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34º ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A VIDA E A OBRA DE BEZERRA DE MENEZES

Tema:
Bezerra de Menezes e o enfrentamento dos problemas relacionados à alma humana em
desenvolvimento.
Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte

Data: 27/08/2023
Horário: 8:30h às 13h
Encontro presencial e pelos canais do YouTube: CELD ao vivo e parceiros

Coordenação Geral: Iara Cordeiro e Roberto Antônio de Souza Santos


Organização de Conteúdo: Equipe de Estudo do Encontro
Arte da Capa: Michelle Consuli
34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
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Ano Temas estudados até a presente data
1990 Bezerra de Menezes um Apóstolo de Jesus

1991 Bezerra de Menezes um Trabalhador Amigo de Jesus

1992 Bezerra de Menezes o Trabalhador Espírita e o Homem de Bem

1993 Bezerra de Menezes o Espírita

1994 Bezerra de Menezes o Médico dos Pobres

1995 Bezerra de Menezes o Homem que Soube Servir

1996 Bezerra de Menezes o Homem que Soube Querer o Bem do Próximo

1997 Bezerra de Menezes e o Sentimento de Piedade para com o Próximo

1998 A ação do Homem Bezerra de Menezes no Reerguimento do Próximo

1999 Bezerra de Menezes e a Reencarnação

2000 Bezerra de Menezes o Homem Diante da Dor

2001 Bezerra de Menezes o Espírita no Além

2002 Bezerra de Menezes e suas Percepções a Respeito da Dor e do Sofrimento Humano

2003 Bezerra de Menezes e sua Convivência com o Mundo Espiritual

2004 Bezerra de Menezes e suas Conclusões sobre Deus, Livre-Arbítrio e a Providência

2005 Bezerra de Menezes e suas Conclusões sobre a Reencarnação

2006 Bezerra de Menezes e a Valorização do Renascimento

2007 Bezerra de Menezes e a Intervenção do Plano Espiritual no Processo Reencarnatório

2008 Bezerra de Menezes e a Reencarnação Auxiliando a Construção do Homem de Bem

2009 Bezerra de Menezes o Exemplo do Homem do Futuro Diante dos Desafetos

2010 Bezerra de Menezes o Exemplo do Homem do Futuro Diante das Questões Espirituais I

2011 Bezerra de Menezes o Exemplo do Homem do Futuro Diante das Questões Espirituais II

2012 Bezerra de Menezes o Exemplo do Homem do Futuro Diante das Lutas de Vida

2013 Bezerra de Menezes o Exemplo do Homem do Futuro e a Liderança, o Amor e a Caridade

2014 Vida e Obra de Bezerra de Menezes – Análise de uma Carta de Bezerra de Menezes

2015 Bezerra de Menezes e o Exercício da Medicina dos Homens e da Medicina Espiritual

2016 Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé

2017 Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas do Mundo

2018 Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas relacionados à Vida Humana


Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas relacionados à Alma Humana em desenvolvimento –
2019
1ª Parte
Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas relacionados à Alma Humana em desenvolvimento –
2020
2ª Parte
Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas relacionados à Alma Humana em desenvolvimento –
2021
3ª Parte
Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas relacionados à Alma Humana em desenvolvimento –
2022
Sexualidade Desvirtuada – 1ª Parte

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34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
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Índice

Objetivos ……………………………………………………………………………………………................... 5
Tema 1 – Crescei e multiplicai-vos ………………………………………………………….......................... 6
Tema 2 – Canalização: sentimentos e ações direcionados ao bem …………........................................10
Tema 3 – Conclusão ………………………………………………………………………..............................16
Anexo 1 – A aplicação da energia criadora na trajetória de Bezerra de Menezes ……….................... 26

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34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
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Objetivo Geral

✓ Entender que a energia sexual só é utilizada no campo da vida humana, que é uma pequena
parcela transitória da energia vital do espírito, sendo responsável pela continuidade e evolução
da espécie e que sublimada, através de sentimentos mais elevados, irá contribuir na tarefa do
desenvolvimento do ser cuja destinação é o Amor de Deus.

Objetivos Específicos

✓ Compreender que a energia sexual está presente no mundo corporal, para que dela surja e
mantenha a continuidade da espécie por meio da procriação, promovendo o desenvolvimento
físico, intelectual e o progresso espiritual através das reencarnações sucessivas.

✓ Perceber que a utilização da energia sexual canalizada para outros propósitos, ultrapassa o
conceito orgânico, estimulando a formação moral do espírito através de sentimentos e ações
direcionados ao bem, promovendo o desenvolvimento do equilíbrio pelo exercício da Lei de Amor.

✓ Identificar na trajetória de Bezerra de Menezes, assim como na de outros benfeitores, a


contribuição na aplicação dessa energia para o desenvolvimento moral do espírito imortal.

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Tema 1 – Crescei e multiplicai-vos

Objetivo: Compreender que a energia sexual está presente no mundo corporal, para que dela surja e
mantenha a continuidade da espécie por meio da procriação, promovendo o desenvolvimento físico,
intelectual e o progresso espiritual através das reencarnações sucessivas.

Tudo o que está relacionado à vida tem sua


origem no fluido cósmico universal (FCU) que
“(...) é a matéria elementar primitiva, cujas
modificações e transformações constituem a
inumerável variedade dos corpos da
Natureza. (...)”

(Allan Kardec. A Gênese. Cap. XIV. Item 2. CELD.)

“A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos
que estendem suas magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a
primeira avó e, além disso, a eterna geratriz. (...)

(...) A matéria etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde entre os espaços interplanetários; esse
fluido cósmico que enche o mundo (...) nada mais é que a substância primitiva em que residem as
forças universais e de onde a Natureza tem tirado todas as coisas.”

Esse fluido penetra todos os corpos como um imenso oceano. É nele que reside o princípio vital que
dá origem à vida dos seres, perpetuando-a em cada mundo conforme a sua condição, princípio em
estado latente que dorme lá onde a voz de um ser não o chama. (...)”

(Allan Kardec. A Gênese. Cap. VI. Itens 17 e 18. CELD.)

Energia vital e energia sexual qual a diferença e a finalidade?

- Energia vital:

Os espíritos afirmam que o princípio vital “é um dos elementos necessários à constituição do Universo,
mas ele próprio tem sua origem na matéria universal modificada (...) pois tudo isso parte de um mesmo
princípio.” Ele tem origem no fluido universal e é o que dá movimento e atividade aos seres orgânicos,
distinguindo-os da matéria inerte. E ainda complementam que, “a vida é um efeito produzido pela ação
de um agente (princípio vital) sobre a matéria; este agente, sem a matéria, não é a vida, assim como a
matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que o absorvem e o
assimilam.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. IV. Questões 63 a 66. CELD. Grifos nossos.)
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Reforçando o que nos foi trazido pelo Livro dos Espíritos, Kardec em A Gênese no Cap. X, itens 16 e 18
confirma:

“(...) existe na matéria orgânica um princípio especial, imperceptível, e que ainda não pôde ser definido:
é o princípio vital. Esse princípio, ativo no ser vivo, é extinto no ser morto, mas nem por isso deixa de dar
à substância as propriedades características que a distinguem das substâncias inorgânicas. (...)”

“Durante a vida, a atividade do princípio vital é mantida pela ação do funcionamento dos órgãos (...). Com
a morte, cessada a ação dos órgãos, o princípio vital se extingue (...).”

- Energia sexual (Criadora):

A energia sexual é parte dessa força vital, energia potente e criadora entre os seres vivos no mundo
material com a finalidade da procriação. Mas essa energia criadora que impulsiona os seres não está
restrita à humanidade apenas. Neste sentido, vale destacar as palavras de Dalva Silva Souza no livro Os
Caminhos do Amor:

“A energia amorosa existe em todo o Universo e podemos percebê-la tanto no magnetismo que existe
nos astros, quanto na afinidade que atrai os elementos químicos; tanto nas leis que regem a polinização
das plantas, quanto na força do instinto que determina a multiplicação da vida no reino animal; tanto no
impulso que leva o homem e a mulher a escolherem a vida em comum, quanto na união dos espíritos que
já atingiram a plenitude de ser e se tornaram ministros diretos de Deus para a criação de mundos e
galáxias.

Segundo Emmanuel*, toda criatura ligada à Terra, seja encarnada, seja desencarnada é portadora de
magnetismo sexual (...) mas a expressão do sentimento assumirá conotações diferentes dependendo do
grau evolutivo da inteligência que a movimenta (...)”.

(Dalva Silva Souza. Os Caminhos do Amor. Cap. 4. FEB.)

(*Emmanuel. Vida e Sexo. Cap. 24. Psicografia Francisco Cândido Xavier. FEB.)

As palavras de Dr. Hermann, em sua orientação para o desenvolvimento do 34º EEVOBM, nos ajudam
a concluir que:

“Portanto quando dizem ‘energia sexual’ estão, de certa forma, apenas informando
uma pequena e transitória parcela da energia vital do espírito imortal que está
sendo utilizada no campo puramente físico para propósitos evolutivos enquanto
este mesmo espírito permanece enfronhado nas lides carnais envolto nas
experiências necessárias ao seu progresso.

(...)

Esta energia é apenas fonte orgânica sendo posta em movimento pelo espírito imortal dentro de
sua evolução para atender as necessidades precípuas da gênese orgânica, mas que, a longo
prazo, auxilia também (nos aspectos já ditos) no progresso do espírito em sua ascensão espiritual e
na aquisição do amor universal divino.”

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Procriação – o que é e qual o objetivo.

686. A reprodução dos seres vivos é uma lei da Natureza?

“Isto é evidente; sem a reprodução, o mundo corporal pereceria.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. IV. Questão 686. CELD.)

Na resposta à questão 686 os espíritos deixam claro que a reprodução é uma lei de Deus, pois a
referida reprodução é a perpetuação da espécie, no nosso caso, da espécie humana.

Daí a importância da energia sexual primeiramente destinada à procriação. Energia presente no mundo
material com essa finalidade, uma vez o corpo descende do corpo, mas o espírito não descende do
espírito.

Pensando na passagem “crescei e multiplicai-vos”, não apenas pelo viés da procriação, podemos
reproduzir e multiplicar também comportamentos, pensamentos, ações e assim continuar respeitando o
trecho bíblico. Essa energia sexual continuará tendo a sua finalidade, sendo ampliada para além dos
corpos humanos, possibilitando seu uso à criação de diferentes habilidades e recursos.

