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Exame de Economia Política I

2.ª Turma - 4 de Setembro de 2020

(A prova tem duas partes:


- na primeira, de escolha múltipla, cada uma das 10 perguntas vale um valor;
- na segunda, de exposição relativamente curta, cada uma das 5 perguntas vale dois
valores).

I PARTE
1. Ceteris paribus, quando o preço de um bem x sobe, a procura do bem
complementar y:
a. Diminui;
b. Aumenta;
c. Não aumenta nem diminui;
d. Primeiro diminui e depois aumenta;
e. Primeiro aumenta e depois diminui;
2. Se, a partir de um ponto de equilíbrio, a procura aumentar mais do que a oferta, o
preço
a. desce;
b. sobe;
c. não sobe nem desce;
d. primeiro sobe e depois desce;
e. primeiro desce e depois sobe;
3. Quando a elasticidade-preço da procura é superior à unidade, compensa
a. Subir o preço;
b. Descer o preço;
c. Manter o preço;
d. Mudar de ramo;
e. Investir mais;
4. Uma estratégia dominante do jogador A implica
a. Que uma das opções de A é claramente melhor do que a outra;
b. Que uma das opções de A é melhor do que a outra;
c. Que a opção a tomar por A depende da opção tomada pelo jogador B;
d. Que qualquer que seja a opção de B, a melhor opção de A será sempre a
mesma;
e. Que a opção que B tomar depende da de A;
5. Quando há um avanço tecnológico a fronteira das possibilidades de produção
a. Aumenta de declive;
b. Diminui de declive;
c. Desloca-se para a esquerda;
d. Desloca-se para a direita;
e. Tanto pode deslocar-se para a esquerda como para a direita;
6. Segundo Karl Marx
a. As relações sociais de produção permitem o desenvolvimento das forças
produtivas materiais;
b. As relações sociais de produção entravam o desenvolvimento das forças
produtivas materiais;
c. As relações sociais de produção não permitem nem entravam o
desenvolvimento das forças produtivas materiais;
d. As relações sociais de produção permitem até certa fase o
desenvolvimento das forças produtivas materiais, mas depois entravam-
nas;
e. As forças produtivas materiais permitem o desenvolvimento das relações
sociais de produção;
7. Um óptimo de Pareto obtém-se quando
a. Todos estão satisfeitos com a sua situação;
b. Ninguém pode melhorar a sua situação sem ser à custa de outrem;
c. Todas as possibilidades produtivas estão a ser utilizadas;
d. Não há desperdício de recursos;
e. Estamos na fronteira de possibilidades de produção;
8. O custo de oportunidade representa
a. O custo da alternativa preferida;
b. A vantagem líquida da melhor alternativa disponível;
c. O benefício da melhor alternativa disponível;
d. O custo da melhor alternativa disponível;
e. O benefício da alternativa preferida;
9. Uma isoquanta equipara
a. Quantidades iguais de factores de produção;
b. Quantidades iguais de bens e de factores de produção;
c. Quantidades desiguais de bens;
d. Quantidades desiguais de factores de produção;
e. Quantidades desiguais de bens e de factores de produção;
10. Seguindo a teoria cardinal da utilidade, a maximização da satisfação do
consumidor alcança-se
a. No ponto de tangência de uma curva de indiferença com a restrição
orçamental;
b. No ponto de tangência da mais alta curva de indiferença com a restrição
orçamental;
c. No ponto de secância da mais alta curva de indiferença com a restrição
orçamental;
d. No ponto em que a utilidade marginal de cada um dos bens adquiridos é
igual;
e. No ponto em que a utilidade marginal de cada um dos bens adquiridos,
ponderada pelo respectivo preço, é igual;

II PARTE

1. Suponha que há lítio numa enorme propriedade da costa alentejana, e que há três
interessados na aquisição do imóvel: A, que pretende criar touros, esperando
ganhar um milhão de euros em 20 anos; B que pretende construir um hotel com
campo de golfe e moradias em banda, esperando ganhar 20 milhões em 5 anos; e
C, que quer explorar o lítio, e espera ganhar 10 milhões em 10 anos, e que as
entidades competentes autorizam qualquer das utilizações. Quem é que vai ficar
com a propriedade? E o que é que isso tem a ver com o teorema de Coase?
B. Tendo mais a ganhar, tem maior folga para pagar mais. O teorema de Coase prevê que, na
ausência de custos de transacção, a utilização dos recursos seja sempre a mais valiosa – ou, noutra
formulação, seja sempre a mesma – qualquer que seja a distribuição inicial dos recursos.

2. Distinga a lei da procura e a lei da oferta, da lei da procura e da oferta.


Tanto a lei da procura como a lei da oferta têm como variável independente o preço: o que cada
uma esclarece é o que acontece às quantidades (procuradas ou oferecidas) quando há alterações
de preço: subindo o preço aumenta a oferta e diminui a procura; descendo o preço diminui a oferta
e aumenta a procura. A lei da procura e da oferta toma como variável independente as quantidades
oferecidas e procuradas, antecipando o que acontece aos preços em qualquer dessas situações: se
a oferta aumentar ou a procura diminuir, o preço desce; se a oferta diminuir ou a procura aumentar,
o preço sobe.

3. Considerando o diagrama abaixo,


a. Identifique a forma de mercado em causa;
Concorrência monopolista.
b. Indique as condições de equilíbrio aí representadas;
Igualdade entre custo marginal (MC) e receita marginal (MR) – típica de monopólio – e
entre preço (P) e custo médio (ATC) – típica de concorrência.
c. Diga que lucros existem nessa situação.
Não há. O custo médio de cada unidade produzida é igual ao seu preço de venda. O mercado está
em equilíbrio porque, do lado da oferta, ninguém quer entrar, mas também ninguém tem razões
para sair.

4. Diga quais são os dois tipos essenciais de infracções às regras da concorrência.


- ganging up – ie: desvios à regra da actuação atomística no mercado (acordos, práticas
concertadas, decisões de associações de empresas e abusos colectivos de posição dominante); e
- bullying – ie: desvios à regra da salvaguarda da autonomia decisória, ou da paridade de
posições no mercado (abusos singulares de posição dominante).

5. Identifique as heurísticas essenciais do comportamento humano.


Representatividade (utilização de estereótipos para fazer distribuições de probabilidades),
disponibilidade (utilização de informação que é facilmente recuperada, mesmo que não seja
significativa), e ajustamento e ancoragem (o ponto de partida interfere nos ajustamentos que são
normalmente introduzidos para se chegar a um resultado final).

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