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Medicina do Tráfego é o ramo da ciência médica que trata da manutenção do bem-estar físico,
psíquico e social do ser humano que se desloca, qualquer que seja o meio que propicie a sua
mobilidade. Estuda as causas do sinistro de tráfego a fim de preveni-lo ou mitigar suas
consequências, além de contribuir com subsídios técnicos para a elaboração do ordenamento
legal e modificações do comportamento do usuário do sistema de circulação viária.
Suas principais áreas de atuação são: Medicina do Tráfego Preventiva, Curativa, Legal,
Ocupacional, Securitária; Medicina do Viajante; Medicina do Tráfego Aeroespacial, Aquático,
Ferroviário e Rodoviário.
Epidemiologia:
A cada ano, cerca de 1,35 milhões de pessoas morrem no mundo vítimas de sinistro de trânsito.
Cerca de 50 milhões de pessoas sofrem, anualmente, ferimentos não fatais como consequência
dos sinistros de trânsitos, muitos resultando em deficiências e incapacidades definitivas.
As lesões causadas pelos sinistros de trânsito são as principais causas de morte entre jovens de
15 a 29 anos e as pessoas com idades compreendidas entre 15 e 44 anos representam 48% das
mortes no trânsito global.
Os sinistros de trânsito são atualmente a nona causa de morte em âmbito mundial. Principal
causa de morte por traumatismo no mundo.
No Brasil, o sinistro de trânsito é a segunda causa de morte externa, sendo superado apenas
pelas mortes devido às armas de fogo. A cada hora 5 pessoas morrem e 20 são internadas.
O termo adequado, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, para definir os
eventos que provocam mortes, ferimentos e sequelas de trânsito que podem ser evitadas é
sinistro de trânsito.
Número de óbitos por acidentes de trânsito e transporte no Brasil apresentou tendência a
redução pela ocasião da entrada em vigor das Leis no 11.705 (Lei seca) e no 12.760 (Nova Lei
Seca).
A Assembleia Geral da ONU proclamou o período de 2011 a 2020 como a Década Mundial de
Ação pela Segurança no Trânsito para reverter a tendência crescente de fatalidades e ferimentos
graves em acidentes de trânsito no planeta. Os principais pilares são: gestão nacional da
segurança no trânsito, infraestrutura viária adequada, segurança dos veículos, comportamento
e segurança dos usuários, atendimento ao trauma, assistência pré-hospitalar e à reabilitação.
Dentre os pedestres mortos por acidente de trânsito o grupo etário que aparece como mais
importante é o de idosos.
Óbito por acidente de trânsito é o que se verifica em decorrência de lesões provocadas por esse
evento qualquer que seja o tempo decorrido entre o acidente e a morte.
Nas lesões sofridas nos acidentes que envolvem motociclistas e pedestres o local mais atingido
são os membros inferiores.
A habilitação pra conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de exames que
deverão ser realizados, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:
O exame incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre que a ele se submeter
condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo essa avaliação para os demais
candidatos apenas no exame referente a à primeira habilitação.
Quando houver indícios de deficiência física, mental ou de progressividade de doença que possa
diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo poderá ser diminuído por proposta do
perito examinador.
O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa informação incluída na CNH.
Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos para a
habilitação e renovação.
Infração: gravíssima
Penalidade: multa
Medida administrativa: recolhimento da CNH e retenção do veículo até a apresentação
de condutor habilitado.
Sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar, prótese física ou as adaptações do veiculo
impostas por ocasião da renovação da licença para conduzir:
Infração: gravíssima
Penalidade: multa
Medida administrativa: retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou
apresentação de condutor habilitado.
Categorias de Veículos e Habilitações:
O candidato à habilitação inicial somente poderá se inscrever para conduzir ciclomotor (ACC) ou
como candidato a condutor de veículos classificados nas categorias A ou B ou, simultaneamente,
nas categorias A/B. Ao candidato aprovado será expedida a “Permissão para Dirigir”, cuja
validade será de 12 meses, para posteriormente obter a CNH definitiva, desde que não cometa
infração grave ou gravíssima ou reincidência em média.
Renovação da CNH:
O exame de aptidão física e mental deverá ser renovado a cada dez anos para condutores até
49 anos, a cada 5 anos entre 50 e 69 anos, e a cada 3 anos acima de 69 anos.
