Resultados Obtidos, Comparativo com a

Literatura e Conclusão

Conteudista: Prof.ª Dra. Gabriela Laila de Oliveira

Revisão Textual: Prof. Claudio Brites

Objetivos da Unidade:

Analisar os resultados obtidos e contextualizar com resultados semelhantes

apresentados na revisão de literatura;

Entender os principais resultados obtidos no seu trabalho de conclusão de curso

e elaborar a conclusão, bem como elaborar o resumo e verificar as perspectivas
de novas pesquisas.

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1 /3

ʪ Material Teórico

Resultados e Discussão de Dados

Esta é uma das seções mais importantes do trabalho acadêmico, faz parte dos elementos
textuais e está incluída na subseção de desenvolvimento. Bem como a introdução e a conclusão,
é um elemento obrigatório. Após trabalhar na escolha, desenvolvimento e aplicação de uma boa
proposta metodológica e adquirir bons resultados, é hora de aprender a descrever os seus
resultados e elaborar as suas discussões.

Uma alternativa muito comum é a criação de um tópico conjunto, o qual pode ser chamado de
Resultados e Discussão, mas você também pode apresentar os resultados e as discussões em
tópicos separados. Nesse caso, seja sucinto e objetivo na apresentação dos seus resultados para
que você tenha espaço suficiente no seu trabalho acadêmico para incluir as discussões. Por
outro lado, apresentar os resultados e a discussão em tópicos separados pode ser uma
alternativa para te ajudar a separar melhor as suas ideias. Pense sobre isso e analise qual a
melhor alternativa para o seu TCC ou artigo científico!

De toda forma, você precisará criar um tópico de Resultados e Discussão no seu trabalho de
conclusão de curso, o qual visará apresentar o que você encontrou aplicando a metodologia
escolhida e descrita no tópico anterior. Os seus resultados devem ser descritos de forma
objetiva, e é importante entender que a descrição dos seus resultados deve abrir caminho para
que você consiga fazer a sua discussão. A seguir são apresentadas algumas dicas para a
descrição e apresentação dos resultados de um trabalho acadêmico:

Apresentar os resultados mais importantes: Ou seja, foque no

que realmente importa! Mais uma vez, não se apegue aos
detalhes pouco relevantes, apenas os resultados mais
 representativos devem ser descritos nesse tópico. O ideal é que
você seja conciso e informativo. Por outro lado, caso ache que
alguns de seus resultados de importância secundária possam
despertar o interesse do leitor do seu trabalho acadêmico,
pode-se considerar a apresentação desses resultados
separadamente. Por exemplo, você compilou uma série de
dados em um único gráfico (resultado principal), porém seria
interessante que o leitor tivesse acesso aos dados brutos
tabelados (dados secundários) que foram utilizados para a
confecção desse gráfico, sendo assim, você poderá apresentar
os dados tabelados no Apêndice, enquanto o gráfico será
apresentado e discutido no corpo do texto. Outro exemplo seria
o caso de dados estatísticos, você determina que seus
resultados de média e desvio padrão são os mais importantes,
de modo que serão apresentados no tópico de Resultados,
enquanto a série de dados utilizados para o cálculo desses
dados estatísticos ficaria no Apêndice.

Vídeo
Como e Quando Utilizar Apêndices e Anexos? – TCC, Mestrado e
Doutorado
Em caso de artigos científicos, é possível apresentar resultados
secundários por meio de material complementar, atualmente alguns
periódicos já permitem o envio de documentos complementares. No
TCC, pode-se apresentar os resultados secundários no Apêndice e no
Anexo, ambos não são elementos obrigatórios, mas podem ajudar a
complementar o seu trabalho. Veja a diferença entre Apêndice e Anexo
no vídeo a seguir:

Como e quando utilizar APÊNDICES e ANEXOS? – TCC, Mestrado …

Não esconder resultados: Em nenhuma hipótese é interessante

esconder resultados na expectativa de usá-los em estudos
posteriores ou na tentativa de ser tendencioso nas suas
discussões. Caso o seu trabalho tenha produzido múltiplos
resultados e que são oriundos de um mesmo método ou
múltiplos resultados oriundos de vários métodos diferentes, os
quais são complementares, você pode apresentá-los em
subtópicos e, consequentemente, deixar a apresentação dos
seus resultados mais organizada. Bem como o pesquisador não
pode se deixar levar pelo desejo natural de confirmar as suas
previsões à custa de resultados que as refutem, se algum
 resultado foi inconclusivo, ainda assim, precisará ser
apresentado;

Apresentar também os resultados negativos: Vale ressaltar que os resultados

representativos não significam que são necessariamente os resultados positivos;
resultados negativos também podem e são resultados importantes. Por exemplo, a
sua pesquisa apresentou um tratamento “x” para um tipo “y” de água residuária
visando à remoção do contaminante “z”, e após finalizada a pesquisa e analisados
os resultados, foi observado que não houve remoção do contaminante “z”. Sendo
assim, você joga todo o seu trabalho no lixo e começa outro? Obviamente que não!
Você utiliza os seus resultados para mostrar que o tratamento “x” não foi bom para
remoção do contaminante “z” e tenta, na medida do possível, justificar os motivos
da baixa eficiência de remoção observado na sua pesquisa – essa justificativa faz
parte da discussão dos resultados, ela é tão importante quanto seria a justificativa
positiva do sucesso do processo;

Utilizar diferentes elementos de exposição de dados: Caso o seu estudo seja

quantitativo, é interessante você utilizar diferentes elementos de exposição de
dados, tais como: tabelas, quadros, figuras, gráficos, mapas etc. Além disso, a
confecção e apresentação desses elementos merecem atenção, afinal podem deixar
o seu trabalho mais atrativo e didático.

Trocando Ideias...
Caso tenha dúvidas de como confeccionar suas tabelas, quadros,
gráficos etc., faça uma busca por artigos publicados em periódicos
diferentes e verifique como o mundo acadêmico tem confeccionado
esses elementos de exposição de dados para apresentar resultados e
utilize-os como inspiração para confeccionar os seus.
 Apresentar os resultados na mesma ordem cronológica que
foi utilizada na metodologia: Para apresentar os seus
resultados de maneira mais organizada, você pode seguir a
ordem cronológica natural mediante a qual o seu trabalho foi
desenvolvido, sendo assim, é comum a apresentação dos
resultados seguir a ordem cronológica apresentada no tópico
de Material e Métodos.

Saiba Mais
Eventualmente nos deparamos com o tópico “materiais e métodos”.
Nesse contexto, o termo “materiais” pode estar equivocado para
expressar o conjunto de ferramentas utilizadas para desenvolver
determinada atividade, que é, na maioria das vezes, o que se procura
dizer com essa palavra. Segundo o dicionário on-line Michaelis
(MATERIAL, 2022, n. p.), Material é Conjunto de objetos
indispensáveis ao desempenho de certas atividades e profissões;
portanto, a melhor terminologia é “Material e métodos”.

Não incluir referências bibliográficas junto com a

apresentação de resultados: Essa etapa se limita a apresentar
 os seus resultados, caso você cite outros trabalhos, significa
que você está discutindo os resultados. Como mencionado
anteriormente, é comum apresentar no seu trabalho um tópico
conjunto de Resultados e Discussão e, neste caso, estaria tudo
bem você mesclar resultados com a discussão sobre eles, mas
se você optar por fazer tópicos de Resultados e Discussão
separados, então essa dica é válida e deve ser seguida.

Bem como os resultados, a discussão desses resultados também é muito importante para o seu
TCC ou artigo científico. Afinal, os resultados do seu trabalho não terão sentindo para muitas
pessoas, caso esses resultados não estejam acompanhados de uma discussão sobre seus
significados, e, por isso, o tópico de discussão é um elemento fundamental para trabalhos
acadêmicos. É preciso explorar o fundamento dos seus resultados. Mesmo que seja um trabalho
inovador, certamente algum pesquisador já fez algumas afirmações sobre o assunto. Por isso, é
fundamental utilizar trabalhos anteriores que apresentam questões, que, de alguma forma,
podem dialogar com os seus resultados. Ou seja, é fundamental colocar no seu TCC uma análise
crítica para a interpretação dos seus dados.

