Você está na página 1de 6

Álvaro de Campos

Em relação ao tempo, Álvaro de Campos poderia expressar uma visão que reflete a
transitoriedade e a efemeridade da vida. Ele poderia enfatizar a fugacidade do tempo, a
sensação de que tudo está em constante mudança e que o tempo é irreversível. Campos
poderia defender a ideia de viver o momento presente intensamente, pois o passado é
irrepetível e o futuro é incerto. A temática da modernidade, da velocidade e da fragmentação
temporal também poderia estar presente em sua obra, refletindo o mundo em constante
transformação.

Quanto à existência, Álvaro de Campos poderia explorar questões existenciais profundas, como
a busca por sentido e identidade. Ele poderia questionar a natureza da própria existência
humana, o propósito da vida e a condição efêmera da existência individual diante da vastidão
do universo. A sensação de alienação, de estar perdido ou deslocado em um mundo em
constante mudança, também poderia ser tema em sua poesia.

Em seus poemas, Álvaro de Campos expressa uma visão do mundo marcada pela inquietação,
pelo desencanto e pela sensação de efemeridade e instabilidade. Ele reflete sobre o tempo e a
existência de uma forma fragmentada e multifacetada, muitas vezes expressando um
sentimento de vertigem diante da passagem do tempo e da fugacidade da vida.

Em diversos momentos, seus poemas abordam a transitoriedade da existência humana, a


percepção do tempo como algo fugidio e a sensação de vazio ou de falta de sentido na vida.
Campos explora a modernidade, a tecnologia, a velocidade e as mudanças rápidas do mundo
ao seu redor, transmitindo uma sensação de desorientação e perplexidade diante da
complexidade do mundo moderno.
Exemplo de debate:

[Local: Um café tranquilo em Lisboa. Fernando Pessoa está sentado numa mesa, folheando um
livro. Alberto Caeiro e Ricardo Reis entram e aproximam-se da mesa de Pessoa. Álvaro de
Campos já está sentado noutra mesa próxima, absorvido nos seus pensamentos.]

Fernando Pessoa: (levantando os olhos do livro) Bem-vindos, meus amigos. O que vos traz aqui
hoje?

Alberto Caeiro: Boa tarde, Fernando. O Ricardo e eu estivemos a conversar sobre o tempo e a
existência. São temas que, de diferentes maneiras, nos fascinam profundamente.

Ricardo Reis: Sim, percebemos que cada um de nós tem sua própria visão sobre esses
assuntos. Acredito que esta conversa pode ser enriquecedora.

Fernando Pessoa: Sem dúvida. O tempo é um tema que atravessa as preocupações de cada um
de nós. Cada um possui a sua própria maneira de interpretar a existência e os mistérios do
tempo.

Álvaro de Campos: (levantando-se da mesa) O tempo! A própria essência da nossa


efemeridade, da mudança constante que nos cerca. As nossas vidas são apenas momentos
nesse vasto e rápido rio temporal.

Alberto Caeiro: Discordo, Álvaro. Para mim, o tempo é apenas uma ilusão. Só existe o
momento presente, o instante em que vivemos e experimentamos o mundo através dos
sentidos.

Ricardo Reis: Interessante, Caeiro. Contudo, vejo o tempo como algo inevitável, seguindo o
curso determinado pelo Fado. Aceito a transitoriedade das coisas, mas busco a serenidade
diante dessa ordem natural das coisas.

Fernando Pessoa: Cada um de vocês expressa uma verdade que ecoa nas suas próprias
existências. Álvaro, a sua percepção da fugacidade é visceral, reflete o turbilhão da
modernidade. Caeiro, a sua simplicidade diante do presente é um bálsamo. Ricardo, a sua
serenidade frente ao destino é admirável.

Álvaro de Campos: Mas, Fernando, como podemos encontrar sentido em meio a essa fluidez?
Onde está a verdade diante de tanta relatividade?
Fernando Pessoa: Talvez a verdade resida na nossa capacidade de aceitar a pluralidade das
visões. O sentido pode estar na própria busca, na jornada que empreendemos para
compreender a complexidade do ser.

Alberto Caeiro: Concordo. Cada um de nós é uma peça desse quebra-cabeça. As nossas
perspectivas diferentes contribuem para a riqueza do todo.

