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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MOÇAMBIQUE

Licenciatura em Contabilidade & Auditoria

RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO NA EMPRESA PRO-CONSULT, CIDADE


DE MAPUTO, NO PERÍODO DE 6 DE OUTUBRO DE 2022 À 18 DE AGOSTO DE
2023.

Zeinil Nordine
20180489

Maputo, Outubro de 2023


RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO NA EMPRESA PRO-CONSULT, CIDADE
DE MAPUTO, NO PERÍODO DE 6 DE OUTUBRO DE 2022 À 18 DE AGOSTO DE
2023.

Relatório de Estágio Académico apresentado em


cumprimento parcial dos requisitos exigidos para a
obtenção do grau de Licenciatura em Contabilidade e
Auditoria pelo Instituto Superior de Ciências e
Tecnologias de Moçambique.

Zeinil Nordine
20180489

Supervisor: Dr. Abílio Muchanga

Maputo, Outubro de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAS DE COMUNICACAO
(ISCTEM)

Declaracao

Para os devidos efeitos e fins convenientes, eu, Abílio Muchanga, docente do ISCTEM,
declaro que, na qualidade de supervisor do estudante Zeinil Nordine, no ano de 2023 ,cujo
tema é relatório de estágio realizado na empresa Pro-Consult, cidade de maputo, no período
de 6 de outubro de 2022 à 18 de agosto de 2023. Após a análise do trabalho, julgo que o
mesmo está em condições para ser apresentado perante um júri para a defesa público.

Sem mais, saudações académicas.

Maputo, 3 de Outubro de 2023

(Abílio Muchanga)

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Agradecimentos

Na conclusão deste ciclo importante queria agradecer aos meus amigos e familiares. Em
especial, aos meus pais, por todo o apoio prestado ao longo de vários anos, principalmente, o
grande sacrifício realizado para concretizar esta oportunidade.

À “família” Pro-Consult, Lda., e em particular ao Sr. Almirante Mombe e ao Sr. Edilson


Chume pelo acolhimento, apoio, ajuda e cooperação ao longo do estágio.

Aos meus chefes e colegas de trabalho da Pro-Consult por toda a ajuda.

Ao meu orientador, Professor Dr. Abílio Muchanga, pela ajuda, orientação e disponibilidade.

A todos,

muito obrigado.

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Resumo

O presente relatório de estágio académico visa descrever as actividades desenvolvidas ao


longo do estágio académico para efeito de culminação do curso licenciatura de contabilidade
e auditoria realizado na Pro-Consult, que presta serviços nas áreas da contabilidade,
fiscalidade e auditoria. O estágio teve a duração de dez meses e teve como objectivo o
desenvolvimento do estágiario de um conhecimento profissional na área da contabilidade
financeira para facilitar a futura integração no mercado laboral. O trabalho desenvolvido foi
muito enriquecedor, pois permitiu o contacto directo com as atividades efetuadas e desta
forma ter algum conhecimento da vida profissional esperada no futuro, essencialmente,
durante as aulas do curso de Contabilidade e Auditoria no ISCTEM.

O estágio académico tinha como objectivo favorecer a introdução no mundo laboral


possibilitar uma experiência profissional mínima em ambiente de trabalho; possibilitar um
contacto com trabalhadores, por forma a criar e desenvolver hábitos de colaboração e de
convivência proprias desse meio, estimular uma reflexão a volta das situações a serem
vividas nos locais de estágio e o desenvolvimento das soluções, complementar formação
académica permitindo estabelecer o confronto entre os cochecimentos teóricos obtidos no
ISCTEM com a realidade do mercado de trabalho.

Durante o estágio foram desenvolvidas actividades relacionadas com a recepção de


documentos, organização e arquivamento da informação, classificação e lançamento dos
documentos, apuramento do IVA, preenchimnto de obrigações fiscais e a preparação das
demonstrações financeiras, Estas actividades foram executadas tendo o estágiario
consolidado conhecimentos referentes a área de contabilidade e fiscalidade.

PALAVRAS-CHAVE:Contabilidade, Fiscalidade, Impostos

iii
Abstract

This academic internship report aims to describe the activities developed throughout the
academic internship for the purpose of culminating the accounting and auditing degree course
carried out at Pro-Consult, which provides services in the areas of accounting, taxation and
auditing. The internship lasted ten months and aimed to develop the intern's professional
knowledge in the area of financial accounting to facilitate future integration into the labor
market. The work carried out was very enriching, as it allowed direct contact with the
activities carried out and thus having some knowledge of the professional life expected in the
future, essentially, during classes on the Accounting and Auditing course at ISCTEM.

The aim of the academic internship was to encourage introduction into the world of work and
provide minimum professional experience in a work environment; enable contact with
workers, in order to create and develop habits of collaboration and coexistence typical of this
environment, stimulate reflection on the situations to be experienced in internship sites and
the development of solutions, complement academic training allowing to establish a
confrontation between the theoretical comparisons obtained at ISCTEM with the reality of
the job market.

During the internship, activities related to receiving documents, organizing and archiving
information, classifying and posting documents, calculating VAT, completing tax obligations
and preparing financial statements were developed. the area of accounting and taxation.

KEYWORDS: Accounting, Taxation, Taxes

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LISTA DE SIGLAS

CIRPS – Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado

CMVMC – Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas

DACP – Demonstração de Alterações do Capital Próprio

DF´s – Demonstrações Financeiras

DR – Demonstração dos Resultados

IRPS - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

ISCTEM - Instituto Superior de Ciência e Tecnologia de Moçambique

IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado

NCRF – Norma Contabilista de Relato Financeiro

OCAM - Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique

TOC - Técnico Oficial de Contas

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Índice
Agradecimentos..........................................................................................................................ii

Resumo.....................................................................................................................................iii

Abstract.....................................................................................................................................iv

LISTA DE SIGLAS...................................................................................................................v

CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO.................................................................................................1

1.1. Justificativa..........................................................................................................................2

1.2. Objectivos............................................................................................................................3

1.2.1. Geral.................................................................................................................................3

1.2.2. Específicos.......................................................................................................................3

CAPÍTULO II- METODOLOGIA.............................................................................................4

CAPÍTULO III- REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................5

3.1. Origem e Objetivos da Contabilidade.................................................................................5

3.2. O Papel do Contabilista.......................................................................................................6

3.3. Áreas de Actução do Contabilista.......................................................................................7

3.4. A Contabilidade como Sistema de Informação...................................................................8

3.5. Operações de Encerramento de Contas...............................................................................9

3.5.1. Cálculo das Depreciações e Amortizações do Exercício...............................................10

3.5.2. Cálculo das Imparidades................................................................................................11

3.5.3. Aplicação do Regime do Acréscimo..............................................................................12

3.5.4. Apuramento do CMVMC...............................................................................................13

3.6. Demonstrações Financeiras...............................................................................................14

3.6.1. Importância e Objectivos................................................................................................15

3.6.2. Balanço...........................................................................................................................16

3.6.3. Demonstração dos Resultados........................................................................................17

3.6.4. Notas Explicativas..........................................................................................................18


3.6.5. Demonstração de Alterações de Capital Próprio............................................................19

CAPÍTULO V- APRESENTAÇÃO DA EMPRESA E ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS


PELO ESTAGIÁRIO...............................................................................................................20

5.1. Apresentação da Empresa.................................................................................................20

5.1.1. Organização da Empresa e Principal Actividade...........................................................20

5.1.2. Clientes, Recursos e Missão, Visão Valores..................................................................21

5.2. Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio...................................................................23

5.2.1. Recepção e Arquivo de Documentos Contabilísticos e Fiscais.....................................23

5.2.2. Classificação dos Documentos Contabilísticos..............................................................24

5.2.3. Registo Informático dos Documentos Contabilísticos...................................................24

5.2.4. Apuramento e Preenchimento de Declarações Fiscais...................................................25

5.2.5. IVA – Modelo A............................................................................................................25

5.2.6. Retenção na Fonte – Modelo 19.....................................................................................26

5.2.7. Produção Análise do Balancete......................................................................................27

5.2.8. Elaboração das Demonstrações Financeiras e Prestação de Contas...............................29

CAPÍTULO VI- RELAÇAO ENTRE A FORMAÇAO ACADEMICA E A OBTIDA NO


AMBIENTE DE TRABALHO................................................................................................30

4.1. Contabilidade Financeira...................................................................................................30

4.2. Fiscalidade.........................................................................................................................31

4.3. Ética e Deontologia Profissional.......................................................................................32

4.4. Avaliação Crítica do Estágio.............................................................................................33

CAPÍTULO VII- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................................35

5.1 Conclusão...........................................................................................................................35

5.2. Recomendações.................................................................................................................36

6. Referências Bibliográficas...................................................................................................38

ANEXOS..................................................................................................................................41
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO

O presente documento refere-se ao relatório de estágio do curso de Licenciatura em Contabilidade


e Auditoria, realizado na Pro-Consult, Lda. em Maputo, dando início no dia 6 de Outubro de 2022
à 18 de Agosto 2023.
Os autores Machineski, Machado e Silva (2011), defendem que o estágio serve como uma
ferramenta integradora de pessoas em que ocorre a conexão entre o estudante e o seu orientador, e
o contacto com todos os outros profissionais que se encontram na empresa, o que torna uma
oportunidade para aumentar o potencial do estudante. Para o estudante, o estágio reduz as
dificuldades e o impacto de adaptação no futuro profissional, ajuda a decidir se em relação a
profissão escolhida, aprimorar e adquirir mais conhecimentos práticos e aumenta a rede de
contactos em preparação para o futuro mercado de trabalho.
O estágio é uma chance que o académico tem para desenvolver conhecimentos e habilidades nas
áreas de interesse do estudante. Dessa forma, o conhecimento é algo que se constrói e o estudante,
ao levantar situações problemáticas nas organizações, propor sistemas, avaliar planos ou
programas, bem como testar modelos e instrumentos, está também ajudando a construir
conhecimento, podendo assim aplicar melhor os conhecimentos teóricos as práticas
organizacionais ( Tracz & dias, 2011)
A finalidade essencial de todo e qualquer curso de graduação é fornecer ao estudante o suporte
teórico e prático necessário à capacitação para a atuação profissional. Para tanto, é fundamental
promover ao discente o acesso a experiências durante sua formação, que além do conhecimento
técnico, propiciem o contato direto com o exercício da profissão e possibilitem a reflexão acerca
dos aspectos práticos e éticos intrínsecos a sua futura carreira. Nesse sentido, Almeida e Pimenta
(2014) comentam que no decorrer da graduação são originadas e desenvolvidas as competências
técnicas e comportamentais de um profissional qualificado.
Durante o estágio, esses conhecimentos passam por transformações e o aluno estagiário reconstrói
seus saberes e habilidades a partir de suas experiências adquiridas em contato com seu futuro
contexto de trabalho.
Desse modo, o estágio constitui uma atividade de suma importância, posto que através dele, o
aluno vivencia a realidade da profissão do seu curso de graduação, obtendo preparo e aprendizado
para tornar-se um profissional íntegro e qualificado
O relatório engloba de modo geral todo o programa realizado no período do estágio apresentando,
no entanto, todas as actividades desenvolvidas e as principais abordagens teóricas.
Relativamente a estrutura do relatório de estágio, este encontra-se dividido em quatro capítulos. O
primeiro capítulo corresponde à introdução. Quanto ao segundo capítulo, este versa sobre a

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apresentação da instituição e é constituído pelo histórico, pela estrutura orgânica, missão, visão e
bem como pelos objectivos. O terceiro capítulo é dedicado a descrição das actividades
desenvolvidas e das principais discussões teóricas referentes as mesmas. Por fim, as conclusões e
recomendações.

1.1. Justificativa

O estagiário optou pela realização do estágio académico e a realização do respetivo relatório,


para a obtenção do grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, deve-se ao facto de o
estagiário estar disposto a adquirir a experiência profissional tão reconhecida no domínio
empresarial, pois pretendia contactar com a realidade diária da profissão e com as tarefas que
estão inerentes a esta. A colocação em prática de tudo o que absorveu ao longo da sua vida
académica, bem como a confrontação com novos problemas e desafios associados à contabilidade
e à fiscalidade foram outros factores motivacionais importantes para o estagiário.

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1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
Descrever as actividades desenvolvidas durante o período de estágio académico

1.2.2. Específicos
 Recepção e classificação de documentos de acordo com o PGC
 Apuramento e preenchimento das declarações fiscais
 Lançamento no sistema de contabilidade (Cache)
 Produção e análise do balencete do final do período
 Elaboração das demonstrações financeiras.

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CAPÍTULO II- METODOLOGIA

A elaboração deste relatório foi possível graças a, numa primeira fase, uma observação
participante e directa das tarefas realizadas habitualmente no departamento de contabilidade.
Após a compreensão destes conhecimentos foram estes colocados em práctica, passando a
realizar as mesmas tarefas que antes apenas tinha observado.
Para obtenção da informação analisada, procedeu-se a pesquisa bibliográfica, que consistiu na
busca de conceitos teóricos em livros, artigos científicos, publicações em jornais e Internet, de
matérias relacionados com a contabilização das subvenções governamentais, com vista a
definição dos principais conceitos usados ao longo do trabalho.
Por forma a melhor conhecer e caracterizar a entidade acolhedora, as técnicas utilizadas foram a
recolha da informação junto dos responsáveis e colaboradores da entidade.
Para a realização das principais tarefas do estágio, conforme descritas no Capítulo V, foram, para
além da recolha de informação junto dos colaboradores da entidade , houve necessidade também
de recorrer a pesquisa documental da legislação relevante para prática da contabilidade e
prestação de contas das entidades públicas moçambicanas e para além da análise documental,
também para o presente trabalho recorreu-se ao método descritivo para abordar aspectos relativos
ao tratamento contabilístico das subvenções governamentais recomendado pelas NIRF, assim
como à luz do PGC-NIRF.

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CAPÍTULO III- REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo, é feita a revisão da literatura, apresentamos diversas abordagens de diferentes


autores, é feita a revisão da literatura, incidindo sobre os aspetos que consideramos mais
relevantes.

3.1. Origem e Objetivos da Contabilidade

Para o melhor entendimento da contabilidade, segundo Szuster et al. (2013) A Contabilidade é a


ciência social que tem por objetivo medir, para poder informar, os aspectos quantitativos e
qualitativos do patrimônio das entidades. Constitui um instrumento para gestão e controle, além
de representar um apoio à democracia econômica, já́ que, por seu intermédio, a sociedade é
informada sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos as entidades.

Ainda, segundo Szuster et al. (2013), a Contabilidade é o processo onde suas metas são registrar,
resumir, classificar e comunicar as informações financeiras. Os inputs deste processo são as
transações que a empresa efectua. Os outputs são as Demonstrações Financeiras, no qual é gerado
o banco de dados das empresas. Por exemplo, pode ser citado que a Contabilidade é uma
indústria, onde a sua matéria prima são os dados econômico-financeiros, que são gerados através
dos correctos registros, obtendo como produto final, as Demonstrações Financeiras.

Ou seja, segundo Szuster et al. (2013), o propósito básico da Contabilidade é providenciar aos
diretores, gerentes e administradores da empresa, e todos os interessados, informações relevantes
para uma excelente atuação.

A génese da contabilidade é explicada, segundo a maioria dos autores, pela necessidade sentida
pelo homem de preencher as limitações da memória, mediante um processo de classificação e
registo que lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas,
para que em qualquer momento pudesse saber da sua extensão.(Borges et al 2005:31).

A contabilidade é uma actividade que proporciona informação geralmente quantitativa e muitas


vezes expressa em unidades monetárias, para a tomada de decisões, planeamento, controlo das
fontes e operações, avaliação de desempenho e relato financeiro a investidores, credores,
autoridades reguladoras e ao público, (Da costa et al 2001:40).

A contabilidade é ciência porque possui objecto determinado e método de investigação próprio.


Estuda fenómenos que se verificam de forma universal, apresentando verdades (leis) em torno do
mesmo objecto. (Gonçalves et al 2007:23).
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3.2. O Papel do Contabilista

Devido aos constantes desafios que confrontam a Contabilidade, causados pelas alterações que
acontecem no mundo de negócios e das empresas, o Contabilista sente cada vez mais necessidade
de definir a sua posição na economia global (Ferreira I. M., 2012).

O Contabilista conta com as novas tecnologias de informação, com novos desafios, sendo eles os
principais prestadores da informação para garantirem aos stakeholders a produção de informação
credível à tomada de decisões através do uso de análise de processos e técnicas de gestão.
Contudo, produzir informação útil para a tomada de decisões não é totalmente satisfatório. Assim
é indispensável que o Contabilista assuma um papel ativo no processo de tomada de decisão.de
modo que tenha uma visão vasta, não se restringindo aos números apresentados no balanço, à
classificação de contas e ao cálculo de impostos. (Ferreira I. M., 2012)

Como já foi dito anteriormente, a profissão de Contabilista cada vez mais tem grande influência
sobre os negócios, especialmente, por estes serem os principais produtores da informação
financeira. Assim, esta profissão passou a ocupar um papel importante na sociedade. Mesmo
assim, depara-se com uma variedade de situações que podem colocar em causa a ética e moral
dos Contabilistas no processo de tomada de decisão. A ética, como ato de excelência empresarial
funciona, por isso, como uma ferramenta indispensável no processo de tomada de decisões nas
organizações (Barata, 1996).

É possível verificar que os Contabilistas podem viver um dilema ético na sua profissão, pois no
seu quotidiano devem fazer escolhas. Para um Contabilista, a ética é mais do que um conceito. A
ética é uma peça fundamental que deve ser levada em consideração em todas as atividades, pois o
Contabilista é considerado responsável pelos seus atos, desta forma, qualquer ato que colida com
o código de ética profissional, acarreta consequências graves (Kraemer, 2001).

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3.3. Áreas de Actução do Contabilista

Em relação a área de atuação como contador em empresas, segundo Veiga e Santos (2016),
quando os empreendedores são iniciantes, com o objetivo de conquistar clientes, possuem a
tendência de precificar as coisas de forma incorreta. Alguns quantificam mal seus custos e
despesas e ofertam os seus serviços, e depois, surgem dificuldades para entrega dos serviços e
produtos por falta de caixa, e ainda, outros cobram o que o mercado suporta e assim acabam
perdendo mercado, incentivando a concorrência. Assim, fica ainda mais evidenciada a
importância do profissional contábil nas empresa.

Em relação ao trabalhador independente (autônomo), hoje em dia, é comum os contadores


trabalharem em escritórios como autônomos, ou seja, mediante um contrato, ao invés de serem
registrados . Quando têm autonomia, geralmente estes profissionais conseguem realizar melhor as
suas tarefas, pois eles estão livres de hierarquias e subordinações. Sendo uma área bem comum
para aqueles que não querem obter um vínculo empregatício, e que ainda não podem tornar-se
administradores de uma empresa própria (Fenacon, 2017).

