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MANUAL COMPLETO DO TIJOLO


ECOLÓGICO
FABRICAÇÃO – PROJETO – EXECUÇÃO

DAVID GASILLE
Licensed to FABRICIO RICARDO LOPES MORALLES - fabriciomoralles@yahoo.com.br - 802.004.780-87 - HP15915
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DAVID GASILLE

- Matemático formado pela Faculdade Jesus Maria José de


Taguatinga (DF) (2008);

- Especialista em Gestão e Orientação Educacional pela Faculdade


Charles Darwin (DF) (2010);

- Engenheiro civil formado pelo Centro Universitário do Distrito


Federal de Brasília (DF) (2016);

- Especialista em Projetos de Estruturas e Fundações pelo Instituto


Nacional de Cursos de Goiânia (GO) (2018);

- Especialista em Análise de Patologias de Estruturas de Concreto e


Fundações pela Universidade de Guanambi (BA) (2018);

- Atuação como perito judicial para o Tribunal de Justiça do


Distrito Federal e Territórios;

- Especializado em projetos e execução de obras com tijolos


ecológicos.

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MANUAL COMPLETO DO TIJOLO ECOLÓGICO


FABRICAÇÃO – PROJETO – EXECUÇÃO
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Todos os direitos de reprodução reservados pelo Grupo AprendaTijoloECO.

1ª Edição: Novembro/2019.

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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 9


1.1. CONTEXTO HISTÓRICO. .......................................................................... 9
1.2. DESENVOLVIMENTO DA ALVENARIA MODULAR. ........................ 11
1.2.1. PIRÂMIDES DE GIZÉ. ....................................................................... 11
1.2.2. FAROL DE ALEXANDRIA................................................................ 12
1.2.3. COLISEU. ............................................................................................ 13
1.2.4. CATEDRAL DE REIMS. ..................................................................... 14
1.2.5. ALVENARIA NÃO-ARMADA NA SUÍÇA. .................................... 15
1.2.6. ALVENARIA MODULAR SOLO-CIMENTO. ................................. 17
1.3. ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS.............................................. 20
1.3.1. ASPECTOS POSITIVOS. .................................................................... 20
1.3.2. APSECTOS NEGATIVOS. ................................................................. 24

2. FABRICAÇÃO ...................................................................................................... 27
2.1. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O SOLO................................................. 27
2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS. ............................................................... 29
2.3. CONSISTÊNCIA DO SOLO. ..................................................................... 30
2.4. ESTADOS DE HIDRATAÇÃO DO SOLO. .............................................. 31
2.5. ANÁLISE PRELIMINAR DO SOLO. ....................................................... 31
2.6. O SOLO PARA A ALVENARIA MODULAR DE SOLO-CIMENTO.... 38
2.7. ESTABILIZAÇÃO DO SOLO.................................................................... 39
2.8. EXTRAÇÃO DO SOLO. ............................................................................ 41
2.9. SECAGEM E PENEIRAMENTO DO SOLO. ........................................... 41

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2.10. DOSAGEM DO CIMENTO. ...................................................................... 43


2.11. MISTURA DO SOLO-CIMENTO. ............................................................ 44
2.12. PRENSAGEM DA MISTURA SOLO-CIMENTO. ................................... 47
2.13. PROCESSO DE CURA DA ALVENARIA MODULAR DE SOLO-
CIMENTO. ............................................................................................................ 49
2.14. CONTROLE DE QUALIDADE DA ALVENARIA MODULAR DE
SOLO-CIMENTO ................................................................................................. 53

3. PROJETOS............................................................................................................. 57
3.1. INTRODUÇÃO. ......................................................................................... 57
3.1.1. DEFINIÇÃO DE ALVENARIA. ........................................................ 57
3.1.2. TIPOS DE ALVENARIA MODULAR DE SOLO-CIMENTO. ........ 58
3.1.3. RESISTÊNCIA MÍNIMA EXIGIDA................................................... 61
3.1.4. ARGAMASSA. .................................................................................... 61
3.1.5. GRAUTE. ............................................................................................. 62
3.1.6. ARMADURAS. ................................................................................... 63
3.2. DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS. .............................................................. 66
3.3. CONCEITOS BÁSICOS. ............................................................................ 67
3.4. MODULAÇÃO........................................................................................... 69
3.5. PROJETO DO BALDRAME. ..................................................................... 70
3.6. PROJETO DA PRIMEIRA FIADA. ........................................................... 73
3.7. PROJETO DE GRAUTES E ABERTURAS. .............................................. 74
3.8. PROJETO DE INDEPENDÊNCIA DE PAREDES. .................................. 75
3.9. PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS. .................................... 76
3.10. PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. ........................................... 77
3.11. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ..................................................................... 78

4. EXECUÇÃO .......................................................................................................... 80
4.1. PRIMEIROS PASSOS. ................................................................................ 80

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4.2. IMPERMEABILIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO............................................ 80


4.3. PRIMEIRA FIADA. .................................................................................... 82
4.4. ARGAMASSAS E COLAS PARA ASSENTAMENTO. .......................... 84
4.5. ASSENTAMENTO. .................................................................................... 88
4.6. PILARES. .................................................................................................... 91
4.7. VIGAS E AMARRAÇÕES. ........................................................................ 93
4.8. PORTAS E JANELAS............................................................................... 100
4.9. ELÉTRICA E HIDRÁULICA................................................................... 102
4.10. LAJES. ....................................................................................................... 105
4.11. PAREDES CIRCULARES. ....................................................................... 108
4.12. ACABAMENTO FINAL. ......................................................................... 109

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PREFÁCIO

O livro “Manual Completo do Tijolo Ecológico: Fabricação,


Projeto e Execução”, é especialmente voltado à alvenaria modular
de solo-cimento, com ênfase em todas as suas etapas de concepção.

A alvenaria modular de solo-cimento era conhecida


inicialmente no Brasil por Bloco de Terra Comprimida, mas hoje em
dia é comercialmente conhecida como TIJOLO ECOLÓGICO.

O tijolo ecológico, é assim chamado, pelo fato de que o seu


processo de fabricação e execução utiliza princípios sustentáveis.
Por ser esse termo ser mais frequentemente utilizado pelo mercado e
pelos divulgadores do método o presente texto do livro usualmente
usará esse termo para descrevê-lo.

Ao ler o livro, observe que ele não têm a pretensão de esgotar


o assunto alvenaria modular de solo-cimento (tijolo ecológico) e
nem a pretensão de elaborar um código de práticas recomendadas
que, por definição, deveria contemplar as melhores práticas
adotadas nas distintas regiões do país, incluindo até aspectos de
manutenção.

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Entretanto é incorporado nesse material, todas as


experiências práticas vivenciadas ao trabalhar com esse tipo de
material; abordando práticas de fabricação, projeto e execução do
tijolo ecológico de uma forma bastante didática.

O livro é relevante não apenas para estudantes, como


também para engenheiros, arquitetos e possíveis consumidores
desse método construtivo, e vem se juntar ao relativamente
reduzido número de textos amplos sobre a fabricação, projetos e
execução de obras com o uso do tijolo ecológico disponíveis na
literatura mundial.

O Autor.

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1.
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
1.1. CONTEXTO HISTÓRICO.

O conceito estrutural que descreve o uso da alvenaria


modular é a condução das cargas através da compressão. Tal
consideração é de extrema importância quando se analisa a
alvenaria como método construtivo para a execução de estruturas.
O sistema desenvolveu-se com o passar dos anos através do
empilhamento puramente de módulos ou tijolos, com o intuito de se
alcançar a destinação projetada. Inicialmente, podiam até ser criados
vãos, mas havia a necessidade de uso de peças complementares,
como, por exemplo, vigas de madeira ou pedra. Há a necessidade de
se enfatizar que os vãos criados com o uso dessa técnica
apresentavam uma grande restrição, que seria a impossibilidade de
uso para grandes dimensões.

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Também, naquele período, havia o problema de


durabilidade, já que uma viga de madeira apresenta uma vida útil
menor em comparação as técnicas em concreto armado atual. Como
exemplo podemos citar o uso de vigas de madeira utilizadas sobre
alvenarias de pedra. Esse é o principal motivo para que na
atualidade vejamos tão poucas obras desse período ainda de pé após
tantos anos. São exemplos dessas obras as edificações de Pompéia
ou as ruínas de Babilônia. O que restou dessas obras, e em muitas
outras de mesma idade, foram as paredes, mas os pavimentos e
telhados, quando existem, são partes reconstruídas, pois os originais
desapareceram com o passar dos séculos.

Com o desenvolvimento do sistema construtivo, percebeu-se


que uma alternativa interessante e viável para a execução dos vãos
seriam os arcos. Nesse caso, os vãos poderiam ser obtidos através do
conveniente arranjo das unidades, de forma a se garantir o preceito
básico da não-existência de tensões de tração de valores
significativos.

(B)
(A)
Figura 1.1 – (A) Arco simples e (B) Arco contraventado.

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1.2. DESENVOLVIMENTO DA ALVENARIA MODULAR.

