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Curso de Educação e Formação de Adultos

EFA – Nível Secundário, Percurso A/B


2018/2019

Área de Competência-Chave: Cultura, Língua e Comunicação


Unidade de Formação: Cultura, comunicação e média - 5
Formadora:
Formando/a:

Proposta de Trabalho nº 4
26/10/2018

Resultados de Aprendizagem: Reconhece os impactos dos mass media na constituição do


poder mediático e a sua influência na regulação institucional

O poder dos média e a alteração dos paradigmas culturais


A idade dos média pode acabar?
Recentemente, num colóquio realizado na Faculdade de Filosofia da
Universidade Católica de Braga sobre temáticas de comunicação, tive uma
intervenção em que se sustentava esta tese: A Idade Média acabou. Também
a “Idade dos Média” pode acabar. Ora, alguns dos temas versados nestes
últimos dias, primeiro no seminário organizado pela Universidade do Minho e
com o apoio da RTP, a propósito da celebração dos 50 anos do “Telejornal”, e
depois, na Conferência Anual, pela ERC, sobre “A Comunicação Social num
contexto de crise e de mudança de paradigma”, dão-me alguma oportunidade
para retomar algumas das ideias desta hipótese de tese: A “idade dos média
pode acabar”.
Quando digo a “idade dos média” prefiguro aquele período que se foi
formando desde a segunda metade do século XIX, com o surgimento da
imprensa empresarial, reunindo depois a rádio como grande média dos anos
30 do século XX e a televisão a partir do final da Segunda Guerra Mundial.
Constituiu-se assim aquele sistema “dos meios de comunicação de massa”.
Hoje, com a proliferação de múltiplos e diferentes “dispositivos tecnológicos”
está criado um novo sistema informacional. Esses “revolucionários” suportes
tecnológicos (a Internet, e seus derivados, como o Messenger e os e-mails, os
blogues, o Twiter, o Facebook, etc. e, por outro lado, os telemóveis, os “sms”,
os “ipods”, os “iphones”, etc.) formam uma constelação de “meios/média” cada
vez mais articulados que vem alterar o paradigma comunicacional.
Deste modo, transitou-se do “sistema de comunicação de massa” para o
sistema de “comunicação em rede”. De um sistema de média centrado numa
circulação informativa de um “emissor configurado” (o jornal, a radio, a
televisão) para um “recetor indistinto” (os diversos e diferentes públicos).
Passou-se para um sistema cuja produção e circulação de informação é
descentrada, quase infinita, e não regulada. De certa maneira, cumpre-se a
utopia de Bertold Brecht, cada cidadão pode ser, a um só tempo, emissor e
transmissor de informação. Esta “revolução” está a provocar um tsunami no

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“mundo organizado” do tradicional sistema mediático. E com alguns efeitos que
exigem ser reconfigurados, tais como: uma perda evidente de audiências e de
influência no espaço público, uma tendente queda da legitimação social de
quem está instituído para dar e garantir a informação mais exata, uma profunda
interrogação no papel profissional do jornalista e da função social do
jornalismo, e da própria continuidade dos “média tradicionais”. Da sua “morte”
ou seu futuro. Estamos perante uma miríade de problemas que a mudança do
paradigma comunicacional veio trazer e que requer a reinvenção de processos
organizacionais e profissionais. Todos se rendem à mudança das plataformas.
Porém, mais uma vez, surge a resistência cultural à mudança do paradigma.
Não obstante a autoridade do conferencista Jeffrey Cole não creio que os
jornais vão acabar. Tudo deve ser contextualizado em relação ao espaço e ao
tempo. Mas é à luz do novo paradigma que devem ser discutidas questões tão
importantes como a regulação e auto – regulação dos média, a propalada
“asfixia democrática” ou até a agora denunciada nossa descida em liberdade
de Imprensa. Provavelmente acabou uma era. Não os média antigos e novos.
Terei de voltar a este assunto.
Paquete de Oliveira, (artigo de opinião) Jornal de Notícias, 22 de Outubro de 2009

