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Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo

Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação

Aline Cristini CAMBUR

CATALOGAÇÃO DE DOCUMENTOS MUSICAIS IMPRESSOS: UM


ESTUDO COMPARATIVO

São Paulo
2013
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação

Aline Cristini CAMBUR

CATALOGAÇÃO DE DOCUMENTOS MUSICAIS


IMPRESSOS: UM ESTUDO COMPARATIVO

Trabalho de Conclusão de Curso de


Biblioteconomia e Ciência da Informação
da Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo para obtenção do
título de bacharel em Biblioteconomia.

Orientador: Profª Concília Teodósio

São Paulo
2013
C186c Cambur, Aline Cristini
Catalogação de documentos musicais impressos : um estudo comparativo /
Aline Cristini Cambur. – Sâo Paulo, 2013.
f. ; cm.

Orientadora: Concília Teodósio


Coordenadora: Maria Ignês Castro Magno
Trabalho de conclusão de curso (bacharelado) – Faculdade de
Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e P
olítica de São Paulo
Inclui bibliografia
Inclui anexo
Inclui Cd-rom

1. Catalogação 2. Catalogação de partituras. 3. Partituras 4. Documentos


musicais. Teodósio, Concília III. Título

CDD 22 025.3488
Autora: Aline Cristini Cambur

Catalogação de documentos musicais impressos: um estudo comparativo

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Fundação Escola de Sociologia


e Política de São Paulo – FESPSP, como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação.

Conceito:

Banca Examinadora:

Professora Adriana Maria de Souza


Assinatura:
____________________________________________________

Professora Fernanda Kelly Silva de Brito


Assinatura:
____________________________________________________

Professora Orientadora Concília Teodósio


Assinatura: _______________________________

Data da aprovação: ___/___/___


AGRADECIMENTOS

À querida professora Concília por sua dedicação e paciência e, em especial,


por trazer a luz em meio a tantos momentos de insegurança em que este trabalho foi
escrito. Sua orientação, sempre tão sensata, foi muito preciosa para mim. À também
querida professora Maria Ignês, que nos trouxe motivação a cada aula, fazendo com
que nossos temores se tornassem simples receios.
À minha irmã por seu apoio incondicional. Provavelmente não teria chegado
até aqui sem você, que compartilhou comigo todos os momentos.
Aos colegas Bruna, Hérica, Millian, Sidnei e Vilma, ouvintes tão amigáveis e
solidários que me deram ânimo durante o desenvolvimento deste trabalho. Vocês
têm em si a verdadeira essência da Biblioteconomia, de compartilhamento e
humanismo, e tenho certeza de que farão a diferença.
Aos colegas distantes, Mateus e Ises, que ouviram a proposta deste trabalho
com tanto entusiasmo e, mesmo estando longe, compartilhavam comigo cada
avanço.
“ A música é capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que
dilacera a alma e o sorriso que a inebria”

Beethoven
RESUMO

Estudo que aborda a catalogação de documentos musicais impressos. Trata da


singularidade desse tipo de documento e da complexidade de seu tratamento, bem
como da necessidade de conhecimento específico em música por parte dos
bibliotecários. Conceitua, a partir de um levantamento bibliográfico, os elementos
pertencentes à notação musical e os diversos tipos de partituras, com o intuito de
demonstrar a importância destas como fonte de informação. Define catalogação e
enumera suas vantagens. Faz uma exposição do Código de Catalogação Anglo
Americano, dedicado à música impressa, explicando suas regras e normas, e
apresenta o Répertorie Internationale des Sources Musicales, explicando seus
campos. Aplica ambos os modelos à partitura Poema Singelo, de Heitor Villa-Lobos,
e aponta seus campos em comum, suas diferenças, vantagens e desvantagens.
Apresenta os problemas encontrados na busca por bibliografia, já que o tema é
pouco abordado nos cursos de Catalogação e salienta a importância da
Biblioteconomia e da Ciência da Informação interagirem com a Música.

Palavras chave: Catalogação. Catalogação de música. Partitura. Documento


musical.
ABSTRACT

Study that addresses the cataloging of musical documents printed. This uniqueness
of this type of document and the complexity of their treatment, as well as the need
for specific knowledge in music by the librarians. Conceptualized from a bibliographic
elements belonging to musical notation and the various types of music, in order to
demonstrate their importance as a source of information. Sets cataloging and lists
their advantages. Makes an exhibition of Anglo American Cataloguing , dedicated to
printed music, explaining its rules and regulations, and presents the Répertorie
Internationale des Sources Musicales, explaining each of their fields. Apply both
models to score Poem Singelo, Heitor Villa -Lobos, and points their fields in
common, their differences, advantages and disadvantages. Presents the problems
encountered in the search for literature, since the topic is rarely addressed in
courses Cataloguing and stresses the importance of Library and Information Science
to interact with music.

Keywords: Cataloging. Cataloging music. Score. Musical document.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – PARTITURA...........................................................................................19
FIGURA 2 – PAUTA....................................................................................................21
FIGURA 3 – LINHAS SUPLEMENTARES.................................................................21
FIGURA 4 – CLAVE DE SOL.....................................................................................21
FIGURA 5 – CLAVE DE DÓ.......................................................................................22
FIGURA 6 – CLAVE DE FÁ........................................................................................22
FIGURA 7 – OPUS.....................................................................................................24
FIGURA 8 – POEMA SINGELO – PÁGINA 1............................................................28
FIGURA 9 – CONSTRUÇÃO DO TÍTULO UNIFORME.............................................37
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – ÁREAS E FONTES PRESCRITAS CORRESPONDENTES..............34


QUADRO 2 – MODELO DE DESCRITIVA DO AACR2 PARA MÚSICA ..................38
QUADRO 3 – APLICAÇÃO DO AACR2 À PARTITURA...........................................39
QUADRO 4 – ELEMENTOS BÁSICOS DE DESCRIÇÃO DO RISM........................41
QUADRO 5 – CAMPOS DO RISM.............................................................................41
QUADRO 6 – APLICAÇÃO DO RISM À PARTITURA..............................................47
QUADRO 7 – COMPARAÇÃO DOS DOIS MODELOS.............................................50
LISTA DE SIGLAS

AACR Anglo-American Cataloguing Rules


AACR2 Anglo-American Cataloguing Rules, second edition
ALA American Library Association
BRAPCI Base de Dados Referencial de Artigos de Peri[odicos em Ciência da
Informação
CCAA2 Código de Catalogação Anglo-Americano Segunda Edição

DGM Descrição Geral do Material


IAML International Association of Music Libraries
IFLA International Federation of Library Associations and Institutions
IMS International Music Society
ISBD International Standard Bibliographic Description
ISBD(M) International Standard Bibliografic Description for Monographic
Publication
ISBD(PM) International Standard Bibliographic Description for Printed Music
ISMN International Standard Music Number
ISSN International Standard Serial Number
RIEC Reunião Internacional de Especialistas em Catalogação
RISM Répertoire Internationale des Sources Musicales
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UNESP Universidade Estadual Paulista

USP Universidade de São Paulo


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................13
2 OBJETIVOS.............................................................................................................15
2.1 Objetivo geral ....................................................................................................15
2.2 Objetivos específicos............................................................................................15
3 METODOLOGIA......................................................................................................16
4 MÚSICA....................................................................................................................18
4.1 Partituras...............................................................................................................18
4.2 Tipos de partituras.................................................................................................19
4.3 Notação musical....................................................................................................20
4.4 Pauta.....................................................................................................................20
4.5 Clave.....................................................................................................................21
4.6 Andamento............................................................................................................22
4.7 Opus......................................................................................................................23
4.8 Instrumentos..........................................................................................................24
4.9 Villa-Lobos.............................................................................................................25
5 CATALOGAÇÃO.....................................................................................................29
5.1 Evolução das regras de descrição bibliográficas.................................................31
6 AACR2.....................................................................................................................33
6.1 Descrição bibliográfica de música........................................................................33
6.2 Pontos de acesso.................................................................................................35
6.2.1 Regras de responsabilidade de autoria e secundárias de títulos e séries.......35
6.2.2 Título uniforme...................................................................................................36
6.3 Aplicação do modelo AACR2r à partitura.............................................................37
7 REPÉRTOIRE INTERNATIONALE DES SOURCES MUSICALES.......................40
7.1 Aplicação do modelo RISM à partitura.................................................................46
8 COMPARAÇÃO DOS DOIS MODELOS................................................................49
9 CONCLUSÃO..........................................................................................................51
REFERÊNCIAS..........................................................................................................52
ANEXO A – POEMA SINGELO..................................................................................54
13

