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Faculdade Pitágoras

Thaís Mara Fernandes da Silva Reis

O PODER DA MÍDIA NA CRIAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS:


UM ESTUDO SOBRE A CANTORA MC MELODY

Belo Horizonte
2017
Thaís Mara Fernandes da Silva Reis

O PODER DA MÍDIA NA CRIAÇÃO DE PRODUTOS CULTURAIS:


UM ESTUDO SOBRE A CANTORA MC MELODY

Monografia apresentada ao curso de


Comunicação Social da Faculdade Pitágoras
de Belo Horizonte (MG), com o requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel
em Jornalismo.

Orientadora: Prof.ª Dra. Juraci Andrade de


Oliveira Leão.

Belo Horizonte
2017
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido forças para chegar até
aqui, me guiado e iluminado.
Agradeço também o apoio incondicional dos meus pais Elson e Heliene, meus
irmãos Elson, Thalison e Ione. É também a minha cunhada Walquíria. Por terem me
proporcionado uma base familiar e sempre me apoiaram em todas as decisões e em
todos os momentos. Agradeço imensamente a eles por isso.
A minha filha Emanuelly, que desde a gestação me deu força e coragem para
continuar a trajetória.
Meu agradecimento ao meu marido Josimar, por acreditar em meu sonho e
por todo o incentivo e carinho.
Agradeço a todos os meus professores pelo aprendizado em especial à
professora e Doutora Juraci Andrade de Oliveira Leão responsável pela realização
deste trabalho. Agradeço a coordenadora Acadêmica do Curso de Jornalismo,
Jeane Dayse Dias Quintão, por todo acompanhamento e atenção durante meu
percurso acadêmico.
E aos meus colegas e amigos de turma durante essa longa caminhada, meu
especial agradecimento pelos quatro anos de convivência e aprendizado para as
grandes amigas que levarei por toda à minha vida Amanda Mendes, Isabelle Mello,
Patrícia Marques e Raissa Sossai.
Meu muito obrigado a todos que me acompanharam ao longo dessa jornada!
De tudo ficaram três coisas. A certeza de que estamos
começando. A certeza de que é preciso continuar. A
certeza de que podemos ser interrompidos antes de
terminar. Façamos da interrupção um caminho novo. Da
queda, um passo de dança. Do medo, uma escada. Do
sonho, uma ponte. Da procura um encontro.
Fernando Sabino.
RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo demonstrar o poder da mídia em criações de


produtos culturais, tendo como foco a cantora mirim MC Melody que é uma menina
funkeira responsável pelo hit mais famoso dos últimos tempos com a música “Falem
de Mim” que alcançou mais de 14 milhões de visualizações no Youtube. Nas redes
sociais, Melody se expõe exibindo produtos de marcas consideradas no mercado,
tais como, joias e roupas. A pesquisa discute o poder que a indústria cultural exerce
sobre a sociedade e a maneira com que leva as pessoas ao consumismo, mesmo se
tratando de uma criança.
Palavras-chave: Indústria Cultural, Consumismo, Infância.

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 7
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 8
2.1 Objetivo Geral............................................................................................................................8
2.1.1 Objetivos Específicos........................................................................................................8
3REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................9
3.1 A Indústria Cultural...................................................................................................................9
3.2 Mídias e o Poder da Hegemonia Midiático..........................................................................17
3.3 Mídias Digitais.........................................................................................................................19
3.4 Espetacularização Midiática..................................................................................................20
4. ANÁLISE DE DADOS...........................................................................................23
4.1MC MELODY............................................................................................................................23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................33
7

1. INTRODUÇÃO

Com a influência dos meios de comunicação de massa, a população se torna


vítima a cada vez mais da TV, do rádio, dos telejornais e principalmente da internet,
os quais são os meios mais utilizados para comercialização de produtos. Sendo
assim, a indústria cultural aproveita esses meios comunicativos para produção e
venda de seus conteúdos a fim de gerar lucro.
Segundo os fundadores da Escola de Frankfurt Theodor Adorno, Max
Horkheimer, Walter Benjamim, Herbert Marcuse, Leo Lowenthal, Erich Fromm,
Jurgen Habermas, entre outros elaboradores de um estudo conhecido como “Teoria
Crítica” diz que o consumo e suas consequências são causados pela mídia na
sociedade, isso porque tem como objetivo analisar a condição sociopolítica e
econômica, se contrapondo à Teoria Tradicional”, que é caracterizada como neutra,
ou seja, não segue nenhum fundamento ou embasamento.
A pesquisa busca investigar o poder da mídia na criação de produtos
culturais, por meio da relação entre o quanto a espetacularização das mídias, e os
dos produtos da indústria cultural são aceitos e comercializados pela sociedade e a
relação da mídia e o poder da hegemonia do poderio midiático.
Como fonte de estudo, foi realizada uma análise sobre a carreira e trajetória
da cantora de funk mirim Gabriella Abreu Severino, conhecida como MC Melody.
Uma garota de apenas 10 anos de idade e que desde já é alvo de holofotes e muita
polêmica. O responsável por sua carreira e composição musical é o seu próprio pai
Thiago Abreu de 26 anos conhecido como MC Belinho. Melody, sempre foi criticada
pelo gênero artístico, letras inadequadas e comportamento adulto mediante a sua
idade.
O objetivo desta monografia é averiguar o sucesso da cantora mirim sob a
ótica do poder da mídia, que ocorrerá por meio de estudos científicos sobre a
indústria cultural e análise dos produtos lançados pela cantora Mc Melody em suas
redes sociais.
Espera-se que esta pesquisa amplie as discussões sobre a indústria cultural e
o poder da mídia sendo assim, útil para a comunidade acadêmica. Socialmente, a
realização deste trabalho se justifica por Mc Melody estar inserida num universo de
produtos culturais consumidos por vários seguimentos da sociedade.
8

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


 Investigar o sucesso da cantora Mc Melody sob a ótica do poder da
mídia.
.
2.1.1 Objetivos Específicos

 Analisar as características da indústria cultural na contemporaneidade;


 Discutir a infância e a espetacularização midiática;
 Analisar a interação do público com a fanpage da cantora.
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3REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A Indústria Cultural

Segundo Tavares (2009), a Escola de Frankfurt foi à união filosófica de um


grupo de teóricos judeus europeus que inovou o modelo de se pensar a
comunicação, criando uma nova construção teórica filosófica, que tinha como
estrutura a sociologia, a economia, e a política. Seus idealizadores eram: Theodor
Adorno, Horkheimer, Erich Fromm, e Herbert Marcuse, Walter Benjamin e Siegfried
Kracaue entre outros. É neste momento que o grupo de jovens se reuniu com o
intuito de compreender criticamente os rumos políticos da Alemanha. Todos
propunham uma análise que ultrapassasse a explicação dos fenômenos e que fosse
capaz de intervir politicamente. O autor salienta que para entender o início da Escola
de Frankfurt, é essencial lembrar o contexto que marcava a Alemanha na década de
XX, derrotada na Primeira Guerra Mundial, onde a nação buscava reconstruir-se.
Conforme Coelho,
A indústria cultural ocorreu em um período anterior ao da Revolução
Industrial, no século XVIII. A Revolução foi uma das condições básicas para
a existência desta indústria e de uma economia baseada no consumo de
bens. Ela veio atrelada aos meios de comunicação e cultura de massa que
surgem como funções do fenômeno da industrialização. Através de
produção de trabalho humano que determina um tipo particular de indústria
(a cultural) e de cultura (a de massa), implantando numa e noutra os
mesmos princípios em vigor na produção econômica em geral (1980, p.6).