O corpo físico como agente educador do espírito: progresso físico, intelectual e moral.

132. Qual é o objetivo da encarnação dos espíritos?

“Deus impõe-lhes a encarnação com o objetivo de fazê-los


chegar à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, é uma
missão. Porém, para chegar a essa perfeição, devem suportar todas
as vicissitudes da existência corporal: nisto é que está a expiação (...).”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. II. Questão 132. CELD.)

133. Os espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho


do bem, têm necessidade da encarnação?

“Todos são criados simples e ignorantes; instruem-se nas lutas


e nas tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia
fazer alguns felizes, sem-atribulação e sem-trabalho e, por conseguinte,
sem-mérito.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. II. Questão 133. CELD.)

É necessário estar na carne para evoluir?

Podemos e vamos avançar entre uma reencarnação e outra (exemplos não nos faltam, como são os
relatos de André Luiz nas psicografias de Chico Xavier), mas temos a oportunidade de acelerar esse
processo através da vida na carne. Podemos “provar que aprendemos” diante das expiações e das

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provas aqui presentes. O corpo material é nosso maior instrumento de crescimento moral e intelectual,
um empréstimo dado por Deus para que avancemos.

Percebemos que a misericórdia de Deus nos permitiu a encarnação e a reencarnação com a finalidade
do burilamento, refinamento, expiação para que possamos através das provas da carne e do mundo
material experienciar momentos que a vida espiritual não nos permitiria e assim avançar moral e
intelectualmente.

Por fim, o comentário do Espírito Miramez acerca da pergunta 686 de O Livro dos Espíritos nos convida
a uma reflexão:

“O que a vida nos concita a fazer é estudar, meditar e buscar compreender os nossos deveres ante
as nossas criações mentais. Elas, pela lei, saem de nós como o filho pródigo, porém, voltam para
nós como os companheiros da afinidade. A reprodução existe em tudo; tudo se multiplica, porque
em tudo estão as bênçãos do Criador. Compete a nós, filhos de Deus, trabalhar bem na co-criação,
de modo que a nossa liberdade se torne paz para os nossos corações e luz para as nossas
consciências.”

(Miramez. Filosofia Espírita. Vol. XIV. Cap. 23. Psicografia João Nunes Maia. Fonte Viva.)

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Tema 2 - Canalização: sentimentos e ações direcionados ao bem.

Objetivo: Perceber que a utilização da energia sexual canalizada para outros propósitos, ultrapassa o
conceito orgânico, estimulando a formação moral do espírito através de sentimentos e ações
direcionados ao bem, promovendo o desenvolvimento do equilíbrio pelo exercício da Lei de Amor.

Espécies de famílias: famílias pelos laços espirituais e famílias pelos laços corporais.

Família: Conjunto formado pelos pais e pelos filhos. Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo
casamento e pelos seus eventuais descendentes.

(Dicionário Priberam da Lingua Portuguesa.https://dicionario.priberam.org/fam%C3%ADlia)

"Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e
mantêm entre si uma relação solidária". Esse é o conceito da palavra família segundo o Dicionário
Houaiss.
Importante ressaltar que em 2016 a definição surgiu após a campanha #TodasAsFamílias, promovida
pela agência NBS com o Dicionário Houaiss, que recebeu mais de 3 mil sugestões de texto sobre o
conceito de família “sem preconceito ou limitações”.
(https://ibdfam.org.br/noticias/5990/Dicion%C3%A1rio+reformula+conceito+de+fam%C3%ADlia#:~:text=%22N%C3%BAcleo%2
0social%20de%20pessoas%20unidas,fam%C3%ADlia%20segundo%20o%20Dicion%C3%A1rio%20Houaiss.)

Vemos o quanto esses conceitos evoluíram com o passar do tempo, mas quando analisamos as palavras
do Mestre Jesus na passagem contida nos evangelhos de Marcos e Mateus, esse conceito se amplia
quando regido pelas leis universais do amor:

“E, tendo vindo para casa, ali se reuniu tão grande número de pessoas que nem
mesmo puderam fazer sua refeição. Quando seus parentes tomaram conhecimento disso, vieram para
se apoderarem dele porque, segundo diziam, Jesus havia perdido o espírito.
Entretanto, sua mãe e seus irmãos chegaram, e, permanecendo do lado de fora,
mandaram chamá-lo. Ora, o povo estava sentado ao seu redor; e disseram a
Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam”. Mas ele lhes
respondeu: ‘Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?’ E, olhando
aqueles que estavam sentados à volta dele, disse: ‘Eis aqui minha mãe e meus
irmãos, porque todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão e
minha mãe’.” (Marcos, III: 20 e 21; 31 a 35; Mateus, XII: 46 a 50.)
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIV. Item 5. CELD. Grifos nossos.)

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“Os laços de sangue não determinam forçosamente os laços entre os espíritos. O corpo procede do
corpo, mas o espírito não procede do espírito, porque já existia antes da formação do corpo,
não é o pai que cria o espírito do seu filho, ele só lhe fornece um invólucro corporal, mas deve ajudá-
lo a desenvolver-se intelectual e moralmente, para que possa progredir.”

“Os verdadeiros laços de família não são, por conseguinte, os fixados pela consanguinidade, mas os
firmados pela simpatia e pela comunhão de pensamentos que unem os espíritos antes, durante e
após sua encarnação.”

“Há, portanto, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços
corporais. As primeiras, duráveis, fortificam-se pela depuração e se perpetuam no mundo dos
espíritos, por intermédio das diversas migrações da alma; as outras, frágeis como a própria matéria,
com o passar do tempo se extinguem, e muitas vezes se dissolvem moralmente desde a vida atual.”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIV. Item 8. CELD.)

Qual seria, para a sociedade, o resultado do “A família é a base fundamental sobre a qual se
relaxamento dos laços de família? ergue o imenso edifício da sociedade. (...) Em
razão disso, toda vez que a família se entibia ou
“Uma recrudescência do egoísmo.” se enfraquece a sociedade experimenta conflitos,
abalada nas suas estruturas.”
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. VII. (Joanna de Ângelis. Constelação Familiar. Divaldo Pereira
Questão 775. CELD.) Franco. Leal.)

“Incontestavelmente, o lar é o melhor educandário, o mais eficiente, porque as lições aí ministradas são
vivas e impressionáveis, carregadas de emoção e força. (...) Assim, pois, há famílias-bênção e famílias-
provação. As primeiras são aquelas que reúnem os Espíritos que se identificam nos ideais do lar, na
compreensão dos deveres, na busca do crescimento moral, beneficiando-se pela harmonia frequente e
pela fraternidade habitual. As outras são caracterizadas pelos conflitos que se apresentam desde cedo,
nas animosidades entre os seus membros, nas disputas alucinadas, nos conflitos contínuos, nas revoltas
sem descanso. Amantes que se corromperam, e se abandonaram, renascem na condição de pais e
filhos, a fim de alterarem o comportamento afetivo e sublimarem as aspirações; inimigos que se atiraram
em duelos políticos, religiosos, afetivos, esgrimindo armas e ferindo-se, matando-se, retornam quase
sempre na mesma consanguinidade, a fim de superarem as antipatias que remanescem; traidores de
ontem agora se refugiam ao lado das vítimas para conseguirem o seu perdão, vestindo a indumentária
do parentesco próximo, porque ninguém foge dos seus atos.”

(Joanna de Ângelis. Adolescência e vida. Cap. 4. Psicografia Divaldo Pereira Franco. Leal. Grifos nossos.)

Diversos formatos de família. Diversidade de educadores de almas.


Atualmente, a estrutura familiar está bastante diversificada, variadas são as configurações que se
apresentam, o que nos tira da zona de conforto dos ditos “padrões” e nos chama forçosamente a ter a
consciência sobre nossos preconceitos que ainda estão enraizados atavicamente em nossa trajetória
como espíritos. Um dos cernes da Doutrina Espírita é nosso aperfeiçoamento moral, se desejamos seguir
os postulados de Jesus, devemos nos esforçar para extinguir esses preconceitos que ainda existem em
nós.
A família é instituição divina, não importa qual a sua configuração, pois a Doutrina Espírita com seus
princípios nos conclama à fraternidade e ao respeito. Nas últimas páginas do Evangelho Segundo o

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Espiritismo, após o capítulo XXVIII a editora CELD publica uma “Nota Explicativa” onde podemos ter essa
compreensão.

“Allan Kardec encontrou, nos princípios da Doutrina Espírita, explicações que apontam para leis sábias
e supremas, razão pela qual afirmou que o Espiritismo permite “resolver os milhares de problemas
históricos, arqueológicos, antropológicos, teológicos, psicológicos, morais, sociais, etc.” (Revista
Espírita, 1862, p. 401).

De fato, as leis universais do amor, da caridade, da imortalidade da alma, da reencarnação, da


evolução constituem novos parâmetros para a compreensão do desenvolvimento dos grupos
humanos, nas diversas regiões do Orbe.

Essa compreensão das Leis Divinas permite a Allan Kardec afirmar que:

[...] O Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na Criação, constatando a


superioridade da inteligência sobre a matéria, faz com que desapareçam, naturalmente, todas as
distinções estabelecidas entre os homens, conforme as vantagens corporais e mundanas, sobre as
quais só o orgulho fundou as castas e os estúpidos preconceitos de cor. (Revista Espírita, 1861, p.
432.)

Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois que o mesmo Espírito
pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo,
homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão,
contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime em lógica, ao fato material da
reencarnação. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade
universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da
liberdade. (A Gênese, cap. I, item 36, p. 42-43 Vide também Revista Espírita, 1867, p. 373).”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Nota Explicativa. CELD.)

Chico Xavier em entrevista à TV Tupi, no programa “Pinga Fogo” no


ano de 1971, aprofunda mais sobre o tema da diversidade de
famílias e nos fala sobre fecundidade espiritual:

“(...) Acreditamos que o comportamento sexual da humanidade sofrerá de futuro revisões muito
grandes, porque nós vamos catalogar, do ponto de vista de ciência, todos aqueles que podem
cooperar na procriação e todos aqueles que estão numa condição de esterilidade. A criatura
humana não é só chamada a fecundidade física, mas também a fecundidade espiritual. Quando
geramos filhos através da sexualidade dita normal, somos chamados também a fecundidade
espiritual transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito em que estejamos portadores. Não
nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio e nem dos problemas da chamada viciação nas
relações humanas, estamos nos referindo a condições da personalidade humana reencarnada,
vamos dizer, muitas vezes portadoras de conflitos que dizem respeito, seja a sua condição de alma
em prova ou a sua condição de criatura em tarefa específica. (...)”