1 INTRODUÇÃO

A música é uma das mais antigas formas de manifestação humana e


transcende fronteiras de espaço e de tempo, podendo ser encontradas
representações do “fazer musical” nos registros das primeiras civilizações. Com
funções diversas que incluem parte de rituais religiosos, funerais, educação ou
mesmo a pura e simples apreciação, é considerada a arte de exprimir sentimentos
através do agrupamento e combinação de sons. Sendo uma arte que se manifesta
através do som, existe apenas enquanto a sequência de vibrações sonoras está
ocorrendo, portanto precisa ser registrada em algum tipo de suporte.
A música em sua manifestação escrita é chamada notação musical e encontra-
se nas partituras. A profusão de partituras produzidas ao longo da história deve ser
preservada e difundida e é sob este aspecto que a Biblioteconomia mostra sua
importância, sobretudo para a organização e disseminação dos documentos
musicais, e para sua preservação. A catalogação destaca-se por representar o
documento e identificá-lo como único no acervo, bem como localizá-lo.
As partituras constituem uma espécie de documento diferenciado pela sua
linguagem formada por sinais dentro de um código próprio. Faz-se, portanto
necessário ter algum conhecimento musical referente a tonalidade, gêneros e
instrumentos ou ainda reconhecer os tipos de partituras.
Dentre os diferentes modelos de catalogação para música impressa, nossa
escolha recaiu no Código de Catalogação Anglo-Americano, que dedica o capítulo 5
exclusivamente às regras de descrição para esse tipo de documento e dos capítulos
21.18 e 21.19 para o estabelecimento dos pontos de acessos de responsabilidades
de autoria e título. Entretanto, não serão abordados os pontos de acesso de
assuntos porque se tornaram por demais amplos e específicos, merecendo
instrumentos próprios.
Outro modelo escolhido é o projeto Repértoire Internationale des Souces
Musicales (RISM), iniciado em 1952, normativa internacional para organização de
música impressa criado por musicólogos, sem diretrizes biblioteconômicas, cuja
função é, a princípio, a inventariação de documentos musicais, mas suas
características, como o grau de especificidade quanto à terminologia musical, o
14

tornam interessante sob a ótica da catalogação.


Apesar de não ser utilizado como referência para catalogação no Brasil, o grau
de detalhamento em relação à terminologia musical do RISM e sua normalização o
tornam um material interessante para análise e investigação. Este trabalho pretende
fazer uma comparação entre as regras do AACR2 e as regras RISM, apontando
seus campos em comum e suas diferenças, mostrando a importância desse tipo de
documento e seu registro bibliográfico para a Biblioteconomia.
15

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Apresentar duas possibilidades para a catalogação de documentos musicais


impressos, AACR2 e RISM, nas quais serão destacadas a importância de os
catalogadores possuírem um conhecimento específico do campo da música para
realizar o tratamento bibliográfico deste tipo de material.

2.2 Objetivos específicos

a) mostrar, a partir de um levantamento bibliográfico, os conceitos e elementos


de notação musical, bem como os diferentes tipos de partituras.

b) apresentar o capítulo 5 do Código de Catalogação Anglo-Americano,


referente a representação descritiva, dedicado à música impressa e as regras
RISM;

c) comparar os dois modelos, apontando suas semelhanças, diferenças, bem


como insuficiências, aplicados à partitura Poema Singelo, de Heitor Villa-
Lobos, para melhor compreensão.
16

3 METODOLOGIA

Metodologia pode ser compreendida como um método ou forma de


investigação utilizada pelo pesquisador a fim de atingir determinado objetivo.
Essa pesquisa se caracteriza em relação a seus objetivos como descritiva
documental, pois se limita a descrever fatos e fenômenos sem recorrer a
experimentos, dedicando-se a analisá-los e interpretá-los, e documental por tomar o
AACR e o RISM, fontes não convencionais, como objetos de estudo. Por não se
tratar de um trabalho científico original, essa pesquisa se caracteriza como revisão
de literatura pesquisada. Sua natureza é qualitativa, pois de acordo com Fonseca
(2002, p. 20) “não se preocupa com representatividade numérica, mas sim com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, uma organização, etc.”
O trabalho foi organizado da seguinte forma:
Realizou-se a princípio um levantamento bibliográfico com foco em
catalogação de documentos musicais na Base de Dados Referencial de Artigos de
Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), em especial nas revistas
Perspectiva em Ciência da Informação, Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência
da Informação e Revista ABC: Biblioteconomia em Santa Catarina. Foi ainda
realizada pesquisa em bases de dados online de algumas universidades, sendo elas
Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (UNESP) e
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os termos mais buscados foram
“catalogação de música”, “catalogação de partituras”, “documentos musicais” e
“catalogação”.
Na busca dos elementos essenciais das partituras e os conceitos de notação
musical necessários para se realizar a catalogação foi realizada pesquisa específica
na área, em especial no acervo da Biblioteca Cassiano Ricardo, temática em
música. Esse capítulo utiliza as definições do Dicionário Grove de Música.
Recorremos também aos materiais Como Ler uma Partitura e Uma Breve História da
Música, de Roy Bennet.
Para a abordagem sobre Catalogação recorremos à obra de Eliane Serrão
Mey Introdução à Catalogação, bem como a Introdução Geral às Ciências e
Técnicas da Informação e Documentação, de Claire Guinchat e Michel Menou.
17

Contribui também para o capítulo o documento A Brief History of AACR2. Para


análise dos campos e elementos de representação descritiva utilizamos o Capítulo 5
– Música do AACR2 e as regras RISM. Optou-se por aplicar ambos os modelos a
uma partitura, a fim de obter uma melhor compreensão das regras. Não poderíamos
deixar de citar o autor André Guerra Cotta, cuja dissertação O Tratamento da
Informação em Acervos de Manuscritos Musicais Brasileiros foi fonte principal para a
redação do capítulo sobre o RISM.
Para melhor entendimento das regras, optou-se por aplicá-las à partitura
Poema Singelo, de Heitor Villa-Lobos, um dos grandes compositores da música
erudita brasileira.
18

4 MÚSICA

Para compreensão dos capítulos seguintes, este abordará os termos e


conceitos de notação musical necessários para a realização da catalogação de
documentos musicais impressos, pois trata-se de documento com linguagem
diferenciada que exige por parte do bibliotecário noções de notação musical e dos
tipos de partituras. A partir de levantamento bibliográfico, apresenta conceitos e
definições do Dicionário Grove de Música, e dos trabalhos de Roy Bennet “Como ler
uma partitura” e “Elementos básicos da música”.

4.1 Partitura

O termo partitura é definido por Bennet (1986, p. 9) como “a escrita de uma


música (impressa ou manuscrita), com todas as suas partes arranjadas em
pentagramas distintos e superpostos que estão unidos por traços verticais para que
todo um conjunto seja apreendido num só relance de olhos”, ou seja, é a
representação escrita da música. Logo abaixo, temos um exemplo de partitura, no
caso uma versão para piano da Barcarolle, de Offenbach:

Figura 1 – Partitura1

Fonte: www. El-atril.com

1 Disponível em: <http://www.el-atril.com/partituras/Offenbach/Barcarolle.pdf>. Acesso em: 31 de ago.


2013.
19

4.2 Tipos de partitura

Existem diversas espécies de partituras, em tipos e tamanhos diferentes.


Listamos aqui os principais tipos, conforme o Dicionário Grove de Música (1994):
• Partitura de regência: partitura para orquestra contendo detalhes completos
de uma obra, tal como se pretende que seja executada. Contém as linhas
melódicas de todos os instrumentos e vozes;
• Partitura de miniatura ou de bolso: partitura impressa, em formato de bolso,
para uso individual. Não se destina à execução de uma obra;
• Partitura aberta: partitura que mostra cada parte de uma composição em uma
pauta separada;
• Partitura de coro: partitura de obra para canto em que pode haver ou não
acompanhamento de instrumento de teclado. Contém texto;
• Partitura solo: termo que designa a passagem a ser executada pelo solista
num concerto ou executada por um único intérprete;
• Partitura para duas mãos: partitura com duas pautas, sendo uma para a mão
esquerda e outra para a direita. Usada para instrumentos de teclado como
piano e cravo, e também para harpa, que exigem que as mãos trabalhem
separadamente;
• Partitura de notação por gráficos: partitura que contém tipo de notação usado
por alguns compositores em peças instrumentais no século XX. Utiliza meios
gráficos para sugerir o que o executante deve tocar;
• Redução para piano: arranjo de música escrita originalmente para orquestra
ou outros tipos de conjuntos. Pode ser feita para outros instrumentos ou
grupos de instrumentos, sendo o piano o mais comum;
• Arranjo: reelaboração ou adaptação de uma composição, normalmente para
uma combinação sonora diferente do normal;
• Transcrição: cópia grafada de uma obra musical, envolvendo alguma
modificação;
• Transposição: notação da música em uma altura diferente daquela que foi
originalmente concebida, elevando-se ou abaixando-se todas as notas pelo
20

mesmo intervalo;
• Orquestração: arranjo ou transcrição para orquestra de obra original para
outro instrumento;
• Adaptação: obra que representa alteração de outra ou parafraseia partes de
várias obras ou que se baseia em outra música.

