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PROJETO UBUNTU NO QUILOMBO GROTÃO: antecedentes, fundamento

filosófico e marco legal no lastro da reparação de danos morais coletivos

Cecília Amália Cunha Santos i


Bruno dos Santos Hammesii
Kênia Gonçalves Costaiii

Resumo:
A cooperação técnica entre instituições brasileiras, especialmente o Ministério Público
do Trabalho (MPT) com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) vem
conseguindo divulgar a ideia de “trabalho decente” e, com isso, o tema tem se tornado
uma pauta forte não só a nível internacional como também nas relações de trabalho e na
jurisprudência trabalhista no Brasil, com especial enfoque aqui para a coletividade. Tal
parceria tem viabilizado a execução de uma série de projetos no intuito de promover
qualificação e trabalho digno em várias cidades no Brasil. Contudo, percebeu-se que até
então (2018) - dada a alta complexidade das relações de trabalho no campo que exige
logística e estratégias próprias, somada as especificidades culturais e lógicas internas
distintas que organizam o grupo - comunidades tradicionais não tinham sido atendidas
por esta parceria. Neste sentido, tendo em vista a realidade do Tocantins, a diversidade
de grupos sociais vivendo e trabalhando no campo, bem como a sub-promoção da
Convenção 169 da OIT, a edição piloto do projeto Ubuntu nasce como uma demanda do
Ministério Público do Trabalho de Araguaína (MPT – Araguaína), em olhar para esse
cenário e se propor a desenvolver iniciativa que buscasse mitigar os impactos de uma
situação de vulnerabilidade tão antiga quanto à história do país, sem com isso cometer
outras violências e tomadas de decisões equivocadas. Assim, por intermédio do
conhecimento dos agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Araguaína, elegeu-
se, a associação da comunidade quilombola do Grotão, situada no Município de
Filadélfia- TO para receber os investimentos em estrutura e assistência técnica
necessárias ao desenvolvimento das cadeias produtivas escolhidas pela comunidade. A
execução do projeto ficou a cargo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR) – Administração Regional do Tocantins com acompanhamento técnico do
Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saberes e Práticas Agroecológicas da Universidade
Federal do Tocantins (NEUZA/UFT) e é a partir da sistematização dos dados das visitas
técnicas e do acompanhamento executados pelos pesquisadores do NEUZA-UFT que se
produz este material. Deste modo, o presente artigo busca apresentar o processo de
construção do projeto, que se desdobra na necessidade do diálogo com o conceito
“ubuntu”, dialogando assim com a filosofia africana, segue explicitando as articulações
com a Convenção 169 da OIT, a ideia de “trabalho decente” e o marco legal brasileiro
explicitado na Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais (PNPCT), segue apresentando o processo e alguns dos dados
que foram produzidos em diálogo constante com a comunidade e por fim aponta para o
que as boas práticas e experiência possibilitaram, tendo em vista a sistematização e a
replicação do projeto.
Palavras-chave: trabalho decente; Convenção 169; comunidades tradicionais.
Abstract:
Technical cooperation between Brazilian institutions, especially the Labor Prosecution
Office (MPT), and the International Labor Organization (ILO), has been able to spread
the idea of "decent work" and, therefore, the theme has become a strong agenda not
only internationally but also in labor relations in Brazil. This partnership has made it
possible to accomplish a series of projects in order to promote qualification and
dignified work in various cities in Brazil. However, it was noticed that until then (2018)
- given the high complexity of working relationships in the countryside, which requires
its own logistics and strategies, in addition to the distinct cultural and logical
specificities that organize the group - traditional communities had not yet been
contemplated by this partnership. In this regard, in view of the reality of the state of
Tocantins, the diversity of social groups living and working in the countryside and the
underpromotion of the ILO-convention 169, the pilot edition of the Ubuntu Project is
born from a demand of the Araguaína Labor Prosecution Office (MPT - Araguaína), in
order to issue this cenario and propose to develop an initiative with the goal to mitigate
the impacts of social vulnerability, a condition as old as the history of the country,
without committing any kind of violence or wrong decisions. Thus, through the
knowledge of members of the Pastoral Land Commission (CPT) in Araguaína, the
association of the quilombola community of Grotão, located in the Municipality of
Filadélfia (Tocantins), was elected to receive investments in structure and technical
assistance needed in order to develop the productive chains chosen by the group. The
execution of the project was headed by the National Service of Rural Learning
(SENAR) - Regional Administration of Tocantins, with technical monitoring of the
Research and Extension Center of Agroecological Knowledge and Practices of the
Fedeal University of Tocantins (NEUZA/UFT) and it is the systematization of data
from technical visits and attendances performed by the researchers of NEUZA-UFT
which result in the construction of this material. Therefore, this present article aims to
expose the process of construction of this project, which unfolds in the need for
dialogue with the "Ubuntu" concept, thus dialoguing with African philosophy; proceeds
to further clarify the articulations with the ILO-convention 169, the idea of "decent
work" and the Brazilian legal framework spelled out in the National Policy for
Sustainable Development of Traditional Peoples and Communities (PNPCT); presents
the process and some of the data that were produced in constant dialogue with the
community; and finally points to what good practices and experiences were made
possible, in view of the systematization and replication of the project.