A alvenaria é um sistema construtivo muito tradicional,


tendo sido muito utilizado desde o início da atividade humana de
executar estruturas para os mais variados fins. Com a utilização de
blocos de diversos materiais, como argila, pedra e outros, foram
produzidas obras que desafiaram o tempo, atravessando séculos ou
mesmo milênios e chegando até nossos dias como verdadeiros
monumentos de grande importância histórica.

Apresento alguns exemplos que podem ser considerados


importantes para o entendimento do desenvolvimento do sistema
construtivo em análise.

1.2.1. PIRÂMIDES DE GIZÉ.

As três grandes pirâmides, Quéfren, Queóps e Miquerinos,


construídas em blocos de pedra datam de aproximadamente 2600
anos antes de Cristo. A principal pirâmide delas, túmulo do faraó
Queóps, mede 147 m de altura e sua base é um quadrado de 230 m
de lado. Para se erguer essa estrutura foram necessários 2,3 milhões
de blocos, com peso médio de 25 kN.

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Figura 1.2 – Pirâmides de Gizé

Por tais descrições, as pirâmides de Guizé são consideradas


grandes monumentos dos tempos antigos e representam a
capacidade dos faraós de mobilizarem grandes exércitos de
trabalhadores durante longos períodos. Mas considerando o ponto
de vista estrutural, as pirâmides não mostram nenhuma grande
novidade, sendo construídas com o assentamento de blocos
intertravados, de forma a se apresentarem na configuração
piramidal característica.

1.2.2. FAROL DE ALEXANDRIA.

Construído em uma das ilhas em frente ao porto de


Alexandria, Faros, aproximadamente 280 anos antes de Cristo, é o
mais famoso e antigo farol de orientação. Construído em mármore
branco, com 134 m de altura, possuía um engenhoso sistema de
iluminação, baseado em um jogo de espelhos.

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Figura 1.3 – Farol de Alexandria (representação gráfica).

Considerando a analise estrutural tratava-se de uma obra


extraordinária para a época, com altura equivalente a um prédio de
45 pavimentos. Infelizmente, um terremoto no século XIV, causou o
seu colapso, restando apenas as suas fundações como um
testemunho de sua grandeza.

1.2.3. COLISEU.

No tempos antigos foi um grande anfiteatro, com capacidade


para 50.000 pessoas, é um exemplo extraordinário de arquitetura
romana, com mais de 500 m de diâmetro e 50 m de altura. Foi
erguido por volta do ano 70 d.C. possuía 80 portais, de forma que
todas as pessoas que estivessem assistindo aos espetáculos lá
realizados pudessem entrar e sair com grande rapidez.

Um outro ponto interessante, considerando o aspecto


estrutural, é que os teatros romanos, ao contrário dos teatros gregos

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que se aproveitavam de desníveis naturais de terrenos apropriados,


eram suportados por pórticos formados por pilares e arcos. Essa
característica estrutural lhes conferia uma maior liberdade em
termos de localização, podendo estar situados até mesmo nos
centros das grandes cidades.

Figura 1.4 – Coliseu de Roma (representação gráfica).

1.2.4. CATEDRAL DE REIMS.

É uma grande catedral gótica. Construída entre 1211 e 1300


d.C. demonstra a aprimorada técnica de se conseguir vãos
relativamente grandes utilizando-se apenas estruturas comprimidas.
Seu interior é amplo, com os arcos que sustentam o teto sendo
apoiados em pilares esbeltos, que, por sua vez, são contraventados
adequadamente por arcos externos.

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Figura 1.5 – Catedral de Reims.

A catedral de Reims, é um grande exemplo de estruturas de


alvenaria com interiores amplos e de enorme grandeza. Nessa
edificação é notável que, apesar de todas as limitações que os
procedimentos empíricos implicavam aos arquitetos desses
edifícios, as técnicas que foram sendo refinadas ao longo de séculos
produziram resultados muito satisfatórios.

1.2.5. ALVENARIA NÃO-ARMADA NA SUÍÇA.

Um ponto importante na história das construções em


alvenaria é um edifício construído em 1950, na Basiléia, Suíça. O
edifício, com 13 pavimentos e 42 m de altura, executado em
alvenaria estrutural não-armada. A espessura das paredes é de 15
cm, para paredes internas, e 37,5 cm, para as paredes externas.

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Figura 1.6 – Edifício executado com alvenaria não armada na Suíça (1950).

Levando em consideração essas informações e considerando


que as paredes internas é que recebem a maior parte das cargas da
edificação, conclui-se que o dimensionamento deve ter sido
realizado com base em procedimentos não muito diferentes dos que
se utilizam atualmente.

A largura de 15 cm para as paredes mais solicitadas é


exatamente a que se obteria em um dimensionamento convencional
utilizando-se qualquer uma das principais normas internacionais.
Muito provavelmente a largura das paredes externas, de 37,5 cm, foi
adotada em função de características relacionadas ao conforto
térmico.

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1.2.6. ALVENARIA MODULAR DE SOLO-CIMENTO.

O sistema construtivo em alvenaria é utilizado no Brasil


desde que os portugueses aqui desembarcaram no início do século
XVI. Blocos prensados de terra crua são pré-moldados obtidos pela
compactação de material em um compartimento de uma máquina,
manual ou mecânica, que lhes dá a forma. O uso da terra na forma
prensada para fabricação de tijolos data da década de 1950. Desde
então, uma grande diversidade de prensas tem surgido, sendo
algumas capazes de fabricar tijolos de terra crua em escala
industrial.

As principais instituições que apoiaram o seu


desenvolvimento foram o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo (IPT) e a Associação Brasileira de Cimento
Portland (ABCP). A ABCP realizou muitos trabalhos com o que se
chamou de tijolos de solo-cimento. Inclusive foi desenvolvida uma
prensa para fabricação de tijolos de solo-cimento com o apoio do
antigo Banco Nacional de Habitação. O equipamento utilizado
moldava três tijolos ao mesmo tempo (cada um com 9,5 cm de
largura).

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Figura 1.7 – Prensa manual que produz 3 tijolos ao mesmo tempo.

A alvenaria modular de solo-cimento é obtido através da


mistura do solo, cimento e água, que depois de prensada e curada,
endurece ganhando a resistência e a durabilidade suficiente para
diversas aplicações. A construção com as modernas técnicas das
alvenarias modular de solo-cimento vem sendo merecidamente
reconhecida como uma alternativa sustentável que alia com
simplicidade e eficácia vantagens competitivas consideráveis ao se
comparar com outras técnicas usuais de construção.

Por estar de acordo com os novos paradigmas da


sustentabilidade, a nova tecnologia da alvenaria modular de solo-
cimento se popularizar com o nome de Tijolo Ecológico. Isso se
deve simplesmente, ao fato da sua fabricação proporcionar efeitos
positivos a sociedade e ao meio ambiente, quando considerada a
sua eficiência energética, econômica, social e ecológica.

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Figura 1.8 – Modelos fabricados na atualidade da alvenaria modular de solo-cimento (tijolo


ecológico).

Além disso, os tijolos ecológicos permitem, em sua


composição, o uso de areia, de resíduos e escória de usinas
siderúrgicas, de agregados reciclados de entulho de construção civil,
de resíduos de atividades mineradoras e outros passivos ambientais
resultantes de atividades variadas, que no processo se tornam
componentes agregados através do emprego de cimento e água que,
submetidos à pressão e ao processo de cura, geram peças
padronizadas e altamente resistentes.

Acrescenta-se ainda que, os tijolos ecológicos contribuem


ainda para a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera e
estima-se que para cada mil tijolos ecológicos fabricados, de sete a
doze árvores de porte médio são poupadas.

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1.3. ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS.

Ao abordar um novo sistema construtivo, é imprescindível


que se discutam os aspectos técnicos e econômicos envolvidos.
Apresentarei na sequencia quais são os principais aspectos positivos
e por fim os aspectos negativos.

1.3.1. ASPECTOS POSITIVOS.

A seguir são apresentadas as características que podem


representar as principais vantagens do uso do tijolo ecológico em
relação às estruturas convencionais.

a) Proporcionam economia de 50% com concreto e 60% com aço


para a sustentação estrutura edificada;

b) Proporciona economia de 100% com madeira para formas


estruturais de vigas, colunas e vergas;

c) Proporciona economia de 100% em cimento e agregados em


argamassas para o assentamento dos tijolos, já que os tijolos
modulares facilitam o ajuste e são autotravantes por encaixes
perfeitos entre as peças;

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Figura 1.9 – O tijolo ecológico proporciona grande diminuição de ferragem para execução da
estrutura já que realização uma distribuição mais uniforme em relação ao método em concreto
armado.

d) Proporciona economia de 100% em cimento e agregados em


argamassas de revestimento necessários para a regularização e
acabamento das paredes internas e externas. Faz-se apenas o

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rejuntamento dos tijolos, que se conformam em aspectos


físicos regulares;

e) Proporciona economia de materiais de acabamento, já que os


tijolos modulares apresentam padrão estético decorativo;

Figura 1.10 – Resultado final de uma residência em tijolo ecológico.

f) Proporciona economia de tempo, já que aumenta a velocidade


da construção em até dez vezes, o que reflete, entre outras, na
economia de mão de obra;

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Figura 1.11 – O assentamento do tijolo ecológico proporciona maior praticidade e agilidade


em relação aos métodos tradicionais.

g) Proporciona economia superior a 15% com tijolo, dado a


redução do desperdício por quebra, considerando-se a maior
resistência mecânica dos tijolos ecológicos em comparação
com os blocos de concreto e os tijolos cerâmicos. Economia
ainda potencializada pela adoção de peças especiais, em
formato de meio tijolo, o que acarreta melhor rendimento
dado à dispensa de se fazer recortes de peças na obra;

h) Proporciona economia com mão de obra e materiais para as


instalações elétricas e hidráulicas da edificação, já que os furos
internos dos tijolos são condutores para a rede hidráulica e
elétrica (fios elétricos e canos de água passam por dentro das
paredes eliminando o procedimento de quebrar as paredes

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para passar os conduítes), como é necessário em casos de


construção com materiais convencionais, tais como, o tijolo
cerâmico;

i) Proporciona economia total no final da obra entre 30% a 50%;

j) Proporciona economia de energia para a modulação e controle


climático e acústico de ambientes edificados com os tijolos
ecológicos, já que os furos dos tijolos formam proteção térmica
e acústica.