Já nos órgãos públicos, segundo Araújo e Arruda (2009), o comando dos interesses da
coletividade, por meio da administração pública, cabe ao administrador público, sendo ele efetivo
ou temporário, denominado responsável pela gestão dos negócios do Estado. O administrador
público possui competência decisória, tem poderes e funções para exercer, mas também possui
deveres específicos a serem cumpridos, e responsabilidades próprias. Compete a ele planeiar,
dirigir, acompanhar e controlar os projetos, as atividades e os programas governamentais, com a
garantia do cumprimento de metas preestabelecidas no plano de governo em relação a
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade.

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3.4. A Contabilidade como Sistema de Informação

No universo empresarial, em particular, uma das principais vias de informação acerca da


atividade das empresas ocorre através do departamento financeiro, mais precisamente da
informação gerada pela Contabilidade. Esta informação contabilística permite, entre outros
objetivos, elaborar as demonstrações financeiras (DF) exigidas pelas normas, determinar o custo
dos produtos e dos serviços, apurar os impostos a pagar, avaliar o desempenho dos Sistemas de
Gestão Ambiental e de Qualidade, proceder a Auditorias e preparar orçamentos (Lopes, 2013)

Segundo Borges, Rodrigues, & Rodrigues (2010), a Contabilidade tem a ver com um sistema de
informação que faculta conhecimento da situação económico-financeira da empresa no seu todo
ou de qualquer uma das parcelas em que se pretenda subdividir. Os mesmos autores também
consideram que a Contabilidade se enquadra no denominado paradigma da utilidade

Em suma, a Contabilidade mostra a situação económica, financeira e fiscal da entidade, isto é, a


sua realidade económica, fundamental para a respetiva gestão. Por outras palavras, citando Lopes
(2013), a Contabilidade “permite preparar indicadores de performance, de utilidade interna e
externa, capazes de satisfazer as principais necessidades de informação por parte dos diversos
utentes”.

Depois do que foi referido anteriormente, é sugerido o conceito de sistema (suporte) de


informação, isto é, um processo onde os factos contabilísticos se transformam em informação
com a finalidade de apoiar os distintos utilizadores na tomada de decisão (Monteiro, 2013)

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3.5. Operações de Encerramento de Contas

A elaboração do encerramento do ano é um processo com muita importância no ano dos


profissionais de contabilidade e visa todos os registos contabilísticos não correntes, com vista ao
apuramento de resultados, elaborações financeiras e demais peças contabilísticas. No entanto, é
necessário que os profissionais da contabilidade entendam bem as regras e os mecanismos da
fiscalidade, que permitem proceder ao encerramento das contas anuais da empresa, e que saibam
lidar com os impactos contabilísticos e fiscais, determinando e gerindo, ao mesmo tempo, os
resultados (Farinha & Cascais, 2011).

Antes de iniciar o encerramento de contas e elaborar as DF´s, é necessário realizar um conjunto


de procedimentos prévios, os quais é necessário desenvolver. Assim sendo, deve-se realizar as
seguintes situações:

Conferência de saldos das contas incluídos no balancete do último mês do exercício económico,
nomeadamente: conciliação dos valores em caixa com as folhas de caixa fornecidas pela entidade;
conciliação das contas de depósitos bancários; mapa das aplicações financeiras mensuradas ao
custo ou ao justo valor; conferência das contas correntes de clientes, fornecedores, Estado,
financiamentos obtidos, acionistas e outros devedores e credores, incluindo os saldos com
empresas do grupo e partes relacionadas; identificação dos valores registados em moeda
estrangeira para o cálculo das diferenças de câmbio tendo como referência o último dia do
exercício económico; verificação de gastos e rendimentos do período tendo em conta os
acréscimos e diferimentos e relação dos processos em contencioso e em mora de clientes e outros
devedores de forma a validar a necessidade de constituição/reforço de imparidades para dívidas a
receber, contagem física dos inventários e a sua valorização, tendo por base o sistema de
inventário (permanente/intermitente) e o método de custeio utilizado, identificação de bens
obsoletos ou de valores contabilísticos superiores ao valor comercial dos bens para proceder aos
ajustamentos. Verificação dos ativos fixos tangíveis e intangíveis, propriedades de investimento
(Cerqueira, 2019).

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3.5.1. Cálculo das Depreciações e Amortizações do Exercício

Segundo Nogueira (2013), depreciações e amortizações são os custos de desgaste de ativos cujo
possui num tempo de vida económica limitada. A depreciação é a redução do valor do bem
(ativos tangíveis) ao longo do tempo. Existem vários métodos para calcular as depreciações e
amortizações. O mais comum é o que define uma vida útil para o bem em questão e divide o valor
do bem por essa vida útil em partes iguais – é o denominado método das quotas constantes assim,
a taxa e a base de cálculo são fixas, será sempre esse valor depreciado ou amortizado em todos os
períodos. Existe ainda os métodos das quotas decrescentes, que deprecia a maior parte do valor
dos bens durante os primeiros anos da sua vida útil e o método das quotas crescentes, que
funciona exatamente ao contrário. As depreciações aplicam-se aos ativos fixos tangíveis e as
amortizações aos ativos intangíveis.

Os ativos fixos não se consomem num só periodo económico, mas sim e em princípio, no número
de anos previstos para a sua vida económica. Por outro lado, à medida que vão sendo usado tais
ativos, a sua utilidade diminui, até se chegar teoricamente a uma atividade nula (valor nulo). Em
síntese, os bens utilizados em suscessivos períodos vão perdendo valor uma vez que a operação
que visa, ao mesmo tempo, a imputação do custo da utilização dos tais ativos pelos diversos
periodos económicos e sua devida atualização, chama-se depreciação ou amortização (Borges,
Rodrigues, & Rodrigues, 2014).

No entanto, Sharm (2015), sustenta que, na prática, a depreciação não é uma quantia
objetivamente determinável, mas sim uma estimativa baseada em julgamentos individuais. Neste
sentido podemos afirmar que, há uma grande necessidade de juízo de valor por parte dos
preparadores da informação financeira em determinar o valor depreciável dos ativos.

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3.5.2. Cálculo das Imparidades

Segundo Borges, Rodrigues, Rodrigues e Rodrigues (2007, p.146), “considera-se que um ativo
está em imparidade quando: A quantia escriturada na contabilidade excede a sua quantia
recuperável; Um ou mais acontecimentos, que ocorreram após o reconhecimento inicial do ativo,
constituírem prova objetiva dum impacto negativo na quantia recuperável do mesmo. As perdas
esperadas como resultado de acontecimentos futuros, independentemente do grau de
probabilidade, não são reconhecidas.

O teste de imparidade ou teste de recuperabilidade de um activo tem como objectivo assegurar


que os activos não estejam registados na contabilidade por um valor acima ou superior àquele
passível de ser recuperado por uso ou venda. (Silva, 2006)

As imparidades acontecem quando um Ativo tem uma quantia recuperável inferior à quantia
escriturada, isto é, o valor que poderemos recuperar é inferior ao descrito na contabilidade.
Existem vários tipos de Imparidade e são elas em dívidas a receber, em inventários, em
investimentos. (Silva & Cruz, 2011)

Deste modo, um ativo encontra-se em imparidade quando a quantia escriturada na contabilidade é


superior à quantia recuperável no futuro pela utilização do mesmo. Os movimentos contabilísticos
relacionados com a imparidade têm como finalidade ajustar os valores pelos quais os ativos estão
escriturados.

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3.5.3. Aplicação do Regime do Acréscimo

Segundo Pena (2013), no que diz respeito ao regime do acréscimo, também designado de
princípio da especialização dos exercícios ou da periodização económica, em termos práticos, o
que releva é que, independentemente do dinheiro em caixa, o lucro se obtém pela diferença entre
rendimentos e gastos. De um modo mais técnico, as transações e outros acontecimentos devem
ser reconhecidos quando ocorrem, sendo registados contabilisticamente e relatados nas
demonstrações financeiras dos períodos com os quais se relacionam. Quanto à assunção de
continuidade, esta significa que, na elaboração das demonstrações financeiras, temos de assumir
que a empresa vai continuar a operar no futuro previsível.

Segundo Nunes (2018), O Regime do Acréscimo (ou da Periodização Económica) é um regime


contabilístico que constitui um dos pressupostos subjacentes da Estrutura Conceptual do IASB
(International Accounting Standards Board) e que define que os efeitos das transações e de outros
acontecimentos devem ser reconhecidos quando eles ocorrem e não quando a caixa ou os
equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos. Tal significa que tais transações e outros
acontecimentos devem ser registados contabilisticamente e relatados nas demonstrações
financeiras dos períodos em que ocorrem. Por exemplo, se uma empresa vende uma determinada
mercadoria, o registo dessa venda deve ser efetuado no momento da venda e não no momento em
que acontece o recebimento do valor da venda.

Desta forma, as demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime do acréscimo dão
informação aos utentes não apenas das transações passadas envolvendo os pagamentos e os
recebimentos de caixa mas também das obrigações de pagamento ou os direitos de recebimento
futuro. Proporciona-se assim aos utentes informação sobre transações e acontecimentos passados
mais ajustadas e úteis para o processo de tomada de decisão

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3.5.4. Apuramento do CMVMC

De acordo com Almeida et al, (2012, p.314), “a conta referente ao custo de mercadorias vendidas
e matérias consumidas (CMVMC), é utilizada para o reconhecimento do custo de matérias
vendidas e matérias consumidas, quer pela sua venda quer pela sua integração no processo
produtivo”.