Keywords: decent work; Convention 169; traditional communities.


Introdução

A iniciativa que hoje se consolida como “Projeto Ubuntu” nasce da busca da


Procuradoria do Trabalho no Município de Araguaína1 (PTM – Araguaína) em formular
uma ação que crie uma articulação entre uma proposta de promoção do trabalho
decente2, ideia/conceito que já gerou outros projetos exitosos em parceria com a OIT no
Brasil desde 2003 e que encontra lastro no Plano Nacional de Trabalho Decente
(PNTD) e, a percepção da existência de uma lacuna de atenção a comunidades
tradicionais, que por sua vez encontra fundamentação jurídica3 na Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT)
(BRASIL, 2007)4.
Deste modo, tem-se que a proposta que teve esta sua primeira experiência
efetiva no estado do Tocantins, foi viabilizada pelo acordo de cooperação técnica
celebrado em 2003, entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), articulado à parceria local da Procuradoria do
Trabalho no Munícipio (PTM) de Araguaína com o Núcleo de Pesquisa e Extensão em
Saberes e Práticas Agroecológicas da Universidade Federal do Tocantins
(NEUZA/UFT) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) Araguaia-Tocantins. O projeto
contou ainda com a execução técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR) – Administração Regional do Tocantins.

1
Segundo o site do Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins (PRT-10), a
Procuradoria do Trabalho no município de Araguaína é responsável, além do município sede, por outros
68 municípios do norte do Tocantins. Fonte: http://www.prt10.mpt.mp.br/procuradorias/ptm-de-
araguaina-to
2
O conceito de “trabalho decente” na perspectiva de Márcia Regina Barroso (2015) tem funcionado como
uma espécie de ideia-chave que, tanto articula os objetivos estratégicos da OIT para o mundo do trabalho,
a saber, “(a) a aplicação dos princípios e direitos fundamentais do trabalho; (b) a criação de empregos; (c)
a proteção social; (d) e o diálogo social” (BARROSO, 2015, p. 364), quanto tem se capilarizado e
difundido no Brasil a partir de uma cooperação entre a OIT e instituições, principalmente o Ministério
Público do Trabalho (MPT). Em especial a partir de 2003 com a elaboração de “memorando de
entendimento entre a República Federativa do Brasil e a Organização Internacional do Trabalho para o
estabelecimento de um programa de cooperação técnica para a promoção de uma agenda de trabalho
decente” (BARROSO, 2015, p.364).
3
Segundo a nota técnica 06/2018-6CCR, assinada pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades
Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR) e pelo GT de Comunidades Tradicionais do mesmo
órgão, “O Decreto tem por objetivo dar cumprimento ao disposto nos art. 215 e 216 da Constituição
Federal, que consagram diversos direitos fundamentais, como o direito à cultura. Esses artigos dirigem
comandos expressos ao Estado visando à proteção dos grupos sociais que contribuíram para a formação
da identidade étnica, cultural e histórica de nossa sociedade”, sinalizando assim para sua
constitucionalidade quanto à garantia de direito fundamental. Fonte:
http://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/nota-tecnica-decreto-6040
4
A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT)
foi instituída através do Decreto Presidencial 6.040/2007, de 7 de fevereiro de 2007. Para consultar o
texto na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm
Deste modo, dado que o projeto ainda encontra-se em execução 5 objetivo deste
artigo é apresentar os antecedentes do projeto e a forma como foi pensado, apresentar e
discutir brevemente a fundamentação jurídica para sua execução com especial enfoque
para a articulação com a convenção 169 da OIT (OIT, 1989) que trata do tema dos
povos tradicionais, apresentar brevemente a perspectiva filosófica africana que é de
onde inclusive vem à inspiração para nomear o projeto bem como apresentar algumas
das boas práticas, em especial o Diagnóstico Rural Participativo 6 (DRP), que nortearam
e/ou reelaboraram entendimentos e práticas até aqui no projeto.

