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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023


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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Ordem da
Salvação

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 1 Quando e por que Deus nos escolheu?
Alguns homens não são eleitos?

Indicação de Livros:

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Lição 2 A Doutrina da Eleição

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Lição 3 O Chamado do Evangelho

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Lição 4 Regeneração

Regenerar é o ato secreto de Deus pelo qual ele nos comunica nova vida
espiritual e/ou nascer de novo [Jo 3.3-8; Ef 2.5].

a. Quando lemos João 3, temos que ter em mente que Jesus está falando com
um mestre da lei. E não é a toa que Jesus diz cada palavra. Jesus está falando
coisas que Nicodemos está sim compreendendo.

Vamos Fazer o paralelo entre: Jo 3 e Ez 36.25-27

b. Jesus está falando sobre o novo nascimento, Nicodemos fica confuso e então
Jesus faz uma referência que ele entenderia – Jo 3.5 (nascer do Espírito e da água) é
o mesmo texto de Ez 36.25-27. Ou seja, Nicodemos entendeu o recado.

c. Mas no versículo 8 Jesus complica as coisas. Quando Ele diz que “o vento
sopra onde quer, nós ouvimos o som, mas não sabemos para onde vai e nem de onde
vem” (parafraseando), Ele está afirmando que Deus não depende de nós, mas é Ele
quem gera o novo nascimento do seu modo - ser limpo (santo) e ser batizado com o
Espirito Santo (novo nascimento), sendo que tudo ocorre no mesmo instante pelo
Espírito Santo [Tt 3.5].

d. Lembrando que João está desenvolvendo o pensamento de que para o homem


é impossível fazer ou desejar seu próprio nascimento em Deus (Jo 1.13; Ez 36.32).

e. E o que mais espanta é que a regeneração ocorre antes da fé e do


arrependimento, ou seja, antes mesmo do resultado do chamado eficaz. Pensa
comigo se Paulo em Rm 3.9-12 [8.8; Jo 6.44] diz que não desejamos Deus, portanto
para acontecer a conversão - arrependimento e a fé na obra de Jesus, somente com
um coração novo e também um Espírito novo.

f. A vocação eficaz, é Deus Pai nos falando poderosamente e a Regeneração, é


Deus Pai e Deus Espírito operando poderosamente em nós para nos dar vida. A graça
irresistível é usado neste sentido – Deus eficazmente chama pessoas e regenera

g. E isso tudo se conclui com o Paulo explicando o que é o novo nascimento em 2


Co 5.17

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Os resultados da regeneração genuína:

1) A capacidade de responder à Deus com fé salvadora é o primeiro


resultado da regeneração [I Jo 5.1].

2) Não vive como escravo do pecado [IJo 3.9; 2.29].

3) O amor genuíno [IJo 4.7; Jo 14.21]. Exortação à busca dos dons como
evidências Mt. 7.22, 23.

4) Vitória sobre o mundo, nossa fé [IJo 5.3, 4].

5) A proteção [IJo 5.18, 4.4].

6) O amor aos irmãos e ao próximo [IJo 4.7].

7) O fruto do Espírito [Gl 5. 22, 23].

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Lição 5 A Conversão (Fé e Arrependimento)

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Lição 6 Doutrina da Alegria (Justificação)

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Lição 7 Adoção

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Lição 8 A Doutrina da Santidade: Uma doutrina do
Coração, Condição Interna.

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Dons

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Lição 1 Dons

1. O critério: Jesus é Senhor (1Co 12.1-3)

a) A insistência adicional de Paulo em que “ninguém pode dizer ‘Jesus é


Senhor’, exceto pelo Espírito Santo” também tem incomodado leitores de
épocas posteriores, visto que parece possível que qualquer um diga essas
palavras a seu bel-prazer. Mas isso desconsidera a natureza radical dessa
confissão para os primeiros cristãos; e em um sentido muito importante a
tendência da maioria das traduções de expressá-lo tal como o faz a NVI
(“Jesus é Senhor”) leva o leitor, com demasiada frequência, a não perceber
o que Paulo está de fato afirmando.

b) Na verdade, ele não disse “Jesus é Senhor”, mas, como também se vê


em suas duas outras ocorrências nas cartas paulinas (Rm 10.9; Fp 2.11),
ele declara “O Senhor é Jesus”.

O significado disso é que nas bíblias de Paulo e dos coríntios, Kyrios sem
artigo definido era usado quase exclusivamente como maneira de traduzir
o tetragrama YHWH.

Por sua vez, essa havia se tornado a mais antiga confissão cristã,
ligada em particular ao fato de Jesus ter ressuscitado dentre os
mortos e, portanto, ter se tornado o Exaltado.

Essa declaração significava lealdade absoluta a Jesus como sua divindade


e, portanto, colocava os crentes à parte tanto dos judeus, para quem tal
confissão era blasfêmia, quanto dos pagãos, em especial aqueles nas
religiões de mistério, cujas divindades eram chamadas de “senhores”. A
ideia central de Paulo é que, assim como no passado os coríntios haviam
sidos influenciados e desviados para/por ídolos mudos, agora aquele que
é habitado pelo Espírito do Deus vivo é conduzido à suprema confissão
cristã: “O Senhor (de todo o Universo) é (mediante sua ressureição)
nenhum outro senão Jesus (o crucificado e ressuscitado)”.

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Assim como em uma declaração anterior (1Co 2.10-13), só alguém que
tem o Espírito pode verdadeiramente fazer tal confissão, porque só o
Espírito pode dar a conhecer a outros essa realidade.

É lamentável que, para o leitor dos dias de hoje, seja fácil demais deixar
de perceber a “cristologia (especialmente) elevada” pressuposta em uma
declaração tão notável (em certo sentido, até extraordinária).

Dada sua relação pouco clara com o restante da passagem (caps. 12-14),
a atenção dedicada a esse parágrafo é geralmente pequena e rápida, em
especial por aqueles cujo interesse principal nessa seção é aprender sobre
os dons do Espírito. Mas, se nossa interpretação está correta, então o
parágrafo continua sendo uma palavra particularmente importante para
uma igreja local em que quaisquer desses fenômenos do Espírito sejam
recorrentes.

A presença do Espírito com poder e dons torna fácil para o povo de


Deus pensar no poder e nos dons como a verdadeira prova da
presença do Espírito.

Paulo não pensa assim. O critério supremo da atividade do Espírito é a


exaltação de Jesus como Senhor, o que por sua vez se expressa em
preocupação amorosa com outros. Tudo aquilo que afasta disso, ainda que
sejam expressões legitimas do Espírito, começa a se distanciar de Cristo
para um fascínio mais pagão pela atividade espiritual como um fim em si
mesma.

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2. A necessidade de diversidade (12.4-31)

a) Paulo começou o presente argumento com os coríntios ao situar o


fenômeno de “falas inspiradas” no contexto mais amplo do papel do
Espírito na confissão de Jesus como Senhor. Agora ele passa a se
concentrar no problema específico em Corinto, enfatizando a
necessidade de uma ampla variedade de manifestações do único
Espírito dentro da igreja. O argumento está dividido em três partes,
cada uma enfatizando a necessidade e o valor da diversidade dentro
da unidade.

1) Ele começa a argumentação situando a questão toda em seu


contexto teológico mais elevado – a diversidade na unidade
pertence à natureza do Deus eterno (v. 4-11). Embora haja só um
Espírito, um Senhor e um Deus, uma grande variedade de dons e
ministérios caracteriza cada uma das pessoas divinas (v. 4-6). Tal
diversidade na Trindade se manifesta – Paulo aprofunda o
argumento – no fato de o único Deus distribuir a eles todas
diferentes manifestações do Espírito para o bem comum (v. 7).
Várias delas são então apresentadas como ilustrações (v. 8-11).

2) Como forma de reforçar tudo isso, em seguida Paulo (v. 12-26) usa
uma analogia político-filosófica comum – o “corpo” político agora
visto como o “corpo” de Cristo. Ele inicia a analogia destacando os
dois elementos essenciais, unidade e diversidade (um único
corpo com muitas partes; v. 12,14), e se concentrando na
experiência comum que eles têm do Espírito na conversão como
a chave para a unidade (v. 13). Mas o denominador comum do
duplo aprofundamento da analogia (v. 15-20,21-26) é a
necessidade de diversidade para que haja um verdadeiro corpo,
sem se tornar uma monstruosidade. Por sua própria natureza, a
analogia desvia momentaneamente a atenção dos dons em si (v.
15-20) para a diversidade de pessoas que constituem a
comunidade (v. 21-26).
3) Por fim, tudo isso é repetido mais uma vez por meio de uma lista
(apresentada duas vezes, embora não exatamente iguais) que
combina dons e pessoas (v. 27-31a). De novo a ideia enfatizada é
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que “nem todos” são iguais e nem todos “recebem dons” de igual
maneira.

b) Parece que está claro o que Paulo quer dizer:


Não é a uniformidade (o modelo deles), mas a diversidade no
contexto da unidade (o modelo de Deus) que é essencial para uma
igreja saudável.

Ao mesmo tempo, ele insiste em que tudo isso é obra de Deus e parte
dos propósitos divinos, uma ideia que ele repete ao longo do texto (v.
6,7,11,18,24,28).

c) O Deus eterno, que se caracteriza pela diversidade na unidade,


determinou o mesmo para o povo que deve portar a semelhança de
Deus, a igreja. É muito provável que esse enfático arcabouço
teológico seja parte da correção. Será que a ênfase deles em uma
“espiritualidade” equivocada, manifestada no falar em línguas, havia
se tornado um fim em si mesmo, de modo que estavam se
concentrando mais nessas coisas do que no Deus único, o único que
deve ser adorado?

d) De um modo ou de outro, o parágrafo inicial (v. 1-3) situou a obra do


Espírito em uma perspectiva cristo lógica adequada; a presente
seção a situa em uma perspectiva teológica adequada. Tudo,
absolutamente tudo – dons, pessoas, igreja – deve sua origem ao
Deus único que opera todas as coisas na totalidade do povo de Deus
(v. 6).

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3. Diversidade na Trindade e os dons (1Co 12.4-11)

1) Tudo nesse parágrafo inicial gira em torno das duas ideias expressas na
frase inicial: “Há diferentes tipos de dons, mas o mesmo Espírito...”.
A melhor maneira de entender isso é expor visualmente a estrutura toda,
apresentada em uma tradução bastante literal (a ênfase na “diversidade”
está em MAIÚSCULAS; a ênfase em “o mesmo Espírito” está em itálico):

a) DIVERSIDADES de dons existem, mas o mesmo Espírito;

b) DIVERSIDADES de serviços existem, mas o mesmo Senhor;

c) DIVERSIDADES de operações existem, mas o mesmo Deus; que opera


TODAS AS COISAS EM TODAS AS PESSOAS.

A CADA UM é dada a manifestação do Espírito para o bem comum.

2) A ênfase e o fluxo do argumento são fáceis de ver. A diversidade tem


suas raízes no Deus trino (v. 4-6), cujas diversas atividades são
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expressas de três diferentes substantivos verbais (e, portanto, sem o uso
de verbo):

a) as “diversidades de graciosas capacitações com dons [charismata]” são


atribuídas ao (único e o) mesmo Espírito [pneuma]”;
as diversidades de serviços [diakoniai]”

b) ao (único e o mesmo Senhor [kyrios (=Cristo);

c) as “diversidades de operações [energemata]”, ao (único e o) mesmo Deus


[theos], que por sua vez concedeu, pelo Espírito, diversas manifestações
a pessoas diferentes para o bem comum da comunidade (v.7).

Essa ideia é ilustrada em seguida (v. 8-10), ao passo que a frase final (v. 11)
conclui repetindo e, dessa maneira, reforçando todos os temas anteriores.

3) Uma vez que, com frequência, interesses posteriores nesses textos têm
relação com as listas propriamente ditas dos “dons/manifestações” em si
(v.8-10), tendo ligação com quais estão em destaque e como esse
destaque acontece, cabem aqui algumas observações preliminares.

a) Em primeiro lugar, o argumento de Paulo é inteiramente circunstancial e


específico, refletindo a própria situação coríntia. Portanto, a preocupação
de Paulo não é com a instrução sobre a “capacitação com dons pelo
Espírito” propriamente dita, sua quantidade e seus tipos; esse é o fascínio
de uma época posterior. Aliás, a lista de nove itens não é elaborada com
cuidado nem é completa; é apenas representativa das diversas maneiras
pelas quais o Espírito está presente entre eles – o que Paulo chama de
“uma manifestação” -, para que os crentes de Corinto parem de ser
singulares em sua própria ênfase.

b) Tudo isso sugere não só que não temos aqui uma apresentação
sistemática da “capacitação com dons pelo Espírito”, mas também que há
algumas dúvidas sobre se, quando ele escreveu essas palavras, o
próprio apóstolo tinha em mente diferentes manifestações (“dons”) exatas
e identificáveis.

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c) Em todo caso, com quase toda a certeza ele não reconheceria alguns
dos esquemas que intérpretes de épocas posteriores impuseram a esses
textos, intérpretes cujos interesses muitas vezes tendem a estar em
outras coisas.

1 – A mensagem (logos) de sabedoria (sophia).


Essa expressão remete claramente ao problema abordado no início da carta
(1Co 1.17-2.16), em que, com base na “sabedoria”, os coríntios estavam
rejeitando tanto Paulo quanto seu evangelho.
Aliás, em contraste com o critério deles mesmos de excelência “espiritual”, Paulo
diz que rejeitou deliberadamente ir a eles, seja com “sabedoria caracterizada por
palavras (eloquência)” (1Co 1.17), seja “com eloquência ou sabedoria humana”
(1Co 2.1,5).
Com um notável acesso de inspiração, Paulo agora faz duas coisas:
1) Ele usa um dos termos que eles próprios empregam para iniciar sua lista de
“manifestações” na assembleia que demonstram a grande diversidade intrínseca
às atividades do único Espírito;
2) Remodela aquele termo à luz da obra do Espírito, e assim lhe atribui um
conteúdo bem diferente do deles.
A frase significa ou “uma mensagem/elocução repleta de sabedoria” ou então
“uma elocução caracterizada por sabedoria”.
De um modo ou de outro, é provável que seu conteúdo deva ser entendido à luz
do argumento que o próprio Paulo apresentou lá atrás (1Co 2.6-16). Ali, a
“mensagem de sabedoria” revelada pelo Espírito, não é alguma compreensão
especial das “coisas mais profundas” ou dos “mistérios” de Deus. Em vez disso,
é o reconhecimento de que a mensagem de Cristo crucificado é a verdadeira
sabedoria de Deus, um reconhecimento a que chegam apenas aqueles que têm
recebido o Espírito. Pois só o Espírito – Paulo diz -, o qual temos recebido,
entende a mente de Deus e revela aquilo que Deus realizou em Cristo (1Co
2.10-13).

Assim, no presente caso a “elocução de sabedoria” vem “por meio do


Espírito”, e em Corinto ela deve ser encontrada, com quase toda a certeza, entre
aqueles que apresentam falas inspiradas pelo Espírito que proclamam Cristo
crucificado nessa comunidade extremamente interessada na “sabedoria”.

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É, portanto, um tanto curioso – e uma clara prova da natureza circunstancial e
específica da passagem como um todo – que esse “dom” em particular não torne
a aparecer em nenhuma outra lista ou análise em quaisquer das cartas de Paulo.

2 – A mensagem (logos) de conhecimento (gnõsis).


Assim como acontece com o primeiro item, essa é, antes de mais nada, a
maneira de Paulo recuperar essa capacitação de dom do Espírito, dissociando-
a do fascínio deles pelo “conhecimento” e seu concomitante orgulho.
Alguns sugeriram que aqui Paulo tem em mente uma dotação sobrenatural de
conhecimento, informações factuais que não seria possível saber se não pela
ajuda do Espírito, como frequentemente ocorre na tradição profética. Mas visto
que aqui é um genitivo descritivo com a palavra logos, outros a entendem como
referência a algo mais próximo do ensino inspirado, talvez relacionado com
receber insight sobre o significado das Escrituras.
Considerando que essa palavra também foi tirada dos coríntios e está tão
intimamente ligada à precedente “elocução de sabedoria”, é provável que se
deva entender que as duas estão de alguma forma em paralelo. O mais provável
é, portanto, que ela seja uma “elocução dada pelo Espírito” de algum tipo
revelatório. Isso é sugerido por sua posterior posição entre “revelação” x
“profecia” (1Co 14.6) e pelo fato de que, junto com profecia e línguas, ela
cessará no eschaton (1Co 13.8).

3 – Fé
Com essa palavra, Paulo passa a incluir várias outras manifestações claramente
sobrenaturais do Espírito. Embora seja verdade que Paulo considera que a “fé”
que conduz à salvação é obra do Espírito na vida do crente, o que com quase
toda certeza ele tem em mente aqui é o dom especial de fé sobrenatural que
pode “mover montanhas”. Provavelmente se refira a uma convicção
sobrenatural de que Deus revelará poder ou misericórdia divinos de uma
maneira especial em uma circunstância específica.
Embora sejam alistados separadamente como algo dado “a outro”, há um sentido
em que esse e os dois itens seguintes guardam relação entre si – e, aliás, parece
que às vezes não seria possível diferenciá-los. A fé que “moveu montanha”
poderia, com justiça, também ser chamada de operação de milagre.

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4 – Dons de Curas
Não é preciso dizer muito para explicar esse dom. Jesus, Paulo e o restante da
igreja primitiva viviam costumeira expectativa de que Deus poderia e curaria o
corpo das pessoas. Essa expectativa se baseava em parte nas promessas do AT
de que na era messiânica Deus “curaria” seu povo.
De acordo com Atos, tais curas acompanharam o ministério do próprio Paulo; e
Paulo mesmo provavelmente se referiu a elas em sua carta seguinte como entre
“os sinais de um apóstolo” (2Co 12.12). Apenas entre os intelectuais e em uma
“era científica” é que se pensa que para Deus é difícil demais curar os enfermos
e fazê-lo por meio de seres humanos divinamente capacitados.
O que é de interesse aqui é o termo “dons de curas”, que se repete nas próximas
duas listas (v. 28,30). É possível que esse termo reflita duas coisas:
1) O uso da própria palavra charismata sugere que a “manifestação” não é
dada à pessoa que é curada, mas à pessoa que Deus usa para a cura de
outra;
2) O plural charismata provavelmente sugere que não é um “dom”
permanente, por assim dizer, mas que cada ocorrência é por si só um
“dom”.

5 – Poderes Milagrosos (Operação de Milagres)


Embora Paulo provavelmente tivesse incluído dons de cura em “operações de
milagres”, o mais provável é que essa manifestação abranja todos os outros tipos
de atividades sobrenaturais que não a cura de enfermos. A palavra traduzida por
“milagres” é a usualmente utilizada para “poder”, e, como foi salientado
anteriormente (1Co 2.4,5), na antiguidade judaica ela era especialmente
associada ao Espírito de Deus. O presente contexto sugere que ela abrange uma
ampla gama de eventos sobrenaturais que na linguagem comum seriam
chamados de milagrosos.