O cálculo do CMVMC difere segundo o sistema de inventário.

Inventário Permanente

O inventário permanente possibilita que o custo unitário de cada item fabricado ou vendido pela
empresa seja reconhecido a cada movimentação, bem como o saldo físico e financeiro atualizado.
Além disso, uma entidade que possui grande movimentação de materiais tem como vantagem ao
adaptar-se a essa modalidade de inventário não ter necessidade de interromper suas atividades
para a concepção do seu inventário (FRANCO, 1996).

Segundo Padoveze (2009, p. 175) esse sistema de inventário é intitulado como “um sistema de
controle de estoque que apura o saldo em valor das movimentações do item imediatamente após
as suas transações.”

Inventário Periódico

Conforme Iudícibus e Marion (2004, p. 110), uma desvantagem da adoção do inventário


periódico é a de que, por não registrar saída por saída, deixa de detectar saídas não motivadas por
vendas (devoluções a fornecedores, roubos, perdas por incêndios, por enchentes etc.). Como está-
se referindo ao custo dessas saídas (que deixa de ser registrado), o CMV do período obtido poderá
estar distorcido se ocorrerem aquelas saídas não motivadas por vendas.

Segundo Viana (2002, p. 381), “a contagem periódica dos itens existentes é para efeito de
comparação com os estoques registrados e contabilizados em controle da empresa a fim de
comprovar sua existência e exatidão”.

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3.6. Demonstrações Financeiras

O objetivo das DF´s é o de proporcionar informação acerca da posição financeira do desempenho


e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja proveitosa para que um vasto
leque de utilizadores, na tomada de decisões como referido no parágrafo 12 da Estrutura
Conceptual (Guimarães, 2008).

As DF´s têm por objetivo proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho
e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes
na tomada de decisões económicas. No entanto, a informação fornecida não é suficiente para a
tomada de decisões uma vez que retratam acontecimentos passados e exclusivamente financeiros.
As suas quatro principais características qualitativas são a compreensibilidade, a relevância, a
fiabilidade e a comparabilidade (Lopes, 2013).

As DF´s a serem elaboradas devem respeitar as disposições apresentadas na NCRF 1 aquando das
Bases para Apresentação das Demonstrações Financeiras:

 Continuidade, pressupondo que a entidade irá prosseguir com a sua atividade nos períodos
seguintes;
 Regime do acréscimo, as demonstrações financeiras devem seguir o regime do acréscimo,
exceto a demonstração dos fluxos de caixa;
 Consistência de apresentação, prevendo demonstrações financeiras semelhantes de um
período para outro;
 Materialidade e agregação, evidenciando separadamente as rubricas materialmente
relevantes;
 Compensação, não procedendo à compensação de ativos e passivos nem de rendimentos e
gastos;
 Informação comparativa, apresentando os valores relativos ao período anterior para efeitos
de comparação;
 Identificação das demonstrações financeiras, impondo a identificação clara e distinta entre
as diferentes demonstrações financeiras ou outros documentos relevantes;
 Período de relato, sugerindo a periodicidade anual.

Segundo a NCRF 1 o conjunto completo das DF´s é composto pelo balanço, demonstração dos
resultados, demonstração das alterações no capital próprio, demonstração dos fluxos de caixa e
anexo.

14
3.6.1. Importância e Objectivos

Para Braga (2009, p. 65) as demonstrações financeiras têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas
as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de
possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação patrimonial, econômica e financeira.

O uso destas demonstrações pode ser adquirido por qualquer usuário relacionado com a empresa,
sejam eles empregados, acionistas e/ou gestores. Elas são utilizadas principalmente para análises
e auditorias que a empresa possa ter. Braga (2009) destaca que o objetivo das demonstrações, é
fornecer informações que sejam importantes e úteis para a tomada de decisões e para avaliações
feitas pelos usuários, sem ter o propósito de atender a qualquer finalidade ou necessidade
específica.

Padoveze (2011, p. 27) cita que “essas demonstrações básicas (BP e DRE) são complementadas
por outras demonstrações, objetivando alargar a visão sobre o empreendimento, enfocando
diversos outros aspectos sobre o desempenho da empresa”.

Ribeiro (2010, p. 37) destaca que: São usuários das informações financeiras as pessoas físicas e
jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a movimentação de seus Patrimônios, ou que,
direta ou indiretamente, tenham interesse no controle, na apuração de resultados, na avaliação da
situação patrimonial, econômica e financeira, e na análise do desempenho e desenvolvimento de
uma ou mais entidades, como empresários (empresas individuais), sócios e acionistas (empresas
societárias), gerentes, administradores, governo, fornecedores, clientes, bancos etc.

15
3.6.2. Balanço

O balanço apresenta-se então como uma demonstração financeira indispensável para a avaliação
do negócio de uma entidade pois permite compreender a situação financeira e patrimonial da
mesma, indicando todos os bens e direitos que a empresa possui bem como as obrigações a
cumprir (Rodrigues, 2019).

Ele é composto por duas colunas, sendo que a coluna do lado esquerdo representa o que a
empresa possui, e é de denominada de Ativo; e a do lado direito que discrimina a origem dos
recursos, conhecida como Passivo. A diferença entre o Ativo e o Passivo é igual ao Patrimônio
Líquido, sendo este os recursos próprios da empresa que pertencem aos seus sócios (Marion,
2009).

O Balanço Patrimonial é o relatório mais importante gerado pela contabilidade, pois através dele
o usuário terá uma visão da situação financeira e econômica da entidade ao fim do período. Ao
elaborar essa demonstração, o usuário irá conhecer todos os componentes que compõe esse
balanço, assim como a origem desses recursos e suas respectivas aplicações. (Marion, 2009).

O balanço apresenta a posição financeira de uma entidade em determinada data, normalmente, a


31 de dezembro de cada ano civil, ou no término do período caso o período contabilístico não
corresponda ao civil. A NCRF 1 clarifica os elementos necessários à elaboração do balanço, tais
como o ativo, subdividido em ativo corrente e ativo não corrente, o passivo, quer o passivo
corrente quer o passivo não corrente, e ainda o capital próprio. Esta demonstração financeira
evidencia os elementos apresentados bem como a sua variação face ao mesmo período do ano
anterior, permitindo uma análise comparativa com elevada facilidade.

Conforme explicitado na NCRF 1, a distinção entre o corrente e o não corrente recai sobre a
realização ou liquidação de quantias até ou após, respetivamente, doze meses após a data do
balanço. Os ativos não correntes também se revelam importantes na análise do balanço, pois
permitem confrontar os investimentos ou desinvestimentos do período de relato com o mesmo
período do ano anterior. Deverá considerar-se também a análise dos passivos não correntes, dado
que existem pagamentos a serem liquidados num período superior a um ano, tais como uma
locação financeira ou um financiamento em curso. Por fim, o capital próprio, que destaca a
evolução do património da entidade para o período de relato. A equação fundamental do balanço
impõe que o somatório dos ativos deverá igualar o somatório dos passivos com o capital próprio.

16
3.6.3. Demonstração dos Resultados

Para Marion (2009), a DRE é um demonstrativo contabilístico que gera informações relevantes
através do confronto de despesas e receitas para a tomada de decisão, tendo como uma das
principais funções confrontar todas as despesas realizadas, assim como as receitas que foram
recebidas pela empresa no ano em questão. Sendo assim, se tornando uma forma de especificar
todas as operações uma a uma, dentro dos grupos de contas patrimoniais a que pertencem.

Na visão de Marion (2009), o Demonstrativo de Resultados do Exercício, também conhecido pela


sigla DRE, é uma financeira que relaciona todas as contas do balanço patrimonial da empresa
para evidenciar e justificar o resultado líquido da mesma durante o exercício contábilistico.

Existem dois tipos de Demonstrações dos Resultados que são a Demonstração dos Resultados
(designada também por DR) por Funções e por Naturezas. A DR por Naturezas é obrigatória,
porém, a diferença entre elas consiste na apresentação dos gastos, que pode ser apresentada ou
por Naturezas ou por Funções. A escolha entre uma ou outra depende de como os gestores têm
organizada a sua contabilidade, ou seja, se a contabilidade estiver dividida por centros de custos é
aconselhada a DR por Funções, apesar de também apresentarem a DR por Naturezas, porque
permite uma maior facilidade de apresentação dos dados. A DR por Naturezas, deve ser escolhida
quando a empresa não utiliza os centros de custos e imputa os gastos de uma forma geral (Farinha
& Cascais, 2011).

Segundo Matarazzo (2010), o lucro ou prejuízo é apurado por meio das receitas, custo e despesas
da empresa, e são apropriadas conforme o regime de competência, ou seja, independente de que
esses valores tenham sido pagos ou recebidos, sendo assim, a DRE retrata apenas o fluxo
econômico e não monetário - fluxo de dinheiro.

17
3.6.4. Notas Explicativas

Para conceituar basicamente o que são as Notas Explicativas, Ribeiro (2010, As Notas
Explicativas são esclarecimentos que visam a complementar as demonstrações financeiras e a
informar os critérios contabilisticos utilizados pela empresa, a composição dos saldos de
determinadas contas, os métodos de depreciação, os principais critérios de avaliação dos
elementos patrimoniais, etc. Enfim, elas facilitam a interpretação dos dados contidos nas
demonstrações financeiras.