“Nossos passos vêm de longe7”: Trajetória de consolidação da formatação do


projeto Ubuntu

Os recursos investidos no piloto do projeto, ou seja, na ação desenvolvida na


comunidade quilombola escolhida, são oriundos de um acordo judicial resultante de
uma Ação Civil Pública (ACP) apresentada pelo MPT - Araguaína, para pagamento de
dano moral coletivo, por uma empresa construtora que explorava mão-de-obra em
condições precárias de trabalho.
Vale destacar que, segundo o MPT, embora o ilícito tenha ocorrido na área
urbana, dentre os trabalhadores recrutados e lesados havia pessoas oriundas da zona
rural, o que põe ser comprovado, por exemplo, por uma dinâmica antiga de
recrutamento de mão-de-obra no nordeste e/ou zona rural para trabalhos braçais e em
condições precarizadas ou ainda se tomarmos os dados estatísticos da microrregião
circundante a Araguaína perceberemos que as taxas de urbanização, segundo
informações do último Censo demográfico do IBGE (2010) 8, apontam, por exemplo,
que 34,9% dos domicílios de Filadélfia estão na zona rural.

5
O cronograma apresentado pelo SENAR em diálogo com o MPT visa à execução do projeto em 11
meses, de fevereiro a dezembro de 2019.
6
Segundo Souza (2009), “com origem nos trabalhos de Robert Chambers, nos Estados Unidos. A
metodologia prega, além da maior rapidez na obtenção de dados importantes para a promoção do
desenvolvimento socioeconômico de populações rurais, a participação ativa dos beneficiários envolvidos
no processo e uma multidisciplinaridade técnica” (p.35).
7
Frase que se tornou lema de luta das mulheres negras em busca da afirmação de suas ancestralidades e
que ganhou visibilidade ao ser reiterada pela médica e ativista do movimento negro, Jurema Werneck em
especial ao se tornar subtítulo do livro organizado em parceria pela mesma: WERNECK, Jurema.
MENDONÇA, Maísa. WHITE, Evelyn C. (org). O livro da Saúde das Mulheres Negras: nossos passos
vêm de longe. 2. Ed. Rio de Janeiro: Pallas / Criola, 2006.
8
Fonte: http://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/filadelfia/pesquisa/23/25207?tipo=ranking&indicador=29519,
acesso: 14/11/2019.
Nesse sentido, é relevante informar que fundamenta a realização desta ação
reparatória o entendimento de dano moral coletivo que, na seara trabalhista, como
sustenta Bittar Filho (1994, p. 95), “[...] é a injusta lesão da esfera moral de uma dada
comunidade de trabalhadores, ou seja, é a violação antijurídica de um determinado
círculo de valores coletivos [...]”, como por exemplo, poderíamos citar a lesão ao meio
ambiente9 de trabalho seguro10 e digno.
Com efeito, têm-se ainda que, o artigo 13 da Lei 7.347 de 1985 (BRASIL, 1985)
dispõe que os recursos oriundos deste tipo de condenação devem ser destinados à
reconstituição dos bens lesados, ou seja, devem retornar à sociedade lesada pelas
práticas ilícitas suportadas. Por essa razão, o “Projeto Ubuntu” foi desenvolvido, para
assegurar a reconstituição do bem lesado mais óbvio na percepção externa à
comunidade tradicional que no entendimento construído diz respeito à dignidade e ao
meio ambiente de trabalho seguro, mas não só a ele.
De modo que, a equipe executora deste projeto se atina de forma progressiva ao
refinamento filosófico e ético que organiza a concepção de mundo deste grupo e assim,
de maneira correlata e cada vez com mais força e importância durante a sua execução,
como veremos a frente no tópico que se refere às boas práticas, promove a
reconstituição da conexão do grupo com sua ancestralidade ao (re)constituir as
condições para permanência no campo/território ancestral11 das famílias oriundas de
comunidades tradicionais, evitando a sua migração em busca de empregos
precarizados12 na cidade.
Assim, dito de outra forma, a equipe executora do Projeto Ubuntu percebeu que
apesar de aparentemente correlatos, os efeitos para além da promoção do “trabalho