6 – Profecia
a) Em primeiro lugar, precisamos considerar que o entendimento de Paulo,
bem como dos outros autores no NT estava totalmente condicionado por
sua própria história de vida no judaísmo. O profeta era uma pessoa que
falava ao povo de Deus sob a inspiração do Espírito.
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A “fala inspirada” vinha por revelação e anunciava juízo (geralmente) ou
salvação. Embora com frequência os profetas realizassem atos
simbólicos, que então interpretavam, a corrente predominante de atividade
profética, pelo menos a que veio a ser canonizada, não tinha quase relação
alguma com “êxtase”, em especial “frenesi” ou “mania”. Em geral, os
profetas eram compreendidos muitíssimo bem! Com frequência, a palavra
falada tinha um elemento futurista, de modo que nesse sentido eles
também vieram a ser vistos como “vaticinadores”; mas esse era apenas
um dos aspectos, e não era necessariamente o central.

b) Em segundo lugar, com o derramamento do Espírito no “final dos tempos”,


os primeiros cristãos entenderam que a palavra profética de Joel (2.28-30)
havia se cumprido, de maneira que a “profecia” não apenas se tornou um
fenômeno renovado, mas também estava potencialmente disponível a
todos, pois agora todos tinham plenamente o Espírito (At 2.17,18). Isso
parece se harmonizar especialmente com o que aprendemos em outras
passagens das cartas de Paulo. Parece ter sido um fenômeno
disseminado (1Ts 5.19-22; Rm 12.6); os indícios posteriormente nessa
carta (cap. 14) indicam que consistia em mensagens espontâneas,
inspiradas pelo Espírito e inteligíveis, entregues de forma oral na
assembleia reunida, destinadas à edificação ou ao encorajamento
das pessoas. E reconhecia-se claramente que aqueles que profetizavam
estavam “no controle” (1Co 14.29-13). Embora algumas pessoas sejam
chamadas de “profetas”, provavelmente porque com frequência falavam
“profecias”, a implicação da instrução paulina logo adiante é que esse é
um dom potencialmente disponível a todos.

7 – Diferenciação entre espíritos (“discernimento de espíritos”).


Esse é um termo sobre o qual os estudiosos têm debatido bastante, mas com
pouquíssima concordância. A pergunta é: a que isso se refere? Será ao
fenômeno associado a “testar os espíritos, para ver se são de Deus” (1Jo 4.1),
isto é, à capacidade de discernir aquilo que é verdadeiramente do Espírito de
Deus e aquilo que vem de outros espíritos? Ou será referência ao fenômeno
observado adiante (1Co 14.29), “e outros devem ponderar cuidadosamente
(discernir ou julgar corretamente) o que é dito”, em que aparece o verbo cognato
desse substantivo?
O mais provável, tendo em vista o uso do termo pelo próprio Paulo na
análise/correção posterior (cap. 14), é que se refira aos dois, mas particularmente

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ao fenômeno descrito como “discernir, diferenciar ou corretamente julgar”
profecias (1Co 14.29). Há alguns motivos para adotar essa posição:
a) Nas duas passagens mais antigas em que Paulo menciona o
funcionamento da profecia na igreja (1Ts 5.20,21; 1Co 14.29), ele exige
um “teste” ou “discernimento” de falas proféticas; portanto, tendo em vista
que o substantivo usado na passagem aqui é o cognato do verbo naquelas
passagens, parece provável que o mesmo aconteça aqui, visto que a
expressão vem imediatamente depois de “profecia”.

b) Nesse caso, isso parece ainda mais provável, pois esses dois são
imediatamente seguidos de “línguas” e “interpretação”. Esse mesmo
padrão de línguas mais interpretação e profecia mais discernimento volta
a ser encontrado nas instruções posteriores sobre a ordem no culto (1Co
14.26-29).

c) A verdadeira dificuldade se encontra na palavra “espíritos”. A chave


provável para entender o problema não está em uma passagem joanina
(1Jo 4.1), mas em um uso posterior do próprio Paulo (1Co 14.12,14), em
que ele tende a usar o termo de forma bem mais flexível do que é aceitável
para a maioria dos leitores de épocas posteriores. Entende-se que o
Espírito que fala por meio dos profetas está falando por meio do “espírito”
do profeta; quando Paulo está orando no Espírito, ele se refere a “meu
espírito” orar (1Co 5.3,4). O zelo coríntio por “espíritos” (1Co 14.12) é,
portanto, zelo pelas manifestações do Espírito, à medida que o Espírito
estimula o espírito deles a orar.
Da mesma maneira, é possível compreender esse fenômeno de “testar os
espíritos” para ver se são de Deus, pois, demonstrações espetaculares, muitas
vezes, atestam o poder do mundo espiritual; mas não atestam, em si mesmas, o
poder do Espírito Santo. Moisés descobriu que os adivinhos do Egito eram
capazes de imitar muitos dos milagres que Deus o capacitou a realizar; e Jesus
alertou que surgiriam pessoas que fariam milagres e expulsariam demônios em
seu nome, mesmo que jamais fossem ser reconhecidas por Cristo como
pertencentes a ele (Mt 7.21-23). Sempre existe a necessidade de distinguir entre
forças demoníacas e o Espírito Santo. Esse dom aparentemente se destina a
atender essa necessidade.

8 - Diferentes tipos de línguas.

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Esse é obviamente o “dom controverso”, tanto naquela época quanto mais tarde.
Assim como acontece com a profecia, no que segue (caps. 13-14) há
informações suficientes para nos dar uma ideia razoavelmente boa de como
Paulo a entendia. O seguinte parece certo:

a) É uma fala inspirada pelo Espírito; isso fica explícito tanto na lista aqui (1Co
12.7,11) quanto mais tarde (1Co 14.2).
b) As regulamentações a serem apresentadas adiante sobre seu uso (1Co
14.27,28) deixam claro que o falante não está em “êxtase” ou
“descontrolado”. É bem o contrário; os falantes devem falar cada um por
sua vez e permanecer em silêncio se não houver ninguém para interpretar.
c) É uma fala essencialmente ininteligível para o falante (1Co 14.14) e os
demais ouvintes (1Co 14.16).
d) É uma fala dirigida basicamente a Deus (1Co 14.2,14,15,28); portanto,
pode-se pressupor que o que é “interpretado” não é fala dirigida a outros,
mas os “mistérios” falados a Deus.

9 – A Interpretação de Línguas
Essa é a parceira óbvia de “línguas”, justamente por causa da ininteligibilidade
desta.
Embora o termo de Paulo pudesse ter um sentido próximo de “tradução”,
também pode significar “pôr em palavras”, nesse contexto, provavelmente
significa expressar claramente, para benefício da comunidade, aquilo que o
falante de línguas disse.

4 - O caminho mais excelente (1Co 13.1-13)

Essa é uma das passagens mais amadas do NT e por boas razões. É de fato
uma das passagens mais primorosas do apóstolo; então que o intérprete tome o
cuidado de não deixar que a análise excessiva diminua sua pureza e poder.
Infelizmente, no entanto, a paixão das pessoas por esse capítulo sobre o amor
também tem permitido que seja costumeiramente lido sem levar em conta seu
contexto, o que não o torna menos verdadeiro, mas faz com que sejam
negligenciadas as preocupações de Paulo com a situação em Corinto. Pior ainda
é aquela interpretação muito comum da passagem, que, com base em seu
presente contexto, entende que ela é um contraste com “os dons do Espírito”.
Com certeza, isso deixaria Paulo horrorizado.

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Tanto o imperativo que conclui a introdução dessa passagem maior (caps. 12-
14) – “ora, desejem ardentemente os dons maiores” (1Co 12.31a) – quanto a
natureza dos imperativos que começam sua etapa final e fazem conexão com o
que veio antes (1Co 14.1) sinalizam que aqui a passagem funciona como o
interlúdio crucial entre a apresentação do assunto (cap. 12) e a dupla resolução
final (cap. 14) sobre a preocupação de Paulo com as manifestações do Espírito
nas reuniões de culto dos crentes de Corinto.
A estrutura e função são relevantes nas presentes correções quanto às
manifestações do Espírito. Em sua série de três parágrafos, Paulo se lança a
situar o zelo deles em falar em línguas em um contexto ético mais amplo que,
em última instância, não admitirá que na assembleia haja línguas sem
interpretação. Esse contexto é o de amor pelos outros em contraste com
interesses pessoais; no que se segue (cap. 14), tal amor será especificado como
“edificação” da igreja.
Ao mesmo tempo, no entanto, boa parte da linguagem sugere que Paulo está
voltando a tocar em algumas das diferenças que ao longo da carta surgiram entre
ele e os coríntios. Assim, a estrutura do argumento, por mais poética que seja,
também reflete seu contínuo embate com eles. Em jogo estão ideias contrárias
sobre o que significa ser “pessoas do Espírito”. É verdade que eles falam em
línguas, o que Paulo não questionará como uma atividade legítima do Espírito.
Mas ao mesmo tempo eles no mínimo toleram – se é que não endossam –
sexualidade ilegítima, ganância e idolatria (ilustradas em 1Co 5.1-5; 5.9,10; 6.12-
20; 8.1-10.22).
Eles papagueiam “sabedoria” e “conhecimento”, mas na “sabedoria” se
opõem ousadamente a Paulo e seu evangelho de um Messias crucificado (1Co
1.18-31) e no “conhecimento” estão desejosos de “edificar” irmãos mais fracos,
destruindo-os (1Co 8.10,11). Em suma, eles têm uma “espiritualidade” que tem
armadilhas religiosas (ascetismo, conhecimento, falar em línguas), mas até certo
ponto abandonaram uma ética verdadeiramente cristã, com sua supremacia do
amor – o qual se manifesta em preocupação de que outros sejam “edificados”
em Cristo.
Dessa maneira, Paulo inicia apresentando várias atividades
“religiosas/espirituais” – todas na primeira pessoa do singular e muitas delas
extraídas da lista inicial da presente discussão (1Co 12.8-10) – como atividades
que não beneficiam a pessoa que as realiza caso a vida dessa pessoa também
não se caracterize pelo amor (v. 1-3). Em seguida, ele apresenta uma descrição
do amor que parece ter sido especialmente adaptada à situação coríntia e às
diferenças que os coríntios tinham com Paulo (v. 4-7). Por sua vez, isso o leva a
contrastar o amor com três charismata selecionados, entre eles as línguas (como
o item do meio), no que diz respeito à natureza absoluta e eterna de um e a
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
natureza relativa e temporal dos outros, situados no contexto da existência
escatológica “já/mas ainda não” tanto dele quanto deles (v. 8-13). Isso não faz
com que os charismata tenham menos valor para a vida no presente enquanto a
pessoa aguarda a consumação, mas, opondo-se à “espiritualidade
ultrarrealizada” dele, postula que essas coisas têm uma duração relativa (apenas
para o “já”), ao passo que o amor é tanto para o agora quanto para sempre.
Assim, na retórica inicial (v. 1-3) e apresentando a si mesmo como um hipotético
exemplo negativo, o apóstolo insiste na absoluta necessidade do amor; o
segundo parágrafo (v. 4-7) descreve o caráter do amor; e no último, agora
alternando entre os pronomes da primeira pessoa do singular e do plural (v. 8-
13), ele ilustra a permanência/durabilidade do amor – tudo com o objetivo de
que desejem ardentemente “dons do Espírito” (1Co 14.1) por causa do bem
comum (1Co 12.7).
É preciso destacar mais duas ideias. Em primeiro lugar, por causa da natureza
poética dessa seção, é fácil pensar no amor como uma qualidade abstrata, ou,
pior ainda, como um “sentimento” por alguém. Pensar assim é justamente não
captar a ideia de Paulo. Para ele, o amor é fundamental porque já se
expressou concretamente na vinda do Senhor Jesus para morrer pelos
pecados do mundo.

a) Para Paulo, o amor não é uma ideia, nem mesmo um “fator motivador”
do comportamento. Ele é comportamento. Amar é agir; qualquer coisa que
não chegue a ser ação não é amor de jeito nenhum.

b) Em segundo lugar, o amor não é contrastado com os dons, isso porque


ele pertence a uma categoria completamente diferente. Para Paulo, não é
“dons com certeza, mas melhor ainda o amor”; em vez disso, o amor deve
ser a principal motivação por trás de tudo o que eles são e fazem –
incluindo as manifestações (”dons”) do Espírito na assembleia reunida. Um
desejo ardente de expressões do Espírito que edificarão a comunidade é
como o amor age nesse contexto. Aliás, da perspectiva do apóstolo o amor
é o “ingrediente” essencial, aquele que parece estar faltando em grande
medida entre os seus amigos em Corinto.

5- A necessidade de inteligibilidade na igreja reunida


(1Co 14.1-25)

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Com essa seção (v. 1-25) e a seguinte (v. 26-40), Paulo passa finalmente a
apresentar corretivos específicos para as manifestações evidentemente
desenfreadas de “línguas” nas reuniões de culto da comunidade em Corinto.
Ele iniciou seu argumento com eles por meio da exposição do arcabouço
teológico maior em que esses detalhes devem ser entendidos.

Assim, ele começou um argumento longo e as vezes repetitivo em defesa da


diversidade (cap.12), em que o falar em línguas é incluído como apenas uma de
muitas manifestações dadas a cada um para o bem comum, conforme o Espírito
deseja (v. 7-11). Então, refletindo sobre o tema do “bem comum”, o apóstolo
insistiu em que ninguém, nem mesmo ele ou os coríntios, tem algum valor, por
mais “espiritual” que a pessoa seja, se não for motivada nem caracterizada pelo
amor (cap. 13). Agora ele combina tudo isso, insistindo em que na igreja
reunida o objetivo único do zelo deles pelas manifestações do Espírito
precisa ser o amor (v. 1); assim como anteriormente (8,1), isso é expresso com
o objetivo de “edificar” a comunidade como um todo (v. 3-5,12,17,26). Esse
último tema é desenvolvido de duas maneiras: com a insistência na
inteligibilidade na igreja reunida e com diretrizes quanto à ordem.
Nessa primeira seção (v. 1-25), Paulo retoma a questão da inteligibilidade. A
apresentação está dividida em duas partes. Ele começa (v. 1-19) com uma
defesa da inteligibilidade que visa o bem dos irmãos na fé – para que sejam
edificados; a aplicação que se segue (v. 20-25) destaca a mesma ideia visando
ao bem dos descrentes – para que possam ouvir a palavra do Senhor e ser
convertidos. Para expressar essa preocupação, o argumento de Paulo se
desenvolve de duas maneiras diferentes, mas relacionadas.
1) No início e no final (v. 1-5 e 20-25) ele insta a que, na igreja reunida,
eles busquem a profecia em vez de línguas, porque se uma palavra
profética for compreensível ela pode edificar os crentes e levar à
conversão dos outros. Porém, tanto a breve lista de dons no início (v.
6) quanto o argumento que se segue (v. 7-19) sinalizam que o
verdadeiro assunto em questão não são línguas e profecia
propriamente ditas, mas a edificação da comunidade; e isso pode
acontecer somente por meio de falas compreensíveis, das quais a
profecia é a principal representante.
2) No que se segue (v. 6-19), Paulo aborda diretamente a questão do falar
em línguas, no que diz respeito à sua ininteligibilidade e, portanto, sua
incapacidade de edificar a comunidade. Depois de uma série de
analogias ilustrativas da falta básica de proveito com aquilo que é
ininteligível (v. 7-12), ele aplica essa ideia à situação deles, defendendo
a comunidade (v. 13-17). Essa seção começa (v. 6) e termina (v. 18,19)
com notas pessoais que sugerem que Paulo talvez também esteja
32
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
apresentando uma apologia por não se conduzir de acordo com o
padrão de espiritualidade deles. Se Paulo for a eles falando em línguas,
isso não lhes trará nenhum proveito; assim, ainda que ele fale em
línguas mais do que todos eles, na igreja ele fará apenas aquilo que
edifica, ou seja, somente o que é inteligível.

6 - O “dom maior”: profecia (1Co 14.1-5)

Esse parágrafo inicial apresenta os contrastes básicos e os temas centrais do


que vem a seguir. O assunto é edificação (v. 3-5), a questão é inteligibilidade.
O que é falado em línguas não é compreensível (v. 2), motivo pelo qual não pode
edificar a igreja (v. 4). A profecia é dirigida às pessoas justamente para sua
edificação (v. 3) e nesse sentido é o dom maior (1Co 12.31).
Embora não possa haver dúvida de que Paulo prefere a profecia ao falar em
línguas na igreja reunida, a frase final (v. 5) mostra que a verdadeira questão não
é o dom de línguas em si, mas línguas não interpretadas (v. 13), visto que uma
língua interpretada também pode edificar. Portanto, conforme fica implícito nas
duas primeiras frases explicativas (v. 2,3), isso significa que a verdadeira questão
é a inteligibilidade na igreja reunida. Além disso, com base na explicação a seguir
(v. 2-5), fica claro que Paulo não está recorrendo a um elogio superficial para
criticar indiretamente as línguas. Em ambos os casos, os contrastes entre línguas
e profecia não tem relação com o valor intrínseco desses dons, mas com a
direção de sua respectiva edificação. A edificação de si mesmo não é uma coisa
ruim; simplesmente não é o objetivo da reunião de culto da comunidade.

7- As Formas Que Deus Fala

As primeiras coisas para que os dons funcionem, parte do conhecimento


do caráter de Deus, o nosso Deus é um Deus que fala e se comunica com
o seu povo.
Por toda as Escrituras podemos observar Deus se comunicando com homens,
com o povo, com os profetas. A voz de Deus é como voz de muitas águas
(Ezequiel 43.2, Ezequiel 1.24, Apocalipse 1.15), isso de certa forma nos faz
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
perceber que a voz de Deus nunca cessa. O caminhar, crescer e se desenvolver
nos dons tem a ver com o quanto estamos ouvindo a sua voz e isso depende da
nossa devoção e nosso relacionamento com o Espírito Santo.
1.Como Deus fala com o homem?
a) Espírito de Deus
b) Nosso Espírito
c) Nossa mente/imaginação
A mente e nosso espírito não estão puros, ainda estamos manchados pelo
pecado, mas, como chamados filhos de Deus, pelo sangue de Jesus que nos
redimiu, estamos em processo de santificação, e isso significa que haverá erros.
"Porque parcialmente conhecemos e parcialmente profetizamos." (1Coríntios
13.9)
Deus sempre utilizará uma linguagem humana, que iremos entender, ou seja, os
nossos próprios sentidos:

1) Visão

a) Visão Interna – insights ou imagens que aparecem na sua cabeça.


Números, cores, rostos de pessoas, lugares, palavras ou o desenrolar de uma
história como um filme.
b) Visão Aberta – visão se abre para enxergar o que é invisível.
Algo que acontece com os olhos abertos. (Daniel 10.4-8)

2) Sonhos ou visões noturnas – Sonhos são visões que acontecem


enquanto dormimos (Daniel 7.13| Daniel 7.1)
Existem 3 procedências:
a) Alma – Sonhos que acontecem por motivos aleatórios
b) Divina – Quando Deus comunica uma mensagem por meio dele (Genesis
28.10-22).
c) Demoníaca – Quando espíritos imundos geram pesadelos para nos
atormentar.