Segundo Lopes de Sá (2007), as Notas Explicativas, separadamente das demonstrações


Financeiras, não possuem os mesmos sentidos das contas ou fatos que ali demonstram. Das Notas
Explicativas, não se fazem apurações e nem se tiram dados para balancetes, assim como de
simples históricos não se constroem Balanços.

Lopes de Sá (2007) entende a Nota Explicativa como algo que separadamente não tem valor
contábilistico muito do que se tem demonstrado em Notas Explicativas, tem apenas o sentido de
aclarar o que já está expresso.

As Notas Explicativas são elaboradas com o objetivo de destacar detalhes importantes da


contabilidade e o desempenho da empresa, prestando esclarecimentos sobre dados não visíveis
pela leitura ou pela análise das demonstrações financeiras.

De acordo com a NCRF1 as notas às Demonstrações Financeiras devem, deforma ordenada:

1. Apresentar informação acerca do regime de preparação das demonstrações financeiras e das


políticas contabilísticas específicas selecionadas e aplicadas para transações e acontecimentos
significativos;

2. Divulgar a informação exigida pelas Normas Internacionais de Contabilidade que não seja
apresentada noutro lugar nas demonstrações financeiras;

3. Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face das demonstrações
financeiras mas que seja necessária para uma apresentação apropriada.

18
3.6.5. Demonstração de Alterações de Capital Próprio

A Demonstração de Alterações do Capital Próprio (DACP) é uma das Demonstrações Financeiras


obrigatórias para quem adota as NCRF. De acordo com estas normas, as alterações no capital
próprio de uma entidade entre duas datas de balanço refletem o aumento ou a redução nos seus
ativos líquidos durante o período em questão. Com a exceção das alterações resultantes de
transações com detentores de capital próprio agindo na sua capacidade de detentores de capital
próprio (tais como contribuições de capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio da
entidade e dividendos) e dos gastos de transação diretamente relacionados com tais transações, a
alteração global no capital próprio durante um período representa a quantia total de rendimentos e
gastos, incluindo ganhos e perdas, gerada pelas atividades da entidade durante esse período (quer
esses itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos nos lucros ou prejuízos ou diretamente
como alterações no capital próprio) (Silva E. , 2012).

Segundo Costa e Alves (2014), a demonstração de alterações no capital próprio é a demonstração


financeira que apresenta o aumento ou a diminuição dos ativos líquidos (capital próprio) de uma
entidade durante o período. É um quadro de dupla entrada em que nas colunas são indicados os
elementos do capital próprio evidenciados no balanço e nas linhas são indicados os
acontecimentos que geram modificações no capital próprio.

Segundo Neves (2012), esta demonstração financeira é útil para os analistas financeiros, uma vez
que sintetiza as alterações que são contabilizadas diretamente nesta conta do balanço e das
operações com os detentores de capital nesse período, nomeadamente, realizações de capital,
realizações de prémios de emissão, distribuições de lucros, entrada para cobertura de perdas, etc.

19
CAPÍTULO V- APRESENTAÇÃO DA EMPRESA E ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELO ESTAGIÁRIO

Neste capítulo apresenta-se um breve historial da sociedade, descreve-se todos serviços prestados
pela empresa e a sua estrutura organizacional, serão abordadas, de forma detalhada as tarefas
realizadas pelo estagiário no ambiente laboral da entidade acolhedora. O estagiário iniciou os seus
serviços na entidade começando por se integrar, conhecendo os futuros colegas, o objecto social
da entidade, os seus clientes e métodos de trabalho. Após a integração na entidade, o estagiário
desenvolveu actividades específicas nas áreas da contabilidade e fiscalidade.

5.1. Apresentação da Empresa

5.1.1. Organização da Empresa e Principal Actividade

A sociedade Pro-Consult, Contabilidade e auditoria, Consultoria Fiscal, Lda. é uma sociedade por
quotas sediada na cidade de Maputo, na avenida Patrice Lumumba, com o contribuinte nº
400105286, tem como ramo de actividade a prestação de serviços contabilísticos e fiscais. Foi
fundada há 19 anos, com um capital social de 10.000 meticais.

O departamento de contabilidade formado por sete funcionários, três com curso técnico-
profissional de contabilidade, dos quais dois são membros da (OCAM), um funcionário formado
pelos Instituto de Transportes e Comunicações (ITC) e dois pelo Instituto de Comercial de
Maputo (ICM), três estagiário e uma assistente responsável por toda a parte fiscal da empresa e
assuntos fiscais de clientes.

A esfera de clientes da Pro-Consult de, aproximadamente, cinquenta clientes. São estes


sociedades por quotas ou sociedades, e outros empresários em nome individual, onde atuam em
diversas áreas como a panificação, a construção civil, a prestação de serviços, a informática,
oficina reparação automóvel, joalheria, imobiliária as vendas a retalho de artigos elétricos, entre
outras.

No momento de realização do estágio, a carteira de clientes era aproximadamente composto por


50 empresas, das 50 empresas clientes da Pro-consult cerca de 20% possuem o regime de
contabilidade não organizada e 80% possuem o regime de contabilidade organizada.

Das diversas atividades que a entidade exerce, esta centra-se numa principal que é a prestação de
serviços de contabilidade e fiscalidade. Para proporcionar uma gestão mais eficiente e apropriada
do negócio dos seus clientes, e como consequência solidificar uma relação mais próxima com

20
estes, prestam, também, os colaboradores da Pro-Consult a atividade de aconselhamento de
gestão. Através do reporte financeiro periódico presta a entidade acolhedora um serviços
personalizado de aconselhamento aos seus clientes quanto às estratégias de futuro e análise de
períodos passados aos seus clientes.

Na vertente contabilística existem diversos serviços prestados pelos colaboradores da Pro-Consult


aos seus clientes, entre os quais o processamento de documentos contabilísticos, o processamento
de salários e o cumprimento das obrigações legais e fiscais, tais como a declaração do IVA
(Imposto sobre o Valor Acrescentado), retenção de IRPS (Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Singulares), IRPC e a Declaração da Informação da Empresa Simplificada, entre outras.
Para além dos referidos, podem ser efetuadas, nos casos em que tal é necessário, as declarações
de início, alteração e encerramento de atividades das entidades clientes.

5.1.2. Clientes, Recursos e Missão, Visão Valores

A esfera de clientes da Pro-Consult de, aproximadamente, cinquenta clientes. São estes


sociedades por quotas ou sociedades, e outros empresários em nome individual, onde atuam em
diversas áreas como a panificação, a construção civil, a prestação de serviços, a informática,
oficina reparação automóvel, joalheria, imobiliária as vendas a retalho de artigos elétricos, entre
outras.

No momento de realização do estágio, a carteira de clientes era aproximadamente composto por


50 empresas, das 50 empresas clientes da Pro-consult cerca de 20% possuem o regime de
contabilidade não organizada e 80% possuem o regime de contabilidade organizada.

No que diz respeito aos recursos informáticos e tecnológicos da empresa os responsáveis optaram
pela escolha do certificado programa contabilístico Cache, para complementar a execução das
tarefas diárias contamos também com as ferramentas básicas do Windows, o Word, importante
para redigir cartas, circulares e outros documentos, e o Excel, para a elaboração de mapas e
tabelas relevantes, para auxiliar em conferências e para o cálculo de alguns rácios relevantes e
fundamentais para as análises periódicas.

O acesso à internet é indispensável, constituindo uma ferramenta de trabalho da Pro-Consult


essencial do dia-a-dia, sendo utilizada para ter acesso ao Portal das Finanças, à Segurança Social,
ao correio eletrónico que permite a comunicação entre o colaborador da Pro-Consult e a empresa
cliente, entre muitas outras coisas.

21
No que diz respeito ao hardware, conta a Pro-Consult com um conjunto de computadores ligados
em rede a um servidor, onde se centraliza a informação, efetuando-se, a cada final de semana,
cópias de segurança para um disco externo para salvaguardar a informação e trabalho
desenvolvido durante a semana de trabalho. Dispõe ainda de duas impressoras, uma com fax,
calculadoras, entre outro material de escritório.

A Pro-Consult têm como missão ser uma empresa especializada no ramo de soluções a nível
contabilístico e fiscal de acordo com as necessidades dos clientes, quer estas sejam de carácter
individual ou em sociedade, procurando sempre acrescentar valor aos seus clientes e
colaboradores. Trabalha em conjunto com os seus clientes, contribuindo para a sua adaptação
contínua às mudanças do ambiente concorrencial, através do trabalho dos seus funcionários que
asseguram o fornecimento de serviços que vão ao encontro das suas expectativas.

A Pro-Consult têm como visão e aspiração ser uma empresa de sucesso em soluções ao nível
contabilístico e fiscal, ao fornecer sempre os melhores serviços com total credibilidade, revelando
uma abertura à mudança do meio envolvente com o propósito de acompanhar e ir ao encontro
daquilo que os clientes esperam. O objectivo é a satisfação de quem procura os seus serviços,
oferecendo qualidade elevada a preços competitivos.

