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Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 1

2 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva


Presidente

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Luís Carlos Guedes Pinto


Ministro

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Conselho de Administração

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Embrapa Algodão

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Chefe Geral

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Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

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Chefe Adjunto de Administração

José Renato Cortez Bezerra


Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 3

ISSN 1678-8710
Novembro, 2006

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Centro Nacional de Pesquisa de Algodão

Sistemas de
Produção 5

Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do


Nordeste Brasileiro

Fábio Akiyoshi Suinaga


Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva
Wirton Macedo Coutinho
(Editores)

Campina Grande, PB.


2006
4 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:

Embrapa Algodão
Rua Osvaldo Cruz, 1143 – Centenário
Caixa Postal 174
CEP 58107-720 - Campina Grande, PB
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Comitê de Publicações

Presidente:Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão


Secretária: Nívia Marta Soares Gomes
Membros: Cristina Schetino Bastos
Fábio Akiyoshi Suinaga
Francisco das Chagas Vidal Neto
Luiz Paulo de Carvalho
José Américo Bordini do Amaral
José Wellington dos Santos
Nair Helena Arriel de Castro
Nelson Dias Suassuna
Supervisor Editorial: Nívia Marta Soares Gomes
Revisão de Texto: Wirton Macedo Coutinho
Tratamento das Ilustrações: Geraldo Fernandes de Sousa Filho
Capa: Flávio Tôrres de Moura/Maurício José Rivero Wanderley
Editoração Eletrônica: Geraldo Fernandes de Sousa Filho

1ª Edição
1ª impressão (2006) 1.000 exemplares

Todos os direitos reservados


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui
violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610)

EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB)


Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro, por Fábio
Akiyoshi Suinaga e outros. Campina Grande, 2006

42p. (Embrapa Algodão. Sistemas de Produção, 5)

1. Sisal-Sistema de Produção. I. Suinaga, F.A. II. Silva, O.R.R.F. da. III.


Coutinho, W.M. IV. Costa, L.B. da. V. Cartaxo, W.V. VI. Título. VII. Série.
CDD633.577

 Embrapa 2006
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 5

Autores

Fábio Akiyoshi Suinaga


Engº Agrº, D.Sc. em Melhoramento Genético de Plantas, Embrapa
Algodão, Rua Osvaldo Cruz, 1143 - Centenário, 58107-720
Campina Grande, PB.
suinaga@cnpa.embrapa.br

Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva


Engº Agríc., D.Sc. em Mecanização Agrícola, Embrapa Algodão
odilon@cnpa.embrapa.br

Wirton Macedo Coutinho


Engº Agrº, M.Sc. em Fitopatologia, Embrapa Algodão
wirton@cnpa.embrapa.br

Luriorlando Bidô da Costa


Técnico Agrícola, Embrapa Algodão

Waltemilton Vieira Cartaxo


Administrador, B.Sc. em Marketing para Gestão Empresarial,
Embrapa Algodão
cartaxo@cnpa.embrapa.br
6 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 7

Apresentação

A cultura do sisal (Agave sisalana Perrine) gera mais de meio milhão de


empregos em áreas marginais com vistas à prática da agricultura; sua
ampla adaptação ao semi-árido da região Nordeste também constitui uma
outra vantagem deste cultivo.

Não obstante sua relevância estratégica, vários fatores têm concorrido


para a decadência do sisal, dentre os quais: o baixo índice de
aproveitamento da planta de sisal; a concorrência com as fibras duras
sintéticas; o elevado custo inicial para a produção da monocultura sisaleira;
a falta de variedades adaptadas às regiões produtoras; doenças e o manejo
deficitário da fertilidade dos solos, entre outros.

Apesar de todos esses problemas que concorrem para a não


sustentabilidade da cultura, o sisal continua sendo uma das poucas opções
econômicas em regiões semi-áridas do Nordeste brasileiro. Dificilmente
uma outra cultura é mais rentável e mais vantajosa que o sisal nessas
regiões, sendo imprescindível garantir sua continuidade com a realização de
estudos capazes de estimular a expansão e promover o progresso
tecnológico.

Neste Sistema de Produção se descrevem, de forma sucinta e objetiva,


todos os segmentos da cadeia produtiva do sisal, com todos os
conhecimentos gerados pela Embrapa, ao longo de 20 anos de pesquisa
com esta cultura; aborda, ainda, o aproveitamento dos resíduos oriundos do
desfibramento com ênfase na utilização da mucilagem para alimentação
animal.
8 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Espera-se, portanto, que esta publicação possa oferecer subsídios para o


soerguimento da cultura de forma sustentável, uma vez que o sisal se
constitui em umas das poucas alternativas de ocupação de uma parcela
significativa da população do semi-árido nordestino.

Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão


Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento
da Embrapa Algodão
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 9

Sumário

Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro...................11


Importância econômica..........................................................................11
Clima....................................................................................................12
Solos.....................................................................................................12
Preparo do solo................................................................................13
Conservação do solo........................................................................13
Genótipos utilizados..............................................................................13
Plantio...................................................................................................15
Material para plantio........................................................................15
Configuração e densidade de plantio.................................................17
Plantio em fileiras simples................................................................17
Plantio em fileiras duplas..................................................................17
Tratos culturais....................................................................................18
Capinas ou roço...............................................................................18
Erradicação dos rebentos.................................................................18
Doenças...............................................................................................19
Colheita.................................................................................................21
Corte das folhas..............................................................................21
Transporte..........................................................................................22
Tratos pós-colheita...............................................................................22
Desfibramento....................................................................................22
10 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Lavagem e secagem da fibra............................................................24


Limpeza da fibra..............................................................................25
Seleção e classificação da fibra........................................................26
Enfardamento......................................................................................28

Armazenamento...................................................................................28

Mercado e comercialização...................................................................29
Aproveitamento da fibra..................................................................29
Aproveitamento dos resíduos do desfibramento......................................31
Coeficientes técnicos............................................................................34

Referências Bibliográficas.....................................................................40
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 11

Cultivo de Sisal na Região


Semi-Árida do Nordeste
Brasileiro
Fábio Akiyoshi Suinaga
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva
Wirton Macedo Coutinho
Luriorlando Bidô da Costa
Waltemilton Vieira Cartaxo

Importância econômica

No Brasil, o cultivo do sisal (Agave sisalana) ocupa uma extensa área de


solos pobres na região semi-árida dos Estados da Bahia, Paraíba e Rio
Grande do Norte, em áreas com escassa ou nenhuma alternativa para
exploração de outras culturas.

