O humor tem como finalidade divertir e provocar risos. No entanto, por
diversas vezes, algumas pessoas zombam de indivíduos ou grupos sociais somente pela sua raça, nacionalidade, etnia, gênero, orientação sexual ou outras características (outros aspectos). E é aí que o problema reside: o humor não deve causar tristeza nem embaraço a ninguém. A humilhação gratuita por conta da individualidade de cada um vai contra a ética e o respeito. Em alguns casos, brincadeiras de mau gosto podem até mesmo ser consideradas crimes de injúria, uma vez que ofendem a dignidade de alguém; ou podem levar a outros crimes, como é o caso do humorista Rafinha, que ao declarar que mulheres feias deveriam ser gratas se fossem estupradas, pois os estupradores estavam lhe dando uma oportunidade, foi acusado de apologia ao estupro. As pessoas que acham graça em piadas que ferem os direitos humanos são tão responsáveis quanto os humoristas que fazem essas brincadeiras, já que um bom comediante não precisa caçoar dos outros de maneira politicamente incorreta, tem consciência de que nem toda piada é válida e de que existem formas de fazer humor sem humilhar os outros. Apesar de o comediante que faz brincadeiras inadequadas não ser o culpado direto pelas mazelas da sociedade, ele é responsável por estimulá-las, ao fazer com que o público ache certo e engraçado diminuir pessoas por suas particularidades. Em vista dos argumentos apresentados, pode-se perceber que há um limite entre o cômico e o ofensivo que, às vezes, é tênue, de forma que muitos não conseguem enxergá-lo, já que há preconceitos tão enraizados em nossa sociedade que se torna normal fazer piadas com eles. Contudo, é imprescindível ter em mente que a liberdade de expressão tem limite: o respeito.