Desta maneira, percebemos que o trabalho do homem tem a capacidade de


transformar um determinado produto em consumo cultural, ou seja, é todo um
processo de massificação que tornam estes “produtos culturais” em uma simples
mercadoria. Contudo, toda essa produção racional passa a ser orientada pelas
agências publicitárias, que consequentemente serão divulgadas pela mídia e enfim
chegar às mãos dos consumidores.
De acordo com Coelho,
Dois desses traços merecem uma atenção especial: a reificação (ou
transformação em coisa: a coisificação) e a alienação. Para essa sociedade,
o padrão maior de avaliação tende a ser a coisa, o bem, o produto; tudo é
julgado como coisa, portanto tudo se transforma em coisa — inclusive o
homem. (1980, p. 6)
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Os grandes produtos da Indústria Cultural vendem seus produtos por meios


de comunicação como TV, Rádios e Jornais, detendo um poder sobre a população
consumista.
Tavares (2009) aponta “a ideologia da Indústria Cultural” que visa alcançar a
dependência dos homens em um processo em que cedeu lugar ao conformismo.
Desta forma, tudo que a indústria impõe e produz faz o indivíduo ser inconsciente de
seus atos, por isso a tornam incapazes de refletir ou de questionar sobre suas
necessidades de consumo.
O autor nos transmite evidências que a ideologia imposta pela indústria
cultural era de petrificar a visão do homem fazendo com que ele enxergue apenas o
que ela produz, e o homem por sua vez se conformou com as regras impostas por
ela, se tornando escravo da mídia, perdendo totalmente a autoridade de suas
decisões de consumo.
Segundo Tavares (2009) “a sociedade capitalista seria composta por uma
massa de pessoas inconscientes, sem autonomia e incapazes de questionar o
status” (2009, p.43). Sendo assim, a sociedade se tornou cega, perdendo a noção
de como agir perante a mídia, que tapou seus olhos e tomou a sua consciência
fazendo com que os produtos da indústria cultural fossem venerados pela sociedade
e consumidos de uma forma totalmente exagerada e sem limites.
Conforme Adorno,
O homem encontra-se entregue a uma sociedade que manipula como bem
entende: O consumidor não e soberano, como a indústria cultural gostaria
de fazer crer, não é o seu sujeito, mas seu objeto (ADORNO, 1951p.6 apud
WOLF, 2003).

Logo, percebemos que a mídia exerce um poder paradoxal sobre a vida dos
consumidores.
Muitas vezes a sociedade acredita realizar suas próprias vontades, enquanto
na verdade, estão submissos a esta indústria. Por exemplo: Às vezes as pessoas
estão dispostas a comprar algo do seu agrado, seja uma roupa, um sapato, um
perfume, uma joia ou até mesmo alimentar-se de algo específico. Porém, o que
ocorre na realidade, é que a influência midiática interfere na vida e opinião dos
clientes, os tornando alienados. No entanto, são instigados a consumir produtos de
uma determinada empresa que é divulgada em propagandas utilizando figuras
públicas.
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De acordo com Wolf,


A máquina da indústria cultural gira sem sair do lugar: ela mesma determina
o consumo e exclui tudo que e novo, que se configura como risco inútil,
tendo elegido como primazia a eficácia dos seus produtos (2003, p.76).

Desta maneira, podemos dizer que a sociedade já se encontra em um “modo


automático” agindo sem pensar no que está consumindo. Cada vez mais perdendo o
sentido de suas ações e ao fim iniciando em um ciclo vicioso de condutas sem
reflexos e pensamentos. Podemos acrescentar ainda que agem por impulso pelos
meios de veiculação de mensagens que a mídia transmite e além do mais pode
acarretar em clientes insatisfeitos por adquirirem um determinado produto imposto
pela mídia.
Analisando as afirmativas anteriores e a de Wolf (2003) acredita-se que os
indivíduos na realidade através da abordagem da mecanização determina de modo
integral a fabricação dos produtos de distribuição que, o que consome são apenas
cópias do processo de trabalho. No mundo empresarial, as coisas não são tão
diferentes assim. Existe uma grande competição no mercado onde o objetivo dos
empresários é ampliar o seu negócio e fazer com que seus produtos sejam
reconhecidos no mercado para gerar lucros aos mesmos.
Segundo o autor,
A influência da indústria cultural, em todas as suas manifestações, leva a
alteração da própria individualidade de quem frui: ele é como o prisioneiro
que cede á tortura e acaba confessando qualquer coisa, inclusive o que não
cometeu (2003, p.78).

Desta maneira, pode-se observar que manipulados a todo instante os


indivíduos perdem a consciência dos atos e atitudes ou mesmo das coisas, sendo
que após a manipulação na verdade nunca foi o responsável pela determinada ação,
só pelo fato de ter sido imposta pela indústria de consumo.
Ainda para Wolf,
A manipulação do público – busca e conseguida pela indústria cultural,
entendida como forma de domínio da sociedade altamente desenvolvidas –
passa, portanto, no meio televisivo mediante efeito que se realizam nos
níveis latentes das mensagens. Estas fingem dizer uma coisa e, em vez
dela, dizem outra; fingem ser frívolas e, no entanto, ao se colocarem além
do conhecimento do público, reforçam seu estado de dependência. O
espectador, mediante o material que observa, é continuamente colocado
nas condições de assimilar ordens, prescrições e proscrição sem saber
(2003, p.82).
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Percebe-se que a citação anterior apresenta uma indústria cultural


manipuladora e que tem o intuito de influenciar nos atos dos indivíduos, fazendo
com que estes consumam cada vez mais seus produtos, e como consequência
tornando cada vez mais em uma comunidade dependente de seus conteúdos.
Sendo comum, ocorrer até mesmo propagandas enganosas pelo fato de
anunciarem um determinado produto, com todas as suas qualidades e eficiências,
mas quando o comprador utiliza, descobre que investiu em apenas uma marca.
Todos possuem o hábito de consumo por meio da mídia. Dessa forma todos
vivem de maneira alienada e dependente a usufruir cada vez mais os produtos
ofertados pela indústria cultural.
Para Nascimento,
A grande força psíquica, que é necessária para afastar de maneira de
pensar vigente, não coincide nem com falta anárquica da autoridade, nem
com a cultural do entendido que sabe distinguir o verdadeiro charlatanismo
(Nascimento, 2014 apudHORKHEIMER,1990, p.212).