A seguir, os Exemplos 1 e 2 apresentam situações em que a discussão tem embasamento teórico

conforme comparação com dados já apresentados na literatura existente, em ambos os casos,
foram utilizados uma ou mais citações para confirmar um resultado encontrado.

Exemplo 1: “...Os números de cistos de Giardia spp. nas amostras de esgoto bruto e amostras de
esgoto tratado são sempre mais altos do que os números de oocistos de Cryptosporidium spp.,
dados como este já foram reportados previamente por outros autores, tais como Santos e Daniel.
2016; Robertson, Paton e Campbell, 2000; Medeiros e Daniel, 2015; Kitajima, Haramoto e Iker,
2014.” (OLIVEIRA; DANIEL, 2021).
Exemplo 2: “... Destes atributos, 10 derivam da banda NIR, 10 de índice BAI e 4 do índice MIRBI.
Este resultado corrobora com os estudos de Pereira e Setzer (1993), que caracterizaram o
comportamento espectral das áreas queimadas em uma região da Amazônia por uma diminuição
da reflectância nas bandas visíveis e NIR, e um aumento nas bandas de ondas curtas do
infravermelho médio, utilizando imagens Landsat-5 TM. Além dos estudos de Pereira (1999),
Libonati et al., (2012) e Pereira et al. (2016) que indicam a utilização de índices espectrais e de
bandas espectrais cujos intervalos do espectro eletromagnético contemplem as faixas NIR e
SWIR para detecção de áreas queimadas.” (PENHA, 2018, p. 81).

Caso seja necessário apresentar os resultados e a discussão em um único tópico, fique atento
para não deixar a discussão desinteressante ou muito diluída junto com os resultados do seu
trabalho. Porém, vale ressaltar que os seus resultados não falam por si só, mesmo que sejam
resultados formidáveis. Devemos evitar a disseminação de trabalhos acadêmicos com
discussões rasas e pouco evoluídas, bem como devemos evitar a elaboração de trabalhos com
apenas a apresentação dos resultados.

Não adianta investir seu tempo na escolha de uma metodologia coerente, na elaboração de bons
elementos para apresentação de resultados e na construção de uma introdução interessante, se
não fizer uma boa discussão dos seus dados. A construção da discussão exigirá um esforço para
interpretação dos seus resultados e também para realizar um diálogo dos seus resultados com a
bibliografia existente. Desse modo, você terá que se preocupar em mostrar e discutir quais as
similaridades e diferenças dos seus resultados comparados a outros resultados encontrados por
outros autores em outros trabalhos acadêmicos.
Importante!
Opte por utilizar trabalhos que tenham maturidade acadêmica, procure
comparar seus resultados com dados apresentados em artigos
publicados em revistas conhecidas e apreciadas pela comunidade
acadêmica, ou utilizar dissertações de mestrado e teses de doutorado.

Sendo assim, tente responder às seguintes questões para elaboração de discussões mais
críticas:

O que o seu trabalho alcançou de novo em relação aos trabalhos

já publicados?

Quais os limites da aplicação do seu trabalho?

Quais perspectivas os seus resultados trazem?

Como os seus resultados podem subsidiar políticas públicas ou gestões

administrativas com relação ao tema explorado?

Como os seus resultados podem subsidiar tomadas de decisão ou mudança em

normas técnicas?

Portanto, no tópico Resultados você apenas reportará os seus “achados” e no tópico Discussão
você interpretará os seus resultados e explorará o significado deles.
Dessa forma, de maneira resumida, na discussão dos seus resultados você pode, primeiramente,
escrever um parágrafo informando qual o panorama geral do seu trabalho, focando na
importância do seu estudo e qual lacuna o seu estudo quis preencher. Em um segundo parágrafo,
ofereça a visão crítica dos seus principais resultados, destacando os seus dados mais
importantes sem repetir o que você já explorou no tópico Resultados e, em seguida, discuta
como os seus resultados dialogam com a literatura anterior (outras referências técnicas sobre o
mesmo assunto).

