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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CAMPUS URUTAÍ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROTEÇÃO DE PLANTAS

VIABILIDADE ECONÔMICA DE UMA INDÚSTRIA


DE MELANCIA Citrullus lanatus E SEU IMPACTO NO
EMPREGO: O CASO DE URUTAÍ, GO

Claudio Carlos Ramalho Neto, Gabriella Cecília, Euler, Marciel José Peixoto
Discentes do curso de Agronomia
Disciplina de Administração Rural

Urutaí, 03 de fevereiro de 2021


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 4
REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................................ 6
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................... 10
CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 14
RESUMO
A contabilização dos custos de produção na agricultura é um ponto importante na
tomada de decisão no momento de continuar investindo na cultura ou trocar de atividade. Os
rendimentos relativos da cultura da melancia foram estimados a partir de dados encontrados na
literatura.

Palavras-chave: Citrullus lanatus, produtividade, viabilidade econômica.


INTRODUÇÃO

A melancia Citrullus lanatus Schrad., originária da África Tropical, sua forma


selvagem pode ser encontrada em locais de clima tropical e subtropical, de fruto redondo e de
tamanho variado, descrito em literatura com 12 cm de diâmetro (Tessalori Neto & Groppo,
1992). O grande tamanho e adocicado sabor de seus frutos foram obtidos no antigo Egito,
difundindo-se posteriormente pelos demais continentes. Todavia também é possível encontrar
variabilidade da espécie na Índia (Whitaker & Davis, 1962).
O fruto apresenta uma fonte de compostos com propriedades funcionais, em destaque
o licopeno, vitamina C e os compostos fenólicos, que possuem funções preventivas às doenças
degenerativas e cardiovasculares (Tarazonadiaz et al., 2011). Considerados como antioxidantes
naturais, uma vez que apresenta relevante capacidade de destruir espécies reativas de oxigênio,
dos quais são responsáveis pelo dano oxidativos de células e consequentemente afeta na defesa
das células, (Lima, 2007). Estes compostos apresentam diversas estruturas químicas, dada a
razão às suas propriedades funcionais, neste sentido, é de suma importância analisar e a
composição e quantifica-la nos alimentos, através de estudos antes da sua atribuição e suas
respectivas propriedades (Abu-Reidah et al., 2013).
A melancia é uma planta herbácea de ciclo vegetativo anual, adaptada a clima tropical
e temperado, apresenta menor tolerância às baixas temperaturas. A polpa corresponde à parte
usualmente comestível do fruto (Filgueira, 2000; Almeida, 2003). Os frutos apresentam peso
variando de, aproximadamente, 5kg (mini melancias) a 18 kg, como a cultivar Charleston Gray.
Quanto ao formato, elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet, mini melancias), alongadas
(tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato). A cor varia de verde clara a escura
com ou sem listras escuras. A ausência de sementes define o grupo das cultivares “sem
sementes”. As cultivares de melancia são classificadas em grupos, e dentro de cada grupo, essas
são caracterizadas quanto ao tipo, ciclo, Brix, resistência a doenças e resistência ao transporte
(Santos; Nascimento, 2004).
A cultura da melancia Citrullus lanatus teve sua introdução durante o ciclo econômico
da cana-de-açúcar onde as regiões Nordeste e Sul eram o ponto de partida na expansão para as
demais regiões (Castellane e Cortez, 1995). No ano de 2012 a produção mundial de melancia
atingiu 105,4 milhões de tonelada. Ocupando a quarta posição em produção de melancia
mundial, Brasil conta com 2,08 milhões de toneladas, atrás da China (70,0 milhões de
toneladas), Irã (3,8 milhões de toneladas) e Turquia (4,04 milhões de toneladas) (FAOSTAT,
2016).
Em relação às principais frutas produzidas em 2014, destacam-se em primeiro lugar a
banana que é seguida de perto pela Melancia, vindo depois a Maçã, a Uva e a Laranja, entre
outras. Juntas estas espécies responderam por quase 60% do volume total da fruticultura
mundial, que naquele ano foi de 830,4 milhões de toneladas. A Melancia teve uma produção
de 111,0 milhões de toneladas colhidas naquele ano. Posteriormente tivemos em terceiro lugar,
84,6 milhões toneladas de Maçã; a Uva um volume produzido com 74,5 milhões de toneladas
e por último, a Laranja com 70,8 milhões de toneladas (Dossa e Fuchs, 2017). No ano de 2014,
a produção brasileira de melancia esteve distribuída principalmente nas regiões do Nordeste e
Sul, responsáveis por 28,5% e 25,5%, respectivamente. O principal estado produtor foi o Rio
Grande do Sul (19,3%), seguido da Bahia (11,7%), Goiás (10,9%), São Paulo (8,9%) e
Tocantins (8,6%) (IBGE, 2016).
Vera-Calderón e Ferreira (2004) constataram que uma das formas de se determinar a
viabilidade econômica de um sistema de produção a curto prazo (ao longo de um ciclo
produtivo), é a partir do estudo do comportamento de sua produção e dos insumos utilizados
para essa produção, ou seja, através da análise de custos e receitas geradas no sistema
produtivo. A análise de custos é uma ferramenta estratégica no processo decisório,
indispensável na execução de diversas tarefas gerenciais, tais como, formação de preço,
otimização da produção, valorização do estoque, entre outros. É usada pelas empresas para ter
uma noção mais exata dos gastos que a empresa está tendo para se manter operante. Ela integra
a contabilidade de custos, área contábil que cuida dos gastos ocorridos na produção de bens e
serviços (Brandão et al., 2019).
Objetivou-se com este trabalho o estudo da viabilidade econômica do cultivo de
melancia para a cidade de Urutaí, Goiás. Neste estudo, serão analisados todos os custos
operacionais de produção para a produção de melancia.
REVISÃO DE LITERATURA