De acordo com autor a grande força está em nossa mente e precisamos


refletir o que realmente tem valor primordial em nossas vidas, já que o uso da cultura
de massa se tornou uma identidade na sociedade. Devemos então analisar para não
cairmos em contradição.
Tavares (2009) relata que a “Teoria Crítica” faz uma reflexão do
desenvolvimento da época, onde cada um dos filósofos obtinha o papel fundamental
para a inserção de Frankfurt, onde existia uma estrutura de pensamento que os
aproximava naquele momento e então foi construída a base da teoria crítica. Foi aí
então que começou a surgir a teoria crítica e dela nasceu a indústria cultural.
Contudo o que mais chama a atenção é que a teoria foi criada em uma época que
ainda não existia mídias digitais e tão pouco a internet. Porém, de lá para cá
começou a surgir diversas tecnologias para aprimorar ainda mais o discurso de
manipular e persuadir as pessoas. É necessário entendermos essa grande cultura,
para analisarmos de fato o que realmente tem importância em nossas vidas e
desligar um pouco de tudo aquilo que eles tentam transmitir. Façamos agora uma
simples analogia do que acontece com toda essa manipulação.
A vida baseada no filme da Cinderela em que uma abóbora se transforma em
uma linda carruagem e que será eternizado o “Felizes para sempre”. Já no filme da
Branca de Neve a encontramos em um sono profundo por ter ingerido uma maçã
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envenenada pelo feitiço da bruxa e o qual é revertido por um beijo de um “amor


verdadeiro”. São ideias surreais transmitidas pelos filmes que temos de ter ciência
de que são apenas filmes infantis para diversão cultural.
Tavares (2009) diz ainda que a verdadeira cultura residiria em obras capazes
de promover o esclarecimento dos seres humanos, originando sua capacidade de
crítica e emancipação. Uma vez que a cultura se vê comprometida pela
industrialização e pelo desenvolvimento tecnológico, ela deixa de exercer este papel
libertador. Então o avanço industrial impulsionou os desenvolvimentos dos meios de
comunicação de massa, publicando uma lógica massificada e conformista.
Retratando a espetacularização, dentro de indústria cultural pode ser notado à
presença de conteúdos com as mesmas características fortes de persuasão que
induz a sociedade a comercializar os produtos produzidos, que em segundos
viralizae tudo se transforma em algo cotidiano da sociedade em um espetáculo.
Significa que as mídias são utilizadas a todo momento na vida da vida social e vem
se tornando rotineira.
De acordo com Debord (2003), o espetáculo é a afirmação da aparência e a
afirmação de toda a vida humana, socialmente falando, como simples aparência.
Mas a crítica que atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação
visível da vida; uma negação da vida que se tornou visível.
Segundo o autor:
A sociedade que repousa sobre a indústria moderna não é fortuitamente ou
superficialmente espetacular, ela é fundamentalmente espetaculista. No
espetáculo da imagem da economia reinante, o fim não é nada, o
desenvolvimento é tudo. O espetáculo não quer chegar a outra coisa senão
a si mesmo Na forma do indispensável adorno dos objetos hoje produzidos,
na forma da exposição geral da racionalidade do sistema, e na forma de
setor econômico avançado que modela diretamente uma multidão crescente
de imagens-objetos, o espetáculo é a principal produção da sociedade atual
(2003,p.12).

Debord (2003) ainda afirma que toda a vida da sociedade nas quais impera as
condições modernas de produção, se anuncia como uma imensa acumulação de
espetáculos.
De acordo com Brittos e Gastaldo, (2006) a espetacularização da mídia, é
sem controle e levam as pessoas ao engessamento de suas atitudes sem reflexo de
suas ações.
Para Brittos e Gastaldo, (2006) a mídia conta com uma legitimidade falsa na
própria estruturação comunicacional capitalista, em quevisa a todo o momento a
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suas ideias como as corretas, fazendo com o que o receptor tratado como
consumidor, seja parte desta máquina de consumo.
Brittos e Gastaldo relatam que,
De um lado, os meios de comunicação distribuem uma cultura (não raro já
presente no mundo da vida, mas que é industrializada, o que pressupõe
incorporada aos moldes capitalistas) que tende a reforçar os limites da
sociedade de consumo, o que implica em condutas que atendem aos
interesses do poder, já que marcadas por um controle social. De outro lado,
as tecnologias midiáticas espalham-se pelos mais diversos espaços,
passando a integrar a sociabilidade, vendendo posturas definidas como
adequadas e confirmando lógicas que podem acabar sendo introjetadas
pela subjetividade (2006, p.121).

Os autores ainda afirmam que nos dias atuais percebe-se cada vez mais a
influência que a mídia tem exercido em nossa vida nos atos dos indivíduos. Às
vezes é possível se deparar cantando uma música que não faz parte do gosto
musical do indivíduo, logo foi comprado pelo individuo um produto sem que
houvesse necessidade. Atualmente vive-se em um país onde existe a totalidade nos
meios de comunicação como rádios, TV’s, jornais, revistas e etc. Na maioria das
vezes defendem o mesmo ponto de vista, chegando informações noticiadas pela
mídia que quase sempre não houvesse a necessidade da divulgação.
Quando começa a refletir sobre um determinado assunto, por exemplo,
continuam ali batendo na mesma tecla o tempo inteiro. Muitas vezes aquela notícia
por repercutir na mídia, acaba sendo influenciada e até mesmo tomar proporções
drásticas.
De acordo com Figueiredo,
Através dos meios de comunicação, somos convidados a participar de
“realidades” que fogem ao nosso alcance imediato, realidades as quais não
podemos vivenciar senão por meio de mediações, ou seja, transposições,
recortes e análises do real determinadas por meio de terceiros. Para
esclarecer melhor esta questão e seu funcionamento na nossa perspectiva,
tomaremos o jornalismo como exemplo. (2007, p.8).

Acabamos sendo influenciados por estes meios de comunicação. Geralmente


é sempre bom realizar uma pesquisa a fundo sobre um respectivo tema para ter
ciência daquilo que estamos vendo ou escutando, pois algumas notícias falsas
acabam nos induzindo ao erro. Isso ocorre pelo fato da mídia escrever somente
aquilo que considera o ideal e de relevância para eles, se esquecendo de dizer a
verdade ao receptor.
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Figueiredo (2007) afirma que, a notícia chega com uma instantaneidade e


imediatismo. Com os meios sociais de hoje, as informações chegam em alta
velocidade, assim como acontecimentos de um acidente, um escândalo que acabou
de acontecer tendo como exemplo, conseguimos visualizar de uma forma rápida e
repassar as informações adiante em tempo hábil.
Para Brittos e Gastaldo (2006), a mídia entra como um importante ator
discursivo e acaba virando um lugar de disputas entre diferentes emissoras. Ela
desempenha um papel fundamental de transmissão de informação, além de entre ter
com os seus variados programas. Os anunciantes pagam para que seus comerciais
aparecerem na televisão, mas quem não tem um poder aquisitivo melhor não
consegue divulgar da mesma maneira seus produtos.
Segundo os autores Brittos e Gastaldo (2006) a interpretação que o ser
humano faz da realidade (no sentido de mundo exterior à mente humana) é sempre
mediada pela cultura (2006, p.126). As propagandas acabam interferindo em nosso
pensamento. Nos intervalos de desenhos podemos ver diversas propagandas
direcionadas ao público infantil principalmente na TV paga incentivando assim a
criança a pedir ao pai determinado brinquedo ou alimentação.
Podemos dizer que as pessoas muitas vezes não estão precisando de um
determinado produto, mas diante de uma boa propaganda eles serão influenciados e
tornam aquilo como uma obrigação de consumo e se não obter aquilo que lhe é
ofertado o torna diferente em seu convívio social.
Os autores Brittos e Gastaldo afirmam que,
Na nossa sociedade, o poder de definição da realidade presente no ato de
enunciação está em grande parte localizado no discurso da mídia, de um
modo mais sutil e simbólico no discurso publicitário e de um modo mais
explícito no chamado discurso jornalístico. (2006, p. 126).