4.3 Notação musical

Podemos compreender que notação musical é o modo com que os sons são
expressos através da escrita, numa série de sinais e códigos que representarão as
notas, seus valores, o andamento da música, sua tonalidade, ritmo, elementos que
serão explicados mais adiante e indicam a velocidade e modo de execução de uma
obra. Em resumo, é a música manifesta em sua forma escrita. O Dicionário Grove de
Música (1994) a define como “um equivalente visual do som musical, que se
pretende um registro do som ouvido ou imaginado, ou um conjunto de instruções
visuais para intérpretes.”
A notação como conhecemos hoje tem origem no sistema desenvolvido pelos
monges medievais a partir do século IX. Foi o monge Guido d'Arezzo que
desenvolveu o sistema de notação precisa de linhas, alturas e espaços
representando alturas definidas por letras, que hoje conhecemos como claves.
Porém, a notação só assumirá sua forma definitiva no século XVIII. Segundo o
Dicionário Grove (1994), a notação em algumas músicas experimentais do século
XX se faz em “termos não-convencionais e o intérprete tem a liberdade de
improvisar sobre padrões musicais, (…).”

4.4 Pauta

Também conhecida como pentagrama, é definida pelo Dicionário Grove de


Música (1994) como “um conjunto de linhas em que, nos intervalos, sobre, acima e
abaixo delas, escrevem-se notas musicais.” Possui cinco linhas e quatro espaços.
21

Figura 2 – Pauta2

Fonte: www.wikipedia.com

A pauta pode vir acompanhada de linhas suplementares, acima ou abaixo


dela, para acomodar uma nota muito grave ou muito aguda para poder ser impressa
nela mesma, como mostra a figura abaixo:

Figura 3 – Linhas suplementares3

Fonte: www.wikipedia.com

Pautas de quatro e seis linhas foram utilizadas na Idade Média por copistas,
porém, pela facilidade de leitura, popularizou-se o formato de cinco linhas.

4.5 Clave

Segundo a definição dada pelo Dicionário Grove de Música (1994), a clave é


um signo colocado no início da pauta para fixar a altura de uma (e
consequentemente das outras linhas). As claves usadas atualmente são as de Fá,
Sol e Dó.
Figura 4 – Clave de sol4

Fonte: www.wikipedia.com

2 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pauta_(m%C3%BAsica)>. Acesso em: 19 ago. 2013


3 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pauta_(música)>. Acesso em: 19 ago. 2013
4 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Clave>. Acesso em: 19 ago. 2013
22

A clave de sol é usada, segundo Bennet (1990, p. 9) para indicar a altura das
notas que se encontram acima do dó central do piano. É usada por instrumentos de
sonoridade agudo, como violino e flauta.

Figura 5 – Clave de dó5

Fonte: www.wikipedia,com

A clave de dó representa o dó central do piano e se encontra na terceira ou


quarta linha da pauta. Atualmente, seu uso de restringe à viola, mas pode ser
encontrada em partituras mais antigas.

Figura 6 – Clave de fá6

Fonte: www.wikipedia,com

A clave de fá é usada para indicar as notas abaixo do dó central do piano.


Todos os instrumentos de sonoridade baixa usam a clave de fá, dentre eles o
contrabaixo e o violoncelo.

4.6 Andamento

Andamento, segundo o Dicionário Grove de música, refere-se à velocidade em


que uma peça musical deve ser executada. Os termos para andamento foram
criados por compositores italianos e se popularizaram rapidamente. Hoje, esses
termos são universais. São eles, segundo Bennet (1990, p.20):
• Grave: vagaroso e muito sério;

5 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Clave>. Acesso em: 19 ago. 2013


6 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Clave>. Acesso em: 19 ago. 2013
23

• Lento: lento;
• Largo: largo e muito vagaroso;
• Larghetto: não tão largo;
• Adagio: calmo e muito vagaroso;
• Andante: andando em passo tranquilo;
• Andantino: andando, porém menos vagaroso que o anterior;
• Moderatto: moderadamente;
• Allegro: animado e depressa;
• Allegretto: não tão rápido quanto o anterior;
• Vivace: com vivacidade;
• Presto: muito depressa;
• Prestissimo: o mais depressa possível;
• Accelerando: aumentando a velocidade;
• Stringendo: apressando;
• Allargando: alargando;
• Rallentando: afrouxando;
• Ritardando: atrasando;
• Ritenuto: retardando de súbito;
• Meno mosso: menos movimentado;
• Più mosso: mais movimentado;
• A tempo ou tempo primo: retoma o andamento original.

4.7 Opus

Segundo o Dicionário Grove, o termo é usado ao lado de um número para


identificar um grupo de obras na produção de um compositor, com a abreviatura
“Op.”. O número de opus é geralmente atribuído em ordem cronológica, sendo
consideradas as datas de composição e publicação. Certos compositores,
entretanto, tem suas obras classificadas por outros sistemas, que constam ma
Catalogação Temática de Abreviações.
Cavalcanti e Carvalho (2011, p.14) explicam que “o número de Opus (“obra”
em latim) ordena numericamente as obras do compositor, podendo haver outras
24

numerações de catálogos específicos de compositores históricos.” Dentre esses


compositores: Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Schubert
e Richard Wagner.

Figura 7 – Opus7

Fonte: www.classicalarchives.com

4.8 Instrumentos

Há maneiras diversas de se classificar um instrumento, sendo a mais usual


agrupá-los pelo modo com que o som é produzido. Vários sistemas de classificação
de instrumentos adotam esse princípio, dentre eles o criado por Hornbostel e Sachs
em 1914, hoje considerado o sistema erudito mais completo. Curiosamente, o
sistema em questão se utilizou de um código numérico de classificação semelhante
ao de Dewey. A seguir, vemos a definição dos principais grupos de instrumentos
segundo o Dicionário Grove de Música (1994):

• Instrumentos de cordas: instrumentos que soam através da vibração das


cordas, cujo nome organológico é cordofones. Os instrumentos de cordas
dividem-se entre cordas friccionadas, que abarca a família do violino, da viola,
violoncelo e contrabaixo; o das cordas percutidas, cujo representante é o
piano, e o das cordas pinçadas, que inclui a harpa, o violão, a lira, dentre
outros;
• Instrumentos de sopro: abarca o grupo dos metais, que inclui trompete,
trombone, trompa e tuba, e o grupo das madeiras, que inclui oboé, fagote,
saxofone, clarinete e flauta;
• Instrumentos de percussão: divide-se, conforme a classificação Hornbostel-
Sachs, em membranofones, que produzem som através de uma membrana
esticada, e inclui os tambores, e idiofones, cujo som se produz através do
próprio corpo do instrumento, e inclui pratos, sinos, xilofone, etc;

7 Disponível em: <http://www.classicalarchives.com/chopin.html>. Acesso em: 19 ago. 2013


25

• Instrumentos eletrônicos: inclui os instrumentos eletrônicos propriamente


ditos, como os sintetizadores, e os eletromecânicos, valem-se da amplificação
eletrônica para tornar seu som audível, a exemplo da guitarra elétrica.

4.9 Villa-Lobos

Sendo nossa proposta a catalogação de partituras em dois modelos, cabe


apresentar o compositor e a composição escolhida para a aplicação de tais modelos.
Heitor Villa-Lobos, nascido no Rio de Janeiro em 5 de março de 1887, foi um
compositor erudito brasileiro, conhecido como o maior representante da música do
Modernismo no Brasil. Com uma obra vasta e rica, tinha atração pelas sonoridades
brasileiras, e muitas de suas composições possuem elementos de canções regionais
e indígenas. Villa-Lobos produziu uma música rica, de perfil moderno, ou “nova, com
possibilidade constante de diálogo entre linguagens do passado e presente”
(GOMES FILHO, 2004, p. 16).
Filho do casal Raul e Noêmia Monteiro Villa-Lobos, teve uma educação
musical precoce, dada pelo próprio pai. Aos seis anos aprendeu a tocar violoncelo
em uma viola adaptada pelo pai, e aos onze aprendeu clarineta. Nessa época
conheceu a obra de Bach através de sua tia Fifinha. Sua formação foi marcada pelo
fértil ambiente musical de sua casa, frequentada por músicos e amigos que, nas
noites de sábado, reuniam-se para tocar. Morando com a família em Minas Gerais e
em cidades do interior do Rio de Janeiro, tomou contato com a música popular,
contato esse que se refletiria em suas obras. Na adolescência, manifestou interesse
pelo choro, gênero popular na cidade do Rio do Janeiro. Com a morte do pai, em
1899, começou a tocar em pequenas orquestras de cafés e teatros (GOMES FILHO,
2004, 11).
Em 1905, aos 18 anos, iniciou uma série de longas viagens pelo Brasil,
visitando primeiro Espírito Santo, Bahia e pernambuco e, algum tempo depois, o
interior do Nordeste, conhecendo e impressionando-se com o folclore local.
De volta ao Rio de Janeiro, Villa-Lobos apresentou-se oficialmente como
compositor em 1915, com uma sequência de concertos que rendeu um grande
número de críticas à sua música. Tocando em pequenas orquestras para se manter,
26

