental, sua
habilitação se dará para veículos de determinada categoria. Caso não haja concordância, o
perito deverá considera-lo inapto na categoria que ele está habilitado

Resultado do exame:

 Apto
 Apto com restrições – necessidade de qualquer restrição ao condutor ou adaptação
veicular
 Inapto temporário – quando o motivo da reprovação for passível de tratamento ou
correção
 Inapto

Instauração de Junta Médica:

Candidato considerado inapto, inapto temporário ou apto com restrições poderá requerer, no
prazo de 30 dias, a instauração de Junta Médica aos órgãos ou entidades executivas de trânsito
dos Estados e do Distrito Federal, para reavaliação do resultado. A Junta Médica deverá ser
constituída por 3 médicos peritos examinadores ou especialistas em Medicina do Tráfego.

Mantido o laudo de inaptidão, inaptidão temporária ou apto com restrições pela Junta Médica
caberá, no prazo de 30 dias, recurso ao Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN ou Conselho de
Trânsito do Distrito Federal – CONTRANDIFE. A Junta Especial de Saúde deverá ser constituída
por, no mínimo, 3 médicos, sendo 2 especialistas em Medicina do Tráfego.

O termo adequado, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas –


ABNT, para definir os eventos que provocam mortes, ferimentos e sequela no
trânsito e que podem ser evitados é:
Realização do Exame de Aptidão Física e Mental:

1. Anamnese:
 Questionário (Anexo I)
 Interrogatório complementar
2. Exame físico geral:
 Tipo morfológico
 Comportamento e atitude frente ao examinador, humor, aparência, fala,
contactuação e compreensão, perturbações da percepção e atenção,
orientação, memoria e concentração, controle de impulsos e indícios de uso de
substancias psicoativas
 Estado geral, fácies, trofismo, nutrição, hidratação, coloração de pele e
mucosas, deformidades e cicatrizes, visando à detecção de enfermidades que
possam constituir risco para a direção veicular
3. Exames específicos:
 Avaliação oftalmológica
 Avaliação otorrinolaringológica
 Avaliação cardiorrespiratória
 Avaliação neurológica
 Avaliação do aparelho locomotor
 Avaliação dos distúrbios do sono: exigida quando da renovação, adição e
mudança para as categorias C, D e E
Avaliação Oftalmológica:

Acuidade visual: A Tabela de Snellen é composta de uma serie progressiva de fileiras menores
de letras aleatórias usadas para medir a visão a distância. A acuidade é marcada com dois
números sendo que o numerador representa a distância em pés (6 metros) entre a tabela e o
candidato.

Campo visual – Visão na isóptera horizontal: Campo de visão mínimo de 120º na horizontal e no
mínimo 20º acima e abaixo da horizontal. Motoristas se envolvem em colisões laterais mais
frequentemente quando possuem campo visual inferior a 120º graus.
Visão cromática: Para ser aprovado na avaliação cromática é suficiente que o candidato seja
capaz do reconhecimento das luzes semafóricas em posição padronizada, prevista no CTB.
Teste de limiar de visão noturna e reação ao ofuscamento: No caso de reprovação no teste de
limiar de visão noturna e reação ao ofuscamento, o candidato deverá ser encaminhado para
avaliação e tratamento específico. No caso de comprovação de patologia ocular persistente que
acarrete dificuldade de visão noturna e reação ao ofuscamento o candidato poderá ser
considerado apto com restrição “vedado dirigir após o pôr do sol”, codificada pela letra “U”.
Avaliação Otorrinolaringológica:

Tipos de deficiência auditiva:

 Condução – afeta o ouvido externo ou médio ocorrendo quando as ondas sonoras não
são bem conduzidas para o ouvido interno. A maioria pode ser corrigida.
 Neurossensorial – problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido
interno (cóclea) até o cérebro. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível.
 Mista – alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão
do órgão sensorial ou do nervo auditivo.
 Central ou surdez central – manifesta-se por graus de dificuldade na compreensão dos
sons, decorrentes de alterações nos mecanismos de processamento da informação
sonora no Sistema Nervoso Central.

