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UERJ- Universidade Estadual do Rio de Janeiro

INSTITUTO DE LETRAS

Docente: Matheus Moraes de Brito.

Disciplina: Teoria da Literatura IV.

Discente: Veronica Gameiro de Oliveira.

Turma: 3.

Como Escrever Humor [Capítulo 3: A receita do humor]


de Mel Helitzer com Mark Shatz
“Existem seis ingredientes essenciais em qualquer receita de humor. A ausência de
qualquer um deles desanda a receita e faz o humor murchar (...):
• Alvo • Exagero
• Hostilidade • Emoção
• Realismo • Emoção” (p. 50).
“Esta fórmula foca no “como” e no “porquê” do humor. O alvo é o “como”, e o
“porquê” é a hostilidade, o realismo, o exagero, a emoção e a surpresa contidos na
piada”. (p. 50).
“A escolha certeira do seu alvo no humor não é apenas importante; talvez seja o fator
mais crítico na redação humorística comercialmente bem sucedida. (...) Seu alvo pode
ser praticamente qualquer coisa ou pessoa, mas você precisa certificar-se de
que ele seja adequado para aquela plateia”. (p. 51).
“Isso significa que o humor é sempre injusto”. (p. 52).
“Um redator iniciante às vezes escolhe alvos limitados, como sua (seu) namorada (o).
Aí é que está o problema: seu companheiro pode ser a pessoa mais bizarra ou hilária
na história da espécie humana, mas ninguém se interessa por ele (ela), exceto os
membros de sua família”. (p. 52).
“Generalizar demais também pode trazer problemas. A forma como as pessoas dirigem,
por exemplo, é um assunto amplo que não é útil ao humor; o alvo deve ser mais
específico” (p. 53).
“Muitos comediantes abrem suas apresentações ridicularizando suas deficiências,
características físicas, sua conta bancária, sua inteligência e até mesmo seu sucesso.
Como as pessoas sempre estão dispostas a rir da desgraça alheia, esta é a maneira mais
segura de aquecer sua plateia”. (p. 53).
“Sexo é um dos alvos mais populares. Praticamente um quarto de todo o humor
produzido aborda esse tema (...) Não que sejamos fascinados por estripulias: é que
somos frustrados por relatos exagerados de desempenho.”. (p. 54).
“Paradoxalmente, assim que os “neofamosos” chegam ao ápice de sua badalação na
mídia, começamos a humilhá-los com boatos e insinuações humorísticas”. (p. 56).
“A necessidade de nos sentirmos superiores é motivo de ridicularizarmos os lugares.
(...) Cada humorista tem um local favorito para desovar o seu lixo”. (p. 56).
“O seu alvo deve incomodar a seu público tanto quanto incomoda a você”. (p. 57).
“Polêmicas são sempre muito úteis ao humor: religião, significado da vida e da morte
e política”. (p. 57).
“Embora a sensação de superioridade seja essencial para o humor, ainda assim você
pode ser engraçado apoiando uma ideia, ao invés de contradizê-la”. (p. 57).
“O segundo ingrediente na receita dos TRÊS é a hostilidade. O humor é um antídoto
poderoso para muitos dos sentimentos hostis que possuímos (...) No humor, a palavra
ridículo escreve-se ridicruelo: a comédia é cruel. Essas duas palavras andam sempre
juntas”. (p. 58).
“Sempre somos hostis a alguma coisa”. (p. 58).
“A hostilidade em relação às autoridades é algo internacional (...)O humor é uma
grande catarse, porque permite que o público tenha a oportunidade de desabafar suas
indignações contra autoridades, as maiores ou as menores”. (p. 59).
“Uma característica dessa hostilidade é invariavelmente ridicularizarmos (atacando)
aqueles que percebemos como superiores (ou numa posição superior)”. (p. 59).
“humor niilista: baseado na teoria de que não há nenhuma pessoa ou coisa sagrada que
não possa ser ridicularizada”. (p. 60).
“Enquanto os homens só pensam em sexo, as pesquisas indicam que as mulheres se
preocupam é com dinheiro. Apesar disso, não há dúvida de que para ambos grana é
uma fonte constante de irritação e hostilidade”. (p. 61).
“O interesse pelas finanças começa com o seu primeiro choro (pedindo um doce) e