(Chico Xavier. Programa Pinga Fogo. 1971. https://www.youtube.com/watch?v=3TM1qPxhGm4)

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“À medida que a individualidade evolui, no entanto, passa a compreender que a energia sexual
envolve o impositivo de discernimento e responsabilidade em sua aplicação, e que, por isso mesmo,
deve estar controlada por valores morais que lhe garantam o emprego digno, seja na criação de
formas físicas, asseguradora da família, ou na criação de obras beneméritas da sensibilidade e da
cultura para reprodução e extensão do progresso e da experiência, da beleza e do amor, na
evolução e burilamento da vida no planeta.”
(Emmanuel. Vida e Sexo. Cap. 5. Psicografia Francisco Cândido Xavier. FEB.)

Deus nos reúne em uma família que nos recebe para que, através da reciprocidade dos sentimentos, nos
ajudemos no desenvolvimento de nossas boas aptidões. No contato das gerações, aprendemos uns com
os outros - pais com os filhos e filhos com os pais.

“A família, desse modo, é o laboratório moral para as experiências da evolução, que caldeia os
sentimentos e trabalha as emoções, proporcionando oportunidade de equilíbrio, desde que o amor seja
aceito como o grande equacionador dos desafios e das dificuldades. Invariavelmente, por falta de
estrutura espiritual e desconhecimento da Lei das reencarnações, as pessoas que se reencontram na
família, quase sempre, dão vazão aos seus sentimentos e, ao invés de retificar os negativos, mais os
fixam nos painéis do inconsciente, gerando novas aversões que complicam o quadro do relacionamento
fraternal. Às vezes, a afetividade como a animosidade são detectadas desde o período da gestação,
predispondo os pais a aceitação ou à rejeição do ser em formação, que lhes ouvem as expressões de
carinho ou lhes sentem as vibrações inamistosas, que se irão converter em conflitos psicológicos na
infância e na adolescência, gerando distúrbios para toda a existência porvindoura.”

(Joanna de Ângelis. Adolescência e vida. Cap. 4. Psicografia Divaldo Pereira Franco. Leal)

Educadores, guiando espíritos para o êxito no desenvolvimento do novo estágio reencarnatório.

O primeiro educador para nosso progresso - DEUS, Pai e Criador - deu-nos a vida espiritual e material,
quer nossa felicidade verdadeira. Para isso criou vários mecanismos, que chamamos leis, escritas nos
recônditos de nossas almas - ainda por germinar da semente até a frondosa árvore - mas só chegaremos
a essa felicidade auxiliando-nos mutuamente na estrada do progresso sucessivo, até que alcancemos à
perfeição relativa, como comumente falamos “do átomo até o arcanjo”.
Deus nos envia Jesus, como guia e modelo, para que possamos melhor compreender as Suas leis e
nortear nossos rumos, através dos estudos religiosos ou pela simples demonstração da caridade, do
altruísmo, da benevolência, da empatia. Além disso, a cada encarnação nosso espírito adquire maior
possibilidade de usar as várias aptidões adquiridas, mesmo que em uma dada encarnação estejamos em
um ambiente adverso, pois o que se aprende não é esquecido.
Concluamos com Dr. Bezerra quando nos diz:

“O cultivador é conduzido ao pântano para convertê-lo em terra fértil.


O técnico é convidado ao motor em desajuste para sanar-lhe os defeitos.
O médico é solicitado ao enfermo para a bênção da cura.
O professor é trazido ao analfabeto para auxiliá-lo na escola.

Entretanto, nem as feridas da terra, nem os desequilíbrios da máquina, nem as chagas do corpo,
nem as sombras da inteligência se desfazem às custas de conversas amargas e, sim, ao preço de
trabalho e devotamento.”
(Espíritos Diversos. O Espírito da Verdade. Lição 3. Chico Xavier e Valdo Vieira. FEB.)

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“O dever é o mais belo adorno da razão; ele nasce dela, como o filho nasce da sua mãe. O homem
deve amar o dever, não porque ele o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode
subtrair-se, mas porque ele dá à alma o vigor necessário para o seu desenvolvimento.”
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XVII. Item 7. CELD.)

O impacto, na sociedade, com a educação intelecto-moral do espírito.


“Ó espíritas! Compreendei agora o grande papel da humanidade. Compreendei que, quando gerais um
corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; tomai conhecimento dos vossos deveres,
e usai todo o vosso amor na tarefa de aproximar essa alma de Deus; essa é a missão que vos foi confiada,
e pela qual recebereis a recompensa se ela for cumprida fielmente.
Vossos cuidados, e a educação que lhes derdes, a ajudarão a aperfeiçoar-se e a construir o seu bem-
estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará: Que fizeste da criança que
foi entregue a seus cuidados?
(...) Acolhei-os, portanto, como irmão; ajudai-os e mais tarde, no mundo dos espíritos, a família se alegrará
por haver salvo alguns náufragos que, por sua vez, poderão salvar outros. (Santo Agostinho. Paris, 1862)
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIV. Item 9. CELD. Grifos nossos.)

O que o Evangelho nos mostra é que em todas as nossas ações podemos estimular nos outros a vontade
de progredir, pois em algum momento fomos estimulados por alguém. Essa ideia também nos é
explicitada na Parábola do Semeador como a seguir.

Parábola do semeador
Nesse mesmo dia, Jesus, tendo saído de casa, sentou-se à beira do mar, e logo juntou-se em volta dele
uma grande multidão, de tal sorte que foi preciso entrar numa barca, onde se sentou, e todo o povo
permaneceu de pé na praia. Ele, então, disse muitas coisas por parábolas, falando:

“Aquele que semeia, saiu a semear; e enquanto semeava, uma parte da semente caiu ao longo do
caminho, e as aves do céu vieram e a comeram.

Uma outra parte caiu em lugar pedregoso, onde não havia muita terra, e logo nasceu, porque a terra
onde ela estava não tinha profundidade. Mas, saindo o Sol, queimou-se, e como não tinha raiz secou.

Outra parte caiu sobre os espinhos, mas quando os espinhos cresceram, eles a sufocaram.

Outra, finalmente caiu em boa terra, e frutificou; alguns grãos produziram cem por um, outros sessenta
e outros trinta.

Que ouça aquele que tem ouvidos para ouvir”. (Mateus, XIII: 1 a 9.)

“Ouvi, pois, vós outros, a parábola do semeador.

Todo aquele que ouve a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que foi
semeado em seu coração; esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho.

O que recebeu a semente no meio das pedras, é o que ouve a palavra, e na mesma hora a recebe com
gosto; porém ele não tem em si raiz, antes é de pouca duração, e quando lhe sobrevém tribulação e
perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.

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34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
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O que recebeu a semente entre os espinhos, é aquele que ouve a palavra, mas em seguida, os
cuidados deste mundo e a ilusão das riquezas sufocam nele a palavra, e ela se torna infrutífera.
Aquele, porém, que recebeu a semente em boa terra, é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção
e ela frutifica, e rende cem, sessenta ou trinta por um.” (Mateus, XIII: 18 a 23.)

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XVII. Item 5. CELD.)

Casos reais existem na sociedade que comprovam o que nos diz a Parábola do Semeador e nos
mostram a canalização da energia criadora impulsionando o espírito no seu progresso. Vejamos o relato
contido no texto que se segue.

Generosidade e Superação
Ele é reconhecido como um dos dez melhores contadores de histórias do mundo. Sua própria história
rendeu um livro. E um filme, premiado pela UNESCO. Hoje, ele é um pedagogo de quase cinquenta
anos, pai adotivo de vinte e cinco filhos.
Aos seis anos, foi parar na extinta Fundação para o Bem-estar do Menor, levado por sua mãe, que
achava que aquele seria o caminho para um dia, ter um filho doutor. Quando começou a sofrer maus-
tratos, fugiu.
Ele tinha sete anos e foi a primeira de cento e trinta e duas fugas.
Acabou sendo transferido para outras cidades e perdeu o contato com a família. Aos treze anos, foi
tachado de irrecuperável. No entanto, um ato generoso mostrou àquele menino que ele poderia fazer
a sua história diferente.
A pedagoga francesa, Margherit, visitando a instituição, não se conformou com aquela sentença. Ela
olhou profundamente nos olhos de Roberto Carlos e conversou com ele. Foi a primeira vez que alguém
lhe disse: Com licença, Por gentileza. Margherit quebrou os prognósticos estabelecidos para aquele
garoto fujão: o analfabetismo e a marginalidade. Ela o ensinou a ler, o adotou e o levou para morar
com sua família, em Marseille, na França. E na escola, Roberto Carlos conheceu outras realidades.
Ele contava a sua história, sempre se colocando como vítima. No entanto, conheceu filhos de exilados,
órfãos de países orientais, crianças que haviam vivido e presenciado guerras. Descobriu que ele
poderia continuar a ser vítima ou buscar construir uma história diferente para si.
Inspirado por aquela mulher, ele voltou, posteriormente, ao Brasil, reconhecendo que no seu país era
o seu verdadeiro lugar. Voltou para Minas Gerais, a terra natal, reencontrou a mãe e os irmãos.
Formou-se em pedagogia. E foi fazer estágio na mesma FEBEM, em que fora um dos internos. Seu
maior objetivo: tirar dali o máximo de meninos, para que tivessem a chance de refazer as suas vidas.
Em dois anos e meio, adotou seus primeiros oito filhos. E os ajudou a reescrever a própria história,
utilizando a regra: ter sonhos e planos.
Comenta ele: Ninguém dorme tranquilo sabendo que o próximo está mal. Eu precisava fazer algo.
Nossa família foi formada com a ideia de que, se a ajuda de alguém foi fundamental para nós, é preciso
que seja retribuída e compartilhada. Assim, todos se tornam responsáveis uns pelos outros.

E o contador de histórias diz que acredita que toda história pode ter final feliz. A prova disso, conclui, é
que a história que mais conto é a minha. Aprendi que, antes de ser respeitado, eu precisava me
respeitar.