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
3) Audição

a) Voz interna – Pequenos sussurros que surgem no nosso interior nos


dizendo algo, ou uma voz no interior.
b) Voz audível – Quando você escuta a voz de Deus de maneira audível.
c) Impressões interiores ou físicas (Sinestésica):
d) Paladar – Liberando gosto de algo, como por exemplo: vinho, mel, pão,
etc.
e) Cheiro – perfume, aroma de vinho, mirra, óleo, odor (cheiro ruim).
f) Sentimentos – Sentimentos que não são seus, Deus pode liberar
palavras sobre pessoas ou lugar por meio dos seus sentimentos.
g) Frio – Sentir frio fora do comum que não condiz com o ambiente, ou
apenas em um canto provavelmente é a presença de espíritos imundos.
h) Calor – Sentir calor fora do comum que não condiz com a maneira que se
estava antes ou com o ambiente, pode ser a movimentação de anjos,
espíritos ministradores. (Hebreus 1.7)

John Wimber diz que Fé se soletra “R-I-S-C-O”, e a forma como sabemos


se é uma profecia ou não, é entregando-a para alguém

8- Conselhos Práticos

1. Procure sempre se comunicar de maneira simples e humilde, removendo


todo ar de superioridade e misticismo. Você não precisa mudar o tom de voz
nem o tipo de linguagem para profetizar, nem mesmo fazer movimentos
“pirotécnicos” com a intenção de produzir um ambiente mais espiritual
enquanto profetiza;

2. Evite profetizar utilizando a expressão “assim diz o Senhor”. Lembre-se


que no contexto da nova aliança Deus fala à criação por meio do Corpo de
Cristo e não apenas por meio dos profetas, e tudo que é profetizado nesta
estação precisa ser julgado e confirmado corporativamente. Quando você
profetiza em nome de Deus você remove a possibilidade de julgamento,
porque está afirmando que é o próprio Deus que está falando por meio de
suas palavras;

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
3. Utilize expressões como: “Eu creio que o Senhor deseja lhe falar” ou “Eu
penso que Deus está conduzindo você para tal posição...” Tais
expressões produzirão uma linguagem muito mais simples e humilde,
aproximando mais as pessoas da mensagem que está sendo profetizada do
que de você;

4. Sempre pergunte ao final da sua mensagem profética, se o que foi dito fez
sentido para a pessoa que a ouviu, ou se ela ficou com alguma dúvida.
Se o que profetizou não fez nenhum sentido para a pessoa, talvez seja
porque você se comunicou de forma equivocada ou a sua mensagem estava
de fato errada;

5. Evite profetizar com a mão sobre a cabeça da pessoa, sugiro repousar a


mão gentilmente sobre o ombro da pessoa, e comunicar as palavras numa
linguagem mais próxima possível da linguagem dela. Isso criará um
ambiente fraternal para a liberação profética.

6. Procure não profetizar sozinho para ninguém, principalmente se for uma


pessoa de sexo oposto. Sempre busque uma testemunha para ouvir e
supervisionar o que você está falando, de preferência um crente maduro que
exerça algum nível de autoridade sobre aquele que está recebendo a
palavra;

7. Sempre peça para registrarem o que está sendo comunicado, através


de gravação ou escrita. Isso é importante para que o desenvolvimento do
cumprimento das palavras seja observado, e para que no futuro haja
prestação de contas das palavras proclamadas;

8. Evite se utilizar dos dons proféticos no meio de um desentendimento


caloroso. Se o fizer em um ambiente de raiva, mágoa ou decepção, você
poderá ser traído pelos seus próprios sentimentos, produzindo assim uma
mensagem misturada;

9. Se você for profetizar uma palavra diretiva para uma cidade ou nação,
procure, antes de propagá-la publicamente, sujeitá-la à conferência de
profetas experientes, se possível àqueles que exercem autoridade sobre a
região alvo da palavra diretiva;

10. Se você tiver uma palavra diretiva para uma comunidade de fé,
aconselho compartilhá-la primeiro com a liderança dessa comunidade, que
são as pessoas que têm autoridade para recebê-la. Elas irão trabalhar no
entendimento dessa palavra e conferir acerca do seu cumprimento;
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
11. Nunca remova nem adicione nenhuma palavra à revelação que
recebeu da parte do Senhor, mesmo que ela não faça nenhum sentido para
você. Lembre-se que a palavra não precisa fazer sentido para quem a
entrega, mas para quem a recebe. É por isso que sempre devemos
perguntar se a palavra faz sentido para quem ela está sendo direcionada.

12. Evite compartilhar palavras diretivas com relação a casamento, sexo


de bebês e morte de indivíduos. Esse tipo de prática costuma dar muito
errado, principalmente, em ambientes de imaturidade profética e sem
supervisão;

13. Profetize na medida da sua fé. Não busque profetizar coisas grandiosas,
mas palavras precisas que vêm até você através da fé;

14. Não se sinta desencorajado quando você errar. Todos que estão se
desenvolvendo na prática do dom da profecia um dia irão errar. É por isso
que Paulo ensina que em todo ambiente profético precisa haver conferência.
Lembre-se que todos nós somos discípulos de Jesus que ainda estão
aprendendo;
Pesquisa e análise:
Comentário Exegético de 1 Coríntios, Gordon Fee – Vida Nova
A Manifestação do Espírito, A contemporaneidade dos dons à luz de 1Coríntios
12-14, D. A. Carson – Vida Nova
O Espírito na igreja, O que a Bíblia ensina sobre os dons, Craig S. Keener – Vida
Nova
Não apagueis o Espírito, Fabio Coelho – Impacto Publicações

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Escatologia

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Lição 1 Escatologia Prática

Amando e apresentando a segunda vinda do Senhor no seu dia a dia.

1) POR QUÊ?

a) À medida que nos aproximamos do fim desta era, muitas coisas estão
acontecendo e muito mais virá pela frente. Junto com isso, o interesse no
estudo das profecias bíblicas e dos acontecimentos que antecedem a
volta do Messias tem aumentado.

b) Algo que tenho percebido é que, novamente, aqueles que têm se


interessado por tais estudos estão tratando isso como apenas mais um
assunto da sua vasta prateleira. Achamos que podemos nos achegar
diante do Dia do Senhor sem ter nossos estilos de vida alterados. Como
bons “gregos” que somos, sabemos todos os termos, teorias,
possibilidades, novidades, datas, etc..., mas somos incapazes de
arrumar a cama, lavar a louça, honrar pai e mãe, amar o cônjuge,
abrir mão do nosso conforto e direitos...

c) Existe um estilo de vida que os sábios nos últimos dias precisam ter e,
embora nosso estudo não seja especificamente sobre o profeta Daniel,
acredito que precisamos olhar para ele como um paradigma para nós e
para nosso estilo de vida.

d) Vocês estão familiarizados com a vida de Daniel. Um jovem, como muitos


de nós que foi levado como ESCRAVO para a Babilônia mas ao chegar lá,
Daniel e seus 4 amigos têm uma postura diferente. Quantas pregações e
estudos já tivemos sobre isso: Daniel e seus amigos não comeram dos
banquetes do rei da Babilônia (Dn 1); não se dobraram diante da imagem
do rei (Dn 3); diante de falsos testemunhos acerca dele: “não
conseguiram encontrar [...] pretexto, nem culpa alguma, porque ele era
fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa” (Dn 6.4). Daniel era o
homem muito confiável e trabalhava com um governante na Babilônia,
mas perseverava em sua vida de devoção com oração, meditação e jejum
e manteve viva a esperança do dia em que Israel seria restaurado (Dn
6.10). Então, no fim de sua vida, Daniel
tem várias revelações acerca do fim e, é nesse momento que nos é falado
sobre os sábios dos últimos dias.

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Os sábios entre o povo ensinarão a muitos... (Dn 11.33)

Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que


conduzem muitos à justiça brilharão como as estrelas, sempre e eternamente.
(Dn 12.3)

Muitos serão purificados, limpos e provados, mas os ímpios continuarão na sua


impiedade, e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão. (Dn 12.10)

e) Essa sabedoria é diferente de conhecimento. O conhecimento fala de


uma serie de coisas que aprendemos, experimentamos... Já, a sabedoria
se trata de como utilizamos o conhecimento adquirido. Sem
conhecimento não há sabedoria. Mas, é possível, e vemos isso em
larga escala nos nossos dias, muitos conhecem ou estão numa corrida
desenfreada por adquirir conhecimento, mas são tolos.

f) Todo o seu conhecimento serve apenas para discussões, debates,


artigos... mas tem sido incapaz de te tocar na segunda-feira. Não é assim
com os sábios dos últimos dias.

g) Então, nessa matéria veremos como Jesus e apóstolos estavam


“preocupados” em produzir esses sábios que andarão sobre a terra antes
do fim desta era.

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 2 Mentalidade na Eternidade

Ao lermos a Bíblia nos deparamos com exemplos radicais demais para nossos
padrões modernos. Afirmações proféticas e apostólicas que não se encaixam
com o “Sonho Americano”. Como podemos afirmar que temos expectativa de
uma vida eterna quando só o que conseguimos pensar é no aqui e Agora?

a) A Bíblia não fará sentido e não afetará nossas vidas enquanto


estivermos com os pensamentos e desejos na presente era. A
compreensão bíblica, a compreensão das nossas breves vidas e de
todas as circunstâncias que as rodeiam tem seu fundamento na
eternidade.

“Tudo depende da nossa compreensão da eternidade. Podemos,


simplesmente, pensar que é algo distante e que obteremos após esta vida e,
assim, não trazermos tal realidade (da eternidade) para o presente, de tal modo
que a eternidade afete nossos hábitos e conduta.” - Art Katz

b) Tudo à nossa volta conspira contra a eternidade. A sensualidade está


por todos os lados. Nossos corpos, olhos, emoções, anseios... estamos
sendo seduzidos diariamente a manter o foco naquilo que vemos e
tocamos, mas a Bíblia diz que todas elas são passageiras. Somos
levados a manter os nossos olhos fixos para baixo, mesmo indo para a
igreja.

c) Precisamos urgentemente erguer os nossos olhos para cima, como Paulo


disse:

Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as


coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensem nas
coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra. Porque vocês morreram, e a
vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que
é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também serão manifestados com
ele, em glória. (Cl 3.1-4)

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
... não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem.
Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são
eternas. (2Co 4.18)

d) Se o próprio Jesus disse que “não somos deste mundo” (Jo 17.14,16),
como podemos viver, pensar e buscar as mesmas coisas que aqueles
que são deste mundo?

Já não falarei muito convosco, porque o príncipe deste mundo está chegando,
e ele nada tem em comum comigo. (Jo 14:30, Al21)

e) Você não estará pronto para os dias que estão à nossa frente se
continuar com os olhos fixos naquilo que é terreno e temporal.

f) C. S. Lewis disse algo acerca da Esperança, em seu livro Cristianismo


Puro e Simples, que é muito verdadeiro ainda hoje:

Os cristãos que mais trabalharam por este mundo eram exatamente os que
mais pensavam no outro mundo... Foi quando os cristãos deixaram de pensar
no outro mundo que se tornaram tão incompetentes neste aqui. Se você aspirar
ao Céu, ganhará a Terra “de brinde”; se aspirar à Terra, perderá ambos.
g) Ainda sobre isso ele continua:

Se descubro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode


satisfazer, a explicação mais provável é que fui criado para um outro mundo.
h) Os sábios dos últimos dias são aqueles que aprenderam a viver nesta
era presente com os olhos na era vindoura. São aqueles que não estão
olhando para o que está passando rapidamente, mas para aquilo que é
eterno. Os sábios dos últimos dias têm seus pensamentos cativos no alto
onde o Messias está assentado.

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 3 A Fé Bíblia É Uma Fé Escatológica

a) Foi-nos dado algo como um presente. Tal presente a Bíblia chama de Fé.
Jamais conseguiremos viver da maneira que a Bíblia exige sem fé. E, é
por essa razão que trago ela para essa conversa.

b) Como a fé bíblica está conectada com a eternidade? Qual é a sua


relação com a escatologia?

c) Não tem como falar sobre fé bíblica e não ir para a carta aos Hebreus. E
lá no capítulo 11 temos uma descrição magnífica sobre o que é a fé
bíblica e nos mostra como essa fé bíblica é escatológica. Temos
dificuldade de entender isso porque foi-nos ensinado que a fé que
precisamos ter é movida pelo agora. A fé exige recompensa, mas a fé
que Hebreus nos ensina mostra que essa recompensa não é agora. A fé
verdadeira está esperando sua recompensa na vida futura.

Vamos ler Hebreus 11:

(v. 1) Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que


não se veem. (v. 6) De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que
recompensa os que o buscam.

Peregrinos
(vv. 9 e 10) Pela fé, [Abraão] peregrinou na terra da promessa como em terra
alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa. Porque Abraão aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual
Deus é o arquiteto e construtor.

(vv. 13-16) Todos estes morreram na fé. Não obtiveram as promessas, mas
viram-nas de longe e se alegraram com elas, confessando que eram
estrangeiros e peregrinos na terra. Porque os que falam desse modo
manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem
daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, desejam

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles,
de ser chamado o seu Deus, porque lhes preparou uma cidade.

(vv. 24-26) Pela fé, Moisés, sendo homem feito, recusou ser chamado filho da
filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir
dos prazeres transitórios do pecado. Ele entendeu que ser desprezado por
causa de Cristo era uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque
contemplava a recompensa.

(vv. 37-40) [Pela fé] Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da
espada. Andaram como peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras;
passaram por necessidades, foram afligidos e maltratados. O mundo não era
digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas,
pelos antros da terra. Todos estes, mesmo tendo obtido bom testemunho por
meio da fé, não obtiveram a concretização da promessa, porque Deus tinha
previsto algo melhor para nós, para que eles, sem nós, não fossem
aperfeiçoados.

d) Esse estilo de vida está restrito a poucos? É só para alguns? NÃO!

e) E, esse trecho da carta foi escrito justamente porque aqueles a quem a


carta estava sendo endereçada, pessoas que não sabemos seus nomes,
pessoas que são desconhecidas para nós, que não são os grandes
apóstolos ou como costumamos dizer sobre Hebreus 11 que é a galeria
de heróis da fé, sendo que, de heróis eles não tem nada. Eram homens
comuns que foram escolhidos por Deus e creram em Deus.

Vejamos o que os últimos versículos do capítulo 10 nos fala:


“Lembrem-se dos dias passados, quando, depois que foram iluminados, vocês
sustentaram grande luta e sofrimentos. Em certos momentos vocês foram
transformados em espetáculo, tanto para serem insultados quanto para serem
maltratados; em outros vocês se tornaram co-participantes com aqueles que
foram tratados assim. Porque vocês não apenas se compadeceram dos
encarcerados, mas também aceitaram com alegria a espoliação dos seus bens,
porque sabiam que tinham um patrimônio superior e durável. Portanto, não
percam a confiança de vocês, porque ela tem grande recompensa. Vocês
precisam perseverar, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcancem a
promessa. “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não
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irá demorar; mas o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder, dele a minha alma
não se agradará.” Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição,
mas somos da fé, para a preservação da alma.” (Hb 10:32-39)

f) Essa fé que eles demonstraram é a mesma fé que é retratada no capítulo


11. É uma fé escatológica.

g) Eles estavam buscando algo que fosse superior e permanente. A


verdadeira fé traz a realidade da eternidade para o agora e, isso está
mais relacionado com a maneira que vivemos do que com as
recompensas imediatas, já que as recompensas que nos foram
prometidas virão junto com Aquele que as prometeu.

Podemos reconhecer se a eternidade é apenas uma abstração ou a mais


profunda realidade apenas pela nossa reação ao despojo de nossos bens
terrenos. - Art Katz

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 4 Ressureição dos Mortos

1) E, se Cristo não ressuscitou, é vã a fé que vocês têm... (1 Co 15.17) A fé


bíblica tem seu fundamento na garantia da ressurreição dos mortos.

2) Então, se isso é um dos pilares da nossa fé, por que falamos tão pouco
sobre isso? Qual foi a última pregação que você ouviu sobre a
ressurreição dos mortos?

3) O pensamento desta era está roubando a nossa esperança. Estamos


sendo privados de viver uma vida alegre e vibrante em todo tempo, por
tão somente estarmos sobrecarregados com as “preocupações desta
vida”. Tiago disse que nossa vida nessa era é como uma “neblina que
aparece por um pouco de tempo de logo se dissipa” (Tg 4.14).

4) Em Coríntios Paulo está falando da ressurreição de Cristo como um


fundamento para nós, mas depois fala da nossa ressurreição também.
Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que anunciei a vocês, o qual vocês
receberam e no qual continuam firmes. Por meio dele vocês também são
salvos, se retiverem a palavra assim tal como a preguei a vocês, a menos que
tenham crido em vão.

Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze.
Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a
maioria ainda vive; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago e, mais
tarde, por todos os apóstolos. Por último, depois de todos, foi visto também por
mim, como por um nascido fora de tempo. Porque eu sou o menor dos
apóstolos, e nem mesmo sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a
igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou. E a sua graça, que me
foi concedida, não se tornou vã. Pelo contrário, trabalhei muito mais do que
todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou
sejam eles, assim pregamos e assim vocês creram. Ora, se o que
se prega é que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês
afirmam que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de
mortos, então Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa
pregação, e é vã a fé que vocês têm.

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Além disso, somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos
testemunhado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não
ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos
não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou,
é vã a fé que vocês têm, e vocês ainda permanecem nos seus pecados. E
ainda mais: os que adormeceram em Cristo estão perdidos. Se a nossa
esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos as pessoas mais
infelizes deste mundo. [...] Se os mortos não ressuscitam, “comamos e
bebamos, porque amanhã morreremos”.
(1Co 15.1-19, 32)

5) Como vimos em Hebreus que:


Todos estes morreram na fé. Não obtiveram as promessas, mas viram-nas de
longe e se alegraram com elas, confessando que eram estrangeiros e
peregrinos na terra. (Hb 11.13)
6) Mas Deus não é homem para que minta. Ele é fiel e não falha em
nenhuma de suas promessas. Todos aqueles que foram citados em
Hebreus morreram sem receber a promessa. Então, quando é que eles a
receberão, sendo que Deus não mente e nem falha? Quando Deus os
ressuscitar dentre os mortos. Por isso que se não há ressurreição dos
mortos nossa fé é vã e somos os homens mais infelizes da terra.

7) O ponto é: Não somos como aqueles do tempo de Paulo que estão


afirmando que não existe ressurreição, mas estamos vivendo como se
não houvesse. E, isso é algo terrível. Deveríamos parar tudo e começar
a rever para o que ou para quem estamos vivendo.

8) Paulo diz em 2 Coríntios 5 que “todos teremos de comparecer diante do


tribunal de Cristo”.