Perda auditiva:

 Discreta ou leve: até 40dB


 Moderada: até 60dB
 Severa: até 90dB
 Profunda: maior que 90dB

Doenças da orelha interna – Presbiacusia: É a mais importante para o médico perito examinador,
devido a frequência como que ocorre no exame de aptidão física e mental. Esta perda auditiva,
fisiológica da idade, não costuma ser muito grande, mas somando-se os efeitos das doenças
vasculares, metabólicas e autoimunes, ocorre perda auditiva de variados graus de intensidade.
Avaliação auditiva: Prova da voz coloquial, em ambas as orelhas simultaneamente, sem auxilio
de leitura labial, em local silencioso, a uma distancia de dois metros do examinador, palavras
dissílabas (“cama, dama, trono”).

Caso o candidato responda positivamente à pergunta número 3 do questionário, afirmando ser


portador de tonturas ou vertigens, o examinador deverá solicitar um exame otoneurológico para
avaliar a condição de segurança para a direção veicular.
Avaliação Cardiorrespiratória:

Cardiopatias são as principais causas médicas de sinistro de trânsito fatal.

A morte cardíaca súbita pode ocorrer na condução de um veículo, sendo definida como a morte
inesperada que ocorre no máximo até uma hora do início dos sintomas. Acomete o sexo
masculino, com idade superior aos 60 anos.

Deverá ser avaliada a pressão arterial e realizada ausculta cardíaca.

O médico do trafego poderá valer-se de relatórios comprovadamente emitidos por medico


assistente, dos quais constem registro de medição de PA aferidas em outras ocasiões ou exames
complementares como o MAPA.
O candidato portador de doença cardiovascular capaz de causar perda de consciência ou
insuficiência cardíaca congestiva, deverá ser avaliado observando-se o consenso estabelecido
pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego – ABRAMET.

O candidato das categorias C, D e E portador de doença cardiovascular terá sua aprovação


sempre condicionada a relatório cardiológico favorável.

Período Mínimo sem dirigir após evento cardíaco:


Fibrilação Atrial:

1. Sintomáticos não deverão dirigir


2. Em investigação diagnóstica deverão ser desaconselhados a dirigir
3. Se com o tratamento, é possível um adequado controle da patologia sem complicações,
a direção poderá ser consentida sob a orientação do cardiologista assistente
4. Os pacientes com alto risco de desenvolver tromboembolismo, miocardiopatia,
portadores de estenose mitral ou insuficiência cardíaca descompensada, devem ser
desencorajados à condução
5. Anticoagulados devem ser informados que são mais vulneráveis a hemorragias no caso
de lesões causadas pelos acidentes de transito.

Cardiodesfibrilador implantável (CDI): Inapto para atividade remunerada.


Avaliação Neurológica:

Deverão ser avaliadas a mobilidade ativa, passiva e reflexa, coordenação motora, força
muscular, sensibilidade profunda, fala e percepções.

Na dinamometria:

 Candidatos à ACC e categorias A e B: força igual ou superior a 20kgf em cada uma das
mãos.
 Categorias C, D e E: força igual ou superior a 30kgf em cada uma das mãos.
 Portadores de deficiência física, os valores exigidos na dinamometria ficarão à critério
da Junta Médica Especial

Acidente Vascular Cerebral (AVC):

Poderão retomar a condução de um veículo se apresentarem recuperação completa, sem


evidencia de dano neurológico permanente.

Persistindo comprometimento das funções neuromuscular, motora e sensorial deverão ser


encaminhados para a Junta Médica Especial, deverão ser avaliados segundo a Norma 14.970 da
ABNT, poderão ser obrigados a direção de veículos apropriado/adaptado.

Ataques isquêmicos transitórios:

Déficits neurológicos focais de etiologia isquêmica apresentam regressão em menos de 24


horas.

Doença de Parkinson:

Constitui risco para a direção veicular, uma vez que é caracterizada por bradicinesia, alterações
dos reflexos posturais, rigidez muscular e tremor em repouso.

Esclerose múltipla:

Dificuldade adicional para avaliação do médico perito examinador devido a ocorrência de


progressão intermitente e variável, limitando seus portadores em determinados períodos.

Síncopes:

Inexplicáveis ou recorrentes merecerão observação cuidadosa e seus portadores não deverão


ser considerados aptos ate que a causa tenha sido identificada, controlada e acompanhada pelo
especialista.