A fibra do sisal, beneficiada ou industrializada, rende cerca de 80 milhões


de dólares em divisas internas por ano, além de gerar mais de meio milhão
de empregos diretos e indiretos por meio de sua cadeia produtiva, sendo o
cultivo dessa agavaceae um dos principais agentes de fixação do homem à
região semi-árida nordestina.

Apesar da sua relevância tem-se constatado, nos últimos anos, um declínio


contínuo desta cultura, expresso em reduções da área cultivada, produção
e produtividade. Dentre os vários fatores que têm contribuído para esta
decadência, os principais são: baixo índice de aproveitamento da planta de
12 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

sisal (somente 4% das folhas colhidas se convertem em produto vendável,


após o desfibramento); a concorrência com as fibras sintéticas, o elevado
custo inicial para a produção da monocultura sisaleira, o número restrito de
genótipos adaptados às regiões produtoras, o não aproveitamento dos
resíduos do desfibramento, doenças e o manejo deficitário da fertilidade
dos solos. Neste contexto, o desenvolvimento de novos sistemas de
produção que viabilizem a competição da fibra com os fios sintéticos, a
redução de custos de produção, o aproveitamento dos subprodutos do
desfibramento e a maior eficiência no processo de descorticamento, são
fundamentais para elevar a sustentabilidade da atividade sisaleira e
promover a inclusão social das comunidades que subsistem desta cultura.

Clima

O sisal é uma planta semi-xerófila com adaptação às regiões tropicais e


subtropicais, suportando secas prolongadas e temperaturas elevadas
(AMORIM NETO e BELTRÃO, 1999); originária da Península de Yucatã,
México, adequa-se ao clima tropical semi-árido e às regiões de clima
quente com poucas chuvas (ANDRADE, 1969).

Na região Nordeste do Brasil o sisal se desenvolve na região semi-árida,


com temperatura média diária superior a 24 °C, altitude máxima de 600
m, precipitação média anual entre 650 e 1250 mm, umidade relativa
média anual do ar variando de 66 a 79% e ventos de 3 m/s (OASHI,
1999).

Solos

O plantio do sisal deve ser realizado em solos sílico-arenosos, permeáveis,


de média fertilidade e relativamente profundos, evitando áreas
compactadas e encharcadas, que dificultam o seu pleno desenvolvimento.
Áreas de baixada onde predominam solos aluviais e hidromórficos podem
também ser exploradas, desde que sejam drenadas. A água em excesso
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 13

prejudica o desenvolvimento do sistema radicular e reduz a capacidade


produtiva da planta.

Preparo do solo

A primeira etapa do preparo do solo é a limpeza da vegetação, devendo o


material vegetal residual ser enleirado em curvas de nível para atuar como
barreira à erosão; caso o terreno contenha vegetação arbustiva,
recomenda-se a destoca ou roço, que poderá ser manual ou tratorizada.

O preparo do solo em campos de sisal antigos ou abandonados deverá ser


realizado com uma grade pesada, devido à dificuldade do arado em
penetrar no solo com grande quantidade de raízes, enquanto em áreas com
vegetação arbustiva, o preparo do solo deverá ser realizado com uma
aração e gradagem, utilizando-se o arado de discos e a grade leve.

Conservação do solo

As condições topográficas e de textura do solo são fatores importantes na


implantação da cultura e no manejo do solo. Além desses cuidados
recomenda-se, também, a adoção de práticas conservacionistas, como o
plantio em curvas de nível quando a declividade do terreno exceder 5%.

Genótipos utilizados

Dois genótipos são utilizados no cultivo de sisal no Nordeste brasileiro: A.


sisalana ou sisal comum (Figura 1), amplamente cultivado na região, e o
híbrido 11648 (Figura 2), desenvolvido na região Oeste da África (SOUZA
SOBRINHO et al.,1985).

O comprimento da folha e a resistência da fibra, características


importantes para a indústria, são qualidades intrínsecas de A. sisalana; o
híbrido 11648, entretanto, é mais resistente à seca, o que permite colheita
durante todo o ano. No processo de desfibramento o híbrido 11648, quando
14 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Foto: Wirton Macedo Coutinho


Fig. 1. Agave
sisalana.
Foto: Odilon R.R.F. da Silva

Fig. 2. Agave Híbrido 11648.

comparado a A. sisalana, tem a desvantagem de exigir maior esforço do


operador da máquina desfibradora; esta desvantagem, no entanto, pode ser
superada com o uso de máquinas desfibradoras automáticas.

Desta forma, ao escolher o genótipo a ser plantado o agricultor deverá


levar em consideração a disponibilidade do clone em sua região, os critérios
de qualidade da fibra exigidos pela indústria e o tipo de máquina
desfibradora existente na propriedade (BEZERRA et al., 1991; SILVA e
BELTRAO, 1999).
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 15

Plantio

Recomenda-se, para terrenos planos, que as linhas de plantio sejam


orientadas no sentido norte-sul a fim de evitar o sombreamento entre as
plantas; é aconselhável, também, dividir a área em talhões de
aproximadamente 2 ha, com o objetivo de facilitar a operação de colheita e
o transporte das folhas.

O plantio das mudas poderá ser realizado em sulcos, com o auxílio de um


sulcador tratorizado, em solos que permitam o tráfego de máquinas. Em
terrenos com topografia acidentada pode-se plantar, também, as mudas em
covas, com o uso de enxadas ou enxadões. Na região Nordeste a época
adequada para o plantio é antes do início da estação chuvosa.