Ricardo Reis: De fato, a existência é um enigma e o tempo, o seu aliado e o seu inimigo. Talvez
seja essa dualidade que nos move e nos desafia.

Fernando Pessoa: (sorrindo) O tempo, a existência... são temas que nos unem na nossa
diversidade. As nossas vozes entrelaçam-se nesse diálogo infinito, como poemas num livro
aberto ao mundo.

[Os quatro poetas continuam a conversa, mergulhando em reflexões sobre a vida, o tempo e a
existência, compartilhando ideias que se entrelaçam e se complementam, cada uma
contribuindo para a riqueza desse diálogo poético.]
[Local: Um jardim tranquilo, numa tarde ensolarada. Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Ricardo
Reis e Álvaro de Campos estão sentados à volta de uma mesa redonda, debatendo.]

Fernando Pessoa: Que prazer encontrá-los aqui, meus amigos. O que nos leva a discutir hoje?

Ricardo Reis: O tempo e a existência, Fernando. São temas que nos intrigam profundamente,
cada um à sua maneira.

Álvaro de Campos: O tempo, essa força inexorável que nos impulsiona para frente, sempre a
deixar um passado distante e um futuro incerto.

Alberto Caeiro: Mas, Álvaro, talvez o tempo não seja uma força. Talvez seja apenas a sucessão
dos momentos, o fluir natural das coisas.

Álvaro de Campos: (sorri irônico) Caeiro, a sua visão é bela na sua simplicidade, mas o tempo
arrasta-nos, consome-nos, transforma-nos...

Ricardo Reis: De facto, Álvaro, o tempo transforma-nos, mas não nos devemos entregar à sua
correnteza. Devemos encontrar em nós a serenidade e a tranquilidade para aceitar as suas
mudanças.

Fernando Pessoa: Vocês todos expressam visões únicas e cativantes sobre o tempo. Cada um
de nós é um universo, percebendo e interpretando a existência de maneira singular.

Álvaro de Campos: (inquieto) Mas como podemos saber qual é a verdade sobre o tempo? Essa
incerteza, essa relatividade, é angustiante!

Alberto Caeiro: A verdade sobre o tempo, Álvaro, talvez não precise de ser compreendida.
Talvez devamos apenas aceitar a sua natureza fugaz, vivendo plenamente o presente.

Ricardo Reis: Concordo com Caeiro. Devemos procurar a paz interior diante da efemeridade.
Aceitar o fluir do tempo permite-nos encontrar harmonia com nós próprios.

Fernando Pessoa: O tempo e a existência são enigmas que nos desafiam a explorar as nossas
próprias contradições. Neles reside a essência da nossa humanidade, no constante
questionamento e na busca por significado.

Álvaro de Campos: (refletindo) Talvez a verdade sobre o tempo não esteja na sua compreensão
racional, mas sim na vivência intensa de cada instante, na poesia que encontramos no
efêmero.

Fernando Pessoa: A verdade sobre o tempo e a existência parece escapar às nossas tentativas
de definição, não é mesmo? Cada um de nós carrega uma parte desse mistério dentro de si.
Ricardo Reis: De facto, Fernando. É como se estivéssemos diante de um espelho que reflete
múltiplas faces de uma mesma realidade, cada face tão válida quanto a outra.

Álvaro de Campos: E se essa multiplicidade de perspectivas for justamente o que confere


riqueza à nossa existência? A pluralidade de visões sobre o tempo enriquece-nos e desafia-nos
a compreender o incompreensível.

Alberto Caeiro: Talvez a verdade seja mais simples do que imaginamos. O tempo é
simplesmente o que é, não mais, não menos. Aceitar a sua natureza permite-nos viver em
harmonia com o universo.

Fernando Pessoa: Cada um de vocês representa um aspeto do mistério que nos cerca. Álvaro, a
sua inquietação diante da incerteza reflete a agitação do mundo moderno. Caeiro, a sua
simplicidade e conexão com a natureza são como uma âncora na complexidade.

Ricardo Reis: E tu, Fernando, como interpretas o tempo e a existência?

Fernando Pessoa: Eu sou todos vocês e nenhum ao mesmo tempo. Em cada um de vocês, vejo
uma parte de mim, uma expressão única de minhas próprias inquietações e questionamentos.