Epilepsia:

Considerar o tipo de crise, tempo de acompanhamento com o médico, número de crise no


último ano, aderência ao tratamento e parecer favorável do médico assistente. No EAFM da
pessoa com epilepsia é comum não mencionarem suas crises ao solicitarem habilitação para
dirigir, cabe ao candidato revelar a sua condição ao médico de tráfego.
Se mentir no questionário, poderá ser responsabilizado por crime de falsidade ideológica art.299
do Código Penal, e administrativamente através da cassação da CNH.
Avaliação do Aparelho Locomotor:

Segundo a OMS, cerca de 10% da população de qualquer país é portadora de algum tipo de
deficiência, sendo que a mais prevalente é a mental, seguida de deficiência física e deficiência
auditiva.

No Brasil, a maior prevalência de deficiência motora ocorre na população masculina, entre


jovens e adultos, decorrendo de causas externas como acidente de trabalho e sinistros de
trânsito.

As etiologias mais frequentes das lesões traumáticas de medula são ferimentos por armas de
fogo e sinistros de trânsito.

O EAFM do candidato com deficiência física será realizado por JME designada pelo diretor do
DETRAN.

Candidato habilitado e com deficiência evolutiva deve passar pela avaliação da JME, ficando a
critério desta, a prova pratica em banca especial.

Deficiência para isenções: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,


tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro,
paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzem dificuldades para o desempenho das funções.

Pessoas com deficiência moderada ou grave poderão se habilitar em qualquer categoria, desde
que aprovador na JME e na prova da banca especial.
 Paraplegia = acelerador e freio manual (H)
 Membros superiores = transmissão automática (D), pomo no volante (E), direção
hidráulica(F), comandos manuais adaptados (I)
 Membros inferiores = transmissão automática (D), pomo no volante (E), direção
hidráulica(F), acelerador e freio manual (H)
 Membro inferior E= automação de embreagem ou transmissão automática (G)
 Membro inferior D= acelerador à esquerda (C)
 Nanismo ou baixa estatura= prolongamento da alavanca de cambio e/ou almofadas
fixas de compensação de altura e/ou profundidade (K)
 Membro inferior E= pedal de cambio adaptado (M)
 Membro inferior D= pedal de freio adaptado (N)
 Mão D= manopla de freio direito adaptada (O)
 Mãe E= manopla de embreagem adaptada (P)
 Membros inferiores= motocicleta com carro lateral ou triciclo (Q)

Aprovação de candidato, sem necessidade de encaminhamento para a JME, a estatura mínima


em 2019 passou a ser 1,45m. Deve-se desacionar o airbag caso não consiga se posicionar a no
mínimo a 20cm do volante. Candidato a habilitação categoria A, com deficiência física ou
moderada ou grave em membro superior deverá ser considerado inapto.
Avaliação dos Distúrbios do Sono:

O sono e as bebidas alcoólicas disputam, praticamente de igual para igual, a liderança de


principal causa de sinistros.

Os sinistros de trânsito causados por sonolência acontecem principalmente no período noturno,


apesar de haver menos veículos circulando.

Secreção de melatonina e queda da temperatura corporal são modificações que ocorrem no


organismo e contribuem para com a sonolência.
Motoristas com apneia do sono quando tratados reduzem o risco de se envolver em sinistros de
trânsito por sonolência em cerca de 70%.
São características do acidente de trânsito causado por sonolência: motorista está sozinho, sexo
masculino e ocorrência na madrugada ou início da manhã, veículo sai da pista e atinge obstáculo
estático, não há evidência de frenagem ou manobras evasivas e veículo sem problema
mecânico, não houve velocidade excessiva e o acidente teria sido facilmente evitável.
O índice de apneia-hipopneia (IAH) classifica a gravidade da apneia como:
 Ronco - menor que 4,9 apnéia-hipopnéia por hora de sono.
 Apneia Leve - entre 5 e 15 apnéia-hipopnéia por hora de sono.
 Apneia Moderada - entre 15,1 e 30 apnéia-hipopnéia por hora de sono.
 Apneia Grave - maior que 30 apnéia-hipopnéia por hora de sono.
Diabetes e risco na direção veicular:

O maior risco para a segurança do trafego representado pelos motoristas diabéticos, advém da
possibilidade da ocorrência da hipoglicemia, moderada ou grave, nos usuários de insulina ou
secretagogos de insulina.