Em Romanos 8 ele fala:


Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não
podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente
expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
de Deus. [...] também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente
gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do
nosso corpo. Porque nessa esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê
não é esperança. Pois quem espera o que está vendo? Mas, se esperamos o
que não vemos, com paciência o aguardamos. (Rm 8.18-25)

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 5 O Penhor do Senhor

a) Para selar tudo isso que já falamos, Deus nos dá “as primícias do
Espírito” (Rm 8.23).
O Espírito Santo é descrito como um “depósito” ou “pagamento inicial”,
que garante a nossa ressurreição no futuro:
‘... que também pôs o seu selo em nós e nos deu o penhor do Espírito em
nosso coração.”(2 Co 1.22)

Pois sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfiar-se,


temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas,
eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo gememos, desejando muito ser
revestidos da nossa habitação celestial; se, de fato, formos encontrados
vestidos e não nus. Pois nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos
angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o
mortal seja absorvido pela vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou
para isto, dando-nos o penhor do Espírito. Por isso, temos sempre confiança e
sabemos que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor. Porque
andamos por fé e não pelo que vemos. (2 Co 5.5)

Nele também vocês, depois que ouviram a palavra da verdade, o evangelho da


salvação, tendo nele também crido, receberam o selo do Espírito Santo da
promessa. O Espírito é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua
propriedade, em louvor da sua glória.
(Ef 1.14)

b) Se o Espírito Santo é a garantia de que ressuscitaremos dentre os


mortos para onde que Ele está nos movendo? Ele está nos direcionando
para a consumação de todas as coisas, agora temos esperança e
estamos indo nessa direção. O que somos e como caminhamos
deveria apontar para aquilo que temos esperado no futuro. O Espírito
Santo em nós é uma amostra do poder e da glória da era vindoura, ou
pelo menos, deveria ser.

c) Se não aprendermos a olhar para o Espírito no seu contexto


escatológico, estaremos destinados a resumir o Espírito Santo a um
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
fenômeno do momento para dar uma animada em nossas pobres vidas
cristãs, em nossas igrejas e cultos tão entediantes.

d) E foi por causa desse selo que eu e você entramos na história.


Enquanto Pedro falava estas palavras, o Espírito Santo caiu sobre todos
os que ouviam a mensagem. E os fiéis que eram da circuncisão, que
tinham vindo com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os
gentios foi derramado o dom do Espírito Santo. (Atos 10.44,45)

Por meio do Espírito Santo nós nos tornamos participantes das mesmas
promessas, temos a mesma herança, logo, recebemos a garantia da vida
eterna. Por outro lado, a falta do Espírito Santo garante a condenação futura,
pois “se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo” (Rm 8.9).

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 6 O Dia do Juízo

a) Aqueles que foram selados pelo Espírito estão salvos do juízo vindouro, mas
isso exclui o fato de que haverá um juízo.
Como vimos Paulo falando em 2 Coríntios 5:
Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2 Co
5:10)
b) E, este é um outro fundamento que foi sendo removido da vida dos cristãos até
chegar aonde estamos hoje, vivendo como se não houvesse juízo. O mesmo
Espírito que nos selou para o dia da redenção também é aquele que nos
convencerá do juízo.

c) O evangelho apostólico tinha esse aspecto muito claro. E, assim como a


eternidade e a ressurreição dos mortos estavam presentes no discipulado deles,
o juízo eterno era algo muito vivo enquanto estavam pastoreando a igreja.

d) A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo
(este é o Senhor de todos);

“Esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia,
depois do batismo que João pregou; Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com
o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos
os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. E nós somos testemunhas de
todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual
mataram, pendurando -o num madeiro. A este ressuscitou Deus ao terceiro dia,
e fez que se manifestasse, Não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus
antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois
que ressuscitou dentre os mortos. E nos mandou pregar ao povo, e testificar
que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este dão
testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o
perdão dos pecados pelo seu nome. E, dizendo Pedro ainda estas palavras,
caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.” (At 10.36-44)

“Em Atos 1, Lucas nos fala que Jesus esteve com eles por 40 dias ensinando
acerca do Reino de Deus, mas não fala o que Jesus estava ensinando. Em
Atos 10 temos uma amostra do que Jesus instruiu. Porque não me envergonho
do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
que crê; primeiro do judeu, e tam- bém do grego. Porque nele se descobre a
justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.
Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça
dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” (Rm 1.16-18)

“E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais
coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que,
fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da
sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de
Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração
impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de
Deus; O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida
eter- na aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, hon- ra e
incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos,
desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade; Tribulação e angústia
sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também
do grego; Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem;
primeiramente ao judeu e também ao grego; Por- que, para com Deus, não há
acepção de pessoas.” (Rm 2.2-11)

“Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo,
disse-lhes: — Raça de víboras! Quem deu a entender que vocês podem fugir
da ira que está por vir? Produzam fruto digno de arrependimento! E não
pensem que podem dizer uns aos outros: “Temos por pai Abraão”, porque eu
afirmo a vocês que Deus pode fazer com que destas pedras surjam filhos a
Abraão. E o machado já está posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore
que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Eu batizo vocês com
água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais
poderoso do que eu, do qual não sou digno de carregar as sandálias. Ele os
batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele tem a pá em suas mãos, limpará
a sua eira e recolherá o seu trigo no celeiro; porém queimará a palha num fogo
que nunca se apaga.” (Mt 3.7-12)

“Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade


sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria; por causa
destas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Vocês
também andaram nessas mesmas coisas, no passado, quando viviam nelas.
Agora, porém, abandonem igualmente todas estas coisas: ira, indignação,
maldade, blasfêmia, linguagem obscena no falar. Não mintam uns aos outros,
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
uma vez que vocês se despiram da velha natureza com as suas práticas e se
revestiram da nova natureza que se renova para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que a criou.” (Cl 3.5-10)

“Que a imoralidade sexual e toda impureza ou avareza não sejam nem sequer
mencionadas entre vocês, como convém a santos. Não usem linguagem
grosseira, não digam coisas tolas nem indecentes, pois isso não convém; pelo
contrário, digam palavras de ação de graças. Fiquem sabendo disto: nenhuma
pessoa imoral, impura ou avarenta — por- que a avareza é idolatria — tem
herança no Reino de Cristo e de Deus. Não se deixem enganar com palavras
vazias, porque a ira de Deus vem sobre os filhos da desobediência por causa
dessas coisas. Portanto, não participem daquilo que eles fazem. Porque no
passado vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos
da luz.”
(Ef 5:3-8)

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 7 Como Devemos Viver?

a) Somente com uma mentalidade na eternidade, movidos pela fé, tendo com
os olhos fixos na promessa, sendo selados por Deus, por meio do Espírito
Santo que é a garantia de que ressuscitaremos dos mortos para a vida
eterna é que podemos compreender como devemos viver no agora.

b) Somos pessoas que estão vivendo entre duas realidades: A primeira vinda.
A segunda vinda.

c) E, é neste período entre essas duas realidades que está a bagunça. Ao


lermos o N. T. podemos perceber a maneira como os apóstolos estavam
pastoreando ou discipulando a igreja.

d) A regra é essa: Por causa do que foi realizado e garantido (Primeira Vinda)
vivemos uma vida que é correspondente aos valores de Deus (período
ENTRE essas realidades) enquanto aguardamos o retorno do Messias
(Segunda Vinda).

e) Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos
chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa
razão, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Amados, agora
somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que haveremos de
ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque haveremos de vê-lo como ele é. E todo o que tem essa esperança
nele purifica a si mesmo, assim como ele é puro. (1 Jo 3.1-3)

f) Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela


nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas,
vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, aguardando a
bendita esperança e a manifestação da glória dos nosso grande Deus e
Salvador Jesus Cristo. (Tt 2.11-13)

g) Amados, esta é agora a segunda carta que lhes escrevo. Em ambas quero
despertar com estas lembranças a sua mente sincera para que vocês se
lembrem das palavras proferidas no passado pelos santos profetas, e do
mandamento de nosso Senhor e Salvador que os apóstolos de vocês lhes
ensinaram. Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão
escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão:
“O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados
morreram, tudo continua como desde o princípio da criação”. Mas eles

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
deliberadamente se esquecem [...] O Senhor não demora em cumprir a sua
promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês,
não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao
arrependimento. O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus
desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos
pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. Visto que tudo
será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam?
Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando
a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos
se derreterão pelo calor. Todavia, de acordo com a sua promessa,
esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto,
amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem
encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis.(2 Pe 3:1- 14)

h) Então, o estilo de vida que devemos ter está intimamente conectado o Dia
do Senhor.

i) Que tipo de pessoas devemos ser? Santas, piedosas, que purificam a si


mesmos, viver em paz, e ser imaculados e inculpáveis. E, como veremos
nas aulas seguintes, toda nossa vida precisa estar de acordo com o dia
futuro. A escatologia não pode ser apenas mais uma das matérias que
curtimos. Ela precisa afetar o nosso dia a dia.

1) Vida de Devoção
Nossa vida de devoção não pode ser separada do anseio pelo retorno daquele
que é o alvo da nossa devoção. Porque o amamos desejamos que ele retorne,
por isso oramos incessantemente, por isso perdemos o apetite dos prazeres
momentâneos e, por essa razão também, nos enchemos com suas palavras.

2) Oração
— E, quando orarem [...] entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai,
que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.
— Portanto, orem assim: “Pai nosso,que estás nos céus, santificado seja o teu
nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu... (Mt 6.5,6,9,10)

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
3) Jejum
Vieram, depois, os discípulos de João e perguntaram a Jesus: — Por que
nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os seus discípulos não
jejuam? Jesus respondeu: — Como podem os convidados para o casamento
estar tristes enquanto o noivo está com eles? No entanto, virão dias em que
o noivo lhes será tirado, e então eles vão jejuar. (Mt 9.14,15)
Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto, a fim de não parecer aos
outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E o seu Pai, que
vê em secreto, lhe dará a recompensa. (Mt 6.17,18)

4) Meditação
Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados aqueles que ouvem as
palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está
próximo. (Ap 1.3)

5) Santificação
“A Bíblia raramente – se é que o faz – motiva a vida cristã com gratidão. Você
pesquisará a Bíblia em vão na busca de conexões explícitas entre gratidão e
obediência. Se a gratidão nunca foi designada como motivação principal para a
obediência, pode ser essa uma das razões do fracasso de tantos esforços na
busca da santidade. Talvez a gratidão pela graça passada tenha sido forçada a
servir como poder para a santidade, mas somente a fé na graça futura foi
designada para realizar isso.” – John Piper

Se vocês morreram com Cristo para os rudimentos do mundo, por que se


sujeitam a regras, como se ainda vivessem no mundo? “Não toque nisto”, “não
coma disso”, “não pegue naquilo”. Todas estas coisas se destroem com o uso;
são preceitos e doutrinas dos homens. De fato, essas coisas têm aparência de
sabedoria, ao promoverem um culto que as pessoas inventam, falsa humildade
e tratamento austero do corpo. Mas elas não têm valor algum na luta contra as
inclinações da carne. Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com
Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de
Deus. Pensem nas coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra. Porque
vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em
Deus.
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também
serão manifestados com ele, em glória. Portanto, façam morrer tudo o que
pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus
desejos e a avareza, que é idolatria; por causa destas coisas é que vem a ira
de Deus sobre os filhos da desobediência. (Cl 2.20-23; 3.1-6)

Podemos relembrar também dos versículos que lemos em 1 João, em 2 Pedro


e em Tito. Todos eles falam de santificação diante do Dia do Senhor.

“Todas as coisas me são lícitas”, mas nem todas convêm. “Todas as coisas me
são lícitas”, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. “Os alimentos
são para o estômago, e o estômago existe para os alimentos.” Mas Deus
destruirá tanto o estômago quanto os alimentos. Porém o corpo não é para a
imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo. Deus ressuscitou o
Senhor e também nos ressuscitará pelo seu poder. Vocês não sabem que o
corpo de cada um de vocês é membro de Cristo? E será que eu tomaria os
membros de Cristo e os faria membros de uma prostituta? De modo nenhum!
Ou não sabem que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com
ela? Porque, como se diz, “os dois se tornarão uma só carne”. Mas aquele que
se une ao Senhor é um só espírito com ele. Fujam da imoralidade sexual!
Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele
que pratica imoralidade sexual peca contra o próprio corpo. Será que vocês não
sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que está em vocês
e que vocês receberam de Deus, e que vocês não pertencem a vocês
mesmos? Porque vocês foram comprados por preço. Agora, pois, glorifiquem a
Deus no corpo de vocês. (1 Co 6.12-20)

6) Sofrimento
“Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos Nele.” – John
Piper
Então ele lhes disse: — Como vocês são insensatos e demoram para crer em
tudo o que os profetas disseram! Não é verdade que o Cristo tinha de sofrer e
entrar na sua glória? (Lc 24.25,26)
... através de muitas tribulações, nos importa entrar no Reino de Deus. (Atos
14.22)
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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
a) Jesus nos fez uma promessa: “No mundo tereis aflições!”
b) Assim como a eternidade está no centro do pensamento de Jesus e dos
Apóstolos, podemos começar a perceber que existe um outro tipo de
pensamento que se opõe a isso.
Então Jesus começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem
sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais
sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias,
ressuscitasse. E isto ele expunha claramente. Então Pedro, chamando-o à
parte, começou a repreendê-lo. Mas Jesus, voltando-se e vendo os seus
discípulos, repreendeu Pedro e disse: — Saia da minha frente, Satanás!
Porque você não leva em consideração as coisas de Deus, e sim as dos
homens. Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, Jesus
lhes disse: — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua
cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a
vida por minha causa e por causa do evangelho, esse a salvará. De que
adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria
uma pessoa em troca de sua alma? Pois quem, nesta geração adúltera e
pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do
Homem se envergonhará dele, quando vier na glória do seu Pai com os santos
anjos. (Mc 8.31-38)

c) Grão de mostarda. Não há ressurreição sem morte!


d) Glória somente após o sofrimento!
e) A mentalidade desta era tentará o tempo inteiro salvar a si mesmo e
oferecer analgésicos para que você não sofra ou sinta dor.
Romanos 5.1-5; 8.18,28-39
2 Coríntios 1.3-7; 4.7-18
Filipenses 2.5-11; 3.7-11
2 Timóteo 1.6-12; 2.1-13
Tiago 1.2-4,12
1 Pe 1.3-9

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
7) Ansiedade
— Por isso, digo a vocês: não se preocupem com a sua vida, quanto ao que
irão comer ou beber; nem com o corpo, quanto ao que irão vestir. Não é a vida
mais do que o alimento, e não é o corpo mais do que as roupas? Observem as
aves do céu, que não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros. No
entanto, o Pai de vocês, que está no céu, as sustenta. Será que vocês não
valem muito mais do que as aves? Quem de vocês, por mais que se preocupe,
pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? — E por que se preocupam
com o que vão vestir? Observem como crescem os lírios do campo: eles não
trabalham, nem fiam. Eu, porém, afirmo a vocês que nem Salomão, em toda a
sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do
campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não fará muito mais por
vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: “Que
comeremos?”, “Que beberemos?” ou “Com que nos vestiremos?” Porque os
gentios é que procuram todas estas coisas. O Pai de vocês, que está no céu,
sabe que vocês precisam de todas elas. Mas busquem em primeiro lugar o
Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas.
— Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os
seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal. (Mt 6.25-34)

“A raiz da ansiedade é a desconfiança em tudo o que Deus prometeu nos dar


em Jesus... O Verdadeiro problema por trás da ansiedade chama-se
incredulidade nas promessas de Deus.” – John Piper Portanto, humilhem-se
debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, os
exalte. Lancem sobre ele todas as suas ansiedades, porque ele cuida de vocês.
Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor,
como leão que ruge procurando alguém para devorar. Resistam-lhe, firmes na
fé, certos de que os irmãos de vocês, espalhados pelo mundo, estão passando
por sofrimentos iguais aos de vocês. E o Deus de toda a graça, que em Cristo
os chamou à sua eterna glória, depois de vocês terem sofrido por um pouco,
ele mesmo irá aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar vocês. A ele seja o
domínio para sempre. Amém! (1 Pd 5.6-11)

8) Dinheiro
— Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem
e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no céu, onde as
traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam.
Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração. — Os

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
olhos são a lâmpada do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo
será cheio de luz; se, porém, os seus olhos forem maus, todo o seu corpo
estará em trevas. Portanto, se a luz que existe em você são trevas, que
grandes trevas serão! — Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou irá
odiar um e amar o outro, ou irá se dedicar a um e desprezar o outro. Vocês não
podem servir a Deus e às riquezas. (Mt 6.19-24)
E eis que alguém, aproximando-se de Jesus, lhe perguntou: — Mestre, que
farei de bom para alcançar a vida eterna? Jesus respondeu: — Por que você
me pergunta a respeito do que é bom? Bom só existe um. Mas, se você quer
entrar na vida, guarde os mandamentos. E ele lhe perguntou: — Quais? Jesus
respondeu: — “Não mate,não cometa adultério,não furte,não dê falso
testemunho; honre o seu pai e a sua mãe e ame o seu próximo como você ama
a si mesmo.” O jovem disse: — Tudo isso tenho observado. O que me falta
ainda? Jesus respondeu: — Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens,
dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro nos céus; depois, venha e
siga-me. Mas o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque era dono
de muitas propriedades. Então Jesus disse aos seus discípulos: — Em verdade
lhes digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. E ainda lhes digo
que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico
entrar no Reino de Deus. Ouvindo isto, os discípulos ficaram muito admirados e
perguntaram: — Sendo assim, quem pode ser salvo? Jesus, olhando para eles,
disse: — Para os seres humanos isto é impossível, mas para Deus tudo é
possível. Então Pedro, tomando a palavra, disse: — Eis que nós deixamos tudo
e seguimos o senhor; que será, pois, de nós? Jesus lhes respondeu: — Em
verdade lhes digo que, na regeneração, quando o Filho do Homem se assentar
no trono da sua glória, vocês que me seguiram também se assentarão em doze
tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado
casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome,
receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna. Porém muitos primeiros
serão últimos; e os últimos serão primeiros. (Mt 19.16-30)

a) De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque


nada trouxemos para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.
Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.

Mas os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos


desejos insensatos e nocivos, que levam as pessoas a se afundar na ruína e na
perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns,
nessa cobiça, se desviaram da fé e atormentaram a si mesmos com muitas
60
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
dores. Mas você, homem de Deus, fuja de tudo isso. Siga a justiça, a piedade,
a fé, o amor, a perseverança, a mansidão. Combata o bom combate da fé.
Tome posse da vida eterna, para a qual você também foi chamado e da qual
fez a boa confissão diante
de muitas testemunhas. Diante de Deus, que preserva a vida de todas as
coisas, e diante de Cristo Jesus, que, na presença de Pôncio Pilatos, fez a boa
confissão, eu exorto você a guardar este mandato imaculado, irrepreensível,
até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, a qual, no tempo certo, há
de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos
senhores, o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a
quem ninguém jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno.
Amém! (1 Tm 6.6-16)

9) Descanso
“No sábado, praticamos a eternidade agora. Nós olhamos à frente para aquele
dia no fim de nossa vida terrena quando vamos perfeitamente parar, descansar,
deleitar e contemplar a glória de Deus. Durante um breve momento no tempo,
nós nos orientamos para longe deste mundo em todas as suas imperfeições e
antevemos o mundo por vir – como as coisas na terra devem ser. Num sentido
muito real, a prática do sábado une céus e terra, equipando-nos não somente
para descansarmos do nosso trabalho, como também trabalharmos a partir do
nosso descanso.” – Peter Scazzero, O Líder Emocionalmente Saudável
— Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os
aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim,porque sou
manso e humilde de coração;e vocês acharão descanso para a sua alma.
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mt 11.28-30)
Jesus dormindo na tempestade.