O agronegócio brasileiro da melancia começou a ganhar força no mercado externo por


volta do ano 2000, em um ambiente de acirrada competição promovida pela globalização. A
partir desse ano, observou-se que a melancia surgiu na balança comercial do Brasil gerando
razoáveis superávits (Vilela et al., 2006).
Melancia é apreciada pelos consumidores por sua textura, aroma e sabor refrescante. A
qualidade dos frutos, principalmente em homogeneidade de tamanho, cor e sabor foram os
principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no mercado
externo (Vilela et al., 2006). Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar mostram que no Brasil
a média de consumo é de 3,49 kg/per capita/ano. No meio urbano, a região Centro-Oeste é a
maior consumidora, com 4,29 kg/per capita/ano. No meio rural, o consumo da região Sul é o
maior com 6,99 kg/per capita/ano; e o estado de Santa Catarina destaca-se como o consumidor
majoritário (IBGE, 2016). Para essa cultura, o agronegócio no País possui mercados com
tendência a expansão. A produção em escala comercial é destinada tanto para o consumo
interno quanto para a exportação e as lavouras empregam diferentes graus tecnológicos (Vilela
et al., 2006).
Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional, a Crimson
Sweet e tipos semelhantes, como a cv. Manchester correspondem a 54% da produção total das
variedades comercializadas no país. Esse destaque deve-se a maior resistência que essa
variedade de melancia possui ao transporte, o que se justifica pelo fato de ela ser produzida em
regiões afastadas dos grandes centros de comercialização, além de possuir o formato, tamanho
e peso que agradam o mercado (Santos; Nascimento, 2004).
A utilização de estimativas de custos de produção na administração de empresas
agrícolas grande importância, que na análise da eficiência da produção de determinada
atividade, quer na análise de processos específicos de produção, os quais indicam o sucesso de
determinada empresa no seu esforço de produzir (Martin et al., 1994). Para Assunção et al.,
(2013) a agricultura tem-se tornado cada vez mais competitiva e com a um crescente processo
de diminuição da intervenção governamental no setor, o custo de produção transforma-se num
importante instrumento do processo de decisão.
No Brasil, a preferência do mercado consumidor leva em consideração o tamanho e
formato do fruto, coloração da polpa, teor de sólidos solúveis, presença ou ausência de
sementes, principalmente. No mercado mais recente, tem se destacado o surgimento de novos
tipos de melancias, as chamadas mini melancias, principalmente, devido à exigência do
mercado por frutos de menor tamanho, sem sementes e de excelente qualidade (Assunção et
al., 2013).
Os sistemas de produção da melancia são caracterizados por ocorrerem em maior porte
por agricultores classificados como familiares (Araújo et al., 2007). A exploração ocorre em
pequenas propriedades, onde os produtores apresentam pouca empregabilidade de tecnologia
e manejo das culturas, sendo que grande parte dos tratos culturais necessários a uma boa
condução da cultura são feitos pela família do agricultor, havendo pouco emprego de mão de
obra vinda de fora da propriedade. E a cultura da melancia necessita de muitos tratos culturais
passíveis de serem feitos manualmente, necessitando de grande emprego de mão de obra
(Assunção et al., 2013).
Com mais de 41 toneladas de melancia produzidas por hectare, Goiás ocupa a primeira
posição no ranking nacional de rendimento médio da produção da fruta. O Estado detém outros
números positivos nessa cadeia, já que é o quarto maior produtor do País, com 11,2% de
participação. Entre os municípios, Uruana, no Centro goiano, está na segunda colocação na
lista dos que mais produzem melancia no Brasil. Fica atrás apenas de Baraúna, no Rio Grande
do Norte, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O
ranking de produção nacional segundo o IBGE é liderado pelos estados de Rio Grande do Norte
com 351,99 mil toneladas, Rio Grande do Sul com 318,19 mil toneladas, São Paulo com 260,64
mil toneladas e o estado de Goiás com 254,21 mil toneladas (Emater, 2020).
Os principais parâmetros utilizados para qualificar a melancia são: conteúdo de
açúcares, firmeza da polpa, sólidos solúveis, aparência externa e interna e acidez titulável
(Elmostrom; Davis,1981; Brown; Summers, 1998).
MATERIAIS E MÉTODOS

A unidade de análise utilizada no presente estudo foi o Instituto Federal Goiano –