Em um outro parágrafo, você pode discutir sobre as principais limitações do seu estudo e
demonstrar como essas limitações podem afetar os seus resultados, e, por fim, você pode
abordar as perspectivas futuras para uma possível continuidade do seu estudo. Fechando a
discussão, você pode explorar sobre quais seriam as considerações gerais do trabalho, mas isso
não vai excluir o tópico de conclusão ou considerações finais, pois ele continua sendo
importante, e será abordado a seguir.

Exemplos de Elementos de Exposição de Dados

Como mencionado anteriormente, elementos de exposição de dados são sempre esperados para
melhor apresentação dos resultados de trabalhos acadêmicos e, na expectativa de ilustrar
melhor esses elementos, serão apresentados alguns exemplos bastante utilizados em TCCs e
artigos científicos.

Primeiramente, os gráficos de colunas e barras são geralmente muito utilizados e são úteis para
mostrar alterações de dados durante um período ou para ilustrar a comparação entre itens. Nos
gráficos de colunas e barras, as categorias são geralmente organizadas ao longo do eixo
horizontal (eixo x) e os valores ao longo do eixo vertical (eixo y). Geralmente os gráficos de
barras são utilizados quando os rótulos dos eixos forem longos e para comparar múltiplos
valores em diferentes categorias ou alterações ao longo do tempo em uma mesma categoria. É
chamado de gráfico de colunas quando as barras são verticais. A Figura 1 apresenta um exemplo
de gráfico de colunas, o qual apresenta o comportamento de uma única variável ao longo do
tempo. E a Figura 2 mostra outro exemplo de gráfico de coluna que está ilustrando uma
comparação entre itens individuais. É importante destacar que o conteúdo do gráfico não é de
interesse desse material didático, apenas o modelo de formatação do gráfico, bem como
acontece com os demais exemplos que serão apresentados a seguir.
Figura 1 – Exemplo de gráfico de colunas

#ParaTodosVerem. Gráfico de colunas. No centro da Figura estão quatro

colunas azuis sobre o fundo branco. No eixo horizontal (eixo x) do gráfico estão
escritos os números 5, 10, 15 e 20, sendo cada número correspondente a uma
coluna, logo abaixo dos números está escrito em preto o título Tempo (min). No
eixo vertical (eixo y) estão os números de 0,00 a 8,00 variando de um em um, e
ao lado dos números, no sentido vertical de baixo para cima, está escrito em
preto Precipitação (mm). Fim da descrição.
 Figura 2 – Exemplo de gráfico de colunas
Fonte: Adaptada de OLIVEIRA et al., 2022

#ParaTodosVerem. A Figura apresenta um gráfico de colunas em tons

diferentes de cinza e preto sobre o fundo branco. No eixo horizontal (eixo x),
estão escritos em preto os códigos das amostras, bem como os números de
repetições que variam de 1 a 5; para cada amostra há cinco barras, as quais são
na cor preta, cinza escuro, cinza, cinza claro e branco com borda preta. No eixo
vertical (eixo y), estão apresentadas as concentrações em Log de diferentes
variáveis, os valores do eixo y variam de 0,0 a 8,0. Na parte central superior do
gráfico há uma legenda. Fim da descrição.

Um outro tipo de gráfico muito utilizado são os gráficos de linhas, os quais são usados para
enfatizar valores contínuos ao longo do tempo, definidos em relação a uma escala comum e são,
portanto, ideais para mostrar tendências em dados para intervalos iguais. A Figura 3 apresenta
um exemplo de gráfico de linha. Nesse exemplo, o gráfico de linha foi utilizado para
representação do comportamento de duas variáveis ao longo do tempo, pois os gráficos de
linhas são recomendados para tratar uma tendência importante, especialmente quando o eixo
horizontal (eixo x) for uma série temporal em dias, meses, minutos etc.
 Figura 3 – Exemplo de gráfico de linhas

#ParaTodosVerem. Gráfico de linhas sobre um fundo branco. No gráfico o eixo

horizontal (eixo x) está representando a escala de tempo em minutos que varia
de 0 a 140 e está escrito em preto, os números estão com intervalados de 20 em
20. No eixo vertical (eixo y), estão representadas duas variáveis, ambas escritas
em preto no sentido vertical de baixo para cima. No centro do gráfico são
apresentadas duas linhas, uma em azul e outra em vermelho, que são
inversamente proporcionais, e enquanto a linha azul decai ao longo do tempo
em minutos, a linha em vermelho aumenta. Fim da descrição.