A ocorrência de hipoglicemia na direção de um veículo é um evento raro e sua ocorrência


significativamente influenciada pelo tipo de diabetes e o tipo de tratamento. A incidência de
hipoglicemia é mais frequente em pessoas com diabetes tipo I. Estudos realizados em
simuladores, com portadores de diabetes tipo I, demostraram que apenas 1/3 destes indivíduos
trataram sua hipoglicemia ou pararam de dirigir.

A hipoglicemia grave tende a ser mais frequente após a modificação de esquema terapêutico,
aumento da dose de insulina, ou desenvolvimento de insuficiência renal.
Equipamentos de segurança ativa e passiva

Equipamentos de segurança ativa – aqueles que contribuem para evitar um acidente: freios,
suspensão, faróis e lanterna, retrovisores, pneus, limpadores de para-brisa.

Equipamentos de segurança passiva – aqueles que são projetados para reduzir as consequências
de um acidente: airbag, apoio de cabeça, assentos infantis, barras de proteção no interior das
portas.

Cinto de segurança:

Quando utilizado de forma adequada reduz em quase 100% os ferimentos de quadril.

Não impede totalmente que os ocupantes sofram ferimentos, principalmente nos membros
inferiores dos assentos dianteiros.

O não uso do cinto de segurança no banco de trás aumenta em cinco vezes o risco de morte do
ocupante do banco da frente.

Deixar o condutor ou passageiro de usar cinto de segurança, conforme previsto no art. 65 do


Código Trânsito Brasileiro constitui infração e natureza grave.

Airbag:

Proteção do airbag consiste:

 Redução do risco de colisão contra o volante, painel, vidro do espelho e para-brisa


 Distribuição da força de impacto dos ocupantes sobre a superfície dos coxins de ar
 Redução do risco de lesões causadas por partículas de vidro, ao ingressar nas bolsas de
ar
 Redução dos traumas cervicais, alojando a cabeça no coxim de ar

A airbag só cumprirá idealmente sua função com o uso concomitante do cinto de segurança.

Recomenda-se desativação do airbag para pessoas portadoras de síndrome de Down e severo


retardo no desenvolvimento neurológico.

Encosto (apoio) de cabeça:

No caso de colisão traseira, se o encosto de cabeça não estiver posicionado corretamente,


poderá ocorrer hiperflexão e hiperextensão do pescoço com fraturas da coluna cervical e lesão
medular.
Alterações relacionadas com a idade que afetam a habilidade para dirigir:

O envelhecimento pode trazer limitações físicas e mentais. A conscientização é mais difícil


quando os problemas envolvem perda de atenção, concentração e avaliação.

Os idosos quando na direção de veículos são mais experientes, em geral, mais prudentes.

O Código de Trânsito Brasileiro determina que, a partir de 70 anos, os condutores renovem o


exame de aptidão física e mental a cada 3 anos.

As infrações de trânsito cometidas por motoristas idosos (desobediência a sinais de parada e


farol vermelho, efetuar retorno proibido, ultrapassagem perigosa e não circular pelo lado direito
da via) devem-se na maioria das vezes, a déficits de atenção.
O envelhecimento se associa a uma maior incidência de acidentes nos cruzamentos de vias, que
pode dever-se à redução do campo visual, a menor mobilidade do pescoço, dificuldades de
processar informações sobre distância e velocidades.

São recomendações que o médico de trafego deve transmitir para os motoristas idosos:

 Evitar dirigir à noite, ao amanhecer e ao anoitecer


 Solicitar a um familiar que o observe dirigir e opine se está dirigindo com segurança
 Evitar dirigir em “horários de pico”, trajetos complicados e com condições
meteorológicas
 Realizar exames oftalmológicos periódicos

Idade crítica na qual a acuidade visual se reduz signficamente em condições de baixa


luminosidade = 65 anos.