conheceu o pianista Arthur Rubinstein, que depois de ouvir suas composições e


reconhecer seu potencial, arranjou para que Villa-Lobos fosse à Europa, onde se
tornaria o maior divulgador de sua obra (CALDAS, 2013, p. 41).
Convidado a participar da Semana de Arte Moderna de 1922 por Graça
Aranha, Villa-Lobos animou-se com a proposta do movimento, cujas ideias
coincidiam com as suas. O Movimento Modernista, irreverente e anárquico, prezava
pela renovação artística e estética, com a busca de uma identidade nacional e, na
música, o aproveitamento das características da música popular (FERREIRA, 2011,
p. 217)
Dentre suas obras apresentadas em três dias estavam as “Danças Africanas”,
a “Segunda Sonata” e o “Terceiro Quarteto”. Participaram da Semana de Arte
Moderna, nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Victor Brecheret,
Anita Malfatti, Di Calvancanti, entre outros. À frente de músicos como o violoncelista
Alfredo Gomes, a violinista Paulina D'Ambrosio, o barítono Nascimento Filho e os
pianistas Ernani Braga e Lucília Villa-Lobos, o compositor foi vaiado como todos os
outros participantes. Ainda assim, sua música causaria furor, com uma repercussão
na imprensa “tão barulhenta quanto a própria música” (GRIECO, 2009, p. 56).
Heitor Villa-Lobos teve ainda um importante papel como educador, sendo
convidado por João Alberto a organizar um programa de educação musical no
Estado de São Paulo. Após dois anos de experiência, Villa-Lobos foi convidado a
dirigir a Superintendência de Educação Musical e Artística, no Rio de Janeiro, e
introduziria o Canto Coral e o ensino de Música nas escolas, com o aval do então
presidente Getúlio Vargas. Entusiasta da educação musical, criou a Academia de
Música Brasileira em 1945. A partir daí, a saúde do músico começa a declinar,
embora não deixasse de compor. Vêm a falecer em 17 de novembro de 1959, aos
72 anos.
Considerado um dos maiores compositores do século XX, pode-se afirmar a
respeito de sua obra:
Quando se consulta e estuda a obra de Villa-Lobos, o que demanda
tempo, dada a sua espantosa fecundidade, adquire-se logo a
convicção de estar tratando com um grande músico, seguro do seu
métier […], grande poder de síntese e de emoção, numa cristalização
total de sua poderosíssima personalidade. (KIEFER, apud CALDAS,
2007, p. 42)
27

Por ser um compositor de grande importância para a música brasileira, autor


de uma obra original e inovadora, em que derrubou a dicotomia entre a música
popular e erudita, foi escolhido entre tantos para a redação deste trabalho. A
partitura escolhida para o presente estudo, Poema Singelo, ainda que executada
frequentemente por instrumentistas, é pouco conhecida pelo grande público, e por
isso escolhida.
Poema Singelo, é uma das peças avulsas para piano do compositor e não
pertence a nenhum ciclo. Dedicada à segunda esposa do compositor, Arminda
Neves D'Almeida, foi composta no ano de 1942, por acaso no mesmo ano em que o
Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, fundado pelo próprio Villa-Lobos, foi
oficializado, conforme Gomes Filho (2004, p. 77).
A música é descrita por Grieco (2009, p. 110) como um “movimento de valsa,
quase valsa-choro, porém com uma curva melódica de beleza ingênua sem ser
humilde”.
Abaixo vemos a primeira página da partitura Poema Singelo. A partitura
completa encontra-se no anexo deste trabalho.
28

FIGURA 8 – POEMA SINGELO – PÁGINA 1

Fonte: acervo da autora


29

5 CATALOGAÇÃO

A catalogação pode ser compreendida como o processo de preparo e


organização de um item, a fim representá-lo dentro do acervo para sua posterior
recuperação. A catalogação, segundo MEY (1995, p. 6), permite não apenas
caracterizar os itens, tornando-os únicos dentre os demais, mas também reuni-los
por suas semelhanças.
Nas palavras de CALDAS (2007, p.18), referindo-se a ela como
“representação do item, não se tratando apenas de um trabalho mecânico”. Se antes
vista apenas como técnica e trabalho que não requeria qualquer tipo de
especialização, hoje é tida como uma das mais importantes áreas dentro da
Biblioteconomia e da Ciência da Informação, pois trata-se da exposição do acervo
da instituição através da descrição física de seus documentos, sendo para ela
necessário detalhamento e profundo conhecimento do item a ser descrito.
As funções da catalogação são definidas por Mey (1995), como:

1 Permitir ao usuário:
• localizar um item específico;
• escolher entre as várias manifestações de um item;
• escolher entre vários itens semelhantes, sobre os quais, inclusive, possa não
ter conhecimento prévio algum;
• expressar, organizar ou alterar sua mensagem interna.
2. Permitir a um item encontrar seu usuário;
3. Permitir a outra biblioteca:
• localizar um item específico;
• saber quais os itens existentes em acervos que não o seu próprio.

Ainda segundo Mey, tais funções devem ter as caraterísticas de “integridade,


clareza, precisão, lógica e consistência.” (1995, p. 7)
A Catalogação, de acordo com a autora (1987), se constitui de descrição
bibliográfica, pontos de acesso que abrangem as responsabilidades de autoria, título
(incluindo o de série), assunto e localização do item. A primeira consiste na
30

descrição dos aspectos extrínsecos de um documento, que individualiza o item a


partir da prescrição das fontes que fornecem dados a serem incluídos na descrição
e a pontuação que os identifica.
A segunda, referente aos pontos de acesso tanto para o estabelecimento dos
pontos de acessos de responsabilidades de autoria e títulos, bem como refletir o
conteúdo de uma obra, que pode ser designado por meio de sistemas de
classificação alfa numéricos e por listas autorizadas de assunto, vocabulários
controlados e tesauros. Esta etapa da catalogação deve adequar-se ao nível de
conhecimento do usuário e seu objetivo.
E por fim, a localização dos itens, que se refere à armazenagem do
documento no acervo empreendida através da notação da autoria, que pode ser fixa,
mista, relativa ou por um código de identificação da biblioteca quanto às inseridas
em redes compostas por diversas bibliotecas devido ao desenvolvimento de
sistemas computadorizados de cooperação catalográfica.
Para Guinchat e Menou (1994, p. 101), a descrição bibliográfica é tanto
processo quanto produto. Como processo, realiza a:

• descrição da parte física do documento;


• descrição dos elementos de identificação do documento, o que inclui o
documento domo um todo e as partes distintas que o compõe;
• indicação das relações bibliográficas com elementos descritivos de outros
documentos.

Enquanto produto, a descrição bibliográfica pode ser definida como um


conjunto organizado de informações acerca de determinado documento, destinado a
fornecer uma descrição única deste documento, não ambígua, permitindo sua
identificação em catálogos e bases de dados.
A catalogação, portanto, consiste em, informar ao usuário a existência de um
determinado documento, fornecer ao pesquisador dados necessários para a
identificação de seu conteúdo, através de título, autoria e assunto, apresentar sua
localização para seu acesso, estabelecendo assim, o encontro entre usuários e
documentos.
31

5.1 Evolução das regras de descrição bibliográfica

Ainda que muitos trabalhos abordem o histórico das regras e normas de


catalogação, consideramos pertinente apresentar um breve resumo das regras de
descrição bibliográfica a fim de contextualizar as regras que tomamos por base
teórica de nosso estudo.
A Catalogação não é um assunto recente; a humanidade desde muito tempo
se preocupa em organizar e localizar seus documentos, a exemplo da primeira
tentativa de se formar um catálogo, realizada por Calímaco, na Biblioteca de
Alexandria. Porém ela só recebe a devida atenção no século XIX, com a publicação
das regras de catalogação desenvolvidas por Antonio Panizzi, em 1839, e de Cutter,
em 1876, data que coincide com a fundação da American Library Association.
A segunda metade do século XX é marcada por uma série de eventos que
estabeleceriam padrão internacional para a catalogação, a começar pela
Conferência Internacional sobre Princípios de Catalogação, conhecida posterirmente
como Conferência de Paris, em 1961. É a mesma conferência, que reuniu 53 países,
que resulta nos chamados Princípios de Paris, que nortearia, a partir de então,
vários trabalhos sobre catalogação.
Os Princípios de Paris contemplaram doze itens:
• alcance ou objetivos da Declaração;
• funções do catálogo;
• estrutura do catálogo;
• tipos de acesso ou entradas;
• uso de entradas múltiplas;
• funções dos diferentes tipos de entradas;
• escolha do cabeçalho uniforme;
• autor pessoal único;
• entrada para entidade coletiva;
• autoria múltipla;
• obras com entrada pelo título;
• cabeçalho de entrada para autores.
Baseado na dita conferência e fruto de um trabalho que reuniu a American
32