9
Segundo Fiorillo (2003), “[...] o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam
remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que
comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da condição que
ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos,
etc.)”.
10
A noção de trabalho seguro presente no “Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais” é incorporada a legislação brasileira por meio do Decreto 591 de 6 de julho de 1992 (BRASIL,
1992).
11
Nesta passagem “campo” e “território ancestral” foram equiparados conceitualmente para fins didáticos
da continuidade do raciocínio quando, na verdade, ao se tratar de uma comunidade tradicional quilombola
o certo seria apenas o uso do segundo. Pois fornece a dimensão mais aproximada de todas as dimensões e
conexões que conectam comunidade e território.
12
Segundo Machado et al (2016), no contexto de globalização “se apresenta como um processo
multidimensional de institucionalização da instabilidade caracterizado pelo crescimento de diferentes
formas de precariedade e de exclusão. Ela se apoia na diminuição dos custos de produção a partir da
flexibilização do trabalho, que se instaura pela via da precarização do trabalho. Esse processo atua
diretamente na transformação e na flexibilização do direito do trabalho, reduzindo as políticas de proteção
social e de cidadania da população nomeada "excluída" pelo discurso político” (p.229).
descente” estrita, como a segurança alimentar 13, regularização da situação da associação
de quilombolas, fixação na terra estão instrumentalizam as pessoas para atuarem no
fortalecimento de sua comunidade, o quilombo Grotão.
Sobre isso, os dados das incursões em campo14 apontam que, o fato de o projeto
pagar uma bolsa de formação no valor de 500 reais mensais para cada uma das 19
famílias é de suma importância, pois conforme questionário aplicado na comunidade,
esse valor tem representado a fonte de renda para a maioria das famílias com exceção
daquelas que têm aposentados, pensionistas ou crianças para receber o benefício do
programa bolsa-família.
Logo, como apontam Aguiar et al (2019), além da infraestrutura visível outras
percepções que o trabalho de campo têm nos mostrado são, “redução do êxodo de
quilombolas para as cidades mais próximas, elevação da autonomia das comunidade em
relação às práticas produtivas, a retomada de práticas tradicionais quilombolas que
estavam enfraquecidas”, o que se reflete em fortalecimento na luta pelo seu território.

Breve apresentação do Quilombo Grotão e do processo de escolha da comunidade

A comunidade tradicional escolhida para receber os investimentos da edição


piloto do Projeto Ubuntu foi a Comunidade Quilombola Grotão que, a sete gerações
ocupa o território localizado na região conhecida como Barraria no Município
Tocantinense de Filadélfia (Figura 01), nas proximidades do povoado de Bielândia. O
território tem como limite, à esquerda o Rio João Aires e, à direita, o ribeirão
Gameleira.
Dezenove famílias vivem atualmente, devido aos efeitos liminares de um recurso
em um processo judicial de questionamento da posse impetrado na justiça, numa parcela
da área total disponibilizada à comunidade pelo juiz do caso que corresponde a cerca de
20 alqueires. O laudo antropológico, solicitado pelo Ministério Público Federal e