Material para plantio

O sisal é propagado assexuadamente por bulbilhos e rebentos; os primeiros


são produzidos no escapo floral, após a queda das flores, enquanto os
rebentos se originam de rizomas subterrâneos emitidos pela planta-mãe;
normalmente, os rebentos têm sido mais utilizados no plantio do sisal no
Nordeste brasileiro.

Caso sejam escolhidos rebentos como material para plantio, eles devem ser
selecionados levando-se em consideração os seguintes aspectos:

• a planta-mãe deve ser sadia, ter adequado desenvolvimento vegetativo e


produtivo e boas condições fitossanitárias;

• devem ser separados quanto à idade, tamanho e diâmetro do bulbo;

• descartar os rebentos advindos de plantas-mãe no final de ciclo;

• devem ser selecionados de acordo com a sua altura (40 a 50 cm) e


número de folhas (entre 12 e 15).

Como dispensam enviveiramento, os rebentos são mais disponíveis que os


bubilhos, diminuindo despesas adicionais; além disso, são resistentes às
16 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

intempéries climáticas, podendo ser arrancados e armazenados por alguns


dias, em lugares frescos e abrigados do sol e do vento.

No caso de se optar por bulbilhos como material para plantio, estes deverão
ser cultivados considerando-se os seguintes aspectos:

• o viveiro deverá ser alocado em terreno fértil, de boa drenagem,


propício à irrigação e próximo da área de plantio definitivo;

• os bulbilhos selecionados deverão apresentar tamanho superior a 10 cm


sendo, preferencialmente, isentos de espinho nos bordos laterais das
folhas;

• a planta-mãe deve ser produtiva, vigorosa e saudável.

O plantio em viveiro (Figura 3) deverá ser feito no espaçamento de 20 cm


entre plantas e de 50 cm entre linhas, onde a planta permanece neste local
até atingir a altura de 40 a 50 cm.

Na escolha do tipo das mudas para a formação do campo de sisal, deve-se


consider fatores econômicos e a disponibilidade de material adequado na
área pois não existe diferença quanto à produtividade, qualidade de fibra e
longevidade das plantas em sisalais formados por bulbilhos ou rebentos
(MEDINA, 1963).
Foto: Odilon R.R.F. da Silva

Fig. 3. Plantio de
bulbilhos em viveiro.
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 17

No plantio definitivo a muda deve ser alinhada com a fileira de plantas, na


posição vertical, alocando-a em profundidade adequada (aproximadamente
20 cm), tendo-se o cuidado de manter a parte de inserção das folhas do
colo fora da superfície do solo. A fim de oferecer maior sustentação, deve-
se comprimir a terra ao redor da muda.

Configuração e densidade de plantio

Existem, basicamente, dois tipos de plantio de sisal: o tradicional ou em


fileiras simples e o plantio em fileiras duplas (MEDINA, 1954). Na escolha
da configuração adequada dever-se-á levar em consideração fatores
relacionados com a topografia, tipo de solo, disponibilidade de mão-de-obra
e existência de outro tipo de atividade agrícola na propriedade, entre
outros.

Plantio em fileiras simples

O sistema de plantio em fileiras simples, amplamente utilizado nas


principais regiões produtoras, é composto de espaçamento de 2,0 x 1,0 m,
com população de 5 mil plantas/ha; entretanto, em cultivos tecnificados,
recomendam-se espaçamentos mais largos, como 2,5 x 1,0 m, que mantêm
densidade de 4 mil plantas/ha e possibilitam a implantação de culturas
intercalares nos dois primeiros anos, além de permitir que algumas
operações sejam mecanizadas, tais como o roço e o transporte das folhas.

Para a situação de consórcio de sisal com a pecuária, o espaçamento mais


recomendado é o de 3,0 x 1,0 m, com densidade de 3,3 mil plantas/ha, o
que facilita a ampla circulação dos animais.

Plantio em fileiras duplas

O sistema de plantio em fileiras duplas é adequado principalmente para


grandes áreas, em que são utilizadas práticas de cultivo mais elaboradas.
Esta configuração de plantio permite maior proteção do solo quanto aos
18 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

efeitos da erosão; entretanto, torna os tratos culturais dispendiosos,


sobretudo a operação do roço (MEDINA, 1954; LOCK, 1969). Os
espaçamentos mais recomendados para plantio em fileiras duplas são:
3,0 x 1,0 x 1,0 m com 3,3 mil plantas/ha e 4,0 x1,0 x 1,0 m com 2,5 mil
plantas/ha.

Tratos culturais

Capinas ou roço

O sisal é bastante sensível à concorrência das plantas invasoras,


especialmente nos dois primeiros anos, razão por que se recomenda duas a
três capinas no primeiro ano, dependendo da incidência das invasoras, e
uma ou duas capinas no segundo ano, podendo ser a primeira após o início
do período chuvoso e a segunda no final deste período. As operações de
limpeza podem ser feitas com o cultivador a tração animal ou, então,
tratorizadas com uma grade leve, quando o espaçamento entre fileiras o
permitir; em ambos os casos, recomenda-se a capina manual com enxada
ou enxadão, entre as plantas de sisal, como complemento das operações
anteriores.

A partir do terceiro ano se recomenda o roço manual ou tratorizado, uma


ou duas vezes ao ano, devendo ser realizadas no final do período chuvoso;
caso sejam realizadas com o trator, deve-se afastar no mínimo 50 cm das
folhas baixeiras a fim de lhes evitar danos.

Erradicação dos rebentos

Após a colheita das folhas é necessário erradicar o excesso de rebentos


para evitar sua competição com a planta-mãe. Recomenda-se deixar um ou
dois rebentos para substituir a planta mãe, a partir do terceiro ou quarto
corte de folhas, devendo estes ser vigorosos e estar alinhados à fileira de
plantio, visando à manutenção da lavoura produtiva por um longo período.
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 19

Doenças

Embora a epiderme da folha de sisal, com cutícula espessa e cerosa, seja


uma barreira natural à penetração de microrganismos patogênicos, esta
planta pode ser afetada por várias doenças capazes de causar sérios
prejuízos à cultura (BOCK, 1965).

