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No contexto brasileiro, autores como Luiz Octávio de Lima Camargo, Ada de Freitas
Maneti Dencker, Celia Maria de Moraes Dias e Lucio Grinover estão contribuindo
para essa abordagem expandida da hospitalidade. Ao longo de diferentes anos,
esses estudiosos têm explorado e analisado a hospitalidade no Brasil sob essa nova
perspectiva, enriquecendo o campo de estudo com suas pesquisas e reflexões.
A base teórica para essa perspectiva é atribuída a Marcel Mauss, cuja obra
"Sociologia e Antropologia" de 1950 é referenciada no artigo. Mauss, em 2003, por
meio de extensas pesquisas e estudos, explorou as formas de contrato e os
sistemas de trocas e prestações econômicas em sociedades diversas, incluindo a
Polinésia, Melanésia e o Noroeste americano. Além disso, ele investigou modelos
primordiais de Direito, como os romano, hindu e germânico.
Para discutir a hospitalidade como forma de encontro, Camargo propõe dois eixos
de tempo/espaço: um eixo cultural, baseado nas ações envolvidas na hospitalidade,
como receber pessoas, hospedar, alimentar e entreter; e um eixo social, em que a
hospitalidade, vista como instância social, é dividida em três categorias: doméstica,
comercial e pública. Posteriormente (2007), agrega a estas a categoria virtual e
denomina de urbana a hospitalidade pública.
A hospitalidade, nesse contexto, pode ser vista como uma construção mais
abrangente, que incorpora aspectos como respeito mútuo, compreensão, empatia e
a criação de um ambiente propício para interações positivas. Não se trata apenas de
atender a necessidades práticas ou desejos específicos, mas também de
estabelecer uma atmosfera de cordialidade e reciprocidade.