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Eletrónica

Mestrado Integrado em Engenharia Física

Licenciatura em Física

(2.5h T+1.5h TP)


Técnica das Tensões de Nó

É uma técnica que se focaliza na Lei dos Nós de Kirchhoff

Ponto de partida: identificação dos nós essenciais do circuito (isto é, pontos aos quais estão ligados três ou mais ramos)

Como se estrutura?

• Desenhar o circuito de modo a que os ramos não se cruzem e assinalar os nós essenciais

• Se o número de nós é ne , serão necessários ne  1 equações baseadas nas tensões de nó para resolver o circuito

• Entre os nós essenciais, escolher o nó de referência (em relação ao qual é definida a tensão dos outros nós). A
escolha mais adequada é o nó com maior número de ramos

• Aplicar a Lei dos Nós de Kirchhoff aos restantes ne  1 nós essenciais

Vejamos um exemplo

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Técnica das Tensões de Nó
Utilizando esta técnica no circuito seguinte, determinar I A , I B , IC , I D

1 A 2 B Nós Essenciais: A – 3 ramos


B – 3 ramos
IA IC C – 4 ramos
10V 5 10 2A Número de Equações Necessárias: ne  1  3  1  2
IB ID
Nó de Referência: C
C

Nó A (lei dos nós): Nó B (lei dos nós):


1 A 2 B 1 A 2 B

IA IC IA IC
10V VA 5 VB 2A 10V VA 5 VB 2A
IB IB

C C

10  VA VA  0 VA  VB VA  VB VB  0
   0   20
1 5 2 2 10

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Técnica das Tensões de Nó

10  VA VA  0 VA  VB
   0
1 5 2 VA  9.1 V
VB  10.9 V
V V V  0
 A B B 20
2 10

Todas as correntes podem ser determinadas a partir destas tensões:

1 2 B 10  VA
A
IA   0.9 A
1
IA IC V
10V 5 10 2A
I B  A  1.82 A
5
IB ID
V V
IC  A B  0.9 A  propagação no sentido oposto 
C 2
V
I D  B  1.09 A
10

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Técnica das Correntes de Malha

É uma técnica que se focaliza na Lei das Malhas de Kirchhoff

Ramo Essencial: Caminho que liga dois nós essenciais sem passar por outro nó essencial
be  número de ramos essenciais num circuito

Número de Equações Necessárias para Descrever o Circuito : be   ne  1

Corrente de malha: Corrente que existe apenas no perímetro de uma malha (pode não ter significado físico)

Exemplo Geral : Utilizando esta técnica no circuito seguinte, determinar I1 , I 2 , I3

R1 R2
A Número de nós essenciais  ne  2
I1 I3
I2 Número de ramos essenciais  be  3

V1 R3 V2 Número necessário de equações de malha  be   ne  1  2

Ramo Essencial Que malhas considerar?

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Técnica das Correntes de Malha
R1 R2
R1 A R2

I1 I2
I3
V1 R3 V2
V1 R3 V2
Ia Ib

I a , Ib  Não são correntes reais

Aplicando a Lei das Malhas de Kirchhoff às correntes de malha

V1  I a R1   I a  Ib  R3  0
Permite determinar I a , I b
V2   Ib  I a  R3  Ib R2  0

I1  I a

Relação de I a , I b com as correntes reais I1 , I 2 , I3 I 2  Ib


I3  I a  Ib

Análise de um exemplo concreto

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Técnica das Correntes de Malha
Utilizando esta técnica no circuito seguinte, determinar I1 , I 2 , I3 , I 4 , I5
2 A 6 B 4

I1 I2 I5 Número de nós essenciais  ne  3


I3 I4
40V 3
2 8 6 5 20V Número de ramos essenciais  be  5
1
4
Número necessário de equações de malha  be   ne  1  3

C
2 6 4
I a , Ib , I c  Correntes de Malha

Relação entre as correntes reais e as correntes de malha:


40V
Ia 8 Ib 6 Ic 20V
I1  I a I3  Ib
I5  I c
I 2  I a  Ib I 4  Ib  I c

Equações de Malha 40 8 0 10 40 0
Determinante Característico
Regra de 0 20 6 8 0 6
10 8 0 20 6 10 0 20 10
40  2I a  8  I a  Ib   0 Reagrupando Cramer
Ia   5.6 A Ib   2.0 A
  8 20 6  1000 1000 1000

6Ib  6  Ib  I c   8  Ib  I a   0 10I a  8Ib  0I c  40 0 6 10


10 8 40
4I c  20  6  I c  Ib   0 8I a  20Ib  6I c  0 8 20 0
I1  5.6 A I3  2 A 0 6 20
I5  0.8 A Ic   0.8 A
0I a  6Ib  10I c  20 I 2  3.6 A I 4  2.8 A
1000

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Técnica das Tensões de Nós e Técnica das Correntes de Malha

Como escolher a Técnica a Utilizar?

A que resultar no menor número de equações simultâneas a serem resolvidas

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Teorema de Thevenin

Contexto Um circuito comunica com o “mundo exterior” através de dois terminais. Assim, do ponto de vista do
observador externo, o que realmente importa quando olha para o circuito é:

i) perceber se há caminho para o comum por dentro do circuito e, se existir, que grau de dificuldade
(resistência) coloca;

ii) verificar se entre esses dois terminais há uma diferença de potencial, o que significa capacidade
para indução de movimento de cargas

Teorema de Thevenin
A RTh A

Circuito contendo fontes de


alimentação, resistências VTh
B
B

VTh  Diferença de potencial entre os pontos A e B do circuito original (em aberto)


RTh  Resistência observada no ponto A quando se pretende ir para o comum (B) por dentro do circuito

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Teorema de Thevenin

Método Geral para Determinar VTh , RTh

VTh  Diferença de potencial entre os pontos A e B do circuito original (em aberto)

RTh  Procede-se ao curto-circuito de A com B


VTh V
Origina a corrente I cc   RTh  Th
RTh I cc
Exemplo 1

5 4
A Determinação de VTh
Nenhuma corrente na resistência
de 4 
5
C A
25V 20 3A
V4  0
Vout
B
25V 20 3A

Dois nós essenciais (C,D) ne  2


B
D
Necessário ne  1  1 equação de nó para resolver o circuito D  Lei dos Nós de Kirchhoff para o nó C

D  Nó de referência 25  Vout Vout  0 Vout  VTh  32V


 3 0
5 20

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Teorema de Thevenin

Determinação de RTh

Aplicando a técnica de tensão de nó a C


Curto circuito de A com B

5 25  VC VC  0 V
C 4 A
  3 C  0
5 20 4
Vout I cc
25V 20 3A

D B
VC  16V

VTh 32 VC
RTh    8 I cc   4A
I cc 4 4

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Teorema de Thevenin
Exemplo 2
Determinação de VTh
2k VTh  Vout
A
VA   20I   25  VB  VA  VB  500I
I
20I Vout
5V 3Vout 20I 25 Lei das Malhas para o circuito da esquerda:

5  3Vout
5  2000 I  3Vout  0  I 
B 2000

Determinação de RTh
VTh  Vout  5V
Curto circuito de A com B
A Sendo a resistência entre A e B nula, nenhuma
I cc  20I
corrente passa pela resistência de 25 
I cc
I
5V 3Vout 25 Vout
20I
Circuito Equivalente de Thevenin
100 A
B
5
Vout  0  3Vout  0  I   2.5mA
2000 VTh 5 5V
RTh    100
I cc  20I  50mA I cc 50 103
B

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Teorema de Thevenin

Uma Maneira mais Simples de Determinar RTh


(quando o circuito tem só fontes independentes)

RTh
A A

Circuito contendo fontes de


alimentação, resistências VTh
B
B

VTh  Diferença de potencial entre os pontos A e B do circuito original (em aberto)


RTh  Resistência observada no ponto A quando se pretende ir para o comum (B) por dentro do circuito

Portanto a resistência de Thevenin é a resistência que terá que se suportar quando se pretende ir de A para B por dentro do circuito.