Há várias doenças que afetam o sisal mas apenas duas foram relatadas até
o presente no Brasil: a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum
agaves (MEDINA, 1954), que não se constitui propriamente em um
problema fitossanitário de importância econômica, e a podridão vermelha
do tronco, ou simplesmente podridão do tronco do sisal (LIMA et al.,
1998), que tem afetado, de forma isolada, desde a década de 1970, os
sisalais do Brasil, nas principais áreas produtoras dos estados da Bahia,
Paraíba e Rio Grande do Norte, atingindo níveis críticos a partir de 1998.

A incidência da podridão do tronco varia de 5 a 40% das plantas (ALVES


et al., 2004). As folhas de plantas afetadas não se prestam ao
desfibramento e as plantas sintomáticas morrem com o progresso da
doença.

Embora ainda existam dúvidas com relação à etiologia da doença, três


fungos já foram relatados, causando podridões no tronco do sisal: Pythium
aphanidermatum, Lasiodiplodia theobromae e Aspergillus niger (BOCK,
1965; LIMA et al, 1998; IKITOO e KHAYRALLAH, 2001). Esses fungos
são classificados como saprófitas ou parasitas fracos em função de serem
dependentes de lesões de origem mecânica ou fisiológica e de condições
ambientais adversas ao hospedeiro, para iniciar o processo de infecção. No
Brasil, apenas L. theobromae e A. niger foram relatados, causando
podridões no tronco do sisal.

A doença é caracterizada pelo escurecimento dos tecidos internos do


tronco; as áreas afetadas variam da coloração cinza-escuro ao rosa pálido
e se estendem da base das folhas à base do tronco da planta (LIMA et
al.,1998). Em plantas com estádios avançados da doença as folhas
20 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

murcham, se tornam amareladas (Figura 4) e o tronco completamente


apodrecido (Figuras 5). Embora seja fatal para a cultura, plantas de sisal
infectadas pela doença podem sobreviver por algum tempo, em função do
apodrecimento resultante da colonização pelo(s) agente(s) etiológico(s)
ocorrer de forma lenta (BOCK, 1965). A podridão do tronco afeta plantas
de sisal em todos os estádios fenológicos, desde rebentos a plantas no final
do ciclo.

Os fungos relatados até o momento como causadores de podridões no


tronco de sisal não penetram em tecidos não injuriados do hospedeiro
(WALLACE e DIEKMAHNS, 1952; LOCK, 1962; LIMA et al., 1998),
necessitando de lesões de origem mecânica ou fisiológica; portanto,
ferimentos causados na base das folhas por ocasião do corte dessas folhas
para o desfibramento e aqueles causados abaixo da superfície do solo por
instrumentos utilizados para realização de tratos culturais, como capinas,
desbaste de touceiras ou mesmo a retirada de rebentos da planta-mãe para
implantação de novos campos ou renovação de áreas, poderão constituir-se
em importantes vias de penetração para esses patógenos, principalmente
em plantas submetidas a algum tipo de estresse (hídrico e/ou nutricional).
Foto: Odilon R.R.F. da Silva

Fig. 4. Planta de sisal sadia (esquerda) e com sintomas da podridão


do tronco (direita).
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 21

Foto: Odilon R.R.F. da Silva


Não existe tratamento curativo para a
podridão do tronco do sisal, porém
algumas medidas preventivas podem ser
implementadas no manejo da doença,
como arrancar e queimar plantas com
sintomas da doença, desinfetar o
instrumento de corte usado na colheita
das folhas, utilizar mudas provenientes
de campos sadios para implantação de
novos campos e utilizar o resíduo do
desfibramento de plantas sadias como
adubação orgânica para melhorar a
fertilidade do solo; outras táticas que
evitem a debilitação da planta de sisal,
Fig. 5. Tronco de sisal com
sintomas da podridão do tronco. como o controle do número de rebentos
para diminuir a competição entre
plantas e o corte racional das folhas na sua colheita, são também
recomendadas no controle da doença.

Colheita

Corte das folhas

No cultivo de A. sisalana, cujo ciclo varia entre 8 e 10 anos, o primeiro


corte é realizado aproximadamente aos 36 meses após o plantio, no qual
podem ser colhidas de 50 a 60 folhas/planta. Nesta primeira colheita, 30 a
40% são folhas curtas, impróprias para a cordoaria enquanto nas colheitas
subseqüentes, são retiradas cerca de 30 folhas/planta. Para o sisal híbrido
11648, que tem ciclo de vida semelhante ao de A. sisalana, o primeiro
corte é realizado aos 48 meses, podendo ser colhidas cerca de 110 folhas/
planta. Nas colheitas subseqüentes são retiradas entre 50 a 70 folhas/
planta. Em condições normais de colheita recomenda-se, deixar, após o
corte, de sete a nove folhas para A. sisalana e de nove a doze folhas para
o híbrido 11648.
22 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

As operações de corte, enfeixamento, transporte e desfibramento devem


ser sincronizadas, de modo que as folhas cortadas sejam beneficiadas no
mesmo dia para evitar o murchamento, o que dificultaria o desfibramento e
causaria depreciação da fibra.

Transporte

No Nordeste brasileiro o transporte mais comum das folhas de sisal do


campo até a máquina desfibradora é feito através de jumentos. O animal
pode transportar uma carga de aproximadamente 200 folhas, cujo peso
varia de 100 a 130 kg. Quando há uma máquina desfibradora automática,
que é fixa e tem maior capacidade de processamento, as folhas são
reunidas em feixes de aproximadamente 50 unidades e transportadas em
caminhão ou reboques tracionados a trator.

Tratos pós-colheita

Desfibramento

A principal operação pós-colheita é o desfibramento do sisal, processo pelo


qual se elimina a polpa das fibras, mediante uma raspagem mecânica, o que
torna esta prática complexa e de custo elevado. No Nordeste brasileiro o
desfibramento é realizado por meio de uma máquina denominada “motor de
agave” ou “máquina paraibana” (Figura 6), a qual desfibra em torno de 150
a 200 kg de fibra seca em um turno de 10 horas de trabalho,
desperdiçando, em média, 20 a 30% da fibra; além disso, envolve um
número elevado de pessoas para a sua operacionalização (SILVA e
BELTRÃO, 1999).

