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FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
IMPORTÂNCIAS EM EUROS
CÓDIGOS DESIGNAÇÃO DAS RECEITAS
POR ARTIGOS POR GRUPOS POR CAPÍTULOS
RECEITAS CORRENTES
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
CÓDIGO DO IRS
de mecanismos de consenso.
ANOTAÇÃO
IRS.
damente:
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
(e.g. staking delegado ou off-chain) prevê-se a sua categorização como rendimento de capitais, na
medida em que é o prestador de serviço (Crypto Asset Services Providers – CASP) que desenvolve a
Assim, ao elenco dos frutos e vantagens que constituem a base de incidência da Categoria E
foi acrescentada a alínea u) ao n.º 2 do artigo 5.º do Código, contemplando quaisquer formas de
Entretanto, foi adicionado um novo n.º 11 a este artigo, estabelecendo que os rendimentos
previstos na nova alínea u) do n.º 2, quando assumam a forma de criptoativos, são tributados como
do IRS.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Na alínea a) do n.º 4 do artigo 10.º acrescenta-se a referência à alínea j) do n.º 1 (“cessão onerosa
de direitos sobre estruturas fiduciárias, incluindo a cessão onerosa da posição de beneficiário”).
Recorde-se que esta alínea havia sido aditada pela Lei n.º 12/2022, de 27 de junho, não tendo,
admitimos que por lapso à data, sido incluída no n.º 4 a forma de determinação do respetivo ganho.
As restantes alterações prendem-se com a matéria dos criptoativos, que será objeto de capítulo
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Foi acrescentada ao n.º 1 a alínea k), considerando “mais-valias os ganhos obtidos que, não sendo
A definição de criptoativos vem dada no novo n.º 17, nos seguintes termos:
“Para efeitos do presente Código, considera-se criptoativo toda a representação digital de valor ou
direitos que possa ser transferida ou armazenada eletronicamente recorrendo à tecnologia de registo distribuído
ou outra semelhante.”. Excluem-se deste conceito os criptoativos únicos e não fungíveis com outros
criptoativos. Este conceito está alinhado com o do Regulamento relativo aos mercados de
Criptoativos (MiCA).
n.º 4 do mesmo artigo 10.º, ou seja, “pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição,
líquidos da parte qualificada como rendimento de capitais, sendo caso disso, (…), sem prejuízo do disposto no
n.º 19.”
“São excluídos os ganhos obtidos, bem como as perdas incorridas, resultantes das operações previstas na
alínea k) do n.º 1 relativas a criptoativos detidos por um período igual ou superior a 365 dias.”
Quando os ganhos obtidos com a alienação de criptoativos não sejam excluídos de tributação,
disposto no n.º 11 do artigo 5.º, assuma a forma de criptoativos, não há lugar a tributação,
troca de criptoativos por outros criptoativos, a que se faz referência na nota explicativa da proposta
apresentada pelo Partido Socialista a este propósito, que diz textualmente o seguinte:
“No mesmo sentido, relativamente às operações entre criptoativos, em virtude da dificuldade prática no
apuramento, reporte e administração do imposto, fruto da diversidade e massificação de operações, protocolos e
regras distintas entre os vários criptoativos, opta-se por diferir a tributação para o momento da conversão em
moeda com curso legal outra que não assuma a forma de criptoativo, em linha com a opção adotada em outras
A não tributação de criptoativos detidos há pelo menos 365 dias e o referido regime de
neutralidade fiscal na troca de criptoativos por outros criptoativos não se aplica aos rendimentos
auferidos por sujeitos passivos ou devidos por qualquer pessoa ou entidade, quando uns ou outros
não forem residentes para efeitos fiscais noutro Estado-Membro da União Europeia ou do Espaço
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Económico Europeu ou noutro Estado ou jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para
evitar a dupla tributação internacional, acordo bilateral ou multilateral que preveja a troca de
equiparada a uma alienação onerosa. Neste caso, o rendimento é determinado pela diferença
positiva entre o valor de mercado à data da perda da qualidade de residente e o valor de aquisição,
Saliente-se que a Lei do OE/2023 contém uma disposição transitória, artigo 220.º, segundo a
qual, para efeitos desta disposição, o período de detenção dos criptoativos adquiridos antes da data
da entrada em vigor desta lei (01.01.2023) é considerado para efeitos de contagem do período de 365
Veja-se, a propósito do enquadramento nesta categoria, as alterações aos artigos 24.º, 43.º, 51.º,
55.º, 72.º do Código do IRS, bem como o novo artigo 124.º-A, do mesmo Código.
ANOTAÇÃO
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Foram aumentados os limites da isenção prevista para o IRS Jovem, nos termos seguintes:
Obs.: O IAS (Indexante dos Apoios Sociais), criado através da Lei n.º 53-B/2006, de 29 de
dezembro, tinha em relação a 2022 o valor de € 443,20. Para 2023, teve um aumento de 8,4%,
subindo para € 480,43 (Portaria n.º 298/2022, de 16 de dezembro).
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
50%. Passam
residentes em agora os sujeitos
Portugal passivos
era tributado não residentes
em 100%, enquantoapara
beneficiar da tributação
os residentes em metade,
era tributado apenasmas
em
ficam sujeitos,agora
50%. Passam relativamente
os sujeitosa passivos
esses rendimentos, à aplicação
não residentes das taxas
a beneficiar progressivas,
da tributação em vezmas
em metade, de
beneficiarem
ficam sujeitos,darelativamente
aplicação da taxa de 28%.
a esses rendimentos, à aplicação das taxas progressivas, em vez de
O que agora
beneficiarem se fez da
da aplicação foitaxa
proceder
de 28%.às alterações necessárias ao Código do IRS, por forma a
equiparar
O queo regime de fez
agora se tributação aplicável,
foi proceder em sede de
às alterações IRS, às mais-valias
necessárias ao Códigoimobiliárias
do IRS, porrealizadas
forma a
por contribuintes
equiparar o regimenão
deresidentes
tributaçãoàquele que em
aplicável, é aplicado
sede de aos
IRS,residentes, pondo
às mais-valias termo à identificada
imobiliárias realizadas
discriminação
por entre
contribuintes cidadãos
não residentes
residentes àquele eque
nãoéresidentes.
aplicado aos residentes, pondo termo à identificada
A este propósito
discriminação veja-se residentes
entre cidadãos a alteraçãoeao artigo
não 72.º.
residentes.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
c) Tratando-se de géneros, pela cotação de compra na bolsa de mercadorias de Lisboa ou, não
existindo essa cotação, pelo preço médio do respetivo ano ou do último determinado e que constem
da estiva camarária;
d) Pelos preços de bens ou serviços homólogos publicados pelo Instituto Nacional de Estatística;
e) Pelo valor de mercado, em condições de concorrência.
ANOTAÇÃO
pecuniária prevista no n.º 1 do artigo 24.º faz-se de acordo com as regras que já estavam previstas
neste preceito.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
A matéria dos criptoativos será objeto de capítulo autónomo deste trabalho.
a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, às operações com criptoativos, com exceção da referida na
forte impacto ambiental associado à atividade de mineração (mining), conforme recomendado pela
Comissão Europeia na sua Comunicação «Digitalizar o sistema energético - plano de ação da EU».
Quanto ao momento da tributação, estabelece-se que, estando em causa rendimentos
a) A cessação de atividade;
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Talvez por lapso, e contrariamente ao que acontece no n.º 22 do artigo 10.º, não se limitou esta
equiparação a alienação onerosa a operações com criptoativos. Assim sendo, tal tema pode levantar
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
decorrentes da alienação de imóveis por não residentes passam a ser tributadas em apenas metade
Exclui-se, ainda, no mesmo preceito, a referência à alínea i) do n.º 1 do artigo 10.º, relativa à
afetação de bens não imóveis do património particular a atividade empresarial e profissional
Para apuramento do saldo positivo ou negativo relativo a criptoativos, não relevam as perdas
apuradas quando a contraparte da operação estiver sujeita a um regime fiscal a que se referem o
Alarga-se a regra do first in first out (FIFO) aos criptoativos, numa lógica de coerência com
outras realidades, como os valores mobiliários.
Nas situações previstas no n.º 22 do artigo 10.º, em que a perda da qualidade de residente em
diferença positiva entre o valor de mercado à data da perda da qualidade de residente e o valor de
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Nestas situações, o valor de aquisição é constituído pelo preço pago pelo alienante,
documentalmente provado.
ANOTAÇÃO
Esta matéria dos criptoativos será objeto de capítulo autónomo deste trabalho.
Na alínea b) do n.º 1 deste artigo foi acrescentada a alínea k) do n.º 1 do artigo 10.º,
respeitante a criptoativos.
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ANOTAÇÃO
A matéria dos criptoativos será objeto de capítulo autónomo deste trabalho.
No n.º 1 do artigo 52.º está estabelecido que quando a AT considere fundadamente que possa
existir divergência entre o valor declarado e o valor real da transmissão, tem a faculdade de
ANOTAÇÃO
Na alínea d) do n.º 1 deste artigo foi acrescentada a alínea k do n.º 1 do artigo 10.º.
Esta matéria dos criptoativos será objeto de capítulo autónomo deste trabalho.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Tal como já acontecia em relação ao saldo negativo apurado nas operações previstas nas
alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º, também o apurado em relação a criptoativos pode
ser reportado para os cinco anos seguintes quando o sujeito passivo opte pelo englobamento.
quando superior a 7116 €, é dividido em duas quando superior a 7479 €, é dividido em duas
partes, nos seguintes termos: uma, igual ao partes, nos seguintes termos: uma, igual ao limite
limite do maior dos escalões que nele couber, à do maior dos escalões que nele couber, à qual se
qual se aplica a taxa da coluna B correspondente aplica a taxa da coluna B correspondente a esse
a esse escalão; outra, igual ao excedente, a que se escalão; outra, igual ao excedente, a que se aplica
ANOTAÇÃO
Foi mantido o número de escalões de taxas aplicáveis aos rendimentos englobados, sendo os
de 23% para 21%, beneficiando, assim, todos os titulares de rendimentos dos escalões seguintes.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
(valores em €)
Rendimento coletável - 2023 Taxas Parcela a abater
montante.
Nota: O anterior n.º 7 corresponde ao novo n.º 8. O anterior n.º 8 corresponde ao novo n.º 9.
O anterior n.º 9 corresponde ao novo n.º 10. O anterior n.º 10 corresponde ao novo n.º 11.
O anterior n.º 11 corresponde ao novo n.º 12. O anterior n.º 12 corresponde ao novo n.º 13.
O anterior n.º 13 corresponde ao novo n.º 14. O anterior n.º 14 corresponde ao novo n.º 15
O anterior n.º 16 corresponde ao novo n.º 17.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
disposição dos respetivos titulares não é aplicada qualquer retenção na fonte até ao valor da retribuição
mínima mensal garantida, quando os mesmos resultem de trabalho ou serviços prestados a uma única
6 – Para efeitos do número anterior, o titular dos rendimentos deve comunicar à entidade devedora,
através de declaração escrita, que não auferiu ou aufere o mesmo tipo de rendimentos de outras entidades
Acrescenta-se agora que quando os rendimentos a que se refere o n.º 5 forem auferidos a
aos rendimentos auferidos nas primeiras 50 horas de trabalho ou serviços prestados a esse título,
aplicando-se a taxa prevista no n.º 4 (25%) à parte que exceda aquele limite ou número de horas.
Esta alteração decorre de Proposta do Partido Socialista, com a seguinte nota justificativa:
“No âmbito do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da
auferidos por não residentes, relativos às primeiras 50 horas de trabalho suplementar prestado em território
A alteração agora proposta pretende apenas garantir que o limite até ao qual não é aplicada taxa
liberatória aplica-se tanto a (i) rendimentos até à retribuição mínima mensal garantida e (ii) as primeiras 50
Nos termos do novo n.º 13 deste artigo, a devolução do imposto retido e pago deve ser
requerida aos serviços competentes da AT, no prazo de dois anos contados do final do ano civil
seguinte àquele em que se verificou o facto tributário, devendo a restituição ser efetuada até ao fim
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incumprimento deste prazo, juros indemnizatórios a taxa idêntica à aplicável aos juros
ANOTAÇÃO
É revogada a alínea a) do n.º 1 do artigo 72.º, tal como já referido a propósito da alteração ao
artigo 22.º.
Até aqui, o saldo positivo das mais e menos-valias imobiliárias dos contribuintes não
residentes em Portugal era tributado em 100%, enquanto para os residentes era tributado apenas em
50%. Passam agora os sujeitos passivos não residentes a beneficiar da tributação em metade, mas
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ficam sujeitos, relativamente a esses rendimentos, à aplicação das taxas progressivas, em vez de
Na alínea c) do n.º 1 do artigo 72.º do Código do IRS, foi acrescentada a referência à alínea k)
do n.º 1 do artigo 10.º, no sentido de ser aplicada a taxa autónoma de 28% ao saldo positivo entre as
ANOTAÇÃO
A dedução relativa ao segundo dependente e seguintes que, ultrapassando os três anos, não
ultrapassem seis anos de idade até 31 de dezembro do ano a que respeita o rendimento, que era de
€ 150 e € 75, respetivamente, sobe para € 300 e € 150, ainda respetivamente, igualando a dedução
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
A dedução à coleta do IRS do IVA suportado com a aquisição de passes mensais para
O n.º 7, agora aditado, prevê a dedutibilidade à coleta do IRS do IVA suportado constante de
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Mantém-se, entretanto, o limite global de € 250 por agregado familiar para o conjunto das
deduções previstas neste artigo, o que significa que as novas deduções só serão relevantes nos
casos em que, apenas com as anteriores deduções, o limite global não fosse atingido.
ANOTAÇÃO
apresentem a taxa efetiva mensal de retenção na fonte no documento do qual conste o valor dos
rendimentos, calculada pelo rácio entre o valor retido na fonte e o valor do rendimento pago ou
colocado à disposição.
Admitimos que o documento a que se pretenda fazer referência seja o recibo de vencimento
ou do pagamento das pensões.
Ministro das Finanças, em que se diz: “Conforme consta do Orçamento do Estado para 2023, as entidades
pagadoras estão obrigadas a divulgar esta taxa efetiva mensal de retenção na fonte, por forma a garantir
“Para efeitos do n.º 9 do artigo 99.º do Código do IRS, e nos casos em que o pagamento inclua mais do
que uma remuneração, como é o caso, designadamente dos meses de pagamento de subsídios de férias e de
Natal, as entidades pagadoras devem apresentar, em separado para cada remuneração, a taxa efetiva mensal
de retenção na fonte, que resulta da aplicação da taxa marginal máxima, da parcela a abater e, se aplicável, da
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
parcelaDe acordoacom
adicional o n.º
abater por12 do mesmo Despacho:
dependente.”
“O acordo
De presentecom
despacho
o n.º entra
12 doem vigor Despacho:
mesmo no dia 1 de janeiro de 2023 e produz efeitos a partir do dia 1 de
julho de
“O2023.”
presente despacho entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2023 e produz efeitos a partir do dia 1 de
Assim,
julho de 2023.”e apesar de a Lei do Orçamento do Estado não prever qualquer data específica para a
entrada em vigor
Assim, do novo
e apesar n.º 9do
de a Lei doOrçamento
artigo 99.º,do
por força não
Estado do Despacho mencionado,
prever qualquer admitimos
data específica que
para a
o seu cumprimento
entrada em vigor doapenas seja9 exigido
novo n.º a partir
do artigo de 1força
99.º, por de julho de 2023. mencionado, admitimos que
do Despacho
Tal alteração não tem impacto no imposto devido a final, mas apenas na retenção na fonte.
71.º, fazendo com que o anterior n.º 16 deste artigo corresponda ao novo n.º 17.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
retenção na fonte.
ANOTAÇÃO
Artigo 124.º-A
jurídica, que prestem serviços de custódia e administração de criptoativos por conta de terceiros ou
Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final do mês de janeiro de cada ano, relativamente a cada
sujeito passivo, através de modelo oficial, as operações efetuadas com a sua intervenção,
relativamente a criptoativos.
ANOTAÇÃO
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Definição e enquadramento
A definição de criptoativos vem dada no novo n.º 17 do artigo 10.º do IRS, nos seguintes
termos:
“Para efeitos do presente Código, considera-se criptoativo toda a representação digital de valor ou
direitos que possa ser transferida ou armazenada eletronicamente recorrendo à tecnologia de registo distribuído
ou outra semelhante.”. Excluem-se deste conceito os criptoativos únicos e não fungíveis com outros
criptoativos. Este conceito está alinhado com o do Regulamento relativo aos mercados de
Criptoativos (MiCA).
Em termos de incidência real do IRS, os criptoativos passaram a aparecer nos artigos 4.º
(…)
b) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, às operações com criptoativos, com exceção da referida na
forte impacto ambiental associado à atividade de mineração (mining), conforme recomendado pela
Comissão Europeia na sua Comunicação «Digitalizar o sistema energético - plano de ação da EU».
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(e.g. staking delegado ou off-chain) prevê-se a sua categorização como rendimento de capitais, na
medida em que é o prestador de serviço (Crypto Asset Services Providers – CASP) que desenvolve a
atividade de validação, atribuindo uma remuneração ao detentor dos criptoativos.
Assim, ao elenco dos frutos e vantagens que constituem a base de incidência da Categoria E
foi acrescentada a alínea u) ao n.º 2 do artigo 5.º do Código, contemplando quaisquer formas de
Entretanto, foi adicionado um novo n.º 11 ao mesmo artigo, estabelecendo que os rendimentos
previstos na nova alínea u) do n.º 2, quando assumam a forma de criptoativos, são tributados como
mais-valia no momento da alienação dos criptoativos recebidos.
Mais-valias – Categoria G
Foi acrescentada ao n.º 1 do artigo 10.º a alínea k), considerando “mais-valias os ganhos obtidos
que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de:
Refira-se que, no caso de criptoativos que constituam valores mobiliários, já estavam sujeitos a
tributação.
A determinação do rendimento sujeito a IRS é feita nos termos do disposto na alínea a) do
n.º 4 do mesmo artigo 10.º, ou seja, “pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição,
líquidos da parte qualificada como rendimento de capitais, sendo caso disso, (…), sem prejuízo do disposto no
n.º 19.”
O novo n.º 19 do artigo 10.º estabelece o seguinte:
“São excluídos os ganhos obtidos, bem como as perdas incorridas, resultantes das operações previstas na
alínea k) do n.º 1 relativas a criptoativos detidos por um período igual ou superior a 365 dias.”