E foram as minhas experiências que me tornaram o que sou, um contador de histórias e palestrante
internacional. Meu trabalho, hoje, só existe porque conto esta minha narrativa de generosidade e
superação. O ser humano tem predisposição para o bem. É só olhar direito para ver que todos
possuem uma capacidade de superação fantástica.
(Redação do Momento Espírita, com base no texto Recontador de histórias, de Jaqueline Li, Revista Sorria, jan.2014. MOL.)

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“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
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Tema 3 - Conclusão

Objetivo: Identificar na trajetória de Bezerra de Menezes, assim como na de outros benfeitores, a


contribuição na aplicação dessa energia para o desenvolvimento moral do espírito imortal.

Ao falarmos de energia criadora direcionada para o bem, não há exemplo maior do que Jesus, Guia da
Humanidade, nosso irmão Maior. Todo o seu tempo na Terra foi utilizado para direcionar os seres
humanos a uma conduta moral e com regras de bem viver com o próximo. Espírito puro e sublimado,
Jesus aplicava a energia criadora sempre em direção ao bem, ao amor e ao progresso das criaturas.
Bezerra de Menezes, a exemplo de Jesus, utilizou em toda a sua vida a energia criadora, dedicando-se
a todos que passaram em sua jornada terrena. Ensinou-nos também a sublimar essa energia e direcioná-
la de forma tranquila e harmônica. Ainda hoje, segue amparando e ajudando a todos que aqui estamos,
encarnados e desencarnados.
Outros exemplos de Benfeitores amigos que, como Bezerra, também souberam canalizar sua energia em
função do próximo, sublimando-a em função do Bem Maior, serão citados aqui, como Maria de Magdala
e o Professor Eurípedes Barsanulfo.

Energia Sexual e Sublimação


Para melhor enterdemos o processo de sublimação e direcionamento da energia criadora, vejamos alguns
conceitos:
Na Química, sublimação é um fenômeno físico-químico; na Psicologia e Psicanálise, Segundo Sigmund
Freud, é um mecanismo de defesa do "eu”. Em sentido figurado, sublimação pode ser sinônimo
de exaltação, purificação, engrandecimento, ou a transformação de sentimentos inferiores (instintos
básicos) em sentimentos sublimes.
(https://www.significados.com.br/sublimacao/#:~:text=Sublima%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20um%20fen%C3%B4meno
%20f%C3%ADsico,sem%20passar%20pelo%20estado%20l%C3%ADquido.)

Segundo a Doutrina Espírita, o conceito tem uma amplitude muito maior, pois está sustentado pelos
exemplos do Mestre Jesus, que consiste no trabalho de transformação dos sentimentos do ser em favor
de si mesmo e do próximo.

“(...) as Leis do universo não destroem o instinto, mas transformam-no em razão e angelitude, na
passagem dos evos, pelos mecanismos da sublimação (...)”
(Emmanuel. Vida e Sexo. Cap. 25. Psicografia Francisco Cândido Xavier. FEB.)

Não obteremos os maravilhosos frutos espirituais da sublimação, sem que, antes, construamos os trilhos
seguros e eficientes da educação sexual em nós mesmos.
“(...) o Espírito Emmanuel declara que aprenderemos gradativamente, ou seja, devagar, de pouco em
pouco, a orientar essas energias para o amor verdadeiro, a fraternidade, o bem comum a todos.”
“O caminho da sublimação das energias sexuais é o caminho do amor, da caridade, do trabalho pelo
progresso da Humanidade, materializado em nossos hábitos enobrecidos e ações edificantes.”
(Walter Barcelos. Sexo e Evolução. Cap. 23. FEB.)

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MARIA DE MAGDALA

“Eu a considero uma das figuras mais dignas do Evangelho, além de ser
aquela que realizou a maior revolução moral de que nos dão notícias as
páginas do texto bíblico. (...) a sua foi uma trajetória de desenvolvimento
espiritual muito mais áspera e mais meritória, pois ela transformou em um
jardim de bênçãos o pântano da existência em que foi atirada por
circunstâncias diversas. O seu esforço foi tão notável que mereceu a própria
presença de Jesus no instante da sua desencarnação, conforme veremos mais
adiante.”
(Divaldo Franco. Sexo e Consciência. Cap.8. Leal.)

Miriam de Migdal
Oriunda da cidade de Magdala e conhecida como Miriam de Migdal, para os judeus; para os Árabes
Mariah de Migdal; e para os cristãos Maria de Magdala.

A eterna busca de Magdala


Maria de Magdala buscava nas festas preencher o vazio que sentia. Mas era comum entre seus criados
a encontrarem apática e trancada em seu quarto no escuro. Ela era considerada uma mulher de coração
generoso e humilde. Deu ordem aos seus servos e empregados para ajudar aos mais necessitados. Mas
sua vida estava prestes a mudar. Seu encontro com o nazareno a preencheria e lhe daria não somente
um novo rumo, lhe daria vida em abundância (João 10:10).
(Web Radio Fraternidade. Seminário Maria de Magdala. You Tube. https://www.youtube.com/watch?v=uGRReesh5pA)

Magdala conhece Jesus


“(...) Era o culto no lar de Simão Barjonas, o homem denominado Pedro nas dissertações evangélicas.
Maria demorou-se, aflita a alguma distância da porta. Ansiava por aquele momento com todas as forças
de sua alma. Não imaginava como se daria seu encontro com o homem da Galiléia. O que será que ele
diria? Será que lhe pediria algo em troca de seus sentimentos de mulher? (...) Não buscava mais a ilusão
dos sentidos ou o torpor da consciência. Estava, aos poucos, despertando da letargia espiritual.
(...) O rabi, sondando a alma de Maria em profundidade, abriu a boca e melodiou: "Maria, todos os
homens te procuram porque te desejam. Eu tão-somente te amo.
(...) Diante de tal revelação de amor, Maria jamais seria a mesma. A suavidade da voz do galileu e seu
doce e terno olhar penetraram nos mais recônditos esconderijos de sua alma. (...)”
(Robson Pinheiro. Mulheres do Evangelho. Cap. 4. Casa dos Espíritos. Grifos nossos)

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O diálogo, a revelação e a transformação


— Oh, Maria! Todas as experiências da vida são sempre transitórias. (...) Não digas que tu és uma
pessoa condenada ao sofrimento e à dor, porque para o coração de Meu Pai todas as criaturas
merecem amor!
— Que deverei fazer, então, Senhor?
— Deverás amar!
— Ah, pobre de mim! Tenho sido usada e odeio! (...)
— Não, Maria! Não me refiro a este tipo de amor. Deverás amar os teus filhos.
— Filhos?! Mas eu não os possuo. Sou uma mulher infeliz! (...) nunca tive a honra de ser mãe!
— Não me refiro a este tipo de maternidade. (...) Quando te digo que ames os teus filhos eu não me
refiro aos filhos da tua própria carne. Desejo referir-me ao amor entre os filhos que não têm mães e
as mães que não têm filhos, quais aquelas mulheres que fizeram a mesma opção que tu elegeste e
que se encontram envolvidas com o equívoco a que se entregam. Ama essas mulheres que são
desprezadas, que sofrem perseguição e são amaldiçoadas, já que elas vendem o corpo e a alma, e
não contam com ninguém. Lembra-te dos pequeninos que foram abandonados e necessitam de
carinho, que têm sede de ternura. Esses é que serão teus filhos. Torna-te mãe de todos eles. Amar o
filho da própria carne é um dever imposto pela vida. Mas amar aquele que é de outra carne, é uma
oferta do amor de Deus! Por isso, quando eu te digo que ames aos que não têm amor é para que o
muro velho dos teus desencantos reverdeça e desabrochem as flores da tua afetividade, que estão
esmagadas na tristeza.
— Mestre, eu quero seguir-Te!
— Sim, Maria. Mas é necessário um grande sacrifício para me seguires. Somente recebe um grande
prêmio quem faz um elevado investimento. Se desejas seguir-me terás que renunciar a todas as
coisas da Terra para desfrutares das excelências daquelas que são de Deus!
— Senhor, eu Te darei a minha vida, hoje, se necessário! Ele meneou a cabeça e respondeu-lhe:
— Eu aceito. Não agora, Maria. É muito cedo. É muito fácil dar a vida sem que isso represente o
cumprimento de um compromisso maior. (...)
(Divaldo Franco. Sexo e Consciência. Cap.8. Leal.)

Maria conhecida por seus apelos carnais, por festas, luxo e riqueza se transforma e adquire um novo
propósito de vida. Retorna ao seu antigo lar e não se vê pertencendo mais aquele ambiente. Doa aos
mais necessitados tudo o que possui e seguirá para não somente ouvir, Maria de Magdala seguirá o
mestre para viver as palavras do Cristo.
(Web Radio Fraternidade. Seminário Maria de Magdala. You Tube. https://www.youtube.com/watch?v=uGRReesh5pA)

O apostolado de Maria
“A convertida de Magdala havia-se desfeito de tudo. Tinha o dia e a noite, as estradas e o céu como suas
metas. Desde então, em toda parte, ela seguia os passos do Nazareno pelas cidades e aldeias, auxiliando
Jesus no socorro ao sofrimento humano, ao lado de outras mulheres que também ficavam a regular
distância. (...)
(Divaldo Franco. Sexo e Consciência. Cap.8. Leal.)

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Maria transmuta totalmente “as forças da alma”, renuncia a todos do passado e tudo material, passa a
viver uma nova vida, sublimando sua existência, sem precisar de nova encarnação. Maria vivencia então,
um amor incondicional, como Paulo de Tarso, para ela também era o Cristo que vivia nela.

“- Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” Paulo de Tarso (Gálatas 2:20-21)

Os três dias e o reencontro


Narra Amélia Rodrigues:
“A emoção desbordava em lágrimas, enquanto sentada à entrada do sepulcro aberto na rocha,
conjecturava: que acontecera? Para onde O teriam levado e por que O trasladaram daqueles sítios, no
silêncio da noite? A inquietação assumia proporções de desespero que a dominava lentamente.”
(Amélia Rodrigues. Primícias do Reino. Cap.17. Psicografia Divaldo Franco. Leal.)