61
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
10) Aceitação/Identidade
Mas, ao dar esmola, que a sua mão esquerda ignore o que a mão direita está
fazendo, para que a sua esmola fique em secreto. E o seu Pai, que vê em
secreto, lhe dará a recompensa. — E, quando orarem, não sejam como os
hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças,
para serem vistos pelos outros. Em verdade lhes digo que eles já receberam a
sua recompensa. Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao
seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a
recompensa. Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto, a fim de
não parecer aos outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E
o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa. (Mt 6:3-6, 17-18)
Por acaso eu procuro, agora, o favor das pessoas ou o favor de Deus? Ou
procuro agradar pessoas? Se ainda estivesse procurando agradar pessoas, eu
não seria servo de Cristo. (Gl 1.10)
Marido e Mulher: Ef 5.22-27; Cl 3.18,19
Escravo e Senhor: Ef 6.5-9; Cl 3.22-4.1

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Vida de Um
Precursor

63
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 1 Vida de um Precursor

1) Em primeiro lugar precisamos definir o que é um precursor. O


QUE É:

a) De acordo com o dicionário, precursor é: 1. Que ou o que precede,


anuncia, prenuncia, prepara ou indica a vinda ou o acontecimento de; que
ou o que vai adiante, anuncia algo de novo ou se antecipa a (alguém ou
algo). 2. Que ou o que se manifesta ou vem antes de ou da origem a.
b) Também vemos outras palavras similares como, alguém que é pioneiro,
anunciador, incitador ou batedor.
c) Por exemplo, quando um presidente precisa ir a algum país ou cidade
para tratar de assuntos socioeconômicos ele envia a sua frente os
batedores, para ver se aquele lugar está pronto para recebe-lo, se está
seguro e tudo mais. Basicamente o precursor é isso, é garantir se
todos ali daquela localidade estão prontos para receber aquela
autoridade.
d) Um precursor é aquele que espera de forma ativa, preparando o caminho,
anunciando a chegada de alguém muito superior a ele, alguém que vai
estar preparando o caminho fazendo algo, no caso PREPARANDO E
ANUNCIANDO.
e) São esses que Jesus está procurando nos nossos dias, os precursores,
aqueles que prepararão e anunciarão a sua vinda, homens e mulheres
que irão a frente preparando o caminho do Senhor. Os precursores tem a
missão de PREPARAR a igreja sobre o retorno do Rei Jesus e
ANUNCIAR ao mundo a chegada do Reino desse Rei. Deus está
buscando os precursores da segunda vinda.

“Voz do que clama no deserto; preparai o caminho do Senhor; endireitai no


ermo veredas ao nosso Deus. Todo vale será exaltado, e todo monte e todo
outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se
aplainará. E a glória do Senhor se manifestará, e toda carne juntamente verá,
pois a boca do Senhor disse.”
Isaías 40:3-5

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
COMO UM PRECURSOR É FORMADO
Os padrões de formação de Deus

1) Aqueles que não reconhecem os processos de formação de Deus podem


facilmente ficar desanimados ou desencorajados.
2) Muitos não percebem como Deus trabalha e o que Ele quer, então
resistem a Ele, sem querer. Outros acabam ofendidos com Deus por
causa das suas expectativas não alcançadas ou das dificuldades do
processo. Sempre Deus orquestra as circunstâncias em nossas vidas pra
produzir o que Ele quer. Podemos estar tão ávidos a aceitar as tarefas que
nos foram propostas para o Senhor que ignoramos os processos bíblicos
de formação. Entretanto, Deus não mudou. Ele ainda usa processo de
formação. Pode variar de pessoa pra pessoa, mas existem padrões
profundos no trabalhar de Deus. Independente da tarefa que o Senhor lhe
atribui, você deve se ver como quem carrega o evangelho e reconhecer
que você desempenha um papel profundo na expansão da igreja.
3) Os precursores dos últimos dias, pra exercer essa função precisão ser
preparados em um lugar, onde nada atrapalhe, e tire sua atenção da
missão e propósito da sua autoridade superior, nesse caso o nosso Rei
Jesus, pois ele está indo a frente para preparar e anunciar os interesses
desse Rei.
4) Repetidamente nas Escrituras vemos nosso Deus conduzindo homens
para se retirar com o intuito de prepará-los e revelar seus interesses,
designos e planos futuros, Deus chama homens para conhecer quem Ele
é e apaixonar esses homens por seus intentos, por amor a Ele mesmo.

“portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao


coração.”- Oseias 2:14

5) O precursor é preparado no DESERTO, e o deserto é um lugar de aridez,


esterilidade, desolação, calor escaldante e muito frio a noite. Um lugar
onde você não tem nada pra se apegar, um lugar de solidão.

6) Vemos Deus chamando homens na Bíblia para esse lugar, o deserto.


7) Deus chegou chamar um povo inteiro pra sair da onde estavam, para ir para
o deserto.
a. Deus se revela na sarça – Exodo 3
65
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
b. Deus tira o povo do Egito e leva-os para o deserto
c. Deus conduziu uma família para o deserto Zacarias e Isabel
d. Deus levou Paulo ao deserto, 14 anos no deserto da Arábia
e. Deus fez João Batista nascer e crescer no deserto

O próprio Jesus passou 40 dias no deserto


8) E o proposito de Deus levar esses homens e convidar você pro deserto, é
porque ele quer se revelar a você, o deserto é um lugar onde você não
tem com o que se distrair, porque ele não quer dividir você com nada e
com ninguém, nem com ministério. Ele te quer por inteiro, uma relação
intima, Deus está procurando amigos. Êxodo 33:11

É impossível você produzir um deserto, deserto não é produzido por


ninguém, Deus te leva a esse lugar. O deserto te posiciona na sua identidade
primordial, sacerdote do Deus altíssimo, para ministrar diante de Deus.

O APONTAMENTO DO PRECURSOR DO MESSIAS

“Os discípulos lhe perguntaram: por que os mestres da lei afirmam que é
necessário que Elias volte antes que o Cristo venha?
Jesus respondeu: De fato, Elias vem e restaurará tudo. Eu porém, lhes digo:
Elias já veio, mas não o reconheceram e preferiram maltrata-lo. Da mesma
forma, também farão o Filho do homem sofrer. Engatai os discípulos
entenderam que esse estava falando de João Batista.” Mateus 17:10-13

a. Jesus lhes dá uma resposta enigmática


b. Jesus está fazendo a conexão, trazendo uma alusão a passagem de
Malaquias 4:5
“Vejam, eu lhes envio o profeta Elias antes da vinda do grande e terrível dia do
Senhor.
Obs: Quando a Bíblia diz sobre o grande e terrível dia do senhor, ela faz
referência a segunda vida de Jesu.

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
“Será um homem com o espírito e o poder de Elias, e preparara o povo para a
vinda do Senhor. Fará o coração dos pais voltar pra seus filhos e levará os
rebeldes a aceitarem a sabedoria dos justos.” Lucas 1:17

A VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO

“Voz do que clama no deserto; preparai o caminho do Senhor; endireitai no


ermo veredas ao nosso Deus. Todo vale será exaltado, e todo monte e todo
outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se
aplainará. E a glória do Senhor se manifestará, e toda carne juntamente verá,
pois a boca do Senhor disse.” (Isaías 40:3-5)

“4O profeta Isaías se referia a João quando escreveu em seu livro…”


(Lucas 3:4-6)

*Zacarias seu pai profetiza em júbilo reafirmando as palavras de Isaías.


“76. E você meu filhinho, será chamado profeta do altíssimo, pois preparara o
caminho para o Senhor…” (Lucas 1:76)

*Jesus da testemunho de João, confirmando o que as escrituras em Malaquias


diziam a respeito dele.
1. João é o homem ao qual as escrituras se referem quando dizem:
“envio meu mensageiro adiante de ti, e ele preparara teu caminho a
tua frente”. (Lucas7:27)

a. O profeta Malaquias profetiza sobre ele.

“ Vejam! Envio meu mensageiro, que preparara o caminho diante de


mim”(Malaquias 3:1a)

67
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
b. João respondeu sobre ele mesmo, confirmando as palavras do profeta
Isaías.
19.Este foi o testemunho de João quando os líderes enviaram de Jerusalém
sacerdotes e levitas para lhe perguntar: “Quem é você?”.20. Ele respondeu
com toda franqueza: “Eu não sou o Cristo”. 21. Então quem é você?,
perguntaram eles. “É Elias?” “Não”, respondeu ele. “É o profeta por quem
temos esperado?” “Não” 22. “Afinal, quem é você?
Precisamos de uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que você
tem a dizer de si mesmo?” 23. João respondeu com as palavras do profeta
Isaías: “Eu sou uma voz que clama no deserto: preparem o caminho para a
vinda do Senhor!”. (João 1:19-23).

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ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
Lição 2 A Vida e o Ministério de João Batista

1) Porque estudar a vida e o ministério de João


Batista?

A) Se a primeira vinda precisou uma preparação a segunda também irá


precisar: Is 40:3-4 Ml 4:5 Mt 17:10-13 Lucas 1:17

B) Os precursores preparam o caminho para o Senhor preparando as


pessoas para responder corretamente a Jesus no fim dos tempos,
tornando conhecidos Seus planos.
C) O caminho que o Senhor pode trabalhar é a voluntariedade de Seu
povo ao fazer parceria com Ele. Os precursores entendem o que está
para acontecer (avivamento, julgamento, etc.) antes que o Espírito o
libere de maneira mundial. São mensageiros que proclamam “agora” o
que o Espírito fará “em breve” de forma universal. Eles estão um passo
à frente do que o Espírito está prestes a liberar abertamente. Os
precursores trazem uma nova compreensão ou paradigmas de Deus e
Suas atividades do Fim dos Tempos. É algo inédito

2) Algumas características de João

a. O primeiro mensageiro enviado no novo testamento Marcos 1:1-4 João


1:6

b. Mateus 11:13 - João foi um mensageiro de transição. Ele deve ser visto
não como o último profeta do Antigo Testamento, mas como o início de
algo novo.

c. Maior nascido de mulher

d. Mateus 11:10 (mais que um profeta) Lucas 7:28

e. Ninguém excede João. Jó, Enoque, Abraão, Noé, José, Moisés, Elias,
Davi, Daniel... Cada um desses parece ser mais impressionante que
João.

1. Não teve um ministério longo


2. Não fez nenhum milagre
3. Não liderou a nação como Davi -Não teve visões
4. Não fez parte da equipe ministerial de Jesus Nós não
chamaríamos João de grande.

69
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
f. Se não descobrirmos o porque Jesus considerou João como o maior,
também iremos viver nossa vida de acordo com as denições erradas de
grandeza.
mas o menor no Reino dos Céus é maior que ele. Mt 11:11
g. Essa afirmação é uma declaração da dignidade de Jesus. A mensagem
é que qualquer um que experimentar o ministério de Jesus, mesmo o menor,
tem vantagens porque acessou Jesus e a vida no Espírito que é um privilégio
superior aquilo que João acessou.
h. Muitas coisas que João pregou são referências a segunda vinda e não a
primeira - Mt 3:8-12

O Anúncio do Nascimento de João

1. O anúncio
a. O anúncio do nascimento de João através de Gabriel por si só já indica a
significância de seu ministério uma vez que Gabriel aparece apenas quatro
vezes nas Escrituras. Ele aparece duas vezes no livro de Daniel e duas vezes
no Novo Testamento.
b. O lugar de Gabriel perante o Senhor era obviamente singular. Ele se
apresenta como aquele que “está diante de Deus.” É signicativo que Gabriel
é o escolhido para ser o mensageiro das revelações únicas que Daniel
recebeu e isso dá testemunho de seu singular ministério ao Senhor.
Daniel 8.15-17
Daniel 9.21-24
Lucas 1.26,27
c. Cada aparição de Gabriel nas Escrituras se dá no contexto em que Deus
está finalizando ou transacionando seu plano glorioso. Ele aparece a Daniel
para dar revelação a respeito da janela na história humana e então ele
reaparece apenas quando Deus começa a inaugurar aquele plano através do
nascimento de Jesus cujo ministério João anunciará.

2. Pais sacerdotes
a. O pai de João, Zacarias, era um membro do sacerdócio do Templo, e sua
mãe, Isabel, era uma descendente de Arão, o sumo sacerdote.
Ambos eram "justos de Deus", fervorosos e fiéis em sua devoção. Isso é
importante porque João vai viver a vida inteira como sacerdote.
Ele será mais sacerdotal que a maioria dos sacerdotes. Embora a maior parte
70
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
do sacerdócio esteja preocupada com o assuntos humanos, João ministrará a
Deus.
b. Isso é o que Jesus chama de “primeiro mandamento” - ministrar a Deus
como nossa primeira prioridade e depois ministrar aos homens (Mateus 22:
34-40).
É também o que Jesus nos disse para orar - "assim na terra como no céu
(Lucas 11: 2).” Todo vislumbre do céu que temos nas Escrituras revela uma
cena de adoração incessante ao redor do trono.
Parte de nossa missão nesta era é torná-la o mais parecida com o céu antes
de Jesus voltar.

3. Pais Estéreis
a. Embora Zacarias fosse um sacerdote fiel e Isabel fosse uma mulher fiel,
havia um problema que marcava suas vidas: a esterilidade de Isabel. Essa
era sua vergonha, assim como foi com Sara, Raquel e Ana, mas se tornaria
sua glória.
1Canta alegremente, ó estéril, que não deste a luz; exulta com alegre canto e
exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque a desamparada tem mais
filhos do que a casada, diz o SENHOR. (Isaias 54:1)

b. A esterilidade é uma questão de vergonha que prepara o cenário para


a glória de Deus.
Quando uma "vergonhosa" esterilidade existe entre os justos isso prepara o
palco para a glória de Deus. Quando Deus precisa de um libertador, os
processos naturais às vezes são quebrados para que Ele possa destacar e
enfatizar Sua glória. Isso é ilustrado nas vidas de Sara, Raquel, Ana e Isabel.
A vergonha e a dor da esterilidade delas serviu de base para a glória de
Deus.
Existem algumas coisas que são muito preciosas para Ele, então Ele não
trará ao cumprimento até que nossa confiança na força humana tenha
acabado e até que nada mais reste a não ser a intercessão.

Engravidar é algo natural para mulheres. Deus mandou encher a terra, mas a
esterilidade é uma demonstração de que não podemos cumprir aquilo que
Deus nos chamou na nossa própria força.
Esse casal estéril, representava uma nação estéril

4. Um anúncio em ao incenso (Lucas 1.8-12)


a. Zacarias era membro da divisão de Abias, um dos 24 clãs que mantinham
os rituais do templo e cerimônias de adoração. Somente
71
ESCOLA PRINCÍPIO E FIM 2023
uma vez na vida um sacerdote do posto de Zacarias tinha a honra de
oferecer o incenso no Santo Lugar diante do Santo dos Santos.
A chance "aconteceu" de cair sobre ele. Sem dúvidas, ele estava
nervoso, mas não tinha ideia do que iria acontecer.
b. Deus anuncia a vinda de João em um contexto completamente
sacerdotal. Naquele local, enquanto ele oferecia o incenso e fazia as
orações cerimoniais, ele esperava estar sozinho e, em vez disso, ficou
chocado ao ver o anjo Gabriel de repente aparecer-lhe à direita do
altar de incenso.

5. Identidade e destino (Lucas 1.13-17)


a. Quando Zacarias deixa o Santo Lugar, fica óbvio que ele teve um
encontro muito signicativo. Ele receberá uma profecia
impressionante sobre o futuro de João.
Lucas 1. 13-17

6. A profecia
Quatro predições especícas foram feitas a respeito de como João iria
ser. Estas quatro predições nos revelam a essência do homem a quem
Jesus chamou de o maior.
a) A identidade de João
• Ele será grande na perspectiva divina (essência da
sua identidade) SACERDOTE
• Ele será NAZIREU (consagrado) (sua identidade na prática
= consagração)
• Ele será cheio do Espírito (meio pelo qual será consagrado)
O Único homem cheio do Espirito no ventre de sua mãe
b) O destino de João
1. Fará o povo de Deus voltar para Deus
2. Será um precursor
3. Terá o manto de Elias
4. Converterá o coração dos pais aos filhos.
5. Convertera rebeldes para a sabedoria dos justos.
6. Preparar o povo para a vinda do Senhor.

72
c) Zacarias recebeu uma profecia poderosa sobre o futuro de João,
mas ele também ira ficar mudo por causa de sua incredulidade e
estava impossibilitado de falar até o momento de dar nome a seu filho.
Depois que os dias de seu serviço no templo terminaram, ele voltou
para casa por um tempo.
19"E o anjo lhe respondeu: Eu sou Gabriel e sempre estou diante de
Deus; fui enviado para te falar e te dar essas boas novas;" 20"ficarás
mudo e não poderás falar até o dia em que essas coisas acontecerem;
pois não creste nas minhas palavras, que no devido tempo se
cumprirão." (Lucas 1: 19-20)

O Nascimento de João Batista

1) Isabel ficou grávida logo depois e se escondeu por cinco meses.


a) Grávida de idade avançada. Não tinha mais esperança
de engravidar.
b) Marido mudo.
Depois de anos de esterilidade e para proteger seu coração, ela não
mais alimentava a esperança da gravidez, mas agora estava grávida.
Será que a gravidez vai terminar?
Será que vou conseguir ter esse filho em segurança?
24"Depois desses dias, Isabel, sua mulher, engravidou; e escondeu-se
durante cinco meses, dizendo:" 25O Senhor me concedeu isso
quando olhou para mim, para acabar com minha humilhação diante
dos homens. (Lucas 1:24 e 25)

2. Gabriel usa o exemplo de Isabel para encorajar Maria que estava


chocada com o anúncio de que ela conceberia (Lucas 1: 36-37),
porque ninguém estava ciente dessa gravidez durante aqueles cinco
meses. Em sua humildade, Isabel manteve um perl discreto nesta
temporada, admirada com o que acontecera enquanto lidava com a
mudança repentina de sua situação (Lucas 1:25).

3. Com uma explosão de alegria de todos que conheceram


Isabel durante todos os seus anos estéreis, João nasceu e
então foi circuncidado no oitavo dia de acordo com a lei judaica.
Para a surpresa de todos, ele não recebeu o nome de alguém da

73
linhagem da família, incluindo o pai.

Uma vez que João era o primeiro filho e único filho, esperava-se que
ele carregasse um nome de família.