Os gráficos de dispersão (XY) também são comumente encontrados para ilustrar dados de
trabalhos acadêmicos em cursos de engenharia. Esse tipo de gráfico tem dois eixos de valores,
geralmente mostra um conjunto de dados numéricos ao longo do eixo horizontal (eixo X) e
outro ao longo do eixo vertical (eixo Y). Combinam esses valores em pontos de dados únicos e os
exibem a intervalos irregulares ou em agrupamentos. Gráficos de dispersão são comumente
usados para exibir e comparar valores numéricos, como dados científicos, estatísticos e de
engenharia. A Figura 4 apresenta dois exemplos de gráficos de dispersão, sendo que o exemplo
4A apresenta uma correlação entre os dados e o exemplo 4B apresenta correlação irregular, bem
como ambos os exemplos utilizam ferramentas estatística de regressão linear simples (equação
da reta e R2), as quais são muito utilizadas nos cursos de engenharia para discussão de
resultados quantitativos.

Figura 4 – Exemplos de gráficos de dispersão

#ParaTodosVerem. Dois gráficos de dispersão e ambos estão sobre fundo

branco. O primeiro gráfico está localizado na parte superior da figura; no centro
superior desse gráfico tem um título escrito em preto Correlação Pac e Qac, cada
um dos eixos representa uma variável, sendo que no eixo vertical (eixo y) os
valores estão variando de 0,0 a 10000,0 e no eixo horizontal (eixo x) os valores
estão variando de 0,6 a 25000,6; em ambos os eixos as escritas estão em preto.
No centro do gráfico, há pontos em azul em sequência formando uma reta e tem
uma linha fina em preto sobre os pontos azuis interligando-os. O segundo
gráfico, que está localizado na parte inferior da figura, é semelhante ao primeiro
 gráfico em cores e formatação, as diferenças estão na faixa de valores dos eixos
x, que varia de 800 a 1800, a faixa de valores do eixo y que varia de 0,0 a 800, os
pontos azuis no centro do gráfico que estão dispersos e o título do gráfico que
está escrito Correlação entre P (mm) e QL (mm). Fim da descrição.

Outros tipos de gráficos também podem ser utilizados, tais como gráfico de pizza, gráfico de
área, gráfico de superfície, gráfico de radar, entre outros; o importante é identificar a sua
demanda e verificar qual o gráfico mais apropriado para o seu tipo de resultado, seja ele
quantitativo ou qualitativo.

Além dos gráficos, os fluxogramas ou esquemas também podem ser utilizados para ilustrar
alguma informação, a qual se somente escrita no texto do trabalho acadêmico, não ficaria tão
didática, ou seja, são ferramentas que podem ser usadas como complemento ao texto. A Figura 5
apresenta um diagrama esquemático, o qual visa mostrar uma sequência de etapas do processo e
suas respectivas medidas. Já a Figura 6 apresenta um exemplo de fluxograma ilustrativo, cujo
intuito é mostrar uma sequência de tratamento provavelmente proposta no trabalho acadêmico,
bem como apresentar outros detalhes da pesquisa, os quais foram exemplificados e ilustrados
com fotos abaixo do fluxograma. Ambos os casos utilizaram ilustrações para fornecerem
informações importantes de maneira mais didática, inclusive, esses tipos de ilustrações podem
ser utilizados também na metodologia para apresentar um passo a passo, etapas de processo,
mostrar algum procedimento ou equipamento, destacar os detalhes de um método, entre outras
coisas.
Figura 5 – Exemplo de diagrama esquemático
Fonte: Adaptada de MEDEIROS et al., 2019

#ParaTodosVerem. Figura de um diagrama esquemático sobre o fundo branco.