Library Association, a Canadian Library Association e a Library Association da


Inglaterra, o Anglo Américan Cataloguing Rules (AACR) é publicado em 1967. O
AACR teria uma segunda edição publicada em 1978. Em 1981 foi publicada uma
versão abreviada, o Concise Anglo American Cataloguing Rules 2nd edition
(AACR2). Posteriormente foram realizadas várias revisões, a saber (JOINT
STEERING COMMITEE FOR DEVELOPMENT OF RDA, 2009):

• em 1985 as revisões realizadas em 1982 e 1983;


• em 1986 as revisões realizadas em 1885. Neste ano, o Australian Comitee on
Cataloguing (ACOC) torna-se membro do JSC;
• em 1987 traz um esboço do capítulo 9 renomeado como Arquivos de
computador;
• em 1988 lança o AACR2 publicado em forma de livros e folhas soltas,
incorporando as revisões de 1982, 1983, 1985 e as revisões subsequentes
não publicadas;
• em 1993 publica o conjunto com todas as emendas;
• em 1998 as revisões do AACR2 incorporam o conjunto de 1993 e as revisões
aprovadas entre 1992 e 1996, e foram publicadas nos formatos de livro e CD-
ROM;
• um pacote foi publicado em 1999 e 2001. Este último incluiu a revisão
completa do Capítulo 9, que passou a ser chamado “Recursos Eletrônicos”;
• a revisão de 2002 do Anglo American Cataloguing Rules incorporou as
emendas de 1999 e 2001, incluindo a revisão completa do Capítulo 3 –
Material Cartográfico- e Capítulo 12, renomeado como Recursos Contínuos. A
revisão do Capítulo 12 foi baseada na recomendação da International
Conference on the Principles and Future Development of AACR2 and IFLA.
Foi publicado somente em folhas soltas.

O Código se firmou como instrumento essencial ao trabalho do catalogador,


abarcando os itens existentes em um acervo bibliográfico, incluindo as partituras, ou
música impressa.
33

6 AACR2

O Anglo American Cataloguing Rules 2th edition, rev. 2002 (AACR2r) foi publi-
cada no Brasil em 2004 pela Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários,
Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB) a tradução do AACR2, sob o título
de Código de Catalogação Anglo Americano (CCAA2, revisão 2002) e designado in-
ternacionalmente como AACR2r.
Os capítulos da parte 2 subdividem-se em escolha de pontos de acesso, re-
gras para forma de representação de nomes pessoais, nomes geográficos e entida-
des, além dos títulos uniformes, ou seja, o título pelo qual se reúne as várias edições
ou manifestações de uma obra em catálogo, e regras para entradas de remissivas.
Apresenta também apêndices que contém a indicação para uso de maiúsculas e mi-
núsculas, abreviaturas, numerais, glossário, artigos iniciais e um anexo dedicado
aos cabeçalhos de nomes pessoais de língua portuguesa.

6.1 Descrição bibliográfica de música

As regras para a representação descritiva de música impressa encontram-se


no capítulo 5 e se destinam unicamente à descrição de música publicada.

Não abrangem detalhadamente manuscritos ou outro tipo de música


não publicada, embora o emprego de um termo acrescentado à descri-
ção física (veja 5.5B) e a aplicação de determinações específicas do
capítulo 4 possam fornecer uma descrição suficientemente detalhada
para o catálogo de uma biblioteca de forma geral. Para a descrição de
música gravada, veja o capítulo 6. Para reproduções de obras musi-
cais em microforma, veja o capítulo 11. (CÓDIGO, 2004, p. 5)

O objetivo da descrição bibliográfica e fornecer um conjunto de informações


necessárias para representar documentos de forma única e não ambígua, de modo
a identificá-lo, localizá-lo e representá-lo nos catálogos (GUICHART E MENOU
1994, p. 101).
Para que esta representação seja unívoca o AACR2r determina as fontes de
onde devem ser tiradas as informações para a transcrição dos elementos de áreas.
34

fazendo distinção entre fonte principal de informação e fontes prescritas para


cada área de elementos (grifo nosso):

Como fonte principal de informação estabelece a página de rosto. As


partituras apresentam um tipo particular de página de rosto
denominada “página de rosto em lista” das músicas contidas no item
ou uma relação de música publicadas pela mesma editora, entre as
quais está relacionado o título da partitura a ser catalogada. Na
hipótese desta fonte ser insatisfatória ou não existir o AACR2r
recomenda ainda considerar como fonte principal a capa ou o título de
partida, dependendo qual deles apresenta a informação mais
completa. Se a informação não estiver disponível na fonte principal
recomenda que se retire informações: das seguintes fontes: título de
partida, capa. colofão. outras preliminares, outras fontes (CÓDIGO...,
2004, p. 5-3).

Em relação às fontes prescritas, aquelas designadas para cada uma das 8


áreas referentes à descrição bibliográfica apresentamos o quadro abaixo para des-
tacá-las:
QUADRO 1 – ÁREAS E FONTES PRESCRITAS CORRESPONDENTES
Áreas Elementos Fontes Prescritas
Área 1 Título e da indicação de Fonte principal de informação
responsabilidade

Área 2 Indicação de edição Fonte principal de informação, título


de partida, capa, colofão, outras
preliminares

Área 3 Apresentação musical Fonte principal de informação

Área 4 Publicação, distribuição etc. Fonte principal de informação, título


de partida, capa, colofão, outras
preliminares, primeira página da
música

Área 5 Descrição física Qualquer fonte

Área 6 Título de série Fonte principal de informação, título


de partida, capa, colofão, outras
preliminares

Área 7 Notas Qualquer fonte

Área 8 Número normalizado Qualquer fonte

Fonte: (CÓDIGO..., 2004, p. 5-5)


35

6. 2 Pontos de acesso

O AACR2r define como pontos de acesso “o nome, termo ou código etc. sob o
qual um registro bibliográfico pode ser procurado” (CÓDIGO..., 2004, p. D-11).
Os pontos de acesso basicamente são: de responsabilidade de autoria, títulos,
incluindo títulos de séries, uniformes e de assuntos Como mencionamos anterior-
mente, os pontos de acesso de assuntos não serão tratados neste trabalho porque
necessitam instrumentos próprios para sua abordagem.

6.2.1 Regras de responsabilidade de autoria e secundárias de títulos e séries

É o capítulo 21 que estabelece as regras para escolha dos pontos de acesso


de responsabilidade de autoria. A regra básica de ponto de acesso principal para
música, ou seja, o compositor é o autor da obra (Regra 21.1 A) enquanto nas regras
21.18 a 21.22 são apresentados os critérios para os pontos de acesso específicos. A
saber:
• Obras musicais: regras 21.18A1 a 21.18C para os pontos de
acesso de arranjos, transcrições e adaptações;
• Obras musicais com letra: regras 21.19A a 21.19C para os pon-
tos de acesso de pastichos, óperas, baladas, e obras de um es -
critor musicadas por vários compositores;
• Música para balés, etc. é abordada na regra 21.20;
• Acompanhamentos adicionais, etc. são abordados na regra
21.21;
• Música litúrgica: é abordada na regra 21.22 (CÓDIGO..., 2004,
grifo nosso).
36

6.2.2 Título uniforme

O título uniforme é um recurso de catalogação que tem recebido inúmeros


estudos a seu respeito, quer em função da complexidade para sua elaboração como
a respeito da sua importância na recuperação de registros bibliográficos. Embora de
grande importância para a catalogação de música impressa ele será tratado de
maneira pontual neste trabalho.
O Código de Catalogação Anglo Americano 2. ed. Revisada, define título
uniforme como:

1. Um determinado título sob o qual uma obra pode ser identificada


para fins de catalogação. 2. Um determinado título usado para distin-
guir o cabeçalho de uma obra do cabeçalho para uma obra diferente.
3. Um título coletivo convencional utilizado para agrupar as publica-
ções de um autor, compositor ou entidade, compreendendo diversas
obras ou, extratos de diferentes trabalhos (por exemplo obras comple-
tas, diversas obras em determinada forma literária musical). (CÓDI-
GO..., 2004, Apêndice d-15).