1.3.2. APSECTOS NEGATIVOS.

Apesar de as vantagens apresentadas serem de grande


relevância, não se pode esquecer de algumas desvantagens do tijolo
ecológico em relação às estruturas convencionais em concreto
armado. Elas se encontram listadas a seguir.

a) Dificuldade de se adaptar arquitetura para um novo uso, já


que a estrutura não poderá passar por adaptações
significativas no arranjo arquitetônico;

b) Interferência entre os projetos de arquitetura, estruturas e


instalações, pois condiciona de forma marcante os projetos
estrutural, de instalações elétricas e hidráulica;

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Figura 1.12 – Erros de modulação provocados pela falta de projeto e falta compatibilização
entre os projetos hidráulicos para realização de uma obra em tijolo ecológico.

c) Necessidade de mão de obra qualificada, apesar de muitos


venderem a ideia de que qualquer pessoa pode executar obras
em tijolo ecológico, na prática não é bem assim. Ao optar por
um profissional desqualificado você poderá correr sérios

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riscos de falhas que podem comprometer a segurança e a


qualidade esperada ao final da obra.

Figura 1.13 – Erros no assentamento do tijolo ecológico realizado por profissionais não
capacitados.

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2.
FABRICAÇÃO
2.1. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O SOLO.

O solo é um material heterogêneo e de composição variável, é


um dos materiais mais abundantes do Brasil, e um dos principais
componentes da mistura para obtenção do tijolo ecológico.

Dessa forma, devemos definir as características dos materiais


que o constitui, já que nem todo tipo de solo servirá como matéria
prima para a fabricação do tijolo ecológico. A maioria dos solos,
antes da sua utilização na fabricação do tijolo ecológico, encontrados
precisam da agregação de novos materiais para alcançar a qualidade
almejada nesse processo.

Os solos são formados pela erosão das rochas. As


propriedades físicas do solo são determinadas primeiro pelos
minerais que constituem suas partículas e, portanto, pela rocha a
partir da qual esse solo é derivado.

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Os minerais que forma a fase sólida do solo são o produto da


erosão das rochas. O tamanho dos grãos individuais tem uma ampla
faixa de variação. Muitas das propriedades físicas do solo são
ditadas pelo tamanho, forma e composição química dos grãos.

O principal fenômeno que provocam essas transformações


nas rochas são os processos de intemperismo. Esses seriam os
processos de ruptura das rochas em pedaços menores, por métodos
mecânicos (ação da água ou do vento) e métodos químicos (reações
químicas).

O solo é composto de quatro partes:

a) Ar;
b) Água;
c) Matéria orgânica (restos de animais e plantas);
d) Parte mineral (é o resultado da alteração das rochas, sendo
alguns exemplos a areia da praia e o barro).

Esses quatro componentes do solo se encontram combinados


uns aos outros. A matéria orgânica se encontra misturada com a
parte mineral e com a água.

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2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS.

Os solos são geralmente classificados, quanto ao tamanho das


suas partículas, como:

a) Pedregulho: São pedaços de rocha. Suas partículas apresentam


valores maiores que 2 mm de diâmetro. Os pedregulhos
apresentam alta resistência mecânica;

b) Areia: Compostas na maior parte de quartzo e apresenta


granulometria entre 2 mm e 0,06 mm de diâmetro. É uma
matéria não coesiva, com alta permeabilidade e alta resistência
mecânica;

c) Silte: São grãos muito finos de quartzo e apresenta


granulometria entre 0,06 mm e 0,002 mm de diâmetro.
Apresentam características próximas a da areia;

d) Argila: São grãos microscópico de argilominerais. Apresentam


granulometria menores que 0,002 mm de diâmetro. São
expansivas ao contato com a água, absorve a água lentamente
e não é permeável.

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2.3. CONSISTÊNCIA DO SOLO.

Quando minerais de argila estão presentes em um solo com


granulação fina, este pode ser remodelado na presença de alguma
umidade sem esfarelar. Essa natureza coesiva é causada pela água
absorvida que circunda as partículas de argila. Quando em contato
com a água o solo adquiri três características que são fundamentais
para a fabricação da alvenaria modular de solo-cimento.

a) Plasticidade:

É a capacidade do solo se deformar sem o aparecimento de


fissuras. É definido como sendo o teor de umidade no qual o solo se
esboroa, quando rolado em fios de 3,2 mm de diâmetro.

b) Coesão:

É a capacidade do solo em resistir aos esforços de tração e


compressão. A consistência relativa de um solo coesivo no estado
natural é definida por uma relação entre a plasticidade e a
compressibilidade.

c) Compressibilidade:

É a capacidade do solo em comprimir-se. O solo se contrai à


medida que a umidade é gradualmente perdida. Com a continuação

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da perda de umidade, um estágio de equilíbrio é atingido, no qual


mais perda de umidade resultará em perda de volume.

2.4. ESTADOS DE HIDRATAÇÃO DO SOLO.

O solo apresenta, basicamente, quatro estados de hidratação.

a) Seco;
b) Úmido;
c) Plástico;
d) Líquido.

A capacidade de absorção da água pelo solo varia conforme


os componentes do qual ele é formado. Para passar de estado de
hidratação para outro, cada solo precisará de uma quantidade de
água diferente.

Para a fabricação da alvenaria modular de solo-cimento será


necessário que o solo se encontre no estado úmido.

2.5. ANÁLISE PRELIMINAR DO SOLO.

Ao se fabricar o tijolo ecológico é preciso que se realize uma


análise das condições do solo. Essa análise é fundamental para que
se garanta um solo com os parâmetros necessários para a fabricação

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do modulo. A tabela abaixo apresentará cada um desses exames que


devem ser realizados.

Exame Objetivo Procedimento


Visual Observar a cor e Examinar uma amostra em
composição da estado seco e observar seus
amostra (o componentes arenosos (areia) e
tamanho dos argilosos (argila). Nesse exame a
grãos). porção na
(argilas e silte) que é
composta por partículas
inferiores a 0,06 mm, não é
visto a olho nu.
Odor Detectar a presença Cheirar a amostra, se ela conter
de matéria orgânica odor de húmus existem
na amostra. elementos orgânicos nessa
amostra. Esse odor aumenta se
aquecermos ou umedecermos a
amostra, esse tipo de terra não é
apropriado para construção.
Mordida Identificar o grão Morder um pouco da amostra
com o maior entre os dentes.
tamanho. terra arenosa – provoca sensação
desagradável entre os dentes.
Terra argilosa - sentimos uma

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sensação lisa e farinhosa entre os


dentes.
Tátil Identificar a Triturar a amostra entre os dedos
composição do e a palma da mão.
tamanho dos grãos TERRA ARENOSA – sensação de
do material (a rugosidade e não é pegajosa, fácil
fração fina). de moer.
TERRA LIMOSA – ligeira
impressão de rugosidade, é fácil
de fazer um pó no, e a amostra
úmida apresenta uma
plasticidade média.
TERRA ARGILOSA – no estado
seco apresenta torrões que
resistem à compressão e no
estado úmido absorve a água
lentamente mudando para uma
massa plástica e colante.
Água Identificar a Lavar as mãos após esfregá-las
Corrente proporção de finos com a terra ligeiramente úmida.
na amostra. TERRA ARENOSA - fácil de
enxaguar as mãos.
TERRA LIMOSA – provoca
sensação de secura e as mãos não
são difíceis de enxaguar.