A classe dominante acaba ditando o certo e o errado, os padrões de


comportamento, agindo com ferramenta de transmissão destes sistemas.
Organizando suas ideias e discurso irá se legitimar por auto referência, utilizando se
disto para firmar um pacto social com a população fornecendo informação, vigilância
da ordem estabelecida e uma fiscalização do poder público.
Debord (2003) afirma que a representação da indústria moderna é
fundamentalmente espetaculosa. No espetáculo da imagem da economia reinante, o
fim não é nada o desenvolvimento é tudo.
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A intensão do espetáculo não é outra além de querer evidenciar a si mesmo.


Na forma do indispensável adorno dos objetos hoje produzidos, em formato de
exposição gera racionalidade do sistema. A espetacularização é vista como um
complemento da vida real ligando a irrealidade do universo real, consumido pela
sociedade como entretenimento.
Conforme afirma Debord,
O espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida
humana, socialmente falando, como simples aparência. Mas a crítica que
atinge a verdade do espetáculo descobre-o como a negação visível da vida;
uma negação da vida que se tornou visível (2003, p.12).

Recebemos informação em toda a nossa vida que nos transparece as nossas


ações na sociedade e fica em evidência que vivemos um espetáculo que apresenta
regras estipuladas pela mesma e também pela mídia e se você sai fora deste padrão
é visto como antiquado, por isso a vida se tornou uma negação visível onde
negamos a todo momento o que somos. Somos transformamos no que a mídia quer
que sejamos. Na compreensão da formação do espetáculo, o espectador e a
alienação é resultado da sua própria inconsciência, quanto mais venera a
midiatização menos vive e esquecida sua própria existência e o seu próprio desejo.
Ainda conforme Debord, O autor conclui afirmando que:
O espetáculo na sociedade representa concretamente uma fabricação de
alienação. A expansão econômica é principalmente a expansão da
produção industrial. O crescimento econômico, que cresce para si mesmo,
não é outra coisa senão a alienação que constitui seu núcleo original (2003,
p. 20).

Conforme os produtos que a mídia vende crescem economicamente e fazem


parte cada dia mais da vida das pessoas, que necessitam destes produtos para viver
e transformam eles como metas de vida como, por exemplo, em adquirir um par
sapato que viu uma atriz de uma novela usar.
Segundo Debord,
O homem alienado daquilo que produz, mesmo criando os detalhes do seu
mundo, está separado dele. Quanto mais sua vida se transforma em
mercadoria, mais se separa dela. O espetáculo é o capital a um tal grau de
acumulação que se toma imagem (2003, p. 20).

Criamos produtos que depois nos torna viciados e faz as nossas vidas
transformar em mercadorias expostas, perdemos totalmente o controle e não
conseguimos fazer a separação de quando já está prejudicando a nossa imagem e
17

perdemos totalmente a identidade cultural verdadeira pela identidade cultural


vendida pela indústria cultural e suas mídias totalmente massificadas. A nossa vida
passa a ser um espetáculo.

3.2 Mídias e o Poder da Hegemonia Midiática

De acordo com Alves (2007) “a noção de hegemonia foi criada no seio da


tradição marxista para pensar as diversas configurações sociais que se
apresentavam em distintos pontos no tempo e no espaço” (2007, p.15). Nesta visão
poder ser considerado que a dominação burguesa era exercida principalmente
através da violência policial, a qual era controlada pelo estado e que até hoje
permanece em nossa sociedade, apenas modificado a nomenclatura. Diante do que
os autores citaram acima, podemos destacar que no passado o estado era quem
obtinha o poder, então todos tinham que simplesmente obedecer sem olhar o que
viria acontecer. Ou seja, se as pessoas não obedecessem, uma medida mais séria
seria tomada. Todos tinham de se calar diante do que viam, sem poder dar palpites,
ao contrário do que acontece hoje em nossa sociedade onde todos têm direito de
expressão. Os grupos dominantes faziam com que os pensamentos reinantes
fossem cada vez mais abstratos, fazendo com que o que era de interesse próprio,
fosse entendido como sendo de interesse de todos os membros da sociedade.
Figueiredo, (2007) diz que considerando que as ideias da classe dominante
são, em cada época, as ideias dominantes e que a reprodução das condições de
produção é uma exigência necessária para que tal classe mantenha sua situação
(2007, p.15).
Simplesmente falavam e faziam com que as pessoas acreditassem no que
eles diziam ser verdadeiro, pois diante do pensamento abstrato convenciam a
população com uso de expressões característico do tempo. Assim, eles acreditavam
ser real.
Para Figueiredo,
A disputa política implica em disputa ideológica é travada no âmbito da
comunicação. Por meio de diferentes subterfúgios as classes dominantes
controlam os meios de comunicação, assim, as informações divulgadas
correspondem unicamente aos seus interesses e busca-se disseminar
apenas as ideologias que contribuem para a manutenção do status que
destas classes (2007, p.18).
18

A hegemonia é a liderança de um povo sobre outros povos. Sendo assim, um


tem mais autoridade sobre os demais, e se torna um estado soberano. A hegemonia
política é o domínio de uma classe social sobre as outras, principalmente na classe
trabalhadora. O estado é onde se concentra a luta de classes e diversos interesses
e deveres de uma sociedade
De acordo com Tragtemberg,
O Estado é o grande organizador da hegemonia no sentido gramasciano,
controlando através de licenças, os instrumentos de reprodução simbólica.
Desativando a política e eliminando a opinião pública com capacidade de
opor-se a ele, através da comunicação de massa, reforça o controle social
(Tragtemberg, 1997 apud Alves, 2007).

A hegemonia já vem sendo usada ao longo dos séculos. Já na atualidade em


grande parte dos casos as potências mundiais exercem a influência de forma
pacífica, ou seja, sem muitas guerras como no passado através de mecanismos
políticos. Mas em alguns casos existem confrontos sociais e econômicos.
Alves (2010) ainda afirma que apesar de ter suas origens na
socialdemocracia russa e em Lênin, é Gramsci que apresenta uma noção de
hegemonia mais elaborada e adequada para pensar as relações sociais, sem cair no
materialismo vulgar e no idealismo encontrado na tradição (2010, p.20). Uma vez em
que a hegemonia indica um equilíbrio entre o domínio e a liderança, pois em sentido
figurado ela indica uma supremacia ou poder de um elemento sobre o outro,
podendo ser pessoas ou coisas ao mesmo tempo.
Para Laclau e Mouffe,
A concepção de hegemonia de Gramsci representou um verdadeiro divisor
de águas no pensamento marxista, na medida em que amplia o terreno
atribuído à recomposição política e à hegemonia para além da aliança de
classes. A hegemonia é a força do serviço que a classe dominante exerce
sobre os demais, possui influência em diversas áreas econômicas, políticas
e culturais (LACLAU e MOUFFE p.100-102 apud ALVES 2010, p.85).