Campus Urutaí, localizado no município de Urutaí – GO, cujas coordenadas geográficas são
latitude 17º29'10” S, longitude 48º12'38”. A região possui clima classificado como tropical de
altitude com inverno seco e verão chuvoso, do tipo Cwb pela classificação de Köppen. A
precipitação média anual é de 1000 a 1500 mm, com umidade relativa média do ar de 71%. O
experimento foi conduzido em campo.
Na área de plantio, serão coletadas amostras de solo e fez-se análises químicas e físicas
a profundidade de 0-20 cm, com fim de determinar possíveis deficiências em macro e micro
de nutrientes, nível de pH entre 6,0 e 6,5 ou níveis de saturação por base de 705 e capacidade
de troca de cátions. Dessa forma mostra-se a importância da utilização de calcário ou outra
fonte de cálcio para evitar problemas de má formação e a podridão apical nos frutos, conhecida
popularmente como fundo preto.
A adubação a ser realizada seguirá a recomendação proposta por Ribeiro et al. (1999)
para a cultura da melancia, onde o fornecimento de fósforo será realizado em uma única dose
no momento da semeadura com a aplicação de 120 kg ha-1 de P2O5 (MAP). Será aplicado 120
kg ha-1 de potássio (KCl), com aplicação de metade da dose via preparo da cova, e metade
parcelada em cinco adubações de cobertura aos 20, 30, 40, 50, 60 dias após a semeadura. O
nutriente nitrogênio aplicado em forma de (ureia) a ser aplicado em cobertura na proporção de
120 kg ha-1, dividido em cinco aplicações aos 20, 30, 40, 50, 60 dias após a semeadura. A
aplicação de micronutrientes a ser realizada com base na exigência de boro e zinco da cultura
e nos teores contidos no solo, sendo utilizado na adubação o formulado FTE BR 12, aplicando-
se 60 kg ha-1. Com o intuito de melhorar a retenção de água e de disponibilidade de nutrientes
a ser adicionado ao solo 15 litros de esterco bovino curtido por cova.
A área que será utilizada para a implementação da cultura total possui dimensões de
100 x 100 m (1 hectares). Para o preparo da área será realizado duas arações e duas gradagens,
pois a área de uso não terá sido cultivada, apenas de uso animal, gado. Cada cova será preparada
nas dimensões de 0,35 m x 0,35 m de largura e 0,30 m de profundidade, com espaçamento de
3,0 m entre linhas e 2,0 m entre covas na linha de plantio. Estas serão previamente corrigidas
com calcário, elevando-se a saturação de base para 70% (Ribeiro et al., 1999). A população de
plantas recomendadas é de 5.555 plantas por hectare sendo depositadas, usando-se de 0,8 kg a
1 kg de sementes por hectare, semeando-se de 2 cm a 3 cm de profundidade e colocando-se de
três a quatro sementes/cova.
A cultivar de melancia a ser utilizada foi a Crimson Sweet, será distribuído quatro
sementes por cova, na profundidade de 3,0 cm. Para controle de doenças e insetos utilizara
fungicidas e inseticidas conforme as recomendações técnicas da EMBRAPA (2014) para a
cultura e dos produtos. Após 10 dias, foi realizado desbaste mantendo-se apenas as duas plantas
mais vigorosas por cova. Também foram realizadas duas capinas manuais, além da realização
de condução e orientação dos ramos das plantas.
O fornecimento de água para a irrigação feita por gotejamento com vazão de 20 L h-¹,
com turno de rega de 48 horas, sendo a lâmina total de irrigação do cultivo 500 mm. Utilizará
um motor estacionário modelo Yanmar NS B12 com uma bomba acoplada sendo a fonte de
energia para o sistema de irrigação. Para a colheita dos frutos a ser realizada a partir dos 75
dias após a semeadura, sendo contabilizados todos os frutos com massa igual ou superior a
cinco quilos. Para a análise dos custos de produção e da viabilidade econômica da melancia
será utilizado o modelo de custo operacional desenvolvido pelo Instituto de Economia Agrícola
de São Paulo (Matsunaga et al., 1976).
Na elaboração do projeto fez-se necessário o levantamento de dados e aproximações
conforme apresentados em trabalhos científicos. A metodologia em estudo de caso foi aplicada
a fim de avaliar a viabilidade econômica de melancia C. lanatus na região do sudeste goiano,
Urutaí. Em estudos realizados por Yin (2005), esses dados possuem como finalidade de uso a
pesquisas, o que possibilitou investigações de fenômenos individuais, organizacionais e de
grupos.
A metodologia adotada leva em consideração os seguintes conceitos:
1 – Custo Operacional Efetivo (COE): que corresponde aos custos variáveis ou despesas
diretas com desempenho financeiro, para as atividades compreendidas desde o preparo do solo
até a colheita;
2 – Custos e Encargos Administrativos (CEA), que refletem os custos fixos ou despesas
indiretas referentes a juros, impostos, encargos sociais, taxas de administração e depreciação
de equipamentos;
3 – Custo Operacional Total (COT), correspondente ao somatório dos dispêndios
globais de COE e CEA.
Os preços dos produtos, insumos e serviços, são de acordo com o comércio local no ano
de 2021, A Receita Total (RT) origina-se da venda dos frutos, sendo obtida a partir da
quantidade produzida, multiplicada pelo preço anual. Na análise da Renda, cotejou-se o COT,
frente à RT, obtendo-se a diferença entre estes valores, um diferencial que constitui a Margem
Líquida (ML).
RESULTADOS E DISCUSSÃO