Recomenda-se, antes do início do processo de desfibramento, fazer a


seleção das folhas levando-se em consideração o seu comprimento a fim
de padronizar o comprimento da fibra e então se obter melhor preço do
produto.
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 23

Foto: Wirton Macedo Coutinho

Fig. 6. Máquina paraibana para o desfibramento das folhas


de sisal.

A mão-de-obra envolvida no desfibramento com a máquina paraibana pode


ser dividida em:
1) cortador:
Colhe as folhas das plantas, cortando-as com um instrumento
apropriado. O número de pessoas envolvidas nesta atividade pode variar
de uma a três.
2) enfeixador:
Amarra as folhas em forma de feixes que serão transportados até a
máquina desfibradora.
3) cambiteiro:
Recolhe os feixes e os transporta até a máquina, com o auxílio de um
jumento que transporta as folhas em seu dorso.
4) puxador ou cevador:
É o responsável pela operacionalização da máquina, atividade que
envolve uma ou duas pessoas simultaneamente, dependendo da região
produtora.
5) fibreiro:
Responsável pelo abastecimento da máquina com as folhas e pela
24 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

recepção das fibras, que são pesadas com umidade. Esta atividade
poderá ser realizada por uma ou duas pessoas.
6) bagaceiro:
Retira da parte inferior da máquina os resíduos sólidos do desfibramento.
Esta atividade pode envolver uma ou duas pessoas.
7) lavadeira ou estendedeira:
Faz a lavagem, secagem e armazenamento da fibra.

A rusticidade da máquina exige grande esforço do operador. Em uma


operação normal se desfibram, em média, 20 a 30 folhas por minuto, ou
1.200 a 1.800 folhas por hora. A fadiga, aliada à falta de segurança da
máquina, expõe os operadores a constantes riscos de acidentes, o que
constitui um dos principais problemas da operação de desfibramento da
folha de sisal.

Nas regiões produtoras de sisal é grande o número de pessoas com mãos


mutiladas pela máquina paraibana porém, é importante salientar que, pelo
fato deste equipamento ser um dos únicos disponíveis no mercado, ter
baixo custo aquisitivo e ser de fácil manutenção, tem grande aceitação por
parte dos pequenos e médios produtores. Desde o surgimento da máquina
paraibana poucas modificações foram introduzidas com o propósito de
melhorar sua capacidade produtiva e a redução dos riscos de acidente;
dentre essas modificações, destaca-se o dispositivo protetor montado na
parte de alimentação da máquina, desenvolvido pela Fundação Jorge
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO);
entretanto, esta modificação não foi bem aceita por parte dos operadores
da máquina.

Recentemente, os produtores põem um pedaço de madeira na parte frontal


da máquina (entrada da folha para o desfibramento) (Figura 7), diminuindo
os riscos de acidentes.

Lavagem e secagem da fibra

Após o término da operação diária de desfibramento a fibra obtida é


transportada em carrinho de mão ou no dorso de animais, para tanques
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 25

Foto: Odilon R.R.F. da Silva


Fig. 7. Pedaço de
madeira colocado na
parte frontal da
máquina paraibana
para proteção do
operador.

com água limpa nas quais deverá ser imersa, durante oito a doze horas,
para a eliminação dos resíduos da mucilagem péctica e da seiva clorofílica,
que ficam aderidos à fibra de sisal. Não se aconselha a utilização de água
salobra para a lavagem da fibra do sisal em virtude da sua alta
higroscopicidade, que poderá afetar a qualidade da fibra depois de seca.

Após a lavagem, as fibras deverão secar ao sol durante 8 a 10 horas; caso


este período seja ultrapassado, os raios solares poderão depreciar a fibra,
causando amarelecimento.

O local de secagem poderá ser uma área onde as fibras não absorvam
impurezas, como em varais ou estaleiros, feitos com fio de arame
galvanizado (Figura 8) ou, ainda, em área cimentada devidamente limpa;
depois de secas, as fibras são arrumadas em pequenos feixes denominados
manocas, amarradas pela parte mais espessa e armazenadas em depósito,
sem serem dobradas.

Limpeza da fibra

No Nordeste brasileiro grande parte dos produtores de sisal comercializa


seu produto na forma bruta, sem lhe realizar qualquer processo de
melhoria, como batimento ou penteamento, que visam a remoção do pó e
26 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Foto: Odilon R.R.F. da Silva

Fig 8. Secagem da fibra em estaleiros.

do tecido parenquimatoso aderido aos feixes fibrosos e retirada das fibras


dobradas de pequeno comprimento (bucha).

Nas operações de limpeza são perdidas, geralmente, entre 8 a 10% do


peso original da fibra, dependendo da qualidade do desfibramento; ressalta-
se, entretanto, que o pó pode ser utilizado como adubo orgânico e até
mesmo em misturas para ração animal, enquanto a bucha poderá ser usada
para obtenção de celulose, no revestimento interno de estofados e como
componente de polímeros para uso doméstico e até mesmo para a indústria
automobilística.

Seleção e classificação da fibra

Após o batimento as fibras são selecionadas de acordo com os padrões de


classificação vigentes no Brasil, segundo Portarias do Ministério de
Agricultura e Abastecimento, tendo como base a classe (comprimento) e o
tipo (qualidade) da fibra.

A fibra beneficiada de sisal é classificada, segundo a Portaria n°. 71, de


16 de março de 1993 (BRASIL, 1987), quanto à classe, em longa
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 27

(comprimento acima de 0,90 m), média (comprimento entre 0,71 e 0,90 m)


e curta (comprimento entre 0,60 e 0,70 m) e, quanto ao tipo, em Tipo
Superior, Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3, conforme detalhamento:

Tipo superior: Material constituído de fibras lavadas, secadas e bem batidas


ou escovadas, de coloração creme-claro, em ótimo estado de maturação,
com maciez, brilho e resistência bem acentuados, umidade máxima de
13,5%, bem soltas e desembaraçadas, isentas de impurezas, de
substâncias pécticas, de entrançamentos e nós, fragmentos de folhas e
cascas e de quaisquer outros defeitos.