Um novo rumo
Maria de Magdala pediu para seguir junto a Pedro, mas este disse não ser possível diante dos costumes
da época. Maria sentiu mais uma vez o desamparo e ficou sem saber que rumo seguir.
Maria de Magdala era um espírito renovado e que conheceu e começava a praticar as palavras do Cristo
e as portas fechadas diante de suas necessidades não a fariam retornar à antiga vida.

Maria encontra a caravana dos hansenianos, e revela a eles sobre a crucificação


A desolação no rosto de cada homem, criança e principalmente das mulheres que imediatamente
abraçavam seus filhos. Mas Maria lhes disse que Jesus se foi mas deixou suas palavras. Foi neste
momento que Maria de Magdala acolhe essa legião de pessoas necessitadas e que vivem à
margem da sociedade como foi acolhida no passado. Afinal, estes, os leprosos, foram aqueles que
dividiram o pão e que com ela confraternizaram.

Momentos de dor e de paz


“(...) O Mestre estendeu-lhe as mãos e ela se prosternou, exclamando, como antigamente:
– Senhor!...
Jesus recolheu-a, brandamente, nos braços e murmurou:
– Maria, já passaste a porta estreita!... Amaste muito! Vem! Eu te espero aqui!”
(Humberto de Campos. Boa Nova. Cap.20. Psicografia Chico Xavier. FEB.)

Novas vidas, renovação espiritual e o a continuidade do trabalho no Bem


“(...) Maria de Magdala, se transforma na mensageira da ressurreição, a emissária divina para a boa-nova
do reino do amor, que se estabelecia na Terra.”
(Estêvão. Mulheres do Evangelho. Cap.3. Psicografia Robson Pinheiro. Leal.)

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EURÍPEDES BARSANULFO
Como Bezerra, Eurípedes também aproveitou toda a sua encarnação na Terra e com equilíbrio e
harmonia fez brilhar a sua luz, canalizou sua energia criadora, transformando-a em fraternidade e
caridade para com seus irmãos sacramentanos.
“Logo cedo, manifestou- se nele profunda inteligência e senso de responsabilidade, acervo conquistado
naturalmente nas experiências de vidas pretéritas.
Era ainda bem moço, porém muito estudioso e com tendências para o ensino, por isso foi incumbido de
ensinar aos próprios companheiros de aula. Respeitável representante político de sua comunidade,
tornou- se secretário da Irmandade de São Vicente de Paulo.”
(Portal do Espírito. https://espirito.org.br/biografias/euripedes-barsanulfo/)

A Conversão ao Espiritismo
Eurípedes ao assistir uma sessão espírita, Corina Novelino nos relata:
“Tio Sinhô funcionava como médium de recepção. Totalmente inconsciente, nos transes sonambúlicos, o
médium transmite inicialmente, a palavra serena e orientadora de Adolfo Bezerra de Menezes. A
entidade comunicante convida Eurípedes a tomar parte da linha, afirmado suas faculdades curadoras. O
moço obedece, confiante. Participando da corrente vibratória, sem saber como agir, ora fervorosamente,
no silêncio mais profundo da alma, a favor dos enfermos presentes.”
(Corina Novelino. Eurípedes, o Homem e a Missão. IDE.)

Fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus
irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário,
como nas atividades de assistência social.
(Portal do Espírito. https://espirito.org.br/biografias/euripedes-barsanulfo/)

O Professor Eurípedes, a exemplo de Bezerra de Menezes também utilizou a sua energia criadora
fundamentada nas Leis de Deus. Filho amoroso, aluno brilhante, professor e fundador do Colégio Allan
Kardec, auxiliando seus alunos, na formação intelectual e moral, político de caráter íntegro, espírita
cristão, amigo de todos, dedicou-se ao próximo com renúncia e abnegação.

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A APLICAÇÃO DA ENERGIA CRIADORA NA TRAJETÓRIA DE BEZERRA DE MENEZES

Deus deu a certos homens a missão de revelar sua lei?


“Sim, certamente; em todos os tempos houve homens
que receberam essa missão. São espíritos superiores, que
encarnam com o objetivo de fazer a Humanidade progredir.”
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Cap. I. Questão 622. CELD.)


As almas nobres, por onde passam, acendem as luzes do
progresso.
Engrandecem as ciências, dignificam a literatura, glorificam a
educação, refinam as artes, elevam a política. De si, virtuosas
que são, exalam suaves aromas, acordam nos corações o
sagrado. É este o legado do fiel servidor do Cristo, Adolfo
Bezerra de Menezes Cavalcanti.”
(Luciano Klein. Bezerra de Menezes: O homem, seu tempo e sua missão.
Prefácio. FEEC)

A Infância e a Juventude
Até os 11 anos ele viveu feliz na Fazenda das Pedras e na Fazenda Santa Bárbara, que antes pertencia
ao avô.
Vivenciou na infância a transição da riqueza para a pobreza em sua família, sem que isso lhe causasse
nenhum desequilíbrio; ao contrário, aproveitou as brincadeiras infantis, mas também, o exemplo dos pais;
praticava a caridade e a bondade, auxiliando aos pequenos amigos em suas dificuldades. Percebemos
desde agora a capacidade de sublimação deste espírito, que foi forjada em processos reencarnatórios
anteriores.
Desde pequeno já direcionava seu pensamento e habilidades aos necessitados.
No convívio familiar conheceu o Cristianismo, que era a base da religião vivenciada pelo sertanejo nessa
época e aprimorou as suas qualidades morais, vendo os exemplos de humildade, caridade, abnegação e
probidade dos mesmos.
Observamos nesta fase, que ele sonha com o futuro direcionando sua energia para o aprimoramento
intelectual através dos estudos e enfrenta as adversidades da família com resignação, resiliência e
esperança não apenas pensando na própria família, mas também, na pobreza do povo nordestino.
(Celi Pinto. A aplicação da energia criadora na trajetória de Bezerra de Menezes. Anexo I. Apostila do 34º EEVOBM.)

O Médico dos Pobres


O período na faculdade de medicina, foi um período de esperanças e muitas inquietações para o futuro
médico, diante da necessidade de manter-se sem a ajuda da família. Com determinação, estabeleceu
estratégias: passou a dar aulas particulares, estudava com afinco nos livros da própria universidade,
auxiliava os colegas de classe e vivia com simplicidade. Era uma vida com muitos limites. Mas ele
empregava toda sua energia nos estudos e nas aulas que dava.

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Em 1856, aos 25 anos, Bezerra conclui o curso de medicina. Começou atendendo pessoas conhecidas,
num consultório dividido com um amigo, depois os conhecidos destes, mais adiante os conhecidos dos
conhecidos. E assim, começou a ser construída a sua fama de Médicos dos Pobres, visto que ninguém
pagava a consulta.
Apesar de assumir a função de médico militar do Exército, como tenente cirurgião, não esqueceu da sua
enorme clientela “caseira”. A alma filantrópica continuava ativa e seu apostolado como médico, seguia
firmes propósitos.
(Celi Pinto. A aplicação da energia criadora na trajetória de Bezerra de Menezes. Anexo I. Apostila do 34º EEVOBM.)

“- Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se é
longe ou perto, quando um aflito lhe bate à porta.
O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite,
mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem
com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro, - esse não é médico, é
negociante da medicina (...)”
(Ramiro Gama. Lindos casos de Bezerra de Menezes. Cap 33. Lake.)

Casamento e viuvez
Casa-se com dona Maria Cândida de Lacerda em 1858, o casal teve dois filhos. Nesta circunstância, ele
usa a sua energia genésica, sublimada pelo amor e voltada à procriação.
Divaldo Franco, se refere a Dr. Bezerra, citando seus casamentos e os filhos que teve:
“- Quando falamos em sublimação sexual não estamos falando necessariamente de abstinência. Um
exemplo disso é o Dr. Bezerra de Menezes, que na sua última encarnação foi casado duas vezes e teve
diversos filhos.”
(Divaldo Franco. Sexo e Consciência. Cap.1. Leal.)

Bezerra ensinou-nos a maneira de sublimar essa energia, ele soube direcionar de forma tranquila e
harmônica.
Em 1863, uma enfermidade (febre tifoide) tira-lhe a esposa em menos de 20 dias, deixando- o com duas
crianças (3 anos e 1 ano). Maria Cândida tinha 19 anos. Foi um grande abalo para toda família.

A Nova Família
Após a viuvez, Bezerra experimentou momentos de intenso sofrimento, pois além da prova acerba de
ficar sem sua amada esposa, suas atividades médicas e políticas se intensificavam, e agora precisa cuidar
de seus dois filhinhos, Adolfo e Antônio. Busca conforto espiritual e resignação lendo a Bíblia.
Bezerra recebe amparo e ajuda da família de Maria Cândida, sua irmã Cândida Augusta, passa a cuidar
de seus filhos, e após 2 anos de viuvez, eles se casam e Bezerra e Dodoca, passam a ter uma nova
família. Dessa união, vieram mais 14 filhos, além de Adolfo e Antônio, a menina Antônia que era a filha
do coração escolhida por eles.

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34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
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Em 1900, Bezerra já se encontrava no Mundo Espiritual e dos seus 16 filhos, apenas (Ernestina, Otávio,
José Rodrigues, Francisco, Hilda e Maria da Conceição e a filha do coração, Antônia) encontravam-se
encarnados. Bezerra e presenciou a desencarnação de 9 dos seus filhos.
A paternidade de Bezerra era para ele, motivo de grande alegria, encantos para a alma. Pai amorável,
sabia canalizar sua energia para que o equilíbrio e fortalecimento das personalidades dos filhos assim se
realizasse. Era um pai afetuoso, que sempre abraçava os filhos com muita ternura e afeto, onde ele não
abria mão de estar com sua família, no pouco tempo que lhe restava.
(Celi Pinto. A aplicação da energia criadora na trajetória de Bezerra de Menezes. Anexo I. Apostila do 34º EEVOBM.)