E as fontes de alimentação?
Fonte de Tensão (ideal) – tem uma resistência interna nula; assim passar por ela não oferece resistência
(atenção, pode ter que se subir ou descer em potencial eléctrico, mas isso não tem a ver com a resistência – atrito – do percurso)

A fonte de tensão tem o efeito de um curto-circuito do ponto de vista da resistência ao percurso

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Teorema de Thevenin

Fonte de Corrente (ideal) – tem uma resistência interna infinita; assim não é possível passar por ela para se ir de A para B
(NOTA: uma fonte de corrente ideal impõe que a corrente que dela sai é sempre a mesma, independente da sua ligação externa; se uma
carga passasse por ela no percurso de A para B, isso implicava uma muito ligeira alteração dessa corrente, o que não é possível por definição
de fonte de corrente. Assim, para que isso não aconteça uma fonte de corrente significa um percurso não disponível para ir de A para B; um
percurso não disponível é um circuito aberto)

A fonte de corrente tem o efeito de um circuito aberto do ponto de vista da resistência ao percurso

Assim, para um circuito que tem fontes independentes, para se calcular a Resistência de Thevenin:
• Curto circuita-se as fontes de tensão
• Colocam-se em circuito aberto as fontes de corrente

Exemplo
5 4 5 4 A
A

RTh
5  20
25V 20 3A 20 RAB  4   5 20   4   8
25
(O mesmo resultado que anteriormente)

B B

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Teorema de Norton

A A

Circuito contendo fontes de


alimentação, resistências RN
IN
B
B

RN  Resistência observada no ponto A quando se pretende ir para o comum (B) por dentro do circuito

Circuito Equivalente de Thevenin Circuito Equivalente de Norton


A análise destes circuitos permite obter:
RTh
A A
VTh
IN 
VTh
RTh
RN
IN
RN  RTh
B B

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Princípio da Sobreposição

Quando um sistema linear é excitado ou alimentado por mais do que uma fonte de energia, a resposta total é a
soma das respostas do sistema a cada uma das fontes agindo separadamente

Aspectos práticos: • Fontes de tensão são eliminadas introduzindo um curto-circuito no seu lugar
• Fontes de corrente são eliminadas introduzindo um circuito-aberto no seu lugar
• Fontes dependentes nunca devem ser eliminadas

Exemplo: No circuito seguinte determinar as correntes I1 , I 2 , I3 , I 4


6 2
Efeito da Fonte de Tensão
(Elimina-se a fonte de corrente)
I1 I3 6 2
A
120V 3 4 12A
I2 I4
I1* I 3*
120V 3 4
I 2* I 4*

120  VA
I1*   15 A
6
I 3*  I 4* 
VA
 5A 120  VA VA  0 VA  0
V
I  A  10 A
* 6     0  VA  30V Método das Tensões de Nó (A)
2
3 6 3 24

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Princípio da Sobreposição
Efeito da Fonte de Corrente
(elimina-se a fonte de tensão)

A 2 B
0  VA VA  0 VA  VB
Nó (A)    0
I1 I 3 6 3 2
3 4
I 2 I 4 12A VA  VB VB  0
Nó (B)    12  0
2 4

0  VA 12 VA  12V VB  24V
I1    2A
6 6
VA  0 12
I 2     4 A
3 3
Assim, pelo princípio da sobreposição
V V 12  24
I 3  A B   6A
2 2
I1  I1*  I1  15  2  17 A I3  I3*  I3  5  6  11A
VB  0 24
I 4     6 A
4 4 I 2  I 2*  I 2  10  4  6 A I 4  I 4*  I 4  5  6  1A

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