As condições climáticas e ambientais apresentadas na região são favoráveis para o


cultivo de melancia, o que permitirá o seu melhor desenvolvimento e produção. Espera-se que
que as plantas cresçam e se ramifiquem de maneira adequada, sem quaisquer empecilhos que
possam vir a afetar a produtividade. Com ciclo relativamente curto, o que torna a exploração
da cultura em pequenas escalas, como o caso de agricultores familiares, pois estes apresentam
características de baixa capacidade de obtenção de recursos em curto prazo (Assunção et al.,
2014).
Com expectativa de produtividade próxima de 46,46 toneladas por hectare (Tab. 1).
Possivelmente a quantidade de água planejada irá suprir a demanda hídrica da cultura,
permitindo que esta atingisse esta capacidade produtiva. Como fator determinante para a
produção vegetal, especialmente para as espécies frutíferas cujo fruto acumula muita água
durante o desenvolvimento (Campelo et al., 2014)
Na Tabela 1, são apresentadas as quantidades e valores de horas de trabalho de máquina
e da mão-de-obra necessários ao cultivo de 1 hectare de melancia. Os parâmetros apresentados
são baseados naqueles praticados por produtores na região central de Goiás no município de
Uruana, que adotam um bom grau de tecnologia e visam à comercialização da produção no
mercado interno.
A porcentagem dos custos operacionais com serviços atingiu 52,98% em comparação
ao custo total da implantação da cultura. Os elementos de despesa que mais impactarão no
custo será aqueles destinados a mão de obra, desbaste de plantas, capinas, adubação em
cobertura, desbaste dos frutos, pulverização. Em um estudo realizado em Goiatuba-GO,
Assunção et al. (2014) também verificaram que os serviços corresponderam a 41,20% dos
custos operacionais totais, envolvendo principalmente o manejo das plantas daninhas por meio
da capina e o processo de colheita respondendo por 20,85% desse custo.
Como mostrado no de coeficientes técnico (Fig. 1), os maiores custos foram registrados
para tratos culturais, se aproximando de 3 mil reais para cada hectare do produto produzido,
tais valores estão diretamente ligados a quantidade de mão de obra humana necessária para
produção e ao seu alto valor agregado, seguido por insumos agrícolas que englobam produtos
fitossanitários e fertilizantes para a cultura, podemos observar também valores altamente
significativos com despesas de plantio, devido à grande quantidade de mão de obra empregada
neste processo assim como em tratos culturais. E por último, nota-se que os menores gastos
são registrados para a variável irrigação, estes baixos custos estão atrelados ao fato da área já
possuir instalações bases, como; caixa de água com capacidade para suprir a demanda da
cultura, encanamento principal e bombas. Assim torna-se necessário a aquisição apenas de
equipamentos como filtros, canos de distribuição e mangueiras para gotejamento.
O gráfico de rentabilidade pode mostrar uma perspectiva positiva na implantação da
cultura da melancia, uma vez que o a receita líquida ultrapassa as despesas, com rentabilidade
acima de 25%, deixando assim viável a aplicabilidade da cultura nesta área. Do valor total
investido R$ 8396,20 teve-se retorno positivo de R$ 22.175,00 (Fig. 2).