Quando os ganhos obtidos com a alienação de criptoativos não sejam excluídos de tributação,
disposto no n.º 11 do artigo 5.º, assuma a forma de criptoativos, não há lugar a tributação,
determinado nos termos deste Código. Trata-se de uma espécie de regime de neutralidade para a
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troca de criptoativos por outros criptoativos, a que se faz referência na nota explicativa da proposta
apresentada pelo Partido Socialista a este propósito, que diz textualmente o seguinte:
“No mesmo sentido, relativamente às operações entre criptoativos, em virtude da dificuldade prática no
moeda com curso legal outra que não assuma a forma de criptoativo, em linha com a opção adotada em outras
A não tributação de criptoativos detidos há pelo menos 365 dias e o referido regime de
neutralidade fiscal na troca de criptoativos por outros criptoativos não se aplica aos rendimentos
auferidos por sujeitos passivos ou devidos por qualquer pessoa ou entidade, quando uns ou outros
não forem residentes para efeitos fiscais noutro Estado-Membro da União Europeia ou do Espaço
Económico Europeu ou noutro Estado ou jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para
evitar a dupla tributação internacional, acordo bilateral ou multilateral que preveja a troca de
equiparada a uma alienação onerosa. Neste caso, o rendimento é determinado pela diferença
positiva entre o valor de mercado à data da perda da qualidade de residente e o valor de aquisição,
Saliente-se que a Lei do OE/2023 contém uma disposição transitória, artigo 220.º, segundo a
qual, para efeitos desta disposição, o período de detenção dos criptoativos adquiridos antes da data
da entrada em vigor desta lei (01.01.2023) é considerado para efeitos de contagem do período de 365
pecuniária prevista no n.º 1 do artigo 24.º faz-se de acordo com as regras que já estavam previstas
neste preceito.
Mantendo-se inalterado o teor do artigo 50.º, não haverá lugar, no caso dos criptoativos, à
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Tal como já acontecia em relação ao saldo negativo apurado nas operações previstas nas
alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º, também o apurado em relação a criptoativos pode
ser reportado para os cinco anos seguintes quando o sujeito passivo opte pelo englobamento, tal
apuradas quando a contraparte da operação estiver sujeita a um regime fiscal a que se referem o n.º
Na alínea c) do n.º 1 do artigo 72.º do Código do IRS, foi acrescentada a referência à alínea k)
do n.º 1 do artigo 10.º, no sentido de ser aplicada a taxa autónoma de 28% ao saldo positivo entre as
Com vista ao controlo das operações relativas a criptoativos, foi aditado ao Código do IRS o
prestem serviços de custódia e administração de criptoativos por conta de terceiros ou tenham a gestão de uma
ou mais plataformas de negociação de criptoativos, devem comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até
ao final do mês de janeiro de cada ano, relativamente a cada sujeito passivo, através de modelo oficial, as
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Uma das medidas previstas no Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos
imposto devido, evoluindo para um sistema de retenção na fonte que assegure que as valorizações salariais se
ao novo sistema de retenções na fonte de IRS, aprovado pelo membro do Governo responsável pela
área das finanças, de forma a permitir a aplicação de taxas de retenção na fonte mais adequadas à
O Governo compromete -se a rever as taxas de retenção na fonte aplicáveis aos trabalhadores
independentes, durante o ano de 2023.
aplicável ao respetivo titular de rendimentos, nos termos do despacho a que se refere o artigo 99.º-F
própria e permanente; e
b) O sujeito passivo aufere uma remuneração mensal que não ultrapasse 2 700 €.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
opção de redução da retenção na fonte prevista, através de declaração acompanhada dos elementos
indispensáveis à verificação das condições referidas, bem como qualquer outra informação
fiscalmente relevante ocorrida posteriormente.
Quanto ao novo sistema de retenção na fonte, importa ter presente o Despacho n.º 14043-
“A Lei n.º 12/2022, de 27 de junho, determinou, no n.º 2 do artigo 281.º, que o Governo procedesse à
avaliação da introdução de um procedimento que permitisse a aplicação de uma taxa de retenção na fonte mais
adequada à situação tributária do sujeito passivo, nas situações em que, por via de um aumento da
remuneração, da aplicação das tabelas aprovadas ao abrigo do artigo 99.º-F do Código do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Singulares (Código do IRS), resultasse um rendimento líquido mensal inferior ao
anteriormente obtido.
Tendo o Governo procedido a essa avaliação, o presente despacho procede à aprovação do novo modelo de
tabelas de retenção na fonte, a vigorar a partir de 1 de julho de 2023. Este novo modelo segue uma lógica de
taxa marginal, em harmonia com os escalões de IRS que relevam para a liquidação anual do imposto, evitando
mensal com a dedução de uma parcela a abater, à semelhança do que acontece na liquidação anual do imposto.
O novo modelo de tabelas de retenção na fonte prevê também a inclusão de uma parcela a abater por
dependente, de valor fixo, em linha com o previsto no Código do IRS, substituindo o atual sistema de redução
de taxas consoante o número de dependentes.
Para garantir maior transparência, as tabelas incluem também uma coluna com a taxa efetiva mensal de
retenção na fonte no limite de cada escalão, taxa essa que resulta da conjugação da taxa marginal máxima, da
parcela a abater e, se aplicável, da parcela adicional a abater por dependente, sendo a referida taxa efetiva
mensal de retenção naturalmente inferior à taxa de retenção máxima aplicável. Conforme consta do Orçamento
do Estado para 2023, as entidades pagadoras estão obrigadas a divulgar esta taxa efetiva mensal de retenção na
fonte, por forma a garantir clareza aos trabalhadores e pensionistas sobre o valor de imposto retido.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As tabelas agora aprovadas refletem não só as diferentes medidas do Orçamento do Estado para 2023 —
relativas à atualização dos escalões de IRS, à redução da taxa marginal do segundo escalão e à reforma do
Mínimo de Existência —, como dão também continuidade ao ajustamento progressivo entre as retenções na
Destaca-se, ainda, que, não obstante o facto do novo modelo de retenções procurar replicar mais de perto
o modelo da liquidação anual do IRS, foram necessárias as devidas adaptações, designadamente a conversão de
rendimento coletável anual para rendimento bruto mensal, bem como os acertos resultantes do ajustamento
o valor do imposto retido e o valor do imposto devido a final, devendo ainda corrigir as situações pontuais de
contribuintes cujo valor da retenção é inferior ao que resulta da aplicação das regras do Código do IRS,
Assim, através do presente despacho, em execução do disposto no Código do IRS, procede -se à
aprovação de novas tabelas de retenção na fonte para os rendimentos do trabalho dependente e de pensões, a
que se referem os artigos 99.º -C e 99.º -D daquele diploma legal, as quais são aplicáveis aos rendimentos pagos
Assim:
Ao abrigo do n.º 1 do artigo 99.º -F do Código do IRS, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 442 -A/88, de 30
1 – São aprovadas as seguintes tabelas de retenção na fonte, em euros, para vigorarem durante o ano de
2023, relativamente aos rendimentos de trabalho dependente e de pensões pagos ou colocados à disposição dos
a) Tabelas de retenção n.os I (não casado ou casado dois titulares, sem dependentes), II (não casado, com
(casado, único titular, sem dependentes) e V (casado, único titular, com um ou mais dependentes), aplicáveis
aos rendimentos do trabalho dependente, auferidos por titulares não deficientes e em cuja aplicação deve
observar -se o disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 99.º, no n.º 1 do artigo 99.º -B e no artigo 99.º -C do
Código do IRS;
b) Tabelas de retenção n.os VI (não casado ou casado dois titulares, sem dependentes), VII (não casado,
com um ou mais dependentes), VIII (casado dois titulares, com um ou mais dependentes), IX (casado, único
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
titular, sem dependentes) e X (casado, único titular, com um ou mais dependentes), aplicáveis aos rendimentos
do trabalho dependente, auferidos por titulares deficientes de harmonia com o disposto no n.º 2 do artigo 99.º-B
do Código do IRS, tomando-se igualmente em consideração a alínea a) do n.º 1 do artigo 99.º, o n.º 1 do artigo
c) Tabelas de retenção n.os XI (não casado ou casado dois titulares) e XII (casado, único titular),
aplicáveis a pensões, com exceção das pensões de alimentos, auferidas por titulares não deficientes, de harmonia
d) Tabelas de retenção n.os XIII (não casado ou casado dois titulares) e XIV (casado, único titular),
aplicáveis a pensões, com exceção das pensões de alimentos, auferidas por titulares deficientes, de harmonia
com o disposto no n.º 2 do artigo 99.º-B do Código do IRS, tomando-se igualmente em consideração o artigo
e) Tabelas de retenção n.os XV (não casado ou casado dois titulares) e XVI (casado, único titular),
aplicáveis a pensões, com exceção das pensões de alimentos, auferidas por titulares deficientes das Forças
Armadas abrangidas pelos Decretos-Leis n.os 43/76, de 20 de janeiro, e 314/90, de13 de outubro, de harmonia
com o disposto no n.º 2 do artigo 99.º-B do Código do IRS, tomando -se igualmente em consideração o artigo
2 – As tabelas de retenção a que se refere o número anterior aplicam-se aos rendimentos a que se
reportam, pagos ou colocados à disposição de titulares residentes em território português, com exceção das
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, devendo ainda observar-se o disposto nos números seguintes.
3 – Sem prejuízo do disposto no n.º 5, o cálculo da retenção na fonte é efetuado nos termos das alíneas
seguintes, não podendo o respetivo montante ser inferior a zero:
[Remuneração mensal (R) x Taxa marginal máxima] — Parcela a abater — (Parcela adicional a abater
em que: a Taxa marginal máxima, a Parcela a abater e a Parcela adicional a abater por dependente são as
que correspondam à interseção da linha da Tabela de Retenção na Fonte em que se situar a remuneração com as
respetivas colunas, e em que, se aplicável, a letra «R» que conste da parcela a abater corresponde à
remuneração mensal;
b) Tratando -se de rendimentos do trabalho dependente auferidos por titulares sem dependentes ou de
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
em que: a Taxa marginal máxima e a Parcela a abater são as que correspondam à interseção da linha da
Tabela de Retenção na Fonte em que se situar a remuneração com as respetivas colunas, e em que, se aplicável,
4 – A coluna «Taxa efetiva mensal de retenção no limite do escalão» não releva para efeitos de cálculo do
valor de retenção na fonte, correspondendo à taxa de retenção final para as remunerações com os valores dos
limites de cada linha, resultante da aplicação da taxa marginal máxima, da parcela a abater e, se aplicável, da
parcela adicional a abater, que nas tabelas têm por referência apenas um dependente.
parcela a abater o valor de € 84,82, no caso de não casado ou casado, único titular, e o valor de € 42,41, no caso
b) Na situação de «casado, único titular» em que o cônjuge não aufira rendimentos das categorias A ou
H e seja portador de deficiência que lhe confira um grau de incapacidade permanente igual ou superior a 60%,
c) Nas situações a que se referem as tabelas n.os XI a XVI, quando existirem dependentes a cargo, é
adicionado à parcela a abater, por cada dependente, o valor de € 42,86, no caso de não casado ou casado, único
titular, e o valor de € 21,43, no caso de casado, dois titulares, sem prejuízo do disposto na alínea a) na situação
aí prevista;
d) Nas situações em que os titulares de rendimentos das categorias A ou H optem pela retenção do IRS
mediante taxa inteira superior à que lhes é legalmente aplicável, nos termos do n.º 6 do artigo 98.º do Código
do IRS, altera -se apenas o valor da taxa marginal máxima que seria aplicável, mantendo -se inalterada a
e) Quando for paga remuneração relativa a trabalho suplementar, é aplicada a taxa efetiva mensal de
retenção na fonte correspondente à que resultou, após a aplicação da taxa marginal máxima, da parcela a
abater e, se aplicável, da parcela adicional a abater por dependente, para a remuneração mensal do trabalho
dependente referente ao mês em que aquela é paga ou colocada à disposição, em conformidade com o n.º 8 do
f) Para efeitos da aplicação do n.º 4 do artigo 99.º-F do Código do IRS, o valor acumulado, até ao
momento, das isenções mensais do respetivo ano, para efeitos da retenção na fonte, não pode ultrapassar o valor
do limite referido no n.º 5 do artigo 12.º -B do Código do IRS, aplicável ao caso concreto, dividido por catorze;
g) Nas condições de aplicação, previstas na Lei do Orçamento do Estado para 2023, da redução das
retenções na fonte para titulares de crédito à habitação, a redução da taxa marginal máxima deve ser de dois
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pontos percentuais, mantendo-se inalterada a parcela a abater e, se aplicável, a parcela adicional a abater por
dependente.
6 – As tabelas de retenção respeitantes aos sujeitos passivos casados aplicam-se igualmente às pessoas
que, vivendo em união de facto, sejam enquadráveis no artigo 14.º do Código do IRS.
7 – Nas situações de sujeitos passivos casados ou unidos de facto em que um dos cônjuges ou unidos de
facto aufira rendimentos das categorias A ou H, as tabelas de retenção «casado, único titular» só são aplicáveis
quando o outro cônjuge ou unido de facto não aufira quaisquer rendimentos englobáveis ou, auferindo-os
ambos os titulares, o rendimento de um deles seja igual ou superior a 95% do rendimento englobado.
8 – Para efeitos do n.º 9 do artigo 99.º do Código do IRS, e nos casos em que o pagamento inclua mais do
que uma remuneração, como é o caso, designadamente dos meses de pagamento de subsídios de férias e de
Natal, as entidades pagadoras devem apresentar, em separado para cada remuneração, a taxa efetiva mensal de
retenção na fonte, que resulta da aplicação da taxa marginal máxima, da parcela a abater e, se aplicável, da
parcela adicional a abater por dependente.
9 – A taxa de remuneração de retenção na fonte ou pagamento por conta excessivo bem como a taxa de
juros indemnizatórios por atraso na restituição do imposto retido ou pago em excesso são as estabelecidas nos
10 – As tabelas de retenção na fonte a que se refere o n.º 1 aplicam-se aos rendimentos de trabalho
dependente e de pensões pagos ou colocados à disposição a partir de 1 de julho de 2023, inclusive, nos termos
11 – A não entrega, total ou parcial, nos cofres do Estado das quantias referidas nos números anteriores
constitui infração fiscal nos termos da lei, sem prejuízo da responsabilidade do substituto pelos juros
compensatórios devidos desde o termo do prazo de entrega até ao termo do prazo para apresentação da
declaração pelo responsável originário ou até à data da entrega do imposto retido, se anterior.
12 – O presente despacho entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2023 e produz efeitos a partir do dia 1 de
julho de 2023.
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DO MÍNIMO DE EXISTÊNCIA
progressividade ao IRS, passando de uma lógica de liquidação a final para uma lógica de abatimento a
montante, beneficiando os rendimentos até 1 000 € por mês e eliminando a distorção atual de tributação a
100% dos rendimentos imediatamente acima da atual RMMG.”
Foi, com este propósito, profundamente alterado o teor do artigo 70.º do Código do IRS,
pensões.
Até agora, o que se previa no n.º 1 desse artigo era a impossibilidade de esses sujeitos passivos
Face à referida alteração da lógica de liquidação a final para uma lógica de abatimento a
montante, foi fixado um valor de referência no mínimo de existência igual ao maior entre € 10 640 e
fórmulas previstas nas alíneas a) a d) do n.º 2 do “novo” artigo 70.º. De harmonia com o disposto no
n.º 6 deste artigo, a AT fica obrigada a divulgar no seu sítio na Internet, durante o primeiro trimestre
do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos, os valores das variáveis utilizadas para o
Anexamos a este ponto a nova redação do artigo 70.º, aplicável a partir de 2024.
Estão previstas normas transitórias na Lei do OE/2023, tendo em vista o cálculo do mínimo de
Quanto ao regime previsto para o ano de 2022, apenas será aplicado se dele não resultar um
entrada em vigor da Lei do OE/2023. Caso contrário, será aplicável o regime anterior.
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(De acordo com o n.º 1 do artigo 282.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023, a redação
dada pela presente lei a este artigo produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2024).
IAS.
pensões é abatido um montante por mínimo de existência, por titular, nos seguintes termos:
a) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja igual ou inferior ao valor de
b) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja superior ao valor de referência e
referência – 1,75 x (rendimentos brutos – valor de referência) e a soma das deduções específicas com
c) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja superior a L, o montante do
abatimento é igual à diferença positiva entre L – limite do 1.º escalão – 0,9 x (rendimentos brutos – L)
d) O montante do abatimento por mínimo de existência tem como valor mínimo zero e não
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b) A soma dos rendimentos não englobados e tributados a taxas liberatórias, obtidos pelos
sujeitos passivos e dependentes constantes da declaração a que se refere o artigo 57.º, é superior a 14
x IAS multiplicado pelo número desses sujeitos passivos.
excluídos de tributação, de todas as categorias, declarados na declaração a que se refere o artigo 57.º,
considerando-se, no caso das mais-valias, o saldo apurado entre as mais e as menos-valias, quando
rendimentos beneficie, previstas nos artigos 25.º, 27.º, 53.º e 54.º, e as que resultem da alínea b) do
n.º 1 e dos n.os 2 e 10 do artigo 31.º;
c) «Limite despesas gerais», o montante do limite global, para cada sujeito passivo, da
dedução de despesas gerais familiares, conforme definido no n.º 1 do artigo 78.º-B, considerando-se
e) «Limite do 1.º escalão», o limite do 1º escalão de IRS, conforme definido no n.º 1 do artigo
68.º.
àquele a que respeitam os rendimentos, os valores das variáveis utilizadas para o cálculo do mínimo
Mínimo de existência relativo aos rendimentos auferidos em 2022 (artigo 224.º da Lei do
OE/2023)
pensões é abatido um montante por mínimo de existência, por titular, nos seguintes termos:
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a) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja igual ou inferior a 9 870 €, o
montante do abatimento é igual à diferença positiva entre 9 870 € e a soma das deduções específicas
com
b) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja superior a 9 870 €, o montante do
abatimento é igual à diferença positiva entre 9 870 – 3 x (rendimentos brutos – 9 870) € e a soma das
c) O montante do abatimento por mínimo de existência tem como valor mínimo zero e não
2 – O abatimento referido no número anterior não se aplica a qualquer dos titulares quando a
soma dos rendimentos brutos de todos os titulares é superior a 11 620 € multiplicado pelo número
de sujeitos passivos.
excluídos de tributação, de todas as categorias, declarados na declaração a que se refere o artigo 57.º
do Código do IRS, considerando-se, no caso das mais-valias, o saldo apurado entre as mais e as
menos-valias, quando positivo, e no caso dos rendimentos prediais, o respetivo resultado positivo;
rendimentos beneficie, previstas nos artigos 25.º, 27.º, 53.º e 54.º do Código do IRS, e as que resultem
passivo tenha direito, conforme definido no n.º 1 do artigo 78.º-B do Código do IRS, considerando-se
d) «Taxa 1º escalão», a taxa normal do 1.º escalão de IRS, em percentagem, conforme definido
no n.º 1 do artigo 68.º do Código do IRS.