Bezerra e a Abolição
Bezerra de Menezes considerava a escravidão um grande cancro social.
A Lei do Ventre Livre proposta pelo Dr. Bezerra, que se tornou uma realidade, foi o primeiro passo
abolicionista, considerado possível dentro de um contexto político- jurídico tão desfavorável para a época.
Em 28 de setembro de 1871 a Princesa Isabel sanciona a lei 2040, em cujo 1º artigo dispunha: “Os filhos
das mulheres escravas** que nascerem no Império, a partir da data desta Lei, serão considerados livres”.
Considerável número de famílias — entre as mais bem providas na Corte — possuía escravos. Com
Bezerra de Menezes não foi diferente..., Bezerra tratava-os com afeto e carinho, promovendo, ainda nos
anos 1860, a liberdade a alguns deles, em 1867 ele adotou uma garotinha alforriada pelo seu sogro, a
quem batizou de Antônia, dando-lhe o sobrenome Bezerra de Menezes. "Antonica", forma carinhosa
como era chamada pelo pai adotivo, desencarnou em 1901, nutrindo por ele um sentimento de profundo
amor e gratidão
Em seu opúsculo: “A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-Ia sem danos
para a nação”, o abolicionista Bezerra, coração amoroso e empático, mostrava sua grande preocupação
com o destino e com a educação desses irmãos entregues à própria sorte, conforme nos afirma no
seguinte pensamento:
“O escravo, embrutecido pela educação que recebe e pela Vida que leva, não conhece o que seja honra,
nem o que seja dever, não conhece a repressão moral, só obedece à repressão material.
Resulta daí que a prostituição, com todo o cortejo de vícios humanos e a condição da mulher escrava; e
que o ódio e o desejo ardente, insaciável de vingança, é o sentimento mais forte do coração do negro
para com a raça branca, em geral, e para com seu senhor, em particular.
Da educação da mocidade e principalmente de sua educação moral é que depende a felicidade da família
e a grandeza das nações.
Se um, se alguns, se muitos abraçam de preferência os usos e costumes paternos às práticas e exemplos
de seus escravos, a maior parte há de sair inquinada dessas práticas e desses exemplos perniciosos,
porque a virtude é tímida e o vício é ousado, porque mais arrasta o mau do que o bom exemplo”.
(Bezerra de Menezes. A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem danos para a nação.
http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/174466)

**A época de Bezerra de Menezes o termo “escravo(a)” era amplamente utilizado. Atualmente esse
tratamento foi atualizado para “pessoas escravizadas”.

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34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
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Bezerra, o apóstolo do Espiritismo


“Espíritos superiores e já erguidos a notáveis campos de elevação, unicamente por amor e sacrifício,
tomam assento nas organizações religiosas da Terra, volvendo à reencarnação em atividades socorristas,
nas quais impulsionam o progresso dos seus irmãos.
Esses missionários do devotamento vibram em faixas de amor sublime, quase sempre inacessível à
compreensão dos seus contemporâneos.”
(Emmanuel. Vida e Sexo. Cap. 25. Psicografia Francisco Cândido Xavier. FEB.)

Bezerra conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O


Livro dos Espíritos (em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu
tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos.
Mas foi no dia 16/08/1886, diante de uma plateia de cerca de duas mil pessoas, em uma sala localizada
no prédio da Guarda Velha, Bezerra de Menezes declara a sua adesão ao Espiritismo. Enfrenta sérias
críticas da família, principalmente do irmão Antônio, o mais velho, como é narrado no livro “Uma Carta de
Bezerra”.
De acordo com o seu planejamento reencarnatório, a divulgação e a unificação do Espiritismo no Brasil
era a sua principal missão, que lhe foi concedida por Jesus e expressa pelo espírito Ismael em um
encontro entre ambos, ainda no plano espiritual, e aceita por Bezerra no livro Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho.
Em 1885, Bezerra, por orientação do espírito Agostinho, aceita assumir a presidência.
Diante da difícil unificação, em janeiro de 1889, no Centro Espírita Fraternidade, é recebida uma
mensagem de Kardec, que foi publicada com o título: Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil.
O objetivo era facilitar a unificação dos dois grupos Científicos e Místicos, que divergiam completamente
no entendimento da doutrina dos espíritos trazida por Kardec.
Em 1893, já na República, a Revolta da Armada, instaurou um clima de violência no país. Os centros
kardecistas passaram a ser invadidos e proibidos de funcionar. No último domingo deste ano é publicado
o último artigo de Max, que deu origem a três volumes do livro “Estudos Filosóficos”.
No entanto, Bezerra continuava na luta. Dedicou-se a essa tarefa na última década de sua vida, mas essa
unificação só ocorreu em 1950, com a assinatura do Pacto Áureo.
“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior
pureza. Se ele interroga sua consciência sobre seus próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se
não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desperdiçou voluntariamente uma ocasião de ser
útil, se ninguém tem do que se queixar dele, pergunta, enfim, se fez aos outros tudo o que desejava que
os outros fizessem por ele.”
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XVII. Item 3. CELD.)

Chefe da Família Espírita do Brasil


O ano era 1895, Bezerra estava, então com 63 anos, e o Espiritismo no Brasil vivia, até 1895, uma luta
Fraternal entre “Científicos” e “Místicos”.
Era uma noite fria de junho e um grupo de trabalhadores de boa vontade, composto de científicos e
místicos, foi bater à porta do Médico dos Pobres e convocá-lo à Presidência da FEB mais uma vez.
Ramiro Gama narra que Bezerra possuía amigos em ambos os lados. Era o que se poderia chamar um
legítimo cristão.

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Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
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“Diante do apelo sincero e emocionante dos seus companheiros, pediu-lhes um prazo de alguns dias para
resolver. O grupo concordou e esperou.
(...) Ergueu o Médico dos pobres a cabeça e, com a voz entrecortada de lágrimas, começou a falar.
Bezerra, falou do convite recebido e ressaltou a sua responsabilidade e a de quantos foram chamados
ao Bom Combate. Sentia-se exausto, mas não desanimado. E desejava apenas, nos poucos anos que
ainda lhe restavam, testemunhar a Doutrina, procurando realizar aquilo que Jesus esperava de seus veros
discípulos: renúncia, humildade e amor ao próximo como gratidão a Deus!
E de 1895 a 1900, ano de seu desencarne, a FEB, sob as vistas guiadoras do Anjo Ismael, viveu e vive
a sua Missão evangélica.
O caroável Dr. Bezerra de Menezes foi no seu seio, nos cinco anos que ainda lhe restavam de vida
abençoada, o Apóstolo da Bondade por excelência, o verdadeiro Chefe da Família Espírita do Brasil.)

(Ramiro Gama. Lindos Casos de Bezerra de Menezes. Cap 42. Lake.)

“(...) Bezerra de Menezes: ele morre idoso, (...) no extremo desgaste orgânico, em função do excesso
de amor e de demonstração de caridade com os seres humanos da sua época. (...) ele trazia muito
amor dentro de si, então, como que atraía todas “as cargas”, como vocês chamam, diante de todas
aquelas criaturas sofredoras que ele atendia. Seguindo o exemplo de Jesus, ele que foi um grande
servidor de Jesus — desde muitas encarnações — desde o início do século cristão, vem tomando
sobre si todos os encargos do mundo. Era e é um espírito forte, ele mesmo fazia a transmutação
daquelas cargas todas (...)”
Hermann
(Espíritos dirigentes do CELD. Organizado por Mário Coelho. Instruções dos Espíritos. Vol. I. Cap. III. Psicofonia Altivo
Carissimi Pamphiro. CELD.)

Bezerra utilizava sua energia criadora, convertendo-a em atos sublimes e muito amor pelos seres
humanos.

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ANEXO 1
A aplicação da energia criadora na trajetória de Bezerra de Menezes

1) A origem dos Bezerras

Segundo o pesquisador Antônio Herbert Paz, o nome Bezerra surgiu na Espanha, na região da Galícia
(norte da Espanha), por volta do Século XII, na cidade de Becerreá. A Família Bezerra, historicamente,
procedia de nobres cavaleiros que teriam servido aos reis, além de ter o sangue guerreiro dos Cruzados.
Perseguições, traições e invasões de terras, fizeram muitos Bezerras migrarem para Portugal e se
estabelecerem no distrito de Viana do Castelo, na região do Minho-Lima, ao norte de Portugal.

2) Como os Bezerra de Menezes chegaram ao Brasil

O historiador Monsenhor Severino Bezerra, em seu livro “Genealogia da Família Bezerra”, afirma que em
1535 Antônio Bezerra Felpa de Barbuda, veio para o Brasil com sua mulher Maria Araújo e os três filhos
menores, na comitiva de Duarte Coelho, segundo Governador Geral do Brasil, que se tornou donatário
da capitania de Pernambuco, no século XVI.
Segundo o historiador Luciano Klein Filho, na 2ª geração da Família Bezerra, Simoa Bezerra, neta de
Antônio se casa com o português Bento Rodrigues da Costa. Tiveram um filho que se chamou Bento
Rodrigues Bezerra.
É deste Bento que vai surgir a Família Bezerra de Menezes. No início do ´século XVIII, Bento se casa
com a baiana Petrolina Velho de Menezes, têm quatro filhos. Vamos destacar a filha deles, Joana Bezerra
de Menezes, que viveu no Riacho do Sangue, no vale do Jaguaribe. Antônio Bezerra, filho de Joana,
casa-se com Thereza Maria José, e são bisavós do menino Adolfo. Em 23/03/1758, nasce na caatinga
do Góes, atual Jaguaruana, CE, Antônio Bezerra de Souza e Menezes, avô do nosso Bezerra. Era coronel
da Cavalaria de Icó e um dos líderes da Confederação do Equador (1824). A avó era Ana Maria Maciel
da Costa.

3) Os pais de Bezerra de Menezes

Os pais de Bezerra eram: o capitão Antônio Bezerra de Menezes (1790) e Fabiana Cavalcanti de
Albuquerque (1791). Eles viviam na Fazenda das Pedras, às margens do Riacho das Pedras, afluente do
Riacho do Sangue. Tiveram 7 filhos. Adolfo Bezerra de Menezes era o sexto filho, o mais novo entre os
filhos homens, nascido em 29/08/1831. O capitão Antônio era um dos homens mais importantes da região.
Tanto ele como a esposa, dona Fabiana eram duas almas boas e generosas, cheias de comiseração para
a necessidade alheia, nunca mediram sacrifícios, na hora de socorrer aqueles que lhes estendiam a mão.
Sem medir as consequências deste gesto de bondade acabou comprometendo a vida financeira da
família, que chegou à ruína. A inteireza de caráter do capitão Antônio fez com que ele procurasse os
credores para lhes entregar todos os seus bens para pagamento das dívidas, mas os credores recusaram,
levando em consideração a lisura de caráter dele. A recusa não foi aceita. O capitão passou a administrar
a própria fazendo, retirando o mínimo necessário ao sustento da família, e o restante, ele entregava
àqueles a quem considerava os “donos” da fazenda.