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TERRA ARGILOSA -
aparência esponjosa e é
muito difícil de enxaguar
as mãos.
Atenção: A pressão da
água ao lavar as mãos não
deve ser muito forte.
Aderência Observar a Toma-se um pouco de terra
quantidade de úmida que não se adere aos
argila na amostra. dedos e se corta com uma
espátula. A terra é bem argilosa
se a espátula penetra sem
grandes dificuldades e a terra é
pouco argilosa se a
espátula penetra e se retira
com facilidade mesmo quando
manchada pela
terra.
Caixa Descobrir se o solo Mistura-se um pouco da amostra
(Teste de é adequado para de terra peneirada e seca com a
Retração) uso. água, até o ponto em que a
mistura grude na colher de
pedreiro.
Coloca-se esta mistura em
uma caixa de madeira com

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as dimensões internas de
60 x 3,5 x 8,5 cm.
A parte interna da caixa
deve ser untada com óleo
ou desmodantes comercial.
Enche-se a forma, pressionando e
alisando a superfície, certifi-
cando-se de não criar nenhum
espaço vazio no interior da
massa. Deixar a caixa em
ambiente fechado, protegido da
chuva e do sol durante 7 dias,
molhando-a todos os dias.
Depois, medir a retração ocorrida
no sentido do comprimento da
caixa e também nos dois lados da
mesma.
Some as três medidas. Se o valor
car abaixo de 2 cm e se não
aparecerem trincas no corpo de
prova então o solo é adequado e
pode ser usado.
Garrafa Determinar Colocar a terra numa garrafa
aproximadamente, transparente ocupando 1/4 de
a permeabilidade seu volume, adicionando, em

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do solo. seguida, água lentamente até 3/4


da garrafa. Deve-se anotar o
tempo que a água leva para
chegar ao fundo da garrafa.
Deve-se mexer bem a garrafa,
para misturar seu conteúdo, e
depois repousá-la pelo tempo de
45 minutos.
Após o período de repouso nota-
se a proporção de cada um dos
componentes do solo.
Charuto Determinar a Eliminar os grãos com
coesão do solo, mais de 5 mm.
verificando se a Misturar um pouco de terra com
quantidade de água e fabricar um “charuto”de 3
argila no solo é cm, de
apropriada para a espessura.
fabricação do tijolo Deslizá-lo lentamente para fora
ecológico. da mão até sua quebra e medir o
comprimento do pedaço (L).
É necessário repetir a prova
várias vezes antes de fazer a
conclusão, realizando nas
mesmas condições o exame:
umidade de costume, espessura

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do charuto, velocidade para


deslizar o charuto.
Através desse exame pode-se
descobrir o tipo de solo da
amostra. Para isso, deve-se
observar o comprimento (L)
inferior a 5 cm para solo arenoso;
L inferior a 20 cm para solo
argiloso.
Para a produção de alvenaria
modular de solo-cimento é
necessário que o comprimento de
L esteja entre 5 e 12 cm.
Contração Verificar a Fabricar um bloco e medi-lo.
da atividade Deixá-lo secar por 24 horas e
alvenaria expansiva da tomar medidas novamente.
modular argila. Para a produção de alvenaria
de solo- modular de solo-cimento a
cimento contração não deve ser superior a
5 mm. Caso supere, deve-se
misturar mais areia no solo.

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2.6. O SOLO PARA O TIJOLO ECOLÓGICO.

Nem todo solo que poderá ser usado na fabricação do tijolo


ecológico, isso se deve a sua variada composição e a sua
granulometria, devendo-se passar tal material pelo processo de
análise.

Esse processo de análise é feito por meio de ensaios que


caracterizam o tipo de solo, e avaliam algumas relações da mistura
feita, como o percentual de argila, quantidade de aria, percentual de
água e de estabilizante, processo de fabricação, pressão de
compactação, natureza e o percentual de estabilizante e cura.

Pode-se dizer que o solo ideal para a fabricação do tijolo


ecológico é aquele que apresentar aproximadamente:

a) 50% de areia;
b) 25% de silte;
c) 25% de argila.

A argila presente no solo influência de forma decisiva na


qualidade dos módulos. A quantidade de areia também é de
extrema importância. Solos com mais de 75% de areia irão se
apresentar com pouca coesão. Solos com teores grandes de areia
exigem maiores taxas de estabilizantes para alcançar a sua melhoria.

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A quantidade de água empregada na mistura se relaciona


com a resistência do tijolo.

As amostras de terra devem ser peneiradas para eliminar


grãos de diâmetro superior a 2 cm e solos com matéria orgânica
devem ser evitados.

Os principais problemas apresentados pelos tijolos ecológicos


fabricados com misturas não ideias serão:

a) Muita areia e pouca argila:


- Falta de coesão;
- Difícil de compactar e moldar.

b) Com muita argila:


- Risco de fissuras no bloco;
- Extração e preparação do solo será muito difícil.

2.7. ESTABILIZAÇÃO DO SOLO.

Estabilizar o solo é modicar as características dele para uma


aplicação determinada, aplicando produtos que melhorem suas
propriedades, inclusive sob a ação da água. Um dos melhores
estabilizantes conhecidos é o cimento.

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Caso o solo não apresente as características ideais para a


produção do tijolo ecológico, este poderá ser aprimorado
agregando-se estabilizantes.

Para alcançarmos uma maior resistência e durabilidade do


modulo, devemos ficar atentos a:

a) Quantidade de cimento a ser adicionada ao solo;


b) Quantidade de água a ser incorporada à mistura;
c) Densidade a ser conseguida na compactação.

A compressão da mistura do solo é de extrema importância já


isso proporcionará uma meio compacto com o mínimo de poros e
canais capilares para a percolação da água. O resultado ideal na
compressão, obtêm-se utilizando um solo com partículas de todos os
tamanhos (areia, silte e argila). Isso irá proporcionar:

a) Aumento da resistência a compressão e aos impactos ainda em


ambiente úmido;
b) Reduzir a tendência expansiva de certos solos;
c) Reduzir a absorção de água.

O cimento, quando em contato com a água, reage com os


elementos inertes do solo criando uma estrutura rígida que os unirá.
Ocorre ainda, durante esse processo, a liberação de partículas de cal
que neutralizará a capacidade expansiva da argila.

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2.8. EXTRAÇÃO DO SOLO.

Realizar provas de campo asseguram o uso de um solo mais


apropriado para a produção do tijolo ecológico. É de extrema
importância verificar constantemente a composição do solo, pois ele
varia muito mesmo que seja extraído de uma mesma área.

Para se fabricar mil unidade de tijolo ecológico serão


necessários 6 m³ de solo. O solo de boa qualidade vai necessitar de
menos cimento e quando o solo for de má qualidade será necessário
mais cimento.

Para se extrair um solo de melhor qualidade os


procedimentos mais adequados seriam:

a) Retirar a capa superior de matéria orgânica;


b) Fazer a extração em sentido vertical para misturar as
diferentes capas do solo;
c) Verificar se as propriedades do solo não variam muito, sendo
necessário para que a produção seja mais uniforme;

2.9. SECAGEM E PENEIRAMENTO DO SOLO.

O objetivo de se realizar a secagem do solo é para que reduza


ao máximo a sua umidade, para em seguida passar pelo processo de
peneiramento. O solo muito úmido é mais difícil de se peneirar, já

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que as partículas finas se grudam e não passam com facilidade pela


peneira, além de dificultar a mistura com cimento de maneira mais
uniforme.

Para realizar a secagem ao sol, deve-se espalhar o solo de


maneira uniforme com até 30 cm de altura em uma capa e deixa-la
exposto ao sol.

É necessário a realização do peneiramento para selecionar


um tamanho padrão de grãos e eliminar a matéria indesejada. Ao se
fabricar o tijolo ecológico as partículas de solo ter granulometria
inferiores a 20 mm.

Ao escolher o uso da peneira inclinada deve-se atentar que


quanto mais vertical ela se encontrar mais finos serão os grãos.

Figura 2.1 – Modelo de peneira inclinada.

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O mercado dispõe de equipamentos usados para a fabricação


do tijolo ecológico de forma variada. Dentre eles temos as peneiras
elétricas, elas realizam de forma mecânica o peneiramento,
proporcionando grãos de solo de melhor qualidade.

Figura 2.2 – Modelo de peneira elétrica giratória.

2.10. DOSAGEM DO CIMENTO.

É preciso medir a quantidade exata de cimento e de solo que


serão misturados. A quantidade de cimento para a mistura é
decidida em função da qualidade o solo, em que quanto melhor,
menos cimento se utilizará, e também pelo uso especial do modulo.

A quantidade de estabilizante (cimento) será expressa em


porcentagem neste material. Dessa maneira, se apresentarmos que

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usaremos 5% em 100 kg de solo, logo serão necessários 5 kg de


cimento.

Para uma correta dosagem, é indispensável conhecer o peso


dos componentes da mistura. De modo geral, pode-se considerar
que para cada 7 baldes de solo usa-se 1 balde de cimento. A tabela
abaixo mostra outros valores que podem ser usados.

Número de
Percentual de Quantidade Quantidade de alvenarias
cimento (%) cimento (kg) solo (kg) produzidas
(und)
4 12,5 312 41
5 12,5 250 33
6 25 416 55
7 25 357 47
8 25 312 41

2.11. MISTURA DO SOLO-CIMENTO.

Na fabricação do tijolo ecológico usa-se uma mistura


constituída de solo arenoso, cimento e água em proporções
caracterizadas em ensaios de laboratoriais.

Através de ensaios de corpo de prova que se encontram a


quantidade de água a ser adicionada à mistura para a indicação da

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umidade ótima, e também determina-se a densidade a ser


conseguida com a compactação.

Há de se avaliar alguns parâmetros nesse processo que vão


desde o tipo e porcentual de argila, a percentual de areia, a
distribuição da curva granulométrica, a forma de fabricação,
percentual de água, compactação ideal, a natureza e porcentagem de
estabilizantes.

