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UERJ- Universidade Estadual do Rio de Janeiro

INSTITUTO DE LETRAS

Docente: Matheus Moraes de Brito.

Disciplina: Teoria da Literatura IV.

Discente: Veronica Gameiro de Oliveira.

Turma: 3.

Como Escrever Humor [Capítulo 2: Por que rimos]


de Mel Helitzer com Mark Shatz
“Cada estudioso da comédia interpreta seu fenômeno subjetivo nos
termos de sua própria disciplina”. (p.31).
“O denominador comum entre as teorias é que o humor é tão subjetivo que nenhuma
teoria única poderia abranger todas as suas instâncias”. (p.31).
“Se quiser escrever engraçado, primeiro você precisa entender como as plateias reagem
ao humor”. (p.32/33).
“Patricia Keith-Spiegel identificou dois
motivos primários para rirmos:
• Rimos quando somos pegos de surpresa
• Rimos quando nos sentimos superiores”. (p.33).
“A surpresa é universalmente uma das fórmulas mais aceitas para o humor: a piada é
uma história, cujo final geralmente é surpreendente”. (p.34).
“Qualquer peça de humor rapidamente perde a graça devido à repetição ou quando o
final é muito previsível”. (p.34).
“As técnicas que mais provocam a surpresa são: a reversão de expectativa (...)e a
incongruência”. (p.34).
“Parece que há grande necessidade de as pessoas se sentirem superiores. O humor
satisfaz essa necessidade”. (p.35).
“‘O humor é uma reação à tragédia e a piada é sempre às custas de outra pessoa’–
afirmou o antropólogo Alan Dundes”. (p.35).
“Muitas vezes o humor ridiculariza a inteligência, posição social e enfermidades físicas
ou mentais daqueles que consideramos inferiores a nós”. (p.35/36).
“Existem duas maneiras de se sentir superior: a primeira é por realizar um trabalho
exemplar, que receba aclamação pública (...) a segunda maneira (...) é criticar
publicamente as realizações dos outros. Isso diminui o prestígio deles e focaliza a
atenção sobre nós.”. (p.37).
“Como indivíduos (...), nosso humor geralmente mira para cima, contra as figuras de
maior autoridade.
Num grupo, nosso humor mira para baixo, em direção aos grupos que não
correspondem aos nossos costumes sociais, religiosos, nacionais ou sexuais”. (p.38).
“O riso é um instinto inato, um fenômeno da evolução”. (p.39).
“Para os seres humanos, o riso evoluiu como um substituto para a agressão. O triunfo
geralmente vem acompanhado de um sorriso largo (boca aberta) seguido
imediatamente por um urro de alegria”. (p.39).
“Segundo o dicionário, algo é incongruente quando é inconsistente consigo mesmo.
Por exemplo, sempre que alguém se comporta de maneira rígida, que de repente se
torna inadequada para a lógica da situação, essas esquisitices resultam numa cena
ridícula. Esse efeito cômico pode surgir de uma incongruência de fala, de ação ou de
caráter”. (p.40).
“Muitas situações incongruentes provocam o riso, porque permitem que o observador
se sinta superior”. (p.40).
“(...) Câmera Indiscreta. Esses programas são elaborados para nos fazer rir de pessoas
tentando manter a dignidade em circunstâncias bizarras”. (p.40).
“O riso nervoso disfarça o nosso reconhecimento das convenções rígidas, que nos
fazem parecer idiotas quando desnudados pela luz estroboscópica
dos humoristas”. (p.41).
“Enquanto a incongruência é o confronto de ideias, a ambivalência é a presença
simultânea de emoções conflitantes, como os relacionamentos de amor e ódio”. (p.41).
“Esse tipo de humor mascara nossa culpa ou nossos erros idiotas; é uma tentativa de
manter a dignidade. O humor autodepreciativo é apenas um recurso para deixar o
público à vontade e para que você possa assumir o controle”. (p.42).
“O nosso riso acanhado acontece quando deixamos um copo cair ou quando um erro
inocente é descoberto; nessas situações, o riso serve para aliviar a tensão”. (p.42).
“O alívio vem sempre com a aprovação final do grupo”. (p.42).
“Nós sorrimos, (...) quando experimentamos aquela visão súbita de ter solucionado um
mistério, (...)ou finalizando uma tarefa difícil. Os teóricos chamam isso de humor de
configuração: quando conseguimos resolver as charadas, rimos em voz alta, porque
ficamos encantados com a solução (surpresa) e queremos que o mundo saiba que somos
muito espertos (superioridade)”. (p.43).
“O psicólogo J. C. Flugel escreveu: ‘Rimos para poder regredir à infância sem
parecermos idiotas. Adotamos um jeito brincalhão, porque é uma forma de
relaxamento’. É por isso que, universalmente, as histórias em quadrinhos são o formato
de humor mais aceito entre adultos, independente de cultura ou nacionalidade”. (p.44).
“Raramente apreciamos a comédia que não agrada a multidão”. (p.44).
“O humor agressivo é parâmetro, porque a comédia é uma crítica
socialmente aceitável, uma catarse que combina notabilidade com respeitabilidade”.
(p.45).

“O mistério do que é realmente ‘engraçado’ nunca será resolvido, porque o senso de


humor é tão único quanto uma impressão digital. (p.47).
“O humor negro sempre emerge de uma situação trágica”. (p.47).
“O consenso é que o humor é uma maneira de lidar com a tragédia. Quanto maior o
medo, maior a necessidade de criar piadas para afastá-lo”. (p.47).
“Muitas das piadas ofensivas, dessas tragédias por exemplo, formam uma espécie de
“humor proibido”, contadas somente de pessoa para pessoa, mas raramente em
espetáculos públicos”. (p.47).
“Muitas vezes rir das desgraças substitui pensamentos negativos por positivos, quer
estejamos rindo dos outros ou das nossas próprias desgraças”. (p.48).
“Mas quanto ao humor negro, o verdadeiro motivo das pessoas contarem esse tipo de
piada é mais simples: angariar respeito ou, pelo menos, atenção”. (p.48).

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