4. Em toda a Judéia, a história de seu nascimento incomum fez com


que muitos se perguntassem em que momento profético eles
estavam vivendo.
Lucas 1: 63-66

5. Cheio do Espírito, Zacarias profetiza poderosamente sobre seu


filho. Ele conecta o nascimento de João com a libertação prometida
por Deus (Lucas 1: 67-79). Ele profetiza especicamente que João iria
adiante do Senhor e prepararia Seus caminho. A profecia de Zacarias
é muito semelhante à profecia de Gabriel a respeito de João.
Lucas 1:15-17

Lucas 1: 76-79

6. As circunstâncias em torno do nascimento de João haviam


repentinamente encerrado os 400 anos de silêncio profético. Deus
estava falando novamente. No entanto, tão de repente quanto o
anúncio do nascimento de João e Jesus havia chegado, o silêncio
parecia voltar novamente. Após duas visitas de Gabriel e um dos mais
dramáticos anúncios encontrado nas Escrituras, as coisas pareceram
ficar quietas novamente por quase 30 anos.
A falta de conteúdo nos evangelhos sobre a vida jovem de João e Jesus
revela o quão silenciosos os anos subsequentes foram. As pessoas
próximas a esses eventos estavam cheias de grande esperança e
antecipação, apenas imaginando quando chegaria o tempo em que se
cumpriria o que fora profetizado. Elas teriam que esperar três longas
décadas para ver o fruto desses nascimentos milagrosos. Aqueles que
estavam cheios de esperança aos 40 anos, quando essas crianças
nasceram, chegariam aos 70 anos antes de ver essa esperança se
manifestar novamente.

O Deserto

a. Fora da vista de todos em Jerusalém, Deus formou e modelou Seu


homem no deserto por longos trinta anos. A palavra grega usada aqui

74
destaca um lugar solitário com poucos habitantes. Isto pode se referir
a um deserto real ou simplesmente a um lugar mais parecido com um
deserto.
b. Trinta anos no deserto prepararam João para seus seis meses
de ministério público. Deus formou João da mesma maneira que
Ele formou Moisés e Elias.
A falta de informação nos evangelhos sobre os próximos 30 anos
revela o quão quieto e ordinário foram esses anos. Isso ilustra um
princípio profundo:

Deus cumprindo seus propósitos combinando o seu de repente, com


processos lentos e monótonos que parecem ordinários e mundanos.
Deus é paciente e urgente ao mesmo tempo. Deus usou 30 anos de
processos humanos normais para amadurecer João e Jesus

1) Um Profeta Surge no Deserto


“E o menino crescia e se fortalecia em espírito, e morou no deserto até
o dia da sua aparição pública em Israel” Lucas 1:80
No entanto, é importante reconhecer que João não estava vivendo
apenas para esses seis meses de ministério público. Ele estava
completamente vivo durante os trinta anos em que esteve escondido no
deserto. Os seis meses de ministério público de João foram
simplesmente uma breve janela da história quando tudo o que João
havia cultivado internamente, saiu.
c. João não era uma pessoa diferente durante seu ministério público
do que fora durante seu tempo de preparação. Deus simplesmente
escolheu colocar quem João era em exibição pública.
João não se tornou um ministro público de repente; Deus simplesmente
decidiu colocar seu amigo em exibição.

d. Deus frequentemente cria “desertos” para formar pessoas e


prepara- las para Seus propósitos. Você não pode fabricar uma
experiência no deserto, mas você deve entender quando Deus o
conduz a um deserto.
Quando muitas pessoas se encontram no deserto, a primeira coisa que
querem saber é quando o tempo no deserto terminará.
Como você sabe quando está pronto para deixar o deserto? Quando
você não se importa se você em algum momento deixará o deserto.
Deus te coloca lá para separar você de forma que nada mais importe,
75
exceto ouvir Sua voz e conhecê-Lo. Esse é o ponto do deserto. Deus
usa o deserto para formar e moldar vasos e Ele amadurece cada servo
de uma maneira única.
e. O objetivo não é sair do deserto. Para João, sua vida no deserto
não era um caminho para seu chamado, era o chamado dele. Ele não
estava procurando algo mais público. João se alimentou da Palavra
de Deus e comunhão com Deus pelo Espírito no deserto. João se
banqueteou em Isaías, Malaquias e os profetas e a Palavra de Deus
o transformou tão completamente que quando Deus o colocou em
destaque, suas simples palavras desaaram até os soldados romanos.
f. Não há fórmula para como Deus constrói os homens, porque Ele
forma vozes, não ecos. Um eco é a reprodução de uma voz que
parece idêntica, mas é inferior e não carrega a força do original.

Quando procuramos fórmulas, produzimos ecos. Quando abraçamos o


modo como Deus forma homens, veremos vozes emergir. O caminho de
se tornar uma voz não é tentar se tornar uma, mas é se colocar no
caminho que Deus projetou para você.
g. O ministério de João era de preparação – preparar as pessoas para
a vinda do Senhor – e um grande preparo é exigido para um ministério
precursor. Um precursor deve se preparar de maneira significativa a m
de preparar os outros.

Entendendo o Deserto

a. Há mais de um tipo de deserto e é essencial entender a diferença em


sua própria vida, a m de responder corretamente, porque o objetivo nem
sempre é deixar o deserto.
1. O deserto do teste é um lugar de batalha e é temporário. A fé é
testada aqui e remada e a própria vida de Jesus é um dos melhores
exemplos. Jesus lutou contra o diabo no deserto quando Ele foi tentado
e depois emergiu em poder. O deserto dos testes é temporário e é por
uma questão de guerra.
1Na plenitude do Espírito Santo, Jesus voltou ao Jordão; e foi levado
pelo Espírito para o deserto. (Lucas 4.1)

14No poder do Espírito, Jesus voltou para a Galileia; e sua fama se


espalhou por toda a região. (Lucas 4.14)

76
2. No entanto, existe um tipo totalmente diferente de deserto. É o
deserto da comunhão. Este é o lugar onde Deus amorosamente
o chama para ir com Ele a um lugar de comunhão. Sua voz
chama: "venha comigo". É o lugar onde Deus chama e
desintoxica você simplesmente porque Ele o fez você para si
mesmo.

3. O deserto é o lugar onde a seguinte pergunta irá ecoar: Deus


é suficiente para você? O deserto irá nos forçar a encarar nossa
verdadeira resposta a essa pergunta.
O deserto expõe os desejos mais profundos do nosso coração por que
ele oferece apenas uma coisa: a possibilidade de comunhão profunda
com Deus.
Porém o deserto não irá apenas expor esses profundos desejos como
também irá molda-los. Existem tempos em que Deus irá impedir nossa
“prosperidade" por que Ele é mais zeloso pelo que nós estamos nos
tornando do que por aquilo que estamos fazendo. Isso é uma
demonstração de seu ZELO por nós.
Esse deve ser o lugar onde Deus remove todas as distrações e começa
a formar um vaso e este é o lugar onde João morava. É o lugar onde
João se rendeu ao ciúme de YHWH sobre Sua vida. João aprendeu a
lição que devemos aprender: Deus não nos compartilha. Deus é
ciumento. Ele não nos dividirá com afetos concorrentes.
4. No chamado para esse deserto, você deve ouvir as emoções
ardentes de Deus que é ciumento por um relacionamento que não
esteja distraído e em que Ele não esteja competindo por afetos. Isso
faz parte do deserto.
Assim como as estrelas parecem mais brilhantes longe das luzes da
cidade, também a pessoa de Deus queima mais vividamente no
deserto. As luzes articiais das grandes cidades nos impedem de ver a
glória infinitamente maior das estrelas. Portanto, a única forma de ver
o brilho celestial da estrelas é indo para o deserto, onde todas as luzes
se apagam.

b. Um povo do Deserto
1. Se olharmos para o deserto como apenas um lugar de sofrimento
iremos perder o prazer do conhecimento do Senhor. A nossa vida
nesta era é um encontro no deserto. E é uma oportunidade única de
forjar nosso relacionamento com Deus.

77
2. Apesar de que em muitas conferência, livros e ministérios estão
incessantemente nos chamando para perseguir nossa herança,
destino e achar plenitude nesta era, a bíblia chama nossa caminhada
com Deus nesta era de "peregrinação", somos "estrangeiros"
esperando por uma futura herança.
Muitas pessoas estão paralisadas por uma busca incansável de
cumprir sua missão. Nossos chamados não são nossa herança por
que Deus não nos criou simplesmente para o serviço, mas para o
relacionamento.
A "espera" biblica não signica passividade. A espera deve ser ativa, o
que signica que nos engajamos no trabalho do ministério onde quer
que Deus nos tenha colocado e independentemente de qual seja
nossa vocação. Muitas pessoas negligenciam a espera ativa e, em vez
disso, esperam passivamente pela "grande coisa".

3. Jesus não está voltando para uma igreja satisfeita com o sucesso
que alcançou nessa era. Mas para uma igreja insatisfeita pois Ele
não está aqui.

4. Crises nos capacitam para rapidamente focar nossa atenção nas


coisas que são realmente importantes e ignorar as coisas superciais.
A tribulação que virá nos últimos dias servirá para isso. Irá quebrar
nosso conforto e levar nosso rosto a se voltar para o Senhor.

5. Em suas canções de amor sobre Israel, Deus sempre se lembrava


com profunda emoção de como Ele estava comprometido com ela no
deserto .
2 Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém: Assim diz o Senhor: Lembro-
me de ti, da tua fidelidade na juventude, do teu amor como noiva, de
como me seguiste no deserto, numa terra não semeada (Jeremias 2.2)

14 Todavia, eu a atrairei, levarei para o deserto e lhe falarei ao coração.


(Oséias 2.14)

10 O meu amado me fala assim: Levanta-te, minha amada, minha


bela, e vem.(Cântico dos Cânticos 2.10)

8 Passando por ti [Israel no deserto], vi que já estavas na idade de


amar; então estendi minha capa sobre ti e cobri tua nudez. Fiz um
juramento e firmei uma aliança contigo, diz o Senhor Deus, e tu
passaste a me pertencer. (Ezequiel 16.8)

78
35 e vos levarei ao deserto dos povos; ali entrarei em juízo
convosco face a face; 36como entrei em juízo com vossos pais, no
deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o
Senhor Deus. (Ezequiel 20. 35-36)

Israel sofreu no deserto por conta da desobediência, mas o proposito


sempre foi a comunhao.
6. A própria vida de Jesus demonstra Seu próprio entendimento dos
dois tipos de desertos. Jesus ganhou uma vitória no deserto da
provação e saiu com poder, mas Sua alma sempre ansiava e
procurava o deserto da comunhão com o Pai. Jesus havia cultivado
algo no deserto que Seu coração ansiava e era vital para Sua vida e
ministério.
16 Mas ele se retirava para lugares desertos, e ali orava. (Lucas 5.16)

12 Naqueles dias, Jesus se retirou para um monte a fim de orar; e


passou a noite toda orando a Deus (Lucas 6.12)
23 Tendo-as mandado para casa, subiu ao monte para orar em
particular. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho. (Mateus 14.23)

35 De madrugada, ainda bem escuro, Jesus levantou-se, saiu e foi a um


lugar deserto; e ali começou a orar. (Marcos 1.35)

46 E, depois de mandá-la para casa, foi ao monte orar. (Marcos 6.46)

15 Percebendo Jesus que estavam prestes a vir e levá-lo à força para


proclamá-lo rei, retirou-se novamente sozinho para o monte. (João
6.15)

Nós temos obsessão por eficiência, mas Deus não.

1. Urgência e paciência
a. João foi uma chama de urgência por 6 meses, mas Deus nutriu e
manteve essa urgência por 30 anos.
b. Deus não considera esse tipo de investimento extravagante. Por quê?
Porque ele não formou João apenas para 6 meses de ministério. Ele o

79
preparou para ministrar a Ele por um bilhão anos. João proclamará a
glória de seu primo por bilhões de anos.
c. Deus não está nos formando apenas para uma função ministerial. Ele
está nos formando para habitarmos com Ele para sempre.

2. Deus valoriza o processo natural e o tempo mais do que nós. Ele


forma homens e mulheres no deserto. Ele os pressiona e os forma
através dos processos da vida. Ele não fica agoniado em desespero
com o tempo que leva para formar um vaso. Essa é a visão bíblica
de urgência.

3. Nossa visão de urgência é de que as coisas devem ser feitas “agora”.


A visão de Deus é bem diferente porque é a magnitude daquilo que está
por vir que demanda a urgência.
Portanto, a resposta adequada a urgência é construir coisas que
suportem a força do que está por vir. Deus não faz isso da noite
para o dia. Ele faz isso em décadas. Ele geralmente se move mais
devagar do que nós gostaríamos a fim de preparar algo que irá
suportar o conflito.

4. Embora a vida de João fosse no deserto e, sem dúvida, solitária às


vezes, não era a vida de um eremita. Ele era fiel em ministrar a outras
pessoas no deserto. João ensinou e investiu ativamente em um grupo
de homens conhecidos como discípulos (Mateus 9:14, 11: 2, Marcos
2:18, Lucas 5:33, 7: 18–19, 11: 1, João 1:35, 3:25, 4: 1). Enquanto
Deus
nos afasta de muitas coisas que nos distraem quando Ele nos envia
para lugares desérticos, isso não é o mesmo que nos isolarmos do
corpo e recusarmos contato com outros. João era fiel em pequenas
coisas, liderando um pequeno grupo, enquanto Deus restringia o resto
de sua vida.

5. Assim como Elias, João seria formado e moldado fora da vista de


todos; como Elias, ele apareceria subitamente no palco da redenção
história. Como Elias, João dizia confiadamente que estava diante do
Senhor e esta era a faceta mais importante de sua preparação e seu
ministério. A faceta mais importante da sua vida e seu ministério é se
você está ou não diante do Senhor.
1 Elias, o Tesbita, que habitava em Gileade, disse a Acabe: Tão certo
como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nestes

80
anos não haverá orvalho nem chuva, senão por meio da minha
palavra. (I Reis 17.1)

14 Elias respondeu: Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, em


cuja presença estou, se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei
de Judá, não te daria atenção, nem te atenderia. (2 Reis 3.14)

29 A noiva pertence ao noivo; mas o amigo do noivo, que está


presente e ouve, alegra-se muito com a voz do noivo. Assim se
completa esta minha alegria. (João 3.29)

6. Para João, o deserto foi um lugar em que seu homem interior


estava completamente vivo enquanto ele se colocava diante de Deus
e ministrava a Ele.

7. João foi chamado de “aquele que se encontrava diante de Deus” e,


por isso, viveu diante da face de Deus. Ele viveu como um sacerdote,
porque ele confrontaria os sacerdotes. Certamente João chorou por
causa da condição de Israel. Da mesma maneira, nós não temos
direito de confrontar a igreja até que clamemos por ela.

a. Muitos tentam falar como profetas simplesmente porque


eles tem informações a respeito do que está faltando, mas
para falar como João, é preciso mais que palavras. Isso
requer o peso do Senhor que é recebido, carregado e
expresso no lugar de intercessão por aqueles que estão
comprometidos.

D) Você precisa viver diante da face de Deus antes de poder falar


as palavras que João falou.
Em Lucas 11.1 os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse uma
coisa: como orar, e nós temos que observar como eles finalizaram a
pergunta: “Ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos.”
Os discípulos queriam uma coisa de Jesus - Sua vida de oração - da
mesma maneira que João ensinou seus discípulos como orar. Essa é
uma avaliação impressionante da vida de oração de João. Oração foi o
que João ensinou a seus discípulos porque era a vida dele.

E) João aprendeu esta lição: Multidões seduzem, mas o deserto é

81
onde a sarça ardente aparece e Deus fala. Ele aprendeu porque
Jesus estava constantemente se retirando para o deserto orar
(Mateus 14:23; Marcos 1:35; 6:46; Lucas 5:16; 6:12; João 6:15).
É importante reconhecer que João nunca deixou o deserto. Mesmo
quando Deus o colocou em exibição, ele ministrou do deserto. Sem
dúvida, ele poderia ter uma multidão maior em Jerusalém, mas ele não
queria sair do deserto. Era o seu local de comunhão. Era a vida dele.
Ele estava completamente vivo lá. Ele não permaneceu lá porque era
um ermitão, ele ficou lá porque o deserto tinha lhe dado algo em Deus,
que ele sabia que isso seria ameaçado se deixasse o deserto.
76E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à
frente do Senhor, preparando os seus caminhos; (Lucas 1.76)
80E o menino crescia e se fortalecia em espírito; e morou no deserto
até o dia da sua aparição pública a Israel. (Lucas 1.80)

João Quebra o Silêncio Profético


1) Enquanto João ministrava ao Senhor no deserto, repentinamente a
palavra do Senhor veio a ele.
1"No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, Pôncio Pilatos era
governador da Judeia; Herodes, governante* da Galileia; seu irmão
Filipe, governante* da região da Itureia e de Traconites; e Lisânias,
governante* de Abilene;" 2Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Foi
nesse ano que a palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no
deserto. (Lucas 3.1-2)

2) Em um ambiente desprovido de voz profética e paz falsicada, uma


voz quebrou o silêncio e uma luz brilhavam intensamente no
deserto. Até a palavra “quebrada” é pequena demais para
encapsular tudo o que a voz de João fez. De repente, a Palavra de
Deus estava viva no meio de Israel novamente. A voz do profeta
havia retornado.
3) Você nunca precisa anunciar um incêndio. As pessoas saíram para
ver João, e a mensagem que ele proclamava, queimando
intensamente no deserto. Foi muito simbólico que o povo tivesse
que atravessar o Jordão para ouvir João. Simbolicamente eles
estavam cruzando para fora da terra de Israel de volta ao deserto
para ouvir a Palavra do Senhor, assim como seus antepassados
zeram. Israel estava encontrando seu Deus novamente no deserto
e fora da terra.

82
1Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da
Judeia 2e dizendo: Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou.
(Mateus 3.1-2)

3E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando o batismo de


arrependimento para perdão de pecados;" 4"como está escrito no livro
das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor; endireitai suas veredas." 5"Todo vale será
aterrado,e todo monte e colina serão aplanados; o que é sinuoso se
endireitará, e os caminhos acidentados serão nivelados;" 6e todos*
verão a salvação de Deus. (Lucas 3. 3-6)

28Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão,


onde João estava batizando. (João 1.28)

26E foram até João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo do
outro lado do Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e
todos estão se dirigindo a ele. (João 3.26)

4) A geração de João havia sofrido com a fome de ouvir a palavra de


Deus (Amós 8:11). Deus fez muito em nossa geração, mas há uma
profunda necessidade desse tipo de voz profética em nossa geração.
Vozes são desesperadamente necessárias. Temos muitos “ecos”,
mas poucas vozes. Como o antigo Israel, a terra está novamente
esperando ouvir o grito profético através das nações.

5) Como nos dias de João, a necessidade é grande, mas não se


quebra o silêncio tentando quebrá-lo. Você o destrói permanecendo
como João nos lugares escondidos. Nos lugares pequenos. Nos
desertos de comunhão. Você o destro posicionando-se através de
muitas pequenas decisões que o colocam na posição de ouvir Sua
voz.