Mudança de categoria:
Reclassificação de categoria:
Ocorre quando o condutor apresenta, por ocasião da renovação do exame de aptidão física e
mental, qualquer condição que restrinja a capacidade de condução de veiculo na categoria atual,
mas que possibilite a habilitação em categoria inferior. Exemplo, condutor de veiculo habilitado
na categoria C, D ou E que na renovação do exame vier acusar deficiência auditiva bilateral igual
ou superior a 40 decibéis, não passível de correção, estará impedido de dirigir veículos destas
categorias, mas poderá ser aprovado na categoria B.
Resultado do exame:
Apto
Apto com restrições – necessidade de qualquer restrição ao condutor ou adaptação
veicular
Inapto temporário – quando o motivo da reprovação for passível de tratamento ou
correção
Inapto
Candidato considerado inapto, inapto temporário ou apto com restrições poderá requerer, no
prazo de 30 dias, a instauração de Junta Médica aos órgãos ou entidades executivas de trânsito
dos Estados e do Distrito Federal, para reavaliação do resultado. A Junta Médica deverá ser
constituída por 3 médicos peritos examinadores ou especialistas em Medicina do Tráfego.
Mantido o laudo de inaptidão, inaptidão temporária ou apto com restrições pela Junta Médica
caberá, no prazo de 30 dias, recurso ao Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN ou Conselho de
Trânsito do Distrito Federal – CONTRANDIFE. A Junta Especial de Saúde deverá ser constituída
por, no mínimo, 3 médicos, sendo 2 especialistas em Medicina do Tráfego.
1. Anamnese:
Questionário (Anexo I)
Interrogatório complementar
2. Exame físico geral:
Tipo morfológico
Comportamento e atitude frente ao examinador, humor, aparência, fala,
contactuação e compreensão, perturbações da percepção e atenção,
orientação, memoria e concentração, controle de impulsos e indícios de uso de
substancias psicoativas
Estado geral, fácies, trofismo, nutrição, hidratação, coloração de pele e
mucosas, deformidades e cicatrizes, visando à detecção de enfermidades que
possam constituir risco para a direção veicular
3. Exames específicos:
Avaliação oftalmológica
Avaliação otorrinolaringológica
Avaliação cardiorrespiratória
Avaliação neurológica
Avaliação do aparelho locomotor
Avaliação dos distúrbios do sono: exigida quando da renovação, adição e
mudança para as categorias C, D e E
Avaliação Oftalmológica:
Acuidade visual: A Tabela de Snellen é composta de uma serie progressiva de fileiras menores
de letras aleatórias usadas para medir a visão a distância. A acuidade é marcada com dois
números sendo que o numerador representa a distância em pés (6 metros) entre a tabela e o
candidato.
Campo visual – Visão na isóptera horizontal: Campo de visão mínimo de 120º na horizontal e no
mínimo 20º acima e abaixo da horizontal. Motoristas se envolvem em colisões laterais mais
frequentemente quando possuem campo visual inferior a 120º graus.
Visão cromática: Para ser aprovado na avaliação cromática é suficiente que o candidato seja
capaz do reconhecimento das luzes semafóricas em posição padronizada, prevista no CTB.
Teste de limiar de visão noturna e reação ao ofuscamento: No caso de reprovação no teste de
limiar de visão noturna e reação ao ofuscamento, o candidato deverá ser encaminhado para
avaliação e tratamento específico. No caso de comprovação de patologia ocular persistente que
acarrete dificuldade de visão noturna e reação ao ofuscamento o candidato poderá ser
considerado apto com restrição “vedado dirigir após o pôr do sol”, codificada pela letra “U”.
Avaliação Otorrinolaringológica:
Condução – afeta o ouvido externo ou médio ocorrendo quando as ondas sonoras não
são bem conduzidas para o ouvido interno. A maioria pode ser corrigida.
Neurossensorial – problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido
interno (cóclea) até o cérebro. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível.
Mista – alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão
do órgão sensorial ou do nervo auditivo.
Central ou surdez central – manifesta-se por graus de dificuldade na compreensão dos
sons, decorrentes de alterações nos mecanismos de processamento da informação
sonora no Sistema Nervoso Central.
Perda auditiva:
Doenças da orelha interna – Presbiacusia: É a mais importante para o médico perito examinador,
devido a frequência como que ocorre no exame de aptidão física e mental. Esta perda auditiva,
fisiológica da idade, não costuma ser muito grande, mas somando-se os efeitos das doenças
vasculares, metabólicas e autoimunes, ocorre perda auditiva de variados graus de intensidade.
