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Abstract: This study aims at outlining the background and structure of some families from
the elites in Vassouras, tracking the way they started to belong in the higher ranks and how
they managed to establish their social, political and economic power.
The study at stake frames the nineteenth century, being based mainly on documental research
done at Centro de Documentação Histórica (Historical Documentation Center) of USS
(Severino Sombra University), Casa da Hera Museum, Tancredo Neves Cultural Center and
other source locations in Vassouras. It also confronts and analyzes the historiography of
Vassouras and its surroundings in accordance with books, MA and Ph.D. Theses. Above all, it
focuses on the enslaving society from the South of Rio de Janeiro by observing the concepts
of gentry and elite, supported by the tripod: lineage, wealth and political power.
Keywords: Elites – Vassouras - Nineteenth Century
1 Professora Mestre em História Social pela Universidade Severino Sombra (USS). Professora Titular de
História Regional da USS. Pesquisa financiada pela Fundação Educacional Severino Sombra (FUSVE).
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Tanto os dados da tabela quanto a citação acima, dão conta que a cultura cafeeira
já estava implantada e bastante ampliada ainda na primeira metade do século, e não a partir da
segunda metade.
Mas, em decorrência, surgiu a necessidade do desmembramento das sesmarias
concedidas no período colonial, e este se deu por transação de compra e venda ou pela
partilha dos latifúndios entre os herdeiros dos poderosos senhores de terra.
Famílias mineiras aí se estabeleceram e investiram o capital acumulado na
mineração. Assim, a lavoura cafeeira no Vale coincide com a decadência das minas de ouro
em Minas Gerais. Os futuros fazendeiros, recebendo grandes doações de terra da Coroa em
forma de sesmarias, construíram uma ou mais fazendas.
No entanto, não foi sem tropeços que as sesmarias doadas foram demarcadas.
Índios e posseiros foram levados a lutar contra os donos das sesmarias para garantir as suas
terras.
Por mais controvérsias que existam, o que não se pode negar, como bem
afirmamos:
“...é que a abertura do Caminho Novo de Minas por Garcia Rodrigues Pais e a
instalação das fazendas de café no território que hoje abriga, entre outros, o
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Nas terras do Vale do Paraíba, as de Vassouras entre elas, por mais de um século,
ainda que quase destruindo a densa floresta tropical, desenvolveu-se um intenso período
agrícola e estabeleceram-se famílias que se arvoraram em detentores da vida e da morte de
centenas e centenas de colonos, indígenas, curibocas, mamelucos, tropeiros, serviçais e
escravos etc.
Vassouras se fazia ouvir, não só em benefício do seu progresso material, mas dos
grandes interesses nacionais que despertavam as iniciativas de seus homens, como no caso da
reforma judiciária apresentada, em 1854, por Nabuco de Araújo, Ministro da Justiça do
Gabinete Paraná.
Família, para os que fazem História, não se restringe ao sentido restrito (pai, mãe
e filhos) que geralmente os sociólogos levam em consideração. E, embora o conceito de
família se modifique no decorrer do tempo, para nosso estudo, que se situa no século XIX,
família tem um sentido mais amplo, em especial porque estamos tratando de personagens do
meio rural. Essas unidades domésticas eram chefiadas por um homem (o pai) que exercia
sobre elas autoridade legal.
Ainda nessa obra se acha registrada a tradição das famílias dos fazendeiros de
promover casamentos entre parentes para conservar as terras em poder dos “clãs” sendo
corrente a expressão “nada de gente de fora”. Mas pelo menos duas mulheres da família
(Werneck) fugiram ao padrão casando-se com dois médicos que não pertenciam às famílias
( Vovó Carola com Joaquim de Albuquerque- médico cearense e Vovó Maria Isabel filha do
Barão de Pati do Alferes com Joaquim Teixeira de Castro- futuro Visconde de Arcozelo).
criação, afilhados, amigos, serviçais, agregados e escravos, o que tornava mais complexa uma
unidade familiar, pois esta abrangia componentes de várias origens. Como se essa
complexidade não bastasse, muitas vezes, por razões econômicas, políticas ou laços de
compadrios a família patriarcal ou extensa incorporava pequenos sitiantes, lavradores e
roceiros da vizinhança além de os trabalhadores livres e migrantes. Mesmo vivendo fora da
Casa Grande, os grupos mantinham os mesmos laços de dependência e solidariedade, gerando
uma maior participação política, social e econômica na ordem paternalista.
O interesse era mútuo: se para essa camada periférica era importante a proteção de
uma família, para o patriarca não era menos, já que o seu prestígio era medido pelo número de
pessoas sob sua dependência.
Mas o que não resta dúvida é que dessa família extensa, membros da casa,
agregados e outros dependentes, um fazendeiro formava o seu séqüito, ou clientela.
O Imperador D. Pedro I,
Duque- 2:450$000
Marquês- 2:020$000
Conde- 1:75$000
Visconde- 1:025$000
Barão- 750$000
“...é uma exata demonstração econômica do “de cujos”, pela evidência de seu ativo
e de seu passivo, afim de serem apurados os resultados (acervo hereditário), que irão
ser objeto da partilha, Fragoso, embora reconhecendo que freqüentemente tem-se
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Matriz Nossa Senhora da Conceição, na Praça Barão de Campo Belo, teve sua
origem numa proposta apresentada à Câmara Municipal, a 16 de janeiro de 1835 pelo titular
de quem mais tarde recebeu o nome de Barão de Campo Belo. A proposta era desapropriar a
área no centro da Vila para ser transformada em praça, aproveitando que em sua parte mais
alta já existia uma capela, construída desde 1829, e que mais tarde viria a ser a sede da
Irmandade e Matriz Nossa Senhora da Conceição (1853).
Hospital Nossa senhora da Conceição foi custeado por Pedro Correa e Castro (Barão do
Tinguá), irmão do Barão de Campo Belo.
Enfim, podemos afirmar que o casamento endogâmico foi uma estratégia usada
pelas famílias com o objetivo de se manter a riqueza dentro da família e, também, a
necessidade da família continuar unida, e assim, com os casamentos com primos e tios
aproximavam ainda mais seus membros. Isso era a forma de cuidar do seu patrimônio social:
prestígio e importância política.
Referências Bibliográficas
-FLANDRIN, Jean Louis. Famílias, parentesco, casa e sexualidade na sociedade antiga.
-FRANCO, Afonso Arinos de. Desenvolvimento da Civilização Material do Brasil. Publ. Nº
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Periódicos:
O Município e
O Vassourense