6) Jesus colocou João em um lugar especíco na história redentora,


dizendo às pessoas aquilo que todos os profetas profetizaram até
João.
13Pois todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. (Mateus 11.13)

7) Em outras palavras, o ministério profético estava em transição. O


que os profetas desejavam profetizaram era o que João estava
anunciando. O plano de Deus não estava em movimento. O

83
Messias era iminente.
8) As repetidas promessas de Deus que João apresentara para o povo
anunciavam o início de seu cumprimento e o que essas promessas
exigiam do povo.
9) A mensagem de João não era única. Seu material de sermão
foram os profetas do Antigo Testamento. Ele repetiu a mensagem
exata, porque ele havia se debruçado na mensagem por décadas.
No deserto, ele se tornou as mensagens proféticas que leu.
a. As pessoas ouviam os profetas lerem nas sinagogas regularmente,
mas havia algo diferente na pregação de João. As palavras de
Isaías estavam vivas novamente porque estavam sendo declaradas
por um homem cheio do mesmo Espírito que escreveu as palavras.
Quando João pregou as Escrituras, atingiu os corações de seus
ouvintes como uma marreta.

3 E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando o batismo de


arrependimento para perdão de pecados;" 4"como está escrito no livro
das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai
o caminho do Senhor; endireitai suas veredas." 5"Todo vale será
aterrado, e todo monte e colina serão aplanados; o que é sinuoso se
endireitará, e os caminhos acidentados serão nivelados;" 6e todos*
verão a salvação de Deus. (Lucas 3. 3-6)
23Ele respondeu, citando o profeta Isaías: Eu sou a voz do que clama
no deserto: Endireitai o caminho do Senhor. (João 1.23)
Jeremias 15:16
Ezequiel 3:1-3
Apocalipse 10:9-11
10) Se a bíblia que você tem em mãos não é o seu tesouro mais
precioso, você não está apto para o profético. Você pode "fazer" o
profético sem oração e jejum, mas você nunca será profético da
forma como Deus deseja sem abraçar a graça da oração e do jejum.
a. Profecia não é simplesmente previsões sobre situações para uma
determinada pessoa. Profecia bíblica começa como pegar aquilo que
Deus já falou na palavra e aplicar a sua geração.
b. Os profetas bíblicos eram melhor denidos pela visão que
carregavam de Deus do que por suas previsões. O profeta vê toda a
realidade com lentes divinas.
c. Se João falou as palavras da Escritura para preparar o caminho de
Jesus, nós também devemos

84
11) Muitas pessoas não carregam peso em suas palavras pois não
sabem o momento de ficar em silêncio. Se você deseja poder real
em suas palavras, você precisa aprender quando falar e quando
ficar em silêncio. Os profetas não apenas falaram por Deus, eles
entenderam a importância de carregar a tensão de Seu silêncio e
não dar a sua própria opinião

profética". João não clamou no deserto, até que a palavra do Senhor


veio sobre ele.
12) Muitas vezes Deus esta falando por meio de alguém e nós
devemos nos sentar em silêncio e ouvir sem dar nossa opinião.
Enquanto nossa boca estiver cheia de palavras que não nos
custas, não seremos a voz profética que fala em nome de Deus.

A Mensagem de João

1) Pregadores costumam ter algumas mensagens que se tornam suas


mensagens centrai ao longo de suas vidas, e eles possuem
autoridade incomum ao comunicar as mensagens. A mensagem que
definiu o ministério de João veio de Isaías 40.
Então ele respondeu: - Eu sou "a voz do que clama no deserto:
Endireitem o caminho do Senhor", como disse o profeta Isaías. (Jo 1:23)

2) Isaías 40 é um capítulo sobre o segundo êxodo e o retorno do Deus


Noivo, o que explica porque João o escolheu. O capitulo instrui um
mensageiro a falar sobre três temas
a. O compromisso de Deus para liberar salvação sobre Israel;
b. O retorno do Deus que desceu ao Sinai, a natureza de tirar o fôlego
do segundo êxodo e a necessidade urgente de se preparar para ele;
c. A majestade de Deus e a tolice do orgulho humano.
d. Os primeiros versículos do capítulo introduzem cada um desses
tópicos e então ordena ao mensageiro que os proclame com
crescente intensidade.
e. Primeiro, ele instrui o mensageiro a dirigir a palavra a Jerusalém e
confortar
f. Israel ao predizer que misericórdia virá sobre Israel depois de uma
punição final pelo pecado:
"Consolem, consolem o meu povo", diz o Deus de vocês. "Falem ao
coração de Jerusalém e anunciem que o tempo da sua escravidão já

85
acabou, que a sua iniquidade está perdoada e que ela já recebeu em
dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados." (Isaías 40:1-2)

3) Segundo, ele prevê um segundo êxodo de amplitude muito maior


do que o primeiro êxodo. A intensidade aumenta com esta segunda
parte da mensagem. Nesse momento, uma voz não fala, ela clama:

Uma voz clama: "No deserto preparem o caminho do Senhor! No ermo


façam uma estrada reta para o nosso Deus! Todos os vales serão
levantados, e todos os montes e colinas serão rebaixados; o que é
tortuoso será retificado, e os lugares ásperos serão aplanados. A
glória do Senhor se manifestará, e toda a humanidade a verá, pois a
boca do Senhor o disse.
(Is 40:3-5)

4) Terceiro, uma ordem é dada para que se declare a majestade


do Senhor. A intensidade aumenta novamente com uma
ordem para clamar:
Uma voz diz: "Proclame!" E alguém pergunta: "Que hei de proclamar?”
Toda a humanidade é erva, e toda a sua glória é como a flor do campo.
A erva seca e as flores caem, soprando nelas o hálito do Senhor. Na
verdade. o povo é erva. A erva seca e as flores caem, mas a palavra do
nosso Deus permanece para sempre. (Is 40:6-8)

5) Os primeiros oito versículos do capitulo resumem os três


pontos principais de
a. Isaías 40 e os versículos restantes expõe esses pontos.
b. Isaías descreve dois aspectos distintos do compromisso de Deus
com Israel:
1. Deus está vindo a Sião e Jerusalém para consumar o casamento
que Ele
começou com Israel no Monte Sinai.
2. Deus salvará Israel de uma maneira deslumbrante para poder
habitar em seu meio e torná-la sua companheira eterna.

Ele também descreveu cinco aspectos do segundo Êxodo:

86
2. A glória do Senhor será revelada à terra
3. A glória do Senhor será visivel a todos os povos.
4. Deus virá fisicamente assim como os profetas previram.
5. Deus trará Suas recompensas e Seus juízos.
6. O "exército" de Deus dominará, o que é uma referência aos
atos de poder de Deus durante o êxodo, usado para descrever
os atos do futuro segundo êxodo.

6) Por fim, ele usou analogias para confrontar a tolice do orgulho


humano e o ato do poder humano:
1. Os homens e impérios humanos mais poderosos são um pouco
mais do que "ervas secas" e "gafanhotos" comparados a Deus.
2. Seres humanos são como "erva seca" quando enfrentam o fogo
consumidor de Deus, uma comparação tirada da imagem da
aparição de Deus no Monte Sinai.
Descobrindo a estrutura da pregação de João
Os três tópicos nesse capítulo são todos profundamente ligados por um
único fio: A Incomparável grandeza de Deus.

1. A glória de Deus assegura Sua promessa de trazer a salvação.


2. A Sua glória será demonstrada no drama sem precedentes
do segundo êxodo.
3. E Sua glória estará em completa exibição quando Ele trouxer
Israel de volta a Si mesmo e obter o seu amor de todo o
coração. Além disso, a Sua glória expõe o absurdo da arrogância
e idolatria humana.

A visão tremenda que João tinha de Deus, permitiu que


ele proclamasse Isaías 40 com poder.
João era um pregador centrado em Deus e a sua revelação da
majestade de Deus providenciou a urgência do seu chamado ao
arrependimento e das suas previsões
sobre o que estava por vir.
O fato de João ter usado Isaías 40 indica que a sua dieta principal era a
majestade de Deus.

87
Um evangelho centrado em Deus
a) Isaías 40 resume a mensagem de fim dos tempos da igreja, e é
centrada na majestade de Deus. Porém, a glória de Deus é um dos
assuntos mais negligenciados na igreja. Tragicamente, a glória de
Deus pode até ser vista através de uma lente egoísta que enfatiza
as maneiras em que a glória de Deus nos beneficia.

b) A mensagem de João confronta o pensamento egoísta que é


pervasiva em nosso tempo.

c) Você deve se tornar um estudante da majestade de Deus. Jesus


considerou João um dos maiores homens já nascidos, mas note que
Isaías 40 simplesmente se referiu a João como "uma voz". A
mensagem é clara - o maior ser humano não está nem mesmo na
mesma categoria que o Deus não-criado. Comparado à majestade
de Deus, o maior homem não é nada mais que "uma voz" e não é
digno de uma descrição detalhada. Quando vislumbramos a
majestade de Deus, perdemos de vista homens e mulheres - mesmo
grandes homens e mulheres.

d) Descobrir e proclamar a beleza de Deus deveria ser uma busca


central de nossas vidas.

e) Os fragmentos da pregação de João nos Evangelhos revelam que ele


estudou e proclamou a beleza de Deus a partir das Escrituras, mas a
triste verdade é que muitos estão mais apaixonados por filmes do que
pelo Deus não-criado. Você deve se lembrar que aqueles que
vislumbraram a glória de Deus ficaram quase sempre aterrorizados
ou incapacitados. Considere o encontro de Isaías com a glória de
Jesus:

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto


e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins
estavam por cima dele. Cada um tinha seis asas: com duas cobria o
rosto, com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns
para os outros, dizendo: “Santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” Os umbrais das portas

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se moveram com a voz do que clamava, e o templo se encheu de
fumaça. Então eu disse: - Ai de mim! Estou perdido! Porque sou
homem de lábios impuros, e habito no meio e um povo de lábios
impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos xércitos! (Is 6:1-5)
f) Tente imaginar essa cena. O templo cheio de fumaça (incenso) e
brados incessantes e semelhantes a trovões dizendo "SANTO,
SANTO, SANTO!", o que literalmente significa "completamente e
totalmente diferente, espetacular?. Os seres ficam tão
sobrecarregadas que instintivamente clamam uns aos outros em
reação ao que veem. Suas palavras demonstram que suas mentes
foram completamente sobrecarregadas, e suas vozes deviam ser
ensurdecedoras, porque o seu clamor moveu os umbrais das
portas deste majestoso templo.
g) Agora imagine apenas estar do lado de fora deste templo. Se você
pudesse ver a fumaça, ouvir o clamor dos seres e sentir a edificação
se mover ao som de suas palavras, a sua mente ficaria
completamente tomada por apenas um pensamento:

Para quem eles estão olhando? O que está ali?


h) Agora, compare essa visão com a nossa relativa falta de fascinação
com a beleza da Deus.
i) Os anjos devem ficar perplexos com a nossa apatia. Mas o Espírito
Santo está pronto para nos dar revelação.
j) Uzias era um rei impressionante, mas quando ele morreu humilhado
e fraco,
k) Isaías teve uma visão de Deus que destruiu a sua fascinação por
conquistas humanas. Com um vislumbre de Deus, Isaías
imediatamente viu a si mesmo, o seu povo e até o Rei Uzias como
nada mais que "um povo de lábios impuros". Quando Isaías viu a
glória divina, ele clamou:
"Ai de mim!", o que também pode ser traduzido como "perdido",
"condenado" ou "destruído".
Quando Isaías viu de repente que o rei por quem ele havia sido
fascinado e ele próprio não eram nada mais que "ervas secas" em
comparação ao Senhor dos Exércitos, que ele ficou tão maravilhado
que jurou levar a mensagem da grandeza de Deus ao seu povo,
mesmo que fosse uma tarefa difícil (e que o levaria a sua própria
execução):

89
Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: - A quem enviarei, e
quem há de ir por nós? Eu respondi: - Eis-me aqui, envia-me a mim.
(Is 6:8)
l) Se você possui a revelação da majestade de Deus você desejará
falar sobre ela.
Sobre o que você mais fala? Sobre a majestade de Deus? Sobre
esportes, sobre o seu ministério?
O assunto da sua conversa revela a fascinação do seu coração.
Isalas 40 é uma exposição do encontro de Isaías 6 e provoca uma
resposta
como a de Isaías:
1. Se você vislumbrou a beleza de Jesus, a sua revelação d'Ele lhe
faz clamar
"Ai de mim"? Enquanto esse clamor não surge espontaneamente como
uma resposta à glória de Deus, você não entendeu o que Isaías viu.
2. A sua visão de Jesus Ihe fez jurar ao céu que levará a mensagem
da majestade de Deus às pessoas que desesperadamente
precisam dela? Se possui-mos a mesma revelação de Isaias,
iremos ansiar proclamá-la para que os homens sejam libertos dos
prazeres menores que mantém suas afeições ca-tivas. Se você não
está queimando para proclamar a majestade de Deus, você não
entendeu o que Isaías viu.
3. Talvez você não tenha o encontro que Isaías teve, mas você
precisa da revelação que ele teve. Isaías 40 lhe convida a buscar
essa revelação e levar a mensagem à frente. Isaías 40 não é
direcionado a uma pessoa apenas, como Isaías 6; ele instrui
qualquer um que ouvir a fazer um caminho para Deus e falar da
sua mensagem É um convite a nós mesmo que não tenhamos o
mesmo encargo único de João.É preciso ter a revelação da
majestade de Deus (Is 6) para declarar a mensagem de Isaías 40,
sobre a imensidão de Deus e da fragilidade humana, com poder. A
visão de Isaías 6 foi uma visão de Jesus, o que significa que a
majestade de Deus proda-mada em Isaías 40 é a majestade de
Jesus. Portanto, Isaías 40 descreve a revelação da majestade de
Jesus, que é o tema principal do fim dos tempos e o espírito de
toda a profecia.
Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos
seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele,
enviando o seu anjo, deu a conhecer ao seu servo João (Ap 1:1)

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Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia. (Ap 19:10)
4. Mensageiros não são chamados a se tornarem grandes. Quando
você estiver diante de Deus, toda ilusão de sua própria glória será
destruída. Ninguém será cativado pelo seu próprio dom na
presença do Deus não- criado. Você é chamado a tornar Jesus
grande. João regozijou-se quando sua glória se esvaiu porque
Jesus havia sido revelado, e Paulo regozijou-se quando a
proclamação de Jesus se disseminou mais como resultado do seu
aprisionamento.
Muitos cristãos não caminham na força total do chamado porque estão
focados no chamado deles.

Um Amigo do Noivo

1) João descreveu seu ministério, não apenas como um


mensageiro, mas mais especicamente como um Amigo do Noivo.
Para o público de João, essa foi uma descrição chocante, porque
estava carregada de signicado. Enquanto os cristãos agora
compreendem a identidade de Jesus como noivo para todos os
crentes, o público de João entendeu sua mensagem em um
contexto judaico único.
Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse: “Eu não sou o Cristo,
mas fui enviado como o seu precursor. O que tem a noiva é o noivo; o
amigo do noivo que está presente e o escuta se alegra muito por causa
da voz do noivo. Pois essa alegria já se cumpriu em mim. Convém que
ele cresça e que eu diminua. João 3:28-30

2) YHWH havia descrito Seu relacionamento com Israel como o


relacionamento entre um noivo e uma noiva. Seu relacionamento
com Israel era único e Ele usou a linguagem do casamento para
descrevê-lo (Jeremias 2: 2; 3:1,14; 31:32; Isaías 54:4-6; Ezequiel
16:7-34; Oséias 2:19). A proclamação de João colocou a relação
de aliança de Israel com YHWH no centro.

91
Porque o seu Criador é o seu marido; Senhor dos Exércitos é o seu
nome. O Santo de Israel é o seu Redentor; ele é chamado ‘O Deus de
toda a terra’.” “Porque o Senhor chamou você como se chama a
mulher abandonada e de espírito abatido, como se chama a mulher da
mocidade, que havia sido repudiada, diz o seu Deus. Por um breve
momento abandonei você, mas com grande misericórdia tornarei a
acolhê-la. Num ímpeto de indignação, escondi de você a minha face
por um momento, mas com misericórdia eterna me compadeço de
você”, diz o Senhor, o seu Redentor. Isaías 54:5-8

Vá e proclame diante do povo de Jerusalém: Assim diz o Senhor:


“Lembro-me de você, meu povo, da sua afeição quando era jovem,
do seu amor quando noiva e de como você me seguia no deserto,
numa terra que não é semeada. Jeremias 2:2

3) João levou o relacionamento de YHWH com Israel um passo


adiante. YHWH não apenas fez aliança com Israel no deserto,
Ele estava agora chegando ainda mais perto.
Ele andaria entre eles e consumaria a aliança que Ele iniciara com
eles. João estava desaando sua compreensão da aliança. Sinai não
era a palavra nal de Deus em Sua aliança com Israel. Ele andaria entre
Seu povo - muito mais intimamente desta vez - e novamente faria uma
aliança com eles.
Da mesma forma, somos chamados a declarar que Jesus deseja
chegar ainda mais perto do Seu povo do que Ele está agora. Nossa
condição atual não é o m da história. Devemos lembrar à igreja que
nossa separação física dEle não é permanente. Jesus reinará na terra
entre Seu povo - e devemos preparar o povo para essa grande
esperança.

4) É difícil entender o quão radical a mensagem que João pregou


foi para seu público. Todos que o ouviram, entenderam que
YHWH era o noivo de Israel, mas João estava aplicando esse
termo ao seu primo Jesus e alegando que o Deus que
aterrorizava Israel com sua voz estrondosa queria um
relacionamento mais íntimo com eles e estava se revelando na
pessoa de Jesus de Nazaré.

a. João não apenas usou a linguagem da aliança, mas também usou


uma analogia para seu ministério de que seus ouvintes tinham
entendimento. Quando João se chamava "amigo do noivo", ele
estava se referindo ao costume de casamento judaico do
"shoshbin". O shoshbin era semelhante ao conceito de "padrinho

92
mais próximo do noivo”, mas com mais responsabilidades. Ele
contribui financeiramente para o casamento e ajudava a cuidar das
coisas para o noivo. Ele até ajudava a guardar a noiva e a vigiá-la
para o noivo. Ele se alegrava em ouvir a voz do noivo ao m da
cerimônia e em ver que a noiva finalmente pertencia ao noivo.

b. João entendeu que seu propósito não era atrair o povo para si
mesmo, mas ser o mordomo da noiva como propriedade amada de
YHWH.

c. Você olha para a igreja de Cristo, da mesma forma que ele


olha? O seu ministério e serviço realmente é fruto de um
desejo de ver a noiva mais perto do noivo, ou mais perto
de você?

d. Como você se sentiria se Deus usasse outra pessoa ou


outra organização? E se Deus enviasse avivamento em
outro lugar? João 1:35

Arrependimento
1. Israel naquele tempo presumiu que estava "qualificado" para a
libertação de Deus. O que os “qualificava” na escrita apocalíptica
da época era a ideia de que eles eram a única nação dentre todas
as nações a ter recebido a lei de Deus. Em alguns desses
escritos, o mundo foi criado com o propósito de abençoar Israel:
Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu
batismo, disse-lhes: — Raça de víboras! Quem deu a entender que
vocês podem fugir da ira que está por vir? Produzam fruto digno de
arrependimento! E não pensem que podem dizer uns aos outros:
“Temos por pai Abraão”, porque eu afirmo a vocês que Deus pode fazer
com que destas pedras surjam filhos a Abraão. E o machado já está
posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore que não produz bom
fruto é cortada e lançada ao fogo. Mateus 3:7-10 1.