A Figura apresenta quatro desenhos de reatores em sequência, os quais estão
um do lado do outro, com sentido da esquerda para a direita. Também são
apresentadas algumas medidas das dimensões desses reatores. Todos os
desenhos e medidas estão escritos em tons diferentes de cinza e preto. Fim da
descrição.
 Figura 6 – Exemplo de fluxograma ilustrativo
Fonte: Adaptada de MEDEIROS et al., 2019

#ParaTodosVerem. Figura de um diagrama esquemático sobre o fundo branco.

A Figura apresenta quatro desenhos de reatores em sequência, os quais estão
um do lado do outro, com sentido da esquerda para a direita. Também são
apresentadas algumas medidas das dimensões desses reatores. Todos os
desenhos e medidas estão escritos em tons diferentes de cinza e preto. Fim da
descrição.

Ilustrações nunca são demais, se elas favorecem o entendimento do seu trabalho, não
economize!
Tabelas e quadros também são uma ótima forma de apresentar resultados de pesquisa e podem
facilitar a identificação de diferenças entre dados. Esse formato é ideal quando há menos
importância na tendência e mais nos números propriamente ditos, principalmente quando há
poucos números a serem exibidos.

Por fim, também é importante destacar que os elementos de apresentação de dados sejam
autoexplicativos, independente do elemento gráfico que estará usando e independe do que está
escrito no texto do trabalho acadêmico, de modo que as legendas são uma boa ferramenta para
isso. Além disso, trabalhar sempre com unidades claras e na mesma escala, utilizar séries de
dados consistentes e não ignorar os números absolutos, pois se as alterações dos números reais
forem pequenas, trabalhar somente com porcentagens, por exemplo, poderá gerar uma
interpretação incompleta dos números.

Conclusão
Finalmente chegamos na conclusão e é comum, neste fechamento, haver dúvidas sobre como
estruturar e o que abordar no fechamento do trabalho acadêmico. De acordo com Lima (2009), o
trabalho acadêmico pode finalizar com conclusões, considerações finais ou considerações
gerais, sendo que as pesquisas exploratórias tendem a elaborar hipóteses e, com isso, não
haveria conclusão, bem como as pesquisas investigatórias trabalham com formulação de
dúvidas e verificação de hipóteses, sendo assim precisam ser finalizadas com conclusões que
respondam o problema ou que confirmem ou não a hipótese levantada na pesquisa.

Mas, de qualquer forma, a parte final de qualquer trabalho acadêmico precisa apresentar as
conclusões ou considerações finais correspondentes aos objetivos relatados no início do
trabalho e deverá destacar o principal resultado do seu trabalho acadêmico.

Na conclusão, demonstre como o seu trabalho preenche as principais lacunas existentes na

literatura, as quais provavelmente você apontou na sua introdução, também é importante
mostrar para os seus leitores a recapitulação sintética dos resultados e da discussão do estudo,
pois não há espaço na conclusão para retomarmos textos e questões extensas e que já estão
presentes nos seus resultados e discussão.
O grande desafio da conclusão é sintetizar os principais achados e o significado dos seus
principais achados, e, com isso, apresentar deduções correspondentes aos objetivos propostos,
ressaltando o alcance e as consequências de suas contribuições. E não se esqueça que deve ser
breve e basear-se em dados comprovados; fazendo isso, a sua conclusão ficará interessante e
didática.

Como este deve ser o último tópico pertencente aos elementos textuais do seu trabalho
acadêmico, deve-se evidenciar com clareza e objetividade as inferências e deduções resultantes
de todo o trabalho feito. Ou seja, é nesse fechamento que deverá constar a correlação com os
objetivos propostos e as respostas aos problemas levantados.

Além disso, no final da conclusão poderá ser adicionado um pequeno parágrafo incluindo as
perspectivas e sugestões sobre a pesquisa, afinal os seus leitores gostarão de saber o que pode
ser feito com base nos seus resultados e na sua experiência. Bem como essas perspectivas e
sugestões são importantes para a Ciência, uma vez que apresentam novas temáticas de pesquisa,
levantando novas hipóteses e abrindo caminho para outras pesquisas (MARCONI; LAKATOS,
2003).