É ainda o próprio Código que declara na regra 25.1 a função do título uniforme
como segue:
Para reunir todas as entradas de uma obra, quando aparecem
apresentações diferentes (por exemplo edições, traduções) dessa
obra sob vários títulos, para identificar uma obra, quando o título pelo
qual é conhecida difere do título princiapl do item que está sendo
catalogado; para distinguir entre duas ou mais obras publicadas sob
títulos principais idênticos, para organizar o arquivo. (CÓDIGO...,
2002, p. 25-5)

Os critérios para formação de título uniforme para obras musicais com títulos
individuais ou coletivos bem como os acréscimos pertinentes são descritos nas re-
gras 25.26-25-35 do Código de Catalogação Anglo-Americano (2004, p. 25-34 a 25-
36).
Com a finalidade de ilustrar o processo de construção de título uniforme apre-
sentamos na figura XX um fluxograma elaborado por Jonas Borges Castro:
37

FIGURA 8 - CONSTRUÇÃO DO TÍTULO UNIFORME

Fonte: Castro (2013, p. 44)

6.3 Aplicação do modelo AACR2r à partitura

O quadro a seguir apresenta a ordem dos elementos, a semântica dos ele-


mentos e a pontuação prescrita para a representação descritiva de música de acor-
do com o estabelecido pelo AACR2:
38

QUADRO 2 – MODELO DE DESCRITIVA DO AACR2 PARA MÚSICA


Entrada principal (ou ponto de acesso principal)
[Título uniforme]
Título principal [DGM] = títulos equivalentes : outras informações sobre o títu
lo / 1ª indicação de responsabilidade ; cada uma das indicações subseqüentes
de responsabilidade. – Indicação de edição / 1ª indicação de responsabilidade
relativa à edição. – Indicação e representação musical – 1º lugar de publicaç
ão etc. : 1º editor etc., data
Extensão do item : outros detalhes físicos ; dimensão + material adicional. –
(Título principal de série / responsabilidade relativa à série, número
normalizado da série ; numeração dentro da série. Título da subsérie, número
normalizado da subsérie ; numeração dentro da subsérie)

Forma de composição e meio de execução.


Língua do item e/ou tradução ou adaptação
Fonte do título principal
Variações do título principal
Títulos equivalentes e outras informações sobre o título
Indicação de responsabilidade
Edição e histórico
Notação
Publicação, distribuição etc
Duração da execução e descrição física
Material adicional
Série
Dissertações e teses
Público a que se destina
Outros formatos
Conteúdo
Número do editor e número de chapas
Exemplar que esta sendo descrito, acervo da unidade e restrições de
uso
Notas iniciadas com a palavra com
Número normalizado

1. Assunto (s) I. Nome (s) Pessoa, Entidade II. Título (s) III. Serie
(s)
Fonte: Teodósio, 2012, anotações de aula
39

QUADRO 3 – APLICAÇÃO DO AACR2 À PARTITURA


Villa-Lobos, Heitor 1887-1986.
[Poema singelo, piano, W434, si bemol maior]
Poema singelo [Música] : para piano : 9º ano / H. Villa-Lobos. – Partitura
para piano solo. – [São Paulo] : Irmãos Vitale, 1976
1 partitura (11 p.): 30 cm.

Para piano solo


Conteúdo não linguístico
Título retirado do cabeçalho
Primeira execução por José Vieira Brandão em 30 de maio de 1943 no
Rio de Janeiro
Dedicada a Arminda Neves d' Almeida, violinista e esposa do
compositor, fundadora do Museu Villa-Lobos e criadora do Festival Villa-
Lobos. A peça musical composta em 1942, no Rio de Janeiro coincide
com o ano que foi oficializado por decreto do presidente Getúlio Vargas o
Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, fundado pelo próprio Villa-
Lobos.*
Copirraite de Villa-Lobos de 1943 e dos Irmãos Vitale S.A. Ind. e Com.
em 1976.
Duração de aproximadamente 6 min.
N. de chapa: 4 – V.L.

1. Música para piano 2. Valsa I. Brandão, José Vieira II. D'Almeida,


Arminda Neves. I. Título
Fonte: elaborado pela autora
* A nota de histórico tem como fonte Gomes Filho (2004, p. 77)
40

7 REPÉRTOIRE INTERNATIONALE DES SOURCES MUSICALES

O Répertoire Internationale des Souces Musicales – RISM- é uma normativa


internacional destinada à organização de música impressa. O Projeto RISM tem
suas origens no período pós-Segunda Guerra, nos congressos ocorridos em
Basiléia, da International Musicology Society, e em Florença, da International
Association of Music Libraries, ambos ocorridos em 1949, respectivamente.
Segundo Pacheco (2009, p. 25), os congressos revelaram a “necessidade de se
estudar exaustivamente e de se estabelecer regras de descrição para fontes
musicais existentes em todo o mundo”. O Projeto RISM surge então em 1952.
Encontramos no prólogo de suas regras:

Debido a la enorme cantidad de información que hoy, más que nunca, se ge-
nera un trabajo serio de catalogación de los fondos musicales siempre será
un asunto pendiente. La naturaleza flexible del proyecto RISM está en conso-
nancia con esta problematica y, por ello, su programa está abierto y está en
constante revisión, es decir, es un programa vivo. Las normativa que ahora
publicados no tiene carácter cerrado, sino que habrá de perfeccionarse cons-
tantemente con nuevas indicaciones, fruto de las sugerencias que se vayan
planteando. (RISM, 1995: 21)8

Tendo o Projeto contado com a colaboração de musicólogos, o RISM


apresenta grande grau de detalhamento quanto à terminologia musical, no que
consiste um dos seus diferenciais. Suas normas são também bastante precisas, e
orientam o trabalho do catalogador com clareza e simplicidade (COTTA, 2000, p.
206).
Outra de suas peculiaridades, que torna o tratamento da informação da partitu-
ra mais simples, é o fato de cada campo se referir a um único tipo de informação. No
entanto, por se tratar de um modelo sem diretrizes biblioteconômicas, no Projeto-
RISM “a informação descritiva está organizada campo a campo, sem obedecer a ne-

8 “Devido à enorme quantidade de informação que hoje, mais do que nunca, se gera, qualquer
trabalho sério de catalogação de fundos musicais será sempre um trabalho inacabado. O caráter
flexível do projeto RISM está em consonância com essa problemática e, por isso, seu programa é
aberto e está em constante revisão, ou seja,é um programa vivo. A legislação que agora publicamos
não tem caráter fechado, ao contrário, deverá aperfeiçoar-se constantemente com novas indicações,
fruto das sugestões que possam surgir” (Tradução nossa).
41

nhuma hierarquia, apesar de ser possível identificar informações relacionadas entre


si, porém dispersas pelos diferentes campos” (PACHECO, 2009, p. 26).
A ficha do RISM apresenta três tipos de dados: elementos básicos de descri-
ção, notas e incipts9, sendo os dois primeiros divididos em dois blocos de descrição,
chamados Bloco I-Títulos e menções e responsabilidade, e Bloco II-Descrição física.
As notas serão divididas em quatro blocos, sendo Bloco III-Relativas à menção de
responsabilidade, Bloco VI-Relativas aos meios de interpretação, Bloco V-Outro tipo
de informação, e Bloco VI-Relação de conteúdo, notas bibliográficas e informação
sobre o exemplar (COTTA, 2000, p. 155), como mostrado no quadro abaixo:

QUADRO 4 - ELEMENTOS BÁSICOS DE DESCRIÇÃO DO RISM


Elementos básicos de Bloco I: títulos e menções de responsabilidade;
descrição: Bloco II: descrição física.
Notas: Bloco III: relativas a menções de responsabilidade;
Bloco IV: relativas a meios de interpretação;
Bloco V: outro tipo de informação;
Bloco VI: relação de conteúdo, notas bibliográficas,
informações sobre o exemplar
Fonte: Cotta (2000, p. 155)

O quadro 5 apresenta os campos de descrição do RISM na ordem dos códi-


gos:

QUADRO 5 – CAMPOS DO RISM


Código Informação
1 RISM 50 Nome do compositor normalizado
2 RISM 60 Nome do compositor
3 RISM 70 Nome do compositor não normalizado
4 RISM 82 Outro compositor ao qual remete a obra
5 RISM 90 Número de composições
6 RISM 100 Título uniforme
7 RISM 110 Seleção, esboços e fragmentos
8 RISM 120 Arranjos

9 Incipt: a palavra em latim corresponde à 3ª pessoa do singular do verbo incipere (começar).


Consiste nas primeiras palavras de um texto ou, modernamente, nas primeiras notas de uma
partitura, que é o caso do RISM.
42

9 RISM 130 Nome diplomático da forma musical


10 RISM 140 Forma musical normalizada
11 RISM 150 Título alternativo ao uniforme
12 RISM 160 Relação abreviada de vozes e instrumentos 1
13 RISM 180 Relação abreviada de vozes e instrumentos 2
14 RISM 190 Relação abreviada de vozes e instrumentos 3
15 RISM 200 Catálogo de obras do compositor (sigla)
16 RISM 210 Catálogo de obras do compositor (vol. e pág.)
17 RISM 220 Catálogo de obras do compositor (tonalidade)
18 RISM 240 Número de opus
19 RISM 260 Tonalidade da obra
20 RISM 320 Título próprio (transc. Diplomática do título)
21 RISM 420 Nome do autor literário
22 RISM 440 Nome do arranjador (datas de nasc. E morte)
23 RISM 450 Nome do co-autor musical
24 RISM 460 Nome dos intérpretes
25 RISM 480 Dedicatória
26 RISM 490 Outros nomes
27 RISM 500 Coleções. Relações de conteúdo
28 RISM 510 Obra individual. Identificação da coleção
29 RISM 520 Autógrafo
30 RISM 540 Datação do manuscrito
31 RISM 560 Nome do copista
32 RISM 600 Número de partituras
33 RISM 610 Número de volumes, exemplares e observações sobre a partitura
34 RISM 620 Número de fólios ou páginas da partitura
35 RISM 630 Número de reduções
36 RISM 640 Número de volumes, exemplares e observações sobre a redução
37 RISM 650 Número de fólios ou páginas da redução
38 RISM 660 Número de livros de coro
39 RISM 670 Número de volumes, exemplares e observações sobre o livro de coro
40 RISM 680 Número de fólios ou páginas do livro de coro
41 RISM 700 Número de partes
42 RISM 710 Número de fólios ou páginas de cada uma das partes
43 RISM 720 Relação de vozes e instrumentos
44 RISM 740 Material incompleto
45 RISM 750 Medidas
43