Certas doenças crônicas, com possibilidade de contribuir para a geração de maiores acidentes,
tem maior incidência nos idosos:

 Condições que afetam o nível de consciência: diabetes mellitus, doença cardiovascular


e demências
 Condições que afetam o controle dos movimentos: acidente vascular cerebral, doença
de Parkinson, doenças articulares degenerativas
Entre os polifármacos usados pelos condutores idosos apresentam maior risco os
benzodiazepínicos, analgésicos de ação central e antidepressivos.
Segurança no transporte veicular de crianças:

Considerando-se a faixa etária de 5-14 anos, a morte decorrente de ferimentos provados pelos
acidentes de trânsito é a primeira entre todas as mortes por causas definidas, na maioria dos
países da América, incluindo o Brasil.

Se estiverem ocupando o banco traseiro do veículo, crianças terão maior probabilidade mesmo
se não estiverem usando dispositivo de retenção apropriados. Passageiros de carros estão
envolvidos em lesões fatais, com impacto FRONTAL > LATERAL > TRASEIRO. O mais baixo risco
de acidente fatal ocorre no centro do banco traseiro, utilizando dispositivo apropriado.

Dispositivos para retenção de crianças (DRC):

Na hipótese do transporte de menores de 10 anos, exceder a capacidade de lotação do banco


traseiro, a legislação admite o transporte daquele de maior estatura no banco dianteiro.

Transportar crianças em veículo automotor sem a observância das normas de segurança é


considerado infração gravíssima. Motociclistas não podem transportar menores de 7 anos.
Alcoolemia e direção veicular segura:

O Código de Trânsito Brasileiro vigente estabelece como limite para criminalização do ate de
beber e dirigir a concentração e álcool no sangue igual ou superior a 0,6g/l.

Uma dose (uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou meio copo de uísque) corresponde a
aproximadamente 12g de álcool. Um adulto médio, consumindo duas doses, atingirá uma
alcoolemia de 0,3-05g/l.

A porcentagem da população que consumiram álcool durante a sua vida, são dependentes e se
envolveram em situações de risco foram maiores para o sexo masculino do que o feminino

Os acidentes de trânsito são a decima causa de todas as mortes e a nona causa de morbidade
em todo o mundo.

Os riscos de ocorrer acidentes de trânsito aumentam se o condutor ingerir bebida alcoólica.


Condutores com alcoolemia igual ou superior a 0,2g/l ficam com as suas habilidades necessárias
para a condução prejudicas, como funções de atenção dividida, visuais e acompanhamento de
movimento.

O risco de envolvimento em um acidente fatal para condutores com alcoolemia entre 0,2 e 0,5g/l
é 2,6 a 4,6 vezes maior do que de um condutor sóbrio.

A diminuição da capacidade de desempenhar funções cruciais para a condução de veículos,


como processamento de informações, se inicia com alcoolemias mais baixas, e a maioria dos
indivíduos se encontra significamente debilitado com alcoolemia de 0,5g/l.

O risco relativo de se envolver em um acidente fatal como condutor é de 4 a 10 vezes maior para
motoristas com alcoolemia entre 0,5 e 0,7g/l.

Tem efeito de reduzir o numero de vitimas fatais em acidentes relacionados ao álcool estratégias
como:

 Suspensão da carteira
 Ações coercitivas realizadas pela polícia como blitz de checagem de alcoolemia
 Diminuição do limite máximo permitido
 Proibição da condução com qualquer concentração alcoólica

Sabendo que há uma grande variabilidade dos efeitos devido à susceptibilidade individual dos
condutores, não existe concentração segura, sendo, portanto, alcoolemia zero o único padrão
proposto para dirigibilidade sem riscos.
O uso do cinto de segurança durante a gravidez:

Razões alegadas para o não uso do cinto de segurança durante a gravidez: desconforto, medo
de prejudicar o bebe, esquecimento ou falta de uso habitual.

O uso do cinto de segurança, pela gestante, no banco traseiro, é significamente menor que no
banco da frente dos automóveis.

Durante a gravidez, os acidentes de trânsito constituem-se na etiologia mais frequente de


mecanismo de trauma, no motivo mais frequente de hospitalização e a principal causa de óbito
fetal relacionada a trauma materno.

Descolamento prematuro de placenta é a complicação mais frequente.