4 – O regime previsto no presente artigo aplica-se aos rendimentos obtidos em 2022, exceto se
disposto no artigo 70.º do Código do IRS, na redação anterior à entrada em vigor da presente lei,
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Mínimo de existência relativo aos rendimentos auferidos em 2023 (artigo 225.º da Lei do
OE/2023)
exceção do código 15, ou em pensões aplica-se o disposto no artigo 70.º do Código do IRS, com as
seguintes alterações:
a) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja superior ao valor de referência e
referência – 2,3 x (rendimentos brutos – valor de referência) e a soma das deduções específicas com
b) Para os titulares cujo total dos rendimentos brutos seja superior a L, o montante do
abatimento é igual à diferença positiva entre L – limite do 1.º escalão – 1,3 x (rendimentos brutos – L)
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CÓDIGO DO IRC
ANOTAÇÃO
Esta alteração decorreu de proposta do PAN, tendo como nota justificativa a seguinte:
“Os transportes coletivos são um instrumento crucial para o combate à emergência climática, já que
asseguram uma redução das emissões de gases com efeito de estufa no setor dos transportes e garantem,
assim, a melhoria da qualidade do ar – algo fundamental num contexto em que o transporte individual
contribui para a emissão de gases com efeito de estufa e para a degradação da qualidade do ar, responsável por
7 mil mortes prematuras anuais em Portugal. Dão, também, um contributo importante para reduzir a
dependência dos combustíveis fósseis e para garantir o cumprimento das metas de descarbonização a que o
transportes públicos. Assim, propomos que, em sede de IRC, se aumente o valor das deduções de gastos das
empresas com a aquisição de passes sociais em benefício dos seus trabalhadores aumente dos 130%, previstos
na sequência do Orçamento do Estado para 2020, para 150%, por forma a incentivar as empresas a
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ANOTAÇÃO
A alteração a este artigo será objeto de tratamento autónomo na parte final das anotações às
De harmonia com a disposição transitória prevista na Lei do OE/2023 a este propósito, fica
estabelecido o seguinte (artigo 228.º):
“1 – O disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 52.º e na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º do Código do IRC, não
prejudica a aplicação do n.º 2 do artigo 11.º da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho, e é aplicável à dedução aos
lucros tributáveis dos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2023, bem como aos
prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação anteriores a 1 de janeiro de 2023, cujo período de dedução
2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, o previsto no n.º 1 do artigo 52.º e na alínea a) do
n.º 2 do artigo 53.º do Código do IRC não se aplica aos prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação
anteriores a 1 de janeiro de 2023 em que se tenha verificado uma das situações previstas no n.º 1 do artigo 6.º
do regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos (REAID), aprovado em anexo à Lei n.º 61/2014,
de 26 de agosto, aplicando-se aos prejuízos fiscais apurados nestes períodos de tributação o prazo de dedução
3 – O disposto no número anterior aplica-se aos prejuízos fiscais apurados nos termos do artigo 70.º do
Código do IRC, sempre que o grupo integre um sujeito passivo em que se tenha verificado uma das situações
ANOTAÇÃO
O tratamento dos prejuízos fiscais das entidades residentes que não exerçam, a título
principal, atividade comercial, industrial ou agrícola foi alterado, no sentido de acolher o novo
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
regime aplicável às entidades residentes que exerçam, a título principal, atividade comercial,
industrial ou agrícola.
A este propósito, remete-se para a parte final das anotações às alterações ao Código do IRC,
Artigo 54.º-A – Lucros e prejuízos de estabelecimento estável situado fora do território português
Redação anterior OE 2023
4 – O disposto no n.º 1 não é aplicável aos lucros 4 – O disposto no n.º 1 não é aplicável aos lucros
imputáveis ao estabelecimento estável, incluindo imputáveis ao estabelecimento estável, incluindo
os derivados da alienação ou da afetação a os derivados da alienação ou da afetação a
outros fins dos ativos afetos a esse outros fins dos ativos afetos a esse
estabelecimento, até ao montante dos prejuízos estabelecimento, até ao montante dos prejuízos
imputáveis ao estabelecimento estável que imputáveis ao estabelecimento estável que
concorreram para a determinação do lucro concorreram para a determinação do lucro
tributável do sujeito passivo nos cinco períodos tributável do sujeito passivo nos 12 períodos de
de tributação anteriores ou nos 12 períodos de tributação anteriores.
tributação anteriores, no caso de sujeitos
passivos abrangidos pelo Decreto-Lei
n.º 372/2007, de 6 de novembro.
5 – Em caso de transformação do 5 – Em caso de transformação do
estabelecimento estável em sociedade, o disposto estabelecimento estável em sociedade, o disposto
nos artigos 51.º e 51.º-C e no n.º 3 do artigo 81.º nos artigos 51.º e 51.º-C e no n.º 3 do artigo 81.º
não é aplicável aos lucros e reservas distribuídos não é aplicável aos lucros e reservas distribuídos
ao sujeito passivo por esta sociedade, nem às ao sujeito passivo por esta sociedade, nem às
mais-valias decorrentes da transmissão onerosa mais-valias decorrentes da transmissão onerosa
das partes de capital ou da liquidação dessa das partes de capital ou da liquidação dessa
sociedade, até ao montante dos prejuízos sociedade, até ao montante dos prejuízos
imputáveis ao estabelecimento estável que imputáveis ao estabelecimento estável que
concorreram para a determinação do lucro concorreram para a determinação do lucro
tributável do sujeito passivo nos cinco períodos tributável do sujeito passivo nos 12 períodos de
de tributação anteriores, ou nos 12 períodos de tributação anteriores.
tributação anteriores no caso de sujeitos passivos
abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de
novembro.
9 – No caso de aos lucros e prejuízos imputáveis a estabelecimento estável situado fora do território
português deixar de ser aplicável o disposto no n.º 1:
a) Não concorrem para a determinação do lucro a) Não concorrem para a determinação do lucro
tributável do sujeito passivo os prejuízos tributável do sujeito passivo os prejuízos
imputáveis ao estabelecimento estável, incluindo imputáveis ao estabelecimento estável, incluindo
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
“1 – O sujeito passivo com sede ou direção efetiva em território português pode optar pela não
concorrência para a determinação do seu lucro tributável dos lucros e dos prejuízos imputáveis a
estabelecimento estável situado fora do território português, desde que se verifiquem cumulativamente os
seguintes requisitos:
a) Os lucros imputáveis a esse estabelecimento estável estejam sujeitos e não isentos de um imposto
referido no artigo 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro, ou de um imposto de
natureza idêntica ou similar ao IRC cuja taxa legal aplicável a esses lucros não seja inferior a 60% da taxa do
b) Esse estabelecimento estável não esteja localizado em país, território ou região sujeito a um regime
fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável
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c) O imposto sobre os lucros efetivamente pago não seja inferior a 50% do imposto que seria devido nos
termos deste Código, exceto quando se verifique a condição prevista no n.º 7 do artigo 66.º.”
Entretanto, o n.º 4 do mesmo artigo passou a prever que o n.º 1 não seja aplicável aos lucros
fins dos ativos afetos a esse estabelecimento, até ao montante dos prejuízos imputáveis ao
passivo nos 12 períodos de tributação anteriores. Até agora, o período de 12 anos apenas se
estabelecimento estável em sociedade, o disposto nos artigos 51.º e 51.º-C (participation exemption) e
no n.º 3 do artigo 81.º (tributação da partilha por dissolução) não é aplicável aos lucros e reservas
distribuídos ao sujeito passivo por esta sociedade, nem às mais-valias decorrentes da transmissão
onerosa das partes de capital ou da liquidação dessa sociedade, até ao montante dos prejuízos
do sujeito passivo nos doze períodos de tributação anteriores. Até agora, o período de 12 anos
aos efeitos atribuídos aos lucros e prejuízos imputáveis a estabelecimento estável situado fora do
ANOTAÇÃO
A notificação do lucro tributável fixado por métodos indiretos, com indicação dos factos que
lhe estiveram na origem e, bem assim, dos critérios e cálculos que lhe estão subjacentes, deixa de
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
a) € 1 000 000; ou
ser considerados na determinação do lucro tributável de um ou mais dos cinco períodos de tributação
posteriores, após os gastos de financiamento líquidos desse mesmo período, observando-se as limitações
3 – Sempre que o montante dos gastos de financiamento deduzidos seja inferior a 30% do resultado
antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e impostos, a parte não utilizada deste
limite acresce ao montante máximo dedutível, nos termos da alínea b) do n.º 1, até ao 5.º período de
tributação posterior.”
Por seu turno, o n.º 8 estabelece que o previsto nos n.os 2 e 3 deixa de ser aplicável quando se
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limite, que, em relação àquele a que respeitam os gastos de financiamento líquidos ou a parte do
limite não utilizada, se verificou a alteração da titularidade de mais de 50% do capital social ou da
maioria dos direitos de voto do sujeito passivo. Isso não acontecerá, porém, no caso de ser
aplicável o disposto no n.º 9 do artigo 52.º, ou seja, tratando-se das seguintes alterações:
“a) Das quais resulte a passagem da titularidade do capital social ou dos direitos de voto de direta para
indireta, de indireta para direta, bem como das quais resulte a transmissão daquela titularidade entre
sociedades cuja maioria do capital social ou dos direitos de voto seja detida direta ou indiretamente, nos
seguintes;
os prejuízos; ou
e) Quando o adquirente seja trabalhador ou membro dos órgãos sociais da sociedade, pelo menos desde
Por outro lado, para além destas exceções, era admitida a não aplicação do previsto nos n.os 2
e 3 no caso de se obter autorização do membro do Governo responsável pela área das finanças em
Tributária e Aduaneira, nos prazos previstos nos n.os 13 e 14 do artigo 52.º, consoante os casos.
Esta autorização deixou de ser exigida na nova redação que ao preceito foi dada através da
Lei do OE/2023, desde que se conclua que a operação não teve como principal objetivo ou como
um dos principais objetivos a evasão fiscal, o que pode considerar-se verificado, nomeadamente,
nos casos em que a operação tenha sido realizada por razões económicas válidas.
Trata-se, pois, de mais uma medida de simplificação, mas, apesar da vantagem da
desburocratização que envolve, não deixa de poder trazer maior risco, atendendo à subjetividade
Sugere-se, pois, o máximo cuidado nestas situações, devendo os sujeitos passivos reunir as
provas do interesse económico que poderá ter existido na operação de que resultou a alteração da
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
“3 – A opção pela aplicação do regime especial de tributação dos grupos de sociedades só pode ser
a ) As sociedades pertencentes ao grupo têm todas sede e direção efetiva em território português e a
totalidade dos seus rendimentos está sujeita ao regime geral de tributação em IRC, à taxa normal mais
elevada”.
Passa agora a prever-se que nas situações em que todas as sociedades de um grupo tributado
ao abrigo do Regime especial de tributação dos grupos de sociedades (RETGS) tenham a sua sede e
direção efetiva numa mesma região autónoma e não possuam sucursais, delegações, agências,
jurídica própria noutra circunscrição, o requisito previsto na parte final da alínea a) do n.º 3 se
considera cumprido quando todas as sociedades do grupo estejam sujeitas à taxa de IRC mais
Esta alteração decorreu de proposta do Partido Socialista, tendo como nota justificativa a
seguinte:
“Existindo um grupo de sociedades, o artigo 69.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Coletivas (IRC) permite que a sociedade dominante opte pela aplicação do regime especial de
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No entanto, a opção por este regime especial, conforme decorre da alínea d) do n.º 4 do artigo 69.º
daquele artigo, é impossibilitada sempre que façam parte do grupo as sociedades que, no início ou durante a
aplicação do regime, estejam sujeitas a uma taxa de IRC inferior à taxa normal mais elevada e não renunciem
à sua aplicação.
Daqui resulta a obrigação, para as empresas integradas no grupo de sociedades, que tenham sede e
direção efetiva numa das Regiões Autónomas, de renunciar à taxa da IRC em vigor e aplicável na respetiva
Região Autónoma, caso a sociedade dominante pretenda optar pela aplicação do regime especial de
O mesmo sucede quando o grupo de sociedades seja integrado exclusivamente por sociedades com sede
Considerando a autonomia fiscal das Regiões Autónomas, a opção pela aplicação do regime especial de
determinação da matéria coletável em relação a todas as sociedades de grupo, quando o grupo seja integrado
única e exclusivamente por sociedades com sede e direção efetiva numa das Regiões Autónomas, não deve
depender da renúncia de aplicação da taxa de Imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas em vigor na
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
nova sociedade dominante opte pela nova sociedade dominante opte pela
continuidade da aplicação do regime especial de continuidade da aplicação do regime especial de
tributação dos grupos nos termos do n.º 10 do tributação dos grupos nos termos do n.º 10 do
artigo 69.º, as quotas-partes dos prejuízos fiscais artigo 69.º, as quotas-partes dos prejuízos fiscais
do grupo imputáveis às sociedades do grupo da do grupo imputáveis às sociedades do grupo da
nova sociedade dominante e que integrem o nova sociedade dominante e que integrem o
grupo da anterior sociedade dominante são grupo da anterior sociedade dominante são
dedutíveis nos termos da alínea a) do n.º 1, desde dedutíveis nos termos da alínea a) do n.º 1.
que, em casos de reconhecido interesse
económico e mediante requerimento a
apresentar à Autoridade Tributária e Aduaneira
com aquela comunicação, seja obtida autorização
do membro do Governo responsável pela área
das finanças.
7 – O previsto nos n.os 3, 4 e 5 não é aplicável
quando se conclua que a operação teve como
principal objetivo ou como um dos principais
objetivos a evasão fiscal, o que pode considerar-
-se verificado, nomeadamente, nos casos em que
a operação não tenha sido realizada por razões
económicas válidas.
ANOTAÇÃO
Relativamente ao regime específico de dedução de prejuízos fiscais no âmbito do regime
a) A dedutibilidade dos prejuízos fiscais anteriores nos casos em que a sociedade dominante
de um grupo passe a ser considerada dominada de outra que opte pela continuidade da aplicação
do regime;
dominante desse grupo adquire o domínio de uma sociedade dominante de um outro grupo de
sociedades, com opção pela continuidade da aplicação do regime.
Admite-se agora que a dedutibilidade dos prejuízos fiscais seja consentida, mas com exceção
das situações em que se conclua que a operação teve como principal objetivo ou como um dos
principais objetivos a evasão fiscal, designadamente quando a operação não tenha sido realizada
60
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta limitação é igualmente aplicável no caso do n.º 5 deste artigo, que se mantém com a
“Sem prejuízo do disposto no artigo 52.º, no caso em que a sociedade dominante de um grupo de
sociedades (nova sociedade dominante) adquire o domínio de uma sociedade dominante de um outro grupo de
sociedades (anterior sociedade dominante) e a nova sociedade dominante opte pela inclusão das sociedades
pertencentes ao grupo da anterior sociedade dominante nos termos da subalínea 1) da alínea b) do n.º 7 do
artigo 69.º, que preencham os requisitos previstos nos n.os 2, 3 e nas alíneas a), b) e d) a g) do n.º 4 do artigo
69.º, as quotas-partes dos prejuízos fiscais do grupo da anterior sociedade dominante imputáveis às
sociedades que integrem o grupo da nova sociedade dominante são dedutíveis nos termos da alínea a) do
n.º 1.”
ANOTAÇÃO
61
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
ANOTAÇÃO
62
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
que não sejam considerados rendimentos de capitais, nem resultem do saldo positivo das mais e
que resultem do saldo positivo das mais e menos-valias e dos restantes incrementos patrimoniais,
o coeficiente a aplicar será de 0,95 [cf. alínea e) do n.º 1 do artigo 86.º-D do Código do IRC].
ANOTAÇÃO
Previa este artigo a aplicação de uma taxa de IRC de 17% aos primeiros € 25 000 de matéria
coletável de sujeitos passivos que exercessem, diretamente e a título principal, uma atividade
63
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Significa isto que o benefício decorrente da existência de um primeiro escalão que era de
€ 1 000 = [€ 25 000 x (21% - 17%)] passa agora para € 2 000 = [€ 50 000 x (21% - 17%)].
Conforme consta dos n.os 3 e 4 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro:
“3 – Na categoria das empresas de média capitalização considera-se como uma empresa de pequena-
média capitalização (Small Mid Cap) aquela que empregue menos de 500 pessoas.
4 – Para efeitos da aplicação dos conceitos constantes dos n.os 2 e 3, as empresas devem ser
consideradas como sendo autónomas, nos termos do n.º 1 do artigo 3.º do anexo ao presente decreto-lei,
independentemente das relações estabelecidas com outras empresas, através de detenções de capital ou
direitos de voto.”