Sobre o conceito de hegemonia, a mesma tem um foco na mídia, quando


divulgam algo. O foco principal é atrair a atenção do telespectador, é tentar
convence-lo daquilo que é oferecido a fim de ter um bom índice de audiência que
são captadas por aquele meio. O poder da influência permanece a mesma, apesar
de muitos pensarem que mudou.
19

3.3 Mídias Digitais

A Chegada das mídias digitais foi um marco importante na sociedade, estas


novas ferramentas tecnológicas ganharam espaço na vida das pessoas que fizeram
que elas passasse a fazer parte de suas vidas como se fosse um membro familiar.
Com o passar do tempo, diante do avanço inevitável da tecnologia pode ser
observado por onde passarmos uma pessoa conectada a uma destas ferramentas
midiáticas.

Segundo Miskolci (2011) “o uso das mídias digitais se disseminou de tal


forma na sociedade contemporânea que corremos o risco de naturalizá-lo partindo
da experiência atual sem refletir sobre como ela rearticula meios de comunicação
anteriores assim como formas relacionais pré-existentes” (2011, p.9).

Quando o autor faz referência de que, as mídias digitais corre o risco de


naturalizar verificamos que a presença destas mídias que já se tornou o principal
“amigo” das pessoas que por muitas vezes não refletem sobre seus atos e
comportamentos perante elas, além de perdemos um pouco da essência da boa e
antiga roda de conversas, e agora temos cada um com seus celulares em suas
mãos dividindo o mesmo ambiente e um silêncio total.

Para Miskolci,

O uso das mídias digitais é um fenômeno ainda em processo de


disseminação no mundo e no Brasil. ele já tem caráter massivo e marca
profundamente a vida de um contingente nada desprezível de pessoas, mas
não pode ser tomado como algo universal. (2011, p.11).

As mídias digitais é massiva por fazer a cada instante as pessoas tornarem


dependentes delas.
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3.4 Espetacularização Midiática

Por diversas vezes vemos na TV ou ouvimos um acidente terrível ou ato que


a mídia acaba divulgando e fazendo desta matéria um espetáculo, sem pensar
muitas vezes no que isto pode desencadear posteriormente. As novelas têm
divulgado coisas obscenas e sem nexo, simplesmente pensam que estão corretos e
fazem, não ligando mais para o âmbito familiar, mas prezando a popularidade.
De acordo com Tondo e Negrini,
Na atualidade, a TV tem passado por contínuas mudanças na sua
programação e no seu modo de enfocar os conteúdos apresentados, que
implicam na exaltação de programas com conteúdos espetacularizados e,
algumas vezes, sem relações com o contexto social (2009, p.1).

Enquanto isso, Souza (2016) destaca que a espetacularização acaba fazendo


de uma notícia um show e por fim influenciando na opinião da sociedade, seja no
meio da política, esporte ou em casos de violência e morte. Não é possível, pois,
desconsiderar os dispositivos midiáticos com os quais nosso “tempo” se depara. A
introdução das tecnologias midiáticas no cotidiano imprime a este uma cultura
marcadamente influenciada pelas mesmas (2016, p.175). O autor destaca o quanto
as pessoas gostam de observar a vida alheia, às vezes por puro prazer,
simplesmente ficam ali só para ver e nada falam, tendo como exemplo as redes
sociais.
De acordo com Tondo e Negrini,
Um conjunto de elementos, como dramatizações e especulações sobre a
vida particular das pessoas envolvidas nos casos apresentados – mesmo
que as informações fornecidas não tenham relações com o que está sendo
apresentado – misturado com itens do jornalismo ocupam constantemente o
espaço televisivo, gerando programas de difícil classificação quanto ao
gênero (2009, p.2).

Existem pessoas que usam a mídia para desabafar e expor o mais íntimo de
sua vida, causando desconforto a alguns e bem estar a outros.
Barbosa (2011), afirma quede fato a mídia possui o poder de manipulação
sob os receptores, mas não a ponto de ser a responsável por uma sociedade
espetacularizada. Realmente é necessário buscar informações em diversas fontes
para que não ocorra o risco de repassar informações indevidas adiante. Antes de
tudo, é procurar ter ouvidos aguçados para compreender tudo aquilo que está sendo
dito e um olhar crítico para interpretar o que foi escrito pela origem da informação.
21

Segundo Souza (2016),


O espaço eletrônico, a televivência e a globalização, marcas da social idade
contemporânea, caminham lado a lado com as transformações no território
urbano, com a convivência entre os indivíduos em um lugar e entre os fluxos
culturais que se dão entre a localidade e a sociedade global(2016, p.178).

Claro que não podemos deixar de destacar que as novas tecnologias foram
um ganho para muitos, mas também devemos falar das perdas vindas com ela.
Souza (2016) destaca que tais questões permeiam o debate acerca da
expansão e massificação das mídias e as mudanças no modo de perceber e
vivenciar a infância na atualidade. Ou seja, toda esta transformação da tecnologia e
das mídias em geral afetam a educação de nossas crianças tornando-as cada vez
mais dominadas pelas mídias.
Ainda segundo Souza,
O interesse por tal temática se dá por considerar que as mudanças na
sociedade atual (na família, institucionalização da infância, mudanças no
espaço urbano, às questões que envolvem segurança pública/privada,
transformações no mundo do trabalho), especificamente a forte presença da
mídia no cotidiano das crianças, acarretam transformações na infância e no
modo como elas se relacionam e interagem, influenciando assim, seus
processos de socialização (2016, p.175).

O destaque é de como as crianças tem crescido rapidamente, muitas vezes


deixando de aproveitar a infância por influência das mídias. Podemos observar que
em uma casa as brincadeiras já não são mais como antes, hoje os jogos e a
distrações dos pequenos estão em apenas um toque na tela de seus celulares.
Souza (2016) relata que nos dias de hoje as crianças ficam no meio das
mídias, mesmo não tendo programas direcionados para elas, a manipulação é
grande e acaba chegando a elas como forma de brinquedo, roupas e adereços que
personagens usam. Segundo ele o material fornecido pela mídia (imagens, sons,
espetáculos) contribui para tecer as redes da vida cotidiana, concorrendo para a
modelagem dos comportamentos e valores vigentes em toda a sociedade (2016,
p.176). A mídia manipula não somente as crianças, mas também seus pais que por
sua vez se sentem culpados por não terem tempo para os seus filhos, com jornadas
de trabalho exaustivas e por se ausentarem o dia todo. Para suprir a ausência
disponibiliza tudo o que as crianças pedem. Os desejos vão desde um simples
brinquedo a séries de TV. Os pais sem pensar nas consequências que podem
acarretar na vida de seus filhos satisfazemos desejos deles e tudo isto atrapalha o
desenvolvimento destas crianças.
22

A infância deveria ser o momento em que as crianças pudessem aproveitar


seu tempo com brincadeiras diversificadas, conhecendo mais a natureza e animais.
Mas com o encanto deste mundo digital simplesmente não saem muitas vezes nem
mesmo de dentro dos seus quartos. Uma população globalizada que se vê cada vez
mais dependente dos produtos tecnológicos. Até mesmo para ser aceito em meio a
um determinado grupo social é preciso se parecer com alguém que eles traçam
como perfil ideal.
Souza afirma que,
Não se trata de conferir às crianças um grau de autonomia e capacidade de
discernimento, desconsiderando que as mídias de fato fornecem um leque
de valores, símbolos, imagens apropriadas pelas mesmas. Trata‐se, no
entanto, de considerar a possibilidade de reelaboração daquilo que é
diariamente fornecido aos infantes (2016, p.175).