A Pro-Consult têm como valores: qualidade, clientes, pessoas, integridade, melhoria. A qualidade
do serviço prestado ao cliente é a principal prioridade, procurando contribuir para o sucesso dos
mesmos, ao serem estabelecidas alianças de longa duração com estes, promovendo a confiança e
credibilidade dos serviços prestados. As pessoas, ou seja, os colaboradores são a razão e a força
da empresa. É o empenho, dedicação e a inteligência dos mesmos que determinam a reputação da
empresa, o que mostra que o envolvimento e o trabalho em equipa são essenciais para o sucesso
da organização. A integridade não fica comprometida, dado apostarem numa gestão honrada e
responsável, verificando-se a credibilidade dos serviços prestados. A busca da excelência é a
razão de ser da empresa, daí a busca de uma melhoria constante ser essencial para a organização.

22
5.2. Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio

5.2.1. Recepção e Arquivo de Documentos Contabilísticos e Fiscais

O arquivo e organização dos documentos contabilísticos e fiscais é o primeiro passo para que a
contabilidade seja clara e fidedigna. Assim, o processo contabilístico atravessa algumas etapas
que apesar de rotineiras são imprescindíveis e exigem precaução e cuidado no tratamento e
interpretação da informação.

A prestação de serviços de contabilidade por parte de qualquer empresa deste ramo, inicia ‐se na
recepção dos documentos contabilísticos, entregue pela empresa cliente. Estes documentos são
escritos comerciais que descrevem e comprovam os factos patrimoniais descritos pela
contabilidade (Borges et al, 2003).

De acordo com Borges et al (2003), os factos patrimoniais documentados são a de todo o registo
contabilístico, podendo distinguir‐se os documentos de movimento interno elaborados no seio da
empresa e que se destinam exclusivamente ao uso interno, e o documentos de movimento externo
que provêem ou se destinam ao exterior, tais como facturas, recibos, notas de crédito, entre
outros.

Os documentos são organizados por meses e, de seguida, por uma certa ordem de acordo com os
procedimentos previamente estabelecidos pela Empresa, verificar se todos os documentos estão
de acordo com o artigo 27.º 1 Assim, a documentação, como facturas, recibos, notas de crédito,
notas de débito, vendas a dinheiro, depósitos, entre outros, é organizada pela seguinte forma:

1. Facturas emitidas a clientes por vendas ou serviços prestados (por ordem cronológica);
2. Facturas ou vendas a dinheiro de fornecedores são organizadas por ordem alfabética de
fornecedores e por ordem de datas quando existam várias facturas do mesmo fornecedor;
3. Facturas relativas a despesas gerais (água, luz, comunicações, rendas, honorários, entre
outros) são organizadas pela ordem estabelecida na conta de fornecimentos e serviços
externos no PGC e por ordem cronológica, caso haja facturas contabilizadas na mesma
conta;
4. Recibos dos fornecedores, que têm o mesmo tratamento das facturas;
5. Despesas bancárias, tal como encargos bancários, juros, imposto de selo, entre outros.
6. Os que não têm qualquer validade, quer contabilística, quer fiscal.

1
Os documentos devem conter todos elementos necessários ao cálculo do imposto comportando todos os dados
necessários ao preenchimento da declaração periódica do imposto.
23
5.2.2. Classificação dos Documentos Contabilísticos

Após a informação estar organizada deve proceder-se à classificação da mesma. A classificação


da informação, na Pro-Consult, consiste em atribuir-lhe os respectivos códigos de contas previstos
no Sistema de contabilidade2. Nos documentos são inscritos, a lápis, os respectivos débitos e
créditos para ser mais fácil o posterior lançamento no software de contabilidade e gestão
utilizado na Pro-Consult. Nesta tarefa é essencial o conhecimento da actividade económica
desenvolvida pela empresa para que haja uma correcta classificação do documento contabilístico.
Em anexo 1 encontra‐ se um exemplo de classificação do documento para efeitos de lançamentos
no sistema.

5.2.3. Registo Informático dos Documentos Contabilísticos

A sociedade dispõe de diversos computadores, todos ligados em redes, sendo a assistência técnica
feita por uma empresa especializada. Quanto ao software, é utilizado um software Cache, com
várias funcionalidades, que permitem efectuar a maioria das operações relacionadas com a
Contabilidade Geral, desde o lançamento de documentos, apuramentos de IVA, análises de
extractos de clientes e fornecedores, até ao balanço e demonstração de resultados.

Para efetuar o lançamento informático no programa efetuamos a escolha da empresa cadastrada,


ano civil no qual se vai trabalhar, do mês correspondente e introduz-se o número de documento.
Informaticamente os documentos são sempre lançados no último dia de cada mês a que
correspondem para simplificar o processo de lançamento; por exemplo, caso estejamos a lançar
um documento na data de quinze de abril de dois mil e vinte e dois, este será lançado, juntamente
com os restantes documentos deste mês, na data de trinta de abril de dois mil e vinte dois.
Intitulamos o documento com algo que posteriormente, caso seja necessário efetuar alguma
consulta ou alteração, seja razoavelmente fácil a sua identificação. No lançamento procedemos à
colocação dos respetivos código de contas e valores. O documento, já devidamente colocado na
respetiva ordem no dossier, é numerado manualmente. Esta numeração terá que corresponder à
mesma existente no programa de contabilidade, de modo a permitir uma futura localização do
documento, caso seja necessário. Esta numeração é importantíssima para aferir que nenhum
documento é extraviado ou colocado numa data e/ou local incorreto, o resumo dos lançamentos, o
apuramento do IVA e os balancetes são colocados no topo de cada mês no respetivo dossier. Em
anexo 1 encontra‐ se um exemplo de classificação e o registo da sequência do documento para
efeitos de lançamentos no sistema.

2
Geralmente, a classificação faz‐se colocando os códigos de contas previstos no PGC
24
5.2.4. Apuramento e Preenchimento de Declarações Fiscais

Ao longo do ano contabilístico existe a obrigação de entrega de várias declarações de carácter


fiscal, contabilístico, pelas empresas, dentro de prazos fixos e rígidos, por forma a garantir o legal
funcionamento da actividade. Até ao término de cada um destes prazos são entregues declarações,
efectuam-se pagamentos de impostos, taxas e outros e que, pelo seu carácter de obrigatoriedade,
condicionam a habitual rotina das empresas. Neste ponto do relatório estarão inseridas as
principais declarações preparadas pela entidade acolhedora, de acordo com os serviços prestados
aos clientes.

5.2.5. IVA – Modelo A


Segundo o artigo 1.º nº 1 do Código do Imposto sobre o valor acrescentado, “Estão sujeitas a
imposto sobre o valor acrescentado (IVA) as transmissões de bens e as prestações de serviços
efectuadas a título oneroso no território nacional, bem como as importações de bens “.

No dia 01 de Janeiro de 2023, entrou em vigor a Lei nº 22/2022, de 28 de Dezembro, que aprova
o novo Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), entre as principais alterações do
novo diploma legal destaca a redução da taxa do imposto IVA que passa de 17% a 16%.

O cálculo do IVA a pagar ou a recuperar é feito pela diferença entre o IVA liquidado e o IVA
dedutível e as respectivas regularizações a favor do Estado ou a favor do Sujeito Passivo. O
modelo A deve ser submetida na repartição fiscal competente ou entrega electrónica no portal do
contribuinte onde gerará uma guia para pagamento que deve ser paga dentro do prazo 3. Pode o
apuramento resultar em imposto a recuperar, podendo este ser reportado para períodos de
apuramento seguintes.

No plataforma de Contabilidade é efectuado o apuramento do IVA após o lançamento informático


de todos os documentos contabilísticos. Existe na empresa, para garantia da fiabilidade dos
valores presentes na declaração periódica do IVA, um ficheiro Excel elaborado propositadamente
para este controlo. Este ficheiro é então preenchido por outro colaborador, que não tenha sido o
mesmo que efectuou os lançamentos na plataforma informática, com os valores do IVA de cada
documento e então o montante de IVA a entregar ou a recuperar do Estado face ao montante
calculado pelo software. Assim, caso os valores do ficheiro e da plataforma sejam divergentes, é
efectuada a conferência e correcção.

3
Os prazos de pagamento estão descritos nos artigo 32.º do CIVA
25
5.2.6. Retenção na Fonte – Modelo 19
Segundo o artigo 1.º nº 1 do Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares, “o
imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRPS) é um imposto directo que incide sobre
o valor global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos ilícitos“,

Durante o estágio teve-se a oportunidade de proceder ao preenchimento e apuramento do modelo


19 do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS). O imposto sobre o rendimento
das pessoas singulares incide sobre o valor anual dos rendimentos das diversas categorias após as
respectivas deduções e abatimentos. Segundo o artigo 1º do código do IRPS existem as seguintes
categorias de rendimentos:

1) Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;


2) Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;
3) Categoria E - Rendimentos de capitais e mais valias;
4) Categoria F - Rendimentos prediais;
5) Categoria G – Outros rendimentos;

Segundo código do IRPS a determinação do rendimento coletável depende das taxas imputáveis a
cada categoria de rendimentos e das formas de cálculo específicas de cada categoria. Os artigos
do IRPS clarificam as regras gerais e os mecanismos de aplicação da retenção na fonte para os
rendimentos das categorias

A submissão e o respectivo pagamento do IRPS é feito mediante a sua guia devidamente


preenchida contendo todos os dados identificadores da empresa cliente, feito o preenchimento do
modelo as é submetida na repartição fiscal competente ou entregue de forma electrónica no E-
Declaração (portal oficial Autoridade Tributária de Moçambique) gerará uma guia de pagamento,
tendo como prazo máximo de até 20 dias de cada mês para o seu devido pagamento. A empresa
cumpria com os prazos estipulados, mas por vezes os clientes não possuíam celeridade na
disponibilização do valor a pagar.