13
Segundo, Vasconcellos e Moura (2018), o conceito de “segurança alimentar e nutricional” foi muito
influenciado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mas no Brasil,
“A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito ao acesso a alimentos de qualidade,
em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais. Pressupõe-se que seu alcance
implique a convergência de políticas e programas de vários setores com capacidades para promover, na
dimensão individual e coletiva, o acesso à alimentação adequada, requerendo um amplo processo de
descentralização, territorialização e gestão social” (p. 2).
14
Paralelo à execução do projeto pelo SENAR, a CPT e o NEUZA-UFT executam o projeto de
“Mitigação dos Impactos dos Projetos de Desenvolvimento Rural na Comunidade Quilombola Grotão”,
cuja metodologia consiste basicamente em trabalho de campo qualitativo e constante diálogo com a
comunidade.
realizado pelo antropólogo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA) Roberto Alves de Almeida (2011), identificou uma área de dois mil e
duzentos hectares como território ancestral.
Ditas estas informações, resta ainda situar o leitor dos critérios que levaram a
escolha desta comunidade em especifico. O fato é que segundo dados da Fundação
Cultural Palmares (FCP) (BRASIL, 2018) tratado por Lopes (2019), existem hoje no
estado do Tocantins 45 comunidades remanescentes de quilombo com certificação
emitida pela FCP, condição importante no bojo do projeto para a sua execução tendo em
vista a necessidade de segurança jurídica salvaguardando as partes.
Destas, 7 que já mantinham um diálogo e recebiam atenção dos agentes pastorais
da CPT, foram convidadas a construir 15 um Diagnóstico Rápido/Rural Participativo16
(DRP), afim de construir consciência crítica da situação em que se encontravam e afim
de buscar elencar problemas e soluções para tais.
Deste modo, vale destacar que tendo em vista os resultados obtidos e ainda a noção de
que o DRP ao se apresentar como resultado da aplicação de uma série de ferramentas interativas
que buscam instrumentalizar a comunidade para elencar suas características, potencialidades,
fragilidades e prioridades, o mesmo logo foi incorporado ao escopo do projeto Ubuntu17. Torna-
se importante também, pois se propõe a cumprir o que dispõe a Política Nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – PNATER, ao tornar
como princípio norteador a “adoção de metodologia participativa com enfoque multidisciplinar,
interdisciplinar e intercultural” (BRASIL, 2010).
Com a posse destas informações a direção local da CPT quando recebeu a
proposta de estar, em parceria com o MPT, ajudando neste processo, utilizou estes
dados dos DRPs para uma primeira seletiva entre as comunidades, ou seja, o primeiro
critério utilizado foi à execução prévia de um DRP e em seguida o critério escolhido foi:
a vulnerabilidade e o risco da perda do território.
Outro critério utilizado, desta vez pelo MPT, dada a necessidade de articulação
com a seara trabalhista foi à exigência da averiguação da existência de uma organização
mínima formalizada e em consonância com o postulado da formalidade do trabalho e

15
Os DRPs produzidos nesta ação da Pastoral encontram-se em posse das comunidades, tendo a CPT
apenas os registros (Fotográficos) e cópias dos mesmos.
16
Vale ressaltar que os DRPs foram produzidos inclusive antes do diálogo para implementação do
Ubuntu, o que tornou esta parte da ação relativamente rápida, pois os dados já existiam.
17
Paralela às atividades realizadas pela executora do projeto: o SENAR, temos que o MPT, a CPT e o
NEUZA-UFT celebraram outro acordo coordenado pelo Professor Vinícius Gomes de Aguiar
(NEUZA/UFT) com vistas a acompanhar o projeto e o mesmo tem como um de seus pilares a oitiva
constante da comunidade a aplicação de ferramentas do DRP.
amparo das pessoas do grupo seja ela na forma de associação ou cooperativa, que a
comunidade do Grotão também atendia e que tornava possíveis os investimentos.
Exemplo disso foi quando com dinheiro do projeto foi adquirido um veículo automotor
utilitário já em nome da associação. Foi assim então que de comum acordo, MPT, CPT
e OIT definiram com o aval da comunidade a execução do projeto.