O autor pontua que a família e escola devem ter o mesmo objetivo, mas
podemos destacar que muitas vezes os pais estão deixando que as escolas tenham
uma responsabilidade maior. A educação e controle das crianças deveriam ser,
primeiramente, responsabilidade dos pais. A escola deve contribuir também, mas
não como ocorre na maioria das vezes. Por falta de tempo, os pais delegam essa
tarefa para a escola.
Os progenitores devem observar o que os filhos estão assistindo e ficar
atentos, pois os avanços tecnológicos chegam às crianças de várias formas e elas
não sabem o risco que correm com tantos conteúdos inapropriados.

4. ANÁLISE DE DADOS

4.1MC MELODY
23

MC Melody é uma cantora mirim paulista que escolheu para seguir uma
carreira o funk. Considerada uma das crianças mais influentes na internet por fazer
postagens nas redes sociais com vídeos e músicas de sua autoria e de seu pai.
Após um de seus vídeos postados nas redes sociais, com a música “Falem de Mim”,
Melody se tornou uma das MC’S mais populares do Brasil. Cantando “falsetes”, que
nada mais é do que paródias das letras originais das músicas de diversos
compositores famosos. Melody brinca com trocadilhos das palavras da versão
original transformando em um novo formato nas batidas do funk. Ela sempre
personaliza suas músicas com gritos e agudos, o que logo se tornou uma marca
registrada pessoal da cantora mirim.
Em uma de suas músicas titulada como “Fale de mim”, a MC Melody, tem a
seguinte letra:
“Pra ser a top das top
A famosa Cinderela
Arlequina é estilosa
Matando as outras de inveja
Para todas as Recalcadas
Aí vai minha resposta
Enquanto tu fala mal
Eu tô ficando mais famosa”
(Fale de mim 26.10.2015, MC Melody)
Segundo Nunes e Nunes,

Para a funkeira mirim a letra da música foi uma maneira de responder as


críticas feitas pela sociedade perante sua imagem. Em outras palavras, são
julgamentos a respeito de sua performance, música e videoclipe. Ao mesmo tempo
em que suas músicas ganham inúmeros seguidores e ídolos, por outro lado, elas
também são alvo de críticas e de polêmicas (2016, p. 9).
24

No Youtube Melody possui 436.4371 (quatrocentos e trinta seis mil e


quatrocentos e trinta e sete) inscritos, enquanto que no Facebook, a cantora tem
1.920.7562 (Um milhão novecentos e vinte mil setecentos e cinquenta seis)
seguidores em suas páginas oficiais.
O

conteúdo de suas redes mostra o seu cotidiano, além de vídeos de sua autoria e
com sua marca registrada. A MC é alvo de inúmeras críticas por ter uma imagem
considerada sensualizada aos olhos do público. Uma garota de 10 anos, que tem
ousadia em suas coreografias e roupas utilizadas nos clipes, faz com que muitos a
considere como uma erotização precoce, pois na época em que começou a fazer
sucesso com seus vídeos tinha apenas 8 anos de idade.

1
CANAL DO YOTUBE DA MC MELODY. Disponível em:
<https://www.youtube.com/user/mcbelinhofunkdocurt1/about>. Acesso em: 24 de Maio de 2017.
2
FACEBOOK OFICIAL MC MELODY. Disponível em: <https://www.facebook.com/Melodyoficial/?
fref=ts>. Acesso em: 24 de Maio de 2017.
25

De acordo com o artigo da Constituição Federal3 vigente, é clara por si só ao


afirmar em seu artigo 5º que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade (...)". (CONSITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, 1988.) Assim, se não
pode haver diferença de qualquer natureza, sendo juridicamente proibido o trabalho
de uma criança em uma lavoura, carvoaria ou qualquer outro local, a proibição deve
impedir também que se explorem crianças e até bebês em gravações exaustivas,
em ambientes nada acolhedores e muitas vezes sobre forte stress.
O trabalho por lei é proibido, mas mesmo assim podemos perceber que em
toda sociedade tem uma criança envolvida por detrás de algumas coisas como, por
exemplo, em uma propaganda de roupas, ou até mesmo no caso de MC Melody
uma cantora mirim que tem sua imagem totalmente exposta.
O alvo das críticas sobre a MC é de que na fase dos 8 anos de idade, quando
iniciou sua carreira como cantora. Na época ela deveria estar explorando as
brincadeiras aguçadas da sua faixa etária, agindo como uma criança qualquer e não
se comportando de forma adulta. Na maioria das vezes os pais são culpados por
incentivarem seus filhos muito cedo no âmbito profissional, sem pensar nas
consequências que podem acarretar na vida da criança. Claro que as crianças
devem ter tarefas e afazeres para aprenderem limites e educação para a
convivência em meio à sociedade e dentro de casa. Mas não podemos deixar de
observar que muitos pais acreditam que é dever de seus filhos, menor de idade
sustentar a família e responsabiliza-lo desde cedo. A idade permitida para o trabalho
do menor, segundo a lei, é a partir de 14 anos de idade quando são inseridos em
programas de jovem aprendiz disponibilizado por programas educativos
governamentais.
Ainda segundo Nunes e Nunes,
Diante das repercussões e denúncias sobre a carreira artística da MC
Melody, o Ministério Público do Trabalho do Estado de São Paulo abriu
inquérito para investigar a situação de trabalho e de exposição da menina.
Como resultado, o pai (e empresário) da infante assinou um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC), a fim de se comprometer com a jornada de
trabalho da menor, cumprindo as determinações legais, em observância aos
horários de trabalho e outras normas protetivas, sob pena de multa e
descumprimento legal (2016, p. 11).

3
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 10 de Abril de 2017.
26

MC Melody foi interditada judicialmente para veridicidade de fatos, caso em


que é notória a exploração de utilização da imagem da garota nos trabalhos feitos
por ela. A justiça detectou que os vídeos produzidos por Melody mostrava a sua
imagem totalmente exposta a sensualidade perante a mídia. Além de ser investigado
o trabalho noturno, já que a MC fez algumas apresentações neste período do dia
com roupas para lá de sensuais para sua idade.
No entanto, após tantas denúncias, a garota anunciou nesta última tarde de
sexta-feira 19 de Maio de 2017, o fim de sua carreira 4, mas ela não revelou o que
teria ocorrido para tomar essa decisão, além disso, não foi revelado detalhes do
encerramento de sua carreira.
De acordo com Nunes e Nunes,
A atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT) não considerou
questões relativas à performance artística da menina, porquanto tratar de
‘aspectos sensíveis’ para procedimento e julgamento legal, uma vez que a
legislação brasileira preceitua o direito à liberdade de manifestação de
pensamento, dentre outras garantias conquistadas pelo Estado Democrático
de Direito, desde que observada à proteção da dignidade da pessoa
humana (2016, p.11).