Sobretudo, se o seu trabalho acadêmico já possui o resumo e introdução bem estruturados, não
será necessário repetir trechos dessas partes do seu trabalho na conclusão, bem como não será
necessário destacar na conclusão a sua metodologia ou o que você fez para responder às suas
perguntas de pesquisa; foque essencialmente nos seus resultados e no significado desses
resultados. Portanto, a conclusão não deve conter citações e nem dados novos.

Importante!
Não destaque novamente o que você fez no estudo. Foque apenas nos
seus achados e, sobretudo, nos achados significantes. Mesmo que a
conclusão tenha apenas um parágrafo, isso não deve gerar receio,
apenas certifique-se de que a conclusão está cumprindo o seu papel
informativo e didático.

De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a apresentação e análise dos dados, assim como a
interpretação dos resultados, encaminham naturalmente às conclusões, as quais devem:

Evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo;

Indicar as limitações e reconsiderações;

Apontar a relação entre os fatos verificados e a teoria;

Representar a súmula em que os argumentos, conceitos, fatos, hipóteses, teorias e

modelos se unem e se completam.

Após ler toda essa discussão sobre a conclusão de um TCC ou artigo científico, talvez pareça ser
muito simples escrever um ou dois parágrafos sobre algo que você já fez, mas para que a sua
conclusão fique realmente boa será necessário exercitar duas habilidades fundamentais, as
quais são apresentadas a seguir:

O seu poder de distinção sobre o que é realmente mais

importante;

O seu poder de síntese.

Ou seja, será necessário em poucas palavras apresentar o que realmente importa.

Agora foque no seu trabalho acadêmico e capriche na sua conclusão!

Resumo e abstract
Após finalizado o seu TCC ou artigo científico, voltaremos para o início do seu documento
acadêmico e focaremos na escrita do Resumo, que é destacado pela norma ABNT NBR
6028/2021. E se você está pensando que o resumo é uma mera formalidade e que não merece
muita importância, sentimos te informar que você está enganado! O resumo é extremamente
relevante para definir se uma pessoa de fato vai ler ou não o seu trabalho acadêmico.

Sendo assim, você pode estar se perguntando: Como fazer um bom resumo?! Geralmente, os
leitores de artigos científicos leem o resumo com dois propósitos:

Verificar se a informação que eles procuram está contida no

artigo;

Para fazer uma preparação para os detalhes que estarão presentes no texto.

E um bom resumo auxiliará os leitores a atingirem esses dois propósitos.

Como o resumo é sempre lido antes do que o trabalho acadêmico como um todo, você deve
inserir no resumo aquilo que os leitores buscam em um primeiro momento, ou seja, deve inserir
o que os leitores querem saber antes de qualquer coisa, e, pensando nisso, um resumo eficiente
foca em duas coisas: motivação e resultado. Portanto, é natural que o resumo esteja muito mais
próximo da introdução e da conclusão.

Os seus argumentos para incentivar os leitores a ler o seu artigo e para prover informações
sobre a conclusão do seu artigo devem ser sintetizados no resumo em apenas um parágrafo.

O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões mais importantes

do trabalho acadêmico. No início do resumo, destaque o contexto, a necessidade e a tarefa a ser
cumprida, ou seja, destaque a sua motivação. Na segunda parte, destaque os objetivos principais,
seguidos das metodologias que auxiliam a responder aos objetivos e que serviram para subsidiar
seus dados mais importantes, e consequentemente a ou as conclusões principais do seu
trabalho, aquelas com maior potencial de atenção do leitor do seu trabalho.

Reflita
É muito comum encontrarmos resumos mal estruturados e que não
trazem informações relevantes sobre os dados principais e a conclusão
do artigo científico. Lembre-se: o resumo é muito mais do que uma
mera contextualização e será lido por pessoas com diferentes níveis de
conhecimento sobre o seu assunto.

Sendo assim, não deixe de incorporar os seus principais resultados, mesmo que seu trabalho
traga múltiplos resultados; tenha a ideia de que você precisa eleger os seus principais dados e
inseri-los no resumo.