Mulheres grávidas que não usam cinto de segurança apresentam:

 Maior probabilidade de gerar filhos com baixo peso ao nascimento e partos 48 horas
após o acidente
 Duas vezes mais hemorragias no parto
 2,8 vezes mais óbitos fetais
 Ferimentos severos, traumas abdominais e choque hemorrágico

Em caso de acidente de trânsito envolvendo motorista gravida, o principal risco para o feto é
que a mãe tenha ferimentos ou morra.

Cinto de segurança: A mulher gravida quando motorista ou passageira de um veículo automotor


deve posicionar a faixa inferior/pélvica (subabdominal) o mais baixo possível da protuberância
abdominal e faixa diagonal lateralmente ao útero, entre as mamas e o terço médio da clavícula.

Airbag: Em veículos dotador de airbag utilizar apropriadamente o cinto de segurança e afastar o


banco o máximo possível para trás, até o limite que permita o perfeito contato com o volante e
com os pedais, quando na direção do veículo.

Em relação ao airbag na gravidez seus benefícios superam os riscos, desde que a gestante utilize
corretamente o cinto de segurança.

Os cintos de segurança são equipamentos obrigatórios para todos os ocupantes de veículos e


deixar de usa-lo é considerado infração grave, com penalidade de multa e medida administrativa
de retenção do veículo até a colocação do cinto pelo infrator.
Benzodiazepínicos e risco de direção veicular:

Os principais efeitos dos medicamentos benzodiazepínicos no desempenho de motoristas são:


redução da atenção e da coordenação motora.

O risco de acidente automobilístico ocorre principalmente nas duas primeiras semanas de


tratamento, diminuindo a partir da terceira semana, até chegar a números estatisticamente
insignificantes na quarta semana de tratamento.

Como os benzodiazepínicos podem apresentar efeitos colaterais, principalmente nos primeiros


dias, os pacientes devem ser orientados a não conduzir automóveis nesse período.

Efeito do uso de drogas o comportamento e a cognição de motoristas:

Os efeitos nocivos do uso da cannabis se concentram nas primeiras duas horas, diminuindo
consideravelmente ao longo da terceira e quarta hora. Esses efeitos na direção veicular são:
prejuízo da coordenação, da atenção dividida, das funções visuais, do tempo de reação, e da
capacidade para dirigir com segurança.

Medicina de Tráfego Aeroespacial, do Viajante:

Viajar de avião, por longas distâncias, pode ser desafiante para pessoas com diabetes, em
especial tipo 1, sendo que auto monitoramentos frequentes são mais práticos que cálculos para
ajustes das doses de insulina.

Denominada “Síndrome da Classe Econômica” a trombose venosa profunda com consequente


tromboembolismo pulmonar foi relatada também em passageiros de 1ª classe, bem como em
longas viagens de ônibus.

O barotrauma do ouvido médio ocorre mais frequentemente durante os procedimentos de


aterrisagem dos aviões.
Deve-se evitar viajar de avião por pelo menos 12 horas após realizar um mergulho com SCUBA
porque o excesso de nitrogênio pode levar ao aparecimento de bolhas gasosas no sangue.

APH:

Tópicos mínimos obrigatórios de primeiros socorros:

1. Sinalização do local do acidente


2. Acionamento de serviços de socorro
3. Verificação das condições gerais da vítima
4. Cuidados especiais com a vítima motociclista

Escala de Coma de Glasgow: resposta motora:6; resposta verbal: 5; resposta ocular: 4 pontos.

KED – Kendrick Extrication Device tem a finalidade de retirar a vitima de um local estreito, como
imobilização de sua coluna.

Equipe de socorro composta por dois profissionais aborda a vítima, um deles imediatamente
devera realizar imobilização manual da cabeça da vítima.

Em vítima de acidente de trânsito com trauma cranioencefálico a medida inicial mais importante
é garantir as permeabilidades das vias aéreas.
Os sinais mais confiáveis de que está ocorrendo uma efetiva atuação da equipe de socorro
durante as manobras básicas de reanimação é a observação da elevação do tórax durante a
insuflação e presença de pulso carotídeo durante as compressões.

Distancia colocação do triangulo de segurança:

Método START – Simple Triage and Rapid Treatmetn:


RCP - Ressucitação cardiopulmonar:

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