Temos toda liberdade de expressão e direitos garantidos pela constituição


federal, mas a justiça tem de fazer cumprir o seu papel e caso perceba que algo
esteja errado, é necessário promover uma intervenção. No caso da MC Melody esta
intervenção veio após vídeos serem divulgados por espectadores presentes em seu
show, onde é evidente a espetacularização da garota. O despertar da MC em querer
entrar para o mundo da música, surgiu quando estava nova e acompanhava seu pai,
em shows e festas, logo a vontade de subir nos palcos e se apresentar apareceu e a
mesma se mostrou com uma carreira de sucesso pela frente.
Segundo Coimbra e Marcelino (2016),Melody carrega em si uma multidão de
pessoas e de sentidos do que é ser criança. É mostrar para outras e multidões ao
postular-se nas diversas redes sociais, mesclando o seu ser criança a outros
saberes do que é ser criança. Nesta postura, Melody demonstra que crianças
mesmo sendo “crianças” também sabem demonstrar que são capazes de

4
EM VIDEO EMOCIONADO MC MELODY ANUNCIA O FIM DE SUA CARREIRA. Disponível em:
<http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/05/19/
interna_diversao_arte,596393/em-video-emocionado-mc-melody-8-anos-anuncia-fim-da-
carreira.shtml >. Acesso em: 20 de Maio de 2017.
27

desenvolver atividades assim como os adultos, ao produzir e interpretarem músicas


de sua autoria, além de poder participar e executarem um show musical.
Coimbra e Marcelino destacam que a infância,
Está associada a certas práticas que nossa sociedade delimitou com o
intuito de diferenciá-la da vida adulta. As brincadeiras, brinquedos, pureza e
inocência são agentes capazes de classificar a infância e até mesmo a
ausência desta, podendo ser boa, ruim ou inexistente, tudo depende da
presença destes na vida de uma criança (2016, p. 8).

De acordo com Coimbra e Marcelino (2016), a criança desde quando nasce,


está ali perante os seus pais, ela precisa de amor, cuidados, orientação, afeto, pois
primeiro aprendem com seus que será o seu reflexo, para depois aprender na
escola. E preciso ficar bem nítido para todos que não deve ser transferida toda a
responsabilidade de ensinamentos e valores éticos para a escola. Os pais tem o
papel fundamental e de extrema importância nesta ação, pois sem eles se torna
impossível uma boa educação. Essa nova geração da era digital, conhecida por
“Geração Y”, são chamados por apresentar inovações tecnológicas com
necessidades individualizadas.
Podemos observar que hoje em dia as crianças estão tomando cada vez mais
uma postura adulta. É notória esta situação de inversão de valores e a certeza de
que a cada dia que passa, são criadas fronteiras em uma criança com valores e
princípios familiares.
Coimbra e Marcelino enfatizam sobre a infância,
Os questionamentos acerca da figura que a menina representa, ilustram um
recorte histórico responsável por apresentar o surgimento de uma nova
infância. Uma infância em que a criança não é mais apenas um receptor
passivo do mundo à sua volta, mas um agente social capaz de mudar as
instituições em que está inserido (2016, p.11).

A criança deixou de ser somente “criança”. Há um tempo ela não tinha voz
ativa e não obtinha o direito de participar de vários assuntos e debates que eram
considerados precoces para determinada faixa etária. Mas este tabu foi quebrado e
ela se torna participante de várias rodas de discussões com assuntos de A a Z,
incluindo temas sobre sexualidade mesmo não tendo uma visão ampla da vida. Ao
falarmos do surgimento de uma nova infância também podemos destacar a evolução
e o avanço das tecnologias que tomaram conta da criançada, que deixaram apenas
de receber mensagens, mais também passaram a ser transmissores e formadores
de opinião sobre aquele determinado assunto.
28

Nunes e Nunes diz que,


A utilização da internet cresce em grandes proporções, de modo que torna
preocupante o grande número de acesso pelos jovens, principalmente,
quando eles não são orientados sobre quais sites devam ou não utilizar, ou
como navegar sem causar dano a ninguém, especialmente moral (2016,
p.13).

As novas ferramentas tecnológicas que temos ao nosso alcance é graças a


chegada da internet. Ao navegar requer muito cuidado e atenção em relação às
crianças; não permitindo que elas tenham livre acesso a diversos conteúdos, a
participações em redes sociais, sempre averiguar os vídeos produzidos por elas. É
imprescindível que estejamos sempre atentos a todas as práticas e acompanhar
todo o seu desenvolvimento aos meios digitais. A Internet é uma grande ferramenta
comunicacional mas que com a má utilização de nossas crianças, talvez por um
descuido qualquer dos pais e familiares pode acabar colocando em risco a sua vida.
Tendo como exemplo a sua imagem exposta, ridicularizada e espetaculosa.
Deixando assim, de ser uma criança normal como brincadeiras e conteúdos
adequados para sua idade como deveria ser e não a indução á exploração de
conteúdos e informações que não cabe em sua faixa etária. Na proporção em que a
internet chega até uma criança, devemos nos atentar sobre as consequências que
pode trazer se usada de maneira incorreta.
De acordo com Nunes e Nunes,
Diante da vulnerabilidade do público infanto-juvenil, os quais são usuários e
consumidores do serviço da internet, é imprescindível que os
pais/responsáveis fiscalizem os acessos e entretenimentos utilizados pelos
mesmos, uma vez que seus filhos poderão ser vítimas ou vitimizadores de
atos infracionais (2016, p.13).

A má utilização da Internet chama atenção e deve servir como uma alerta aos
pais e familiares das crianças, pois várias pessoas tem acesso aos conteúdos
postados por elas nas redes sociais e muitos aproveitam desta situação para
5
cometer crimes conhecidos hoje em dia com “Cybercrimes” que é o crime
praticando no ambiente virtual onde possibilita pessoas criarem “perfis falsos” com
identidades mentirosas, e abrir portas para os crimes virtuais. Vem envolvendo