Figura 01. Mapa de localização do quilombo Grotão, em Filadéfia (TO). Fonte: Aguiar et al (2019)

Convenção 169 da OIT e Consulta Prévia na implantação do Projeto Ubuntu


Ao propor a ação afirmativa de cunho de reparação histórica no quilombo do
Grotão ao MPT, os agentes da Pastoral da Terra de Araguaína inicialmente, com base
no que havia sido pactuado e produzido com o DRP, se ativeram a resolução do
problema que a comunidade tinha elegido como seu principal problema, logo a ideia era
tão somente a reforma da casa de farinha da comunidade.
Entretanto, após a primeira visita de planejamento e reunião com a comunidade,
o Ministério Público do Trabalho percebeu que as demandas da comunidade eram bem
mais amplas, como por exemplo, a necessidade premente de uma ação que garantisse
geração de renda e segurança alimentar para assegurar o mínimo de dignidade aos
quilombolas.
Merece destaque, a percepção que desde o início do planejamento da ação foi
assegurado à comunidade o direito de participação em todas as decisões relativas à
implantação do Projeto. Postura que vai ao encontro da diretriz presente na Convenção
169 da OIT (OIT, 1989), na qual a “consulta prévia livre e informada dos povos” é
incentivada e tem como escopo a “promoção de diálogos interculturais, o fortalecimento
da democracia participativa e a garantia do protagonismo da comunidade e da soberania
popular”.
Deste modo, a Convenção 169 (OIT, 1989) ao estabelecer o que se
convencionou chamar de “direito à consulta prévia”, ao estabelecer que grupos
minoritários devam participar dos processos administrativos que lhes digam respeito e
não apenas serem informados assim, garante não só o direito dos povos de serem
ouvidos, mas também o de se opor a determinados atos, contrários aos seus interesses.
Trazendo esta noção para o processo de formatação do projeto Ubuntu, podemos
destacar que a participação da comunidade no projeto começa ainda na definição do
mesmo, pois, uma vez que a visita inicial mostrou que a comunidade tinha outras
necessidades além da casa de farinha e, o MPT resolveu executar uma ação sistemática
com vistas à geração de renda e segurança alimentar, estabeleceu também que deveriam
ser implementadas outras cadeias produtivas no quilombo.
Contudo, temos que o entendimento desde então foi de que a escolha das cadeias
produtivas a serem implementadas e em todas as demais etapas, em que houve
necessidade de tomada de decisão, a comunidade foi ouvida em reunião prévia, que
ocorrem na maioria das vezes na própria comunidade e, quando não é possível e a
reunião ocorre, na sede do MPT, por exemplo, é diretriz de que necessariamente ao
menos a presidente da associação quilombola deve participar.
Além disso, tal qual previsto na norma, mais do que a mera consulta importa que
seja assegurado o acesso à informação de qualidade à comunidade, através de
“procedimentos adequados às circunstâncias e de boa-fé18” que se traduz no
conhecimento pleno sobre o projeto em análise e possíveis efeitos no seu entorno
ambiental, social, cultural, econômico e político e a correta avaliação das vantagens e
desvantagens da sua implantação.
Outro componente importante, no que tange a oitiva de comunidades
tradicionais, é o respeito aos tempos de cada povo, para a tomada de decisão. Destarte,
no caso em análise, nas vezes em que foi necessária a tomada de decisão pela
comunidade, as propostas e informações foram apesentadas da forma mais clara,
completa e ampla possível, aos participantes da reunião e em seguida as equipes se
retiravam da comunidade para que os quilombolas pudessem decidir entre si, sopesando
seus interesses e opiniões, ouvindo os mais velhos, sem a interferência externa da
equipe.
Assim, quanto às cadeias produtivas e tecnologias escolhidas para dar vida ao
projeto Ubuntu neste quilombo, ficou estabelecido, após diálogo com a comunidade,
que seriam cinco as cadeias produtivas, a saber, horticultura, avicultura de corte/postura,
piscicultura, feijão e mandioca, todas implementadas de forma a buscar a transição
agroecológica, mas já sem o uso de agrotóxicos e outros defensivo. Vale destacar ainda
que, para o funcionamento destas cadeias foi preciso ainda investir na perfuração de
poço artesiano e na instalação de uma caixa de água de 10.000 (dez mil) litros além da
almejada reforma da casa de farinha.

Filosofia Ubuntu

O “nome” do projeto foi uma escolha a posteriori, quando já estava tudo


avalizado pela comunidade começou um processo pela definição do nome, importante
tanto para dar uma “cara” ao projeto quanto para o catálogo de produtos da OIT. Em
uma busca por inspiração que pudesse remeter a ancestralidade africana das
comunidades quilombolas entrou-se em contato com leituras de filosofia africana e
conheceu-se o conceito “Ubuntu” que etimologicamente tem sua raiz em duas línguas
do povo bantu: zulu e xhona.