Tipo 1: Constituído de fibras secas e bem batidas ou escovadas, de


coloração creme-claro ou amarelada, em ótimo estado de maturação, com
maciez, brilho e resistência normais, manchas com pequena variação em
relação à cor, umidade máxima de 13,5%, soltas e desembaraçadas,
isentas de impurezas, substâncias pécticas, entrançamentos e nós,
fragmento de folhas e cascas e de quaisquer outros defeitos.

Tipo 2: Composto de fibras secas e bem batidas ou escovadas, de


coloração amarelada ou pardacenta, com pequenas extensões esverdeadas,
em bom estado de maturação, com brilho e resistência normais,
ligeiramente ásperas, umidade máxima de 13,5%, soltas e
desembaraçadas, isentas de impurezas, entrançamentos, nós e cascas.

Tipo 3: Formado de fibras secas e bem batidas ou escovadas, de coloração


amarelada, com parte de tonalidade esverdeada, pardacenta ou
avermelhada, em bom estado de maturação, com brilho e resistência
normais, ásperas, manchas com variação bem acentuada em relação à cor,
umidade máxima de 13,5%, soltas e desembaraçadas, isentas de
impurezas, entrançamentos, nós e cascas.

A fibra bruta de sisal é classificada, conforme a Portaria n°. 211, de 21 de


abril de 1975, em quatro classes: Extra longa – EL (comprimento acima de
1,10 m), Longa – L (comprimento entre 0,90 e 1,10 m), Média – M
(comprimento entre 0,70 e 0,90 m) e Curta – C (comprimento entre 0,60 e
0,70 m), e em dois tipos (A e B), de acordo com o detalhamento:
28 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

TIPO A: Compõe-se de fibras com perfeito desfibramento, lavadas, brilho,


natural, cor creme claro, uniforme, secas, com grau de umidade de 13,5%
e quantidades normais de fragmentos de polpa aderentes aos feixes
fibrosos, rigorosamente selecionados quanto à classe e que, depois de
submetidas ao processo de escovamento ou batimento, em condições
normais (adequado armazenamento e tempo hábil), se enquadrem no Tipo
Superior e/ou Tipo 1 das especificações aprovadas pela resolução do
Concrex.

TIPO B: Constituído de fibras com perfeito desfibramento, brilho natural,


cor creme-claro ou amarelada, secas, com grau de umidade que não
ultrapassa os 13,5%, com quantidades normais de fragmentos da polpa,
aderentes aos feixes fibrosos, rigorosamente selecionadas quanto à classe
e que, depois de submetidas ao processo de escovamento ou batimento,
em condições normais (adequado armazenamento e tempo hábil), se
enquadram no Tipo 1 e/ou no Tipo 2 das especificações aprovadas pela
resolução do Concrex.

Enfardamento

Depois de classificada, a fibra é acondicionada em fardos para o transporte


até a indústria de fiação. Os fardos são preparados em prensas mecânicas
ou hidráulicas, dotadas de caixas de dimensões médias de 150 x 50 x 70
cm, podendo variar entre 200 e 250 kg de peso. Para confecção dos
fardos é conveniente que as fibras sejam estendidas na caixa da prensa,
evitando que não sejam dobradas. O fardo deve ser envolto por uma faixa
de tecido contendo as seguintes informações, em caracteres perfeitamente
legíveis: produto, safra, lote, número do fardo, nome da prensa, classe,
tipo, peso bruto, local de prensagem, cidade, unidade federativa e data da
prensagem.

Armazenamento

O armazenamento é uma operação simples desde que sejam observados os


seguintes pontos:
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 29

• os fardos deverão ser colocados em duas pilhas cruzadas, em cada lado


do corredor central do armazém; a altura da pilha deverá ter no máximo
2,4 m, de modo a facilitar a ventilação dos fardos;

• o armazém deverá oferecer segurança contra incêndio, ter boa


ventilação e possuir número suficiente de portas para o escoamento do
produto armazenado;

• deverá ser rigorosamente proibido fumar nos armazéns e, por medida de


precaução, os mesmos deverão possuir sistemas de combate a incêndio.

Mercado e comercialização

Na região sisaleira do Nordeste brasileiro a comercialização da fibra é


formada por uma cadeia de intermediários, desde o processamento
(desfibramento, batimento e enfardamento) até a comercialização. Em
geral, o produtor negocia sua lavoura com o proprietário do motor
(desfibrador) que, por sua vez, estabelece uma relação financeira com o
intermediário, que financia todas as despesas com o desfibramento e
transporte, em troca do compromisso de entrega da fibra bruta. Este
intermediário poderá ser o agente de compra que comercializa a fibra bruta
ou aquele que a beneficia em sua batedeira para depois entregá-la à
indústria ou ao exportador.

Para evitar a intermediação no desfibramento e na comercialização da fibra


bruta, é aconselhável que o produtor, com o propósito de obter maior lucro
com o sisal, adquira seu próprio motor e utilize a mão-de-obra familiar no
processo de desfibramento.

Aproveitamento da fibra

Apenas 3 a 5% do peso das folhas de sisal são aproveitados; o restante,


chamado resíduo de desfibramento, constitui, em média, 15% de
mucilagem ou polpa (formado pela cutícula e por tecido palissádico e
parenquimatoso), 1% de bucha (fibras curtas) e 81% de suco ou seiva
clorofilada (HARRISON, 1984).
30 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

A fibra é industrializada e convertida em fios, barbantes, cordas, tapetes,


sacos, bolsas, chapéus e artesanato; também pode ser utilizada na
fabricação de pasta celulósica, empregada na confecção do papel Kraft e
de outros tipos de papel fino; além dessas aplicações, a fibra de sisal pode
ser empregada na indústria automotiva, de móveis e eletrodomésticos, na
mistura com polipropileno e na construção civil.