Álvaro de Campos: (sorrindo) Talvez, afinal, sejamos nós mesmos as respostas para as
perguntas que formulamos sobre o tempo e a existência.

Alberto Caeiro: Uma bela reflexão, Álvaro. A jornada para encontrar essas respostas pode ser
tão valiosa quanto o próprio conhecimento.

Ricardo Reis: Então, aceitemos o desafio que a vida nos propõe, cada um com a sua visão
única, e sigamos adiante nessa busca pelo entendimento do tempo e da existência.

Fernando Pessoa: (sorrindo de maneira enigmática) A busca é a própria essência de quem


somos. E que bela jornada seria a vida sem esse mistério?

Fernando Pessoa: Olhemos para o tempo não apenas como uma medida cronológica, mas
como uma experiência intrínseca à nossa condição humana. Como vocês veem o impacto do
tempo sobre nossa identidade?

Álvaro de Campos: O tempo é um artífice implacável, moldando-nos a cada instante. Ele


empurra-nos para frente, enquanto deixamos pedaços de nós mesmos no passado,
transformando-nos sem cessar.

Alberto Caeiro: No entanto, Álvaro, não seria esse constante movimento parte da nossa
natureza transitória? A identidade é fluida, não estática, pois somos seres em constante
evolução.

Ricardo Reis: A transitoriedade faz parte da condição humana, mas é preciso encontrar uma
serenidade diante dessa realidade. Aceitar a mudança permite-nos abraçar novos capítulos da
vida.

Fernando Pessoa: A identidade é uma tela em constante processo de pintura, um mosaico


formado pelas nossas experiências, reflexões e ações. Como podemos definir algo tão fluido
quanto a identidade diante da eternidade do tempo?

Álvaro de Campos: Mas é essa busca pela identidade que nos faz humanos, não é? Somos
como náufragos à deriva, buscando um porto seguro em meio à imensidão do tempo.
Alberto Caeiro: Contudo, Álvaro, talvez a verdadeira sabedoria resida em aceitar essa condição
errante. Não se trata de encontrar um porto, mas de apreciar a viagem em si mesma.

Ricardo Reis: Concordo, Caeiro. A identidade é uma jornada, não um destino final. Devemos
viver plenamente cada momento, pois é neles que encontramos a verdadeira essência da
existência.

Fernando Pessoa: Assim, a identidade revela-se como um reflexo do tempo, um processo


contínuo de transformação e descoberta. Cada um de nós é um caleidoscópio de experiências,
moldado pelo tempo, mas também moldando-o à nossa maneira.

Álvaro de Campos: E talvez seja justamente essa dualidade entre sermos moldados pelo tempo
e moldá-lo com nossas vivências que nos confere a verdadeira complexidade existencial.

Fernando Pessoa: A busca pela compreensão do tempo e da existência é uma jornada sem fim,
uma dança entre as nossas diferentes perspetivas. A nossa existência é um palimpsesto, uma
obra em constante reescrita, onde cada momento, mesmo efêmero, contribui para a nossa
complexa identidade.

Alberto Caeiro: O tempo é o fluir suave do rio da vida, e a existência é como uma música que
se desenrola a cada nota. Encontramos a verdadeira essência quando vivemos plenamente
cada instante, sem nos prendermos ao passado ou ao futuro.

Ricardo Reis: A existência é uma trajetória marcada pela serenidade diante do tempo que
corre, um caminho no qual devemos buscar a paz interior. Aceitar a transitoriedade das coisas
permite-nos viver em harmonia com a eterna dança do universo.

Álvaro de Campos: O tempo, esse eterno enigma, desafia-nos a compreendê-lo, mas talvez a
verdadeira sabedoria esteja em aceitar a sua natureza fugaz. Somos navegantes num oceano
temporal, moldados pelas suas correntes, mas também capazes de imprimir a nossa marca nas
águas em constante movimento.

[Os quatro poetas, cada um com sua visão única e suas próprias reflexões sobre o tempo e a
existência, encerram o debate com essas considerações, reconhecendo a riqueza nas múltiplas
perspectivas que enriquecem a compreensão da vida e do universo.]

Você também pode gostar