Avaliação auditiva: Prova da voz coloquial, em ambas as orelhas simultaneamente, sem auxilio
de leitura labial, em local silencioso, a uma distancia de dois metros do examinador, palavras
dissílabas (“cama, dama, trono”).
A morte cardíaca súbita pode ocorrer na condução de um veículo, sendo definida como a morte
inesperada que ocorre no máximo até uma hora do início dos sintomas. Acomete o sexo
masculino, com idade superior aos 60 anos.
Deverão ser avaliadas a mobilidade ativa, passiva e reflexa, coordenação motora, força
muscular, sensibilidade profunda, fala e percepções.
Na dinamometria:
Candidatos à ACC e categorias A e B: força igual ou superior a 20kgf em cada uma das
mãos.
Categorias C, D e E: força igual ou superior a 30kgf em cada uma das mãos.
Portadores de deficiência física, os valores exigidos na dinamometria ficarão à critério
da Junta Médica Especial
Doença de Parkinson:
Constitui risco para a direção veicular, uma vez que é caracterizada por bradicinesia, alterações
dos reflexos posturais, rigidez muscular e tremor em repouso.
Esclerose múltipla:
Síncopes:
Epilepsia:
Segundo a OMS, cerca de 10% da população de qualquer país é portadora de algum tipo de
deficiência, sendo que a mais prevalente é a mental, seguida de deficiência física e deficiência
auditiva.
As etiologias mais frequentes das lesões traumáticas de medula são ferimentos por armas de
fogo e sinistros de trânsito.
O EAFM do candidato com deficiência física será realizado por JME designada pelo diretor do
DETRAN.
Candidato habilitado e com deficiência evolutiva deve passar pela avaliação da JME, ficando a
critério desta, a prova pratica em banca especial.
Pessoas com deficiência moderada ou grave poderão se habilitar em qualquer categoria, desde
que aprovador na JME e na prova da banca especial.
Paraplegia = acelerador e freio manual (H)
Membros superiores = transmissão automática (D), pomo no volante (E), direção
hidráulica(F), comandos manuais adaptados (I)
Membros inferiores = transmissão automática (D), pomo no volante (E), direção
hidráulica(F), acelerador e freio manual (H)
Membro inferior E= automação de embreagem ou transmissão automática (G)
Membro inferior D= acelerador à esquerda (C)
Nanismo ou baixa estatura= prolongamento da alavanca de cambio e/ou almofadas
fixas de compensação de altura e/ou profundidade (K)
Membro inferior E= pedal de cambio adaptado (M)
Membro inferior D= pedal de freio adaptado (N)
Mão D= manopla de freio direito adaptada (O)
Mãe E= manopla de embreagem adaptada (P)
Membros inferiores= motocicleta com carro lateral ou triciclo (Q)
O maior risco para a segurança do trafego representado pelos motoristas diabéticos, advém da
possibilidade da ocorrência da hipoglicemia, moderada ou grave, nos usuários de insulina ou
secretagogos de insulina.
A hipoglicemia grave tende a ser mais frequente após a modificação de esquema terapêutico,
aumento da dose de insulina, ou desenvolvimento de insuficiência renal.
Equipamentos de segurança ativa e passiva
Equipamentos de segurança ativa – aqueles que contribuem para evitar um acidente: freios,
suspensão, faróis e lanterna, retrovisores, pneus, limpadores de para-brisa.
Equipamentos de segurança passiva – aqueles que são projetados para reduzir as consequências
de um acidente: airbag, apoio de cabeça, assentos infantis, barras de proteção no interior das
portas.
Cinto de segurança:
Não impede totalmente que os ocupantes sofram ferimentos, principalmente nos membros
inferiores dos assentos dianteiros.
O não uso do cinto de segurança no banco de trás aumenta em cinco vezes o risco de morte do
ocupante do banco da frente.
Airbag:
A airbag só cumprirá idealmente sua função com o uso concomitante do cinto de segurança.
Os idosos quando na direção de veículos são mais experientes, em geral, mais prudentes.