93
a. Na mente dos Israelitas, seu principal problema era Roma e a
opressão dos gentios, e eles estavam procurando libertação para
este problema. No entanto, havia uma questão muito mais iminente
na pregação de João. O maior problema de Israel não era Roma.
Era Deus.

2. Da mesma forma, nossos principais problemas não são o que


pensamos que são. Nossa principal questão é Deus. Israel pensou
que Roma era um problema, assim como nos preocupamos com os
sistemas dessa era, mas Roma não era, em última análise, maior que
o Egito. Quando Deus terminou com Faraó, não havia nada que ele
pudesse fazer e Deus trouxe Israel ao poder. Deus pode destruir um
império em um momento. Os deuses desta época não o ameaçam.

3. A maior oposição de Deus não era o poder militar de Roma, era a


resistência de Israel a Ele, porque o maior problema do homem é sua
incompatibilidade com Deus. Esse problema deve ser tratado para
que as pessoas sejam preparadas para Deus.

4. Ao batizar os judeus, João estava comunicando uma realidade


poderosa à nação. A imersão em água era um dos meios pelos quais
um gentio se convertia ao judaísmo e agora João estava
"convertendo" os judeus ao seu próprio reino vindouro.
Nós também vivemos em um tempo onde muitos cristãos precisam se
converter a um cristianismo bíblico.

5. A nação inteira ficou chocada ao saber que não havia segurança


inerente em sua identidade como olhos de Abraão, nem nada ganho
por seu sofrimento. Sem ser através arrependimento, eles não tinham
mais garantia de entrar no Reino vindouro do que os próprios gentios.

6. João anunciou que não havia garantia corporativa. A resposta do


indivíduo à vontade de Deus é significativa para sua participação nas
bênçãos do Reino de Deus prometido a Israel. Embora Deus
cumprisse Sua promessa ao Israel nacional, a nação seria composta
de pessoas arrependidas. Nem todo Israel era o verdadeiro Israel
(Romanos 9: 6). João ofereceu um batismo de arrependimento para
remissão, ou perdão dos pecados. Esta também foi uma proclamação
impressionante. João estava oferecendo perdão além dos sacrifícios
do templo que acontecia em Jerusalém. É difícil mensurar o quanto
essa mensagem foi desafiadora para seu público judeu. E foi assim
que João Batista apareceu no deserto, pregando batismo de
arrependimento para remissão de pecados. Marcos 1:4

94
Lição 3 A Mensagem do Precursor em Mateus 24 e 25

A. Os precursores preparam o caminho para o Senhor preparando


as pessoas para responder corretamente a Jesus no fim dos
tempos, tornando conhecidos Seus planos. Deus levanta
precursores como um ministério para as multidões antes que a
intensidade das atividades do Senhor no Tempo do Fim comecem
de maneira positiva (reavivamento) e negativa (julgamento).
Essas atividades expressam o amor e a sabedoria de Deus.
B. À medida que eventos intensos começam a acontecer, muitos
tendem a perder sua perspectiva e objetividade ao ver o amor e a
sabedoria de Deus. Aqueles que vêem o que Deus está fazendo
como bíblico e como expressão de Seu amor e sabedoria são
capazes de colocar seu coração na resolução de participar com o
Senhor em Seus propósitos em vez de resistir ou negligenciá-los
com medo, confusão e ofensa.

JESUS ENSINOU A MENSAGEM DO PRECURSOR

a. O melhor ensino sobre o ministério precursor na Bíblia foi dado por


Jesus em Mateus 24-25. Jesus nos deu os sinais dos tempos,
advertências importantes, as respostas que Ele quer de nós (Mt.
24:45- 25:30), e Sua resposta a nós (Mt. 25:21) e às nações (Mt.
25:31).
Não é suficiente estar casualmente ciente de Mateus 24-25. Devemos
estar tão familiarizados com ele que possamos pensar livremente, falar
sobre ele e orar sobre ele. Jesus deu detalhes sobre Seus julgamentos
contra o Anticristo no livro do Apocalipse.

b. Em Mt. 24-25, Jesus ensinou sobre o fim dos tempos (Mt. 24:3-44)
e então aplicou em três parábolas àqueles que Ele chamou para a
liderança (Mt. 24:45-25:30), antes de descrever Seu julgamento das
nações (Mt. 25:31-46). Esses dois capítulos são “um ensinamento”
que se concentra em preparar Seu povo.

c. Jesus ensinou estrategicamente sobre os temas-chave que


Ele queria que entendêssemos e proclamássemos.

1. Os primeiros sinais dos tempos (Mt 24:3-8)

95
3 “Qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?”...7 “Pois se
levantará nação contra nação, e reino contra reino. E haverá fomes,
pestes e terremotos... 8 Tudo isso é o princípio das dores”. (Mt. 24:3-8)

2. A intensa resistência contra Seu povo (Mt. 24:9-10)

9 Eles os entregarão à tribulação e os matarão... vocês serão odiados


por todas as nações por causa do meu nome... 10 muitos se
escandalizarão, trairão uns aos outros... (Mt. 24:9-10)

3. Decepção abundante (Mt. 24:11)

11 Então muitos falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos.


(Mt.24:11)

4. A ilegalidade e a falta de amor (traição e crueldade)


serão abundantes na sociedade (Mt. 24:12)

12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. (Mt.


24:12)

5. A necessidade de perseverança (Mt. 24:13)

13 Mas aquele que perseverar até o fim será salvo. (Mt. 24:13)
O poder de Deus na pregação do evangelho a todas as nações (Mt.
24:14)
14 Este evangelho do reino será pregado... a todas as nações.. (Mt.
24:14)

6. O surgimento da adoração mundial do Anticristo e do


sistema econômico relacionado à abominação da desolação
(Mt. 24:15)

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15 Você vê a abominação da desolação... em pé no lugar santo... (Mt.
24:15)

7. As grandes pressões em Jerusalém (Mt. 24:16-20)

16 Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes. 17 Quem


estiver no eirado não desça para tirar nada de sua casa... (Mt. 24:16-17)

8. As pressões sem precedentes da Grande Tribulação (Mt. 24:21_22)


21 Haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do
mundo... 22 Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se
salvaria... (Mt. 24:21-22)

9. A abundância de falsas alegações sobre a volta de Jesus


(Mt. 24:23-26)

23 Se alguém vos disser: “Eis aqui o Cristo!”... 26 Se vos disserem:


“Eis que está no deserto!”... ou “Está nos aposentos!” não acredite
nisto. (Mt. 24:23-26)

10. Jesus virá no céu para consertar as coisas erradas nas nações
(Mt. 24:27-31)

30 Todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem


vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória. 31 Ele
enviará os seus anjos... e eles reunirão os seus eleitos... de uma
extremidade do céu à outra. (Mt. 24:27-31)

11. O comando para reconhecer os sinais dos tempos à medida


que eles aumentam (Mt. 24:32-36)

32 Aprenda esta parábola da figueira: Quando o seu ramo já está


tenro e brota folhas, você sabe que o verão está próximo. 33 Assim
também vocês, quando virem todas essas coisas, saibam que está
próximo, às portas! (Mt. 24:32-33)
12. O fato de que a maioria das pessoas não reconhecerá os sinais
(Mt. 24:37_39)

97
37 Como foram os dias de Noé, assim também será a vinda do Filho do
Homem... 38 Eles comiam e bebiam... até o dia em que Noé entrou na
arca, 39 e não sabiam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. [morte
física]... (Mt. 24:37-39)

13. O número sem precedentes de mortes (Mt. 24:40-41). Os


discípulos perguntaram: “Para onde serão levados?” Eles serão
“levados na morte” conforme indicado por eles estarem no local onde
as aves de rapina (abutres ou águias) se reúnem sobre seus
cadáveres (Lc. 17:36-37).

38 O dilúvio... levou todos eles, assim também será a vinda do Filho do


Homem. 40 Então dois homens estarão no campo: um será levado e o
outro deixado. 41 Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será
levada e a outra deixada. (Mt.24:37-41)

36 Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro deixado.


37 Eles responderam e lhe perguntaram: "Onde, Senhor?" Então
Ele lhes disse: “Onde estiver o corpo, ali se ajuntarão as águias”.
(Lucas 17:36-37)

14. A ordem de vigiar para evitar sofrer perdas neste momento


(Mt.24:42-44)

42 Vigiai, pois, porque não sabeis a que horas vem o vosso Senhor. 43
Mas saibam isto, que se o dono da casa soubesse a que horas o
ladrão viria, ele teria vigiado e não permitido que sua casa fosse
arrombada. (Mt. 24:42-43)

15. Jesus então deu três parábolas (Mt. 24:45-25:30) para equipar
os líderes para viver em prontidão para a dinâmica única da
geração na qual o Senhor retornará.

16. Jesus se sentará em Seu trono terreno como o Rei que julga
todas as nações (Mt. 25:31-46).

98
31 Quando o Filho do Homem vier em Sua glória... Ele se assentará no
trono de Sua glória [em Jerusalém]. 32 Todas as nações serão reunidas
diante dele... (Mt. 25:31-32)

AS TRÊS PARÁBOLAS DA LIDERANÇA

A) Jesus disse que Ele viria rapidamente (Ap 22:7, 12, 20) e que
devemos viver em prontidão porque o cenário do fim dos tempos
começaria em um momento que não esperaríamos naturalmente
(Mt. 24:44) . Precisaremos da ajuda do Espírito para reconhecer os
sinais dos tempos e responder corretamente.
44 Vocês também estão prontos, pois o Filho do Homem virá em uma
hora que vocês não esperam. (Mt. 24:44)
B) Parábola 1: A demora de Jesus é menor do que o esperado. A
parábola dos servos fiéis e sábios (Mt. 24:45-51) nos ensina que
haverá dois tipos de líderes que confessam seguir a Cristo. As duas
qualidades nas quais Jesus quer que Seus líderes se concentrem são
serem fiéis e sábios 45 Quem, pois, é um servo fiel e sábio, a quem
seu senhor pôs como governante? (Mt. 24:45)

C) Parábola 2: A demora de Jesus é maior do que o esperado. A


parábola das virgens sábias e loucas (Mt 25:1-13) enfatiza a
necessidade de cultivar a intimidade com Jesus como nosso
Deus Noivo. Alguns líderes com bons motivos trabalharão duro,
mas negligenciarão o cultivo da intimidade com Deus.
1 Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando
as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. 2 Ora, cinco deles
eram sábios e cinco loucos. 3 As loucas pegaram as suas lâmpadas e
não levaram azeite, 4 mas as prudentes levaram azeite... (Mt. 25:1-4)

D) Parábola 3: A demora de Jesus é mais difícil do que o esperado. A


parábola do mordomo fiel (Mt. 25:14-30) se concentra em ser fiel em
nossa tarefa de vida quando ela é pequena e difícil. A essência do
temor de Deus é saber que Deus vê e recompensa o que estamos
fazendo.
23 Tudo o que fizerem, façam-no de todo o coração, como ao Senhor e
não aos homens, 24 sabendo que do Senhor vocês receberão a
recompensa... porque vocês servem ao Senhor Cristo. (Col. 3:23-24)

a. A mensagem nesta parábola é que devemos ser fiéis


99
(diligentes) e bons (piedosos) com um espírito de servo
(humildade) no contexto de nosso chamado ou designação de
vida, mesmo quando for difícil (v.24) e pequeno ( v. 21). Nossa
tarefa (esfera de influência) pode ser pequena aos olhos do
homem, mas é tão importante aos olhos de Deus que Ele
recompensa grandemente Seu povo por perseverar nela.
Devemos ser motivados por quão importante é nosso trabalho
aos olhos de Deus mais do que por quão grande é aos olhos do
homem. A mensagem é que Deus vê e recompensa nossos
esforços e que pode haver perda de recompensa.

21 Muito bem, servo bom e fiel; Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei... 24 Aquele que recebeu um talento... disse: Senhor, eu
sabia que eras homem duro, que ceifas onde não semeaste... 25 com
medo, foi e escondeu o seu talento na terra...”26 Seu senhor... disse-
lhe: “Servo mau e preguiçoso...” (Mt. 25:21-26)

b. Os pecados dominantes que tentarão os servos de Deus na


geração em que o Senhor retornara são a maldade (luxúria) e a
preguiça. O aumento dramático e acessibilidade da mídia
(entretenimento) apresenta uma geração inteira em todo o
mundo com novas tentações. A qualidade e quantidade de
entretenimento de mídia (pornografia, videogames, Facebook,
Twitter, esportes, filmes, notícias, talk shows, etc.) leva as
pessoas a se preocuparem com a vida de celebridades, amigos
e estranhos, etc. de muitos crentes hoje é a preguiça com sua
procrastinação e mentalidade ociosa. Eles recusam a maldade
com sua luxúria (pornografia, cobiça, etc.), mas cedem à
preguiça.

1 Saiba que nos últimos dias virão tempos difíceis: 2 Os homens serão
amantes de si mesmos, amantes do dinheiro... 3 sem domínio
próprio...4 e amantes dos prazeres... (2Tm 3:1-4)

c. Conclusão: Como servos sábios e fiéis (a mensagem da


parábola no 1), fazemos o trabalho que Ele nos dá. Isso é muito
mais do que apenas ficar ocupado. É preciso trabalho para nos
envolvermos com a obra do Espírito em nosso coração à medida
que adquirimos o “óleo da intimidade” (parábola n•2).
A mensagem da parábola n• 2 é que o que ganhamos em nossa
intimidade com Deus pode ser perdido (Mt 25:8). É preciso trabalho
para nos engajarmos na obra de Deus enquanto servimos
diligentemente aos outros (parábola n•3).

100
A mensagem da parábola 3 é que nossos menores esforços não serão
esquecidos por Deus (Mt. 25:21); portanto, eles não podem ser
perdidos.

d. Nas parábolas 2 e 3, Jesus desenvolveu o chamado para


ser sábio (25:1_13) e fiel (25:14-30). Devemos ser sábios
tomando tempo para vigiar (de modo a cultivar intimidade
com Jesus) e ser fiéis sendo diligentes em nosso trabalho
(cultivando o temor de Deus). Devemos vigiar e trabalhar.
e. Jesus conecta ser sábio a vigiar diante do Deus Noivo que
nos ama. Jesus conecta ser fiel a trabalhar com diligência no
temor de Deus. Não há contradição entre cultivar a intimidade
com nosso Deus Esposo, que é cheio de ternura, e entender
nossa responsabilidade perante Ele. Essas parábolas são
incompletas por si mesmas. Eles reúnem o amor de Deus e o
temor de Deus. A revelação do Esposo por si só leva alguns à
preguiça; a revelação de nossa responsabilidade para com Ele
por si só leva alguns à dureza.

Características de João a serem copiadas


1) Apaixonado pela revelação de Jesus
Um precursor é apaixonado por quem Jesus é e ama conhecer novos
atributos sobre o noivo Rei. (Gl 1:12, Ap 1:1)

2) Sacerdote
Assim como a família de João Batista era uma casa sacerdotal e
preparou um lugar pra João ser formado e exercer seu chamado
sacerdotal, mesmo sendo um sacerdote peculiar aos do ofício. Da
mesma forma nós somos chamados a exercer nossa natureza
sacerdotal. Ministrando a Deus e aos homens e influenciando outros a
se engajarem na missão e história de Deus.

3) Comprometido e perseverante
Permanece na palavra que recebeu, ainda que não aconteça nada
aparentemente ou que as circunstancias pareçam ir contra o
cumprimento (Ap 2.3)

4) Radicais – Nazireus de Deus


Aquele que toma decisões que ninguém quer tomar. O que mais jejua,
o que mais ora, os que mais estuda, disposto a abrir mão do estilo de
101
vida facil dos que estão ao seu redor, pois deseja sempre conhecer
mais a Deus.
Nazireu: separado, purificado, feito para refletir a glória de Deus,
elevado acima do normal e que recebeu autoridade sobre a nação.

5) Amigo de Deus
O que se posiciona em cultivar um relacionamento íntimo com Jesus e
deseja fazer somente aquilo que ele vê o Pai fazer. (Jo 3:29)
“Por acaso, o Senhor Deus faz alguma coisa sem revelar aos seus
servos (amigos) os profetas? Amós 3:7

6) Humildade
Se dispõe a abrir caminho para que outros cheguem mais longe, mais
rápido e até fazer mais do que você fez. O coração precursor não tem
espaço para o orgulho, ele se doa para que o Noivo seja cada vez mais
conhecido.

A. O estilo de vida de um precursor, é uma vida parecida com a de


João, um homem que dedicou toda sua vida para servir seu amigo.
E para manter seu coração aquecido e atento, João se dedicava em
algumas disciplinas que aqui iremos chamar de 7 votos, votos esses
que João tinha e seguia diligentemente para se manter firme na
preparação do caminho para Jesus.

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7 Votos de um Precursor
1. Orar Diarimente
a. Devocional
b. Orar em Linguas
c. Orar a Biblia
d. Falar diretamente
e. Meditar na Lei
f. Silencio

2. Jejuar Semanalmente
a. Revelação do fim
b. Cumprimento de promessas
c. Direção do Espirito
d. Intimidade com Jesus

3. Viver em Santidade
a. Deus é o único que satisfaz
b. Ele está conosco
c. Deus nos criou para a felicidade
d. Nazireus
e. Coração Obediente

4. Praticar Justiça
a. Justiça em mim
b. Justiça entre nós
c. Justiça através de nós

5. Liderar com Diligência


a. Discipular os mais novos
b. Ir a frente ao servir
c. Solucionador de problemas

6. Doar generosamente
a. 10% é o mínimo

103
b. Sustentar alguém
c. Semear muito e sempre

7. Pregar com Ousadia


a. Testemunha fiel
b. A verdade é uma pessoa
c. O espírito da verdade

B. Que sejamos provocados pela vida de João Batista, pra seguir esse
caminho de preparação para a segunda vinda de Jesus.
C. A vida intencional de Joao permitiu que ele visse o que outros não
conseguiam ver. Assim como João, você pode conhecer a Jesus pelo
espírito e pela palavra mesmo que não o tenha visto.

D. A maior conquista de João não foi sua pregação. Foi montar o palco
para o Pai falar sobre seu Filho.
E. Estamos vivendo nossas vidas preparando um palco para o Pai falar
sobre o seu Filho? Esse é o principal objetivo do nosso ministério?
Estamos dispostos a diminuir, como João, quando o Pai falar? Ou
estamos buscando dividir o palco com o Filho?

F. Você já considerou o grande privilégio que temos de prepararmos a


terra para Jesus?
G. Não somos dignos de tamanha honra que é apresentar o Filho divino
ao mundo, e ainda assim o Pai nos comissionou para assumir essa
tarefa.
H. João renunciou o seu ministério pelo ministério de jesus. Ele viveu a
sua vida para ver o chamado de jesus surgindo em força. Quando
isso aconteceu, ele estava disposto a ver seu ministério
extremamente breve terminar porque o seu sucesso estava em Jesus.
I. João é costumeiramente chamado de precursor de jesus, e nós temos
a mesma tarefa de preparar as nações para amar e receber Jesus.
Esse chamado em sermos precursores se resume em uma pergunta:
Você renunciara o seu chamado pelo chamado de Jesus?

PREPAREM O CAMINHO PARA O SENHOR.

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