Entretanto, existe na Lei do OE/2023 um artigo – o artigo 229.º – que define um regime
Diz o seguinte:
“A taxa de IRC prevista no n.º 2 do artigo 87.º do Código do IRC é aplicável nos dois exercícios
posteriores a operações de fusões, cisões, entradas de ativos e permutas de partes sociais, realizadas entre 1 de
janeiro de 2023 e 31 de dezembro de 2026, em que a totalidade dos sujeitos passivos se qualifique como
pequena, média empresa ou empresa de pequena-média capitalização (Small Mid Cap), nos termos previstos no
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, nas situações em que, por força da operação, a sociedade
64
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Passam tais encargos a ser tributados à taxa de 10% caso o seu custo de aquisição exceda o
definido na portaria a que se refere a alínea e) do n.º 1 do artigo 34.º do Código do IRC. Por
conseguinte, essa taxa será aplicável quando o custo de aquisição ultrapassar as quantias
seguintes:
65
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2011 € 45 000
2012 a 2014 € 50 000
2015 e seguintes € 62 500
Taxas
Custo de aquisição (CA)
Anteriores OE/2023
CA < € 27 500 5,0% 2,5%
€ 27 500 ≤ CA < € 35 000 10,0% 7,5%
CA ≥ € 35 000 17,5% 15%
* Cuja bateria possa ser carregada através de ligação à rede elétrica e que tenham uma autonomia
Por outro lado, relativamente aos encargos com viaturas ligeiras de passageiros movidas a
GNV, passam a ser aplicadas taxas iguais às das viaturas híbridas plug-in, pelo que tiveram a
seguinte evolução:
Taxas
Custo de aquisição (CA)
Anteriores OE/2023
CA < € 27 500 7,5% 2,5%
€ 27 500 ≤ CA < € 35 000 15,0% 7,5%
CA ≥ € 35 000 27,5% 15%
Nestes termos, as taxas de tributação autónoma aplicáveis a encargos com viaturas ligeiras
Taxas
66
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por outro lado, a Lei do OE/2023, no seu artigo 230.º, prevê que o n.º 14 do artigo em
apreciação, que prevê o agravamento das taxas de tributação autónoma em dez pontos percentuais
quanto aos sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal, não seja aplicado nos períodos de
tributação de 2022 e 2023, cumpridas que sejam as seguintes condições:
“a) O sujeito passivo tenha obtido lucro tributável em um dos três períodos de tributação anteriores e as
obrigações declarativas previstas nos artigos 120.º e 121.º do mesmo Código, relativas aos dois períodos de
seguintes.”
tributação de 2022, quando o sujeito passivo tenha obtido lucro tributável em um dos três períodos de
tributação anteriores e as obrigações declarativas previstas nos artigos 120.º e 121.º do mesmo Código,
relativas aos dois períodos de tributação anteriores, tenham sido cumpridas nos termos neles previstos.
2 – O disposto no n.º 14 do artigo do artigo 88.º do Código do IRC não é igualmente aplicável, nos
períodos de tributação de 2022, quando esteja em causa o período de tributação de início de atividade ou um
3 – O disposto nos números anteriores apenas é aplicável às cooperativas e às micro, pequenas e médias
empresas, de acordo com os critérios definidos no artigo 2.º do anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de
novembro.”
67
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
“Para as entidades que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola, bem como as não residentes com estabelecimento estável em território português, o imposto liquidado
nos termos do n.º 1 do artigo 90.º, líquido das deduções previstas nas alíneas a) a c) do n.º 2 do mesmo artigo,
não pode ser inferior a 90% do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios
No n.º 2 excluem-se alguns benefícios fiscais. Acrescenta-se agora ao elenco dos benefícios
excluídos o do novo regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas, previsto no artigo 43.º-
Artigo 97.º – Dispensa de retenção na fonte sobre rendimentos auferidos por residentes
Redação anterior OE 2023
1 – Não existe obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRC, quando este tenha a natureza de
imposto por conta, nos seguintes casos:
i) Rendimentos provenientes da propriedade
intelectual referidos na alínea a) do n.º 1 do
artigo 94.º, quando obtidos por sociedades que
tenham por objeto a criação, edição, produção,
promoção, licenciamento, gestão ou distribuição
de obras ou prestações ou outros conteúdos
protegidos por direitos de autor e conexos,
incluindo publicações de imprensa.
ANOTAÇÃO
Esta alteração decorreu de proposta do PSD, tendo como nota justificativa a seguinte:
(i) Os “juros e quaisquer outros rendimentos de capitais, (…) de que sejam titulares instituições
(ii) Os rendimentos prediais (rendas) “quando obtidos por sociedades que tenham por objeto a gestão de
imóveis próprios (…) e, bem assim, quando obtidos por fundos de investimento imobiliários” (alínea g) do n.º
68
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
E não há qualquer razão para que este princípio não seja adotado também em relação às indústrias
culturais e criativas (em que os rendimentos de direitos têm uma natureza muito semelhante a rendimentos de
propriedade, ainda que incorpórea). Note-se que, nas distribuições efetuadas pelas entidades de gestão coletiva
cujo substrato de representados é constituído essencialmente por sujeitos passivos de IRC (é o caso das
entidades signatárias), o Estado é, na prática, o maior beneficiário imediato de todas as distribuições (com 25%
do valor), valor esse que – precisamente porque a negociação de direitos é o objeto principal dos sujeitos
passivos – acaba por ser devolvido na sua totalidade (ou quase totalidade), muitas vezes mais de um ano após a
autor e direitos conexos) a empresas que tenham por principal objeto e atividade, precisamente a criação e
exploração de obras e prestações artísticas, não é, nem um benefício fiscal, nem “um favor”; é um ato da mais
69
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É tradicional no nosso País – e, aliás, na maioria dos restantes – que os prejuízos fiscais sejam
dedutíveis a lucros de exercícios seguintes, tendo variado ao longo dos anos o período de validade
desses prejuízos.
Entre 1989 (primeiro ano de vigência do IRC) e 2013, os períodos de validade dos prejuízos
1996 a 2009 6
2010 e 2011 4
2012 e 2013 5
Relativamente aos anos de 2014 e seguintes, o horizonte temporal de validade dos prejuízos
fiscais passou a ser diferente consoante se tratasse de pequenas ou médias empresas ou de grandes
Assim, o período de validade dos prejuízos fiscais foi aumentado para 12 anos para pequenas
Entretanto, a Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho (Orçamento Suplementar para 2020), no seu
artigo 11.º, veio dar um tratamento particular aos prejuízos fiscais apurados nos períodos de
tributação de 2020 e 2021, tendo em atenção a situação concreta decorrente da pandemia então
vivida.
“Os prejuízos fiscais apurados nos períodos de tributação de 2020 e 2021 por sujeitos passivos que
exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial ou
industrial, são deduzidos aos lucros tributáveis, nos termos e condições estabelecidos no artigo 52.º do Código
do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de
sujeitos passivos estarem ou não abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, que cria a
70
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por conseguinte, relativamente aos prejuízos apurados nos anos de 2022 e 2021, o período de
vigência dos mesmos passou a ser de 12 anos, qualquer que fosse a qualificação da empresa para
Além disso, o período de vigência desses prejuízos sofreu um alargamento adicional de 2 anos
Agora, com o Lei do OE/2023, o artigo 52.º do Código do IRC é novamente alterado, deixando
De harmonia com a disposição transitória prevista na Lei do OE/2023 a este propósito fica
“1 – O disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 52.º e na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º do Código do IRC, não
prejudica a aplicação do n.º 2 do artigo 11.º da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho, e é aplicável à dedução aos
lucros tributáveis dos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2023, bem como aos
prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação anteriores a 1 de janeiro de 2023, cujo período de dedução
2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, o previsto no n.º 1 do artigo 52.º e na alínea a) do
n.º 2 do artigo 53.º do Código do IRC não se aplica aos prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação
anteriores a 1 de janeiro de 2023 em que se tenha verificado uma das situações previstas no n.º 1 do artigo 6.º
do regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos (REAID), aprovado em anexo à Lei n.º 61/2014,
de 26 de agosto, aplicando-se aos prejuízos fiscais apurados nestes períodos de tributação o prazo de dedução
3 – O disposto no número anterior aplica-se aos prejuízos fiscais apurados nos termos do artigo 70.º do
Código do IRC, sempre que o grupo integre um sujeito passivo em que se tenha verificado uma das situações
previstas no n.º 1 do artigo 6.º do REAID.”
anos mais recentes, cujos prejuízos fiscais são eventualmente utilizáveis com vista à dedução a
lucros futuros:
71
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1. Grandes empresas
2. PME´s
Sucede que, nos anos de 2012 e seguintes, o n.º 2 do artigo 52.º veio introduzir uma limitação à
dedução dos prejuízos fiscais, que inicialmente se fixou em 75% do lucro tributável dos anos de 2012
e 2013, e que passou a ser de 70% em relação aos lucros tributáveis de 2014 e anos seguintes.
Agora, com a nova redação dada ao artigo 52.º do Código do IRC pela Lei do OE/2023, o limite
de dedução dos prejuízos fiscais foi reduzido para 65% do respetivo lucro tributável.
72
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Saliente-se que ao abrigo da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho (Orçamento suplementar para
“O limite à dedução previsto no n.º 2 do artigo 52.º do Código do IRC é elevado em 10 pontos
percentuais, quando a diferença resulte da dedução de prejuízos fiscais apurados nos períodos de tributação de
2020 e 2021.”
Entretanto, o n.º 8 do mesmo artigo previa que deixasse de ser possível a dedução de prejuízos
fiscais quando se verificasse, à data do termo do período de tributação em que fosse efetuada a
dedução, que, em relação àquele a que respeitassem os prejuízos, ocorresse uma alteração da
Todavia, o n.º 12 previa a possibilidade de não ocorrer esta exclusão da dedução de prejuízos
fiscais, quando reconhecido pelo Ministro das Finanças o interesse económico do caso, a solicitar
através de requerimento nos termos dos n.os 13 e 14 do mesmo artigo e do disposto na Portaria
Este processo foi eliminado através da Lei do OE/2023, tendo-se acrescentado no próprio n.º 8
do artigo 52.º que a exclusão da dedução de prejuízos fiscais não se verifica “quando se conclua que a
operação não teve como principal objetivo ou como um dos principais objetivos a evasão fiscal, o que pode
considerar-se verificado, nomeadamente, nos casos em que a operação tenha sido realizada por razões
económicas válidas.”
Importa não esquecer que este novo regime, apesar da inegável vantagem de
desburocratização que envolve, não deixa de poder trazer maior risco, atendendo à subjetividade da
prejuízos fiscais as alterações da titularidade do capital ou dos direitos de voto enunciadas no n.º 9
“a) Das quais resulte a passagem da titularidade do capital social ou dos direitos de voto de direta para
indireta, de indireta para direta, bem como das quais resulte a transmissão daquela titularidade entre
sociedades cuja maioria do capital social ou dos direitos de voto seja detida direta ou indiretamente, nos termos
do n.º 6 do artigo 69.º, por uma mesma entidade;
b) Decorrentes de operações efetuadas ao abrigo do regime especial previsto nos artigos 73.º e seguintes;
73
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
social ou da maioria dos direitos de voto da sociedade desde o início do período de tributação a que respeitam os
prejuízos; ou
e) Quando o adquirente seja trabalhador ou membro dos órgãos sociais da sociedade, pelo menos desde o
início do período de tributação a que respeitam os prejuízos.”
74
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1 – Para efeitos de determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos de IRC residentes
que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, dos
sujeitos passivos de IRC não residentes com estabelecimento estável e dos sujeitos passivos de IRS
com contabilidade organizada (categoria B), podem ser majorados em 20% os gastos e perdas
excedam os do período de tributação anterior, deduzidos de eventuais apoios recebidos nos termos
4 – No caso de sujeitos passivos que iniciem a atividade durante o período de tributação com
início em ou após 1 de janeiro de 2021 os gastos e perdas incorridos a considerar para efeitos dos
números anteriores devem ser proporcionais ao período de atividade do sujeito passivo nesse ano.
económicas que gerem, pelo menos, 50% do volume de negócios no domínio da:
combustíveis.
6 – O benefício fiscal previsto nos números anteriores não pode ser cumulado com outros
apoios ou incentivos de qualquer natureza relativamente aos mesmos gastos e perdas elegíveis.
ANOTAÇÃO
janeiro de 2022, a sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola, a sujeitos passivos não residentes com estabelecimento
75
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
deduzido de eventuais apoios recebidos nos termos do Decreto-Lei n.º 30-B/2022, de 18 de abril.
Exemplo:
(valores em €)
Consumo Consumo Acréscimo de
Descrição
2021 2022 consumo
Eletricidade 20 000 25 000 5 000
Gás natural 12 000 15 000 3 000
32 000 40 000 8 000
Poderão surgir algumas dúvidas no apuramento do benefício em questão, a que importa fazer
referência.
Desde logo, a eletricidade e o gás natural deverão ser tratados em conjunto ou
separadamente?
Esta questão pode ser relevante se, por exemplo, os consumos de uma destas fontes de energia
(valores em €)
Consumo Consumo Acréscimo de
Descrição
2021 2022 consumo
Eletricidade 20 000 25 000 5 000
Gás natural 15 000 12 000 (3 000)
35 000 37 000 2 000
Se se entender que as fontes de energia devem ser vistas conjuntamente, a majoração será de
€ 400 (= € 2 000 x 20%), ao passo que, quando apreciadas de forma individualizada, será de € 1 000
(= € 5 000 x 20%).
Decerto esta questão virá a ser esclarecida, embora nos pareça que tenha mais sentido a análise
conjunta, por estarem em causa fontes de energia alternativas, o que significa que, no exemplo
numérico apresentado, a majoração será, em nosso entender, de € 400.
Uma outra dúvida é suscitada pela redação do n.º 4 do artigo em apreço da Lei do OE/2023, ou
seja:
76
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
“No caso de sujeitos passivos que iniciem a atividade durante o período de tributação com início em ou
após 1 de janeiro de 2021 os gastos e perdas incorridos a considerar para efeitos dos números anteriores devem
Admitamos uma entidade que iniciou a sua atividade em 1 de outubro de 2021 e cujos
consumos de energia elétrica e de gás natural foram os seguintes:
(valores em €)
Consumo Consumo Acréscimo de
Descrição
2021 2022 consumo
Eletricidade 5 000 25 000 20 000
Gás natural 3 000 15 000 12 000
8 000 40 000 32 000
Dado que a entidade só exerceu a sua atividade em 2021 durante os últimos 3 meses, uma
solução poderia ser a comparação dos consumos de eletricidade e de gás natural com referência a
esses 3 meses, tomando para o efeito, quanto a 2022, os consumos efetivos no último trimestre.
Não parece, porém, ser essa a solução que decorre do texto da lei, quando fala em “gastos
proporcionais”.
Sendo assim, afigura-se-nos que são possíveis duas outras soluções, ou seja:
(valores em €)
Consumo Consumo Consumo Acréscimo de
Descrição
4.º trim. 2021 anualizado 2021 2022 consumo
Eletricidade 5 000 20 000 25 000 5 000
Gás natural 3 000 12 000 15 000 3 000
8 000 32 000 40 000 8 000
Se a opção residir na consideração da parte proporcional dos gastos de 2022 relativa ao último
trimestre, teremos:
77
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
(valores em €)
Consumos Consumos Consumos Acréscimo de
Descrição
2021 2022 4.º trim. 2022 consumo
Eletricidade 5 000 25 000 6 250 1 250
Gás natural 3 000 15 000 3 750 750
8 000 40 000 10 000 2 000
Se o entendimento for este – como admitimos que seja – a majoração será de € 400 (= € 2 000 x
20%).
1 – Para efeitos de determinação do lucro tributável, relativo aos períodos de tributação com
início em 2022 e 2023, dos sujeitos passivos de IRC residentes que exerçam, a título principal, uma
atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, dos sujeitos passivos de IRC não residentes
com estabelecimento estável e dos sujeitos passivos de IRS com contabilidade organizada (categoria
B) podem ser majorados em 40% os gastos e perdas incorridos ou suportados pelo sujeito passivo
referentes à aquisição dos seguintes bens, quando utilizados no âmbito das atividades de produção
agrícola:
alimentares, e quaisquer outros produtos próprios para alimentação de gado, aves e outros animais,
referenciados no Codex Alimentarius, independentemente da raça e funcionalidade em vida,
d) Garrafas de vidro.
3 – O benefício fiscal previsto nos números anteriores está sujeito às regras de auxílios de
minimis.
78
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
É criado um regime extraordinário que se traduz numa majoração, em 40%, para efeitos da
determinação do lucro tributável de IRC ou IRS (no caso de sujeitos passivos com contabilidade
organizada) relativo aos períodos de tributação com início em 2022 e 2023, dos gastos ou perdas
incorridos com a aquisição dos seguintes bens, quando utilizados no âmbito das atividades de
produção agrícola:
alimentares, e quaisquer outros produtos próprios para alimentação de gado, aves e outros animais,
d) Garrafas de vidro.
O presente benefício deverá estar sujeito às regras de auxílios de minimis.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
CÓDIGO DO IVA
ANOTAÇÃO
O prazo de pagamento do IVA relativo ao mês de junho, bem como do IVA relativo ao
Tal alteração decorreu de proposta do PCP, dizendo-se na nota explicativa desta alteração:
“Por efeitos do Artigo 57º-A da Lei Geral Tributária, introduzido em 2021, as declarações cuja data
limite de entrega fosse o dia 20 de agosto já só tinham que ser entregues até ao dia 31 de agosto. Sendo certo
que essa alteração introduziu uma maior flexibilidade na fixação das férias por parte dos contabilistas, o que
faria sentido é que as obrigações fiscais cujo término corresse durante o mês de agosto, o prazo começasse a
contar a partir de 1 de setembro, aliás como tinha sido proposto pelo Grupo Parlamentar do PCP em sede
própria.
O que ainda é mais pertinente no caso da entrega da declaração periódica de IVA, uma vez que
alteração introduzida em 2021 é manifestamente insuficiente para assegurar o cabal direito às férias fiscais
por parte dos contabilistas. Pois ao ter que assegurar a entrega até 31 de agosto, não só a verificação e
comunicação da declaração acontecerá em agosto, como muito provavelmente uma parte dos registos
contabilísticos que dão suporte ao apuramento do IVA serão realizados também durante o mês de agosto.
Tendo em conta que a declaração periódica de IVA é uma das principais obrigações fiscais onde os
contabilistas são os principais intervenientes, para se assegurar de forma efetiva o direito às férias fiscais dos
contabilistas, devia-se garantir que a contagem do prazo da mesma passasse para dia 20 de setembro, com a
liquidação da mesma cinco dias depois. Desta forma, a liquidação do imposto devido continuaria a acontecer
80
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
como atualmente ainda no mês de setembro, o que é importante para a gestão corrente de tesouraria do
É de sublinhar que a conquista das férias fiscais foi um importante avanço para os contabilistas,
garantindo um direito há muito adiado a estes profissionais, que prestam um serviço de cariz público
insubstituível, apesar de muitas vezes não devidamente reconhecido. Uma conquista que contou com a
No entanto, a sua existência nos moldes atuais precisa de ir sendo aperfeiçoada, pela avaliação da
experiência concreta da sua implementação, introduzindo-lhe os ajustes necessários para que possa atingir
cabalmente o seu objetivo, garantir de forma efetiva o direito a férias dos contabilistas.”