São recomendações que o médico de trafego deve transmitir para os motoristas idosos:
Certas doenças crônicas, com possibilidade de contribuir para a geração de maiores acidentes,
tem maior incidência nos idosos:
Considerando-se a faixa etária de 5-14 anos, a morte decorrente de ferimentos provados pelos
acidentes de trânsito é a primeira entre todas as mortes por causas definidas, na maioria dos
países da América, incluindo o Brasil.
Se estiverem ocupando o banco traseiro do veículo, crianças terão maior probabilidade mesmo
se não estiverem usando dispositivo de retenção apropriados. Passageiros de carros estão
envolvidos em lesões fatais, com impacto FRONTAL > LATERAL > TRASEIRO. O mais baixo risco
de acidente fatal ocorre no centro do banco traseiro, utilizando dispositivo apropriado.
O Código de Trânsito Brasileiro vigente estabelece como limite para criminalização do ate de
beber e dirigir a concentração e álcool no sangue igual ou superior a 0,6g/l.
Uma dose (uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou meio copo de uísque) corresponde a
aproximadamente 12g de álcool. Um adulto médio, consumindo duas doses, atingirá uma
alcoolemia de 0,3-05g/l.
A porcentagem da população que consumiram álcool durante a sua vida, são dependentes e se
envolveram em situações de risco foram maiores para o sexo masculino do que o feminino
Os acidentes de trânsito são a decima causa de todas as mortes e a nona causa de morbidade
em todo o mundo.
O risco de envolvimento em um acidente fatal para condutores com alcoolemia entre 0,2 e 0,5g/l
é 2,6 a 4,6 vezes maior do que de um condutor sóbrio.
O risco relativo de se envolver em um acidente fatal como condutor é de 4 a 10 vezes maior para
motoristas com alcoolemia entre 0,5 e 0,7g/l.
Tem efeito de reduzir o numero de vitimas fatais em acidentes relacionados ao álcool estratégias
como:
Suspensão da carteira
Ações coercitivas realizadas pela polícia como blitz de checagem de alcoolemia
Diminuição do limite máximo permitido
Proibição da condução com qualquer concentração alcoólica
Sabendo que há uma grande variabilidade dos efeitos devido à susceptibilidade individual dos
condutores, não existe concentração segura, sendo, portanto, alcoolemia zero o único padrão
proposto para dirigibilidade sem riscos.
O uso do cinto de segurança durante a gravidez:
Razões alegadas para o não uso do cinto de segurança durante a gravidez: desconforto, medo
de prejudicar o bebe, esquecimento ou falta de uso habitual.
O uso do cinto de segurança, pela gestante, no banco traseiro, é significamente menor que no
banco da frente dos automóveis.
Maior probabilidade de gerar filhos com baixo peso ao nascimento e partos 48 horas
após o acidente
Duas vezes mais hemorragias no parto
2,8 vezes mais óbitos fetais
Ferimentos severos, traumas abdominais e choque hemorrágico
Em caso de acidente de trânsito envolvendo motorista gravida, o principal risco para o feto é
que a mãe tenha ferimentos ou morra.
Em relação ao airbag na gravidez seus benefícios superam os riscos, desde que a gestante utilize
corretamente o cinto de segurança.
Os efeitos nocivos do uso da cannabis se concentram nas primeiras duas horas, diminuindo
consideravelmente ao longo da terceira e quarta hora. Esses efeitos na direção veicular são:
prejuízo da coordenação, da atenção dividida, das funções visuais, do tempo de reação, e da
capacidade para dirigir com segurança.
Viajar de avião, por longas distâncias, pode ser desafiante para pessoas com diabetes, em
especial tipo 1, sendo que auto monitoramentos frequentes são mais práticos que cálculos para
ajustes das doses de insulina.
APH:
Escala de Coma de Glasgow: resposta motora:6; resposta verbal: 5; resposta ocular: 4 pontos.
KED – Kendrick Extrication Device tem a finalidade de retirar a vitima de um local estreito, como
imobilização de sua coluna.
Equipe de socorro composta por dois profissionais aborda a vítima, um deles imediatamente
devera realizar imobilização manual da cabeça da vítima.
Em vítima de acidente de trânsito com trauma cranioencefálico a medida inicial mais importante
é garantir as permeabilidades das vias aéreas.
Os sinais mais confiáveis de que está ocorrendo uma efetiva atuação da equipe de socorro
durante as manobras básicas de reanimação é a observação da elevação do tórax durante a
insuflação e presença de pulso carotídeo durante as compressões.