26
5.2.7. Produção Análise do Balancete

Balancete consiste na demonstração de todas as contas movimentadas ao longo de determinado


período, indicando a situação em que determinada empresa se encontra nesse mesmo período. O
balancete é elaborado após as conferências mensais e as práticas de controlo interno, de forma a
apresentar informação fidedigna, real e correta. Neste documento contabilístico são representadas
todas as contas movimentadas, incluindo os respetivos saldos, sejam estes credores ou devedores.
Revela-se importante referir que a totalidade dos saldos devedores devem coincidir com a
totalidade dos saldos credores, para que o balancete se encontre saldado.

Na entidade, para além do balancete de fecho, de 31 de dezembro, são também elaborados


balancetes analíticos mensais, a pedido dos clientes, para fornecer informações a entidades
externas, como por exemplo a instituições financeiras aquando de um pedido de financiamento.

A análise de um balancete é, então, realizada todos os meses e no fim do exercício, imprimindo


um balancete de 31 de dezembro do ano a analisar, através do programa contabilístico.
Seguidamente, são verificadas individual e sequencialmente todas as contas do código de contas
que se encontram representadas no respetivo balancete.

Assim, efetuam-se, de forma geral, as seguintes verificações:

 Verificar se o saldo da folha de caixa é igual ao saldo da conta 11 (Caixa);


 Verificar se o saldo dos extratos bancários é igual ao saldo da conta 12 (Depósitos à
Ordem);
 No caso de empresas que não efetuem vendas a crédito, verificar se o saldo de clientes é
nulo. No caso de empresas com vendas a crédito, conferir se o saldo de clientes coincide
com o total das faturas cujo recibo ainda não foi emitido;
 Verificar os saldos das contas correntes de fornecedores, solicitando os extratos de conta
aos respetivos fornecedores, comparando-os com os extratos de fornecedores do programa
contabilístico;
 Verificar se a conta das operações com pessoal se encontra com os saldos corretos, isto é,
se os saldos correspondem aos valores a liquidar ou a receber;
 Conferir os saldos das contas 44, nomeadamente, as respeitantes aos compromissos com a
Segurança Social e a Autoridade Tributária, verificando se os valores do balancete
correspondem aos valores a liquidar no período seguinte;

27
 Conferir os empréstimos bancários bem como as locações financeiras, comparando as
respetivas contas do balancete com os planos de pagamento emitidos pelas instituições
financeiras;
 Apurar os clientes de cobrança duvidosa, analisando os créditos de clientes em mora, de
forma a poder executar as devidas imparidades;
 Verificar se as contas de outros devedores e credores correspondem aos valores que
efetivamente são devidos a liquidar ou a receber;
 Regularizar as estimativas de férias e subsídios de férias liquidadas no exercício, e estimar
os valores a liquidar no ano seguinte, estas últimas respeitantes ao exercício em causa;
 Estimar os valores a liquidar ou a receber no próximo exercício, cujo gasto ou rendimento
já foi imputado ao exercício corrente;
 Verificar as compras de ativos fixos tangíveis ou de intangíveis, questionando sobre a sua
permanência ou não, e inspecionar os respetivos mapas de amortizações e depreciações;
 Realizar a regularização de existências, solicitando ao cliente a contagem física do
inventário a 31 de dezembro, e no caso de inventário intermitente, assumir o custo das
mercadorias vendidas e das matérias consumidas;
 Realizar a estimativa do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas a liquidar.

Após todas as conferências estarem realizadas, pode elaborar-se com certeza e fiabilidade todas as
demonstrações financeiras, de modo a melhor conhecer os resultados da empresa e a sua posição
financeira.

28
5.2.8. Elaboração das Demonstrações Financeiras e Prestação de Contas

Uma vez finalizadas todas as operações de fim de exercício, segue-se a elaboração das
Demonstrações Financeiras (Balanço, Demonstração de Resultados, Demonstração das
Alterações no Capital Próprio e Anexo). As duas primeiras Demonstrações foram realizadas via
software Cache sendo depois confirmadas e assinadas pelo Técnico Oficial de Contas e pela
Gerência nesse sentido, fui encarregue de auxiliar na preparação das DFs de algumas das
empresas pelas quais o grupo é responsável pela contabilidade. Este trabalho consistiu em, tendo
como exemplo os relatórios e contas do exercício anterior, e utilizando como principal fonte de
informação o balancete final, preencher o Excel das notas ao anexo das demonstrações financeiras
para em seguida as mesmas serem elaboradas.

Anualmente, todas as empresas têm que proceder à prestação de contas, como podemos
comprovar no nº1 do artigo 169º do Código das Sociedades Comerciais os membros da
gerência/administração devem elaborar e submeter aos órgãos competentes da sociedade o
relatório de gestão, as contas do exercício e demais documentos de prestação de contas previstos
na lei, relativos a cada exercício anual.

A prestação de contas é o meio pelo qual uma entidade apresenta aos seus detentores de capital e
a terceiros a atividade desenvolvida e os resultados obtidos durante o período de relato, bem como
a posição financeira no final desse período, apresentando ainda os valores obtidos no período
anterior.

29
CAPÍTULO VI- RELAÇAO ENTRE A FORMAÇAO ACADEMICA E A OBTIDA NO
AMBIENTE DE TRABALHO

O estágio decorreu durante 10 meses, para a realização do estágio na Pro-Consult, foi bastante
importantes os conhecimentos transmitidos nas disciplinas que integram o curso de Contabilidade
e Auditoria.

4.1. Contabilidade Financeira

De acordo como Atkinson (2000) contabilidade financeira lida com elaboração e a comunicação
de informações econômicas de uma empresa dirigida a uma clientela externa: acionistas, credores,
entidades reguladoras e autoridades governamentais tributárias. Esse processo é muito
influenciado por autoridades regulamentadoras e fiscais que estabelecem padrões, bem como por
exigências de auditorias independentes.

Os conhecimentos adquiridos nesta cadeira foram aplicados pelo estagiário nas seguintes funções
exercidas que tinham como objectivo final a elaboração das demonstrações financeiras das
empresas:

 Leitura e percepção dos documentos contabilisticos.


 A organização dos documentos em pastas auxilia e ajuda a contabilização e no seu
processamento
 O conhecimento do plano de contas para a devida e correcta classificação de documentos
 O apuramento de IVA como forma de identificar se a empresa obteve um crédito (IVA a
recuperar) ou um debito (IVA a pagar) no periodo.
 As reconciliações bancárias permitem a conciliação das contas de bancos para que a
empresa possa saber qual o valor real nas contas bancárias.
 Elaboração das demonstrações financeiras para efeitos de encerramento das contas.
 Lançamento da informação no sistema de contabilidade para a produção do balancete.

30
4.2. Fiscalidade

A fiscalidade e uma expressao que hoje tem um sentido tecnico amplo e que corresponde aos
anseios dos que querem apetrechar-se para uma vida profissional com conhecimento variados e
práticos sobre as estruturas dos órgãos da administração fiscal, actuação destes e dos contribuintes
perante as imposições legais, designamente as acções necessarias ao lançamento, liquidaçao e
cobrança do imposto (Guimarães 2001).

Os conhecimentos adquiridos nesta cadeira possibiliram-me estar familiarizado com as leis que
regulamentam o exercício da actividade económica na República de Moçambique no Sistema
Fiscal Moçambicano, permitiram-me ter um fundamento fiável no âmbito da aplicação da lei
fiscal e nas áreas principais do imposto (IVA, IRPC, IRPS, SISA, etc.) que surgem na prática
profissional e que permitem resolver problemas não estruturados.

Os conhecimentos foram de extrema importancia na realização das seguintes actividades:

 Lidar com contribuições e Impostos As declarações periódicas resultante do apuramento


dos impostos do periodos o preenchimentos das declarações/modelos fiscais,
 O conhecimento dos prazos estabelecidos por lei acerca da submissão das obrigações
fiscais.
 No momento de proceder o cálculo da retenção na fonte, embora a empresa já possui um
programa especifico que realiza o cálculo automaticamente da taxa de retenção de IRPS.
 O conhecimento do imposto no que diz respeito a sua natureza e classificação teve uma
grande importancia, no acto de lançamento dos impostos no sistema contabilistico ao
identificar a sua natureza credora ou devedora.

31
4.3. Ética e Deontologia Profissional

Segundo Rocha (2010, p. 15) “[a] ética tem servido, ao longo dos tempos, como uma espécie de
semáforo que regula o desenvolvimento histórico e cultural da Humanidade, num cruzamento
onde desembocam a Moral, a Filosofia, a Religião e a Sociedade”.

Sendo assim, a deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas
adotados por um determinado grupo profissional. A deontologia é uma disciplina da ética,
especialmente adaptada ao exercício de uma profissão. Logo, a deontologia não é mais de que a
ética aplicada a uma atividade profissional (Rocha, 2010).

A aplicacao dos conhecimentos transmitidos na cadeira de Ética e Deontologia Profissional


tiverem um papel fundamental no processo de integração na nova empresa e com os
colaboradores, e tornando possivel o deselvolvimento de algumas competencias como autonomia
na realização de tarefas uma vez que nem sempre é possível ter uma pessoa ao nosso lado para
nos auxiliar na realização das tarefas, ser autónomo é outra competência bastante relevante na
prática empresarial. Outra competência relevante foi a capacidade de adquirir conhecimentos
relativos à profissão, na faculdade durante o curso adquirimos muita informação, no mundo
profissional é necessário adquirir informação relevante à função desempenhada de forma rápida e
eficaz para que possamos produzir resultados.