Existem duas formas de se realizar essa mistura, e seriam


elas:

a) Mistura em seco: É o processo de mistura realizado com o solo


mais seco possível. Isso irá proporcionar uma mistura
homogênea e serão obtidos os melhores resultados na
estabilização. A mistura deverá ter uma cor uniforme e não
deve ter bolas de cimento.

b) Mistura úmida: É o processo de mistura realizado com a


adição de água de modo que a água ative a ação coesiva das
argilas e sirva como lubrificante para uma melhor compressão.

Após a realização da mistura deve-se verificar o grau ótimo


de umidade. Esse grau de umidade indicará o melhor resultado
para a compressão. Cada tipo de solo tem um grau ótimo de
umidade para compressão.

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Acrescenta-se ainda que, um solo arenoso precisará de menos


água que um solo mais argiloso.

Verifica-se o grau ótimo de umidade, ao analisar a coesão


apresentada pela massa fresca. Esse processo é realizado fazendo
uma compressão, com a massa, entre as mãos.

Para se confirmar o grau ótimo de umidade deve-se apertar a


mistura e ao abrir a mão, a massa deverá ter a marca deixada pelos
dedos, se isso não acontecer, é porque a massa está muito seca.
Nesse caso deve-se adicionar mais água até que a marca dos dedos
fique visível na bolinha.

Figura 2.3 – Forma de verificação do teor de umidade ótimo.

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Existem no mercado vários tipos de misturados que podem


ser usados no processo para uma obtenção de mistura mais
homogênea.

Figura 2.4 – Misturador realizando o processo de mistura do solo-cimento.

2.12. PRENSAGEM DA MISTURA SOLO-CIMENTO.

O processo de prensagem da mistura solo-cimento para a


formação do tijolo ecológico poderá se dar de forma manual ou
automática. O objetivo desse processo é compactar o solo e dar
forma ao bloco. Para que isso ocorra é necessário que o equipamento
exerça força de compressão de aproximadamente 8 toneladas.

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Figura 2.5 – Prensa manual para a compactação do tijolo ecológico.

Figura 2.6 – Prensa automática para a compactação do tijolo ecológico.

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Constata a qualidade da compactação ao se comprimir com


as mãos no meio do tijolo, se a digital ficar cunhada e for muito
aparente e a compressão foi possível acrescenta-se mais solo na
mistura. Agora se os dedos ficarem aparentes e nota-se a
compressão rígida, é provável que há um excesso de umidade. Por
fim, se a impressão não é muito visível então a compressão foi
correta.

2.13. PROCESSO DE CURA DO TIJOLO ECOLÓGICO.

Após o procedimento de prensagem do tijolo ecológico inicia-


se o processo de cura. Esse processo é realizado por um
procedimento de umedecimento, isto é, por aspersão manual,
mecanizada, automatizada e por imersão. Destaca-se sobre a
importância de que em qualquer uma das alternativas citadas, deve-
se manter as peças na cura umedecida por 7 dias.

a) Cura manual:

A cura por meio de molha aspersão manual deverá ocorrer


em local de preferência coberto com proteção da chuva, sol e do
vento excessivo para que a umidade não evapore prematuramente.

A técnica é realizada através do uso de mangueira, regador e


outros objetos similares, executando-se, minimamente, três vezes ao
dia. Ao se executar o processo de molhar, ele deverá ser do tipo

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chuvisco fino e leve, tomando os cuidados necessários para que nas


primeiras horas a água adicionada sobre o produto não seja forte
demais para não afetar a qualidade do mesmo.

Se molharmos com força, sem cuidados, poderemos


ocasionar pequenos defeitos inclusive, suas faces podem ficar mais
abrasivas, como também influenciar na perda de resistência do
tijolo, tirando um pouco da compressão exercida sobre o produto.

Doze horas após o início da cura, os tijolos ecológicos


adquirem resistência, desta maneira a adição da água poderá
aumentar de forma crescente tornando o módulo ainda mais forte.
Ao se priorizar pela qualidade do tijolo ecológico a água é fator
primordial no processo de cura.

Esse processo deverá ser repetido de forma sucessiva a cada 2


horas. Entretanto há variação para cada tipo do solo usado.

b) Cura mecanizada (manual ou automática)

É realizada através da aspersão mecanizada por aspersores. É


uma espécie de sistema de nevoa de água. O sistema funciona
através de mangueiras distribuídas com vários bicos aspersores
fixados de modo a garantir a umidade para a cura ideal do tijolo
ecológico.

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Trata-se de um sistema barato e de fácil instalação, dispensa o


trabalho manual. Sua frequência é de no mínimo 3 vezes ao dia.

O sistema mecanizado automatizado, diferente do manual,


apenas na aquisição de um sensor de umidade e calor que
proporcionará o acionado automático para manter a umidade na
quantidade ideal.

Figura 2.7 – Processo de cura mecanizado para o tijolo ecológico.

c) Cura por imersão:

Após a prensagem os produtos fabricados são


acondicionados em paletes a uma altura máxima de 1,5 metros para

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cura, este empilhamento deve ser estabilizado para o transporte em


empilhadeiras, pórticos, ponte rolante, e entre outros.

Após a compactação e empilhados, caso o produto esteja


secando rapidamente, este deverá ser molhado levemente após
umas doze horas da prensagem.

Os módulos serão mergulhados dentro de um reservatório


por no mínimo 2 minutos e no máximo 30 minutos, o tempo de
imersão depende do tipo de solo utilizado.

Recomendamos que se faça um teste:

a) Após tirar o tijolo da água reparta-o para ver se a umidade


atingiu o meio do tijolo.
b) Faça vários testes com tempos diferentes, até encontrar o
tempo ideal de imersão do seus tijolos.

Após a cura no tempo determinado acima, deve-se escorrer o


excesso de água, retirando-se o palete e fazer o acondicionamento
deles em um local adequado.

Cubra o produto com lona preta de preferência para que a


umidade fique estanque, por um período aproximado de 7 dias,
depois deste processo retirasse a lona e se houver necessidade, deixe
no tempo.

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Figura 2.8 – Processo de cura por imersão do tijolo ecológico.

O custo desse processo pode ser mais elevado, já que há a


necessidade de uso de equipamentos para seu transporte, mas é
considerado mais eficiente em relação a redução do tempo e
qualidade do produto final, por deixar a umidade sempre uniforme.

Mesmo sendo um processo avaliado de forma positiva, é


menos utilizado por exigir maior aporte financeiro.

2.14. CONTROLE DE QUALIDADE DO TIJOLO ECOLÓGICO.

É conveniente verificar a qualidade dos blocos antes e depois


da sua cura completa, com o fim de obter resultados comparativos.

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A cada 5 unidades de 10 módulos produzidos, estes devem ser


submetidos às provas de controle.

As provas a serem realizadas devem buscar verificar os


seguintes parâmetros:

a) Peso, aparência e dimensões.

Fazer esta prova dos módulos recém saídos da prensa e


também dos módulos depois da cura completa. Verificar as
mudanças de peso, dimensões e aparência em ambos os
procedimentos. A dimensão não deve variar mais do que 3 mm.

b) Prova de resistência.

Com esta prova se obtém a resistência do bloco à tração e


compressão.

Figura 2.9 – Tijolos ecológicos fabricados com qualidade podem alcançar resistências
superiores a 6 toneladas.

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c) Textura interna.

Verificar se a mistura foi realizada da forma ideal. Sua


característica interna deverá ser homogênea, e caso haja acumulo de
cascalho ou cimento, deve-se analisar o processo de mistura
realizado.

d) Prova de dureza.

Serve para controlar a dureza na superfície do módulo.


Realiza-se dividindo o bloco em dois para passarem por duas
provas.

1) Escovar o bloco com uma escova de arame;


2) Picar o bloco.

Tais provas fornecerão de forma empírica a dureza do bloco.

e) Prova de imersão.

Serve para verificar a resistência do bloco a água. É realizada


submergindo uma das metades de bloco que foram submetidas a
prova de dureza, deixando submersa por 6 horas e passado esse
tempo, deixa-a secar por 42 horas.

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Para verificar a qualidade da estabilização, deve-se utilizar o


bloco inteiro, o deixando por 6 horas dentro da água, retirá-lo e
aplicar a prova de resistência.

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57

3.
PROJETOS
3.1. INTRODUÇÃO.

Para que a comunicação e a troca de informações contidas


neste livro fluam sem dúvidas e alcancem o objetivo proposto, é
muito importante conhecer algumas definições e conceitos, como
veremos a seguir.

3.1.1. DEFINIÇÃO DE ALVENARIA.

Considera-se por alvenaria o conjunto de peças sobrepostas


coladas de formas interfacial, por uma argamassa apropriada,
formando um elemento vertical coeso.

Esse conjunto serve para dividir espaços, resistir a cargas


decorrentes da gravidade, proporcionar segurança, resistir a
impactos, à ação do fogo, isolar e proteger acusticamente os

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ambientes, contribuir para a manutenção do conforto térmico, além


de impedir a entrada de vento e chuva no interior dos ambientes.