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4) A infância e a juventude

Até os 11 anos ele viveu feliz na Fazenda das Pedras e na Fazenda Santa Bárbara, que antes pertencia
ao avô. Ficaram marcadas em sua memória as brincadeiras infantis em meio aos pássaros, borboletas,
cabras, ovelhas e árvores. Em meio a tudo isso, observava as atitudes de generosidade, fraternidade,
empatia, fé cristã e amor ao próximo praticadas pelos pais.
Vivenciou na infância a transição da riqueza para a pobreza em sua família, sem que isso lhe causasse
nenhum desequilíbrio; ao contrário, aproveitou as brincadeiras infantis, mas também, o exemplo dos pais;
praticava a caridade e a bondade, auxiliando aos pequenos amigos em suas dificuldades. Percebemos
desde agora a capacidade de sublimação deste espírito. Capacidade esta, que foi forjada em processos
reencarnatórios anteriores.
Ainda na juventude de Bezerra, a família foi obrigada a fugir de onde vivia em virtude da militância política
do capitão Antônio junto ao Partido Liberal. O partido Conservador, ligado ao Imperador, assumiu papel
relevante e passou a perseguir os opositores. A família foi viver no Rio Grande do Norte, na vila da
Maioridade, hoje Imperatriz, na serra dos Martins.
O adolescente Adolfo viveu nesta região de 1842 a 1846 (mais ou menos entre os 11 e 15 anos) período
de especiais transformações corporais e psicológicas. Em 1842 é matriculado na Escola de Latinidade,
fundada pelos jesuítas, onde substituiu o professor de latim em um momento de necessidade.
A grande seca de 1845 foi um fato que deixou marcas profundas no jovem Adolfo, ficando viva em sua
memória a lembrança dos sertanejos que ficaram reduzidos à miséria e à fome. Fato que faz parte da
vida em regiões nordestinas até os dias de hoje.
Aos 15 anos (1846) regressa à província do Ceará, agora se fixando na capital Fortaleza, e passa a
estudar no Liceu do Ceará, onde ficará até completar 18 anos. Diferentemente dos irmãos mais velhos
que eram advogados, ele queria ser médico. Com esse objetivo concentra todas as suas energias no
estudo, pois sabia es dificuldades que o esperavam no futuro, pois só havia Faculdade de Medicina na
província do Rio de Janeiro.
Em vão, a família tentou demovê-lo da decisão de estudar Medicina. Finalmente, os pais concordam, mas
a situação da família era precária. Nem isso o desanimou. No dia 05/02/1851, com apenas 38 mil réis, 20
dias de viagem de navio a vapor, taxas a pagar na faculdade e encontrar acomodação, veio ele confiante
para a Corte (a capital).
Importante: Ainda com a família, o pai o chama e entre lágrimas explica a difícil situação econômica.
Bezerra abraça o pai e diz:
Sua vida, meu pai, está repleta de verdadeiros rasgos de probidade. Seus atos ficarão impressos dentro
do meu coração, como modelo de dignidade e retidão moral. Prometo, no entanto ao senhor e a mim
mesmo, ser digno do nome honrado que levo comigo para a Corte.
O velho comovido, abraçou o filho. Intimamente possuía a certeza de que este cumpriria a promessa.
No convívio com os pais Bezerra conheceu o Cristianismo, que era a religião do sertanejo nessa época
e aprimorou as suas qualidades qualidade morais, vendo os exemplos de humildade, caridade,
abnegação e probidade dos mesmos. Observamos nesta fase, que ele sonha com o futuro direcionando
sua energia para o aprimoramento intelectual através dos estudos e enfrenta as adversidades da família
com resignação, resiliência e esperança não apenas pensando na própria família, mas também, na
pobreza do povo nordestino.
Em suas reminiscências, Bezerra de Menezes, assim se refere ao habitante do sertão:
“Seus gostos são rudes, mas simples, como o meio em que vive.

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Suas ambições não ultrapassam o estreito, porém alegre, círculo da família.


Criar os filhos nos princípios do dever e da honra, do amor a Deus e ao próximo, e no da Pátria é tudo o
que preocupa o matuto.
Não reina ali a inocência, em que foi criado o primeiro par humano, porque esta foi rota no Paraíso e é
guardada pela espada flamejante do arcanjo da pureza; mas encontra-se generalizada, a que se pode
chamar “inocência culposa” do homem.
Entretanto, há entre os habitantes dos sertões corações maus, rebeldes a todo sentimento moral; porque
há uma escola infinita nas vias do progresso humano.
São exceções necessárias, pois sem a existência dos maus, não se acrisolariam os bons sentimentos da
massa perfectível.” (Os Bezerra de Menezes e o Espiritismo – capítulo 6).
Observamos através das palavras de Bezerra relativas ao meio em que viveu e o povo local, aquele
sentimento de afeto, respeito e amor por todos.

5) O Médico dos Pobres

O período de 1851 a 1856 foi um período de esperanças e muitas inquietações para o futuro médico,
diante da necessidade de manter-se sem a ajuda da família. Com determinação, estabeleceu estratégias:
passou a dar aulas particulares, estudava com afinco nos livros da própria universidade, auxiliava os
colegas de classe e vivia com simplicidade. Era uma vida com muitos limites, mas isso não o desanimava.
Quando estava no segundo ano da faculdade, um dos professores que era médico militar, dr. Manoel
Feliciano Pereira de Carvalho, chefe do Corpo de Saúde do Exército, convidou Bezerra para trabalhar
como interno e praticante no Hospital da Misericórdia, onde conseguiria dilatar seus conhecimentos no
campo da cirurgia.
Em 1856, aos 25 anos, Bezerra conclui o curso de medicina. Como não tinha condições de montar um
consultório próprio, aceitou sociedade para trabalhar junto com um amigo da turma, cujo pai tinha
condições econômicas de fazê-lo. Abriram uma salinha no centro comercial da cidade, mas os clientes
eram poucos. Mas em sua residência a situação era outra. Começou atendendo pessoas conhecidas,
depois os conhecidos destes, mais adiante os conhecidos dos conhecidos. E assim, começou a ser
construída a sua fama de Médicos dos Pobres, visto que ninguém pagava a consulta.
Por sua competência, carinho e dedicação foi convidado a assumir a função de médico militar como
cirurgião tenente do Exército, e é recebido também como sócio efetivo da Academia Nacional de
Medicina. Apesar disso, não esqueceu da sua enorme clientela “caseira”. A alma filantrópica continuava
ativa. Neste contexto, falando sobre a missão do médico, encontramos no livro Lindos Casos de Bezerra
de Menezes, nas lições 29 e 33.
Com a vida estabilizada Bezerra resolve se casar por amor com a dona Maria Cândida de Lacerda. O
casamento ocorre em 6 de novembro de 1858. Têm dois filhos. Nesta circunstância, ela usa a sua energia
genésica, sublimada pelo amor e voltada à procriação.
Jornalista inteligente passou a escrever artigos sobre diversos temas nos jornais da cidade, tornando-o
mais conhecido.
Em 1860, a população de São Cristóvão, onde morava, quis que ele a representasse na Câmara
Municipal, sendo convidado pelo Partido Liberal para integrar a legenda.
Bezerra, por princípio, quis evitar a política, pois se lembrava da perseguição sofrida pelo avô e pelo pai,
também do Partido Liberal, o que obrigou a família a ir morar no Rio Grande do Norte. Mas a esposa
acabou convencendo-o a aceitar.
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6) O político e o empresário

Bezerra acabou sendo eleito vereador, mas o Partido Conservador impugnou o diploma, alegando que
um militar não poderia ser eleito. Em concordância com a mulher, larga a segurança da carreira militar e
se lança destemido à vida política, onde por seu caráter ilibado vai procurar atender as necessidades do
povo humilde.
Em 1863, uma enfermidade (febre tifoide) tira-lhe a esposa em menos de 20 dias, deixando- o com duas
crianças (3 anos e 1 ano). Seguem-se meses de muita dor e sofrimento. Busca conforto espiritual e
resignação lendo a Bíblia. Recebe do amigo Joaquim Travassos um exemplar de O Livro dos Espírito,
que lê no trajeto até a Tijuca, quando voltava para casa, e sente que já conhecia aquele conteúdo.
Dedica-se ao estudo da homeopatia. (Energia voltada para a ciência).
Em 21/01/1865, casa-se com dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna da primeira
esposa, com quem tem 14 filhos. (Energia genésica). Além dos filhos biológicos ainda tinha uma filha do
coração, Antônia. Vivenciou a difícil situação de perder 9 filhos, vitimados principalmente por malária e
febre tifóide. Vivenciou, com o primogênito, Adolfo, a grave situação de alienação mental, proveniente de
um processo obsessivo que comprometeu a estrutura cerebral do rapaz e o tornou dependente
afetivamente do pai e dos irmãos, destacando-se o irmão Antônio. Por conta dessa situação, Bezerra
escreve o livro A Loucura Sob Um Novo Prisma.
Elege-se por duas vezes vereador e duas vezes deputado geral. Citaremos alguns projetos em que se
destacam a sua visão de futuro e de humanidade:
1) Prejuízo dos pobres – proibia que os comerciantes devido a escassez de moeda dessem o troco
em balas ou vales.
2) Transporte público - defendeu a permanência do horário de 23 horas nos trens urbanos para os
trabalhadores conseguirem voltar aos seus lares após o trabalho noturno.
3) Fiscalização sanitária da carne - preocupou-se com a qualidade da carne que era vendida nas
feiras. Estabeleceu normas para o abate dos animais de forma higiênica e as condições de higiene da
carne até chegar aos consumidores.
4) Serviço florestal nas montanhas que circundam a capital – visando a preservação dos
mananciais que abasteciam a capital e o equilíbrio do clima, lutou contra o desmatamento para a lavoura
de café e derrubada de arvores para fazer carvão.
5) Regulamentação para a locação do serviço domésticos – visando a garantia de direitos
trabalhistas mínimos para os empregados.
6) Defesa da estabilidade dos professores antigos nas escolas - impedia a perda de seus
empregos, diante da barganha de alguns políticos que desejavam trocar emprego nas escolas por votos.
7) Construção de açudes – impressionado com a grande seca de 1845, lutou pela construção de
açudes no sertão nordestino. Onde não havia financiamento do governo as pessoas recebiam orientação
e a construção ocorria pelo trabalho solidário.
8) Guerra do Paraguai - posicionou-se contra a guerra do Paraguai, de 1864 a 1870, que serviu
aos interesses da elite brasileira, posto que mandavam seus escravos como “Voluntários da Pátria”,
iludindo-os com a promessa de liberdade e de permanência na vida militar.
9) Abolição da Escravatura - apresentou um projeto de lei, que deu origem à Lei do Ventre Livre,
promulgada pela Princesa Isabel, em 1871. Concedia a liberdade às crianças, filhas dos povos
escravizados, a partir desta data. De acordo com o projeto de Bezerra as crianças a partir dos 7 anos
deveriam viver em instituições mantidas pelas Câmaras Municipais, onde receberiam o amparo, o ensino
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das letras e dos números. Os meninos deveriam aprender um ofício, que lhes permitisse viver com
dignidade na idade adulta e serem úteis à sociedade. As meninas deveriam receber educação para o lar,
preparando-as para cuidar do lar quando adultas e evitando que caíssem na prostituição. Após a
promulgação da lei todo esse suporte pensado por Bezerra não existiu. Na prática, as crianças libertas,
chamadas de “inocentes”, ficariam sob a tutela do dono da mãe até os 23 anos, sendo explorado como
mão-de-obra.
Além da vida política, Bezerra exerceu o cargo de diretor da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel,
responsável pelo planejamento urbanístico do bairro. Fundou a Estrada de Ferro Macaé-Campos, que
acabou falindo.
Em 1880 foi designado para presidente da Câmara de Deputados e líder do Partido Liberal.
Após 20 anos de vida política, Bezerra encerra esta etapa profundamente decepcionado com a classe
política. Tudo o que é torpe e deturpador da justiça e do direito desfilara-lhe debaixo dos olhos
atonitamente abertos. Voltaria a viver da Medicina, o Médico dos Pobres.