prossegue até o último (implorando por oxigênio). Já que todos nós temos problemas
com dinheiro, direcionar a hostilidade para essa questão é uma das melhores (...)
maneiras de mostrar à plateia que você compartilha seus problemas”. (p. 62).
“Assuntos familiares são sempre excelentes alvos para o humor”. (p. 62).
“Os adolescentes e pré-adolescentes viram sempre os alvos das piadas familiares. Às
vezes nem os bebês escapam (...) Os pais livram-se desse fardo através do humor,
mesmo que não possam fazê-lo na realidade”. (p. 63).
“A angústia é a constatação de que os contos de fadas não são reais: existe um final
infeliz para cada começo feliz. A angústia mexe com ansiedades tão pessoais que
antigamente evitávamos discuti-las”. (p. 63).
“Charlie Chaplin explorou as frustrações e os temores em relação à industrialização
para fazer as pessoas rirem. É irônico que a IBM tenha chegado a usar o personagem
do vagabundo numa propaganda de computadores, pois Chaplin não promovia as
máquinas, ele as ridicularizava. (...)A frustração com a nossa aparente inabilidade em
controlar o meio ambiente agora é motivo de irritação universal”. (p. 63).
“Zombar das crenças ou características de grupos sociais é um dos temas mais
controversos do humor, pois atende a nossos instintos mais primitivos: preconceito e
insegurança. Buscamos manter algum senso de superioridade, ridicularizando as
características anormais dos outros”. (p. 65).
“Tememos ser controlados ou intimidados por pessoas de raças ou religiões diferentes
e, então, através do menosprezo, tentamos estereotipar (...)ou qualquer particularidade
que achamos esquisita”. (p. 65).
“O terceiro componente na fórmula dos TRÊS é o realismo. (...)Sem uma base
verdadeira, haverá pouco motivo para a plateia se identificar, mas não esqueça que o
humor também distorce essa verdade. O desafio é aprender a contar a verdade (sendo
realista) mentindo (exagerando)”. (p. 67/68).
“Bom humor é um paradoxo que cria surpresas: a justaposição inesperada do razoável
próximo ao absurdo”. (p. 68).
“O duplo sentido básico do humor age assim: (a) expõe um problema comum,
normalmente usando um chavão, e (b) arremata com uma surpresa ou desfecho
inesperado”. (p. 68).
“O humor incongruente (...), baseia-se na premissa de duas ou mais circunstâncias
realistas (...) unidas num único pensamento”. (p. 68).
“O valor do realismo torna-se mais evidente quando analisamos o humor das crianças.
A sua combinação de verdade e ingenuidade simplistas faz o deleite dos adultos
porque nos proporciona um sentimento de superioridade benevolente”. (p. 69).
“Já começamos a discutir o exagero, o quarto elemento na fórmula dos TRÊS”. (p. 70).
“Só o humor é capaz de fazer uma plateia abdicar da descrença e do ceticismo. Estamos
sempre permitindo que os humoristas utilizem as hipérboles, façam distorções
descaradas e extrapolem nos estereótipos”. (p. 70).
“O quinto elemento da teoria dos TRÊS é a emoção. A hostilidade, mais ou menos
exagerada, não é o bastante, é preciso provocar inquietação na plateia. Isto, na verdade,
nada mais é do que a habilidade do redator em usar a emoção para produzir tensão e
ansiedade”. (p. 71).
“Um grande comediante precisa ser um ator com energia ilimitada”. (p. 71).
“A capacidade de provocar emoções depende da atuação do apresentador, traduzindo o
material do redator através da voz, do entusiasmo e de suas ações. Isso também é fruto
da experiência: saber o momento de inserir uma pausa e quanto
tempo mantê-la”. (p. 71).
“O elemento final na fórmula dos TRÊS é a surpresa. (...) O riso instantâneo de uma
plateia ao vivo é a mais honesta das emoções, por isso é fácil perceber se a surpresa
Funcionou”. (p. 73).
“Não importa apenas ter um texto de humor bem escrito, é preciso que o comediante
não deixe a plateia perceber que haverá uma surpresa”. (p. 74).

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