ANOTAÇÃO
O prazo de entrega das declarações periódicas do IVA relativas ao mês de junho, bem como
81
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2 – Não obstante o disposto no número anterior, são ainda isentos do imposto os sujeitos passivos:
a) Com um volume de negócios superior a a) Com um volume de negócios superior a
10 000 €, mas inferior a 12 500 €, que, se 10 000 €, mas inferior a 15 000 €, que, se
tributados, preencheriam as condições de tributados, preencheriam as condições de
inclusão no regime dos pequenos retalhistas; inclusão no regime dos pequenos retalhistas;
b) Que, não tendo atingido um volume de b) Que, não tendo atingido um volume de
negócios superior a 12 500 € no ano civil anterior negócios superior a 15 000 € no ano civil anterior
e nos três anos civis precedentes, tenham e nos três anos civis precedentes, tenham
cumprido as condições previstas no n.º 1. cumprido as condições previstas no n.º 1.
ANOTAÇÃO
O limite do volume de negócios para aplicação da isenção prevista no artigo 53.º do Código
Relembre-se que, pela Lei do Orçamento do Estado para 2020, este limite havia passado de
Orçamento do Estado para 2023, à luz da qual, o referido limite será de € 13 500,00 em 2023 e de
€ 14 500,00 em 2024.
Artigo 59.º-D – Obrigações de faturação, obrigações declarativas e período em que passa a ser
devido o imposto
Redação anterior OE 2023
3 – Quando deixarem de se verificar as condições de aplicação do regime, os sujeitos passivos são
obrigados a apresentar a declaração de alterações prevista no artigo 32.º, nos seguintes prazos:
a) Durante o mês de janeiro do ano seguinte a) Durante o mês de janeiro do ano seguinte
àquele em que tenha sido atingido um volume àquele em que tenha sido atingido um volume
de negócios relativo ao conjunto das suas de negócios relativo ao conjunto das suas
operações tributáveis superior a 12 500 €; operações tributáveis superior a 15 000 €;
b) No prazo de 15 dias a contar da fixação definitiva de um rendimento tributável em sede de IRS
ou IRC baseado em volume de negócios superior ao limite referido na alínea anterior;
c) No prazo de 15 dias a contar do momento em que se deixar de verificar qualquer das demais
circunstâncias referidas no n.º 1 do artigo 59.º-A.
ANOTAÇÃO
82
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Manteiga, com ou sem adição de outros Manteiga, margarina e creme vegetal para
produtos; barrar obtido a partir de gorduras de
1.4.3
origem vegetal, com ou sem adição de
outros produtos;
Bebidas e iogurtes de soja, incluindo tofu. Bebidas e iogurtes de base vegetal, sem
leite e laticínios, produzidos à base de
1.4.9 frutos secos, cereais, preparados à base de
cereais, frutas, legumes ou produtos
hortícolas.
83
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Quanto à verba 1.3.2, a alteração promovida teve em vista eliminar eventuais discrepâncias
na tributação do setor das conservas de peixe, passando a estar sujeitas à taxa reduzida, para além
das conservas de peixes, as conservas à base de peixes, ainda que adicionadas de outros
Passam igualmente a estar sujeitas à taxa reduzida de 6% as conservas de moluscos, que são
atualmente tributadas a 13%, visando mais uma vez a uniformização e harmonização da tributação
das conservas.
Acrescenta-se à verba 1.4.3 a margarina e o creme vegetal para barrar obtido a partir de
Relativamente à verba 1.4.9, a alteração promovida teve por base proposta do PAN, que tem
tratamento fiscal mais justo aos produtos de origem vegetal face ao dado aos produtos de origem animal, ao
atribuir o IVA de 6% às bebidas e iogurtes de soja. Em obediência a este mesmo princípio no Orçamento de
Estado de 2022, por proposta do PAN, procedeu-se à redução para 6% do IVA dos queijos de origem vegetal,
produzidos à base de frutos secos, cereais, preparados à base de cereais, frutas, legumes ou produtos
hortícolas.
No entanto, volvidos 10 anos, face à evolução do mercado – que passou a comercializar não apenas
iogurtes de soja, mas iogurtes, sem leite ou laticínios, de outras bases vegetais (que não a soja) - afigura-se
como necessária inclusão nesta verba da lista I do Código do IVA, dos iogurtes de base vegetal (também
designados alternativas vegetais aos iogurtes) produzidos à base de frutos secos, cereais, preparados à base de
cereais, frutas, legumes ou produtos hortícolas, de forma a eliminar a discriminação positiva que se verifica
Nos últimos anos, o consumo de produtos de origem vegetal, em alternativa aos produtos de origem
animal, tem vindo a crescer e a assumir um papel relevante para as famílias portuguesas.
A importância, em muitos casos, da substituição da proteína animal por proteína vegetal para a saúde
84
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
já foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, assim como tem sido reconhecida a relevância, a nível
ambiental, do aumento da produção de origem vegetal em substituição da produção de origem animal, que
muito tem contribuído para a redução da emissão de gases poluentes, designadamente de CO2 e metano.
Nesse sentido, é importante eliminar a discriminação negativa que se verifica relativamente aos
produtos de base vegetal, sujeitando-os às mesmas taxas de IVA aplicáveis aos produtos alternativos, de
origem animal.
Assim, não se justifica que a tributação agravada dos iogurtes de origem vegetal (face aos iogurtes de
origem animal), ou dos iogurtes de soja (face aos iogurtes de outra base vegetal), ou dos iogurtes sólidos
Assim, face ao exposto e procurando pôr fim a esta discriminação, com a presente proposta o PAN
pretende que se desça para 6% o IVA de todos os iogurtes de base vegetal, sem leite e laticínios, produzidos à
base de frutos secos, cereais, preparados à base de cereais, frutas, legumes ou produtos hortícolas.”
Quanto à verba 2.25, a alteração decorreu de proposta do Partido Socialista, dizendo-se na
controlados para efeitos de aplicação da taxa reduzida de 6% de IVA compete exclusivamente ao Instituto da
gerando situações de ineficiência na análise das operações localizadas nas regiões autónomas.
EPERAM) e da Direção Regional de Habitação dos Açores à do IHRU, I.P., propõe-se que as empreitadas de
construção de habitação de custos controlados passem a ser certificadas por estas entidades quando
85
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
São aditadas as verbas 2.39, 2.40 e 2.41 à lista I anexa ao Código do IVA, com a seguinte
redação:
Verba OE 2023
ANOTAÇÃO
Relativamente à verba 2.39, decorreu de proposta do PAN, cuja nota explicativa diz o
seguinte:
“A crise sanitária provocada pela COVID-19 veio demonstrar-nos que uma nova forma de assistir a
espetáculos de natureza cultural, como concertos de música ou teatro, poderia ser por via de transmissão
online em direto do evento. O recurso a estas transmissões foi, muitas vezes, uma forma de garantir que a
cultura não era suspensa e manteve-se em alguns domínios, mesmo num contexto em que a crise sanitária
não está com uma dimensão tão grave.
Ciente desta realidade, o anexo da Diretiva (UE) 2022/542 do Conselho, de 5 de abril de 2022, que
altera as Diretivas 2006/112/CE e (UE) 2020/285 no que diz respeito às taxas do imposto sobre o valor
acrescentado, aditou à Lista das entregas de bens e das prestações de serviços a que se podem aplicar as taxas
86
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
consumo da cultura por parte dos cidadãos, com a presente proposta o PAN procura clarificar que o IVA de
6% para os espetáculos culturais também se aplicará aos casos em que ocorra a sua transmissão por via
digital.”
De acordo com o n.º 4 do artigo 282.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023, esta norma
cessa a sua vigência em 30 de junho de 2025.
Quanto à verba 2.40, agora aditada, tem em vista promover uma fiscalidade verde, bem
como privilegiar equipamentos altamente eficientes do ponto de vista energético e com baixos
níveis de emissões.
De acordo com o n.º 4 do artigo 282.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023, esta norma
Relativamente à verba 2.41, face à atual escassez de gás natural, reduz-se a taxa de IVA
aplicável aos péletes e briquetes produzidos a partir de biomassa, substitutos ecológicos do gás
natural.
87
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
IMPOSTO DO SELO
ANOTAÇÃO
Ao elenco das transmissões gratuitas sujeitas à taxa de 10% da verba 1.2 da Tabela Geral do
Imposto do Selo foram acrescentados os criptoativos, na alínea i) do n.º 3 do artigo 1.º do Código
do Imposto do Selo, remetendo-se para a definição que consta agora do Código do IRS.
Considera-se criptoativo toda a representação digital de valor ou direitos que possa ser
semelhante, excluindo-se deste conceito os criptoativos únicos e não fungíveis com outros
criptoativos.
88
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
ANOTAÇÃO
Considera-se, na nova alínea w) do n.º 3 deste artigo, que, nas operações realizadas por ou
por isso, quem está obrigado a suportar o encargo do imposto – é o cliente dos serviços.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
nacional;
ii) Nas restantes transmissões gratuitas, quando
o beneficiário tenha domicílio em território
nacional.
9 – Nas operações previstas na verba n.º 30 da
Tabela Geral, o imposto é devido sempre que o
prestador de serviços de criptoativos, ou o
cliente desses serviços, sejam domiciliados em
território nacional, considerando-se domicílio a
residência, sede, direção efetiva, filial, sucursal
ou estabelecimento estável.
ANOTAÇÃO
Estabelece-se no n.º 3 deste artigo que o imposto do selo é devido, nas transmissões gratuitas,
Entretanto, no n.º 4 do mesmo artigo, estão definidas as regras a utilizar na apreciação a fazer
em instituições com sede, direção efetiva ou estabelecimento estável em território nacional ou, não
sendo depositados: (i) nas sucessões por morte, quando o autor da transmissão tenha domicílio em
território nacional; e, (ii) nas restantes transmissões gratuitas, quando o beneficiário tenha
30 da Tabela Geral do Imposto do Selo, o n.º 9 deste artigo 4.º, agora aditado, prevê que o imposto
seja devido sempre que o prestador ou o cliente dos serviços sejam domiciliados em território
estabelecimento estável.
90
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Artigo 14.º-A
1 – O valor tributável dos criptoativos determina-se de acordo com as seguintes regras e pela
ordem indicada:
c) Pelo valor declarado pelo cabeça-de-casal ou pelo beneficiário, devendo, tanto quanto
e Aduaneira considere fundamentadamente que possa haver uma divergência entre o valor
declarado e o valor de mercado, tem a faculdade de proceder à determinação do valor tributável
ANOTAÇÃO
A introdução deste artigo visou a determinação do valor tributário dos criptoativos nas
Prevê-se nessa determinação a aplicação das seguintes regras, pela ordem indicada:
c) Pelo valor declarado pelo cabeça-de-casal ou pelo beneficiário, devendo, tanto quanto
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
determinação do valor tributável dos criptoativos com base no valor de mercado, quando
fundamentadamente considere que possa haver divergência entre o valor declarado e o valor de
mercado.
ANOTAÇÃO
vimos, os sujeitos passivos são os prestadores desses serviços –, os clientes são solidariamente
92
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
transmissão gratuita de que haja conhecimento por qualquer via, sem que se mostre pago o
93
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É aditada à Tabela Geral do Imposto do Selo, aprovada em anexo à Lei n.º 150/99, de 11 de
Taxas
Verba Descrição
Anterior OE 2023
ANOTAÇÃO
regime legal do crédito à habitação e até ao montante do capital em dívida, as seguintes operações:
aplicável;
b) Prorrogação do prazo;
7.º do Código do Imposto do Selo, quando, em qualquer dos casos, o imposto do selo constitua
94
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3 – As isenções previstas nos números anteriores aplicam-se aos factos tributários ocorridos
ANOTAÇÃO
Esta medida junta-se ao pacote de soluções para a renegociação dos créditos aprovado pelo
Governo para fazer face ao impacto do atual contexto de subida rápida de taxas de juro na taxa de
esforço das famílias e que estará em vigor até ao final do próximo ano.
seguintes operações:
aplicável;
• Prorrogação do prazo;
Esta isenção abrange as garantias prestadas que sejam destinadas à (i) celebração de um
novo contrato de crédito, no âmbito do regime legal do crédito à habitação, para refinanciamento
da dívida, bem como aos (ii) mútuos constituídos no âmbito do regime legal do crédito à habitação
até ao montante do capital em dívida, quando deles resulte mudança da instituição de crédito ou
sub-rogação nos direitos e garantias do credor hipotecário, nos termos do artigo 591.º do Código
Civil. Esta isenção sobre as garantias só se aplica quando o Imposto do Selo constitua encargo dos
respetivos mutuários.
Estas isenções aplicam-se aos factos tributários ocorridos entre 1 de novembro de 2022 e 31
de dezembro de 2023.
95
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
96
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
zonas de pressão urbanística e afetos ao alojamento local pode ser majorada em até 100% da taxa, e
em até 25% nos casos em que, tendo por destino a habitação, não se encontrem arrendados para
Esta majoração é elevada “a 50%” sempre que o sujeito passivo do imposto seja uma pessoa
coletiva ou outra entidade fiscalmente equiparada. Trata-se de redação que não nos parece muito
feliz e que poderá vir a suscitar esclarecimentos futuros.
97
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
O agravamento da taxa do IMI aplicável aos prédios urbanos ou frações autónomas que se
quando os imóveis se encontrem devolutos há mais de um ano (quando até aqui era há mais de
dois anos).
O limite previsto na alínea b) do n.º 1 (12 vezes a taxa prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo
112.º, que varia entre 0,3% e 0,45%) pode, mediante deliberação da assembleia municipal, ser
aumentado em:
a) 25% sempre que o prédio urbano ou fração autónoma se destine a habitação e, no ano a
que respeita o imposto, não se encontre arrendado para habitação ou afeto a habitação própria e
b) 50% sempre que o sujeito passivo do imposto seja uma pessoa coletiva ou outra entidade
fiscalmente equiparada.
98
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ONEROSAS DE IMÓVEIS
CÓDIGO DO IMT
ANOTAÇÃO
b) Isenções sem pagamento, que são atribuídas à partida, pelo que não é em princípio feita
imposto.
No caso da isenção pela aquisição de prédios para revenda, prevista no artigo 7.º do Código
do IMT, o n.º 2 deste artigo prevê que seja uma isenção com pagamento, salvo se se reconhecer que
O conceito de exercício normal e habitual dessa atividade está definido no n.º 3, que foi
Até então, o reconhecimento desse exercício de atividade operava-se com base em certidão
emitida pelo serviço de finanças competente, confirmando o exercício no ano anterior através da
99
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Agora, passa a exigir-se que a certidão comprove a realização, em cada um dos dois anos
Resulta daqui que uma sociedade cujo objeto seja a compra e venda de imóveis apenas pode
obter uma isenção de IMT sem pagamento mais de um ano depois de ter iniciado a sua atividade.
ANOTAÇÃO
No âmbito das regras previstas para a determinação do valor tributável em IMT, considera-
-se valor constante do ato ou do contrato, o valor dos móveis – agora incluindo criptoativos –
A alínea c) do artigo 4.º do Código do IMT estabelece que nos contratos de troca ou permuta
compreendem bens imóveis – o imposto é devido pelo permutante que receber os bens de maior
valor. Por seu turno, na alínea b) do n.º 5 do artigo 2.º do mesmo Código, o que fica sujeito a IMT é
No domínio da quantificação do valor tributário em IMT, a regra 4.ª do n.º 4 do artigo 12.º
diz textualmente:
“Nas permutas de bens imóveis, toma-se para base da liquidação a diferença declarada de valores,
100
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
“O disposto na regra 4.ª do n.º 4 fica sem efeito relativamente aos bens imóveis que sejam transmitidos
no prazo de um ano a contar da data da permuta, caso em que o primitivo permutante que transmitiu o
imóvel deve apresentar declaração de modelo oficial, no serviço de finanças competente, no prazo de 30 dias a
Pretende-se, tanto quanto parece, criar uma norma qualificável como antiabuso, no sentido
de evitar a figura das chamadas “permutas técnicas”, realizadas com o propósito de, mesmo não
Exemplifiquemos:
apartamento.
Nesta hipótese, como é bom de ver, B paga IMT em relação ao apartamento, igual ao que
teria pago se a aquisição fosse feita a A. Entretanto, em vez de A pagar IMT em relação à moradia,
o imposto será agora inferior, pois incidirá sobre a diferença entre os valores da moradia e do
apartamento.
Por conseguinte, pretende-se agora penalizar este tipo de situações, designadamente
quando, no prazo de um ano a contar da data da permuta, um ou mais dos imóveis dela objeto são
alienados.
O que se diz no novo n.º 6 do artigo 12.º é que o disposto na regra 4.ª do n.º 4 – tributação
pela maior das diferenças entre valores declarados e valores patrimoniais tributários – fica sem
efeito relativamente aos bens imóveis que sejam transmitidos no prazo de um ano a contar da data
da permuta.
Duas interpretações nos parecem possíveis no tocante a este novo preceito, embora uma nos
Efetivamente, quando se diz que “o disposto na regra 4.ª do n.º 4 fica sem efeito”, pode
concluir-se que, ficando a regra sem efeito, deixará de ter aplicação em relação aos dois
permutantes, e não apenas em relação àquele que transmitiu os bens que recebeu na permuta.
101
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nesse caso, a perda de efeito da regra determinaria, não apenas a eventual retificação da
Não nos parece ser esta a melhor interpretação do novo n.º 6 do artigo 12.º, que, além do
mais, levantaria a questão de saber como é que o permutante não alienante iria ser avisado do fim
do regime da permuta, com vista à prática de uma liquidação adicional. Por outro lado, dar-se-ia a
circunstância de esse permutante ficar dependente de uma futura alienação, projetada ou não, por
Ora, afigura-se-nos que esta interpretação é a mais consentânea com a letra da lei, já que esta
estabelece que o disposto na regra 4.ª do n.º 4 fica sem efeito relativamente os bens imóveis que
sejam transmitidos no referido prazo. E acrescenta que, nesse caso, o primitivo permutante que
A ser válida esta interpretação, como pensamos, se algum dos permutantes vender um
imóvel recebido na permuta no prazo de um ano a contar da data desta, deixará de beneficiar da
aplicação da regra em apreço, devendo ser liquidado o imposto como se o tivesse adquirido, não
por permuta, mas por simples compra, sem que daí decorra qualquer implicação para o outro
permutante.