O principal fio agrícola produzido da fibra de sisal é o baler twine (Figura 9);
trata-se de um produto feito de fio torcido, elaborado a partir de fibras de
sisal paralelizadas que, necessariamente, devem ter uniformidade de
comprimento para regularidade do seu diâmetro e melhor resistência. O
Baler Twine é utilizado para amarração de fardos de feno de cereais
(alfafa, palhada de aveia, trigo, centeio etc.) nos Estados Unidos, Canadá e
Europa (RIGHT, 1985) e, mais recentemente, no Brasil.
Foto: Orozimbo S. Carvalho

Fig. 9. Detalhe do Baler Twine.


Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 31

Aproveitamento dos resíduos do desfibramento

Na Nordeste brasileiro é comum bovinos, ovinos e caprinos se alimentarem


dos resíduos frescos do desfibramento (Figura 10); entretanto, esse
alimento, quando utilizado in natura, pode ocasionar problemas aos animais,
pela presença de grande quantidade de fibra (bucha) e suco (seiva). A
ingestão desses resíduos poderá ocasionar a oclusão do rúmen do animal
em função da sua não degradação pela flora bacteriana, causando
timpanismo (FIGUEREDO, 1974; PAIVA, 1986).

A separação da bucha da mucilagem poderá ser realizada por meio de um


equipamento de concepção simples e de baixo custo, denominado peneira
ou gaiola rotativa, desenvolvido pela Embrapa Algodão (Figura 11). O
equipamento deverá ser instalado próximo à máquina desfibradora para
aproveitar todo o resíduo produzido no processo de desfibramento.
Foto: Wirton Macedo Coutinho

Fig. 10. Animais se alimentando espontaneamente de resíduos do


desfibramento.
32 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Foto: Wirton Macedo Coutinho

Fig. 11. Peneira rotativa utilizada para separar a bucha da


mucilagem do sisal.

A mucilagem contém altas concentrações de cinza e cálcio e baixos teores


de proteína bruta e fósforo. Para viabilizar uma ração equilibrada é
conveniente a adição de elementos ausentes como, por exemplo, o
nitrogênio, por meio da uréia pecuária, que pode elevar os níveis de
proteína bruta, melhorando a conversão do Nitrogênio Não Protéico (NNP)
em proteína, pela microbiota do rúmen (HARRISON, 1984; FIGUEREDO,
1974; PAIVA, 1986; LAKSESVELA e SAID, 1970; GOHL, 1975).

A mucilagem de sisal pode ser utilizada na alimentação animal in natura, na


forma de feno ou silagem. O processo de fenação e a ensilagem da
mucilagem de sisal são descritos a seguir:

Fenação: A mucilagem peneirada deverá ser exposta ao sol em área


cimentada ou chão batido limpo, em camadas finas e uniformes de 5 cm a
7 cm de espessura durante dois a três dias, até alcançar teor de umidade
entre 15 a 20% (Figura 12); recomenda-se fazer, durante o dia, o
revolvimento da massa para uniformizar a secagem e, ao final deste,
amontoar e cobrir a massa com lona plástica para evitar a umidade
noturna.
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 33

Foto: Wirton Macedo Coutinho

Fig. 12. Mucilagem peneirada e posta para secar ao sol.

Ensilagem: A mucilagem pós-desfibramento contém entre 90 e 95% de


umidade e, para ser ensilada adequadamente, esta umidade deverá ser
reduzida para 30%, através da exposição ao sol, em procedimento
semelhante ao descrito para fenação, devendo ser armazenada na forma de
monte sobre o solo coberto com lona ou em silos do tipo trincheira ou,
ainda, em sacos plásticos. Para todos esses métodos é necessário que se
faça a compressão do material, visando à expulsão do ar contido na massa
ensilada.

A mucilagem fenada ou ensilada deve ser oferecida aos animais misturada


a uma fonte de nitrogênio, como a uréia pecuária e uma fonte de enxofre,
que pode ser sulfato de cálcio ou sulfato de amônio; se a fonte de enxofre
escolhida for o sulfato de cálcio (gesso agrícola), utilizar-se-á uma parte
para quatro partes de uréia pecuária; se for sulfato de amônio, adicionar-se-
á uma parte para nove partes de uréia pecuária. A uréia pecuária e a fonte
de enxofre escolhida devem ser bem misturadas com o auxílio de uma pá
ou enxada e o composto resultante guardado em local seco, fora do
alcance dos animais.
34 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

O composto uréia pecuária e fonte de enxofre deve ser diluído em água e


adicionado à mucilagem fenada, uniformemente, iniciando-se com 0,5%, na
primeira semana, aumentando-se para 1,0% na segunda semana, até
atingir 2,0%, a partir da terceira semana (período de rotina).

Além desta mistura se recomenda que a mucilagem seja associada a outros


alimentos protéicos ou não protéicos a fim de tornar a ração mais
equilibrada e melhorar a sua palatabilidade. Dentre os alimentos utilizados
destacam-se a torta de algodão, o farelo de trigo, o milho moído, a leucena,
o capim buffel, a palma forrageiras, entre outros (SILVA et. al., 1999).

Coeficientes técnicos

Neste tópico se apresentam os coeficientes técnicos para implantação e


manutenção (Tabelas 1, 2, 3 e 4) de um hectare de sisal (Agave sisalana)
nos espaçamentos de 2,5 x 1,0 m e 3,0 x 1,0 m com preparo manual e
mecanizado. A produção estimada da lavoura de sisal é, nessas condições,
de 1.200 e 1.000 kg, respectivamente; apresentam-se, também, os
coeficientes técnicos para recuperação de um hectare de sisal (Agave
sisalana) (Tabela 5), e os coeficientes técnicos para colheita e
desfibramento de uma tonelada de fibra de sisal seca (Tabela 6).
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 35

Tabela 1. Coeficientes Técnicos para implantação e manutenção de 1 ha de sisal


(Agave sisalana) - preparo manual da área - Espaçamento 2,5 m x 1,0 m.