7) O espírita e o escritor

Em 16/08/1886, diante de uma plateia de cerca de duas mil pessoas, em uma sala localizada no prédio
da Guarda Velha, Bezerra de Menezes declara a sua adesão ao Espiritismo. Enfrenta sérias críticas da
família, principalmente do irmão Antônio, o mais velho. (ver livro Uma Carta de Bezerra).
De acordo com o seu planejamento reencarnatório, a divulgação e a unificação do Espiritismo no Brasil
era a sua principal missão, que lhe foi concedida por Jesus e expressa pelo espírito Ismael em um
encontro entre ambos, ainda no plano espiritual, e aceita por Bezerra. (ler Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho – cap. 22)
Diante dos ataques, de sacerdotes e de católicos, sofridos pela Doutrina Espírita através da imprensa e
pessoalmente, Bezerra resolveu responder-lhes com amor e com conhecimento da doutrina. Sua
habilidade com as palavras somadas ao sentimento elevado, levaram-no a participar ativamente na
publicação periódica de artigos sobre o Espiritismo na revista Reformador, no jornal “O Paiz”, Jornal do
Brasil e Gazeta de Notícias, onde passou a escrever com o pseudônimo MAX. Esses artigos depois,
foram publicados em três volumes, com o título de “Estudos Filosóficos”. Escreveu também alguns
romances.
Como presidente da Casa de Ismael, introduz o estudo semanal do Livro dos Espíritos, e posteriormente,
de outras obras da codificação.
Os praticantes do Espiritismo desta época estavam divididos em duas correntes: Científicos e Místicos,
que divergiam completamente no entendimento da doutrina dos espíritos trazida por Kardec,
fundamentada nas lições de Jesus. O orgulho e o desejo de mando, tão humano, tornava muito mais
difícil a tarefa de quem tinha a missão de reunificá-los. Daí a ideia de criar um órgão centralizador – a
FEB, na tentativa de estabelecer pontos convergentes na doutrina. Em 1885, Bezerra, por orientação do
espírito Agostinho, aceita assumir a presidência.
Diante da difícil unificação, em janeiro de 1889, no centro espírita Fraternidade, é recebida uma
mensagem de Kardec, que foi publicada com o título: Instruções de Alan Kardec aos Espíritas do Brasil.
O objetivo era facilitar a unificação dos dois grupos.
Em 1893, já na República, a Revolta da Armada, instaurou um clima de violência no país. Os centros
kardecistas passaram a ser invadidos e proibidos de funcionar. No último domingo deste ano é publicado
o último artigo de Max. No entanto, Bezerra continuava na luta. Dedicou-se a essa tarefa na última década
de sua vida, mas essa unificação só ocorreu em 1950, com a assinatura do Pacto Áureo.

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Finalmente, no dia 11 de abril de 1900, esse valoroso espírito retorna à Pátria Espiritual, onde é recebido
por Celina, emissária de Maria de Nazaré, que lhe diz ter completado o seu ciclo evolutivo no planeta
Terra, sendo-lhe possível continuar sua evolução em outro orbe mais elevado. Humildemente, ele pede
para continuar seu trabalho aqui, enquanto houver um sofredor na Terra.
No plano espiritual deu continuidade ao seu trabalho de amor na seara de Jesus. Através de médiuns
inspirados por ele, como Eurípedes Barsanulfo, Yvonne Pereira, Chico Xavier, Divaldo Franco, entre
outros, tornou possível a publicação de muitos livros e mensagens evangélicas. Temos conhecimento da
atuação de sua equipe espiritual em momentos sociais críticos (por exemplo, no carnaval e em grandes
calamidades), no trabalho de atendimento à saúde (cura), e também, no atendimento fraternal de pessoas
que em momentos de aflição pedem sua ajuda, tendo sempre a certeza de que serão amparadas.

8) Conclusão

A biografia de Adolfo Bezerra de Menezes mostra que ele foi um homem de caráter firme para quem a
ética e a moral foram fatores essenciais.
Desde a sua infância enfrentou adversidades com equilíbrio, buscando sempre fazer o bem. Seguia o
ensinamento dos pais.
Determinado a cursar Medicina, não esmoreceu diante da pressão exercida pela família e das dificuldades
até concluir o curso. Espírito generoso e humilde, tornou-se conhecido como o Médico dos Pobres, por
não ser um mercenário da medicina, doando ao irmão necessitado o que fosse necessário, materialmente
ou moralmente, o seu abraço, seu olhar, seu carinho ou sua prece.
Casou-se por amor e deu o melhor de si como chefe de família.
Buscou na política um meio mais amplo de ser útil aos irmãos necessitados. Fez o máximo que lhe foi
possível, pois não contou com o apoio dos demais políticos ainda presos aos próprios interesses
materiais, enquanto ele defendia uma política do bem-estar social, em defesa dos mais humildes.
Como empresário, buscou servir, e não, servir-se objetivando apenas o lucro.
Como jornalista buscou levar à luz da razão os ensinamentos da Doutrina Espírita através da fé
raciocinada.
A missão maior era a unificação entre científicos e místicos e o assentamento das bases da Doutrina
Espírita na Pátria do Evangelho. Dedicou toda a sua energia em adubar a Árvore do Evangelho na Pátria
escolhida por Jesus, e ela frutificou.
Utilizou a sua energia criadora fundamentada nas Leis Naturais. Nas várias etapas da sua vida, como
filho amoroso, aluno brilhante, pai dedicado, amigo sincero, médico dos pobres, político de caráter íntegro,
empresário honesto, escritor e espírita cristão, soube deixar fluir sentimentos elevados como bondade,
abnegação, indulgência, empatia, coragem, resignação, resiliência, amor e a fé inquebrantável. Fiel servo
da seara de Jesus, que continua o seu trabalho no plano espiritual, dando continuidade à sua jornada
evolutiva como espírito imortal.

9) Bibliografia
▪ Nobre, deputado Freitas (seleção e introdução), PERFIS PARLAMENTARES 33 – BEZERRA DE
MENEZES, sem ed., Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1986.
▪ Acquarone, Francisco, BEZERRA DE MENEZES, O MÉDICO DOS POBRES, 5ª edição, São
Paulo: Editora Aliança, 2013.

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“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em Desenvolvimento
Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
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▪ Viola, Paulo Roberto, BEZERRA DE MENEZES, O ABOLICIONISTA DO IMPÉRIO, 1ª ed, Rio de


Janeiro: F.V. Lorenz, 2008.
▪ Soares, Sylvio Brito, VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES, 13ª ed., Rio de Janeiro: FEB,
2010.
▪ Gama, Ramiro, LINDOS CASOS DE BEZERRA DE MENEZES, 14ª ed., São Paulo: LAKE, 2001.
▪ Klein, Luciano, O HOMEM, SEU TEMPO E SUA MISSÃO, 1ª ed.; Fortaleza: Expressão Gráfica e
Editora, 2021.
▪ Martins, Jorge Damas, OS BEZERRA DE MENEZES E O ESPIRITISMO, 1ª ed., Rio de Janeiro:
Novo Ser, 2011.
▪ Klein Filho, Luciano (organizador), BEZERRA DE MENEZES – FATOS E DOCUMENTOS, 2ª ed.,
São Paulo: Lachâtre, 2012.
▪ Menezes, Adolfo Bezerra, UMA CARTA DE BEZERRA DE MENEZES, edição anotada,
organização de Geraldo Campetti Sobrinho, 9ª ed., Brasília: FEB, 2014.
▪ Campos, Humberto de (Espírito), BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO;
(psicografado por) Francisco Cândido Xavier, 33ª ed., Brasília: FEB, 2013.

9) Observações

Para conhecermos um pouco mais sobre Bezerra de Menezes, um espírito de escol e a importância da
sua missão como Médico dos Pobres e como espírita, no livro Lindos Casos de Bezerra, sugerimos a
leitura dos seguintes casos:
28 - Um aluno do outro mundo.
29 - A música mais linda.
30 - Geologia humana.
33 - O apóstolo da Medicina.
46 - Dava o que possuía.
65 - Ainda há flores no seu coração.
66 - Um abraço em nome de Deus.
74 - Uma carroça de alimentos.
78 - Evitando um suicídio.
O livro “Uma carta de Bezerra de Menezes” da editora FEB é o conteúdo de uma correspondência enviada
por Bezerra a seu irmão que, à época, o recriminava pela sua conversão a Doutrina Espírita.

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