Exemplo numérico
A pagará IMT sobre a maior das diferenças entre os valores declarados e os VPT´s, ou seja,
apartamento, ou seja, calculado sobre o maior dos valores entre o declarado e o VPT, isto é, sobre
€ 400 000.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Partindo da mesma operação, se for A a vender, no mesmo prazo de um ano, a moradia que
recebeu de C, do mesmo modo ficará sem efeito o mecanismo da permuta, sendo A obrigado a
pagar o diferencial correspondente à diferença entre o valor tributável da moradia (€ 500 000) e o
De mais de 93 331 e até 127 667 2 0,537 9 De mais de 97 064 e até 132 774 2 0,537 9
De mais de 127 667 e até 174 071 5 1,727 4 De mais de 132 774 e até 181 034 5 1,727 4
De mais de 174 071 e até 290 085 7 3,836 1 De mais de 181 034 e até 301 688 7 3,836 1
De mais de 290 085 e até 580 066 8 - De mais de 301 688 e até 603 269 8 -
Superior a 580 066 e até 1 010 000 6 (taxa única) Superior a 603 269 e até 1 050 400 6 (taxa única)
Superior a 1 010 000 7,5 (taxa única) Superior a 1 050 400 7,5 (taxa única)
(*) No limite superior do escalão
De mais de 93 331 e até 127 667 2 1,268 9 De mais de 97 064 e até 132 774 2 1,268 9
De mais de 127 667 e até 174 071 5 2,263 6 De mais de 132 774 e até 181 034 5 2,263 6
De mais de 174 071 e até 290 085 7 4,157 8 De mais de 181 034 e até 301 688 7 4,157 8
De mais de 290 085 e até 556 344 8 - De mais de 301 688 e até 578 598 8 -
Superior a 556 344 e até 1 010 000 6 (taxa única) Superior a 578 598 e até 1 050 400 6 (taxa única)
Superior a 1 010 000 7,5 (taxa única) Superior a 1 050 400 7,5 (taxa única)
(*) No limite superior do escalão
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
limite do maior dos escalões que nela couber, à igual ao limite do maior dos escalões que nela
qual se aplica a taxa média correspondente a este couber, à qual se aplica a taxa média
escalão, e outra, igual ao excedente, a que se correspondente a este escalão, e outra, igual ao
aplica a taxa marginal respeitante ao escalão excedente, a que se aplica a taxa marginal
imediatamente superior. respeitante ao escalão imediatamente superior.
9 – Para efeitos do disposto nas alíneas a) e b) do
n.º 1, nas permutas de imóveis é aplicável, com as
devidas adaptações, o disposto na alínea b) do
n.º 6.
ANOTAÇÃO
taxa de 4%.
Valores em €
Parcela a
Valor sobre que incide o IMT Taxa
abater
Até 97 064 1% -
De mais de 97 064 e até 132 774 2% 970,64
De mais de 132 774 e até 181 034 5% 4 953,86
De mais de 181 034 e até 301 688 7% 8 574,54
De mais de 301 688 e até 578 598 8% 11 891,42
Superior a 578 598 e até 1 050 400 Taxa única de 6%
Superior a 1 050 400 Taxa única de 7,5%
104
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De harmonia com o novo n.º 9 deste artigo, relativamente às taxas previstas para prédios
urbanos e frações de prédios urbanos, no caso de permutas de imóveis é aplicável, com as devidas
“Se no ato não se transmitir a totalidade do prédio ou se se transmitirem figuras parcelares do direito
de propriedade, ou da propriedade separada dessas figuras parcelares, ao valor tributável aplica-se a taxa
estarem omissos nas matrizes, bem como o valor estarem omissos nas matrizes, bem como o valor
ANOTAÇÃO
Aos elementos que os sujeitos passivos devem fornecer com vista à liquidação do IMT é
agora acrescentada a indicação do valor de cada prédio, da parte indivisa ou do direito a que o ato
ou contrato respeitar, bem como o valor global dos bens ou direitos transmitidos.
Tanto quanto parece, pretendeu-se dar sequência ao novo tratamento previsto para as
permutas.
105
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
BENEFÍCIOS FISCAIS
Este novo incentivo passou a integrar o artigo 19.º-B, com a seguinte redação:
Artigo 19.º-B
Incentivo fiscal à valorização salarial
1 – Para a determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos de IRC e dos sujeitos
trabalhadores com contrato de trabalho por tempo indeterminado são considerados em 150% do
a) Relativos a trabalhadores cuja remuneração tenha aumentado em pelo menos 5,1% entre o
último dia do período de tributação do exercício em causa e o último dia do período de tributação
do exercício anterior;
título da remuneração fixa e das contribuições para a segurança social a cargo da mesma entidade;
fixa dos trabalhadores, apurada no último dia do período de tributação do exercício em causa.
106
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
A introdução deste novo incentivo fiscal decorre do previsto no “Acordo de Médio Prazo de
“Majoração em 50% dos custos com a valorização salarial (remunerações e contribuições sociais), em
sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), para todas as empresas que:
a. Tenham contratação coletiva dinâmica, considerando-se para o efeito a outorga ou renovação de
b. Valorizem anualmente os salários em linha ou acima dos valores constantes no Acordo e no quadro
c. Reduzam o leque salarial, considerando-se para o efeito o rácio entre a parcela da remuneração base
dos 10% de trabalhadores mais bem remunerados em relação ao total e a parcela de remuneração base dos
Não são abrangidos por este incentivo os sujeitos passivos relativamente aos quais se
verifique um aumento do leque salarial dos trabalhadores face ao exercício anterior, definindo-se
leque salarial como sendo a diferença entre os montantes anuais da maior e menor remuneração
fixa dos trabalhadores, apurada no último dia do período de tributação do exercício em causa.
A majoração de 50% é aplicável aos montantes suportados pela entidade empregadora com o
para a segurança social, tendo os encargos majoráveis um limite, por trabalhador, correspondente
a 4 vezes a retribuição mínima mensal garantida, ou seja, para 2023, 4 x € 760 = € 3 040.
São abrangidos os trabalhadores cuja remuneração tenha aumentado em pelo menos 5,1%
entre o último dia do período de tributação do exercício em causa e o último dia do período de
107
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De acordo com o n.º 2 do artigo 282.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023, esta norma
Artigo 41.º-B – Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões Autónomas
Redação anterior OE 2023
1 – Às empresas que exerçam, diretamente e a 1 – Às empresas que exerçam, diretamente e a
título principal, uma atividade económica de título principal, uma atividade económica de
natureza agrícola, comercial, industrial ou de natureza agrícola, comercial, industrial ou de
prestação de serviços em territórios do interior, prestação de serviços em territórios do interior,
que sejam qualificadas como micro, pequenas que sejam qualificadas como micro, pequenas ou
ou médias empresas, nos termos previstos no médias empresas ou empresas de pequena-
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de -média capitalização (Small Mid Cap), nos termos
novembro, é aplicável a taxa de IRC de 12,5% previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007,
aos primeiros 25 000 € de matéria coletável. de 6 de novembro, é aplicável a taxa de IRC de
12,5% aos primeiros 50 000 € de matéria
coletável.
4 – Aos sujeitos passivos abrangidos pelo n.º 1 é 4 – [Revogado].
aplicável uma majoração de 20% à dedução
máxima prevista no n.º 1 do artigo 29.º do
Código Fiscal do Investimento quando estejam
em causa investimentos elegíveis realizados em
territórios do Interior.
6 – Para determinação do lucro tributável das
empresas a que se refere o n.º 1, os encargos
correspondentes à criação líquida de postos de
trabalho são considerados em 120% do respetivo
montante, contabilizado como custo do exercício.
108
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
109
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
o limite global aí estabelecido elevado para o limite global aí estabelecido elevado para
€ 1 000 quando a diferença seja relativa a estas 1000 € quando a diferença seja relativa a estas
despesas. despesas.
9 – A dedução à coleta do IRS a que se refere a 12 – A dedução à coleta do IRS a que se refere a
alínea a) do n.º 1 do artigo 78.º-E do Código do alínea a) do n.º 1 do artigo 78.º-E do Código do
IRS tem o limite de € 1 000 durante três anos, IRS tem o limite de 1000 € durante três anos,
sendo o primeiro o da celebração do contrato, sendo o primeiro o da celebração do contrato, no
no caso de os encargos aí previstos resultarem caso de os encargos aí previstos resultarem da
da transferência da residência permanente para transferência da residência permanente para um
um território do Interior identificado na portaria território do interior identificado na portaria a
a que se refere o n.º 6. que se refere o n.º 10.
10 – Para efeitos do disposto nos n.os 7 e 8, os 13 – Para efeitos do disposto nos n.os 11 e 12, os
sujeitos passivos devem indicar no Portal das sujeitos passivos devem indicar no Portal das
Finanças: Finanças:
a) No prazo previsto no n.º 6 do artigo 58.º-A do a) No prazo previsto no n.º 6 do artigo 58.º-A do
Código do IRS, os membros do agregado Código do IRS, os membros do agregado
familiar que frequentam estabelecimentos de familiar que frequentam estabelecimentos de
ensino situados em território do Interior ou das ensino situados em território do interior ou das
Regiões Autónomas e o valor total das regiões autónomas e o valor total das respetivas
respetivas despesas suportadas; despesas suportadas;
b) As faturas ou outro documento que sejam b) As faturas ou outro documento que sejam
relativas a arrendamento de que resulte a relativas a arrendamento de que resulte a
transferência da residência permanente para um transferência da residência permanente para um
território do Interior. território do interior.
Nota: O anterior n.º 6 corresponde ao novo n.º 9. O anterior n.º 7 corresponde ao novo n.º 10.
ANOTAÇÃO
No âmbito dos benefícios fiscais aos territórios do Interior, existem duas alterações no n.º 1
Por um lado, o preceito passa a aplicar-se, não apenas a PME´s, mas também a empresas de
Conforme consta dos n.os 3 e 4 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro:
“3 – Na categoria das empresas de média capitalização considera-se como uma empresa de pequena-
média capitalização (Small Mid Cap) aquela que empregue menos de 500 pessoas.
4 – Para efeitos da aplicação dos conceitos constantes dos n.os 2 e 3, as empresas devem ser
consideradas como sendo autónomas, nos termos do n.º 1 do artigo 3.º do anexo ao presente decreto-lei,
110
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
independentemente das relações estabelecidas com outras empresas, através de detenções de capital ou
direitos de voto.”
Por outro lado, a taxa de 12,5%, que se aplicava aos primeiros € 25 000 de matéria coletável,
Foi eliminada a majoração de 20% que se aplicava à dedução máxima prevista no n.º 1 do
artigo 29.º do Código Fiscal do Investimento quando estivessem em causa investimentos elegíveis
Quanto aos encargos a majorar, serão os montantes suportados pela entidade empregadora
com o trabalhador, a título de remuneração fixa e das contribuições para a segurança social a cargo
da mesma entidade.
Ainda para efeitos do cômputo da criação líquida, apenas são considerados os postos de
n.os 1 e 2 deste artigo, ou seja, não exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade
interior, qualificadas como PME´s ou empresas de pequena-média capitalização (Small Mid Cap),
ou que não exerçam a sua atividade ou não tenham direção efetiva nas áreas beneficiárias, tenham
salários em atraso, resultem de cisão efetuada nos dois anos anteriores à usufruição dos benefícios
ou cuja determinação do lucro tributável seja feito através de métodos indiretos de tributação,
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este novo regime passa a constar do novo artigo 43.º-D do EBF, com a seguinte redação:
Artigo 43.º-D
privado com sede ou direção efetiva em território português pode ser deduzida uma importância
correspondente à aplicação da taxa de 4,5% ao montante dos aumentos líquidos dos capitais
próprios elegíveis.
2 – A taxa prevista no número anterior é majorada em 0,5 pontos percentuais caso o sujeito
capitalização (Small Mid Cap), de acordo com os critérios previstos no anexo ao Decreto-Lei
3 – Para efeitos da dedução prevista no n.º 1, o montante dos aumentos líquidos dos capitais
próprios elegíveis corresponde à soma algébrica dos aumentos líquidos dos capitais próprios
elegíveis verificados em cada um dos nove períodos de tributação anteriores, considerando-se que
o montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis corresponde a zero nas situações
em que o resultado dessa soma algébrica for negativo.
4 – A dedução prevista nos números anteriores não pode exceder, em cada período de
a) € 2 000 000; ou
b) 30% do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e
posteriores, após a dedução relativa a esse mesmo período, com os limites previstos no número
anterior.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b) «Aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis», os aumentos dos capitais próprios
elegíveis após a dedução das saídas, em dinheiro ou em espécie, em favor dos titulares do capital,
ou resultados transitados.
8 – Para efeitos do presente regime não são considerados os aumentos de capitais próprios
do capital da sociedade beneficiária, que sejam financiadas por aumentos de capitais próprios
do capital da sociedade beneficiária por entidade com a qual o sujeito passivo esteja em situação
de relações especiais que sejam financiadas através de mútuos concedidos pelo próprio sujeito
passivo ou por outra entidade com a qual essa entidade e o sujeito passivo estejam em situação de
relações especiais;
do capital da sociedade beneficiária, por uma entidade que não seja residente para efeitos fiscais
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para evitar a dupla tributação internacional,
acordo bilateral ou multilateral que preveja a troca de informações para fins fiscais.
9 – Para efeitos do apuramento do montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios
elegíveis verificados nos nove períodos de tributação anteriores, nos termos do n.º 3, apenas se
consideram os aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis verificados nos períodos de
ANOTAÇÃO
No fundo, este regime resultou de uma espécie de fusão dos benefícios relativos à
remuneração convencional do capital social e da dedução dos lucros retidos e reinvestidos (DLRR).
Nessa linha, foram revogados o artigo 41.º-A do EBF e os artigos 27.º a 34.º do Código Fiscal do
Investimento.
“Artigo 41.º-A
1 – Na determinação do lucro tributável das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial,
cooperativas, empresas públicas, e demais pessoas coletivas de direito público ou privado com sede ou direção
efetiva em território português, pode ser deduzida uma importância correspondente à remuneração
convencional do capital social, calculada mediante a aplicação, limitada a cada exercício, da taxa de 7% ao
montante das entradas realizadas até € 2 000 000, por entregas em dinheiro ou através da conversão de
créditos, ou do recurso aos lucros do próprio exercício no âmbito da constituição de sociedade ou do aumento
a) (Revogada);
b) (Revogada);
d) A sociedade beneficiária não reduza o seu capital social com restituição aos sócios, quer no período
de tributação em que sejam realizadas as entradas relevantes para efeitos da remuneração convencional do
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
realizadas no âmbito de aumento do capital social que correspondam à conversão de créditos em capital, e ao
aumento de capital com recurso aos lucros gerados no próprio exercício, desde que, neste último caso, o
registo do aumento de capital se realize até à entrega da declaração de rendimentos relativa ao exercício em
causa;
realizadas as entradas mencionadas na alínea anterior e nos cinco períodos de tributação seguintes;
empréstimos de sócios realizadas a partir de 1 de janeiro de 2017 ou a partir do primeiro dia do período de
tributação que se inicie após essa data, quando este não coincida com o ano civil;
após essa data, quando este não coincida com o ano civil.
período de tributação em que ocorra a redução do capital com restituição aos sócios, do somatório das
5 – É reduzido a 25% o limite previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 67.º do Código do IRC quando os
num dos cinco períodos de tributação anteriores, o mesmo seja ou haja sido aplicado a sociedades que
detenham direta ou indiretamente uma participação no capital social da empresa beneficiária, ou sejam
participadas, direta ou indiretamente, pela mesma sociedade, na parte referente ao montante das entradas
realizadas no capital social daquelas sociedades que haja beneficiado do presente regime.”
Os artigos 27.º a 34.º do Código Fiscal ao Investimento, também revogados através da Lei do
“Artigo 27.º
Objeto
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Artigo 28.º
Podem beneficiar da DLRR os sujeitos passivos de IRC residentes em território português, bem como
os sujeitos passivos não residentes com estabelecimento estável neste território, que exerçam, a título
principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, que preencham, cumulativamente, as
seguintes condições:
a) Sejam micro, pequenas e médias empresas, tal como definidas na Recomendação n.º 2003/361/CE,
1 – Os sujeitos passivos referidos no artigo anterior podem deduzir à coleta do IRC, nos períodos de
tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2014, até 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos
em aplicações relevantes nos termos do artigo 30.º, no prazo de quatro anos contado a partir do final do
2 – Para efeitos da dedução prevista no número anterior, o montante máximo dos lucros retidos e
3 – A dedução prevista no número anterior é feita, nos termos da alínea c) do n.º 2 do artigo 90.º do
4 – No caso dos sujeitos passivos que sejam micro e pequenas empresas, tal como definidas na
Recomendação 2003/361/CE, da Comissão, de 6 de maio de 2003, a dedução prevista no n.º 2, nos termos da
alínea c) do n.º 2 do artigo 90.º do Código do IRC, é feita até à concorrência de 50% da coleta do IRC.
a) Efetua-se ao montante apurado nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 90.º do Código do IRC,
b) É feita até 25% do montante mencionado na alínea anterior e não pode ultrapassar, em relação a
cada sociedade e por cada período de tributação, o limite de 25% da coleta que seria apurada pela sociedade
que realizou as aplicações relevantes caso não se aplicasse o regime especial de tributação de grupos de
sociedades.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
encontram reunidos os requisitos previstos na legislação comercial para adiantamento por conta de lucros,
não podendo essa dedução ser superior àquela que seria obtida com base no lucro apurado no final desse
período de tributação.
Artigo 30.º
Aplicações relevantes
1 – Consideram-se aplicações relevantes, para efeitos do presente regime, os ativos fixos tangíveis,
b) Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo quando afetos a atividades
produtivas ou administrativas;
c) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, salvo quando afetas à exploração de serviço público de
transportes ou destinadas a serem alugadas no exercício da atividade normal do sujeito passivo, barcos de
2 – Consideram-se ainda aplicações relevantes, para efeitos do presente regime, os ativos intangíveis,
constituídos por despesas com transferência de tecnologia, nomeadamente através da aquisição de direitos de
patentes, licenças, know-how ou conhecimentos técnicos não protegidos por patente, desde que cumpridos
b) Não sejam adquiridos a entidades com as quais existam relações especiais nos termos do n.º 4 do
verificadas em cada período de tributação, de ativos fixos tangíveis ou ativos intangíveis e bem assim o que,
tendo a natureza de ativo fixo tangível e não dizendo respeito a adiantamentos, se traduza em adições aos
investimentos em curso.