Discriminação Unidade Quantidade

Implantação
a) Insumos
Mudas * und 4000

b) Preparo da Área
Limpeza do terreno d/h 15
Encoivaramento d/h 5
Destoca d/h 20

c) Preparo do Solo
Aração h/tr.p 3
Gradagem h/tr.p 2

d) Plantio
Arranquio das mudas d/h 5
Transporte das mudas d/h 5
Coveamento d/h 6
Distribuição das mudas d/h 1
Plantio d/h 4

Manutenção - primeiro e segundo anos


e) Tratos Culturais
Primeiro ano (duas capinas) d/h 20
Segundo ano (uma capina) d/h 10

Manutenção - a partir do terceiro ano


f) Roço ** d/h 5
g) Controle de rebentos d/h 7
h) Distribuição de resíduos d/h 5

d/h = dias/homem
h/tr.p = hora trator de pneus
* Deve-se acrescer 20% ao total da quantidade de mudas para subtituição de eventuais perdas
** A partir do terceiro ano podem ser colocados animais na área (pastejo direto), os quais ao se
alimentarem das ervas entre as fileiras de sisal, poderão reduzir os custos do roço.
36 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Tabela 2. Coeficientes Técnicos para implantação e manutenção de 1 ha de sisal


(Agave sisalana) - preparo mecânico da área - Espaçamento 2,5 m x 1,0 m.

Discriminação Unidade Quantidade

Implantação
a) Insumos
Mudas und 4000

b) Preparo da Área
Limpeza do terreno h/tr.p 4
Encoivaramento h/tr.p 2

c) Preparo do Solo
Aração h/tr.p 3
Gradagem h/tr.p 2

d) Plantio
Arranquio das mudas d/h 5
Transporte das mudas d/h 5
Coveamento d/h 6
Distribuição das mudas d/h 1
Plantio d/h 4

Manutenção - primeiro e segundo anos


e) Tratos Culturais
Primeiro ano (duas capinas) d/h 20
Segundo ano (uma capina) d/h 10

Manutenção - a partir do terceiro ano


f) Roço ** d/h 5
g) Controle de rebentos d/h 7
h) Distribuição de resíduos d/h 5

d/h = dias/homem
h/tr.p = hora trator de pneus
* Deve-se acrescer 20% ao total da quantidade de mudas para subtituição de eventuais perdas
** A partir do terceiro ano podem ser colocados animais na área (pastejo direto), os quais ao se
alimentarem das ervas entre as fileiras de sisal, poderão reduzir os custos do roço.
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 37

Tabela 3. Coeficientes Técnicos para implantação e manutenção de 1 ha de sisal


(Agave sisalana) - preparo manual da área - Espaçamento 3,0 m x 1,0 m.

Discriminação Unidade Quantidade

Implantação
a) Insumos
Mudas* und 3333

b) Preparo da Área
Limpeza do terreno d/h 15
Encoivaramento d/h 5
Destoca d/h 20

c) Preparo do Solo
Aração h/tr.p 3
Gradagem h/tr.p 2

d) Plantio
Arranquio das mudas d/h 5
Transporte das mudas d/h 5
Coveamento d/h 6
Distribuição das mudas d/h 1
Plantio d/h 4

Manutenção - primeiro e segundo anos


e) Tratos Culturais
Primeiro ano (duas capinas) d/h 20
Segundo ano (uma capina) d/h 10

Manutenção - a partir do terceiro ano


f) Roço ** d/h 5
g) Controle de rebentos d/h 7
h) Distribuição de resíduos d/h 5
d/h = dias/homem
h/tr.p = hora trator de pneus
* Deve-se acrescer 20% ao total da quantidade de mudas para subtituição de eventuais perdas
** A partir do terceiro ano podem ser colocados animais na área (pastejo direto), os quais ao se
alimentarem das ervas entre as fileiras de sisal, poderão reduzir os custos do roço.
38 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

Tabela 4. Coeficientes Técnicos para implantação e manutenção de 1 ha de sisal


(Agave sisalana) - preparo mecânico da área - Espaçamento 3,0 m x 1,0 m.

Discriminação Unidade Quantidade

Implantação
a) Insumos
Mudas* und 3333

b) Preparo da área
Limpeza do terreno h/tr.p 4
Encoivaramento h/tr.p 2

c) Preparo do Solo
Aração h/tr.p 3
Gradagem h/tr.p 2

d) Plantio
Arranquio das mudas d/h 5
Transporte das mudas d/h 5
Coveamento d/h 6
Distribuição das mudas d/h 1
Plantio d/h 4

Manutenção - primeiro e segundo anos


e) Tratos Culturais
Primeiro ano (duas capinas) d/h 20
Segundo ano (uma capina) d/h 10

Manutenção - a partir do terceiro ano


f) Roço ** d/h 5
g) Controle de rebentos d/h 7
h) Distribuição de resíduos d/h 5

d/h = dias/homem
h/tr.p = hora trator de pneus
* Deve-se acrescer 20% ao total da quantidade de mudas para subtituição de eventuais perdas
** A partir do terceiro ano podem ser colocados animais na área (pastejo direto), os quais ao se
alimentarem das ervas entre as fileiras de sisal, poderão reduzir os custos do roço.
Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro 39

Tabela 5. Coeficientes Técnicos para recuperação de 1 ha de sisal (Agave


sisalana).

Discriminação Unidade Quantidade

a) Destoca e/ou Roço d/h 20


b) Controle de rebentos d/h 15
c) Replantio d/h 7
d) Distribuição de resíduos d/h 5
d/h = dias/homem

Tabela 6. Coeficientes Técnicos para desfibramento de 1 tonelada de fibra seca


de sisal (Agave sisalana).

Discriminação Unidade Quantidade


Mão-de-obra
a) Corte (cortador) d/h 5
b) Transporte (cambiteiro) d/h 5
c) Abastecimento (fibreiro) d/h 5
c) Desfibramento (puxador ou cevador) d/h 10
d) Remoção dos resíduos (bagaceiro) d/h 5
e) Lavagem e secagem (lavadeira ou estendedeira) d/h 5
Insumos
f) Óleo combustível L 20
g) Óleo lubrificante L 0,5
d/h = dias/homem
L = litro
40 Cultivo de Sisal na Região Semi-Árida do Nordeste Brasileiro

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