46 RISM 760 Marcas d'água


47 RISM 780 Identificação dos fragmentos de uma obra
48 RISM 800 Ordenação numérica dos incipts
49 RISM 801 Voz ou instrumento correspondente ao incipt
50 RISM 802 Nome do personagem correspondente ao incipt
51 RISM 806 Epígrafe do incipt
52 RISM 807 Tempo do incipt
53 RISM 810 Incipt literário
54 RISM 811 Incipt literário de textos sacros em latim
55 RISM 820 Clave
56 RISM 822 Tonalidade do incipt
57 RISM 823 Compasso do incipt
58 RISM 824 Medida real do compasso do incipt
59 RISM 826 Incipt musical
60 RISM 827 Comentário ao incipt musical
61 RISM 830 Outros nomes de personagens (sem incipt)
62 RISM 832 Solistas vocais
63 RISM 834 Outros solistas vocais
64 RISM 836 Distribuição dos coros
65 RISM 838 Outras vozes dos coros
66 RISM 848 Instrumentos solistas
67 RISM 852 Instrumentos de corda
68 RISM 854 Instrumentos de sopro - madeiras
69 RISM 856 Instrumentos de sopro - metais
70 RISM 858 Outros instrumentos
71 RISM 862 Instrumentos de tecla
72 RISM 864 Instrumentos de corda pulsada ou pinçada
73 RISM 866 Baixo contínuo
74 RISM 868 Observações sobre o Baixo contínuo
75 RISM 912 Proveniência – Pessoa
76 RISM 914 Proveniência – Instituição, lugar
77 RISM 915 Proveniência – Instituição, nome
78 RISM 932 Código antigo
79 RISM 942 Data de composição
80 RISM 944 Estreia
81 RISM 946 Outras execuções
82 RISM 948 Data de edição
44

83 RISM 952 Referências à Série RISM A/I


84 RISM 954 Referências à Série RISM B
85 RISM 956 Nome do editor/editorial
86 RISM 957 Local da edição
87 RISM 958 Nome do impressor
88 RISM 960 Número da prancha
89 RISM 962 Outras informações da fonte
90 RISM 972 Informações de fontes secundárias
91 RISM 974 Bibliografia
92 RISM 976 Precisão bibliográfica
93 RISM 982 Cidade e nome da biblioteca ou arquivo
94 RISM 984 Código atual
_100 RISM 998 Lista de abreviaturas RISM A/II
_ RISM 999 Termos e expressões habituais
Fonte: Cotta (2000, p. 155).

Ainda que apresente 94 campos de descrição, o RISM propõe oito campos bási-
cos para que a catalogação seja realizada (COTTA, 2000, p. 157), sendo os outros
opcionais. Os campos básicos são:

• Nome do autor normalizado;


• Título uniforme e forma musical;
• Título próprio;
• Manuscrito (autógrafo, se for o caso) ou impresso;
• Designação do tipo de documento (partitura, redução, livro de coro, etc.) e
extensão do material;
• Incipt(s) musical(ais);
• Nome da biblioteca ou arquivo, cidade e país;
• Assinatura.

O primeiro campo básico, RISM 50, conforme nos instrui Cotta (2000, p. 158),
deve ser preenchido pelo nome do autor na sua grafia internacionalmente reconheci-
da (nome normalizado), na seguinte disposição: sobrenome em maiúsculas seguido
de vírgula, nome com a inicial maiúscula e demais minúsculas. Caso a autoria da
45

obra seja anônima, preencher-se-á o campo apenas com “anônimo”. Caso a obra
descrita seja uma coletânea do mesmo autor, o campo deverá ser preenchido com o
nome do autor, mas o campo de incipt não deverá ser preenchido, e cada peça terá
sua própria ficha de descrição. Caso a obra seja um manuscrito com peças de auto-
res diferentes, preencher-se-á o campo apenas com “Manuscrito coletivo”.
Cotta (2000, p. 159) diz que os campos RISM50 e RISM60 são separados na
ficha, mesmo que sejam adjacentes na ordem de código dos campos. Isto ocorre
porque a informação do campo seguinte, o título uniforme, é uma informação
importante para o RISM depois do nome do compositor normalizado.
O campo de título uniforme, RISM 100, já mencionado anteriormente, tem o
objetivo de agrupar sob um único título uma composição com diferentes nomes. A
composição do título uniforme segue a ordem estabelecida pelo RISM (COTTA,
2000, p. 159):

• Obras com título literário normalmente aceito: deve-se citar o título literário em
sua versão original, normalizado. Aparece em óperas, cantatas, dentre outros;
• Incipt literário normalizado: o incipt do texto serve como título uniforme na
música vocal que não tem título literário. No caso de música litúrgica não se
utiliza o incipt do texto como título uniforme, e sim o nome da forma musical.
Em óperas e oratórios com título literário desconhecido, usa-se “ópera” e
“oratório”, respectivamente;
• Gênero ou forma: caso não se possa recorrer nem a título literário nem a um
incipt literário, a forma ou o gênero musical servirão como título uniforme. Se
não for possível saber de que forma se trata, utilizar-se-á a indicação de
tempo no singular.

O campo de transcrição diplomática deve ser preenchido com o título da obra


tal como consta no documento, com cada uma das linhas (caso apareçam)separa-
das por espaços e barras, conforme a instrução de Cotta (2000, p. 162). Diz o mes-
mo Cotta que, caso exista mais de um título diplomático, deve-se optar pelo que tiver
mais informações, e se houver mais de um título com diferentes informações devem
ser todos indicados com o local de onde foram retirados entre colchetes.
46

Se a obra a ser descrita for um manuscrito, o campo RISM 540 deverá ser
preenchido com a data do documento, e não a de composição, que tem seu próprio
bloco, o RISM942. Caso outras datas apareçam no documento, deverão ser
indicadas nos campos RISM962 (outas informações da fonte) ou
RISM972(informações de fontes secundárias). No caso dos impressos, a data da
edição deverá ser transcrita no campo RISM948.
Deve-se indicar ainda o número de partituras de que o documento é composto,
o número de exemplares e/ou volumes e seu número fólios ou páginas, sendo o
RISM600, RISM610 e RISM620 para as partituras, o RISM630, RISM640 e
RISM650 para as reduções, o RISM660, RISM670 e RISM680 para os livros de
coro, o RISM700 e RISM710 para as partes.
Os incipts musicais, que devem ser transcritos no campo RISM826, possuem
campos tanto para sua identificação quanto para sua redação. O RISM apresenta as
seguintes regras para a redação do incipt (COTTA, 2000, p. 187):

• Deve-se tomar os incipts musicais da voz e do instrumento mais agudo.


Pode-se também recolher todas as vozes importantes para uma composição;
• Em obras constituídas de várias partes ou movimentos, deve-se recolher o
incipt de cada um deles;
• Em óperas e cantatas, deve-se tomar primeiramente o incipt da abertura,
seguido do da introdução (primeiro vocal e depois instrumental) e, depois o da
ária (primeiro o vocal e depois o instrumental);
• Em seleções e fragmentos de obras dramáticas, tomar-se-á primeiro o incipt
do recitativo, seguido do da ária (primeiro vocal e depois instrumental, tanto
para um quanto para outro).

Por fim, o campo RISM982 deve ser preenchido com a sigla do país, cidade e
da biblioteca em que se encontra o documento (COTTA, 2000, p. 186).