4 – Para efeitos do disposto nos números anteriores, não se consideram as adições de ativos que
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
5 – No caso de ativos adquiridos em regime de locação financeira, a dedução a que se refere o n.º 1 do
artigo anterior é condicionada ao exercício da opção de compra pelo sujeito passivo no prazo de sete anos
6 – As aplicações relevantes em que seja concretizado o reinvestimento dos lucros retidos devem ser
detidas e contabilizadas de acordo com as regras que determinaram a sua elegibilidade, por um período
7 – Quando ocorra a transmissão onerosa dos ativos em que seja concretizado o reinvestimento dos
lucros retidos antes de decorrido o prazo previsto no número anterior, o sujeito passivo deve reinvestir, no
aplicações relevantes nos termos do presente artigo, os quais devem ser detidos, pelo menos, pelo período
Artigo 31.º
Não cumulação
1 – Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a DLRR não é cumulável, relativamente às mesmas
aplicações relevantes elegíveis, com quaisquer outros benefícios fiscais ao investimento da mesma natureza.
2 – A DLRR é cumulável com o regime de benefícios contratuais e com o RFAI, nos termos e condições
Artigo 32.º
2 – A reserva especial a que se refere o número anterior não pode ser utilizada para distribuição aos
sócios antes do fim do quinto exercício posterior ao da sua constituição, sem prejuízo dos demais requisitos
legais exigíveis.
Artigo 33.º
documentação fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC, que identifique discriminadamente o
montante dos lucros retidos e reinvestidos, as aplicações relevantes objeto de reinvestimento, o respetivo
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2 – A contabilidade dos sujeitos passivos de IRC beneficiários da DLRR deve evidenciar o imposto que
deixe de ser pago em resultado da dedução a que se refere o artigo 29.º, mediante menção do valor
Artigo 34.º
Incumprimento
Sem prejuízo do disposto no Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de
15 de junho:
a) A não concretização da totalidade do investimento nos termos previstos no artigo 30.º até ao termo
do prazo de três anos previsto no n.º 1 do artigo 29.º implica a devolução do montante de imposto que deixou
de ser liquidado na parte correspondente ao montante dos lucros não reinvestidos, ao qual é adicionado o
montante de imposto a pagar relativo ao terceiro período de tributação seguinte, acrescido dos
imposto que deixou de ser liquidado na parte correspondente aos ativos relativamente aos quais não seja
exercida a opção de compra ou que sejam transmitidos antes de decorrido o prazo de cinco anos, o qual é
adicionado ao montante de imposto a pagar relativo ao período em que se verifiquem esses factos, acrescido
c) A não constituição da reserva especial, nos termos do n.º 1 do artigo 32.º, implica a devolução do
montante de imposto que deixou de ser liquidado, ao qual é adicionado o montante de imposto a pagar
relativo ao terceiro período de tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros compensatórios
majorados em 15 pontos percentuais;
que deixou de ser liquidado correspondente à parte da reserva que seja utilizada para distribuição aos sócios,
ao qual é adicionado o montante de imposto a pagar relativo ao terceiro período de tributação seguinte,
acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais.”
Importa proceder a uma comparação entre o revogado artigo 41.º-A do EBF e o Regime
Fiscal de Incentivo à Capitalização das Empresas constante do novo artigo 43.º-D do mesmo
Estatuto.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Reduções de capital
O benefício não se aplica se a sociedade Não estão impedidas as reduções de
beneficiária reduzir o capital com capital através de saídas em favor dos
restituição aos sócios, quer no período de titulares de capital, a título de
tributação em que sejam realizadas as n.º 1 remuneração ou redução do capital ou de
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
É do seguinte teor:
líquidos dos capitais próprios que ocorram nos períodos de tributação que se iniciem em, ou após,
1 de janeiro de 2023.
2 – Às entradas realizadas até à data da entrada em vigor da presente lei continua a aplicar-
-se, relativamente às importâncias aplicadas até essa mesma data, o disposto no artigo 41.º-A do
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Esta alteração decorreu de proposta do Partido Socialista e tem a seguinte nota explicativa:
“Os prédios classificados como monumentos nacionais e os prédios individualmente classificados como
de interesse público ou de interesse municipal, nos termos da legislação aplicável, estão atualmente isentos de
IMI, conforme previsto na alínea n) do artigo 44.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF). Ora, sendo o
IMI receita própria dos municípios, propõe-se que devam ser precisamente os municípios a fazer esta
avaliação, quando a classificação é uma competência dos municípios ou quando os prédios individualmente
considerados integram conjuntos ou sítios classificados como monumentos nacionais, em função daquela que
é a realidade do território, passando a exigir-se a existência de um procedimento municipal de
reconhecimento do direito à isenção, cujo resultado de deferimento deverá ser comunicado à Autoridade
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Esta alteração decorreu de proposta do Partido Socialista e tem a seguinte nota explicativa:
“O Orçamento do Estado de 2020, aprovado pela Lei n.º 2/2020, aprovou no seu artigo 355.º, uma
isenção de IRS e IRC para programas de iniciativa municipal que tenham por objeto contratos de
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta medida teve como mais emblemático beneficiário o Programa Renda Segura adotado pela Câmara
Municipal de Lisboa durante a pandemia. Todavia, essa isenção apenas se aplicava ao subarrendamento para
Atualmente o país atravessa uma situação dramática de alojamento estudantil. 33% dos estudantes no
ensino superior público são deslocados da sua residência, num total de 108.406 estudantes. Porém, há apenas
15.073 camas em residências no sistema de ensino superior público, abrangendo assim um máximo de 14%
dos estudantes, e apenas 13 mil estudantes beneficiam do complemento de alojamento, deixando assim 80 mil
Em face do exposto importa poder alargar este programa a alojamento estudantil, desde que
condicionado à prática de rendas compatíveis com o programa de arrendamento acessível, procedendo-se para
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
benefícios fiscais:
a) Dedução à coleta do IRC apurada nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 90.º do Código do
IRC, das seguintes importâncias das aplicações relevantes:
i) 25% das aplicações relevantes, relativamente i) 30% das aplicações relevantes, relativamente
ii) 10% das aplicações relevantes, relativamente à parte do investimento realizado que exceda o
ANOTAÇÃO
à coleta aplicável dos atuais 25% para 30% das aplicações relevantes, relativamente ao
investimento realizado até ao montante de € 15 000 000, nas regiões Norte, Centro, Alentejo e
Regiões Autónomas, em conformidade com o mapa nacional de auxílios estatais com finalidade
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
DISPOSIÇÕES
ANOTAÇÃO
Ao elenco exemplificativo das diligências necessárias ao apuramento da situação tributária
dos contribuintes que podem ser levadas a cabo pelos órgãos competentes acrescenta-se o acesso
financiamento do terrorismo;
- Para controlar o cumprimento das obrigações de due diligence que impendem sobre as
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
encontra vinculado.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
OUTRAS DISPOSIÇÕES DE
CARÁTER FISCAL
Não são atualizados os valores mensais previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 4.º da Lei
Mantém-se em vigor a contribuição sobre o setor bancário, cujo regime foi aprovado pelo
Mantém-se em vigor o adicional de solidariedade sobre o setor bancário, cujo regime foi
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
regime foi aprovado pelo artigo 168.º da Lei n.º 82-B/2014, de 31 de dezembro.
dispositivos médicos
(Artigo 260.º da Lei do OE/2023)
dispositivos médicos, cujo regime foi aprovado pelo artigo 375.º da Lei n.º 2/2020, de 31 de março.
Mantém-se em vigor a contribuição extraordinária sobre o setor energético, cujo regime foi
aprovado pelo artigo 228.º da Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, com as seguintes alterações:
a) Todas as referências ao ano de 2015 consideram-se feitas ao ano de 2023, com exceção das
que constam do n.º 1 do anexo I a que se referem os n.os 6 e 7 do artigo 3.º do regime;
b) A referência ao ano de 2017 constante do n.º 4 do artigo 7.º do regime considera-se feita ao
ano de 2023.
Mantém-se em vigor o adicional de IUC previsto no artigo 216.º da Lei n.º 82-B/2014, de 31
de dezembro, aplicável sobre os veículos a gasóleo enquadráveis nas categorias A e B previstos nas
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
celebrados pela IGCP, E. P. E., em nome e em representação da República Portuguesa, sob a forma
Popular da China, desde que subscritos ou detidos por não residentes sem estabelecimento estável
em território português ao qual o empréstimo seja imputado, com exceção de residentes em país,
território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista
aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.
2 – Para efeitos do número anterior, a IGCP, E. P. E., deve deter comprovação da qualidade
(OCDE) ou em país com o qual Portugal tenha celebrado convenção para evitar a dupla tributação
ii) Certidão da entidade responsável pelo registo ou pela supervisão que ateste a existência
tenha celebrado convenção para evitar a dupla tributação internacional, comprova-se através de
declaração emitida pela entidade responsável pelo registo ou supervisão, ou pela autoridade fiscal,
que certifique a existência jurídica do organismo, a lei ao abrigo da qual foi constituído e o local da
respetiva domiciliação.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
oficial que integre a Administração Pública central, regional ou demais administração periférica,
estadual indireta ou autónoma do respetivo Estado, ou pela entidade gestora do sistema de registo
4 – Sempre que os valores mobiliários abrangidos pela isenção prevista no n.º 1 sejam
adquiridos em mercado secundário por sujeitos passivos residentes ou não residentes com
reafectação das reduções fiscais da receita proveniente do ISP, incluindo o adicionamento sobre as
emissões de CO2.
b) Âmbito dos atuais regimes de descontos aplicáveis a portagens nos territórios de baixa
densidade no interior do país;
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
respetivo total.
2 – São dedutíveis à coleta do IRS do ano a que dizem respeito 30% dos donativos, em
dinheiro ou em espécie, concedidos à entidade referida no número anterior por pessoas
singulares residentes em território nacional, desde que não tenham sido contabilizados como
gastos do período.
66.º do EBF.
4 – Em tudo o que não estiver disposto no presente artigo, aplicam-se os artigos 61.º a
66.º do EBF.
refere o n.º 1.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Artigo 93.º-A – Reembolso parcial para o gasóleo profissional → Reembolso parcial para
gasóleo e gás profissional
Redação anterior OE 2023
1 – É parcialmente reembolsável o imposto 1 – É parcialmente reembolsável o imposto
sobre os produtos petrolíferos e energéticos sobre os produtos petrolíferos e energéticos
suportado pelas empresas de transporte de suportado pelas empresas de transporte de
mercadorias, com sede ou estabelecimento mercadorias e de transporte coletivo de
estável num Estado membro, relativamente ao passageiros, com sede ou estabelecimento
gasóleo classificado pelos códigos NC 2710 19 estável num Estado-Membro, relativamente ao
41 a 2710 19 49, quando abastecido em veículos gasóleo classificado pelos códigos NC 2710 19
devidamente licenciados e destinados 43 a 2710 19 48 e 2710 20 11 a 2710 20 19 e
exclusivamente àquela atividade. relativamente ao gás classificado pelos códigos
NC 2711 11 00 e 2711 21 00, quando abastecido
em veículos devidamente licenciados e
destinados exclusivamente àquelas atividades.
3 – O reembolso previsto nos números 3 – O reembolso previsto nos números
anteriores é apenas aplicável às viaturas com anteriores é apenas aplicável:
um peso total em carga permitido não inferior a) Às viaturas com um peso total em carga
a 7,5 toneladas, matriculadas num Estado permitido não inferior a 7,5 toneladas
membro, tributadas em sede de imposto único matriculadas num Estado-Membro e, no caso
de circulação, ou tributação equivalente noutro das empresas de transporte de mercadorias, às
Estado membro, nos escalões definidos por viaturas tributadas em sede de imposto único
portaria dos membros do Governo de circulação ou tributação equivalente noutro
responsáveis pelas áreas das finanças e da Estado-Membro, nos escalões definidos por
economia. portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças e da
energia;
b) No caso das empresas de transporte coletivo
de passageiros, além das condições previstas
na alínea anterior, aos veículos destinados ao
transporte coletivo de passageiros com lotação
não inferior a 22 lugares, nos escalões
definidos por portaria dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças
e da energia.
4 – Os valores unitários do imposto sobre os 4 – Os valores unitários do imposto sobre os
produtos petrolíferos e energéticos e demais produtos petrolíferos e energéticos e demais
imposições a reembolsar nos termos do imposições a reembolsar nos termos do
presente artigo são fixados por portaria dos presente artigo são fixados por portaria dos
membros do Governo responsáveis pelas áreas membros do Governo responsáveis pelas áreas
das finanças e da economia, respeitando o das finanças e da energia, respeitando o limiar
limiar mínimo de tributação estabelecido no mínimo de tributação estabelecido nos artigos
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
artigo 7.º da Diretiva n.º 2003/96/CE, do 7.º e 15.º da Diretiva n.º 2003/96/CE, do
Conselho, de 27 de outubro de 2003. Conselho, de 27 de outubro de 2003.
5 – A portaria referida no número anterior fixa 5 – A portaria referida no número anterior fixa
também o valor máximo de abastecimento também o valor máximo de abastecimento
anual, por veículo, elegível para reembolso, anual, por veículo, elegível para reembolso,
entre 25 000 e 40 000 litros. entre 25 000 e 40 000 litros, no caso do gasóleo,
e entre 1500 e 2000 gigajoules, no caso do gás.
6 – O reembolso parcial do imposto é devido 6 – O reembolso parcial do imposto é devido
ao adquirente, sendo processado em relação a ao adquirente, sendo processado com
cada abastecimento com observância do limite observância do limite previsto no n.º 4 do
previsto no n.º 4 do artigo 15.º, através da artigo 15.º atendendo aos abastecimentos
comunicação por via eletrónica, a efetuar pelos mensais, através da comunicação por via
emitentes de cartões frota ou outro mecanismo eletrónica, a efetuar pelos emitentes de cartões
de controlo certificado à Autoridade Tributária frota ou outro mecanismo de controlo
e Aduaneira (AT), dos seguintes dados: certificado à AT, dos seguintes dados:
(…) (…)
c) O número de identificação fiscal (NIF) do c) O número de identificação fiscal (NIF) do
adquirente do combustível, que seja adquirente do combustível, que seja
proprietário, locatário financeiro ou locatário proprietário, locatário financeiro ou locatário
em regime de aluguer sem condutor da viatura em regime de aluguer sem condutor da viatura
abastecida e devidamente licenciada para o abastecida e devidamente licenciada para o
transporte rodoviário de mercadorias por transporte rodoviário de mercadorias por
conta de outrem; conta de outrem ou para o transporte coletivo
de passageiros;
d) O volume de litros abastecidos e o respetivo d) O volume de litros ou gigajoules
preço de venda; abastecidos e o respetivo preço de venda;
(…) (…)
8 – Os procedimentos de controlo deste 8 – Os procedimentos de controlo deste
mecanismo de reembolso são fixados por mecanismo de reembolso são fixados por
portaria dos membros do Governo portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da modernização responsáveis pelas áreas da modernização
administrativa, das finanças e da economia, na administrativa, das finanças e da energia, na
qual se determinam designadamente: qual se determinam designadamente:
a) As obrigações acessórias dos emitentes de cartões frota ou outro mecanismo de controlo
certificado, dos revendedores e dos adquirentes de combustíveis;
b) A dispensa de comunicação de algum dos dados previstos no n.º 6, designadamente em
relação à informação que seja transmitida à AT no âmbito de outros procedimentos;
c) Os requisitos dos sistemas de registo, controlo e comunicação de abastecimentos;
d) As condições de exigibilidade e especificações técnicas de aditivos para marcação do gasóleo
que beneficie do presente regime de reembolso.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
5 – O imposto relativo ao tabaco de corte fino 5 – O imposto relativo ao tabaco de corte fino
destinado a cigarros de enrolar, e restantes destinado a cigarros de enrolar, e restantes
tabacos de fumar, ao rapé e ao tabaco de tabacos de fumar, ao rapé e ao tabaco de
mascar, resultante da aplicação do número mascar, resultante da aplicação do número
anterior, não pode ser inferior a 0,177 €/g. anterior, não pode ser inferior a 0,188 €/g.
140
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
deste artigo ou no n.º 4 do artigo 103.º, consoante o caso, adicionam-se as seguintes taxas:
a) Elemento específico - 21,61 €; a) Elemento específico - 22,47 €;
b) Elemento ad valorem - 9%.
1 – Nos termos do disposto nos artigos 10.º e 12.º da LEO, a receita fiscal prevista no presente
artigo reverte integralmente para o Orçamento do Estado, sem prejuízo da afetação às regiões
autónomas das receitas fiscais nelas cobradas ou geradas.
2 – A receita obtida com o imposto sobre as bebidas não alcoólicas previsto no artigo 87.º-A
ACSS, I.P., e nos serviços regionais de saúde das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores,
3 – Para efeitos do n.º 1, a afetação às regiões autónomas das receitas fiscais nelas cobradas
(cogeração), ou de gás de cidade no continente, são tributados com uma taxa correspondente a
100% da taxa de ISP e com uma taxa correspondente a 100% do adicionamento sobre as emissões
de CO2 previstas, respetivamente, nos artigos 92.º e 92.º-A do Código dos IEC.
11 a 2710 20 19, NC 2710 19 62 a 2710 19 67, NC 2710 20 32 e 2710 20 38, consumidos nas Regiões
calor (cogeração), ou de gás de cidade, por entidades que desenvolvam essas atividades como sua
141
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
atividade principal, são tributados com uma taxa correspondente a 50% da taxa de ISP e com uma
a) 75% em 2024;
b) 100% em 2025.
desenvolvam essas atividades como sua atividade principal, com exceção dos usados nas regiões
autónomas, são tributados com uma taxa correspondente a 40% da taxa de ISP e com uma taxa
sujeitas a um acordo de racionalização dos consumos de energia (ARCE), no que se refere aos
produtos energéticos classificados pelos códigos NC 2701, 2702, 2704, 2713 e 2711 12 11, e ao
fuelóleo com teor de enxofre igual ou inferior a 0,5%, classificado pelos códigos NC 2710 19 62 e
2710 19 66, são tributados com uma taxa correspondente a 30% da taxa de adicionamento sobre as
a) 65% em 2024;
b) 100% em 2025.
8 – A taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2 não é aplicável aos produtos previstos
142
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
termos:
a) 50% para o Sistema Elétrico Nacional (SEN) ou para a redução do défice tarifário do setor
11 – A transferência das receitas previstas na alínea a) do número anterior opera nos termos e
condições a estabelecer por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das
finanças, do ambiente e da ação climática.
ação climática.