18O artigo 6º da Convenção 169 da OIT (1989) ao salientar a “qualificação do processo consultivo”,
endossa tais princípios.
Nosso ponto de partida é que Ubuntu pode ser visto como a base da filosofia
africana. Para além de uma análise linguística de ubuntu, um argumento
filosófico persuasivo poderá criar toda uma “atmosfera familiar” que é um
tipo de afinidade filosófica e um parentesco entre o povo nativo da África.
(RAMOSE,1999, p.49).

Segundo Ramose (1999), Ubuntu é o elemento central da filosofia e da


cosmovisão africana, que concebe o mundo como uma teia de relações entre: o divino, a
comunidade e a natureza. Na mesma direção, Malomalo (2014) aponta que na
cosmovisão africana toda existência é sagrada, pois há nela uma centelha do divino em
tudo que está manifestado, ou seja, em tudo que existe. Assim, a frase: “Sou porque nós
somos” consegue produzir uma tradução do conceito de Ubuntu.
Dessa maneira, ainda segundo o que podemos apreender em Malomalo (2014)
ser humano africano sabe que nem todos os aspectos da vida podem ser controlados por
sua vontade, pois há ainda outras forças, como a dos ancestrais, dos orixás e os seres
encantados da natureza regendo os acontecimentos da vida das pessoas e do mundo. Por
essa razão para africanos e africanas é importante viver em harmonia com todas essas
forças e energias, para a felicidade do indivíduo.
Nesse passo, para Malomalo (2014) a filosofia Ubuntu trata o conceito de
felicidade como sendo tudo que faça o bem ao indivíduo e ao outros, incluídos nessa
noção de outros a família, os demais habitantes da comunidade, ancestrais e orixás e os
seres da natureza, como rios, mares, montanhas, florestas, animais e solo, alargando a
noção de alteridade ocidental.
No Brasil, segundo o que se pode concluir analisando o processo histórico da
diáspora compulsória, a filosofia Ubuntu chega com os escravizados africanos a partir
de século XVI e foi reinventada após o processo de escravização, transformando-se nas
noções de solidariedade e resistência, tendo como exemplos de sua utilização a
organização dos quilombos, das religiões de matriz africana e etc.
Com relação ao projeto Ubuntu, em análise, a escolha desse nome nasceu da
forte identificação entre os valores que animam a ação afirmativa e a filosofia de matriz
africana, uma vez que toda a produção é, nos termos ocidentais, agroecológica, pautada
no respeito à natureza e na exploração racional do território, além de buscar respeitar a
organização social e vida comunitária das pessoas da comunidade, por meio da
produção comunal das cadeias produtivas, da venda coletiva de produtos e da gestão e
divisão dos lucros feita pela associação dos quilombolas.
Considerações finais [ou conjecturais]