Tabela 1. Coeficientes técnicos para plantio de 1ha-1 de melancia irrigada para região de
Urutaí-GO.
Descrição Especificação Valor Unit. Quantidade Total %
1- Insumos (*) 3.947,20 47,01
1.1. Fertilizantes 1.490,50 17,75
Calcário dolomítico R$/ton. 200 1 200 2,38
MAP R$/kg 1,12 300 336 4,00
Uréia R$/kg 1,8 200 360 4,29
Cloreto de potássio R$/kg 1,93 250 482,5 5,75
Micronutrientes de
R$/Kg 2,8 40 112 1,33
solo
1.2. Fitossanitários 1.990,70 23,71
Espalhante adesivo R$/litro 6,3 1 6,3 0,08
R$/kg,
1 Fungicidas 113,13 383,4 4,57
R$/litro
R$/kg ou
1 Inseticidas 132,33 1.601,00 19,07
R$/litro
1.3. Outros 466 5,55
Análise de solo 36 1 36 0,43
Sementes de
R$/Kg 150 1 150 1,79
variedade
Água (**) R$/1000 m3 4 70 280 3,33
2 - Operações 4.449,00 52,99
2.1. Preparo do solo 559 6,66
Aração, gradagem,
HM 68 8 544 6,48
sulcamento
Calagem Homem-dia 60 0,25 15 0,18
2.2. Plantio 720 8,58
Abertura das covas Homem-dia 60 5 300 3,57
Plantio e replantio Homem-dia 60 2 120 1,43
Adubação Homem-dia 60 5 300 3,57
2.3. Tratos culturais 2570 30,61
Desbaste de plantas Homem-dia 60 2 120 1,43
Capinas Homem-dia 60 15 900 10,72
Adubação em
Homem-dia 60 5 300 3,57
cobertura
Desbaste dos frutos Homem-dia 60 10 600 7,15
Pulverização Homem-dia 65 10 650 7,74
2.4. Irrigação 360 4,29
Irrigação Homem-dia 60 6 360 4,29
2.5.
240 2,86
Colheita/Classificação
Colheita/Classificação Homem-dia 60 12 720 8,58
Subtotal Conta de
8396,2 100,00
Cultivo
5.
Rentabilidade/SAFRA
5.1. Preços médios de
CEASA/GO 0,72 R$/kg
dezembro/2021
Valor Bruto da
30.571,20 0,52 R$/kg
Produção (R$/ha)
Despesa 8.396,20 0,19 R$/kg
Receita líquida 22.175,00 0,53
Rentabilidade 26,33%
Ponto de equilíbrio 0,26 R$/kg 42.460 Kg/ha
HM = Hora Máquina
Análise de rentabilidade (cultivar Crimson Sweet; espaçamento: 3 m x 2 m; densidade: 5.555 plantas/ha; tipo de irrigação: gotejamento).
Valores médios dos fungicidas/inseticidas, que variaram de R$ 22,00 a R$ 350,00 por quilograma ou litro.
Valores médios praticados em 2021: Atacado (CEASA GO) = 0,72/Kg.
Insumos: Valores de acordo coma s principais revendas da região.
Irrigação: Incluem gastos com energia elétrica e água.

COEFICIENTES TÉCNICOS
Irrigação

Tratos culturais

Plantio

Preparo do solo

Fitossanitários

Fertilizantes

0,00 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 3.000,00

Figura 1. Coeficientes técnicos para o plantio de 1 hectare de melancia irrigada, perímetro


irrigado do Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí, GO.
Figura 2. Gráfico de rentabilidade do fluxo de receita líquida, despesa e valor bruto da produção
em reais.

CONCLUSÃO
A cultivar em estudo, na região de Urutaí, apresentou potencial de geração de renda,
com perspectiva de retorno financeiro elevado associado a alta produtividade de melancia na
área, a associação com a empresa júnior do Instituto Federal Goiano contribuirá positivamente
na venda dos frutos produzidos dentro da instituição. É indubitável que o custo com serviços é
o principal gargalo da produção de melancia, contudo a geração de emprego, e a falta de
produtor de competitividade e o auxílio do IF contribuirá significativamente na implantação e
viabilidade do projeto.
REFERÊNCIAS

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