Atividades

1. Partindo do texto e do que já estudou explique de que forma os média


podem alterar os nossos paradigmas culturais.
Com a utilização de múltiplos e diferentes dispositivos
tecnológicos criou-se um novo sistema dos meios de
comunicação; pois têm suportes tecnólogicos como internet, e
seus derivados como o Messenger e os e-mails, os blogues e por
outro lado os telemóveis, que fizeram com que se alterasse o
paradigma comunicacional de comunicação em massa passou se
para uma comunicação em rede: de um emissor configurado;
jornal, rádio para um recetor de diversos e diferentes públicos.
Passou-se para um sistema de produção e circulação de
informação descentrada infinita e não regulada.
Com o acesso à infinita informação as pessoas têm acesso a outras
culturas e formas de viver, tendo a possibilidade de escolher e ou
influenciar as suas formas de estarem na sociedade.

2. No texto, fala-se de mudança nos paradigmas comunicacionais.


Identifique-os no texto.
De um sistema de média centrado numa circulação informativa de
um “emissor configurado” (o jornal, a radio, a televisão) para um
“recetor indistinto” (os diversos e diferentes públicos). Passou-se
para um sistema cuja produção e circulação de informação é
descentrada, quase infinita, e não regulada

3. Na sua opinião, os média podem acabar? Conseguiríamos viver sem os


mesmos? Fundamente a sua resposta.

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Os média são impossíveis de terminar, pois já fazem parte da vida
do ser Humano e do seu quotidiano. Todos nós precisamos dos
meios de comunicação, para estar informado com tudo o que se
passa no mundo.
Na minha opinião os média podem alterar a nossa cultura e
mentalidade com a informação que todos os dias transmitem. O
aparecimento de novas doenças ou até mesmo o surgimento de
novos postos de trabalho para pessoas que estão desempregadas
e sem esses meios de comunicação seria bastante mais difícil a
informação chegar ao cidadão.

4. Indique alguns fatores que influenciam a mudança social, explicando de


que forma é que isso vai coincidir com as mudanças no papel da cultura,
da língua e da comunicação.

Fatores Geográficos:
 Em resultado de cataclismos, secas, inundações, pragas, etc, tem-
se assistido a grandes êxodos da população rural dos países do
Terceiro Mundo. Esta não se encontrapreparada para o exercício de
atividades profissionais mais exigentes, acaba por constituir uma
mão-de-obra desqualificada e mal paga, sendo obrigada a viver em
péssimas condições higiénico-sanitárias e sociais, o que tem
provocado alterações nas estruturas sociais das grandes cidades.
 Este fenómeno é igualmente observável nos países em vias de
desenvolvimento onde a agricultura é uma atividade em
declínio afastando as populações para os centros urbanos em
ascensão.

Fatores Demográficos:
 Variações nas taxas de crescimento populacional ou grandes
êxodos populacionais podem originar situações de mudança
social. (ex: emigração Inglesa para a América)
 Antigamente, os emigrantes provocavam grandes alterações no
modo de vida das populações autóctones. Hoje em dia, os
emigrantes, por contacto com as culturas dos países para onde
emigraram, trazem as “sementes” da mudança para os países de
origem.
«Com locais de destino geograficamente muito mais próximos, as
relações entre residentes e emigrados mudaram totalmente. Os
contactos entre residentes e emigrados passaram a ser regulares:
as visitas aos parentes emigrados ou as viagens destes com maior
frequência às terras de origem, para férias, eram comuns e são
ainda hoje constantes.»

 Fatores Políticos e Sociais:


 Fatores como a luta de classes ou o conflito político, a ação das
elites sociais ou o aparecimento de movimentos sociais portadores
de valores e modelos culturais diferentes constituem exemplos de
forças capazes de despoletar situações de mudança.
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 As mudanças decorrentes do 25 de Abril de 1974 são bem
representativas da acção decisiva de uma causa de natureza
política.

Bom Trabalho!
A formadora,
Susana Girão

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