A realidade das comunidades quilombolas no Brasil é um reflexo das lutas e


resistências da população negra em diáspora, população esta que é descendência dos/as
escravizados/as trazidos da África para construir essa nação. Os conhecimentos e
saberes que foram transladados com esses grupos compõem uma visão de mundo na
perspectiva da cosmovisão africana que entremeia com a relação direta com a natureza.
As existências são dialógicas e comunitárias, as atividades comuns são
realizadas em grupo com união de forças e propósitos. Os resultados só se efetivam
quando todos são beneficiados, na qual as ancestralidades são os elos destes destinos. A
produção social é estabelecida nas interações sociais por diversas perspectivas aliadas
pelos múltiplos conhecimentos formais e informais, materiais e imateriais e afetivos.
Neste contexto o projeto que visa instituir formas de “trabalho decente”,
autonomia financeira, segurança e soberania alimentar, formas dignas de trabalho
condizentes com as formas de organização social e com a cosmovisão do grupo e
condições de desenvolvimento sustentável e permanência no território, tem total ligação
com a nominação ubuntu, ou seja, “sou porque nós somos”, visto que, dado o processo
histórico e a forma como se deu a constituição dos quilombos no Brasil torna-se
premissa do projeto que a ancestralidades bem como as cosmologias africanas e a
intensa e forte vida comunitária sejam asseguradas e fortalecidas.
Dito de outro modo, o Projeto Ubuntu traz em sua essência a noção retirada da
literatura sobre quilombo no Brasil que aponta que viver individualmente nestas
comunidades não faz sentido. Desta forma as lutas desses segmentos da sociedade
conduziram à institucionalização do marco legal citado.
Contudo, atualmente (2019), se traçarmos um histórico comparativo de lutas e
avanços conquistados, perceberemos que estamos vivenciando um estado de
desarticulação e desmonte de uma série de medidas reparatórias e de instrumentos legais
que as auxiliam, revelando que o estado brasileiro intencionalmente ou não caminha na
contramão instituindo uma série de perdas de direitos e conquistas.
Deste modo e por fim, é preciso chamar atenção para os possíveis efeitos que
ações como a Medida Provisória (MP) 905/2019 (BRASIL, 2019) podem ter. Segundo a
redação atual, entre outras provisões a MP condiciona a aplicação dos valores oriundos
de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e multas referentes a Ações Civis
Públicas (ACPs) resultantes da atuação do MPT a um fundo para financiar
exclusivamente o “Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional,
Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho”, que na prática desconsidera tanto
outras modalidades de danos trabalhistas quanto as várias ações desenvolvidas pelo
MPT em parceria com a OIT no Brasil desde 2003, dentre as quais o Projeto Ubuntu e
seus resultados.
Logo, a única certeza que se consegue ter a partir de decisões monocráticas
como esta é a instabilidade e as incertezas que elas criam, no âmbito geral, em relação à
continuidade de ações e para as continuidades fica o recado que a luta para efetivação e
continuidade da luta pelos direitos.
Referências
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Cecília Amália Cunha; COSTA, Kênia Gonçalves. PROJETO UBUNTU NO
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Pallas/Criola, 2006.
i
Procuradora do Trabalho. Atualmente está Coordenadora da Procuradoria do Trabalho no Município de
Araguaína/TO. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (2012), Pós-graduada em
Direito do Trabalho (2013) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASELVI). Ex-juíza do
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT -18).
ii
Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2015), Bacharel em
Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2013), licenciando em Ciências
Sociais pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2013- atual). É pesquisador associado ao Dadá -
Grupo de Pesquisa em Relações de Gênero, Sexualidade e Saúde da UFRPE e do Núcleo de Pesquisa e
Extensão em Práticas e Saberes Agroecológicos (NEUZA - UFT/CPT). Coordenou a execução das
atividades da linha de Ação: Desenvolvimento Rural e Direitos Humanos - no Centro de Referencia em
Cidadania e Direitos Humanos da UFT (CRCDH-UFT). Atuou como professor do magistério superior na
Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT), no campus Miracema como orientador de trabalho
final de curso no curso de Pós-Graduação em Educação, Pobreza e Desigualdade Social (EPDS) e no
campus Universitário Tocantinópolis, onde lecionou disciplinas para os cursos de Licenciatura em
Ciências Sociais e Pedagogia e, onde orientou trabalhos de conclusão de curso. Atualmente está professor
convidado no curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Campus
Araguaína.
iii
Está Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult) da
Universidade Federal do Tocantins (UFT). É doutora em Geografia pela Universidade Federal de Goiás
(2014), onde também se titulou mestra em Geografia (2005), licenciada em Geografia (2007) e Bacharela
em Geografia (2002). É Técnica em Agrimensura pela Escola Técnica Federal de Goiás (1996). Desde
2014 está vinculada ao Colegiado de Licenciatura em Geografia da Fundação Universidade Federal do
Tocantins (UFT), Campus Araguaína nas seguintes atividades: docente, membro do Núcleo Docente
Estruturante (NDE) e coordenadora do Laboratório de Ensino e Práticas em Geografia (LEPG). Desde
2017 também está vinculada como docente/orientadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de
Cultura e Território (PPPGCult) e desde 2018 atua como pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão
em Práticas e Saberes Agroecológicos (NEUZA). Tem experiência na área de Interdisciplinaridades, com
ênfase em Geografia, atuando nos seguintes temas: ensino, formação de professores, cartografia,
aprendizagens criativas, educação indígena, quilombola, etnias, cultura, identidades e territórios.

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