3.1.2. TIPOS DE TIJOLO ECOLÓGICO.

Nessas construções a alvenaria será a estrutura da edificação,


dessa forma a execução depende de um projeto detalhado,
compatibilizado a utilização de produtos normatizados confiáveis e
de mão de obra qualificada.

Como o tijolo ecológico não se utilizam pilares e vigas, pois


as paredes chamadas de portantes compõem a estrutura da
edificação e distribuem as cargas uniformemente ao longo das
fundações. Atenção para armações e grauteamento dos blocos
quando houver.

Os tijolos ecológicos são encontrados no mercado nas


seguintes formas:

a) Bloco (Alvenaria);

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Figura 3.1 – Bloco de tijolo ecológico.

b) Canaleta;

Figura 3.2 – Canaleta de tijolo ecológico.

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c) Meio bloco.

Figura 3.3 – Meio bloco de tijolo ecológico.

Figura 3.4 – Modelo de elevação das paredes com tijolo ecológico.

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61

3.1.3. RESISTÊNCIA MÍNIMA EXIGIDA.

As atuais normas que regulam a produção e controle dos


tijolos ecológicos são a NBR 8491:2012 e NBR 8492:2012.

São essas normas que determinam os índices de resistência а


compressão, geometria dos módulos e absorção de umidade.
Definem ainda o método e a frequência com que os ensaios devem
ser feitos.

A resistência mínima exigida por norma para os módulos


fabricos seriam de 1,7 MPa para os blocos com até 7 dias de
fabricação e de 2 MPa para os módulos acima de 28 dias. Ainda
acrescenta-se que a capacidade máxima de absorção de água exigida
pela norma é de 23% por corpo de prova.

3.1.4. ARGAMASSA.

A argamassa de assentamento possui as funções básicas de


unir as unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as
unidades de alvenaria, absorver pequenas deformações e prevenir a
entrada de água e de vento nas edificações.

Comumente composta de areia, cimento, cal e água, a


argamassa deve unir as características de trabalhabilidade,

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resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho de suas


funções.

A resistência à compressão da argamassa não é tão


significativa para a resistência à compressão das paredes, Mais
importante que essa característica de resistência é a plasticidade, que
realmente permite que as tensões sejam transferidas de modo
uniforme de uma unidade à outra.

3.1.5. GRAUTE.

O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão


e relativamente fluido, eventualmente necessário para o
preenchimento dos vazios dos blocos.

A função do graute é propiciar o aumento da área da seção


transversal das unidades ou promover a solidarização dos blocos
com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios. Dessa
forma pode-se aumentar a capacidade portante da alvenaria à
compressão ou permitir que as armaduras colocadas combatam
tensões de tração que a alvenaria por si só não teria condições de
resistir.

O bloco, graute e eventualmente armadura trabalham


monoliticamente, de forma parecida ao que ocorre com o concreto
armado. Entretanto, o graute deve o cobrimento mínimo para as

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armaduras e aderir tanto a ela quanto ao bloco, de modo a formar


um conjunto único.

Recomendo que a resistência do graute seja no mínimo a


mesma resistência do bloco em relação a área líquida.

Figura 3.5 – Localização na elevação das paredes os pontos de grautes e de vigas de amarração
para o tijolo ecológico.

3.1.6. ARMADURAS.

As barras de aço usadas nas construções em alvenaria são as


mesmas utilizadas nas estruturas de concreto armado. No tijolo
ecológico serão sempre envolvidas por graute, para garantir o
trabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria.

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Os locais, em que serão colocadas armaduras, destinados as


colunas serão determinadas de acordo com o tamanho da estrutura.
O espaçamento entre uma armadura e outra será definida da
seguinte maneira:

a) Pavimento térreo: A cada 100 cm de distancia entre as


barras de aço;

b) Dois pavimentos: No pavimento inferior, barras a cada 80


cm e no pavimento superior, barras a cada 100 cm;

c) Três pavimentos: No pavimento térreo, barras a cada 60


cm; no segundo pavimento barras a cada 80 cm e no
pavimento superior, barras a cada 100 cm.

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Figura 3.6 – Distribuição das colunas para construções de até três pavimentos com o uso do
tijolo ecológico.

Para obras acima de três pavimentos, deve-se executar a


estrutura em concreto armado e caso deseje usar o tijolo ecológico,
ele deverá ser utilizada apenas com a função de vedação.

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O diâmetro do aço utilizado varia entre 8 mm a 12,5 mm para


os locais de coluna e vigas canaletas e nos locais de grampo usa-se
aço de 5 mm de diâmetro. Caso a edificação seja de pavimento
térreo pode-se usar aço de 8 ou 10 mm e para as edificações com
dois ou três pavimentos usa-se aço de 10 ou 12,5 mm.

3.2. DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS.

O tijolo ecológico apresenta uma grande vantagem, em


relação ao método tradicional em concreto armado, que é a
distribuição das cargas da estrutura de forma uniforme para a
fundação. Dessa maneira cria-se vários pontos para que as cargas
sejam enviadas para a fundação, evitando a concentração de cargas
em poucos pontos da estrutura.

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Figura 3.7 – Representação da distribuição de cargas em comparação entre o sistema


convencional e com o uso do sistema modular (tijolo ecológico).

3.3. CONCEITOS BÁSICOS.

Uma unidade será sempre definida por três dimensões


principais: comprimento, largura e altura, conforme apresentam-se
as dimensões na Figura 3.2.

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Figura 3.8 – Dimensões mais usuais para o tijolo ecológico.

O comprimento e a largura definem o módulo horizontal, ou


módulo em planta. Já a altura define o módulo vertical, a ser
adotado nas elevações.

Com essa consideração, nota-se a importância que o


comprimento e a largura sejam ou iguais ou múltiplos, de maneira
que se possa ter um único módulo em planta. Caso isso ocorra, a
amarração das paredes será simplificada, havendo um ganho em
termos da racionalização do sistema construtivo.

Entretanto, se essa condição não for atendida, será necessário


se utilizar unidades especiais para a correta amarração das paredes,
o que pode trazer algumas consequências desagradáveis para o
arranjo modular.

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Assim, modular um arranjo arquitetônico, ou pelo menos


modular as paredes portantes desse arranjo, significa acertar suas
dimensões em planta e também o pé-direito da edificação, em
função das dimensões das unidades, de modo a não se necessitar, ou
pelo menos se reduzir drasticamente, cortes ou ajustes necessários à
execução das paredes.

3.4. MODULAÇÃO.

A modulação é um de extrema importância para que uma


edificação em alvenaria modular possa resultar com economia e
racionalidade. Se as dimensões de um projeto não forem moduladas,
como os tijolos ecológicos não devem ser cortados, os enchimentos
resultantes certamente levarão a um custo maior e uma
racionalidade menor para a obra em questão.

Todo o processo de organização modular ocorrerá de


maneira automática, e todos os ambientes do projeto terão suas
medidas internas e externas múltiplas do tijolo ecológico de
referência adotado. Essa maneira de projetar auxilia, entre muitas
vantagens, na definição dos ambientes, na definição de caixilhos,
nas instalações e até mesmo na hipótese de existir alguma mudança
de projeto, durante o processo de desenvolvimento ou mesmo após
a finalização.

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Figura 3.9 – Planta apresentando a modulação horizontal em tijolo ecológico.

Para se realizar a modulação horizontal deve-se considerar


valores para os comprimentos que sejam múltiplos de 12,5 cm (isso
para os tijolos ecológicos mais convencionais) e para a modulação
vertical considera-se valores múltiplos de 6,25 cm.

3.5. PROJETO DO BALDRAME.

A fundação poderá ser do tipo radier ou viga baldrame (para


o caso de fundações superficiais) ou pode ter a cominação de estacas
e/ou sapata isoladas juntos(para o caso de fundações profundas),

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dependerá do tipo de solo e projeto. A determinação do melhor tipo


de fundação é feita por profissionais qualificados ao analisar a
planta baixa da construção.

Figura 3.10 – Fundação do tipo viga baldrame.

Figura 3.11 – Fundação do tipo radier.

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Quando a fundação não for do tipo Radier será necessário


fazer a base de concreto do contrapiso para nivelar e auxiliar na
obra. Os tijolos precisam ser mantidos próximos dos pedreiros e
protegidos na obra, como também auxiliará que a obra fique mais
limpa.

Os tijolos não podem ser cortados em pedaços pequenos,


sendo assim, o projeto deverá considerar que a cada 8 tijolos
assentados a parede avança 1 cm.

Figura 3.12 – Execução de viga baldrame combinada com sapatas, técnica muito usada para o
tijolo ecológico.

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Figura 3.13 – Detalhe da execução da primeira fiada sobre a viga baldrame.

O projeto modular com medidas precisas, evita a sobra ou


falta de fundação para acomodar o tijolo de solo-cimento a vista.

3.6. PROJETO DA PRIMEIRA FIADA.

O projeto da primeira fiada indica a posição exata de cada


tijolo de solo-cimento sobre a viga baldrame. Ele assegura que após
a altura das aberturas forme-se uma trama lógica e coerente.

A figura 3.13 apresenta como é feito o projeto de


assentamento da primeira fiada do tijolo ecológico.

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3.7. PROJETO DE GRAUTES E ABERTURAS.