5
“Cybercrimes” significa o Crime informático, Crime cibernético, e-crime, Cibercrime (Cybercrime em
inglês), crime eletrônico ou crime digital são termos utilizados para se referir a toda a atividade onde
um computador ou uma rede de computadores é utilizada como uma ferramenta, uma base de ataque
ou como meio de crime.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_inform%C3%A1tic>. Acesso em: 19 de Maio de
2017.
29

adultos, adolescentes e crianças em casos de estupros, ameaças, indução a


participação de jogos que coloque em risco a vida do menor.
Não é diferente do caso da MC Melody, por se tratar de uma criança que tem
a sua imagem extremamente sensualizada, erotizada e exposta com produção de
vídeos e letras de músicas que não são consideradas adequadas para a sua idade.
Estes conteúdos produzidos pela cantora mirim podem despertar em pessoas o
desejo sexual antecipado e isso é prejudicial para ela como criança. Na fanpagede
Melody, podem ser observados diversos adultos, que a seguem, curtem e
compartilham seus vídeos e fazem o acompanhamento de sua página, ou seja, é
notória a existência de muitos adultos ao seu redor.
Por este motivo os pais devem ficar atentos com o que é falado em suas
conversas, fotos e compartilhamentos por detrás de um computador pode haver um
pedófilo anônimo. A “MC” sempre está sempre envolvida em polêmicas na mídia
justamente pelas sua postura nas redes sociais e pelos conteúdos produzidos por
ela que não condizem com a sua faixa etária.
De acordo com Coimbra e Marcelino,
As personalidades infantis de maior sucesso dentro deste universo,
depreendemos de nossas pesquisas exploratórias, são as que cantam funk
ostentação e proibidão, que, explicitamente, expõe em suas letras, entre
outros assuntos, o consumo de drogas e ações de cunho sexual (2016, p.
2).

A exploração da imagem infantil transformou a vida da “cantora mirim” MC


Melody em um espetáculo através de vídeos produzidos e compartilhados em suas
redes. As produções destes vídeos são consideradas sensuais, por isso devemos
observar atentamente o que as crianças produzem, pois basta algo ser postado e
imediatamente receber diversos clicks. As pessoas conectadas na internet tem
acesso a tudo que é produzido por uma determinada pessoa, a qual transforma uma
divulgação de um vídeos ou imagem em viralização e virar o hit do momento. A
adolescência é uma fase do desenvolvimento do pensamento e das atitudes dos
jovens, ou seja, devemos agregar bons valores éticos na infância para ser refletivo
na vida adulta e se na infância sua imagem foi espetáculo acaba cria uma confusão
mental e uma aversão de valores e em quem se tornar na vida adulta.
Diante da sociedade temos que tomar muito cuidado com o nosso
comportamento. Pois só assim faz sentido o avanço tecnológico que recebemos ao
longo do tempo. A recepção da atual era de novas tecnologias e as ferramentas
30

midiáticas, como a inovação da internet com plataforma que possibilite a


comunicação por intermédio de vídeo conferência. Contudo, é preciso saber utilizar
todas estas novidades. É essencial não nos esquecermos dos nossos valores éticos
e saber distinguir o útil do inútil o valioso do desnecessário.
De acordo com Coimbra e Marcelino,
Constantemente somos levados a responder questões na intenção de
decifrar quem somos, com base em fatores chave como nossas
preferências, aparência e estilo de vida. Esses questionamentos nos
incentivam a repensar nossa identidade, que nos leva novamente à
reflexividade e, consequentemente, a mudarmos nossa maneira de agir e
pensar. (2016, p. 6).

Isso nos faz pensar sobre nossas vidas. No mostra o caminho e rumos
corretos, o porquê fizemos aquela escolha, se foi conscientemente ou inconsciente e
sabemos que todas as escolhas tem suas consequências; sejam elas boas ou ruins.
E quando tomamos decisões que nos levam para um caminho que não é
considerado bom para nós temos de ter a consciência que precisamos modificar a
caminhada, tomar outros rumos que nos leve para um caminho melhor e também
mudar a nossa maneira de agir porque não adianta nada mudar o percurso se
continuamos tomando as mesmas atitudes.

Conforme Pereira,
Com a chegada do funk carioca, MC’s da periferia começaram a compor
canções com a batida do funk carioca, mas com teor de capitalismo
escancarado, falando sobre carros, motos, dinheiro, festas, mulheres e
todos os aparatos necessários para ter status dentro da sociedade, mais
uma vez o funk gerando polêmica, discussão e reflexão na sociedade
brasileira sobre os hábitos e cultura nacional (2010, p.19).

Estes novo estilo que o funk tomou conhecido como “funk ostentação” é alvo
de muita polêmica. Ostentação no funk é ter todos aqueles adereços e adornos
luxuosos, roupas de grife e acessórios caríssimos bem como festas sem limites,
mulheres e homens de alto padrão de beleza, bebidas alcóolicas como Uísque e
espumante. Contudo, é importante sempre analisar as letras produzidas pelos MC’S
para não correr o risco de executar uma apologia ao crime, ao sexo e a violência.
A partir da análise feita nas redes sociais sobre a cantora mirim MC Melody,
de 10 anos, pode-se perceber que sua imagem é extremamente exposta. Suas
letras musicais possuem uma temática adulta, ou seja, ela utiliza temas que não
deveriam ser abordados por uma criança.
31

Em relação à sua imagem, Melody tem um estilo informal, com trajes


considerados vulgares para a sua idade. Além disso, ela exibe cordões de ouro
considerados como objetos de luxo no mundo do funk. Portanto, há um apelo para o
lado da sensualidade e da ostentação. Suas músicas e vídeos sempre são alvo de
polêmicas e críticas, justamente por ela se comportar como um adulto e não
respeitar sua idade, principalmente em seus videoclipes com performance ousadas
e sensuais. Além de fazer apresentações noturnas, que não são recomendas e nem
permitidas para uma criança da sua idade.
32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar no decorrer dessa pesquisa que a sociedade tem sido
dominada pela indústria cultural e seus produtos. Em outras palavras estamos a
todos instantes “bombardeados” de informações tais como: músicas, filmes, séries e
correlatos.
Quando olhando alguns casos, fica evidente que a influência dos produtos
culturais desperta nas pessoas o desejo de serem como personagens midiáticos e
muitas vezes os indivíduos se tornam consumistas, sem à devida consciência do
que estão absorvendo das mídias seja diretamente ou indiretamente.
Percebemos ainda que nos últimos anos, a influência de produtos culturais
tomou espaço na vida das pessoas, que sem perceber, se tornaram dependente dos
produtos da indústria cultural, um exemplo disso, é o caso da Cantora MC Melody,
uma menina na faixa anterior a adolescente que produz conteúdos musicais que foi
excessivamente alvo de muitas críticas. Todavia, percebe-se, que apesar de ser
apenas uma criança, Melody se comporta de maneira adulta.
Revelando completamente sua imagem sensualizada com atitudes
comprometedoras, o seu repertório acabou se tornando o hit do momento em 2016
com milhares de visualizações em suas redes sociais.
Sendo assim, podemos concluir que o poder midiático é muito mais
abrangente do que imaginamos. Ele é capaz de persuadir uma grande massa de
diferentes lugares ao consumo independente de seus valores culturais, logo através
de um marketing eficiente e do poder midiático é possível afirmar que o poder de
ambos impacta efetivamente a vida em sociedade dos indivíduos seja positivamente
ou negativamente e diretamente ou indiretamente, mas ainda assim, a sociedade se
deixa manipular ou aceita a manipulação imposta?
O poder midiático é efetivo e varia muito do grau de influência perante a
sociedade, mas para se analisar e afirmar que seria necessária uma abordagem
com uma metodologia qualitativa e quantitativa para então diagnosticar. Dessa
forma, o poder midiático claramente exerce poder seja diretamente ou indiretamente.
33

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