7.1 Aplicação do modelo RISM à partitura

Logo abaixo vemos a aplicação das regras do AACR2r para música, aplicado à
partitura Poema Singelo de Heitor Villa-Lobos.
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QUADRO 6 – APLICAÇÃO DO RISM À PARTITURA


Código do Informação
campo
RISM 50 Nome do compositor VILLA-LOBOS, Heitor
normalizado
RISM 60 Nome do compositor VILLA-LOBOS, HEITOR (1887-1959)
RISM 70 Nome do compositor Villa-Lobos, H.
não normalizado
RISM 90 Número de 1
composições
RISM 100 Título uniforme Poema singelo, piano, W434, si bemol maior
RISM 260 Tonalidade da obra B♭
RISM 320 Título próprio Poema singelo
(transcrição
diplomática do título)
RISM 480 Dedicatória Dedicado à Arminda Neves D'Almeida
RISM 600 Número de partituras 1
RISM 610 Número de volumes, 1
exemplares e
observações sobre a
partitura
RISM 620 Número de fólios ou 11 p.
páginas da partitura
RISM 700 Número de partes 1
RISM 720 Relação de vozes e Pf
instrumentos
RISM 750 Medidas 31 X 23 cm.
RISM 801 Voz ou instrumento Pf solo
correspondente ao
incipt
RISM 807 Tempo do incipt Andantino
RISM 820 Clave G
RISM 822 Tonalidade do incipt B♭
RISM 823 Compasso do incipt 3/4
RISM 826 Incipt musical

RISM 848 Instrumentos solistas Pf


48

RISM 862 Instrumentos de tecla Pf


RISM 912 Proveniência - Pessoa Aline Cristini Cambur
RISM 942 Data de composição 1942
RISM 944 Estréia 30 de maio de 1943. Rio de Janeiro
RISM 948 Data de edição 1976
RISM 956 Nome do Irmãos Vitale
editor/editorial
RISM 957 Local da edição São Paulo
RISM 972 Informações de fontes Dedicada a Arminda Neves d' Almeida, violinista e
secundárias esposa do compositor, fundadora do Museu Villa-
Lobos e criadora do Festival Villa-Lobos. A peça
musical composta em 1942, no Rio de Janeiro
coincide com o ano que foi oficializado por decreto
do presidente Getúlio Vargas o Conservatório
Nacional de Canto Orfeônico, fundado pelo próprio
Villa-Lobos.*
RISM 982 Cidade e nome da São Paulo, arquivo pessoal
biblioteca ou arquivo
Fonte: elaborado pela autora
49

8 COMPARAÇÃO DOS DOIS MODELOS

Ainda que tenham o propósito de catalogar documentos musicais, dois mode-


los desenvolvidos com diretrizes tão distintas como a biblioteconômica e a musicoló-
gica não poderiam deixar de apresentar diferenças entre si, a primeira no tocante ao
detalhamento da terminologia, que no RISM se apresenta maior. Embora o AACR2r
preencha todos os requisitos para uma catalogação completa e eficiente, esta não
deixa de ser uma característica notável. Outra diferença consiste em que no AA-
CR2r, as áreas correspondam a mais de um tipo de informação, como no caso da
Área 1 – Título principal e indicação de responsabilidade. No RISM cada campo cor-
responde a um único tipo de informação: “a dimensão, os diferentes títulos, men-
ções, etc., cada informação tem seu respectivo lugar, até mesmo escólios e fontes
secundárias” (COTTA, 2000, p. 206).
O Título uniforme, que no RISM corresponde ao campo RISM100, têm para
ambos a mesma função, contudo as instruções para a redação em um e outro são
diferentes. No AACR2r o processo de construção do título uniforme se mostra um
pouco complexo devido à extensão de suas regras a aos elementos de identificação
musical das obras musicais (CASTRO, 2013, p. 45).
Dentro da área 1 – Título principal e indicação de responsabilidade, o título
principal corresponde ao campo RISM 320, de Transcrição diplomática do título
(Título próprio). Ambos instruem a transcrever o título tal como aparece no
documento (lembrando que, para o AACR2r a fonte principal de informação do
documento é a página de rosto em livros), privilegiando-se sempre o título original
atribuído pelo autor quando não é um título genérico. Neste último caso, o AACR2r
nos instrui a considerar o tipo de composição e seus acréscimos (quando os há)
como título principal. No RISM, quando há mais de um título diplomático com
informações diferentes, suas regras instruem a transcrever todos os que forem
necessários. O tipo de composição no RISM tem seu lugar no campo RISM140,
Forma musical normalizada. O nome do compositor dentro da Área 1, que no
AACR2r deve ser transcrito tal como aparece na fonte principal de informação,
corresponde ao campo RISM70 Nome do compositor não normalizado, embora no
RISM ele seja transcrito em ordem indireta.
Na Área 4 – Publicação e distribuição, a data da publicação corresponde ao
50

campo RISM948, o nome do publicador ao campo RISM956 e o local de publicação


ao campo RISM957. A data da composição corresponde ao campo RISM942. O
número de páginas da partitura, na Área 5 – Descrição física, corresponde ao campo
RISM620. Há campos próprios para reduções, livros de coro e partes. A dimensão
do material corresponde ao campo RISM750.
Na Área 7 – Notas, encontramos campos correspondentes à forma de execu-
ção, RISM140, às variações do título principal, RISM150, à de data de estreia,
RISM944. A nota de edição e histórico tem seu correspondente no campo RISM972,
Informações de fontes secundárias.
Com a finalidade de uma melhor visualização e entendimento, apresentamos o
quadro a seguir, com os campos e áreas correspondentes em um e outro modelo.

QUADRO 7 – COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS MODELOS

AACR2 RISM
Área 1 – Título principal e indicação RISM100
de responsabilidade
Título principal RISM320
Nome do compositor RISM70
Área 4 – Publicação e distribuição -
Data da publicação RISM948
Nome do publicador RISM956
Local de publicação RISM942
Data da composição RISM942
Área 5 – Descrição física RISM620
Dimensão do material RISM750
Área 7 - Notas -
Forma de execução RISM140
Variações do título principal RISM150
Data de estreia RISM944
Nota de edição e histórico RISM972
Fonte: elaborado pela autora
51

9 CONCLUSÃO

Esta pesquisa propôs a apresentação de dois modelos para a catalogação de


documentos musicais impressos, o Código de Catalogação Anglo-Americano e o
Répertoire Internationale des Sorces Musicales, com uma comparação entre os
modelos, mostrando assim suas diferenças, peculiaridades e campos em comum e a
aplicação de ambos à partitura Poema Singelo, para melhor compreensão. Fez-se
necessário o esclarecimento de alguns termos referentes à terminologia musical e à
tipologia musical, para um entendimento mais completo deste trabalho, além de
frisar a importância do conhecimento musical para os catalogadores.
Não houve dificuldades na redação do primeiro capítulo, pois é abundante a
bibliografia sobre o tema, e este, em si, é bastante interessante. Destacamos que a
finalidade deste capítulo foi esclarecer os conceitos e elementos de terminologia
musical necessários para se realizar a catalogação de partituras.
No capítulo seguinte, a respeito da catalogação e de seu histórico, não houve
dificuldade na busca de bibliografia, porém no capítulo 6, em que foram
apresentadas as regras do AACR2r, a redação se tornou um pouco trabalhosa em
virtude da dificuldade de entendimento de algumas das regras. A leitura do trabalho
de Castro e de Caldas foi fundamental para um entendimento mais claro das ditas
regras. O capítulo a respeito do RISM foi igualmente trabalhoso.
Verificamos que, embora tanto um quanto outro modelo sejam completos no
que se refere à catalogação, o AACR2r possui uma estrutura um tanto rígida, mais
voltado à linguagem e prática do catalogador que do usuário. O RISM se mostra
mais flexível nesse sentido, e seu detalhamento se mostra útil para o usuário
músico.
Verificamos assim a necessidade de interdisciplinariedade entre as duas áre-
as, bem como maiores discussões a respeito do tema, ainda pouco abordado nos
cursos de catalogação no Brasil, a fim de oferecer um tratamento mais eficiente para
a informação musical.
52

REFERÊNCIAS

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Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. 104 p.

_______. Elementos básicos da música. Tradução Maria Teresa de Resende


Costa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. 96 p.

______. Uma breve historia da música. Tradução Maria Teresa de Resende Costa.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986. 80 p. Tradução de: History of music.

CALDAS, Sérgio Eduardo Silva de. Elementos necessários à representação


descritiva de partituras: um estudo com as Bachianas Brasileiras n.1, 2 e 4 de
Heitor Villa-Lobos. 2007. 101 f. Monografia (Bacharelado em Ciência da Informação)
– Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2007. Disponível em: <
http://eprints.rclis.org/11833/>. Acesso em: 13 set. 2013.

CASTRO, Jonas Borges de. Catalogação de documentos musicais: uma releitura


das regras de catalogação. 88 f. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) –
Universidade de Brasília, Faculdade de Ciência da Informação, Brasília, 2013.
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Acesso em: 13 de set. 2013.

CAVALCANTI, Hugo Carlos; CARVALHO, Maria Auxiliadora. A informação na música


impressa: elementos para análise documental e representação de conteúdos.
Revista Digital em Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 8, n.
2, p. 132-151, jan./jun. 2011. Disponível em:
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musicais brasileiros. 285p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) -
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FERREIRA, Ernandes Gomes. Literatura, música erudita e popular no Modernismo


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RISM - Répertoire International des Sources Musicales – Normas internacionales


para la catalogación de fuentes musicales históricas: (Serie A/II, Manuscritos
musicales, 1600-1850) / traducción española y comentarios realizados por José V.
González Valle, Antonio Ezquerro, Nieves Iglesias, C. José Gosálvez, Joana Crespí.
[Barcelona?]: Arco Libros, [1995?]

TEODÓSIO, C. Material utilizado em aula. 2012.


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ANEXO A – POEMA SINGELO


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