O sentido de responsabilidade e de ética profissional. No mundo profissional a ética é uma


palavra‐chave. Durante o estágio na empresa foi colocada ao meu dispor toda a informação
disponível na empresa, no entanto, umas das principais recomendações que me foi dada foi a
necessidade de haver sigilo profissional acerca desta informação.

A importância do trabalho em grupo, como comunicar num ambiente de trabalho são teorias
dadas na cadeira de Ética e Deontologia Profissional. Tive a oportunidade de ver que o trabalho
em grupo é eficiente se todos no grupo contribuirem ao máximo e se trabalharem como uma
equipa interligada, não apenas a fazerem a parte da tarefa que cabe a cada membro.

32
4.4. Avaliação Crítica do Estágio

De uma forma geral, o estágio realizado foi proveitoso, tendo sido possível aplicar os
conhecimentos adquiridos no curso de Contabilidade e Auditoria, e a experiencia adquirida ao
longo do mesmo foi importante para enfrentar a realidade. Após a descrição das principais tarefas
desenvolvidas no âmbito do estágio apresenta-se uma análise crítica das mesmas, apesar de se ter
sentido bastante satisfação com a realização de todas as tarefas desempenhadas, deseja-se de ter
aprofundado algumas delas, nomeadamente o encerramento de contas e o preenchimento das
declarações fiscais.

A organização, classificação e lançamento de documentos foram as tarefas realizadas com maior


frequência. A organização de documentos era uma tarefa que demorava algum tempo,
dependendo do apoio do cliente para com a empresa. Há clientes mais organizados, que entregam
os documentos à Pro-Consult já organizados. Esses clientes são as empresas já com alguma
dimensão, apesar de serem pequenas entidades, e que têm um funcionário que assume essa
função. Por outro lado, há clientes menos organizados que entregam os documentos na empresa
sem qualquer preocupação com a sua organização. Nestes casos, a tarefa de organização dos
documentos era mais demorada e complexa do que nos outros casos

Outra tarefa desempenhada com regularidade e que está associada às tarefas anteriores é o
apuramento do IVA. Esta tarefa já demora muito menos tempo que a anterior, visto que é o
próprio software (Cache) que apura o IVA. Apenas há que ter em atenção se as bases tributáveis
estão certas, ou seja, se o IVA liquidado está certo com a base. O posterior envio da declaração
era efectuado pelo Técnico Oficial de Contas. Foi interessante e proveitoso o desempenho desta
tarefa uma vez que o estagiário teve oportunidade de aplicar conhecimentos adquiridos durante a
parte curricular do curso e aprendindo bastante sobre registo e apuramento de IVA.

Outra tarefa que foi desempenhada e que se considera ter sido muito enriquecedora foi o
preenchimento da declaração Modelo 19 de IRPS, estagiário teve a oportunidade de uma vez mais
aplicar os conhecimentos adquiridos na Universidade ao ter que preencher praticamente todos os
anexos, daquela declaração fiscal. Após o preenchimento da declaração, era feita a simulação para
o cliente ter conhecimento de quanto ia pagar ou receber de imposto e finalmente era enviada a
declaração aos Serviços Fiscais.

33
Quanto ao preenchimento da declaração modelo 20 de IRPC, confessa-se o desejo de ter
aprofundado mais esta temática, mas espera-se desenvolvê-la mais tarde. Esta tarefa está
associada ao encerramento de contas, matéria que foi menos desenvolvida.

De uma forma global, o estágio realizado foi importante, quer a nível pessoal, quer a nível
profissional. No início o estagiário tivesse sentido algumas dificuldades, sobretudo na
classificação de documentos. Mas ao longo do estágio essas dificuldades foram-se dissipando. No
final do estágio, faz-se um balanço muito positivo, a nível da aprendizagem pessoal e profissional
e no que diz respeito à integração e interacção com as pessoas que contactei. Quanto ao estágio
propriamente dito, o estagiário realizou muitas tarefas, ficando claramente satisfeito, sentindo se
assim ligado à prática, em contacto com a realidade, uma vez que a nível académico não tinha
sido dada a oportunidade para estar confrontado com tal situação.

34
CAPÍTULO VII- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusão

O presente capítulo pretende refletir sobre as aprendizagens obtidas pela realização do estágio
académico, sintetizar os resultados obtidos pela actividades realizadas, contribuindo para
utilização do estágio como uma oportunidade para aumentar o potencial do estudante reduzir as
dificuldades e o impacto de adaptação no futuro profissional.

O presente relatório apresenta as atividades realizadas pelo estagiário ao longo do estágio


académico na entidade acolhedora, Pro-Consult, Lda. através deste estágio o estagiário teve a
oportunidade de adquirir e aprofundar conhecimentos nas áreas da contabilidade, da fiscalidade,
bem como desenvolver hábitos e práticas profissionais,

O crescimento quer a nível profissional quer a nível pessoal também foi notório, pois a realização
de todo o processo contabilístico, desde a receção dos documentos à elaboração das
demonstrações financeiras e ao cumprimento das obrigações fiscais, permitiram o
desenvolvimento de competências como a autonomia, a responsabilidade e a tomada de decisão.

A realização de um estágio académico num escritorio de contabilidade possibilitou a aquisição


consolidação de conhecimentos e o contacto com a realidade profissional em contabilidade. Este
contacto directo com a realidade de um TOC permite perceber que existe uma constante
necessidade de se manter atualizado e atento às diversas alterações legislativas que vão surgindo
com frequência.

No final do tempo de duração do estágio, manteve-se o estagiário a exercer funções na entidade


por mais sete meses, em regime de prestação de serviços, a permanência do estagiário na entidade
acolhedora para além do tempo do estágio permitiu ao mesmo desenvolver as tarefas para as
entidades clientes que na opinião do mesmo se revelaram as mais desafiantes e interessantes,
como o encerramento de contas.

Na opinião do estagiário são os estágios académicos uma excelente iniciativa e oportunidade, pois
permite ao estudante uma aproximação à realidade profissional, distinta da realidade académica, e
o contacto direto com profissionais experimentados nas matérias abordadas ao longo do tempo de
licenciatura.

35
5.2. Recomendações

Face da realidade observada e do trabalho realizado durante o estágio académico recomenda-se

Ao ISCTEM

 A introdução para o ensino de disciplinas técnicas usando os principas softwares


(Sistemas contabilisticos) especificos para facilitar a entrada dos estudantes no estágio, e
posteriormente, no mundo laboral.
 Que mais estudantes adiram o estágio académico como opção para trabalho de fim de
curso para facilitar o processo da sua integração no mundo laboral, as empresas para que
aceitem os estudantes para o estágio académico, alargando a ligação e o mundo laboral
 Que os estudantes, dos anos posteriores optem em fazer o estágio num semestre posterior
ao fim das, aulas para uma melhor experiência laboral.

À Pro-Consult

 Para que no acto do arquivamento da sua informação contabilistica, nao sobrecarregue os


arquivos, pois, torna mais dificultoso o processo de localização e o manuseamentos das
pastas.
 Adoção de um método de controlo da submissão das declarações fiscais permanente com
vista a reduzir casos de incumprimento dos prazos estabelecidos e incorrer em juros e
multas, as empresas do ramo financeiro não podem viver neste clima de multas e
penalizações.
 Como sugestões de melhoria, propõe-se aos sócios que se reúnam regulamente com
clientes e sensibilizá-los para a importância de questões de cumprimento de prazos na
entrega da informação para efeitos de produção de informação relevante para o apoio à
tomada de decisão na gestão corrente das entidades.
 Outra sugestão é feita no sentido que exista um incentivo por parte da empresa para com
os seus colaboradores a frequentarem as formações lecionadas pela OCAM (Ordem dos
contabilistas e auditores de Moçambique, formação técnicas que trarão esse valor
acrescentado aos colaboradores capacidando os a responder aos desafios futuros.
 A empresa tem demostrado que está a crescer no mercado, no entanto para manter a sua
lista de clientes acutuas e obter potencias clientes, deverá fazer pesquisas de mercado e
oferecer sempre serviços novos e actualizados

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 Sugere-se à Pro-Consult que, para aos clientes mais desorganizados oferecesse uma pasta,
um agrafador e um furador para sensibilizar o cliente para a importância e o benefícios
que a organização prévia dos documentos pode trazer à empresa e ao cliente.
 Foi possível constatar que no período da elaboração das demonstrações financeiras devido
a uma falta de gestão de tempo e uma difícil conciliação das demais actividades da
empresa causou uma demora na submissão do processo de contas sendo possível apenas a
sua submissão nos últimos dias do prazo final sugiro que a empresa indique um
contabilista responsável para uma melhor gestão dos processos de contas.
 Relativamente ao desenvolvimento desta tarefa apresenta-se uma sugestão com vista a um
melhor desempenho de cada colaborador, existe na empresa uma funcionária que preenche
a declaração modelo 20 de todos os clientes, julga-se que cada funcionário deverá ser
responsável pelo preenchimento daquela declaração fiscal dos clientes que constituem a
sua carteira, de forma a alargar o seu conhecimento nesta matéria, ou seja o seu
conhecimento em sede de IRPC fica restrito. se cada funcionário preenchesse toda a
declaração modelo 20 dos seus clientes, ficava com um conhecimento mais amplo.

37
6. Referências Bibliográficas

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40
ANEXOS

Anexo 1 - Classificação e o registo da sequência do documento para efeitos de lançamentos no


sistema.

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