14 – Em 2023, o disposto no n.º 4, no que se refere aos produtos energéticos classificados
pelos códigos NC 2711 11 00 e 2711 21 00, não é aplicável, sem prejuízo da trajetória gradual
143
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
144
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
procede, em conjunto com as entidades a quem cado procede, em conjunto com as entidades a
presta serviços e no prazo de 15 dias contados a quem presta serviços e no prazo de 30 dias
partir do momento em que invoca o justo contados da data-limite a que se refere o n.º 3 do
impedimento, à nomeação do contabilista artigo anterior, à avocação ou à nomeação, caso
certificado suplente previsto no artigo 12.º. ainda não tenha sido efetuada, do contabilista
certificado suplente previsto no artigo 12.º.
2 – Nos casos em que, em resultado de condição 2 – Sem prejuízo do prazo previsto no número
médica provocada por doença prolongada, o anterior, sempre que, em resultado de condição
contabilista certificado se encontre médica provocada por doença prolongada, o
impossibilitado de proceder à nomeação de contabilista certificado se encontre
contabilista certificado suplente e de entregar impossibilitado de confirmar a avocação ou a
tempestivamente a documentação comprovativa nomeação de contabilista certificado suplente, a
nos termos da alínea b) do n.º 5 do artigo anterior, entidade a quem o contabilista certificado presta
a entidade a quem o contabilista certificado presta serviços avoca ou nomeia um contabilista
serviços indica ou solicita à Ordem um certificado suplente provisório, podendo solicitar
contabilista certificado para ser nomeado como à Ordem apoio para esse efeito, o qual assume
suplente provisório no prazo de 15 dias contados imediatamente as suas funções até que seja
a partir da data em que tome conhecimento do comunicado o término do impedimento
facto determinante do justo impedimento, o qual prolongado nos termos do n.º 5 do presente
assume imediatamente as suas funções até que artigo.
seja comunicado o término do impedimento
prolongado nos termos do n.º 4.
4 – O contabilista certificado suplente cessa 4 – O contabilista certificado suplente deve, no
funções após a comunicação do término do prazo de 30 dias após a data-limite a que se refere
impedimento prolongado do contabilista o n.º 1, proceder ao cumprimento de todas as
certificado substituído. obrigações declarativas cujo prazo de vencimento
se verificou durante o período de justo
impedimento do contabilista substituído,
aplicando-se o disposto nos n. 4, 6 e 9 do artigo
os
145
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ANOTAÇÃO
Após um período de aplicação do regime de justo impedimento, foram aprovadas pela Lei do
Orçamento do Estado para 2022 (Lei n.º 12/2022, de 27 de junho) algumas alterações ao regime de
justo impedimento de curta duração previsto no artigo 12.º-A do Estatuto da OCC, que entraram em
Nesta Lei do Orçamento do Estado para 2023, após a operacionalização pela Autoridade
de caráter prolongado (artigo 12.º-B do Estatuto da OCC), que visam garantir a sua efetiva aplicação
Relativamente ao regime de justo impedimento de curta duração, foi aumentado para 20 dias
Clarifica-se também que, para os casos de doença grave e súbita e internamento hospitalar, o
Serviço Nacional de Saúde e não exclusivamente o certificado emitido pelo médico de família (por
exemplo, durante um período da pandemia do COVID, o certificado era emitido pela Saúde 24).
146
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta disposição tem natureza interpretativa, pelo que se aplica retroativamente às situações
Nas situações de doença prolongada ou gozo de licença parental por período superior a 60
dias após a data-limite de cumprimento da obrigação declarativa a que se referem as alíneas c) e d)
do artigo 12.º-A, o contabilista certificado procede, em conjunto com as entidades a quem presta
serviços e no prazo de 30 dias contados da data-limite de entrega das declarações fiscais, à avocação
ou à nomeação, caso ainda não tenha sido efetuada, do contabilista certificado suplente.
Articula-se, assim, o regime de justo impedimento de curta duração com o justo impedimento
prolongado.
Ou seja, se a doença ou licença parental se prolongar por mais de 60 dias após a data-limite de
no regime do justo impedimento de curta duração), passamos para o regime de justo impedimento
prolongado.
Findos os 60 dias, como o contabilista contínua de baixa médica ou licença parental, compete-
lhe, em conjunto com as entidades a quem presta serviços, nomear um contabilista certificado
suplente.
contabilista certificado suplente, a entidade a quem o contabilista certificado presta serviços avoca
ou nomeia um contabilista certificado suplente provisório, podendo solicitar à Ordem apoio para
esse efeito, o qual assume imediatamente as suas funções até que seja comunicado o término do
serviços deve comunicar à Ordem, no prazo de 30 dias contados da respetiva data-limite e sob o
Uma vez nomeado, o contabilista certificado deve, no prazo de 30 dias, após a data-limite de
147
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Consagrou-se, por fim, um regime de proteção dos contribuintes para as situações de morte
anteriores. Nesta situação, a entidade a quem o contabilista prestava serviços deve, no prazo de 30
certificado. O novo contabilista deverá, no prazo de 30 dias, contados do prazo limite dos 30 dias
JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO POR BAIXA MÉDICA OU LICENÇA PARENTAL SUPERIORES A 60 DIAS
Nos termos do artigo 12.º-A do Estatuto da OCC são consideradas justo impedimento de curta
duração, que impedem o contabilista certificado de cumprir as obrigações declarativas fiscais dos
a) O falecimento de cônjuge não separado de pessoas e bens, de pessoa com quem vivam
em condições análogas às dos cônjuges, ou de parente ou afim no 1.º grau da linha reta,
designadamente, os pais, filhos, sogros (artigos 1580.º, 1581.º e 1584.º do Código Civil);
148
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
essa data.
A obrigação em falta deve ser cumprida nos 10 dias após a data-limite de cumprimento da
obrigação declarativa.
HIPÓTESE 1
Exemplificando,
Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que
o facto que determina o justo impedimento (falecimento), devidamente comprovado, consta
da alínea a) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC, ocorre dentro do prazo previsto na alínea a)
do n.º 2 do artigo 12.º-A do EOCC e a obrigação em falta é cumprida no prazo contido na
alínea a) do n.º 3 do mesmo normativo.
149
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b) Falecimento de outro parente ou afim na linha reta ou no 2.º grau da linha colateral,
designadamente, os avós, netos, irmãos, cunhados (artigos 1580.º, 1581.º e 1584.º do Código Civil)
essa data.
A obrigação declarativa em falta deve ser cumprida nos 4 dias após a data-limite de
HIPÓTESE 2
- O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por falecimento do
avô.
- O falecimento ocorre no penúltimo dia para cumprimento da obrigação declarativa.
- A obrigação em falta é cumprida no dia seguinte à data-limite para cumprimento da
obrigação.
Exemplificando,
- Data do termo do prazo legal para cumprimento da obrigação (Entrega da declaração
periódica de IVA do 4.º trimestre de 2022) – 20/02/2023
- O falecimento ocorre no dia 19/02/2023 (ficaria abrangido pelo justo impedimento se o óbito
se verificasse na data-limite para cumprimento da obrigação (20/02/2023) ou qualquer um
dos 2 dias consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal – 19 e 18/02/2023.)
- Data do cumprimento da obrigação – 21/02/2023 (a obrigação em falta teria de ser cumprida
entre os dias 21/02/2023 e 24/02/2023 (inclusive).
Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que
o facto que determina o justo impedimento (falecimento), devidamente comprovado, consta
da alínea b) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC, ocorre dentro do prazo previsto na alínea b)
do n.º 2 do artigo 12.º-A do EOCC e a obrigação em falta é cumprida no prazo contido na
alínea b) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta corresponde a uma entrega dentro do prazo, e,
consequentemente, é afastada qualquer responsabilidade contraordenacional ou penal, bem
como a de pagamento de juros compensatórios.
ou afim no 1.º grau da linha reta designadamente, os pais, filhos, sogros (artigos 1580.º, 1581.º e
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Aplica-se o regime do justo impedimento se os factos descritos nesta alínea ocorrerem na data-
A obrigação declarativa em falta deve ser cumprida nos 30 dias após a data-limite de
cumprimento da obrigação declarativa, ou 60 dias após a data-limite de cumprimento da obrigação
declarativa, neste último caso sempre que se verifique que o impedimento cessou após aquela data-
limite.
HIPÓTESE 3
- O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por doença grave e
súbita ou internamento hospitalar, ou qualquer uma, das outras circunstâncias descritas
nessa alínea, que o impossibilitou de cumprir as obrigações dos contribuintes do seu
cadastro;
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das obrigações
declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a essa data.
- E, a obrigação em falta é cumprida nos 30 dias após a data-limite de cumprimento da
obrigação declarativa, ou 60 dias após a data-limite de cumprimento da obrigação
declarativa, neste último caso sempre que se verifique que o impedimento cessou após
aquela data-limite.
Exemplificando,
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 do IRC – a entregar pelas
entidades sujeitas a IRC, com período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- A ocorrência que fundamenta o justo impedimento verificou-se em 21/05/2023 (ficaria
abrangido pelo justo impedimento se a doença grave se tivesse verificado na data-limite para
cumprimento da obrigação (31/05/2023) ou qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores
à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a 30/05/2023) e manteve-se durante 5 dias (o
impedimento cessou antes do termo do prazo do cumprimento da obrigação).
- Data do cumprimento da obrigação – 29/06/2023 (a obrigação declarativa em falta teria de
ser cumprida entre o dia 01/06/2023 e o dia 30/06/2023 (30 dias).
Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que,
o facto que fundamenta o justo impedimento (doença grave e súbita), devidamente
comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC, ocorre dentro do prazo
previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A e a obrigação em falta é cumprida no
prazo contido na alínea c) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta, corresponde a uma entrega dentro do prazo, e,
consequentemente, é afastada qualquer responsabilidade contraordenacional ou penal, bem
como a de pagamento de juros compensatórios.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
HIPÓTESE 4
- O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por doença grave e
súbita que o impossibilitou de cumprir as obrigações dos contribuintes do seu cadastro.
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das obrigações
declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a essa data.
- E, a obrigação em falta é cumprida nos 60 dias após a data-limite de cumprimento da
obrigação declarativa, pois verifica-se que o impedimento cessou após a data-limite para
cumprimento normal da obrigação declarativa.
Exemplificando,
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 IRC – a entregar pelas
entidades sujeitas a IRC, com período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- Data da ocorrência que fundamenta o justo impedimento – 27/05/2023, com duração total
de 15 dias (ficaria abrangido pelo justo impedimento se a doença grave e súbita se tivesse
verificado na data-limite para cumprimento da obrigação (31/05/2023) ou em qualquer um
dos 15 dias consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a 30/05/2023)).
- Data do cumprimento da obrigação – 28/07/2023 (a obrigação declarativa em falta teria de
ser cumprida entre o dia 01/06/2023 e o dia 30/07/2023 (60 dias), pois o justo impedimento
apenas cessou após a data-limite para cumprimento da obrigação declarativa e que era o dia
31/05/2023).
Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que,
o facto que fundamenta o justo impedimento (doença grave e súbita), devidamente
comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC, ocorre dentro do prazo
previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A e a obrigação em falta é cumprida no
prazo contido na alínea c) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta, corresponde a uma entrega dentro do prazo, e
consequentemente, é afastada qualquer responsabilidade contraordenacional ou penal, bem
como a de pagamento de juros compensatórios.
d) Situações de parentalidade.
A obrigação declarativa em falta deve ser cumprida nos 60 dias após a data-limite de
152
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
HIPÓTESE 5
- O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por doença grave e
súbita que o impossibilitou de cumprir as obrigações dos contribuintes do seu cadastro.
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das obrigações
declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a essa data.
- A baixa prolonga-se por 6 meses.
Exemplificando,
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 IRC – a entregar pelas
entidades sujeitas a IRC, com período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- Data da ocorrência que fundamenta o justo impedimento – 27/05/2023, com duração total
de 6 meses (ficaria abrangido pelo justo impedimento se a doença grave e súbita tivesse o seu
início na data-limite para cumprimento da obrigação (31/05/2023) ou qualquer um dos 15 dias
consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a 30/05/2023)).
Inicialmente, aplicamos o regime de justo impedimento de curta duração.
Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que
o facto que fundamenta o justo impedimento (doença grave e súbita), devidamente
comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC e ocorre dentro do prazo
previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A.
Atendendo a que na data-limite de entrega da declaração, o contabilista certificado ainda
estava de baixa, o prazo para entrega da declaração fiscal seria de 60 dias (até 30/07/2022),
contados da data-limite.
No entanto, findos os 60 dias o contabilista certificado ainda estava de baixa. Vamos, por isso,
aplicar o regime do justo impedimento prolongado.
Assim sendo, no prazo de 30 dias, contados a partir do dia 30/07/2023 (fim do prazo de 60
dias para entrega da declaração no âmbito do justo impedimento de curta duração), o
contabilista certificado e o cliente devem nomear um contabilista certificado suplente.
Ou seja, o contabilista certificado suplente deveria ser nomeado até ao dia 29 de agosto de
2023. Como estamos em férias fiscais, o prazo é diferido para o dia 31 de agosto.
No prazo de 20 dias, contados do termo do prazo de 30 dias previsto no parágrafo anterior,
o contabilista certificado impedido deve apresentar à AT o documento comprovativo do justo
impedimento. Isto é, até ao dia 18 de setembro de 2023.
A declaração fiscal deve ser entregue pelo contabilista certificado suplente até ao dia 28 de
setembro.
A redação dada pela presente lei à alínea b) do n.º 5 do artigo 12.º-A do Estatuto da OCC tem
natureza interpretativa.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Pela relevância deste tema, reproduzimos integralmente os artigos 12.º-A e 12.º-B do Estatuto
Artigo 12.º-A
certificado de cumprir as obrigações declarativas fiscais dos contribuintes que constam do seu
a) Falecimento de cônjuge não separado de pessoas e bens, de pessoa com quem vivam em
condições análogas às dos cônjuges, ou de parente ou afim no 1.º grau da linha reta;
b) Falecimento de outro parente ou afim na linha reta ou no 2.º grau da linha colateral;
imprescindível a cônjuge ou pessoa que viva em união de facto ou economia comum e a parente ou
d) Situações de parentalidade.
prazos seguintes:
d) do número anterior.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
a) 10 dias após a data limite de cumprimento da obrigação declarativa, no caso da alínea a);
b) 4 dias após a data limite de cumprimento da obrigação declarativa, no caso da alínea b);
c) 30 dias após a data limite de cumprimento da obrigação declarativa, ou 60 dias após a data
limite de cumprimento da obrigação declarativa, neste último caso sempre que se verifique que o
impedimento cessou após aquela data limite, no caso da alínea c);
d) 60 dias após a data limite de cumprimento da obrigação declarativa, no caso da alínea d).
4 – O justo impedimento deve ser invocado na declaração entregue nos termos do número
anterior.
grau de parentesco;
entidades competentes do Serviço Nacional de Saúde que comprove que se trata de uma situação
bem como os juros compensatórios, quando a obrigação declarativa em falta for cumprida nos
prazos previstos no n.º 3.
8 – As obrigações declarativas fiscais abrangidas pelo regime previsto neste artigo são
definidas por portaria do membro ao Governo responsável pela área das finanças.
pagamento que não possam ser cumpridas sem a entrega das obrigações declarativas a que se
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Artigo 12.º-B
1 – Nas situações de doença prolongada ou de gozo de licença parental por período superior
procede, em conjunto com as entidades a quem presta serviços e no prazo de 30 dias contados da
data-limite a que se refere o n.º 3 do artigo anterior, à avocação ou à nomeação, caso ainda não tenha
2 – Sem prejuízo do prazo previsto no número anterior, sempre que, em resultado de condição
médica provocada por doença prolongada, o contabilista certificado se encontre impossibilitado de
provisório, podendo solicitar à Ordem apoio para esse efeito, o qual assume imediatamente as suas
funções até que seja comunicado o término do impedimento prolongado nos termos do n.º 5 do
presente artigo.
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
certificado suplente, a entidade a quem o contabilista certificado presta serviços deve comunicar à
Ordem, no prazo de 30 dias contados da respetiva data-limite e sob o compromisso de honra, que
artigo anterior, a entidade a quem este prestou serviço deve nomear um contabilista no prazo de 30
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Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
SETORES ABRANGIDOS
ENERGIA:
Setores do petróleo bruto, do gás natural, do carvão e da refinação, quando pelo menos 37,5%
do volume de negócios seja apurado em atividades económicas dos setores da extração, mineração,
DISTRUBUIÇÃO ALIMENTAR:
congelados, transformados ou crus, a granel ou pré-embalados (CAE a definir por portaria dos
CST ENERGIA
INCIDÊNCIA OBJETIVA
Incide sobre aos lucros excedentários apurados nos períodos de tributação que se iniciem nos
Lucros excedentários: a parte dos lucros tributáveis que excedam o correspondente a 20% de
aumento em relação à média dos lucros tributáveis nos quatro períodos de tributação com início nos
158
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
TAXA
- Estão isentos os sujeitos passivos cuja atividade de comércio a retalho alimentar ou com
contribuição, natureza acessória, o que acontece quando não represente mais de 25% do volume de
negócios anual total.
- São excluídos os sujeitos passivos qualificados como micro ou pequenas empresas, nos
INCIDÊNCIA OBJETIVA
Incide sobre aos lucros excedentários apurados nos períodos de tributação que se iniciem nos
Lucros excedentários: a parte dos lucros tributáveis que excedam o correspondente a 20% de
aumento em relação à média dos lucros tributáveis nos quatro períodos de tributação com início nos
TAXA
DISPOSIÇÕES COMUNS
- A liquidação e pagamento das CST é feita de forma individual e autónoma, mesmo quando
- No caso de se ter verificado uma operação de cisão durante os períodos da incidência da CST
e dos 4 anos anteriores, o lucro tributável a considerar, relativamente aos períodos anteriores à cisão,
deve ser a parte proporcional, atento o valor de mercado dos patrimónios destacados,
159
Orçamento do Estado 2023
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
- No caso de se ter verificado uma operação de fusão durante os períodos da incidência da CST
e dos 4 anos anteriores, o lucro tributável a considerar, relativamente aos períodos anteriores à fusão,
deve ser a soma algébrica dos lucros tributáveis correspondentes aos sujeitos passivos objeto de
fusão.
160