De um modo geral, o resumo não deve ser escrito de forma extremamente técnica, todos os
leitores do seu trabalho precisam entender o porquê do seu trabalho e quais os resultados mais
relevantes. Além disso, um bom resumo deve ser compreendido sem que o leitor tenha que
buscar informações no texto.

A seguir serão apresentadas algumas dicas para serem consideradas na hora de escrever o
resumo de um trabalho acadêmico:
 Nunca utilizar referências bibliográficas no resumo;

Quando aparecer abreviações pela primeira vez, será necessário escrevê-las por
extenso, e após isso você poderá utilizar apenas as siglas.

Saiba Mais
No corpo do texto, quando aparecer pela primeira vez uma abreviação,
ela deverá ser escrita por extenso, bem como foi sugerido para o
resumo, e, após isso, poderá ser utilizada somente a sigla.

Após esboçar uma primeira versão do resumo do seu trabalho, analise outros
resumos e identifique a motivação e o resultado, e compare esses resumos já
consolidados com o primeiro esboço.

Vale lembrá-los, mais uma vez, que sintetizar os próprios resultados é algo desafiador!

Por fim, algumas produções acadêmicas exigem a apresentação do resumo em inglês, ou seja, o
Abstract, ou outra língua estrangeira. Nesse caso, faça primeiro o seu resumo em português e
depois apresente o mesmo texto em inglês. Recomenda-se que os alunos submetam o texto do
abstract a um revisor que domine plenamente a língua inglesa.

Ao final do resumo, na próxima linha, deve ser apresentada as palavras-chave do trabalho

precedidas da expressão “Palavras-chave”. As palavras-chave devem ser escolhidas de forma
estratégica para que os buscadores e indexadores de busca consigam encontrar seu trabalho a
partir de palavras que expressem da melhor forma possível o conteúdo do seu trabalho. Não
devem conter fórmulas, figuras ou diagramas nas palavras-chave, e elas devem ser separadas
entre si por ponto e vírgula e ponto ao final da última palavra-chave. Costuma-se apresentar
entre três e cinco palavras-chave.

Outro ponto fundamental é a extensão do resumo, para trabalhos de conclusão de curso

recomenda-se que o resumo contenha entre 150 e 500 palavras, já para artigos científicos de
100 a 200 palavras no total do texto. Em artigos científicos, esse número pode variar
dependendo das instruções do periódico científico, algumas revistas têm o seu próprio modelo
de formatação e limitações com relação ao tamanho do texto.

Com essa coletânea de um pouco mais de informação, você já está quase preparado para iniciar
seu trabalho acadêmico, ou ainda melhor, finalizá-lo!

Bons estudos!
2/3

ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livro

Como Escrever Trabalhos de Conclusão de Curso

MARTINS JUNIOR, J. Como escrever trabalhos de conclusão de curso: Introdução para planejar e
montar, desenvolver, concluir, redigir e apresentar trabalhos monográficos e artigos.
Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2017.

Vídeos

Como Fazer uma Resenha? Diferença Entre Resumo e

Resenha

Como fazer uma resenha? Diferença entre resumo e resenha

Aprenda Tudo Sobre Como Criar Gráficos no Excel

Aprenda TUDO sobre como criar GRÁFICOS no EXCEL

Como e Quando Utilizar Apêndices e Anexos? – TCC,

Mestrado e Doutorado

Como e quando utilizar APÊNDICES e ANEXOS? – TCC, Mestrado …

3/3

ʪ Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028 - Informação e documentação -

Resumo - Apresentação. Rio de Janeiro, 2021. 3 p.

LIMA, M. C. Monografia – a engenharia da produção acadêmica. Revista e atualizada – 2ª edição.

Editora Saraiva, 2009.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed. São Paulo:

Atlas, 2003.

MATERIAL. Michaelis, Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 2022. Disponível em

<https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/material/>.
Acesso em 26/10/2022.

MEDEIROS, R. C. et al. Performance of a small-scale wastewater treatment plant for removal of

pathogenic protozoa (oo)cysts and indicator microorganisms. Environmental Technology, v. 40, n.
26, 2019. Disponível em
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