O projeto de grautes e aberturas apresenta as posições dos


pilares e aberturas para janelas e portas, servindo de indicação para
os trabalhadores no canteiro de obras. A sua utilização previne erros
nos locais de execução de grampos, nas larguras de portas e janelas
e erros nas formas de encontro de paredes.

Figura 3.14 – Projeto de indicação dos grautes (em azul) e aberturas.

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3.8. PROJETO DE INDEPENDÊNCIA DE PAREDES.

Tem função de garantir o padrão estético do tipo de alvenaria


à vista, evitando o uso excessivo do meio tijolo.

Figura 3.15 – Modelo de projeto de independência de paredes.

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3.9. PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS.

Deve-se utilizar a etapa de projeto para prever todas as


soluções que evitem os rasgos nos blocos para o embutimento das
instalações.

Executar aberturas nas paredes significam retrabalho,


desperdício, maior consumo de material e mão de obra e,
principalmente, insegurança sob o ponto de vista estrutural devido
à redução da seção resistente.

As soluções recomendadas para a passagem dos dutos


hidrosanitários são as seguintes:

a) utilização de paredes nas quais não exista graute para o


embutimento das tubulações, com passagem das mesmas
pelos furos dos blocos.

b) aberturas de passagens tipo shafts.

Os banheiros e cozinhas devem ser projetados o mais


próximo possível, de maneira que as instalações sejam agrupadas.

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3.10. PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.

O projeto elétrico é composto de instalações e tubulações de


eletricidade, telefonia, interfones, antena coletiva, alarmes ou outros
porventura existente.

O projeto elétrico deve ser definido a partir das especificações


e condicionantes contidas no projeto arquitetônico.

A responsabilidade pelo detalhamento do projeto executivo


deverá ser definida com o arquiteto, apresentando nas elevações os
locais em que deverão ser utilizados os blocos apropriados para
instalações.

Os blocos vazados devem ser utilizados para a passagem dos


eletrodutos embutidos. As caixas de tomadas e interruptores podem
ser previamente instaladas em blocos cortados, que, por sua vez,
serão assentados em posições predeterminadas da parede durante a
execução da alvenaria. Alternativamente, pode-se colocar o bloco
cortado com espaço para a colocação posterior da caixa, que é então
chumbada nele.

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Figura 3.16 – Modelo de projeto elétrico para o tijolo ecológico.

3.11. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

O projeto de arquitetura, especificamente o de modulação do


tijolo ecológico, é o carro-chefe de um processo de construção com
esse tipo de material. A organização dos projetos, seguindo uma
sequência prática, são quesitos fundamentais para o bom
desenvolvimento de todas as atividades dentro de prazo e
qualidade adequados.

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Dessa maneira, para se construir com tijolo ecológico é de


extrema importância que se tenha cada um dos projetos
apresentados nesse capítulo. Com isso em mãos, as chances de erro
no canteiro de obras é praticamente nulo.

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4.
EXECUÇÃO
4.1. PRIMEIROS PASSOS.

Com os projetos no canteiro de obras deve-se obedecer todos


os critérios que neles foram estabelecidos. Dessa forma inicia-se a
execução com os procedimentos que serão aqui apresentados.

O objetivo desse capítulo será mostrar os passos executivos


de forma cronológica para que sirva de guia, mas devo frisar que
para cada obra tem que se considerar as suas peculiaridades.

4.2. IMPERMEABILIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO.

Durante a construção de uma edificação, impermeabilizar os


elementos de fundação, como sapatas, radiers e vigas baldrames, é
um cuidado importante para assegurar a qualidade e a durabilidade
das estruturas. A fundação fica em contato permanente com a

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umidade do solo e, quando não tratados, conduzem a umidade por


capilaridade para alvenarias e elementos estruturais.

Para evitar os problemas decorrentes da umidade, é


importante a utilização de um sistema de impermeabilização
compatível com a geometria dos tijolos ecológicos e com as
características de cada obra, como condições de acesso e nível do
lençol freático.

Figura 4.1 – Modo de impermeabilizar o radier para assentamento da primeira fiada.

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4.3. PRIMEIRA FIADA.

A primeira fiada mostra a posição correta de cada tijolo


ecológico, indicando os pontos dos grautes (localização da ferragem)
e as aberturas de portas e janelas, sendo executando-se em
conformidade com o projeto.

Figura 4.2 – Modelo apresentando o assentamento da primeira fiada de tijolo ecológico.

Aplicado o impermeabilizante asfáltico, ou outro da sua


escolha, na posição das paredes, posicione os tijolos ecológicos sem
argamassa, ignorando os intervalos das portas, mas respeitando o
local dos tijolos meio.

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Depois de distribuir seguindo a planta indicamos que utilize


uma massa na proporção de 3 de areia para 1 de cimento, iniciando
o assentamento pelos 4 cantos, nivelando e alinhando, só então
retire os tijolos para formar os vãos das portas.

Figura 4.3 – Assentamento do tijolo da primeira fiada nos cantos.

Após esta ação, faça um furo nos locais indicados de cada


coluna, indicamos que corte barras de 1,6m para que não fique
muito alto e dificulte o assentamento, só então aplique as barras nos
furos, conforme apresenta a Figura 4.2.

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4.4. ARGAMASSAS E COLAS PARA ASSENTAMENTO.

O assentamento do tijolo ecológico se dá de formas variadas,


a escolha do tipo da cola para assentamento ideal a ser usada em sua
obra está ligada diretamente ao local de aplicação e à necessidade de
cada consumidor, por isso consulte sempre um profissional
capacitado.

Dentre as várias formas vamos citar as mais conhecidas e


utilizadas pelos construtores:

a) Cola PVA:

A cola PVA é a maneira mais rápida e práticas, muito


utilizada no assentamento de tijolos ecológicos a cola PVA é
usualmente aplicada em materiais porosos como madeira, papel,
tecido e cerâmica porosa. Para que a cola fique firme leva-se de 30
minutos a 1 hora e o tempo de secagem total é de 18 a 24 horas.

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Figura 4.4 – Assentamento do tijolo ecológico com cola PVA.

b) Argamassa Polimérica:

Existindo vários tipos no mercado, a Argamassa Polimérica é


uma massa para imediata colagem e endurecimento de superfícies
com alto grau de resistência na colagem e aderência, ela possui uma
consistência pastosa e já vem pronta para uso. Não necessita
adicionar água e nem outros componentes.

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Figura 4.5 – Assentamento do tijolo ecológico com argamassa polimérica.

c) Argamassa convencional:

Composta por cimento, areia e aditivos, precisa ser misturada


com água para se ter uma massa pastosa, geralmente é empregada
no assentamento de placas cerâmicas de revestimento e outros, más
existem construtores que a utilizam para o assentamento de tijolos
ecológicos. Os tipos mais conhecidos de argamassa são, ACI, ACII e
ACIII, por isso deve se levar em conta se o local para aplicação será
em uma área externa ou interna, se o local está sujeito a grandes

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variações de temperatura. Para realizar o assentamento de tijolos


que ficaram na parte externa, recomendo o uso da argamassa ACIII.

Figura 4.6 – Assentamento do tijolo ecológico com argamassa convencional.

d) Mistura com cola PVA, solo, cimento e água:

Essa mistura utiliza-se 20 partes de solo x 2 partes de cola


PVA branca x 2 partes de cimento, acrescente água até a consistência
desejada. A dica é sempre utilizar um solo passado em uma peneira
granulométrica mais fina possível, para melhor aderência do
composto e melhor resultado final.

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Figura 4.7 – Mistura de solo, cimento, cola PVA e água.

e) Assentamento de cola ou argamassa:

Por ser um sistema de modular, dependendo do projeto


proposto, podemos dispensar a cola entre os tijolos e utilizar
somente os sistema de encaixe dos mesmos.

4.5. ASSENTAMENTO.

Após a execução da primeira fiada, limpe bem a superfície


para a aplicação da cola, aplique 2 filetes por fiada de forma
alternada ou paralela, para que sua obra tenha um perfeito
alinhamento, indica se o assentamento de 3 a 4 fiadas nos cantos de
forma a manter a sustentação da linha.

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Figura 4.8 – Elevação do assentamento do tijolo ecológico nos cantos.

Instale o tijolo de forma regular, obedecendo a linha,


conferindo o prumo e acompanhando todas as paredes na mesma
altura.

Uma dica que proporciona praticidade no canteiro de obras é


subir as paredes com as esquadrias no lugar, no caso de subir as
paredes sem as esquadrias confira regularmente o distanciamento
do vão das portas e janelas.

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Figura 4.9 – Elevação dos tijolos ecológicos com as esquadrias de portas e janelas no seus
respectivos locais.

O tijolo ecológico meio é usado sempre nos términos de


parede, podendo ser adquirido ou produzido no canteiro de obra
com o uso de uma serra circular ou serrote, neste caso para um
melhor acabamento indicamos que mantenha o corte voltado para
os cantos e para o lado das aberturas.

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Figura 4.10 – Meio bloco de tijolo ecológico apresentando o seu ponto de assentamento.

4.6. PILARES.

O tijolo ecológico proporciona uma gama variada de


aplicabilidade para pilares, colunas, muros, entre outros. Os dutos
formados no assentamento permitem a passagem de ferros verticais
que depois de concretados formam um conjunto muito resistente.

A facilidade no assentamento do tijolo ecológico permite


erguer uma pilares em pouco tempo, não sendo necessário o uso de
madeiramento para moldes, e o resultado final são pilares com um
belo acabamento e alta resistência.

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Figura 4.11 – Modulações possíveis para pilares.

Alguns construtores embutem os vergalhões dos pilares na


fundação, que é o mais indicado, seguindo sempre a planta grautes
e aberturas. Outros preferem colocar os vergalhões após o
assentamento da primeira fiada da seguinte forma: com furadeira e
broca da mesma espessura do vergalhão, faça os furos nos locais
indicados na planta e depois insira os vergalhões cortados com 1,60
metros.

Figura 4.12 – Modelo apresentando o assentamento da primeira fiada com as ferragens dos
grautes nos seus pontos respectivos.

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4.7. VIGAS E AMARRAÇÕES.

Figura 4.13 – Apresentação das vigas e grautes ao fim de uma elevação de edificação em tijolo
ecológico.

Um dos fatores principais para a sustentação de uma obra


são os pilares e as vigas empregadas, no sistema construtivo
modular temos a vantagem de embutir os pilares e vigas nas
paredes, economizando na mão de obra e dispensando o uso
excessivo de concreto e madeira.

Quando o assentamento atingir a altura de meio metro,


indicamos fazer a primeira amarração das colunas de sustentação

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utilizando os grampos (nos cantos e encontro de paredes),


preenchendo todos os grautes com concreto fino. Repita a
distribuição dos grampos nas fiadas do canaleta e também entre a
contra-verga e a verga.

Figura 4.14 – Amarração dos encontros de paredes com a preparação dos dutos onde serão
colocados os grampos.

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Figura 4.15 – Amarração nos cantos de paredes com a preparação dos dutos para instalação
dos grampos.

Figura 4.16 – Grampos instalados nos cantos das paredes.

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Figura 4.17 – Graute instalado nos locais onde foram colocados os grampos.

O tijolo ecológico do tipo canaleta é distribuído por toda a


obra, sendo utilizada como viga de amarração horizontal, recebendo
ferro e concreto formando uma cinta. A cinta formada por tijolos
canaleta são utilizadas em 3 fiadas em sua obra, nas contra-vergas
(abaixo das janelas), vergas (acima de portas e janelas) e na ultima
fiada.

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Figura 4.18 – Modelo apresentando a concretagem da primeira canaleta de amarração.

Figura 4.19 – Modelo apresentando a concretagem da fiada de verga e amarração.

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Figura 4.20 – Concretagem da última fiada.

Nas fiadas que receberão os tijolos canaleta são utilizados


tijolos simples nos cantos, sendo feito uma cava para conduzir as
ferragens e nos encontros de paredes a cava é feita no próprio tijolo
canaleta. Com as ferragens no lugar, use copos descartáveis para
manter os dutos abertos, mas antes de concretar molhe as partes que
receberão o concreto, isto irá auxiliar na cura.

Com o auxilio de um funil, preencha primeiramente os dutos


com os vergalhões (pilares), depois preencha os tijolos canaleta
formando assim a viga de amarração. Antes da secagem completa
do concreto, retire os copos e faça uma raspagem onde ultrapassar o
limite de altura.

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Figura 4.21 – Técnica para garantir os dutos de aberturas dos tijolos ecológicos após a
concretagem da canaleta.

O parapeito das janelas recebem um reforço, ou seja, antes de


ser concretado recomendamos isolar o terceiro tijolo abaixo do
canaleta em toda a extensão do parapeito, depois é só concretar
normalmente.

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Figura 4.22 – Colocar papel amassado nos furos das contra vergas de janelas garantem maior
resistência nesses locais após a concretagem.

4.8. PORTAS E JANELAS.

Conforme a planta que indica a localização das portas e


janelas, os construtores em sua maioria aplicam as portas e janelas
das seguintes formas:

1) Inicia-se e conclui a obra até o pé direito considerando o


vão das portas e janelas, que são conferidos regularmente
para que mantenham o alinhamento.

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Figura 4.23 – Conferir regularmente o alinhamento nos locais de aberturas e vãos.

2) Inicia-se a obra e ao chegar na altura de portas ou janelas,


instala-se as esquadrias pré-fabricadas ou até mesmo das
portas ou janelas prontas, por fim executa-se as paredes
até alcançar a altura do pé direito.

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Figura 4.24 – Assentar o tijolo ecológicos com as esquadrias pode facilitar o trabalho.

4.9. ELÉTRICA E HIDRÁULICA.

Os furos do tijolo ecológico, além de proporcionarem


câmaras de ar termo-acústicos, os seus dutos também são utilizados
como condutores para a rede elétrica e hidráulica, evitando a quebra
das paredes, mas lembre-se tenha sempre em mãos o projeto elétrico
e hidráulico elaborado por um profissional capacitado.

Recomenda-se que todo o sistema elétrico e hidráulico seja


instalado no decorrer do assentamento dos tijolos modulares, ou
seja, ao terminar de levantar as paredes, toda esta parte já estará
pronta.

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Figura 4.25 – O dutos de condução da rede elétrica e a tubulação hidráulica deverá ser
instalada junto com a elevação do tijolo ecológico.

Para a passagem de conduítes e encanamentos na horizontal,


utilize os tijolos canaletas como condutores, concretando
posteriormente.

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Figura 4.26 – Para passar os tubos na posição horizontal aplica-se as canaletas.

Há a possibilidade de se fazer os furos das caixas elétricas e


encanamentos no tijolo ecológico, com o uso da broca serra copo faz-
se o furo e depois executa-se o acabamento com uma lima ou
formão.

Figura 4.27 – Os pontos de rede elétrica podem ser instalados diretamente sobre o tijolo
ecológico.

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4.10. LAJES.

Os tijolos ecológicos admitem que as coberturas seja feitas


com o uso de laje. As lajes nas edificações em alvenaria modular de
tijolo em solo-cimento, são instaladas da mesma maneira que as
edificações em concreto armado.

As imagens apresentam os tipos de lajes que podem ser


aplicadas e os exemplos de execução.

Figura 4.28 – Laje em painel alveolar instalado no tijolo ecológico.

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Figura 4.29 – Instalação de laje do tipo treliçada assentada no tijolo ecológico.

Figura 4.30 – Instalação de laje do tipo painel metálico assentada no tijolo ecológico.

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Figura 4.31 – Laje maciça instala no tijolo ecológico.

Figura 4.32 – Laje treliçada aplicada no tijolo ecológico.

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Figura 4.33 – Vista da parte superior do assentamento da laje treliçada no tijolo ecológico.

4.11. PAREDES CIRCULARES.

O raio mínimo para as paredes circulares é de 3 metros,


evitando que as aberturas entre os módulos fique maior que 1 cm, já
que o podem diminuir a elasticidade do rejunte, provocando
fissuras e infiltrações.

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Figura 4.34 – Formas de modulação para paredes circulares.

4.12. ACABAMENTO FINAL.

No acabamento é notável a redução de custos


proporcionados pelo uso do sistema construtivo com tijolo
ecológico, já que não necessitar a utilização de acabamentos
supérfluos.

A economia na obra, se dá pela pois é possível de criar


ambientes personalizados, graças às faces regulares do produto, e
que aceita a aplicação de diversos tipos e formas de acabamentos.

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O acabamento final interno e externo deve ser feito com o


rejuntamento dos vãos entre os tijolos, que cria a aparência das
juntas de dilatação entre os elementos. Pode ser usado a mistura de
solo com cimento para criar um rejunte natural e relativamente
barato, mas também é possível um acabamento mais elaborado com
a utilização do rejunte comum para pisos.

A impermeabilização do tijolo ecológico é feita com aplicação


de resina, gesso, textura, tinta ou reboco, entre outras formas de
acabamento. O ideal é que o tijolo seja protegido da ação do tempo
para evitar o surgimento de patologias. Utilizar o tijolo com efeito
aparente pode ser feito com aplicação de tinta ou resina, tanto
internamente como externamente, possibilitando uma economia no
custo final da obra.

Figura 4.35 – Resultado final com o uso do tijolo ecológico.

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REFERENCIAL
BIBLIOGRÁFICO

ABNT. “NBR 8491:2012 – Tijolo Ecológico: Requisitos”, 2012.

ABNT. “NBR 8492:2012 – Tijolo Ecológico: Determinação da


Resistência a Compressão”, 2012.

Tauli, Carlos. “Alvenaria Estrutural”, 2010, Ed. Pini.

Ramalho, Marcio. “Projetos de Edifícios em Alvenaria Estrutural”,


2003, Ed. Pini.

Das, Braja. “Fundamentos de Engenharia Geotécnica”, 2007, Ed.


Thomson.

Instituto de Educação Metodista. “Produção do Tijolo Solo-


Cimento”, 2016, Ed. Unimep.

Ecoprodução. “Tijolo Ecológico Modular”, 2014.

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MANUAL COMPLETO DO TIJOLO


ECOLÓGICO
FABRICAÇÃO – PROJETO - EXECUÇÃO

DAVID GASILLE
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